religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...
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po<strong>de</strong> ser ‘a transformação da corag<strong>em</strong> militar’ e a reforma espiritual <strong>de</strong> que<br />
tanto precisa o nosso t<strong>em</strong>po” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>).<br />
O medo à pobreza é uma característica marcante na socieda<strong>de</strong> capitalista, on<strong>de</strong><br />
se pensa somente <strong>em</strong> dinheiro, acumular bens e somos julgados pelo que t<strong>em</strong>os e não pelo<br />
que somos. Esse <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> acumular bens e o medo <strong>de</strong> perdê-los são os maiores geradores<br />
<strong>de</strong> covardia e corrupção. Pensando nisso, o <strong>de</strong>sapego aos bens materiais serviria para<br />
<strong>de</strong>dicarmo-nos a causas impopulares, a causa ficaria com o fundo <strong>de</strong> que necessita, mas nós<br />
seríamos po<strong>de</strong>rosos na proporção <strong>em</strong> que nos contentáss<strong>em</strong>os com a pobreza. Essa posição<br />
<strong>de</strong>ve ser levada <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração pois o medo da pobreza é a pior doença moral entre as<br />
classes cultas da socieda<strong>de</strong> capitalista.<br />
Dito tudo isso, chegou o momento <strong>de</strong> fazer as conclusões gerais sobre o assunto<br />
da santida<strong>de</strong>, l<strong>em</strong>brando que ela seria julgada pelos seus frutos. O conjunto dos atributos<br />
dos santos é combinado <strong>de</strong> tal forma que ele se caracteriza inevitavelmente é religioso, pois<br />
parece fluir do sentido do divino como seu centro psicológico. Isso proporciona com que<br />
ele extraia uma significação infinita da sua relação com uma ord<strong>em</strong> divina invisível,<br />
conferindo uma <strong>de</strong>nominação superior <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> e uma firmeza <strong>de</strong> alma com a qual<br />
nenhuma outra po<strong>de</strong> comparar-se. James caracteriza os frutos da santida<strong>de</strong> da seguinte<br />
forma:<br />
“Nas relações sociais sua utilida<strong>de</strong> é ex<strong>em</strong>plar; ele é fértil <strong>em</strong> impulsos<br />
para ajudar; sua ajuda é tanto interna quanto externa, pois sua simpatia alcança<br />
não somente almas mas também corpos, e neles acen<strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>s inesperadas.<br />
Em vez <strong>de</strong> colocar a felicida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> os homens comuns costumam colocá-la,<br />
no conforto, ele a coloca num tipo mais alto <strong>de</strong> excitação interior, que converte<br />
os <strong>de</strong>sconfortos <strong>em</strong> fontes <strong>de</strong> alegria e anula a infelicida<strong>de</strong>. Por isso, não vira as<br />
costas a nenhuma tarefa, por ingrata que seja. E quando estamos precisados <strong>de</strong><br />
assistência, pod<strong>em</strong>os ter certeza <strong>de</strong> que, mais do que qualquer outra pessoa, o<br />
santo nos esten<strong>de</strong>rá a mão. Finalmente, sua humilda<strong>de</strong> e suas tendências<br />
ascéticas salvam-no das mesquinhas pretensões pessoais que tanto obstru<strong>em</strong> o<br />
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