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religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...

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Para o uso <strong>em</strong> suas conferências, James propõe simplesmente quatro marcas<br />

que, encontradas numa experiência, permit<strong>em</strong> sejam chamadas <strong>de</strong> místicas. São elas:<br />

inefabilida<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong> noética, transitorieda<strong>de</strong> e passivida<strong>de</strong>.<br />

Um aspecto negativo, a inefabilida<strong>de</strong>, é uma das marcas mais características<br />

que caracteriza um estado místico. “Qu<strong>em</strong> a experimenta diz incontinenti que ela <strong>de</strong>safia a<br />

expressão, que não se po<strong>de</strong> fazer com palavras nenhum relato a<strong>de</strong>quado do seu conteúdo.<br />

Disso se segue que a sua qualida<strong>de</strong> precisa ser experimentada diretamente; não po<strong>de</strong> ser<br />

comunicada n<strong>em</strong> transferida a outros” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>). Por essa característica, pod<strong>em</strong>os<br />

dizer que os estados místicos se ass<strong>em</strong>elham muito mais com estados <strong>de</strong> sentimento do que<br />

com estados do intelecto.<br />

Mesmo sendo mais parecidos com estados <strong>de</strong> sentimento, os estados místicos<br />

parec<strong>em</strong> ser também “estados <strong>de</strong> conhecimento, estados <strong>de</strong> visão interior dirigida a<br />

profun<strong>de</strong>zas da verda<strong>de</strong> não sondadas pelo intelecto discursivo. São iluminações,<br />

revelações, cheias <strong>de</strong> significado e importância, por mais inarticuladas que continu<strong>em</strong><br />

sendo; e via <strong>de</strong> regra, carregam consigo um senso curioso <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> pelo t<strong>em</strong>po<br />

sucessivo” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>).<br />

Apenas esses dois aspectos já permit<strong>em</strong> que um estado seja chamado <strong>de</strong><br />

místico, mas exist<strong>em</strong> ainda duas outras características menos nítidas.<br />

Uma é a transitorieda<strong>de</strong>, os estados místicos não pod<strong>em</strong> ser sustentados por<br />

muito t<strong>em</strong>po. Muitas vezes a sua qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser apenas imperfeitamente reproduzida<br />

na m<strong>em</strong>ória, mas quando se repet<strong>em</strong> são reconhecidos. E <strong>de</strong> uma ocorrência a outra po<strong>de</strong><br />

ocorrer um contínuo enriquecimento.<br />

A última das características é a passivida<strong>de</strong>. Ela é caracterizada por um<br />

sentimento <strong>em</strong> que a própria vonta<strong>de</strong> está adormecida, e que ele está sendo agarrado e<br />

seguro por uma força superior. Essa última característica liga os estados místicos com o<br />

discurso profético, a escrita automática, o transe mediúnico ou qualquer outro fenômeno<br />

<strong>de</strong>ssa natureza.<br />

Essas quatro características são suficientes para caracterizar um grupo peculiar<br />

<strong>de</strong> estados <strong>de</strong> consciência chamado <strong>de</strong> estados místicos.<br />

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