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religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...

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no mundo <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado do hom<strong>em</strong>, mas na natureza romântica e harmoniosa.<br />

Do pecado humano talvez pouco saibam <strong>em</strong> seus corações e não muito no<br />

mundo; e o sofrimento humano mal lhes <strong>de</strong>sperta a ternura. Assim sendo,<br />

quando se aproximam <strong>de</strong> Deus, nada lhes perturba o interior, e, s<strong>em</strong> ser<br />

espirituais, têm certa complacência e talvez um sentido romântico <strong>de</strong><br />

excitamento <strong>em</strong> sua singela adoração” (Newman, 1852 apud James, 1995).<br />

Essas pessoas, os nascidos uma vez, t<strong>em</strong> um t<strong>em</strong>peramento organicamente<br />

voltado para o lado da alegria e s<strong>em</strong> d<strong>em</strong>orar-se nos aspectos mais escuros do universo.<br />

“Em alguns indivíduos o otimismo torna-se quase patológico, como se não foss<strong>em</strong> capazes<br />

n<strong>em</strong> mesmo <strong>de</strong> uma tristeza transitória ou <strong>de</strong> uma humilda<strong>de</strong> momentânea, graças a uma<br />

espécie <strong>de</strong> anestesia congênita” (James, 1995).<br />

Essa tendência <strong>de</strong> encarar as coisas, a qual James se refere amiú<strong>de</strong> como<br />

equilíbrio mental, po<strong>de</strong> ser distinguida <strong>em</strong> dois tipos: um algo mais involuntário e um algo<br />

mais voluntário ou sist<strong>em</strong>ático <strong>de</strong> ser mentalmente equilibrado. No primeiro tipo, o<br />

equilíbrio mental é um modo <strong>de</strong> sentir-se feliz ao contato imediato com as coisas, enquanto<br />

que o segundo é um modo abstrato <strong>de</strong> conceber as coisas como boas. Nessa maneira<br />

abstrata <strong>de</strong> conceber as coisas, o sujeito escolhe um aspecto <strong>de</strong>la como sua essência por<br />

algum t<strong>em</strong>po e <strong>de</strong>spreza os outros aspectos. Assim, concebendo o b<strong>em</strong> como o aspecto<br />

essencial e universal do ser, ele exclui <strong>de</strong>liberadamente o mal do seu campo <strong>de</strong> visão.<br />

Essa é uma posição que, aparent<strong>em</strong>ente, é muito difícil <strong>de</strong> se manter para qu<strong>em</strong><br />

é intelectualmente sincero consigo mesmo e honesto <strong>em</strong> relação aos fatos. Mas se<br />

refletirmos um pouco a respeito, perceb<strong>em</strong>os que não pod<strong>em</strong>os fazer uma crítica tão<br />

simples assim. Primeiramente, a felicida<strong>de</strong>, assim como todos os outros estados<br />

<strong>em</strong>ocionais, é cega e insensível aos fatos contrários dados a ela. Quando a felicida<strong>de</strong> impera<br />

realmente, a idéia do mal po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ter o sentido da realida<strong>de</strong>, assim como a idéia do<br />

b<strong>em</strong> não está presente <strong>em</strong> um estado profundo <strong>de</strong> melancolia. Além disso, impor o silêncio<br />

ao mal po<strong>de</strong> ser uma política religiosa. Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar qualquer coisa que se <strong>de</strong>nomine<br />

mal se <strong>de</strong>ve ao modo <strong>de</strong> como os homens encaram o fenômeno.<br />

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