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religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...

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Exist<strong>em</strong>, no entanto, algumas pessoas que jamais serão convertidas. Em alguns<br />

casos, a inaptidão para a fé religiosa é <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> intelectual. Suas faculda<strong>de</strong>s religiosas são<br />

inibidas por outras crenças a respeito do mundo, crenças pessimistas ou materialistas, por<br />

ex<strong>em</strong>plo. Muitas pessoas nunca superam tais inibições, outras ainda se mostram insensíveis<br />

aos aspectos religiosos, nunca chegando a ser<strong>em</strong> convertidas.<br />

Deixando essas pessoas que nunca po<strong>de</strong>riam atingir a conversão, vamos voltar<br />

àqueles que pod<strong>em</strong> e o faz<strong>em</strong>. Exist<strong>em</strong> duas formas distintas <strong>de</strong> se alcançar a conversão.<br />

Fazendo uma analogia ao processo da l<strong>em</strong>brança, algumas vezes, quando esquec<strong>em</strong>os um<br />

nome, por ex<strong>em</strong>plo, ficamos trabalhando com a l<strong>em</strong>brança, percorrendo mentalmente com<br />

ela os lugares, as pessoas e as coisas a que a palavra estava ligada. Mas às vezes esse<br />

esforço não resulta <strong>em</strong> nada. Ficamos nos esforçando para l<strong>em</strong>brar o nome e não importa o<br />

que faz<strong>em</strong>os que ele não v<strong>em</strong> à m<strong>em</strong>ória, então quando <strong>de</strong>sistimos <strong>de</strong> ficar nos esforçando<br />

ele aparece s<strong>em</strong> mais n<strong>em</strong> menos. Algum processo oculto iniciado pelo esforço continua<br />

quando o esforço cessa, e o resultado aparece espontaneamente.<br />

Assim como na m<strong>em</strong>ória, exist<strong>em</strong> dois tipos <strong>de</strong> conversão, uma consciente e<br />

voluntária e uma maneira involuntária e inconsciente com que se pod<strong>em</strong> obter resultados<br />

mentais. James cita Starbuck para se referir a esses dois tipos <strong>de</strong> conversão como sendo do<br />

tipo volitivo e do tipo da renúncia <strong>de</strong> si, respectivamente. “No tipo volitivo a mudança<br />

regenerativa, geralmente gradual na edificação, peça por peça, <strong>de</strong> um novo conjunto <strong>de</strong><br />

hábitos morais e espirituais” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>). Existindo s<strong>em</strong>pre alguns pontos on<strong>de</strong> o<br />

movimento se dá um pouco mais rápido. Mas mesmo nessas mudanças volitivas, há<br />

passagens on<strong>de</strong> existe uma renúncia parcial, e na gran<strong>de</strong> maioria dos casos, <strong>de</strong>pois da<br />

vonta<strong>de</strong> fazer o máximo possível, o último passo t<strong>em</strong> que ser dado s<strong>em</strong> essa ajuda, tendo<br />

que ser entregue a outras forças.<br />

Nesses termos, renunciar as forças conscientes <strong>em</strong> favor das inconscientes seria<br />

segundo Starbuck, “entregar-se a pessoa à uma nova vida, fazendo <strong>de</strong>la o centro <strong>de</strong> uma<br />

nova personalida<strong>de</strong>, e viver, interiormente, a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>la, antes visada objetivamente”<br />

(apud James, 1995). Isso seria como entregar o processo <strong>de</strong> conversão a uma força maior,<br />

um eu melhor que po<strong>de</strong> fazer essa operação muito melhor que o eu consciente.<br />

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