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religião e pragmatismo em william james - Universidade Federal de ...

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2.1.2 – O objeto <strong>de</strong> estudo<br />

Iniciando-se a indagação sobre o que é <strong>religião</strong>, nos <strong>de</strong>paramos com duas<br />

perguntas diferentes: Que são as propensões religiosas? E qual é a sua significação<br />

filosófica? Do ponto <strong>de</strong> vista lógico, essas duas questões são <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns totalmente<br />

diferentes. A lógica faz distinção entre duas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> indagação tocantes a alguma coisa, a<br />

primeira são questões do tipo, qual é a sua natureza? Como veio a existir? Qual é a sua<br />

constituição, sua orig<strong>em</strong>, sua história? E a segunda, qual é sua importância, sua<br />

significação, seu valor? A resposta à primeira pergunta é dada num juízo ou proposição<br />

existencial. Enquanto que a resposta à segunda pergunta é dada numa proposição <strong>de</strong> valor.<br />

Segundo as palavras <strong>de</strong> James, <strong>em</strong> matéria <strong>de</strong> religiões é particularmente fácil<br />

<strong>de</strong> distinguir as duas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> perguntas. Todo fenômeno religioso t<strong>em</strong> sua história e sua<br />

<strong>de</strong>rivação <strong>de</strong> antece<strong>de</strong>ntes naturais. A crítica superior da Bíblia não passa <strong>de</strong> um estudo da<br />

Bíblia do ponto <strong>de</strong> visa existencial, <strong>de</strong>scurado por muito t<strong>em</strong>po pela igreja primitiva.<br />

Contudo, não há como ver como as respostas dadas a todas essas perguntas históricas possa<br />

<strong>de</strong>cidir a pergunta subseqüente, “que utilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter para nós como guia <strong>de</strong> vida e como<br />

revelação um volume como esse, nascido e maneira acima <strong>de</strong>scrita? Para respon<strong>de</strong>r a essa<br />

pergunta precisamos ter <strong>em</strong> mente alguma teoria geral sobre quais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser as<br />

peculiarida<strong>de</strong> que dão a uma coisa valor <strong>de</strong> revelação, e essa mesma coisa seria o que acabo<br />

<strong>de</strong> chamar juízo espiritual”. O próprio James afirma que combinando com o nosso juízo<br />

existencial, pod<strong>em</strong>os, <strong>de</strong>duzir outro juízo espiritual sobre o valor da bíblia, mas se a teoria<br />

do valor <strong>de</strong> revelação afirmasse que qualquer livro, para possuí-la, não po<strong>de</strong> conter nenhum<br />

erro científico ou histórico n<strong>em</strong> expressar nenhuma paixão local ou pessoal, a Bíblia,<br />

provavelmente, não estaria <strong>em</strong> boa situação. “Mas se, por outro lado, nossa teoria permitir<br />

que um livro seja uma revelação, <strong>em</strong> que pese aos erros e paixões e à <strong>de</strong>liberada<br />

composição humana, bastando que seja um registro verda<strong>de</strong>iro das experiências íntimas <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s almas <strong>em</strong> lua com as crises do seu <strong>de</strong>stino, o veredicto será muito mais favorável”<br />

(James, 1995). Assim, os fatos existenciais, por si mesmos, são insuficientes para<br />

<strong>de</strong>terminar o valor, não po<strong>de</strong>ndo confundir então o valor existencial com o espiritual.<br />

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