casuais, e podiam ter sido transcendidos pelos teóricos passados do mesmo modo como o são pelos pensadores mo<strong>de</strong>rnos” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>). Assim, a verda<strong>de</strong> absoluta terá que ser construída com a contribuição das meias-verda<strong>de</strong>s, “será feita como uma relação inci<strong>de</strong>ntal para o crescimento <strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong> experiência-verificação, para a qual as meias-verda<strong>de</strong>s contribu<strong>em</strong> com sua cota” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>). A verda<strong>de</strong> é constituída <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte por verda<strong>de</strong>s prévias, a crença dos homens t<strong>em</strong> seu alicerce na experiência passada. Mas as próprias crenças faz<strong>em</strong> parte da experiência do mundo e contribu<strong>em</strong> para a formação <strong>de</strong> novas crenças futuras, sendo um processo <strong>de</strong> dupla influência. As verda<strong>de</strong>s estão <strong>em</strong> constante mutação, “as verda<strong>de</strong>s <strong>em</strong>erg<strong>em</strong> dos fatos; elas, porém, mergulham <strong>de</strong> novo nos fatos e traz<strong>em</strong> acréscimos a estes; os fatos criam <strong>de</strong> novo ou revelam nova verda<strong>de</strong> (a palavra é indiferente) e assim in<strong>de</strong>finidamente” (Id<strong>em</strong> Ibid<strong>em</strong>). Os fatos não são verda<strong>de</strong>iros <strong>em</strong> si mesmos, eles apenas são, a verda<strong>de</strong> é função das crenças que começam e terminam entre eles. Esse é o ponto crucial na diferença entre o pragmatista e o racionalista, o racionalista nunca vai admitir que a verda<strong>de</strong> <strong>em</strong> si ou a realida<strong>de</strong> <strong>em</strong> si é mutável. O racionalista po<strong>de</strong> permitir que a experiência esteja na mutação, e que nossas certezas psicológicas da verda<strong>de</strong> acham-se <strong>em</strong> constante mutação, mas nunca que a verda<strong>de</strong> <strong>em</strong> si está <strong>em</strong> mutação. Para o racionalista, a realida<strong>de</strong> mostra-se completa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a eternida<strong>de</strong> e a verda<strong>de</strong> não t<strong>em</strong> relação alguma com nossa experiência, não faz diferença alguma para a realida<strong>de</strong> <strong>em</strong> si. O pragmatista olha o futuro, o racionalista olha para o passado, busca os princípios, e pensa que uma vez adquiridos, virá uma solução oracular. Em poucas palavras, a verda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada benéfica, que cresce absolutamente preciosa, e a falsida<strong>de</strong> maléfica, que é absolutamente con<strong>de</strong>nável. Porém, a obrigação <strong>de</strong> reconhecer a verda<strong>de</strong> é muito condicional. A verda<strong>de</strong>, no singular, clama por ser reconhecida, mas as verda<strong>de</strong>s, no plural, apenas necessitam ser reconhecidas quando necessárias. Em uma mesma situação, a verda<strong>de</strong> é s<strong>em</strong>pre preferível do que a falsida<strong>de</strong>, mas quando não, a verda<strong>de</strong> é tão pouco necessária quanto a falsida<strong>de</strong>. Como por ex<strong>em</strong>plo, não precisamos ficar repetindo que dois mais dois são quatro in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente da 13
situação apenas porque essa verda<strong>de</strong> clama por reconhecimento, mas precisamos saber apenas quando ela se faz necessária, ou quando faz<strong>em</strong>-nos uma pergunta e respond<strong>em</strong>os outra coisa, a resposta dada po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>ira, mas não satisfaz a necessida<strong>de</strong> da situação. Admitindo que a verda<strong>de</strong> é condicional, a verda<strong>de</strong> pragmatista aparece <strong>em</strong> toda sua plenitu<strong>de</strong>. 14
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