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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA POLYANA MARIA PIMENTA MANDACARÚ OPORTUNIDADE DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA DENGUE, DOENÇAS EXANTEMÁTICAS, MENINGITE E TUBERCULOSE NO BRASIL Dissertação de Mestrado Goiânia 2012

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS<br />

INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA<br />

POLYANA MARIA PIMENTA MANDACARÚ<br />

OPORTUNIDADE DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA DENGUE,<br />

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS, MENINGITE E TUBERCULOSE NO<br />

BRASIL<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong><br />

Goiânia<br />

2012


TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES<br />

E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS (TEDE) NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG<br />

Na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> titular <strong>do</strong>s direitos <strong>de</strong> autor, autorizo a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio <strong>da</strong> Biblioteca Digital <strong>de</strong><br />

Teses e Dissertações (BDTD/UFG), sem ressarcimento <strong>do</strong>s direitos autorais, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a Lei nº 9610/98, o <strong>do</strong>cumento conforme permissões assinala<strong>da</strong>s<br />

abaixo, para fins <strong>de</strong> leitura, impressão e/ou <strong>do</strong>wnload, a título <strong>de</strong> divulgação <strong>da</strong><br />

produção científica brasileira, a partir <strong>de</strong>sta <strong>da</strong>ta.<br />

1. I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> material bibliográfico: [X ] Dissertação [ ] Tese<br />

2. I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> Tese ou Dissertação<br />

Autor(a): Polyana Maria Pimenta Man<strong>da</strong>carú<br />

CPF: 06114470613 E-mail: pmpman<strong>da</strong>caru@bol.com.br<br />

Seu e-mail po<strong>de</strong> ser disponibiliza<strong>do</strong> na página? [X]Sim [ ] Não<br />

Vínculo Empregatício <strong>do</strong> autor Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Goiás<br />

Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Amparo à pesquisa <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Goiás<br />

Agência <strong>de</strong> fomento:<br />

Sigla: Fapeg<br />

País: Brasil UF: GO CNPJ:<br />

Título: <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas, meningite e<br />

tuberculose no brasil<br />

Palavras-chave: Sistema <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>, Dengue, Doenças exantemáticas, Meningite,<br />

Título em outra<br />

língua:<br />

Palavras-chave em<br />

outra língua:<br />

Tuberculose, Sinan<br />

Timeliness of the <strong>de</strong>ngue, exanthematic diseases, meningitis and tuberculosis<br />

surveillance systems in Brazil<br />

surveillance system, timeliness, <strong>de</strong>ngue, exanthematic diseases, meningitis,<br />

tuberculosis, Sinan<br />

Área <strong>de</strong> concentração:<br />

Data <strong>de</strong>fesa: (28/02/2012)<br />

Epi<strong>de</strong>miologia<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação:<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação <strong>de</strong> Medicina Tropical e Saú<strong>de</strong> Pública<br />

Orienta<strong>do</strong>r(a): Dr. João Bosco Siqueira Júnior<br />

CPF: E-mail: siqueirajb@gmail.com<br />

3. Informações <strong>de</strong> acesso ao <strong>do</strong>cumento:<br />

Concor<strong>da</strong> com a liberação total <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento [ X] SIM [ ] NÃO 1<br />

Haven<strong>do</strong> concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se<br />

imprescindível o envio <strong>do</strong>(s) arquivo(s) em formato digital PDF ou DOC <strong>da</strong> tese ou<br />

dissertação.<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>da</strong> Biblioteca Digital <strong>de</strong> Teses e Dissertações garante aos autores,<br />

que os arquivos conten<strong>do</strong> eletronicamente as teses e ou dissertações, antes <strong>de</strong> sua<br />

disponibilização, receberão procedimentos <strong>de</strong> segurança, criptografia (para não<br />

permitir cópia e extração <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>, permitin<strong>do</strong> apenas impressão fraca) usan<strong>do</strong><br />

o padrão <strong>do</strong> Acrobat.<br />

________________________________________ Data: ____ / ____/___<br />

Polyana Maria Pimenta Man<strong>da</strong>carú<br />

1 Neste caso o <strong>do</strong>cumento será embarga<strong>do</strong> por até um ano a partir <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. A extensão <strong>de</strong>ste<br />

prazo suscita justificativa junto à coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> curso. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento não serão<br />

disponibiliza<strong>do</strong>s durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> embargo.


POLYANA MARIA PIMENTA MANDACARÚ<br />

OPORTUNIDADE DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA DENGUE,<br />

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS, MENINGITE E TUBERCULOSE NO<br />

BRASIL<br />

Orienta<strong>do</strong>r:<br />

Professor Doutor João Bosco Siqueira Júnior<br />

Dissertação <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> apresenta<strong>da</strong> ao Programa<br />

<strong>de</strong> Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saú<strong>de</strong><br />

Pública <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás para<br />

obtenção <strong>do</strong> Título <strong>de</strong> Mestre em Medicina Tropical<br />

e Saú<strong>de</strong> Pública, área <strong>de</strong> concentração em<br />

epi<strong>de</strong>miologia.<br />

Goiânia<br />

2012


M271o<br />

Da<strong>do</strong>s Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />

GPT/BC/UFG<br />

Man<strong>da</strong>carú, Polyana Maria Pimenta.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas, meningite e tuberculose no Brasil [manuscrito] /<br />

Polyana Maria Pimenta Man<strong>da</strong>carú. – 2012.<br />

xiii, 106 f. : il., figs, tabs.<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior.<br />

Dissertação (Mestra<strong>do</strong>) – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás,<br />

Instituto <strong>de</strong> Patologia Tropical e Saú<strong>de</strong> Pública, 2012.<br />

Bibliografia.<br />

Inclui lista <strong>de</strong> figuras, abreviaturas, siglas e tabelas.<br />

Anexos.<br />

1. Sistema <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> – Brasil. 2. Doenças exantemáticas.<br />

3. Vigilância <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue. 4. Vigilância <strong>da</strong> meningite. 5. Vigilância<br />

<strong>da</strong> tuberculose. I. Título.<br />

CDU: 614.4


Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saú<strong>de</strong> Pública<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás<br />

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO<br />

Aluno (a): Polyana Maria Pimenta Man<strong>da</strong>carú<br />

Orienta<strong>do</strong>r (a): Dr. João Bosco Siqueira Júnior<br />

Membros:<br />

1. Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior<br />

2. Profª. Drª. Maria Apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> Silva Vieira<br />

3. Profª. Drª. Ellen Synthia Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira<br />

Data: 28/ 02/2012


DEDICATÓRIA<br />

Dedico este trabalho aos meus pais, Ênio e Tânia,<br />

que, mesmo distantes, acompanham minha jorna<strong>da</strong> com<br />

muito carinho.<br />

i


AGRADECIMENTOS<br />

À Deus, pela presença constante em minha vi<strong>da</strong> e por ser meu refúgio em to<strong>da</strong>s as<br />

horas.<br />

Aos meus pais, Ênio (in memoriam) e Tânia, que me incentivaram em tu<strong>do</strong>,<br />

aconselharam, com carinho e respeito.<br />

Aos meus irmãos, Fabrício, Sabrina e Neusa pelo incentivo, confiança, carinho, apoio e<br />

amor.<br />

Ao meu orienta<strong>do</strong>r, Prof. Dr. João Bosco Siqueira Júnior pela paciência, compreensão,<br />

incentivo e valiosos ensinamentos.<br />

Aos <strong>de</strong>mais professores <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Patologia Tropical e<br />

Saú<strong>de</strong> Pública <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás – UFG, pelo ensino <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

pelos conhecimentos compartilha<strong>do</strong>s.<br />

Às Professoras Dra Ellen Synthia Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira, Dra Nazarete Elias <strong>da</strong> Silva<br />

Nascimento e Dra Marta Rovery <strong>da</strong> Silva Nascimento que gentilmente aceitaram<br />

participar <strong>da</strong> banca <strong>de</strong> qualificação, por suas tão importantes contribuições e sugestões<br />

neste trabalho.<br />

Às professoras Dra Ellen Synthia Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliveira e Dra Maria Apareci<strong>da</strong> <strong>da</strong> Silva<br />

Vieira, pela disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> em participar <strong>da</strong> banca <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e pelas pertinentes<br />

sugestões nesta dissertação.<br />

Ao Cássio Roberto Rocha <strong>do</strong>s Santos, Ítala Alves e James Goodwin pela aju<strong>da</strong> neste<br />

trabalho.<br />

Ao Álvaro José <strong>da</strong> Silva Filho, pelo incentivo inicial e aju<strong>da</strong> em vários momentos<br />

<strong>de</strong>sses anos.<br />

ii


Á colega <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> Ana Laura Zara pelos conhecimentos compartilha<strong>do</strong>s e amiza<strong>de</strong>.<br />

Às amigas, Jakeline Ribeiro Barbosa, Alessa Soares Alves, Whiliane Marinho, Hellen<br />

Thaíse e Márcia Helena pelo companherismo, apoio, incentivo, carinho, amiza<strong>de</strong>,<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e participação nesse momento tão importante <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>.<br />

À FAPEG pelo financiamento <strong>da</strong> bolsa <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.<br />

iii


SUMÁRIO<br />

DEDICATÓRIA ......................................................................................................................................... I<br />

AGRADECIMENTOS .............................................................................................................................. II<br />

SUMÁRIO ................................................................................................................................................. IV<br />

LISTA DE QUADROS............................................................................................................................. VI<br />

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................ VII<br />

LISTA DE FIGURAS ...........................................................................................................................VIII<br />

SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................................................. IX<br />

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................... XI<br />

RESUMO ................................................................................................................................................ XII<br />

ABSTRACT ...........................................................................................................................................XIII<br />

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15<br />

1.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE NO BRASIL ............................................................................ 18<br />

1.1.1Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação-Sinan .................................................................. 20<br />

1.2 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE ........................................................................ 25<br />

1.2.1 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> .................................................................................................................................... 27<br />

1.3 VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL ........................................................................ 29<br />

1.3.1 Tuberculose ....................................................................................................................................... 34<br />

1.3.1.1 Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica ............................................................................................................................... 35<br />

1.3.2 Meningites ......................................................................................................................................... 37<br />

1.3.2.1 Vigilância epi<strong>de</strong>miológica ................................................................................................................................ 38<br />

1.3.3 Doenças exantemáticas ..................................................................................................................... 39<br />

1.3.3.1 Vigilância epi<strong>de</strong>miológica ................................................................................................................................ 41<br />

1.3.4 Dengue .............................................................................................................................................. 44<br />

1.3.4.1 Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica .............................................................................................................................. 45<br />

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................................. 47<br />

3 OBJETIVOS .......................................................................................................................................... 49<br />

3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................................... 49<br />

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................................... 49<br />

4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................. 50<br />

4.1 LOCAL DO ESTUDO ................................................................................................................................ 50<br />

4.2 PERÍODO DO ESTUDO ........................................................................................................................... 50<br />

4.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO ............................................................................................................... 50<br />

4.4 FONTE DE DADOS .................................................................................................................................. 51<br />

4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ....................................................................................................................... 51<br />

4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ...................................................................................................................... 51<br />

4.7 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................................................ 52<br />

4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ....................................................................................................................... 54<br />

5 RESULTADOS ...................................................................................................................................... 55<br />

5.1 INTERVALOS DE OPORTUNIDADE ......................................................................................................... 57<br />

5.1.1 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> Notificação e Diagnóstico/ Primeiros<br />

Sintomas ..................................................................................................................................................... 57<br />

5.1.2 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Investigação – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> Investigação e a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> notificação ... 66<br />

5.1.3 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Digitação – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> digitação e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> notificação ................. 67<br />

5.1.4 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Tratamento – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> início <strong>do</strong> tratamento e <strong>da</strong>ta <strong>do</strong><br />

diagnóstico ................................................................................................................................................. 68<br />

iv


5.1.5 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Encerramento – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> encerramento <strong>do</strong> caso e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong><br />

notificação .................................................................................................................................................. 69<br />

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................................................... 74<br />

7 LIMITAÇÕES ....................................................................................................................................... 82<br />

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 83<br />

9 RECOMENDAÇÕES............................................................................................................................ 84<br />

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 85<br />

ANEXOS ................................................................................................................................................... 94<br />

ANEXO 1 – DESCRIÇÃO DOS ATRIBUTOS DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA ....................... 94<br />

ANEXO 2 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-WINDOWS PARA OS CASOS DE<br />

TUBERCULOSE ...................................................................................................................................... 97<br />

ANEXO 3 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-NET PARA OS CASOS DE<br />

TUBERCULOSE ...................................................................................................................................... 98<br />

ANEXO 4 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-WINDOWS PARA OS CASOS DE<br />

MENINGITE ............................................................................................................................................ 99<br />

ANEXO 5 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-NET PARA OS CASOS DE<br />

MENINGITE .......................................................................................................................................... 100<br />

ANEXO 6 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-WINDOWS PARA OS CASOS DE<br />

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS .......................................................................................................... 101<br />

ANEXO 7 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-NET PARA OS CASOS DE<br />

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS .......................................................................................................... 102<br />

ANEXO 8 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-WINDOWS PARA OS CASOS DE<br />

DENGUE ................................................................................................................................................. 103<br />

ANEXO 9 – FICHA DE NOTIFICAÇÃO VERSÃO SINAN-NET PARA OS CASOS DE DENGUE<br />

.................................................................................................................................................................. 105


LISTA DE QUADROS<br />

Quadro 1 – Sistemas <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> maior relevância para a Vigilância<br />

Epi<strong>de</strong>miológica...........................................................................................................<br />

Quadro 2 – Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória – LNC............................................... 21<br />

Quadro 3 – Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória Imediata – LNCI............................... 22<br />

Quadro 4 – Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória em Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Sentinelas – LNCS...... 23<br />

Quadro 5 – Prazo para inclusão <strong>de</strong> novas retificações no Sinan................................ 28<br />

Quadro 6 – Prazo para encerramento oportuno <strong>da</strong> investigação <strong>do</strong> caso................... 29<br />

Quadro 7 – Lista <strong>do</strong>s principais agentes etiológicos <strong>da</strong>s meningites.......................... 38<br />

Quadro 8 – Variáveis consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s para cálculos <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>...... 53<br />

vi<br />

19


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 – Número <strong>de</strong> casos registra<strong>do</strong>s no Sinan, para, tuberculose, <strong>de</strong>ngue,<br />

meningite e <strong>do</strong>enças Exantemáticas, Brasil, 2005-2008...........................................<br />

Tabela 2 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação, por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan<br />

<strong>de</strong> tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil, 2005...............<br />

Tabela 3 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação, por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan<br />

<strong>de</strong> tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil,<br />

2006...........................................................................................................................<br />

Tabela 4 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação, por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan<br />

<strong>de</strong> tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil,<br />

2007...........................................................................................................................<br />

Tabela 5 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação, por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan<br />

<strong>de</strong> tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil,<br />

2008...........................................................................................................................<br />

Tabela 6 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong><br />

tuberculose, em porcentagem, por faixa etária, Brasil, 2005-2008......................<br />

Tabela 7 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong><br />

meningite, em porcentagem, por faixa etária, Brasil, 2005-2008........................<br />

Tabela 8 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas, em porcentagem, por faixa etária, Brasil, 2005-2008..................<br />

Tabela 9 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue,<br />

em porcentagem, por faixa etária, Brasil, 2005-2008................................................<br />

vii<br />

52<br />

62<br />

62<br />

62<br />

63<br />

64<br />

64<br />

64<br />

65


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 – Fluxo <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s inseri<strong>do</strong>s no Sinan........................................................<br />

Figura 2 – Distribuição <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose, meningite, <strong>de</strong>ngue e <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas notifica<strong>do</strong>s no Sinan por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, 2005-<br />

2008.........................................................................................................................<br />

Figura 3 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

meningite e tuberculose no Brasil, 2005-2008 ........................................................<br />

Figura 4 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para tuberculose, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>,<br />

Brasil, 2005-2008.....................................................................................................<br />

Figura 5 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para meningite, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

Brasil, 2005-2008.....................................................................................................<br />

Figura 6 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para <strong>do</strong>enças exantemáticas, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> Brasil, 2005-2008.....................................................................................<br />

Figura 7 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para <strong>de</strong>ngue, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

Brasil, 2005-2008.....................................................................................................<br />

Figura 8 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> investigação para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas e<br />

meningite, Brasil, 2005-2008...................................................................................<br />

Figura 9 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> digitação para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas e<br />

meningite, Brasil, 2007-2008...................................................................................<br />

Figura 10 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>do</strong> tratamento tuberculose, nos anos 2005-2008............<br />

Figura 11 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

meningite e tuberculose, Brasil, 2005-2008.............................................................<br />

Figura 12 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para tuberculose, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, Brasil, 2005-2008....................................................................................<br />

Figura 13 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para meningite por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, Brasil, 2005-2008....................................................................................<br />

Figura 14 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>do</strong>enças exantemáticas por<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, Brasil, 2005- 2008.....................................................................<br />

Figura 15 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>de</strong>ngue por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>,<br />

Brasil, 2005-2008.....................................................................................................<br />

viii<br />

24<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

61<br />

66<br />

67<br />

68<br />

70<br />

71<br />

72<br />

72<br />

73


BK – Bacilo <strong>de</strong> Koch<br />

SIGLAS E ABREVIATURAS<br />

CDC – Centers for Disease Control and Prevention<br />

Cenepi – Centro Nacional <strong>de</strong> Epi<strong>de</strong>miologia<br />

CEV – Campanha <strong>de</strong> Erradicação <strong>da</strong> Varíola<br />

Datasus – Banco <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

DC – Dengue Clássica<br />

DCC – Dengue com Complicação<br />

DENV 1 – Vírus Dengue 1<br />

DENV 2 – Vírus Dengue 2<br />

DENV 3 – Vírus Dengue 3<br />

DENV 4 – Vírus Dengue 4<br />

DOTS – Directy Observed Treatment Short-Course<br />

ELISA – Enzyme Linked Immunosorbent Assay<br />

FHD – Febre Hemorrágica <strong>da</strong> Dengue<br />

FII – Ficha Individual <strong>de</strong> Investigação<br />

FIN – Ficha Individual <strong>de</strong> Notificação<br />

Fiocruz – Fun<strong>da</strong>ção Oswal<strong>do</strong> Cruz<br />

FSESP – Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública<br />

Funasa – Fun<strong>da</strong>ção Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Hib – Haemophilus Influenzae tipo b<br />

IBGE – Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística<br />

ICR – Infecção Congênita <strong>da</strong> Rubéola<br />

IPTSP – Instituto <strong>de</strong> Patologia Tropical e Saú<strong>de</strong> Pública<br />

LCR – Líqui<strong>do</strong> Cefalorraquidiano<br />

LNC – Lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> Notificação Compulsória<br />

LNCI – Lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> Notificação Compulsória Imediata<br />

LNCS – Lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> Notificação Compulsória em Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Sentinelas<br />

OMS – Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

OPAs – Organização Pan-Americana <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong><br />

PAHO – Pan-American Health Organization<br />

PNCD – Programa Nacional <strong>de</strong> Controle <strong>da</strong> Dengue<br />

ix


SES – Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

SIA – Sistema <strong>de</strong> Informação Ambulatorial<br />

Siab – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>da</strong> atenção Básica<br />

SIM – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Sinan – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação<br />

Sinan-DOS – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação – Versão DOS<br />

Sinan-NET – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação – Versão Net<br />

Sinan-WEB – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação – Versão WEB<br />

Sinan-Win<strong>do</strong>ws – Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação – Versão<br />

Win<strong>do</strong>ws<br />

SIS – Sistema <strong>de</strong> Informação em Saú<strong>de</strong><br />

SNC – Sistema Nervoso Central<br />

SNVE – Sistema Nacional <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica<br />

SPSS – Statistical Package for Social Sciences<br />

SRC – Síndrome <strong>da</strong> Rubéola Congênita<br />

SUS – Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

SVS – Secretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong><br />

TB – Tuberculose<br />

TBMR – Tuberculose Multirresistente<br />

TB-XDR – Tuberculose extensivamente resistente<br />

UF – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

US – Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

WHO – World Health Organization<br />

x


APRESENTAÇÃO<br />

A presente dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> integra uma linha <strong>de</strong> pesquisa, que visa<br />

contribuir com a <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>do</strong> Brasil, sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Profº Dr.<br />

João Bosco Siqueira Júnior, com a equipe <strong>de</strong> pesquisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Patologia<br />

Tropical e Saú<strong>de</strong> Pública <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Goiás, <strong>da</strong> qual fazem parte a,<br />

Profª. Dra. Celina Maria Turchi Martelli, o Dr. Ivan José Maciel, a Dra Marília Dalva<br />

Turchi, a Dra Nazareth Elias Nascimento, a Dra Adriana Guilar<strong>de</strong> e a Dra Valéria<br />

Cristina <strong>de</strong> Rezen<strong>de</strong> Feres em parceria com Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiânia,<br />

Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás e Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Dentro <strong>de</strong>ssa linha <strong>de</strong><br />

pesquisa já foram produzi<strong>da</strong>s várias dissertações <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>. A lista atual <strong>de</strong><br />

dissertações <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> pesquisa está apresenta<strong>da</strong> a seguir:<br />

Mestra<strong>do</strong>. 2009. Gisele Fola<strong>do</strong>r <strong>da</strong> Fonseca - Dengue no Brasil: tendências,<br />

<strong>vigilância</strong> e as epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> 2008.<br />

Mestra<strong>do</strong>. 2009. Juliana Brasiel <strong>da</strong> Silva. - Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> informação<br />

Sinan e SIH-SUS e a proporção <strong>de</strong> casos graves <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue no município <strong>de</strong><br />

Goiânia-GO, 2005-2008: estimativa pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> captura-recaptura.<br />

Mestra<strong>do</strong>. 2011. Jakeline Ribeiro Barbosa. - Avaliação <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Vigilância<br />

Epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> Dengue no Brasil, 2005-2009.<br />

Mestra<strong>do</strong>. 2011. Adriana Crispim <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> Brito. - Avaliação <strong>da</strong> nova<br />

classificação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue a partir <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>ença no Brasil.<br />

Mestra<strong>do</strong>. 2011. Viviane Pimentel Itapema Alves. - Caracterização <strong>da</strong>s epi<strong>de</strong>mias<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue <strong>do</strong> Brasil no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2000 a 2010.<br />

xi


RESUMO<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

meningite e tuberculose no Brasil<br />

A <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica tem entre seus objetivos o fornecimento <strong>de</strong><br />

informações para a execução <strong>de</strong> ações para controle <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e agravos. Nesse<br />

contexto, é fun<strong>da</strong>mental que o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> seja sistemático, oportuno, simples<br />

e corretamente alimenta<strong>do</strong> para produzir <strong>da</strong><strong>do</strong>s com maior quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. De acor<strong>do</strong> com o<br />

Centro <strong>de</strong> Prevenção e Controle <strong>de</strong> Doenças, os <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> Vigilância possuem<br />

atributos essenciais para o funcionamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> sen<strong>do</strong> um <strong>de</strong>stes a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. O<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, meningites, <strong>do</strong>enças exantemáticas e tuberculose a partir <strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s em duas versões <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong><br />

Notificação (Sinan) entre 2005 e 2008. A análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação para os<br />

casos <strong>de</strong> tuberculose observou que mais <strong>de</strong> 50% <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s no mesmo dia <strong>do</strong><br />

diagnóstico, atingin<strong>do</strong> 90% após 40 dias. Para os <strong>de</strong>mais agravos, a mediana <strong>de</strong> tempo<br />

para a notificação foi <strong>de</strong> até 03 dias, com 90% <strong>do</strong>s casos sen<strong>do</strong> notifica<strong>do</strong>s entre 13-17<br />

dias. A oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> notificação foi semelhante <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o sexo. Na análise <strong>da</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação observamos uma excelente oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>, com<br />

90% <strong>do</strong>s casos apresentan<strong>do</strong> o início <strong>de</strong>sse processo no mesmo dia <strong>da</strong> notificação. Para<br />

o intervalo <strong>de</strong> digitação, ocorreu uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> significante com mediana<br />

<strong>do</strong>s casos entre 10-14 dias para eventos agu<strong>do</strong>s e 25 e 31 dias para tuberculose. Na<br />

análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento cerca <strong>de</strong> 70% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose iniciaram<br />

o tratamento no mesmo dia <strong>do</strong> diagnóstico. Na avaliação <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

encerramento <strong>da</strong> investigação, apenas os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue e <strong>do</strong>enças exantemáticas não<br />

apresentaram encerramento oportuno nos anos <strong>de</strong> 2007 e 2008. O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

nacional apresentou oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para a notificação e investigação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os agravos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> versão <strong>do</strong> Sinan. Entretanto, são necessárias<br />

melhorias na oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> digitação, tratamento e encerramento <strong>do</strong>s casos.<br />

Palavras chave: Sistema <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>, Dengue, Doenças exantemáticas,<br />

Meningite, Tuberculose, Sinan<br />

xii


ABSTRACT<br />

Timeliness of the <strong>de</strong>ngue, exanthematic diseases, meningitis and tuberculosis<br />

surveillance systems in Brazil<br />

Epi<strong>de</strong>miologic surveillance has among its goals to provi<strong>de</strong> information for diseases<br />

control. In this context, surveillance activities should be systematic, timely and simple<br />

to produce a<strong>de</strong>quate <strong>da</strong>ta. According to the Center for Disease Prevention and Control<br />

surveillance systems present essential attributes to perform properly, being timeliness<br />

one of these attributes. This work aims to evaluate the timeliness of the surveillance<br />

systems for <strong>de</strong>ngue, meningitis, exanthematic diseases and tuberculosis based on the<br />

<strong>da</strong>ta available from two versions of the National Notifiable Diseases Information<br />

System (Sinan) between 2005 and 2008. The analysis of notification timeliness for<br />

tuberculosis cases has shown that more than 50% of the cases were notified on the same<br />

<strong>da</strong>y of the diagnostic, reaching 90% after 40 dias. For the other diseases evaluated, the<br />

median time for notification was up to 3 <strong>da</strong>ys, with 90% of the cases being reported<br />

within 13 to 17 <strong>da</strong>ys. There was no difference in the timeliness of notification according<br />

to sex. The analysis of investigation timeliness highlighted that 90% of the cases<br />

initiated this process on the same <strong>da</strong>y of the notification. The analysis of the interval for<br />

<strong>da</strong>ta entry in Sinan presented a significant loss of timeliness with a median of 10 to 14<br />

<strong>da</strong>ys after the notification for the acute diseases and 25 to 31 <strong>da</strong>ys for tuberculosis. The<br />

analysis of treatment timeliness for tuberculosis showed that 70% of the cases started<br />

their treatment at the <strong>da</strong>y of diagnostic. The timeliness of case closing was a<strong>de</strong>quate for<br />

all evaluated diseases, except for the <strong>de</strong>ngue and the exanthematic cases in 2007 and<br />

2008. The national surveillance system presented a<strong>de</strong>quate timeliness of notification<br />

and investigation for all the diseases evaluated in this study, regardless of the version of<br />

Sinan. However, it is necessary to improve the timeliness of <strong>da</strong>ta entry, treatment and<br />

completion of the investigation of the cases.<br />

Key words: surveillance system, timeliness, <strong>de</strong>ngue, exanthematic diseases, meningitis,<br />

tuberculosis, Sinan<br />

xiii


1 INTRODUÇÃO<br />

A Revolução Industrial e o aumento acelera<strong>do</strong> <strong>da</strong> urbanização marcam o<br />

momento histórico em que o Esta<strong>do</strong> passa a ter papel relevante na garantia <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

populações. O reconhecimento <strong>da</strong>s relações entre situação sócio-econômica, condições<br />

<strong>de</strong> habitação, saneamento e o aparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças em forma epidêmica são<br />

questões fun<strong>da</strong>mentais na origem <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública (Brasil 2005).<br />

Os interesses e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os países até o momento po<strong>de</strong>riam ser<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e equaciona<strong>do</strong>s por consensos e acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cooperação técnica. Por meio<br />

<strong>da</strong> Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), que se <strong>de</strong>finiram, a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, as<br />

ações e estratégias prioritárias mundiais em <strong>vigilância</strong>, controle e erradicação <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>enças. Dentre essas, a <strong>de</strong> maior envergadura, foi à campanha <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong><br />

malária e a mais eficaz, a campanha <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong> varíola (Brasil 2005).<br />

Nas Américas os programas <strong>de</strong> erradicação se expandiram ao longo <strong>da</strong><br />

déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50 e o Brasil assinou a carta <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> participação em 1959<br />

(Mascarenhas 1973).<br />

Nos programas <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong> malária estavam previstas, na fase <strong>de</strong><br />

consoli<strong>da</strong>ção, ações <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica, que consistia em <strong>de</strong>scobrir, investigar<br />

e suprimir a sua transmissão residual, prevenir e curar as infecções através <strong>do</strong> exame<br />

parasitológico, tratamento antipalúdico, administração em massa <strong>de</strong> medicamentos,<br />

investigação entomológica e epi<strong>de</strong>miológica, controle <strong>de</strong> casos, eliminação <strong>de</strong> focos<br />

mediante borrifamento <strong>de</strong> ação residual e busca ativa nas áreas afeta<strong>da</strong>s. Na fase <strong>de</strong><br />

manutenção, ações para impedir o aparecimento <strong>de</strong> caso autóctone, em área on<strong>de</strong> a<br />

enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> tinha si<strong>do</strong> erradica<strong>da</strong>, marcan<strong>do</strong> assim a implementação <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica, <strong>de</strong> forma institucionaliza<strong>da</strong>, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, inclusive no<br />

Brasil (Brasil 2005; Fossaert et al. 1974).<br />

O objetivo central <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong> malária nos Esta<strong>do</strong>s<br />

Uni<strong>do</strong>s era <strong>de</strong>limitar a região endêmica, e preparar o país para o retorno <strong>do</strong>s veteranos<br />

<strong>de</strong> guerra oriun<strong>do</strong>s <strong>da</strong> África, Mediterrâneo e <strong>do</strong> Pacífico, os quais po<strong>de</strong>riam introduzir<br />

o Plasmodium vivax e contaminar a população americana. A experiência com a malária<br />

<strong>de</strong>monstrou a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>sistema</strong> compreensivo <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, ou seja, <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> informação que permitissem a notificação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças com<br />

cobertura populacional, pois verificou que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações<br />

15


produzi<strong>da</strong>s rotineiramente eram insuficientes e ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s (Brasil 2005; Gonçalves<br />

1990).<br />

A expressão <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica passou a ser aplica<strong>da</strong> ao controle <strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong>enças transmissíveis a partir <strong>de</strong> 1950, para <strong>de</strong>signar uma série <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

subsequentes à etapa <strong>da</strong> campanha <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong> malária, vin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>signar uma <strong>de</strong><br />

suas fases constitutivas. Originalmente, significava “a observação sistemática e ativa <strong>de</strong><br />

casos suspeitos ou confirma<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças transmissíveis e <strong>de</strong> seus contatos”. Tratava-<br />

se, portanto, <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> pessoas, com base em medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> isolamento ou<br />

quarentena, aplica<strong>da</strong>s individualmente, e não <strong>de</strong> forma coletiva (Langmuir 1971;<br />

Langmunir 1976; Brasil 2010b).<br />

A notificação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> poliomielite evi<strong>de</strong>nciou em 1955, a importância<br />

<strong>da</strong> investigação epi<strong>de</strong>miológica para o esclarecimento <strong>da</strong>s ocorrências e a contribuição<br />

que po<strong>de</strong>ria ter para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> conhecimento científico <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças transmissíveis e respectivas estratégias <strong>de</strong> prevenção e<br />

controle (Brasil 2005).<br />

Na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 60, o programa <strong>de</strong> erradicação <strong>da</strong> varíola foi fun<strong>da</strong>mental para<br />

o êxito <strong>da</strong> erradicação <strong>da</strong> mesma, em escala mundial, e serviu <strong>de</strong> base para a<br />

organização <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s nacionais <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica (Brasil 2010b).<br />

Em 1968, a <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica foi o tema central <strong>da</strong> 21ª Assembléia<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, na qual se estabeleceu a abrangência <strong>do</strong> conceito, que permitiria<br />

aplicação a vários problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, além <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças transmissíveis (Brasil<br />

2010b).<br />

No Brasil, as primeiras intervenções <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> para a prevenção e controle<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s sob bases científicas mo<strong>de</strong>rnas, <strong>da</strong>tam <strong>do</strong> início <strong>do</strong> século<br />

XX e foram orienta<strong>da</strong>s pelo avanço <strong>da</strong> era bacteriológica e pela <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong>s ciclos<br />

epi<strong>de</strong>miológicos <strong>de</strong> algumas <strong>do</strong>enças infecciosas e parasitárias. Essas intervenções<br />

consistiram na organização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s campanhas sanitárias com vistas ao controle <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>enças que comprometiam o <strong>de</strong>senvolvimento econômico (Brasil 2005).<br />

A Campanha <strong>de</strong> Erradicação <strong>da</strong> Varíola (CEV) no perío<strong>do</strong> entre 1966 e<br />

1973, foi o marco <strong>da</strong> institucionalização <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica no país,<br />

ten<strong>do</strong> fomenta<strong>do</strong> e apoia<strong>do</strong> a organização <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica na<br />

estrutura <strong>da</strong>s secretarias estaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. As campanhas valiam-se <strong>de</strong> instrumentos<br />

precisos para o diagnóstico <strong>de</strong> casos, combate a vetores, imunização e tratamento em<br />

massa, com mo<strong>de</strong>lo operacional basea<strong>do</strong> em atuações verticais, sob forte inspiração<br />

16


militar, e compreendia fases bem estabeleci<strong>da</strong>s: Fase preparatória, Fase <strong>de</strong> ataque, Fase<br />

<strong>de</strong> consoli<strong>da</strong>ção e Fase <strong>de</strong> manutenção (Brasil 2005).<br />

O termo <strong>vigilância</strong> passa a ser aplica<strong>do</strong> para <strong>de</strong>signar a etapa <strong>de</strong> busca ativa<br />

<strong>de</strong> casos com o objetivo <strong>de</strong> realizar intervenções imediatas <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a bloquear a<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissão. O mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> CEV inspirou a Fun<strong>da</strong>ção Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Pública (FSESP) a organizar, em 1969, um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> notificação semanal <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

seleciona<strong>da</strong>s e disseminar informações pertinentes em um boletim epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong><br />

circulação quinzenal. (Brasil 2005)<br />

Por recomen<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> 5ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, realiza<strong>da</strong> em 1975,<br />

o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> instituiu o Sistema Nacional <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica<br />

(SNVE), por meio <strong>de</strong> legislação específica (Lei nº 6.259/75 e Decreto nº 78.231/76).<br />

Esses instrumentos legais tornaram obrigatória a notificação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças transmissíveis<br />

seleciona<strong>da</strong>s, pela referi<strong>da</strong> lei e atualmente vigente pela portaria MS 104, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong><br />

Janeiro <strong>de</strong> 2011 (Brasil 2010b; Brasil 2011b).<br />

Em 1977, o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> elaborou o primeiro manual <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica, reunin<strong>do</strong> e compatibilizan<strong>do</strong> as normas técnicas então utiliza<strong>da</strong>s para a<br />

<strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, no âmbito <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> controle específicos (Brasil<br />

2010b).<br />

Tal processo fun<strong>da</strong>mentou a consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> bases técnicas e operacionais,<br />

nos níveis nacional e estaduais, que possibilitaram o futuro <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações<br />

<strong>de</strong> impacto no controle <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças evitáveis por imunização, ten<strong>do</strong> como principal êxito<br />

o controle <strong>da</strong> poliomielite no Brasil, na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, abrin<strong>do</strong> perspectivas para a<br />

erradicação <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença no continente americano, finalmente alcança<strong>da</strong> em 1994 (Brasil<br />

2010b).<br />

Em 1990, após a institucionalização <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) a<br />

<strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como:<br />

17<br />

“um conjunto <strong>de</strong> ações que proporciona o conhecimento, a <strong>de</strong>tecção<br />

ou prevenção <strong>de</strong> qualquer mu<strong>da</strong>nça nos fatores <strong>de</strong>terminantes e<br />

condicionantes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> individual ou coletiva, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

recomen<strong>da</strong>r e a<strong>do</strong>tar as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção e controle <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças<br />

ou agravos” (Brasil 1990).<br />

A partir <strong>de</strong> então, as ações <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica passaram a ser<br />

operacionaliza<strong>da</strong>s num contexto <strong>de</strong> profun<strong>da</strong> reorganização <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

brasileiro, caracteriza<strong>da</strong> pela <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>


prestação <strong>de</strong> serviços, fazen<strong>do</strong> com que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> fossem <strong>de</strong><br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> também <strong>do</strong>s municípios, bem como <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

importância no atendimento aos casos suspeitos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação compulsória<br />

(Brasil 2007a).<br />

Atualmente o conceito <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong> é amplamente utiliza<strong>do</strong> para<br />

<strong>de</strong>signar um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública no Brasil; entendi<strong>da</strong> como<br />

integração entre as <strong>vigilância</strong>s epi<strong>de</strong>miológica, sanitária, ambiental e <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r e<br />

em uma concepção amplia<strong>da</strong>, compreendi<strong>da</strong> como uma proposta <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo assistencial em seu conjunto integral (Vilasboas 1998, Teixeira 2003).<br />

A implementação <strong>da</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong>, portanto, é um processo<br />

complexo que articula o “enfoque populacional” (promoção) com o “enfoque <strong>de</strong> risco”<br />

(proteção) e o enfoque clínico (assistência), constituin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> fato uma referência para<br />

a formulação <strong>de</strong> propostas e uma estratégia <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> um conjunto heterogêneo<br />

<strong>de</strong> políticas e práticas que assumem configurações específicas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a situação<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s populações em ca<strong>da</strong> país, esta<strong>do</strong> ou município (Teixeira 2003).<br />

Essa concepção amplia<strong>da</strong> diferencia-se <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo anterior <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica pelo fato <strong>de</strong> abarcar um conjunto <strong>de</strong> práticas que ultrapassam as<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> agravos endêmico-epidêmicos, sen<strong>do</strong> um componente<br />

institucional <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ações <strong>de</strong> monitoramento<br />

contínuo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> esfera <strong>de</strong> governo por meio <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s e análises que evi<strong>de</strong>nciam o<br />

comportamento <strong>do</strong>s principais indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> a questões<br />

relevantes e contribuin<strong>do</strong> para um planejamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais abrangente.<br />

1.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE NO BRASIL<br />

Na concepção <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) um <strong>do</strong>s objetivos básicos<br />

<strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Informações em Saú<strong>de</strong> (SIS), é possibilitar a análise <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

no nível local toman<strong>do</strong> como referencial as microrregiões homogêneas e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>,<br />

necessariamente, as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população na <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> processo<br />

saú<strong>de</strong>-<strong>do</strong>ença. O nível local tem, então, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> não apenas com a alimentação<br />

<strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> informação em saú<strong>de</strong>, mas também com sua organização e gestão ( Brasil<br />

2007b).<br />

Entre os SIS existentes, alguns se <strong>de</strong>stacam por maior relevância para a<br />

<strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica, sen<strong>do</strong> esses <strong>sistema</strong>s apresenta<strong>do</strong>s no Quadro 1.<br />

18


Quadro 1 – Sistemas <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> maior relevância para a Vigilância<br />

Epi<strong>de</strong>miológica<br />

SIGLA<br />

SIM<br />

SINAN<br />

SINASC<br />

SISVAN<br />

SI-API<br />

SIA-SUS<br />

SIAB<br />

CENSO<br />

NOME DO<br />

SISTEMA<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Informações sobre<br />

Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Informações sobre<br />

Agravos <strong>de</strong><br />

Notificação<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Informações Sobre<br />

Nasci<strong>do</strong>s Vivos<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Informações <strong>de</strong><br />

Vigilância<br />

Alimentar<br />

Nutricional<br />

Avaliação <strong>do</strong><br />

Programa <strong>de</strong><br />

Imunização<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Informações<br />

Ambulatoriais <strong>do</strong><br />

SUS<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

Informações sobre<br />

Atenção Básica<br />

Sistema Decenal<br />

<strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s sobre<br />

população<br />

FINALIDADE INDICADORES<br />

Reúne to<strong>da</strong>s as<br />

informações <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong>s os óbitos <strong>do</strong><br />

país<br />

Reúne<br />

Informações sobre<br />

as <strong>do</strong>enças <strong>de</strong><br />

notificação<br />

compulsória <strong>do</strong><br />

país<br />

Reúne to<strong>da</strong>s as<br />

informações sobre<br />

nasci<strong>do</strong>s- vivos <strong>do</strong><br />

país<br />

Reúne<br />

Informações<br />

relativas à situação<br />

alimentar e<br />

nutricional<br />

Reúne<br />

Informações<br />

referentes à<br />

imunização<br />

Reúne<br />

Informações<br />

relativas ao<br />

atendimento<br />

ambulatorial<br />

Informações<br />

relaciona<strong>da</strong>s à<br />

situação <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><br />

realiza<strong>do</strong> pelo SUS Informações<br />

Reúne<br />

Informações<br />

relativas ao<br />

atendimento<br />

realiza<strong>do</strong> pelos<br />

serviços <strong>de</strong><br />

atenção básica <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong><br />

Reúne to<strong>da</strong>s as<br />

informações<br />

relativas à<br />

população<br />

brasileira<br />

relaciona<strong>da</strong>s à<br />

assistência e a<br />

administração<br />

Informações Extra-<br />

Setoriais<br />

19<br />

ÓRGÃO<br />

RESPONSÁVEL<br />

Centro Nacional<br />

<strong>de</strong> Epi<strong>de</strong>miologia-<br />

Cenepi<br />

Departamento <strong>de</strong><br />

Informática <strong>do</strong><br />

SUS- Datasus<br />

Fun<strong>da</strong>ção<br />

Instituto<br />

Brasileiro <strong>de</strong><br />

Geografia e<br />

Estatística IBGE


1.1.1 Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação-Sinan<br />

O Sinan, foi concebi<strong>do</strong> pelo Centro Nacional <strong>de</strong> Epi<strong>de</strong>miologia (Cenepi),<br />

entre 1990 e 1993, com o apoio técnico <strong>do</strong> Datasus para ser opera<strong>do</strong> a partir <strong>da</strong>s<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> o objetivo <strong>de</strong> coletar e processar <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre agravos <strong>de</strong><br />

notificação compulsória em to<strong>do</strong> o território nacional, a partir <strong>do</strong> nível local (Brasil<br />

2010b; Brito 1993).<br />

Foi implanta<strong>do</strong>, <strong>de</strong> forma gradual, a partir <strong>de</strong> 1993 sen<strong>do</strong> esta implantação<br />

realiza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma heterogênea nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s e municípios, não haven<strong>do</strong> uma<br />

coor<strong>de</strong>nação e acompanhamento por parte <strong>do</strong>s gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, nas três esferas <strong>de</strong><br />

governo (Brasil 2007b).<br />

Em 1998, o Cenepi, retoma este processo e constitui uma comissão para<br />

<strong>de</strong>senvolver instrumentos, <strong>de</strong>finir fluxos, criar um novo software para o Sinan e <strong>de</strong>finir<br />

estratégias para sua imediata implantação em to<strong>do</strong> o território nacional, através <strong>da</strong><br />

Portaria Funasa/MS n.o 073 <strong>de</strong> 9/3/98 (Brasil 2007b).<br />

A partir <strong>de</strong> 1998, o uso <strong>do</strong> Sinan foi regulamenta<strong>do</strong>, tornan<strong>do</strong> obrigatória a<br />

alimentação regular <strong>da</strong> base <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s nacional pelos municípios, esta<strong>do</strong>s e Distrito<br />

Fe<strong>de</strong>ral, bem como <strong>de</strong>signan<strong>do</strong> a Fun<strong>da</strong>ção Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (Funasa), por meio <strong>do</strong><br />

Cenepi, como gestora nacional <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> (Brasil 2007b).<br />

Des<strong>de</strong> então, o Sinan passou por mu<strong>da</strong>nças em seus softwares sempre com o<br />

objetivo <strong>de</strong> melhora na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s. A versão inicial <strong>do</strong> Sinan (Sinan-<br />

DOS) <strong>de</strong> 1993 foi substituí<strong>da</strong> pelo Sinan-Win<strong>do</strong>ws em 1998 e pelo Sinan-Net em 2007,<br />

que permanece atualmente vigente com fichas <strong>de</strong> notificação para <strong>de</strong>ngue e influenza,<br />

também sen<strong>do</strong> alimenta<strong>da</strong>s on line (Sinan-Web Dengue e Influenza) (Brasil 2007b).<br />

O Sinan é alimenta<strong>do</strong>, principalmente, pela notificação e investigação <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e agravos que constam <strong>da</strong> lista nacional <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação<br />

compulsória, sen<strong>do</strong> faculta<strong>do</strong> a esta<strong>do</strong>s e municípios incluir outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

importantes em sua região (Brasil 2007b).<br />

A portaria Nº 104, <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2011 <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong><br />

acrescentou alguns agravos na lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação compulsória (LNC), lista<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação imediata (LNCI) e Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória em<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Sentinelas (LNCS) que são <strong>de</strong>scritas nos quadros 2, 3 e 4.<br />

20


Quadro 2 – Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória – LNC<br />

1. Aci<strong>de</strong>ntes por animais peçonhents;<br />

2. Atendimento antirrábico;<br />

3. Botulismo;<br />

4. Carbúnculo ou Antraz;<br />

5. Cólera;<br />

6. Coqueluche;<br />

7. Dengue;<br />

8. Difteria;<br />

9. Doença <strong>de</strong> Creutzfeldt-Jakob;<br />

10. Doença Meningocócica e outras<br />

Meningites;<br />

11. Doenças <strong>de</strong> Chagas Agu<strong>da</strong>;<br />

12. Esquistossomose;<br />

13. Eventos Adversos Pós-Vacinação;<br />

14. Febre Amarela<br />

15. Febre <strong>do</strong> Nilo Oci<strong>de</strong>ntal;<br />

16. Febre Maculosa;<br />

17. Febre Tifói<strong>de</strong>;<br />

18. Hanseníase;<br />

19. Hantavirose;<br />

20. Hepatites Virais;<br />

21. Infecção pelo vírus <strong>da</strong> imuno<strong>de</strong>ficiência<br />

humana - HIV em gestantes e crianças<br />

expostas ao risco <strong>de</strong> transmissão vertical;<br />

22. Influenza humana por novo subtipo; 23.<br />

Intoxicações<br />

23.Exógenas (por substâncias químicas,<br />

incluin<strong>do</strong> agrotóxicos, gases tóxicos e metais<br />

pesa<strong>do</strong>s);<br />

24. Leishmaniose Tegumentar Americana;<br />

25. Leishmaniose Visceral;<br />

Fonte: (Brasil 2011g)<br />

21<br />

26. Leptospirose;<br />

27. Malária;<br />

28. Paralisia Fláci<strong>da</strong> Agu<strong>da</strong>;<br />

29. Peste;<br />

30. Poliomielite;<br />

31. Raiva Humana;<br />

32. Rubéola;<br />

33. Sarampo;<br />

34. Sífilis Adquiri<strong>da</strong>;<br />

35. Sífilis Congênita;<br />

36. Sífilis em Gestante;<br />

37. Síndrome <strong>da</strong> Imuno<strong>de</strong>ficiência<br />

Adquiri<strong>da</strong> - AIDS;<br />

38. Síndrome <strong>da</strong> Rubéola Congênita;<br />

39. Síndrome <strong>do</strong> Corrimento Uretral<br />

Masculino;<br />

40. Síndrome Respiratória Agu<strong>da</strong><br />

Grave associa<strong>da</strong> ao Coronavírus<br />

(SARS-CoV);<br />

41. Tétano;<br />

42. Tuberculose;<br />

43. Tularemia;<br />

44. Varíola; e<br />

45. Violência <strong>do</strong>méstica, sexual e/ou<br />

outras violências.


Quadro 3 – Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória Imediata – LNCI<br />

I. Caso suspeito ou confirma<strong>do</strong> <strong>de</strong>:<br />

1. Botulismo;<br />

2. Carbúnculo ou Antraz;<br />

3. Cólera;<br />

4. Dengue nas seguintes situações:<br />

- Dengue com complicações (DCC),<br />

- Síndrome <strong>do</strong> Choque <strong>da</strong> Dengue (SCD),<br />

- Febre Hemorrágica <strong>da</strong> Dengue (FHD),<br />

- Óbito por Dengue<br />

- Dengue pelo sorotipo DENV<br />

4 nos esta<strong>do</strong>s sem transmissão endêmica <strong>de</strong>sse<br />

sorotipo;<br />

5. Doença <strong>de</strong> Chagas Agu<strong>da</strong>;<br />

6. Doença conheci<strong>da</strong> sem circulação ou com<br />

circulação esporádica no território nacional que<br />

não constam no Anexo I <strong>de</strong>sta Portaria,<br />

como: Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint Louis,<br />

Ilhéus, Mormo, Encefalites Eqüinas <strong>do</strong> Leste,<br />

Oeste e Venezuelana, Chikungunya,<br />

Encefalite Japonesa, entre outras;<br />

7. Febre Amarela;<br />

8. Febre <strong>do</strong> Nilo Oci<strong>de</strong>ntal;<br />

9. Hantavirose;<br />

10. Influenza humana por novo subtipo;<br />

11. Peste;<br />

12. Poliomielite;<br />

13. Raiva Humana;<br />

14. Sarampo;<br />

15. Rubéola;<br />

16. Síndrome Respiratória Agu<strong>da</strong> Grave<br />

associa<strong>da</strong> ao Coronavírus (SARS-CoV);<br />

17. Varíola;<br />

18. Tularemia;<br />

19. Síndrome <strong>de</strong> Rubéola Congênita (SRC).<br />

II - Surto ou agregação <strong>de</strong> casos ou óbitos:<br />

1.Difteria;<br />

2. Doença Meningocócica;<br />

3. Doença Transmiti<strong>da</strong> por Alimentos (DTA)<br />

em embarcações ou aeronaves;<br />

4. Influenza Humana;<br />

5. Meningites Virais;<br />

6. Outros eventos <strong>de</strong> potencial relevância em<br />

saú<strong>de</strong> pública, após a avaliação <strong>de</strong> risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se:<br />

a. Alteração no padrão epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>ença conheci<strong>da</strong>.<br />

Fonte: (Brasil 2011g)<br />

22<br />

b. Doença <strong>de</strong> origem <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>;<br />

c - Exposição a contaminantes químicos;<br />

d - Exposição à água para consumo humano<br />

fora <strong>do</strong>s padrões preconiza<strong>do</strong>s pela SVS;<br />

e. Exposição ao ar contamina<strong>do</strong>, fora <strong>do</strong>s<br />

padrões preconiza<strong>do</strong>s pela Resolução <strong>do</strong><br />

CONAMA;<br />

f. Aci<strong>de</strong>ntes envolven<strong>do</strong> radiações ionizantes<br />

e não ionizantes por fontes não controla<strong>da</strong>s,<br />

por fontes utiliza<strong>da</strong>s nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s industriais<br />

ou médicas e aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> transporte com<br />

produtos radioativos <strong>da</strong> classe 7 <strong>da</strong> ONU.<br />

g. Desastres <strong>de</strong> origem natural ou<br />

antropogênica quan<strong>do</strong> houver <strong>de</strong>saloja<strong>do</strong>s ou<br />

<strong>de</strong>sabriga<strong>do</strong>s;<br />

h. Desastres <strong>de</strong> origem natural ou<br />

antropogênica quan<strong>do</strong> houver<br />

comprometimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

funcionamento e infraestrutura <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> locais em conseqüência evento.<br />

III - Doença, morte ou evidência <strong>de</strong> animais<br />

com agente etiológico que po<strong>de</strong>m acarretar<br />

a ocorrência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças em humanos,<br />

<strong>de</strong>staca-se entre outras classes <strong>de</strong> animais:<br />

1. Primatas não humanos<br />

2. Equinos<br />

3. Aves<br />

4. Morcegos<br />

Raiva: Morcego morto sem causa <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> ou<br />

encontra<strong>do</strong> em situação não usual, tais como:<br />

vôos diurnos, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> alimentar diurna,<br />

incoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> movimentos, agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

contrações musculares, paralisias, encontra<strong>do</strong><br />

durante o dia no chão ou em pare<strong>de</strong>s.<br />

5. Caní<strong>de</strong>os<br />

Raiva: caní<strong>de</strong>os <strong>do</strong>mésticos ou silvestres que<br />

apresentaram <strong>do</strong>ença com sintomatologia<br />

neurológica e evoluíram para morte num<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> até 10 dias ou confirma<strong>do</strong><br />

laboratorialmente para raiva.<br />

Leishmaniose visceral: primeiro registro <strong>de</strong><br />

caní<strong>de</strong>o <strong>do</strong>méstico em área in<strong>de</strong>ne,<br />

confirma<strong>do</strong> por meio <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

laboratorial <strong>da</strong><br />

espécie Leishmania chagasi.<br />

6. Roe<strong>do</strong>res silvestres Peste: Roe<strong>do</strong>res<br />

silvestres mortos em áreas <strong>de</strong> focos naturais<br />

<strong>de</strong> peste.


Quadro 4 – Lista <strong>de</strong> Notificação Compulsória em Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Sentinelas – LNCS<br />

1. Aci<strong>de</strong>nte com exposição a material biológico<br />

relaciona<strong>do</strong> ao trabalho;<br />

2. Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho com mutilações;<br />

3. Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho em crianças e<br />

a<strong>do</strong>lescentes;<br />

4. Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho fatal;<br />

5. Câncer Relaciona<strong>do</strong> ao Trabalho;<br />

6. Dermatoses ocupacionais;<br />

7. Distúrbios Ostemusculares Relaciona<strong>do</strong>s ao<br />

Trabalho (DORT)<br />

Fonte: (Brasil 2011g)<br />

23<br />

8. Influenza humana;<br />

9. Per<strong>da</strong> Auditiva Induzi<strong>da</strong> por Ruí<strong>do</strong><br />

- PAIR relaciona<strong>da</strong> ao trabalho;<br />

10. Pneumoconioses relaciona<strong>da</strong>s ao<br />

trabalho;<br />

11. Pneumonias;<br />

12. Rotavírus;<br />

13. Toxoplasmose adquiri<strong>da</strong> na<br />

gestação e congênita; e<br />

14.Transtornos Mentais Relaciona<strong>do</strong>s<br />

ao Trabalho;<br />

Na composição <strong>de</strong>ssa lista o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra como critérios<br />

epi<strong>de</strong>miológicos; magnitu<strong>de</strong>, a relevância <strong>do</strong> agravo segun<strong>do</strong>, os coeficientes <strong>de</strong> morbi-<br />

mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Potencial <strong>de</strong> Disseminação, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> agente infeccioso <strong>de</strong> se<br />

disseminar em grupos populacionais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> forma <strong>de</strong> transmissão, a<br />

transcendência, a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, portanto a letali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> afecção assim como o grau <strong>de</strong><br />

incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> que a mesma <strong>de</strong>termina; a vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, a existência <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

prevenção primária (vacinas) ou secundária e ações <strong>de</strong> controle que possam impedir a<br />

ocorrência <strong>de</strong> novos casos e <strong>do</strong>s compromissos internacionais, assumi<strong>do</strong>s junto à OMS<br />

e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo regulamento sanitário internacional, que <strong>de</strong>fine as <strong>do</strong>enças <strong>de</strong><br />

notificação internacional (Brasil 2010b).<br />

Adicionalmente, qualquer agravo inusita<strong>do</strong> à saú<strong>de</strong>, isto é afecção<br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> ou ocorrência <strong>de</strong> surto ou epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>ve ser notifica<strong>do</strong>, mesmo não<br />

estan<strong>do</strong> incluí<strong>do</strong> na lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação compulsória (Brasil 2010b).<br />

No Sinan, a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s ocorre pela utilização <strong>de</strong> alguns formulários<br />

padroniza<strong>do</strong>s que são Ficha Individual <strong>de</strong> Notificação (FIN) e Ficha Individual <strong>de</strong><br />

Investigação (FII) (Brasil 2007b; Brasil 2010b).<br />

A FIN é preenchi<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> paciente, quan<strong>do</strong> <strong>da</strong> suspeita <strong>de</strong> problema <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação compulsória, ou <strong>de</strong> interesse nacional, estadual ou municipal, e<br />

encaminha<strong>da</strong> pelas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s assistenciais aos serviços responsáveis pela informação<br />

e/ou <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica. Esta ficha é padroniza<strong>da</strong>, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> o “aviso” <strong>da</strong><br />

notificação com o número sequencial que é digita<strong>do</strong> no Sinan (Brasil 2003; Brasil<br />

2010b).


A FII, na maioria <strong>da</strong>s vezes, configura-se como roteiro <strong>de</strong> investigação,<br />

distinto para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> agravo, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser utiliza<strong>do</strong>, preferencialmente, pelos<br />

serviços municipais <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> ou uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> capacita<strong>da</strong>s para a realização <strong>da</strong><br />

investigação epi<strong>de</strong>miológica. Esta ficha permite obter <strong>da</strong><strong>do</strong>s que possibilitam a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> fonte <strong>de</strong> infecção e mecanismos <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (Brasil<br />

2010b).<br />

Além <strong>do</strong>s instrumentos já referi<strong>do</strong>s, constam, ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ste <strong>sistema</strong>, a<br />

planilha <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> surtos, que é reproduzi<strong>da</strong> pelos municípios, e os<br />

boletins <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong> hanseníase e <strong>de</strong> tuberculose, emiti<strong>do</strong>s pelo próprio<br />

<strong>sistema</strong> (Brasil 2010b).<br />

Após o preenchimento <strong>da</strong> ficha, o <strong>da</strong><strong>do</strong> gera<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve seguir um fluxo <strong>de</strong><br />

repasse <strong>de</strong> informações. As fontes notifica<strong>do</strong>ras <strong>de</strong>verão encaminhá-los para o primeiro<br />

nível informatiza<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> os <strong>da</strong><strong>do</strong>s envia<strong>do</strong>s para os níveis hierárquicos superiores por<br />

meio magnético (arquivos <strong>de</strong> transferência gera<strong>do</strong>s pelo <strong>sistema</strong>), conforme mostra a<br />

figura 1(Brasil 2010b):<br />

Figura 1 – Fluxo <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s inseri<strong>do</strong>s no Sinan<br />

Fonte: (Brasil 2010b)<br />

A informação às autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s sanitárias <strong>de</strong>ve ser feita na suspeita<br />

diagnóstica, sen<strong>do</strong> obrigatória que o profissional notifique, quan<strong>do</strong>, diante <strong>de</strong> um caso, a<br />

hipótese diagnóstica seja uma <strong>da</strong>s afecções lista<strong>da</strong>s (Brasil 2007b).<br />

O SNVE possui para ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> notificação compulsória, um manual<br />

<strong>de</strong> orientação com abrangência nacional no qual está padroniza<strong>do</strong> para ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença<br />

24


pertencente à lista, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> caso suspeito (sinais e sintomas que caracterizam o<br />

caso), critérios <strong>de</strong> confirmação, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> caso confirma<strong>do</strong>, ações <strong>de</strong> prevenção e<br />

controle, <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s e envio <strong>da</strong>s informações e a ficha <strong>de</strong> investigação<br />

epi<strong>de</strong>miológica específica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença. Essa padronização é essencial para a<br />

comparação e análise <strong>da</strong> situação epi<strong>de</strong>miológica (Brasil 2010b).<br />

As fichas <strong>de</strong> investigação epi<strong>de</strong>miológica são específicas para ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença e<br />

contém informações clínicas, <strong>do</strong>s exames e conduta no momento diagnóstico, situações<br />

<strong>de</strong> risco, informações sobre o local provável <strong>de</strong> infecção, <strong>da</strong><strong>do</strong>s sobre comunicantes e<br />

ações <strong>de</strong> controle realiza<strong>da</strong>s no hospital e no <strong>do</strong>micílio (Brasil 2010b).<br />

Os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vincula<strong>do</strong>s ao SUS, públicos ou priva<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vem<br />

possuir serviços organiza<strong>do</strong>s para receber a notificação, fazer a investigação <strong>do</strong> caso e<br />

informar a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> mais próxima <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio e ou trabalho, para que seja realiza<strong>da</strong> a<br />

visita e aplica<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção específica para a <strong>do</strong>ença suspeita (Brasil<br />

2007b; Brasil 2010b).<br />

Um problema importante quanto às informações gera<strong>da</strong>s pelo Sinan, é a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar ca<strong>da</strong> vez mais a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s mesmas, pois nos bancos <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> agravos notifica<strong>do</strong>s observa-se um percentual bastante expressivo <strong>de</strong> vieses <strong>de</strong><br />

preenchimento e digitação, chegan<strong>do</strong> aos níveis hierárquicos superiores com muitas<br />

falhas no preenchimento (Brasil 2005).<br />

1.2 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE<br />

A Vigilância em saú<strong>de</strong> pública é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a sistemática e contínua<br />

coleta, análise e interpretação <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s essencial para o planejamento, implementação e<br />

avaliação <strong>da</strong> prática <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, em estreita integração com a divulgação oportuna<br />

<strong>de</strong>sses <strong>da</strong><strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> necessária a utilização <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> informação para alcance<br />

<strong>de</strong>stes objetivos (Jajosky 2004).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> requer revisões e modificações<br />

periódicas, basea<strong>da</strong>s em critérios explícitos <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, custo e quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Isto po<strong>de</strong> ser<br />

efetua<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s <strong>de</strong> avaliação (Waldman 1998a).<br />

A OMS estabelece as diretrizes para a avaliação <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

em saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> como avaliação: “processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação qualitativa e<br />

quantitativa, por meio <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s específicos e apropria<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> alguma coisa<br />

25


ou acontecimento”, e vincula esse processo ao planejamento, ten<strong>do</strong> em vista que a<br />

avaliação <strong>de</strong>veria ser utiliza<strong>da</strong> como resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s experiências para aperfeiçoar<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em curso ou a serem implanta<strong>da</strong>s (Carvalho 2000).<br />

No processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve-se levar sempre em consi<strong>de</strong>ração que os<br />

<strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> variam em meto<strong>do</strong>logia, abrangência e objetivos, não<br />

obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a uma única versão aplicável em to<strong>do</strong>s os casos e para to<strong>da</strong>s as situações<br />

nacionais e regionais. Devem variar <strong>de</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para socie<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong>-se aos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> existentes, às possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação e análise <strong>de</strong> informação<br />

presentes em ca<strong>da</strong> circunstância (CDC 2001).<br />

Existem na literatura vários guias e diretrizes para a avaliação <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, no presente estu<strong>do</strong> tomaram-se por base, as recomen<strong>da</strong>ções <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong><br />

Prevenção e Controle <strong>de</strong> Doenças, que diz que os <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> Vigilância possuem<br />

atributos essenciais para o funcionamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, que incluem: Atributos<br />

qualitativos (simplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e utili<strong>da</strong><strong>de</strong>) e<br />

quantitativos (quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s, oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

valor preditivo positivo) e que estes <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong>veriam ser avalia<strong>do</strong>s periodicamente,<br />

segun<strong>do</strong> estes atributos, sen<strong>do</strong> que a avaliação <strong>de</strong>veria incluir recomen<strong>da</strong>ções para<br />

melhorar quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, eficiência, e utili<strong>da</strong><strong>de</strong> com o propósito <strong>de</strong> assegurar que os<br />

problemas <strong>de</strong> importância <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública estão sen<strong>do</strong> monitora<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira<br />

eficiente e efetiva (CDC 2001; Teutsch & Churchill 2000; Public Health Agency of<br />

Cana<strong>da</strong> 2004, CDC 2004).<br />

É importante salientar que os atributos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> são<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, e o refinamento <strong>de</strong> um po<strong>de</strong> comprometer o outro (Waldman 1998b).<br />

Os atributos <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> estão <strong>de</strong>scritos no anexo 1, com<br />

exceção <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que esta <strong>de</strong>scrita a seguir.<br />

26


1.2.1 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong><br />

A oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> é <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pelo intervalo <strong>de</strong> tempo entre duas etapas <strong>de</strong><br />

um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, sen<strong>do</strong> a medi<strong>da</strong> chave <strong>de</strong> qualquer <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>,<br />

estan<strong>do</strong> diretamente liga<strong>do</strong> com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> para tomar medi<strong>da</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s<br />

em problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, com base na urgência e no tipo <strong>de</strong> respostas necessárias<br />

(Yoo et al. 2009).<br />

Esse atributo é avalia<strong>do</strong> pela análise <strong>da</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> em cumprir<br />

to<strong>da</strong>s as suas etapas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a notificação <strong>do</strong> caso até a distribuição <strong>do</strong>s boletins<br />

epi<strong>de</strong>miológicos, portanto refere-se à agili<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os diversos passos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s estejam disponíveis para serem<br />

prontamente utiliza<strong>do</strong>s no controle <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (Waldman 1998a, CDC 2004).<br />

Para a avaliação <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> é importante consi<strong>de</strong>rar os prazos <strong>de</strong><br />

inclusão e encerramento <strong>do</strong>s casos no Sinan como <strong>de</strong>termina o Ministério <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><br />

(quadro 5 e 6). Consi<strong>de</strong>ra-se oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> aceitável, como indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong><br />

Sinan, se pelo menos 80% <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s, são encerra<strong>do</strong>s no intervalo <strong>de</strong> tempo<br />

espera<strong>do</strong>, exceto para <strong>de</strong>ngue clássico (Brasil 2011c).<br />

27


Quadro 5 - Prazo para inclusão <strong>de</strong> novas retificações no Sinan<br />

• Botulismo<br />

• Carbúnculo ou Antraz<br />

• Cólera<br />

• Coqueluche<br />

• Dengue<br />

• Difteria<br />

• Doença <strong>de</strong> Creutzfeldt –<br />

Jacob<br />

• Doença <strong>de</strong> Chagas (casos<br />

agu<strong>do</strong>s)<br />

• Doença Meningocócica e<br />

outras Meningites<br />

• Esquistossomose (em área<br />

não endêmica)<br />

• Febre Amarela<br />

• Febre <strong>do</strong> Nilo Oci<strong>de</strong>ntal<br />

• Febre Maculosa<br />

• Febre Tifói<strong>de</strong><br />

• Hantaviroses<br />

• Hepatites Virais<br />

• Influenza Humana por novo<br />

subtipo (pandêmico)<br />

• Leishmaniose Visceral<br />

• Leishmaniose Tegumentar<br />

Americana<br />

• Tuberculose e Hanseníase<br />

28<br />

AGRAVOS PRAZO PARA INCLUSÃO<br />

• Leptospirose<br />

• Malaria<br />

• Meningite por Haemophilus<br />

influenzae<br />

• Peste<br />

• Poliomielite<br />

• Paralisia Fláci<strong>da</strong> Agu<strong>da</strong><br />

• Raiva Humana<br />

• Rubéola<br />

• Síndrome <strong>da</strong> Rubéola Congênita<br />

• Sarampo<br />

• Sífilis Congênita<br />

• Sífilis em gestante<br />

• Síndrome Febril Ictero-<br />

Hemorrágica Agu<strong>da</strong><br />

• Síndrome Respiratória Agu<strong>da</strong><br />

Grave<br />

• Tetano Aci<strong>de</strong>ntal<br />

• Tétano Neonatal<br />

• Tularemia<br />

• Varíola<br />

Até 180 dias após o início <strong>do</strong>s<br />

primeiros sintomas/ <strong>da</strong>ta <strong>do</strong><br />

diagnóstico.<br />

Até 01 ano e 03 meses após a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong><br />

diagnóstico.<br />

• Aids Adulto e Criança Até 03 anos após a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> diagnóstico.<br />

Fonte: (Brasil 2007b)


Quadro 6 – Prazo para encerramento oportuno <strong>da</strong> investigação <strong>do</strong> caso<br />

• Botulismo<br />

• Carbúnculo ou “Antraz”<br />

• Cólera<br />

• Coqueluche<br />

• Doencas Exantemáticas<br />

(Sarampo e Rubéola)<br />

• Dengue<br />

• Difteria<br />

• Doença <strong>de</strong> Creutzfeldt-Jacob<br />

• Doença <strong>de</strong> Chagas (casos<br />

agu<strong>do</strong>s)<br />

• Esquistossomose (em área<br />

não endêmica)<br />

• Eventos Adversos Pós-<br />

Vacinação<br />

• Febre Amarela<br />

• Febre <strong>do</strong> Nilo Oci<strong>de</strong>ntal<br />

• Febre Maculosa<br />

• Febre Tifói<strong>de</strong><br />

• Hepatites Virais<br />

• Leishmaniose Tegumentar Americana<br />

• LeishmanioseVisceral<br />

Síndrome <strong>da</strong> Rubéola Congênita<br />

• Hanseníase<br />

• Tuberculose<br />

Fonte: (Brasil 2007b)<br />

AGRAVOS PRAZO<br />

• Hantaviroses<br />

• Influenza Humana por novo<br />

subtipo (pandêmico)<br />

• Leptospirose<br />

• Malaria<br />

• Meningite<br />

• Peste<br />

• Poliomielite/ Paralisia Fláci<strong>da</strong><br />

Agu<strong>da</strong><br />

• Raiva Humana<br />

• Sífilis Congênita<br />

• Sífilis em gestante<br />

• Síndrome Febril Ictero-<br />

Hemorrágica Agu<strong>da</strong><br />

• Síndrome Respiratória Agu<strong>da</strong><br />

Grave<br />

• Tétano Neonatal e Aci<strong>de</strong>ntal<br />

• Tularemia<br />

• Varíola<br />

1.3 VIGILÂNCIA DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL<br />

29<br />

Até 60 dias após a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> notificação.<br />

Ate 180 dias após a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> notificação.<br />

Ate 180 dias após a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> nascimento<br />

<strong>da</strong> criança.<br />

Paucibacilares: até 180 dias após a <strong>da</strong>ta<br />

<strong>do</strong> diagnóstico<br />

Multibacilares: até 12 meses após a<br />

<strong>da</strong>ta <strong>do</strong> diagnóstico<br />

Até 90 dias após o prazo preconiza<strong>do</strong><br />

para conclusão <strong>do</strong> tratamento, a contar<br />

<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> início <strong>do</strong> tratamento.<br />

Des<strong>de</strong> 1961, o Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta uma lista <strong>de</strong> notificação<br />

compulsória <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, sen<strong>do</strong> a mesma revisa<strong>da</strong> periodicamente com inclusão e<br />

exclusão <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, agravos ou eventos (Brasil 1998).<br />

As <strong>do</strong>enças, agravos ou eventos incluí<strong>do</strong>s nessa lista são <strong>de</strong> importância<br />

para a saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> abrangência nacional em to<strong>da</strong> a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pública e priva<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com critérios <strong>de</strong>ntre os quais po<strong>de</strong>mos citar magnitu<strong>de</strong>, severi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

compromissos internacionais <strong>de</strong>ntre outros. Tais <strong>do</strong>enças <strong>de</strong>vem ser notifica<strong>da</strong>s e


egistra<strong>da</strong>s no Sinan, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> às normas e rotinas estabeleci<strong>da</strong>s pela Secretaria <strong>de</strong><br />

Vigilância em Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> - SVS/MS (Brasil 1998).<br />

A tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue fazem parte<br />

<strong>de</strong>ssa lista <strong>de</strong> notificação compulsória sen<strong>do</strong> que a relevância <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

<strong>de</strong>sses agravos no Brasil se <strong>de</strong>ve a eleva<strong>da</strong> ocorrência <strong>da</strong>s mesmas no país e por<br />

características específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s agravos <strong>de</strong>scritas a seguir (Brasil 2011g):<br />

• Tuberculose<br />

Certamente, a tuberculose (TB) é uma <strong>da</strong>s mais antigas <strong>do</strong>enças que afligem<br />

a humani<strong>da</strong><strong>de</strong>. No cenário brasileiro, vem se firman<strong>do</strong> como uma <strong>da</strong>s principais causas<br />

<strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong>, atingin<strong>do</strong> indistintamente diversas faixas etárias e classes sociais<br />

(Ruffino Neto 2001).<br />

A grave situação mundial <strong>da</strong> tuberculose está intimamente liga<strong>da</strong> ao<br />

aumento <strong>da</strong> pobreza, à má distribuição <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e à urbanização acelera<strong>da</strong>. Este quadro<br />

contribui para a manutenção <strong>da</strong> pobreza, pois, como a Aids, a tuberculose atinge,<br />

principalmente, indivíduos que po<strong>de</strong>riam ser economicamente ativos. A epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />

Aids e o controle insuficiente <strong>da</strong> tuberculose apontam para a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s<br />

enérgicas e eficazes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública (Hijjar et al. 2001).<br />

A distribuição geográfica <strong>da</strong> tuberculose é universal, mas, concentra-se em<br />

22 países, <strong>do</strong>s quais 10 estão situa<strong>do</strong>s na Ásia, 10 na África, 01 na Europa e 1 na<br />

América Latina - o Brasil - que, em seu conjunto, abrigam 80% <strong>do</strong>s casos existentes no<br />

mun<strong>do</strong>, exibin<strong>do</strong> incidência que varia <strong>de</strong> 64/100.000 - taxa brasileira - a 628/100.000<br />

encontra<strong>da</strong> em Zimbabwe (Teixeira 2011).<br />

O aumento global <strong>da</strong> incidência <strong>da</strong> tuberculose, observa<strong>da</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong><br />

déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, alcançou seu pico em 2004 e foi segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma que<strong>da</strong> lenta, associa<strong>da</strong> à<br />

obtenção <strong>de</strong> cura <strong>de</strong> 85% <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s em países que a<strong>do</strong>taram a estratégia<br />

directly observed treatment, short-course (DOTS), proposta em 1993(Kritski 2010).<br />

Entretanto, os indica<strong>do</strong>res epi<strong>de</strong>miológicos foram diferentes, em regiões<br />

on<strong>de</strong> é eleva<strong>da</strong> a carga <strong>de</strong> HIV ou on<strong>de</strong> foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s focos <strong>de</strong> TB multirresistente<br />

(TB-MR) ou TB extensivamente resistente (TB-XDR) (Kritski 2010).<br />

30


• Meningites<br />

Meningites são consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s um grave problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública atual em<br />

to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por sua presença frequente na literatura científica<br />

internacional e brasileira (Peltola 1983; Barroso et al. 1998).<br />

As meningites têm distribuição mundial e sua expressão epi<strong>de</strong>miológica,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferentes fatores, como o agente infeccioso, a existência <strong>de</strong> aglomera<strong>do</strong>s<br />

populacionais, características socioeconômicas <strong>do</strong>s grupos populacionais e <strong>do</strong> meio<br />

ambiente. A OMS divulgou, no ano <strong>de</strong> 1997, uma estimativa <strong>de</strong> que ocorreram, no<br />

mun<strong>do</strong>, aproxima<strong>da</strong>mente 500 mil casos <strong>de</strong>sse agravo, e que 50 mil culminaram em<br />

mortes causa<strong>da</strong>s pelo meningococo (Noronha et al. 1997; Brasil 2010b).<br />

No Brasil, entre 1990 e 2000, foram notifica<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> 297.000 casos<br />

confirma<strong>do</strong>s <strong>de</strong> meningite, sen<strong>do</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 16.000 (5,4%) por Haemophilus<br />

influenzae. A letali<strong>da</strong><strong>de</strong> global era <strong>de</strong> 17%, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> 20% para os menores <strong>de</strong> um ano e<br />

<strong>de</strong> 12% para os casos entre 1 e 4 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> (Brasil 2000).<br />

• Sarampo<br />

Sarampo é uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre crianças<br />

menores <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong> as <strong>de</strong>snutri<strong>da</strong>s e as que vivem em países<br />

sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s (Brasil 2010 a).<br />

A <strong>do</strong>ença distribui-se facilmente em áreas com alta <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional,<br />

não existin<strong>do</strong> predisposição quanto à raça, sexo e i<strong>da</strong><strong>de</strong>. A maior letali<strong>da</strong><strong>de</strong> está<br />

associa<strong>da</strong> a condições socioeconômicas <strong>de</strong>sfavoráveis. Antes <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> vacina, a<br />

<strong>do</strong>ença infectava quase 100% <strong>da</strong> população e testes sorológicos confirmavam que 95 a<br />

98% <strong>da</strong> população já tinham a<strong>do</strong>eci<strong>do</strong> entre 15 e 18 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> (Black 1982; Brasil<br />

2010b).<br />

Atualmente, a Europa enfrenta um surto <strong>de</strong> sarampo, em que 35 países<br />

registram mais <strong>de</strong> 11.500 casos, até o momento (a Bélgica registrou 206 casos até julho<br />

<strong>de</strong> 2011, em comparação com 40 casos no <strong>de</strong> 2010; e a França confirmou 7.324 casos,<br />

<strong>de</strong> janeiro a julho <strong>de</strong> 2011, em comparação com 5.019 casos notifica<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o ano<br />

<strong>de</strong> 2010). Investigações epi<strong>de</strong>miológicas e genotipagem têm confirma<strong>do</strong> a transmissão<br />

<strong>do</strong> vírus <strong>do</strong> sarampo entre os vários países <strong>da</strong> região e para as Américas (Brasil 2011e).<br />

No Brasil, o sarampo é <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> notificação compulsória <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1968. Até<br />

1991, o país enfrentou nove epi<strong>de</strong>mias, sen<strong>do</strong> uma a ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>is anos, em média (Brasil<br />

2010 a).<br />

31


Os últimos casos autóctones confirma<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sarampo <strong>da</strong>tam <strong>de</strong> 2000, então,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001 não existe circulação autóctone <strong>do</strong> vírus (Brasil 2011e).<br />

Entre 2001 e 2006 foram registra<strong>do</strong>s 67 casos confirma<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sarampo,<br />

sen<strong>do</strong> que quatro foram casos importa<strong>do</strong>s (Japão, Europa e Ásia) e 63 relaciona<strong>do</strong>s aos<br />

casos importa<strong>do</strong>s (Brasil 2011e).<br />

Em 2006, foram confirma<strong>do</strong>s 57 casos no esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia, on<strong>de</strong> mesmo<br />

conseguin<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar o vírus responsável pelo surto (D4) não se conseguiu<br />

i<strong>de</strong>ntificar o caso importa<strong>do</strong>. Em 2010, o Brasil enfrentou três surtos <strong>de</strong> sarampo nos<br />

esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Pará, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul e Paraíba. Em 2011 foram confirma<strong>do</strong>s <strong>de</strong>zoito<br />

casos <strong>de</strong> sarampo (SP: 3; MS: 1; RS: 7;RJ: 4; DF: 1; BA: 1; PI, 1) <strong>do</strong>s quais sete<br />

apresentaram histórico <strong>de</strong> viagem à Europa, um proveniente <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e os<br />

<strong>de</strong>mais foram relaciona<strong>do</strong>s aos casos importa<strong>do</strong>s (Brasil, 2010a; Brasil 2011e).<br />

• Rubéola<br />

A rubéola apresenta alta transmissibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e tem sua importância<br />

epi<strong>de</strong>miológica relaciona<strong>da</strong> à síndrome <strong>da</strong> rubéola congênita (SRC). A infecção na<br />

gravi<strong>de</strong>z acarreta inúmeras complicações para a mãe. Até o final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, a<br />

magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> rubéola era <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong> no Brasil, mas com a realização <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

sobre a prevalência <strong>de</strong> anticorpos contra a rubéola em alguns grupos populacionais, foi<br />

possível orientar a <strong>de</strong>finição e a implementação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> vacinação contra a<br />

<strong>do</strong>ença (Brasil 2010 a).<br />

Em 1998, apenas 41% <strong>do</strong>s países e territórios notificavam casos suspeitos<br />

<strong>de</strong> SRC, chegan<strong>do</strong> a 100% em 2003. A notificação semanal pelos países começou<br />

somente em 2005, quan<strong>do</strong> foram registra<strong>do</strong>s 1.952 casos suspeitos com 20<br />

confirmações. Em 2006, houve uma redução, registran<strong>do</strong>-se 1.227 notificações e 10<br />

casos confirma<strong>do</strong>s <strong>da</strong> SRC. Os casos <strong>de</strong> SRC e <strong>de</strong> infecção congênita por rubéola<br />

(ICR) passaram <strong>de</strong> 23, em 2002, para 17, em 2009. A repercussão na redução <strong>da</strong><br />

incidência <strong>da</strong> rubéola e <strong>da</strong> SRC foi mais forte nos países que, em campanhas,<br />

vacinaram homens e mulheres (Brasil 2010a).<br />

• Dengue<br />

Hoje a Dengue é a arbovirose mais importante <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Cerca <strong>de</strong> 2,5<br />

bilhões <strong>de</strong> pessoas encontram-se sob risco <strong>de</strong> se infectarem, particularmente em países<br />

tropicais, on<strong>de</strong> a temperatura e a umi<strong>da</strong><strong>de</strong> favorecem a proliferação <strong>do</strong> mosquito vetor.<br />

32


Entre as <strong>do</strong>enças reemergentes é a que se constitui em problema mais grave <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública (Tauil 2002).<br />

Existem ain<strong>da</strong> diversas questões a serem esclareci<strong>da</strong>s sobre a <strong>do</strong>ença, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a eliminação <strong>do</strong>s locais on<strong>de</strong> os mosquitos se reproduzem até o combate à ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

transmissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> políticas nacionais <strong>de</strong> controle <strong>da</strong><br />

mesma (Brasil 2010b).<br />

Em 1990, ocorre no Brasil o aumento <strong>da</strong> circulação <strong>do</strong> DENV-1 e <strong>da</strong><br />

introdução <strong>do</strong> DENV-2 no Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> a incidência atinge 165,7 por 100 mil<br />

habitantes, naquele ano, e, em 1991, 613,8 casos por 100 mil habitantes. É neste<br />

perío<strong>do</strong> que surgem os primeiros registros <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue hemorrágico, com 1.316<br />

notificações, 462 confirmações diagnósticas e oito óbitos (Brasil 1999a).<br />

Cabe <strong>de</strong>stacar a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> 1994 no Ceará, com 47.221<br />

notificações e uma taxa <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> 711,88 por 100 mil habitantes. São registra<strong>do</strong>s<br />

185 casos suspeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue hemorrágico, com 25 confirmações e 12 óbitos (Pessoa<br />

& Evangelista 1994).<br />

A Região Nor<strong>de</strong>ste é a que apresenta o maior risco <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ecer <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996.<br />

Em 1998, algumas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s registram taxas <strong>de</strong> incidência superiores a 1000<br />

por 100 mil habitantes, sen<strong>do</strong> mais eleva<strong>da</strong> na Paraíba, com 1807,4 por 100 mil<br />

habitantes (Brasil 1999a).<br />

Em 1999, houve um <strong>de</strong>clínio significativo na incidência <strong>do</strong> <strong>de</strong>ngue no país<br />

(121,6 por 100 mil habitantes até 20/10) que possivelmente se <strong>de</strong>ve ao esgotamento <strong>de</strong><br />

susceptíveis, nas áreas on<strong>de</strong> a circulação viral foi muito intensa nos últimos anos, e à<br />

algum efeito na redução nos índices <strong>de</strong> infestação <strong>do</strong> vetor (Brasil 1999a).<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000 foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> a circulação <strong>do</strong> DENV 3 no esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e em novembro <strong>de</strong> 2001 nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Roraima, causan<strong>do</strong> uma<br />

epi<strong>de</strong>mia em 2002, segui<strong>da</strong> por rápi<strong>da</strong> dispersão <strong>de</strong>sse sorotipo para outros esta<strong>do</strong>s. Em<br />

2004, 23 esta<strong>do</strong>s já apresentavam circulação simultânea <strong>do</strong>s DENV 1, DENV 2 e<br />

DENV 3 (Casali et al. 2004; Siqueira et al. 2005; Araújo et al. 2008).<br />

O DENV-4 foi introduzi<strong>do</strong> nas Américas em 1981, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então tem<br />

circula<strong>do</strong> continuamente no Caribe e no norte <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul, com pouca evidência<br />

<strong>de</strong> transmissão no Sul <strong>do</strong> continente nos últimos 29 anos (Pinheiro & Corber 1997).<br />

Após 28 anos sem circulação <strong>do</strong> DENV-4 no Brasil, foi <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> este<br />

sorotipo em 2008, em Manaus, em três pacientes sem qualquer história <strong>de</strong> viagem para<br />

fora <strong>do</strong> Brasil, em julho <strong>de</strong> 2010 em Boa Vista (RR) e em janeiro <strong>de</strong> 2011 em Belém<br />

33


(PA) e Manaus (AM), casos esses consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s autóctones levan<strong>do</strong> o Ministério <strong>da</strong><br />

Saú<strong>de</strong> a emitir alerta a to<strong>da</strong>s as secretarias estaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (Melo et al. 2009; Brasil<br />

2011d).<br />

A <strong>de</strong>ngue e a febre hemorrágica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue (FHD), são endêmicas em mais<br />

<strong>de</strong> 100 países membros <strong>da</strong> OMS, excetuan<strong>do</strong>-se a região européia, ten<strong>do</strong> maior<br />

incidência no su<strong>de</strong>ste <strong>da</strong> Ásia, no oeste <strong>do</strong> Pacífico e nas Américas (WHO 1997).<br />

1.3.1 Tuberculose<br />

A tuberculose é uma <strong>do</strong>ença causa<strong>da</strong> pela Mycobacterium tuberculosis,<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> em 1882 por Robert Koch, também conheci<strong>do</strong> como bacilo <strong>de</strong> Koch (BK)<br />

sen<strong>do</strong> o homem, o reservatório principal. Em algumas regiões, o ga<strong>do</strong> bovino <strong>do</strong>ente e<br />

em raras ocasiões, os primatas, aves e outros mamíferos. O bacilo <strong>da</strong> tuberculose po<strong>de</strong><br />

se instalar nos pulmões (tuberculose pulmonar) ou em outras partes <strong>do</strong> organismo como,<br />

por exemplo, gânglios, ossos, meninges (tuberculose extra-pulmonar) (Melo 1996;<br />

Foxman & Riley 2001; Brasil 2010 b).<br />

A fonte <strong>de</strong> infecção <strong>da</strong> tuberculose é o indivíduo com a forma pulmonar <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>ença (bacilífero), que elimina bacilos para o exterior. A tuberculose é transmiti<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

pessoa a pessoa, principalmente, através <strong>do</strong> ar (Melo & Hijjar 1997).<br />

A transmissão é plena, enquanto o <strong>do</strong>ente estiver eliminan<strong>do</strong> bacilos, e não<br />

tiver inicia<strong>do</strong> o tratamento. Com o esquema terapêutico recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>, a transmissão é<br />

reduzi<strong>da</strong>, gra<strong>da</strong>tivamente, a níveis insignificantes, ao fim <strong>de</strong> poucos dias ou semanas.<br />

As crianças, com tuberculose pulmonar, geralmente não são infectantes (Brasil 2010b).<br />

Após a infecção pelo M. tuberculosis, transcorrem, em média, 4 a 12<br />

semanas para a <strong>de</strong>tecção <strong>da</strong>s lesões primárias. A maioria <strong>do</strong>s novos casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença<br />

pulmonar ocorre em torno <strong>de</strong> 12 meses após a infecção inicial (Brasil 2010b).<br />

Reconheci<strong>da</strong>mente, a pesquisa bacteriológica, é o méto<strong>do</strong> prioritário para o<br />

controle <strong>do</strong> tratamento <strong>da</strong> tuberculose, além <strong>de</strong> permitir a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> principal<br />

fonte <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> infecção: paciente bacilífero (Kritski et al. 2000).<br />

Des<strong>de</strong> o dia 24 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009, o tratamento <strong>da</strong> tuberculose no Brasil<br />

sofreu mu<strong>da</strong>nças aplicáveis aos indivíduos com 10 anos ou mais manten<strong>do</strong>-se o<br />

tratamento anterior para crianças até 10 anos (Brasil 2011b).<br />

34


O esquema básico com quatro fármacos é mundialmente utiliza<strong>do</strong>, com<br />

excelentes resulta<strong>do</strong>s quanto à efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, em particular pela maior a<strong>de</strong>são ao<br />

tratamento. As vantagens <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> apresentação <strong>do</strong>s fármacos são, entre outras, o<br />

maior conforto <strong>do</strong> paciente, pela redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> comprimi<strong>do</strong>s a serem ingeri<strong>do</strong>s;<br />

a impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> isola<strong>da</strong> <strong>de</strong> fármacos e a simplificação <strong>da</strong> gestão<br />

farmacêutica em to<strong>do</strong>s os níveis (Brasil 2011b).<br />

A primeira mu<strong>da</strong>nça consiste na introdução <strong>do</strong> etambutol, como o quarto<br />

fármaco, na fase intensiva <strong>de</strong> tratamento <strong>do</strong> esquema básico; e a segun<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça<br />

consiste em introduzir a apresentação em comprimi<strong>do</strong>s com <strong>do</strong>se fixa combina<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

quatro fármacos, para a fase intensiva <strong>do</strong> tratamento. Os comprimi<strong>do</strong>s são formula<strong>do</strong>s<br />

com <strong>do</strong>ses reduzi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Isoniazi<strong>da</strong> e Pirazinami<strong>da</strong> em relação às atualmente utiliza<strong>da</strong>s<br />

no Brasil (Brasil 2011b).<br />

Além <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças cita<strong>da</strong>s acima, o <strong>sistema</strong> compreen<strong>de</strong>u alterações no<br />

acompanhamento <strong>do</strong> caso, no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> informações, no retratamento <strong>de</strong> casos, e<br />

tratamento para tuberculose resistente (Brasil 2011b).<br />

1.3.1.1 Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica<br />

A <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> TB tem por objetivo o conhecimento <strong>do</strong>s casos <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença<br />

que ocorrem na população, permitin<strong>do</strong> a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s que visam à interrupção <strong>da</strong><br />

sua transmissão para indivíduos susceptíveis. Entretanto, os casos diagnostica<strong>do</strong>s e<br />

notifica<strong>do</strong>s pelos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m representar apenas uma proporção <strong>do</strong>s casos<br />

<strong>de</strong> TB (Assunção et al. 1998).<br />

O Programa <strong>de</strong> Controle <strong>da</strong> Tuberculose <strong>da</strong>s três esferas <strong>de</strong> governo tem o<br />

objetivo <strong>de</strong> reduzir a transmissão <strong>do</strong> bacilo <strong>da</strong> tuberculose na população, por meio <strong>de</strong><br />

ações <strong>de</strong> diagnóstico precoce e tratamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s casos, através <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>da</strong>s possíveis fontes <strong>de</strong> infecção. Devem promover a correta implantação e/ou<br />

implementação <strong>de</strong> condições a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, (capacitação, acesso a exames, medicamentos<br />

e referências) em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção básica que compõem a re<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> mapear as<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, i<strong>de</strong>ntificar e cre<strong>de</strong>nciar uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> referência secundária e terciária.<br />

Essas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m estar estabeleci<strong>da</strong>s em nível municipal, regional ou estadual, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s específicas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região <strong>do</strong> país (Brasil 2010b Brasil<br />

2011b).<br />

35


No Brasil, <strong>de</strong>fine-se como caso <strong>de</strong> tuberculose to<strong>do</strong> indivíduo com<br />

diagnóstico bacteriológico confirma<strong>do</strong> – baciloscopia ou cultura positiva – e indivíduos<br />

com diagnóstico basea<strong>do</strong> em <strong>da</strong><strong>do</strong>s clínico-epi<strong>de</strong>miológicos e em resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> exames<br />

complementares (Brasil 2010b).<br />

Casos suspeitos são aqueles que, apesar <strong>de</strong> sintomatologia compatível,<br />

apresentaram resulta<strong>do</strong>s negativos nos exames laboratoriais. Principalmente, quan<strong>do</strong> se<br />

confirma outra patologia, na busca <strong>de</strong> diagnóstico diferencial (Brasil 2010b; Brasil<br />

2011b).<br />

Os municípios <strong>de</strong>vem estruturar a busca ativa e confirmação <strong>de</strong> casos, bem<br />

como sua comunicação imediata, por meio <strong>da</strong> notificação no Sinan (Brasil 2010b).<br />

Os casos novos, os reingressos após aban<strong>do</strong>no, as recidivas e os casos que<br />

transferiram seu tratamento para outra uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, oficialmente ou não, <strong>de</strong>vem<br />

ser notifica<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> a ficha <strong>de</strong> notificação/investigação <strong>de</strong> tuberculose (anexos 2 e<br />

3) (Brasil 2011b).<br />

A notificação segue um fluxo e periodici<strong>da</strong><strong>de</strong> estabeleci<strong>do</strong>s por portaria<br />

nacional e complementa<strong>do</strong>s por portarias estaduais/municipais. A entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong><br />

ficha <strong>de</strong> notificação/investigação no Sinan <strong>de</strong>verá ser realiza<strong>da</strong> sempre pelo município<br />

notificante, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> local <strong>de</strong> residência <strong>do</strong> paciente (Brasil 2010b).<br />

Portanto, o primeiro nível informatiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sinan no município é<br />

responsável pela digitação, tanto <strong>do</strong>s casos resi<strong>de</strong>ntes no próprio município, quanto<br />

<strong>da</strong>queles resi<strong>de</strong>ntes em outros municípios e notifica<strong>do</strong>s por ele. As<br />

correções/complementações <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>verão ser efetua<strong>da</strong>s, sempre, pelo primeiro<br />

nível informatiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> Sinan no município. Após a transferência <strong>do</strong> registro corrigi<strong>do</strong><br />

para o próximo nível <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>, to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>mais serão atualiza<strong>do</strong>s (Brasil 2010b).<br />

Outros <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> informação em saú<strong>de</strong> em que possa estar registra<strong>da</strong> a<br />

tuberculose <strong>de</strong>vem ser monitora<strong>do</strong>s, tais como Sistema <strong>de</strong> Informação Ambulatorial –<br />

SIA, Sistema <strong>de</strong> Informação Hospitalar – SIH, Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>da</strong> Atenção<br />

Básica – Siab, Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> – SIM (Brasil 2010b).<br />

Por ser uma enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> características crônicas, a evolução <strong>do</strong> caso <strong>de</strong><br />

tuberculose <strong>de</strong>ve ser acompanha<strong>da</strong>, e registra<strong>da</strong> em notificação, para que o caso possa<br />

ser encerra<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os critérios a seguir (Brasil 2010b):<br />

Alta por cura – pulmonares inicialmente positivos, ao completar o tratamento, o<br />

paciente apresenta duas baciloscopias negativas: uma na fase <strong>de</strong> acompanhamento, e<br />

outra no final <strong>do</strong> tratamento.<br />

36


Alta por completar o tratamento – a alta será <strong>da</strong><strong>da</strong> com base em critérios clínicos e<br />

radiológicos.<br />

Alta por aban<strong>do</strong>no <strong>de</strong> tratamento – será <strong>da</strong><strong>da</strong> ao <strong>do</strong>ente que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> comparecer à<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> por mais <strong>de</strong> 30 dias consecutivos, após a <strong>da</strong>ta prevista para seu retorno.<br />

Alta por mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> diagnóstico – será <strong>da</strong><strong>da</strong> quan<strong>do</strong> for constata<strong>do</strong> erro no diagnóstico.<br />

Alta por óbito – será <strong>da</strong><strong>da</strong> por ocasião <strong>do</strong> conhecimento <strong>da</strong> morte <strong>do</strong> paciente, durante o<br />

tratamento e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> causa.<br />

Alta por falência – será <strong>da</strong><strong>da</strong> quan<strong>do</strong> houver persistência <strong>da</strong> positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> escarro ao<br />

final <strong>do</strong> 4° ou 5° mês <strong>de</strong> tratamento.<br />

Alta por transferência – será <strong>da</strong><strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>ente for transferi<strong>do</strong> para outro serviço <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>.<br />

1.3.2 Meningite<br />

A meningite consiste basicamente na ocorrência <strong>de</strong> um processo infeccioso<br />

ou não <strong>da</strong>s meninges. Essa <strong>do</strong>ença po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> evolução agu<strong>da</strong>; particularmente causa<strong>da</strong><br />

por bactérias, vírus ou <strong>de</strong> evolução crônica, quan<strong>do</strong> produzi<strong>da</strong> por protozoários,<br />

espiroquetas, helmintos, fungos ou micobactérias, conforme <strong>de</strong>scrito no quadro 7<br />

(Veronesi & Focaccia 1996; Ferreira & Ávila 2001).<br />

Caracteriza-se por: febre, cefaléia intensa, vômito e sinais <strong>de</strong> irritação nas<br />

meninges (rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> nuca, sinal <strong>de</strong> Kerning, sinal <strong>de</strong> Brudzinski, sinal <strong>de</strong> Lasegue),<br />

acompanha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> alterações <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> cefalorraquidiano (LCR). Relaciona-se com<br />

complicações, tanto imediatas quanto tardias, que po<strong>de</strong>m culminar com <strong>da</strong>nos<br />

irreversíveis ao Sistema Nervoso Central (SNC) ou levar ao óbito (Vieira 2001; Brasil<br />

2006a).<br />

A transmissão ocorre <strong>de</strong> pessoa a pessoa, através <strong>da</strong>s vias respiratórias, por<br />

gotículas e secreções <strong>da</strong> nasofaringe ou por transmissão fecal-oral, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância em infecções por enterovírus (Brasil 2010b).<br />

37


Quadro 7 – Lista <strong>do</strong>s principais agentes etiológicos <strong>da</strong>s meningites<br />

Bactérias Vírus Outros<br />

Neisseria meningitidis<br />

Haemophilus influenzae<br />

Streptococcus pneumoniae<br />

Mycobacterium Tuberculosis<br />

Staphylococcus aureus<br />

Pseu<strong>do</strong>mona aeruginosa<br />

Escherichia coli<br />

Klebsiella sp<br />

Enterobacter sp<br />

Salmonella sp<br />

Proteus sp<br />

Listeria Monocytogenes<br />

Leptospira sp<br />

Fonte: (Brasil 2010b)<br />

RNA Vírus<br />

Enterovírus<br />

Arbovírus<br />

Vírus <strong>do</strong> Sarampo<br />

Vírus <strong>da</strong> Caxumba<br />

Arenavírus – Coriomeningite linfocitária<br />

HIV 1<br />

DNA Vírus<br />

A<strong>de</strong>novírus<br />

Vírus <strong>do</strong> grupo Herpes<br />

Varicela Zoster<br />

Epstein Barr<br />

Citomegalovírus<br />

Fungos<br />

38<br />

Cryptococcus neoformans<br />

Candi<strong>da</strong> albicans e<br />

C. tropicallis<br />

Protozoários<br />

Toxoplasma gondii<br />

Trypanosoma cruzi<br />

Plasmodium sp<br />

Helmintos<br />

Infecção larvária <strong>da</strong> Taenia<br />

solium<br />

Cysticercus cellulosae<br />

(Cisticercoso)<br />

O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação, é <strong>de</strong> 2 a 10 dias, em média <strong>de</strong> 3 a 4 dias. A<br />

meningite tuberculosa, em geral, ocorre nos primeiros 6 meses após a infecção com<br />

transmissibili<strong>da</strong><strong>de</strong> variável, no caso <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença meningocócica, persiste até que o<br />

meningococo <strong>de</strong>sapareça <strong>da</strong> nasofaringe (Brasil 2010b).<br />

O tratamento com antibiótico <strong>de</strong>ve ser instituí<strong>do</strong> para meningite bacteriana,<br />

preferencialmente logo após a punção lombar e a coleta <strong>de</strong> sangue para hemocultura. O<br />

uso <strong>de</strong> antibiótico <strong>de</strong>ve ser associa<strong>do</strong> a outros tipos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> suporte, como<br />

reposição <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sa assistência. Nos casos <strong>de</strong> meningite viral, o<br />

tratamento antiviral específico não tem si<strong>do</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong> (Brasil 2010b).<br />

1.3.2.1 Vigilância epi<strong>de</strong>miológica<br />

No Brasil a <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong>s meningites compreen<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um caso suspeito até a a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

prevenção e controle <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Teve sua implantação em 1975 para<br />

controle <strong>de</strong> surtos <strong>da</strong> meningite meningocócica, sen<strong>do</strong> incorpora<strong>da</strong> a esse <strong>sistema</strong> a<br />

<strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> outras meningites <strong>de</strong> interesse para a saú<strong>de</strong> pública, como a meningite


tuberculosa, a meningite por H. influenzae, a meningite por S. pneumoniae e as<br />

meningites virais (Brasil 2010b).<br />

A partir <strong>de</strong> 2004, foi <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> a implementação <strong>do</strong> diagnóstico<br />

laboratorial <strong>de</strong> meningite viral, com o intuito <strong>de</strong> conhecer melhor os agentes virais<br />

causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> meningite no país (Brasil 2010b).<br />

É <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como caso suspeito <strong>de</strong> meningite to<strong>da</strong> criança acima <strong>de</strong> 1 ano <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> e adultos com febre, cefaléia intensa, vômitos em jato, rigi<strong>de</strong>z <strong>da</strong> nuca, sinais <strong>de</strong><br />

irritação meníngea, convulsões e/ou manchas vermelhas no corpo e crianças abaixo <strong>de</strong> 1<br />

ano <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> é importante consi<strong>de</strong>rar, para a suspeita diagnóstica, sinais <strong>de</strong><br />

irritabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, e verificar a existência <strong>de</strong> abaulamento <strong>de</strong> fontanela (Brasil 2010b).<br />

É, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> to<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, público ou priva<strong>do</strong>, notificar<br />

to<strong>do</strong> caso suspeito às autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verão provi<strong>de</strong>nciar <strong>de</strong><br />

forma imediata, a investigação epi<strong>de</strong>miológica e avaliar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong>s<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle pertinentes. A investigação <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong>ve ser feita e o<br />

encerramento <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> após a verificação <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as informações necessárias<br />

para a conclusão <strong>do</strong> caso, no prazo máximo <strong>de</strong> 60 dias após notificação no Sinan<br />

(anexos 4 e 5) (Brasil 2010b).<br />

1.3.3 Doenças exantemáticas<br />

O sarampo e a rubéola são <strong>do</strong>enças infecciosas agu<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> natureza viral,<br />

grave, transmissível, extremamente contagiosas, imunopreviníveis sen<strong>do</strong> comuns na<br />

infância (Davis 1985; Aca<strong>de</strong>mia americana <strong>de</strong> pediatria 2003; Gershon 2005; Brasil<br />

2010a; Brasil 2010b).<br />

O vírus <strong>do</strong> sarampo pertence ao gênero Morbillivirus, família<br />

Paramyxoviri<strong>da</strong>e e o vírus causa<strong>do</strong>r <strong>da</strong> rubéola, pertence ao gênero Rubivírus, família<br />

Togaviri<strong>da</strong>e, sen<strong>do</strong> o homem o único reservatório para ambos os agravos (American<br />

Aca<strong>de</strong>my of Pediatrics 2000; Valero & Mal<strong>do</strong>na<strong>do</strong> 2006; Brasil 2010b).<br />

A importância epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> rubéola está relaciona<strong>da</strong> ao risco <strong>de</strong><br />

abortos, natimortos, e malformações congênitas, como cardiopatias, catarata e sur<strong>de</strong>z<br />

sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> SRC, quan<strong>do</strong> a infecção ocorre durante a gestação (Davis 1985;<br />

Brunell 1993; American Aca<strong>de</strong>my of Pediatrics 2000; Brasil 2010a).<br />

39


O sarampo é transmiti<strong>do</strong> diretamente <strong>de</strong> pessoa a pessoa, através <strong>da</strong>s<br />

secreções nasofaríngeas, sen<strong>do</strong> também <strong>de</strong>scrito na literatura o contágio por dispersão<br />

<strong>de</strong> gotículas com partículas virais no ar, em ambientes fecha<strong>do</strong>s (Var<strong>da</strong>s & Kreis 1999;<br />

Brasil 2010b).<br />

O processo <strong>de</strong> disseminação <strong>da</strong> rubéola po<strong>de</strong> ocorrer através <strong>de</strong> gotículas,<br />

ou através <strong>de</strong> contato direto com os pacientes ou indiretamente, mesmo sen<strong>do</strong> pouco<br />

frequente, mediante contato com objetos contamina<strong>do</strong>s com secreções nasofaringeanas,<br />

sangue e urina (Davis 1985; Brunell 1993; Brasil 2010b).<br />

O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação <strong>do</strong> Sarampo é <strong>de</strong> 10 dias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> exposição<br />

até o aparecimento <strong>da</strong> febre e cerca <strong>de</strong> 14 dias até o início <strong>do</strong> exantema, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser<br />

transmiti<strong>do</strong> entre 4 e 6 dias <strong>do</strong> aparecimento <strong>do</strong> exantema e 4 dias após, sen<strong>do</strong> a<br />

susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> geral ao vírus. Em geral, no caso <strong>da</strong> rubéola este perío<strong>do</strong> varia <strong>de</strong> 14 a<br />

21 dias, duran<strong>do</strong> em média 17 dias com perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transmissibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

aproxima<strong>da</strong>mente, <strong>de</strong> 5 a 7 dias antes <strong>do</strong> início, e após ao exantema ( Brasil 2010b).<br />

As manifestações clínicas <strong>do</strong> Sarampo caracterizam-se por febre alta, acima<br />

<strong>de</strong> 38,5°C, exantema máculo-papular generaliza<strong>do</strong>, tosse, coriza, conjuntivite e manchas<br />

<strong>de</strong> Koplik (Aca<strong>de</strong>mia americana <strong>de</strong> pediatria 2003; Gershon 2005; Brasil 2010b).<br />

O quadro clínico <strong>da</strong> rubéola é caracteriza<strong>do</strong> por exantema máculo-papular e<br />

puntiforme difuso, inician<strong>do</strong>-se na face, couro cabelu<strong>do</strong> e pescoço, espalhan<strong>do</strong>-se<br />

posteriormente para o tronco e membros (Davis 1985; Brasil 2010b).<br />

Para ambos os agravos, o diagnóstico é realiza<strong>do</strong> mediante <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />

anticorpos IGM no sangue, na fase agu<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros dias até 4<br />

semanas após o aparecimento <strong>do</strong> exantema (Brasil 2010b).<br />

Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo ou por<br />

rubéola. No caso <strong>do</strong> sarampo o tratamento profilático com antibiótico é contra-indicia<strong>do</strong><br />

sen<strong>do</strong> recomendável a administração <strong>da</strong> vitamina A em crianças acometi<strong>da</strong>s pela<br />

<strong>do</strong>ença, a fim <strong>de</strong> reduzir a ocorrência <strong>de</strong> casos graves e fatais. Os sinais e sintomas<br />

apresenta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser trata<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a sintomatologia e terapêutica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

(Brasil 2010b).<br />

40


1.3.3.1 Vigilância epi<strong>de</strong>miológica<br />

Até a formalização <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>do</strong> sarampo, em 1975, com a criação <strong>do</strong><br />

SNVE, as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação individual <strong>de</strong> casos suspeitos e a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />

medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle ocorriam <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

secretarias estaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o que se refletia, <strong>de</strong> forma importante, na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

informações disponíveis (Brasil 2010a).<br />

Entre 1986 e 1991, para otimizar recursos, ficou estabeleci<strong>do</strong> que somente<br />

os surtos <strong>de</strong>veriam ser investiga<strong>do</strong>s, mas em 1992 retorna-se a preconizar a investigação<br />

individual <strong>de</strong> to<strong>do</strong> caso suspeito notifica<strong>do</strong> (Brasil 2010a).<br />

Em 1987, foram realiza<strong>da</strong>s campanhas maciças <strong>de</strong> vacinação, envolven<strong>do</strong><br />

15 esta<strong>do</strong>s, verifican<strong>do</strong>-se uma acentua<strong>da</strong> redução na incidência, nos <strong>do</strong>is anos<br />

seguintes (Brasil 1992).<br />

O Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, em 1991, elaborou o Plano Nacional <strong>de</strong> Controle e<br />

Eliminação <strong>do</strong> Sarampo, com base na situação epi<strong>de</strong>miológica: ocorrência <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mias<br />

<strong>de</strong> sarampo com altas taxas <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> (Brasil 2010 a).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> plano, em 1992, estava sustenta<strong>do</strong> em ações <strong>de</strong><br />

imunização, na <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica e no diagnóstico laboratorial.<br />

O marco inicial foi a Campanha Nacional <strong>de</strong> Vacinação, realiza<strong>da</strong> no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> abril a 25 <strong>de</strong> maio. Foram vacina<strong>do</strong>s mais <strong>de</strong> 48 milhões <strong>de</strong> crianças e<br />

a<strong>do</strong>lescentes, na faixa <strong>do</strong>s nove meses a menor <strong>de</strong> 15 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. A cobertura vacinal<br />

alcança<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 96% e o impacto foi imediato, verifican<strong>do</strong>-se a redução <strong>de</strong> 81% no<br />

número <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s, passan<strong>do</strong> <strong>de</strong> 42.435, em 1991, para 7.934 no ano seguinte<br />

(Silva 1993).<br />

Em 1994, foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> que to<strong>do</strong> caso confirma<strong>do</strong> <strong>de</strong> sarampo seria<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um surto e <strong>de</strong>veria ser investiga<strong>do</strong> oportuna e obrigatoriamente. Na 24ª<br />

Conferência Sanitária Pan-americana, em Washington, D.C., foi a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> a meta <strong>de</strong><br />

eliminação <strong>do</strong> sarampo até o ano 2000 (Brasil 2010a).<br />

No ano seguinte, em 1995, por ocasião <strong>da</strong> 38ª Reunião <strong>do</strong> Conselho Diretor<br />

<strong>da</strong> Organização Pan Americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OPAS), os ministros <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s países <strong>da</strong><br />

região <strong>da</strong>s Américas aprovaram o Plano <strong>de</strong> Ação para Erradicação <strong>do</strong> Sarampo até o ano<br />

2000. Nesse mesmo ano, no Brasil, a vacinação com a vacina tríplice viral foi<br />

expandi<strong>da</strong> para os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Espírito Santo e Paraná e, nos anos seguintes, para Minas<br />

Gerais, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Santa Catarina, Piauí, Ceará, Bahia e Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul,<br />

41


<strong>de</strong>stina<strong>da</strong> ao grupo <strong>de</strong> 1 a 11 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ain<strong>da</strong> em 1995, a população <strong>de</strong> 1 a 3 anos<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> foi alvo <strong>da</strong> primeira campanha <strong>de</strong> seguimento, em to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s, exceto São<br />

Paulo. A vacinação foi indiscrimina<strong>da</strong> e a cobertura atingiu 80% (Brasil 2010a).<br />

Nos anos 2001 e 2002, intensificaram-se as estratégias <strong>de</strong> vacinação<br />

<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao grupo <strong>de</strong> mulheres em i<strong>da</strong><strong>de</strong> fértil, <strong>de</strong> 12 a 39 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, objetivan<strong>do</strong> a<br />

eliminação <strong>da</strong> SRC. A cobertura vacinal média alcança<strong>da</strong> (93,5%) não foi homogênea<br />

entre os municípios, contribuin<strong>do</strong> para a ocorrência <strong>de</strong> surtos <strong>de</strong> rubéola e casos <strong>da</strong> SRC<br />

entre 2006 e 2008 (Brasil 2010 a).<br />

Em 2003 o Conselho Diretor <strong>da</strong> OPAS, em sua 44ª reunião , <strong>de</strong>finiu para os<br />

países <strong>da</strong>s Américas a meta <strong>de</strong> eliminação <strong>da</strong> rubéola e <strong>da</strong> SRC, para o ano <strong>de</strong> 2010.<br />

(OPAS 2003).<br />

A vacinação contra o sarampo se expandiu durante os anos e em 2007,<br />

haven<strong>do</strong> realização <strong>da</strong> campanha nacional <strong>de</strong> vacinação para homens e mulheres. Essa<br />

medi<strong>da</strong> foi importante para o fortalecimento <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença<br />

(Brasil 2010a).<br />

O registro <strong>da</strong>s informações era feito em formulário <strong>de</strong> investigação<br />

individual, conten<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ntre outros, os seguintes tópicos: <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>mográficos;<br />

informações clínicas e epi<strong>de</strong>miológicas; informações sobre a situação vacinal e<br />

informações laboratoriais. Com a implantação <strong>do</strong> Sinan, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s passaram a ser<br />

digita<strong>do</strong>s em banco informatiza<strong>do</strong> para enfim consoli<strong>da</strong>r a erradicação <strong>do</strong> sarampo,<br />

através <strong>de</strong> uma <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica sensível, ativa e oportuna, permitin<strong>do</strong> a<br />

i<strong>de</strong>ntificação e notificação imediata <strong>de</strong> to<strong>do</strong> e qualquer caso suspeito na população, com<br />

a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle pertinentes, assim como monitorar as <strong>de</strong>mais condições<br />

<strong>de</strong> risco (Brasil 2010a).<br />

Uma questão a ser <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> é a contribuição que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

<strong>do</strong> sarampo trouxeram para o controle <strong>da</strong> rubéola, ao permitirem um melhor<br />

conhecimento sobre a magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa <strong>do</strong>ença como problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública no<br />

Brasil. A rubéola e a SRC foram incluí<strong>da</strong>s na lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação<br />

compulsória em 1996 e a partir <strong>de</strong> 1999 a <strong>do</strong>ença foi integra<strong>da</strong> ao sub<strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong> <strong>do</strong> sarampo, com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças exantemáticas<br />

febris (sarampo/rubéola), o que levou à revisão e atualização <strong>do</strong> formulário <strong>de</strong><br />

investigação <strong>de</strong> casos (Brasil 2010 a).<br />

Em 1997, ano em que o país enfrentou a última epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> sarampo, foram<br />

notifica<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 30.000 casos <strong>de</strong> rubéola, sen<strong>do</strong> que, no perío<strong>do</strong> 1999/2001,<br />

42


ocorreram surtos <strong>de</strong>sta <strong>do</strong>ença em vários esta<strong>do</strong>s brasileiros. Nesse mesmo perío<strong>do</strong>,<br />

observou-se um aumento progressivo no número <strong>de</strong> casos suspeitos <strong>de</strong> SRC (<strong>de</strong> 200<br />

para 600), o que reflete tanto o aumento <strong>da</strong> circulação <strong>do</strong> vírus, como o incremento <strong>de</strong><br />

estratégias <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> para a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> casos (Brasil 2010 a).<br />

A implantação <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> SRC foi efetiva<strong>da</strong> no ano 2000, com a<br />

a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> integra<strong>da</strong> <strong>de</strong> sarampo e rubéola. Um formulário <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong><br />

casos <strong>da</strong> SRC foi elabora<strong>do</strong> e os <strong>da</strong><strong>do</strong>s passaram a ser registra<strong>do</strong>s no Sinan (Brasil 2010<br />

Atualmente é, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> to<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, público ou<br />

priva<strong>do</strong>, notificar to<strong>do</strong> caso suspeito <strong>de</strong> sarampo ou rubéola às autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s municipais<br />

a).<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verão provi<strong>de</strong>nciar <strong>de</strong> forma imediata, a investigação epi<strong>de</strong>miológica e<br />

avaliar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> a<strong>do</strong>ção <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle pertinentes. A notificação <strong>do</strong>s<br />

casos suspeitos <strong>de</strong> sarampo <strong>de</strong>ve ser imediata, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser realiza<strong>da</strong> por telefone à<br />

secretaria municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s primeiras 24 horas, a partir <strong>do</strong> atendimento <strong>do</strong><br />

paciente. O caso <strong>de</strong>ve ser notifica<strong>do</strong> a SES por telefone, fax ou e-mail, para o<br />

acompanhamento junto ao município (Brasil 2010b; Brasil 2011g).<br />

A investigação <strong>do</strong> caso suspeito <strong>de</strong> sarampo <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> pela equipe<br />

municipal, com o objetivo <strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle frente a um ou mais casos,<br />

surtos e epi<strong>de</strong>mias, e <strong>da</strong> coleta <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s que permitirão analisar a situação<br />

epi<strong>de</strong>miológica. Estes <strong>da</strong><strong>do</strong>s, <strong>da</strong> ficha <strong>de</strong> notificação individual e investigação, <strong>de</strong>verão<br />

estar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente encerra<strong>do</strong>s e digita<strong>do</strong>s no Sinan, até 60 dias após a notificação<br />

(anexos 6 e 7) (Brasil 2007b).<br />

É <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como caso suspeito <strong>de</strong> sarampo to<strong>do</strong> paciente que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular,<br />

acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um ou mais <strong>do</strong>s seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou<br />

conjuntivite; ou to<strong>do</strong> indivíduo suspeito com história <strong>de</strong> viagem ao exterior nos últimos<br />

30 dias ou <strong>de</strong> contato, no mesmo perío<strong>do</strong>, com alguém que viajou ao exterior (Brasil<br />

2010b).<br />

No caso <strong>da</strong> rubéola, caso suspeito, é to<strong>do</strong> paciente que apresente febre e<br />

exantema máculo-papular, acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> linfoa<strong>de</strong>nopatia retroauricular, occipital e<br />

cervical, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e situação vacinal; ou to<strong>do</strong> indivíduo suspeito com<br />

história <strong>de</strong> viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou <strong>de</strong> contato, no mesmo perío<strong>do</strong>,<br />

com alguém que viajou ao exterior (Brasil 2010b).<br />

43


1.3.4 Dengue<br />

A <strong>de</strong>ngue é uma <strong>do</strong>ença viral causa<strong>da</strong> pelo vírus pertencente ao gênero<br />

flavivírus, família flaviviri<strong>da</strong>e, apresenta quatro sorotipos (1, 2, 3, 4) antigenicamente<br />

distintos (Monath 1994; Rigau 1998; Schatzmayr 2000).<br />

É uma <strong>do</strong>ença febril agu<strong>da</strong>, com duração <strong>de</strong> 5 a 7 dias po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> se<br />

apresentar <strong>de</strong> forma inaparente, mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ngue clássica e febre hemorrágica <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue (Rigau 1998; Mcbri<strong>de</strong> & Brelefeldt 2000; Brasil 2010b).<br />

O <strong>de</strong>ngue clássico apresenta quadro clínico muito variável, geralmente com<br />

febre alta (39° a 40°) <strong>de</strong> início abrupto, segui<strong>da</strong> <strong>de</strong> cefaléia, mialgia, prostração,<br />

artralgia, anorexia, astenia, <strong>do</strong>r retro-orbitária, náuseas, vômitos e exantema. Associa<strong>da</strong><br />

à síndrome febril, em alguns casos po<strong>de</strong> ocorrer hepatomegalia <strong>do</strong>lorosa e,<br />

principalmente, nas crianças, <strong>do</strong>r ab<strong>do</strong>minal generaliza<strong>da</strong>. Os adultos po<strong>de</strong>m apresentar<br />

manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento<br />

gastrintestinal, hematúria e metrorragia. Com o <strong>de</strong>saparecimento <strong>da</strong> febre, há regressão<br />

<strong>do</strong>s sinais e sintomas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> persistir a fadiga (Rigau 1998; Guzmán 2002).<br />

A <strong>de</strong>ngue hemorrágica, apesar <strong>de</strong> inicialmente apresentar os mesmos<br />

sintomas <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue clássica, po<strong>de</strong> evoluir rapi<strong>da</strong>mente para manifestações<br />

hemorrágicas e choque, sen<strong>do</strong> que nos casos graves, o choque ocorre entre o 3º e 7º dia<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, geralmente precedi<strong>do</strong> por <strong>do</strong>res ab<strong>do</strong>minais. Sua duração é curta, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápi<strong>da</strong> após terapia apropria<strong>da</strong> (Rigau<br />

1998; Guzmán 2002).<br />

A transmissão <strong>do</strong> vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue ocorre por meio <strong>da</strong> pica<strong>da</strong> <strong>da</strong> fêmea <strong>do</strong><br />

Ae<strong>de</strong>s aegypti infecta<strong>da</strong>, que se encontra distribuí<strong>do</strong> nas regiões tropicais e subtropicais<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, pre<strong>do</strong>minantemente em áreas urbanas e semi-urbanas (Tauil 2002; Kubota et<br />

al 2003).<br />

O diagnóstico laboratorial, <strong>da</strong> infecção, pelo vírus <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue po<strong>de</strong> ser feita<br />

por meio <strong>de</strong> isolamento viral, pesquisa <strong>de</strong> anticorpos (sorologia), <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> genoma<br />

viral ou por estu<strong>do</strong> histopatológico e mais recentemente a captura <strong>de</strong> antígenos NS1,<br />

que ampliou a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue no início <strong>da</strong> fase agu<strong>da</strong> (WHO<br />

1997; Kumarasamy et al 2007; Dussart et al. 2008; Brasil 2010b).<br />

O méto<strong>do</strong> mais emprega<strong>do</strong> na saú<strong>de</strong> pública é a pesquisa <strong>de</strong><br />

imunoglobulinas IgM ou IgG, pelo méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> ELISA, com 90-97% <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

44


menos <strong>de</strong> 2% <strong>de</strong> falsos positivos, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> ao teste <strong>de</strong> inibição <strong>de</strong><br />

hemaglutinação, sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> padrão ouro (Guzmán 2002).<br />

Um acha<strong>do</strong> laboratorial importante <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue hemorrágico é a<br />

trombocitopenia com hemoconcentração concomitante. A gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

hemorrágico está relaciona<strong>da</strong> à efusão <strong>do</strong> plasma, caracteriza<strong>da</strong> por valores crescentes<br />

<strong>do</strong> hematócrito (Guzmán 2002).<br />

Não existe nenhum tratamento específico para <strong>de</strong>ngue clássica. São<br />

recomendáveis repouso e ingestão abun<strong>da</strong>nte <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> se referin<strong>do</strong> aos<br />

sintomas.Baseia-se principalmente em hidratação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração o<br />

estadiamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, segun<strong>do</strong> os sinais e sintomas apresenta<strong>do</strong>s pelo paciente, para<br />

<strong>de</strong>cidir condutas, bem como o reconhecimento precoce <strong>do</strong>s sinais <strong>de</strong> alarme (Lenzi &<br />

Lea 2004; Brasil 2010b).<br />

1.3.4.1 Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica<br />

A <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue tem por objetivo <strong>de</strong>tecção precoce<br />

<strong>do</strong>s casos, realização <strong>de</strong> investigação para i<strong>de</strong>ntificar a área <strong>de</strong> transmissão,<br />

acompanhamento <strong>da</strong> curva epidêmica e realização <strong>de</strong> investigação <strong>de</strong> óbitos suspeitos<br />

(Brasil 2010b).<br />

É <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como caso suspeito: Dengue clássico – paciente que tenha<br />

<strong>do</strong>ença febril agu<strong>da</strong>, com duração máxima <strong>de</strong> 7 dias, acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> pelo menos <strong>do</strong>is<br />

<strong>do</strong>s seguintes sintomas: cefaléia, <strong>do</strong>r retroorbital, mialgia, artralgia, prostração,<br />

exantema. Além <strong>de</strong>sses sintomas, <strong>de</strong>ve ter esta<strong>do</strong>, nos últimos 15 dias, em área on<strong>de</strong><br />

esteja ocorren<strong>do</strong> transmissão <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue ou tenha a presença <strong>de</strong> Ae. Aegypti e FHD –<br />

to<strong>do</strong> caso suspeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue clássico que apresente também manifestações<br />

hemorrágicas, varian<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> prova <strong>do</strong> laço positiva até fenômenos mais graves, como<br />

hematêmese, melena e outros. A ocorrência <strong>de</strong> manifestações hemorrágicas, acresci<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> sinais e sintomas <strong>de</strong> choque cardiovascular (Brasil 2010b).<br />

To<strong>do</strong> caso suspeito, <strong>de</strong>ve ser notifica<strong>do</strong> no Sinan. Em situações epidêmicas,<br />

a coleta e o fluxo <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem permitir o acompanhamento <strong>da</strong> curva epidêmica,<br />

com vistas ao <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento e avaliação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle. Os casos graves<br />

<strong>de</strong>vem ser notifica<strong>do</strong>s e investiga<strong>do</strong>s imediatamente, preferencialmente, durante o<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> internação (anexos 8 e 9).<br />

45


Em relação à investigação para os casos (Brasil 2010b):<br />

Dengue clássico – no perío<strong>do</strong> não epidêmico, preencher to<strong>do</strong>s os campos <strong>do</strong>s itens <strong>da</strong><br />

ficha <strong>de</strong> investigação epi<strong>de</strong>miológica <strong>do</strong> Sinan, relativos aos <strong>da</strong><strong>do</strong>s gerais, notificação<br />

individual e <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> residência, exames laboratoriais e conclusão <strong>do</strong> caso. Durante<br />

epi<strong>de</strong>mias, o município po<strong>de</strong> a<strong>do</strong>tar o preenchimento apenas <strong>da</strong> notificação, não<br />

preenchen<strong>do</strong> a ficha <strong>de</strong> investigação. Essa medi<strong>da</strong> visa garantir a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

notificação e <strong>de</strong>ve, obrigatoriamente, ser acor<strong>da</strong><strong>da</strong> com a secretaria estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Dengue com complicações e FHD – preencher a ficha <strong>de</strong> investigação mesmo em<br />

perío<strong>do</strong> epidêmico, com especial atenção para os campos referentes aos exames<br />

laboratoriais e conclusão <strong>do</strong> caso. Consultar o prontuário <strong>do</strong>s casos e o médico<br />

assistente, para preencher as informações sobre sinais e sintomas e exames laboratoriais<br />

inespecíficos realiza<strong>do</strong>s. Verificar e anotar se foi realiza<strong>da</strong> a prova <strong>do</strong> laço e qual foi o<br />

resulta<strong>do</strong>.<br />

Para o encerramento <strong>do</strong>s casos, os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> notificação, junto com os<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s exames laboratoriais e, nos casos em que for indica<strong>da</strong> a investigação<br />

epi<strong>de</strong>miológica, trarão os subsídios para o diagnóstico final, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as <strong>de</strong>finições<br />

<strong>de</strong> caso (Brasil 2010b).<br />

46


2 JUSTIFICATIVA<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> Nacional tem passa<strong>do</strong> por diversas mu<strong>da</strong>nças ao<br />

longo <strong>do</strong> tempo, com o objetivo <strong>de</strong> melhoria na geração <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s<br />

diretamente na prevenção e controle <strong>de</strong> agravos. Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s pelos <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong><br />

informação em saú<strong>de</strong> são ferramentas, direciona<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões para<br />

gestores, na operacionalização <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> então necessária uma<br />

avaliação periódica <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> para verificação <strong>do</strong> impacto <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças e<br />

correção <strong>de</strong> falhas.<br />

A avaliação <strong>de</strong> um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> possibilita o conhecimento, a<br />

análise <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-<strong>do</strong>ença, geran<strong>do</strong> informações capazes <strong>de</strong> subsidiar o<br />

planejamento e os impactos <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s que visam interromper a ocorrência <strong>de</strong><br />

agravos.<br />

Um <strong>do</strong>s principais atributos <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> que <strong>de</strong>ve ser avalia<strong>do</strong><br />

é a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esse atributo refere-se à agili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> em cumprir to<strong>da</strong>s as<br />

suas etapas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a notificação <strong>do</strong> caso até a distribuição <strong>do</strong>s boletins epi<strong>de</strong>miológicos<br />

subsidian<strong>do</strong> ações <strong>de</strong> prevenção e controle.<br />

A <strong>vigilância</strong> em saú<strong>de</strong>, especialmente a sub-área <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica, necessita <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação/notificação/confirmação precoce <strong>do</strong>s casos<br />

suspeitos, visan<strong>do</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> forma oportuna.<br />

Nesse senti<strong>do</strong> a avaliação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica segun<strong>do</strong><br />

a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, tem como objetivo promover melhor utilização <strong>do</strong>s instrumentos <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong> por meio <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua eficiência e efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Este tema tem si<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong> e estu<strong>da</strong><strong>do</strong> por especialistas, em vários países.<br />

No Brasil, um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> revisão, constatou, apenas, 16 artigos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> Sinan<br />

segun<strong>do</strong> seus atributos, <strong>de</strong>ntre esses artigos, 05 avaliaram o atributo oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lima<br />

et al. 2009).<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o acima exposto, surgiu o interesse em conhecer a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> entre diferentes intervalos <strong>de</strong> tempo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a notificação até o<br />

encerramento <strong>do</strong>s casos, <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica nacional <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue,<br />

<strong>do</strong>enças exantemáticas, meningite e tuberculose, por se tratarem <strong>de</strong> agravos<br />

pertencentes à lista nacional <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação compulsória além <strong>de</strong> relevâncias<br />

significativas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses agravos.<br />

47


No caso <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, por ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, atualmente, a principal arbovirose<br />

mundial, com 2,5 milhões <strong>de</strong> pessoas em risco <strong>de</strong> contaminação, meningites por ser<br />

uma <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> alta infectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e necessitar <strong>de</strong> ação imediata para instituição <strong>de</strong><br />

quimioprofilaxia, em alguns casos, e para o controle <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, <strong>do</strong>enças exantemáticas<br />

por não existir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000, transmissão autóctones <strong>de</strong> sarampo e pelo processo <strong>de</strong><br />

eliminação <strong>da</strong> rubéola no país e tuberculose por ser uma <strong>do</strong>ença reemergente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />

aumento <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> HIV no Brasil e pelo aumento <strong>da</strong> incidência <strong>de</strong> casos<br />

multiressitentes.<br />

Cabe ressaltar que o perío<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> para o estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à transição<br />

entre o Sinan-Win<strong>do</strong>wns e Sinan-Net com o objetivo <strong>de</strong> comparação entre a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s intervalos calcula<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as duas versões <strong>do</strong> Sinan.<br />

48


3 OBJETIVOS<br />

3.1 OBJETIVO GERAL<br />

Avaliar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica nacional <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ngue, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e tuberculose nos anos <strong>de</strong> 2005-2008.<br />

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

• Descrever a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> nacional em diferentes momentos<br />

epi<strong>de</strong>miológicos pré-<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e<br />

tuberculose.<br />

• Avaliar as informações gera<strong>da</strong>s em relação à oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

na transição Sinan/Win<strong>do</strong>ws – Sinan/Net.<br />

• Comparar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas<br />

e tuberculose.<br />

• Comparar a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação e encerramento <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e tuberculose entre os<br />

27 esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil.<br />

• Descrever a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue,<br />

meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e tuberculose segun<strong>do</strong> sexo e faixa etária.<br />

• Propor recomen<strong>da</strong>ções para aperfeiçoamento <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e tuberculose.<br />

49


4 MATERIAIS E MÉTODOS<br />

4.1 LOCAL DO ESTUDO<br />

O território brasileiro está localiza<strong>do</strong> na América <strong>do</strong> Sul, apresentan<strong>do</strong><br />

extensão territorial <strong>de</strong> 8.514.876 Km2, é o quinto maior país <strong>do</strong> planeta, sen<strong>do</strong> menor<br />

apenas que os territórios <strong>da</strong> Rússia, Canadá, China e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, respectivamente.<br />

É composto por 26 Esta<strong>do</strong>s e 01 Distrito Fe<strong>de</strong>ral, dividi<strong>do</strong>s em 05 regiões (Norte,<br />

Nor<strong>de</strong>ste, Centro Oeste, Sul e Su<strong>de</strong>ste), com uma população estima<strong>da</strong> <strong>de</strong> 191.481.045<br />

habitantes distribuí<strong>da</strong>s em <strong>de</strong> 5.565 municípios.<br />

Gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s brasileiros (81%) está fixa<strong>da</strong> na área urbana, sen<strong>do</strong> que<br />

60% ocupam as gran<strong>de</strong>s regiões metropolitanas, com uma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional <strong>de</strong> 22<br />

habitantes/km2. A maior parte <strong>do</strong>s municípios (60%) tem menos <strong>de</strong> 20 mil habitantes.<br />

(Brasil 2010a)<br />

4.2 PERÍODO DO ESTUDO<br />

Foram analisa<strong>do</strong>s os casos notifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

meningite e tuberculose no perío<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> entre os anos 2005 a 2008.<br />

4.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO<br />

Trata-se <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong>, observacional, <strong>de</strong>scritivo e transversal <strong>do</strong> cenário<br />

epi<strong>de</strong>miológico em relação à oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue,<br />

meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e tuberculose entre os anos <strong>de</strong> 2005 e 2008, para o<br />

Brasil, sen<strong>do</strong> esta avaliação basea<strong>da</strong> em critérios <strong>de</strong> avaliação recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo<br />

Centers for Disease Control and Prevention <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s <strong>da</strong> América, em<br />

Up<strong>da</strong>ted Gui<strong>de</strong>lines for Evaluating Public Health Surveillance Systems (CDC 2004).<br />

50


4.4 FONTE DE DADOS<br />

Foram utiliza<strong>do</strong>s como fonte <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, <strong>da</strong><strong>do</strong>s secundários provenientes <strong>do</strong>s<br />

bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong> Vigilância <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, meningite, <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas e tuberculose entre os anos <strong>de</strong> 2005 e 2008, disponíveis no Sinan. Os<br />

bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram cedi<strong>do</strong>s pela Secretaria <strong>de</strong> Vigilância em Saú<strong>de</strong>, <strong>do</strong> Ministério<br />

<strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> (SVS/MS) sem qualquer i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> paciente.<br />

Este intervalo <strong>de</strong> tempo foi escolhi<strong>do</strong> para o estu<strong>do</strong>, por se tratar <strong>de</strong> um<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transição entre o Sinan/Win<strong>do</strong>ws (2005/2006) e o Sinan/Net (2007/2008),<br />

possibilitan<strong>do</strong> comparação entre as duas versões.<br />

4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO<br />

Foram incluí<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os casos, suspeitos e confirma<strong>do</strong>s,<br />

notifica<strong>do</strong>s no Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas, meningite e tuberculose para os anos <strong>de</strong> 2005-2008.<br />

4.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO<br />

Foram excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, casos com <strong>da</strong><strong>do</strong>s incompletos, e erros <strong>de</strong><br />

digitação (intervalos <strong>de</strong> tempos extremos e números negativos). Essa exclusão foi<br />

diferente em ca<strong>da</strong> intervalo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Na análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação, foram excluí<strong>do</strong>s os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />

registros que apresentavam a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> investigação sem preenchimento. Para to<strong>do</strong>s os<br />

agravos, esse total representou cerca <strong>de</strong> 5% <strong>do</strong>s registros, exceto para <strong>de</strong>ngue nos anos<br />

<strong>de</strong> 2007 e 2008, quan<strong>do</strong> foram excluí<strong>do</strong>s 21% e 26%, respectivamente.<br />

Na avaliação <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> digitação no ano <strong>de</strong> 2007 foram excluí<strong>do</strong>s<br />

os registros que apresentavam essa variável sem preenchimento. Esse total representou<br />

13% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, 3% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças exantemáticas e 1,5% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong><br />

meningite. Para tuberculose, foram excluí<strong>do</strong>s 1% e 1,4% <strong>do</strong>s registros <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong><br />

preenchimento <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s e erros <strong>de</strong> digitação, respectivamente.<br />

Para a avaliação <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose<br />

foram excluí<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 1% <strong>do</strong>s registros por falta <strong>de</strong> preenchimento <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s para<br />

51


to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e em 2006 também foram excluí<strong>do</strong>s 8,6% <strong>do</strong>s registros por<br />

apresentaram valores negativos.<br />

Para a análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encerramento foram elimina<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong>,<br />

8,5%, 10%, 2% e 4% <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> preenchimento, em 2005,<br />

2006, 2007 e 2008 respectivamente e 1% <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a erros <strong>de</strong> digitação no ano <strong>de</strong> 2005.<br />

Para os casos <strong>de</strong> tuberculose foram elimina<strong>do</strong>s por falta <strong>de</strong> preenchimento <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s 6,5,<br />

40%, 12%, e 4,6 respectivamente para 2005, 2006, 2007 e 2008 e 1% por erros <strong>de</strong><br />

digitação em to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Foram elimina<strong>do</strong>s por falta <strong>de</strong> preenchimento <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s, para os casos <strong>de</strong> meningite cerca 2-7% e cerca <strong>de</strong> 2% para os casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas para to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>.<br />

4.7 ANÁLISE DOS DADOS<br />

Foram analisa<strong>do</strong>s, 344.348 casos <strong>de</strong> tuberculose, 2.234.872 casos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue, 147.703 casos <strong>de</strong> meningite e 109.580 casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças exantemáticas<br />

registra<strong>do</strong>s no Sinan no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2005-2008 (tabela 1).<br />

Tabela 1 – Número <strong>de</strong> casos registra<strong>do</strong>s no Sinan, para, tuberculose, <strong>de</strong>ngue,<br />

meningite e <strong>do</strong>enças Exantemáticas, Brasil, 2005-2008<br />

Anos<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

Total<br />

Agravos<br />

Tuberculose Dengue Meningite Doenças Exantemáticas<br />

94.565<br />

89.941<br />

70.154<br />

89.688<br />

344.348<br />

261.501<br />

411.022<br />

716.920<br />

845429<br />

2.234.872<br />

33.932<br />

37.160<br />

42.672<br />

33.939<br />

147.703<br />

22.564<br />

21.342<br />

40.310<br />

25.364<br />

109.580<br />

A análise <strong>do</strong>s bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> com a utilização <strong>do</strong> software<br />

SPSS, versão 18 e Excel 2007. Foi realiza<strong>da</strong> a análise <strong>de</strong>scritiva simples, com cálculo <strong>de</strong><br />

mediana entre as variáveis, comparan<strong>do</strong>-se os intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s agravos,<br />

por ano <strong>de</strong> ocorrência, e estratifican<strong>do</strong> a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação por uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, sexo e faixa etária e encerramento por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, nas duas versões <strong>do</strong><br />

Sinan utiliza<strong>da</strong>s.<br />

52


A primeira parte <strong>da</strong> análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi uma análise exploratória para<br />

limpeza <strong>do</strong>s bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, excluin<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s incompletos e erros <strong>de</strong> digitação<br />

(intervalos <strong>de</strong> tempos extremos e números negativos).<br />

Os bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s após a análise exploratória foram submeti<strong>do</strong>s à<br />

criação <strong>de</strong> novas variáveis, como <strong>de</strong>scrito no quadro 8, para <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s intervalos<br />

<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s propostos, sen<strong>do</strong> esses intervalos quantifica<strong>do</strong>s em dias e classifica<strong>do</strong>s<br />

como oportunos ou não <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o manual <strong>do</strong> Sinan/NET (Brasil 2007b).<br />

Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como oportuno (Brasil 2007b):<br />

• Até 07 dias para notificação <strong>de</strong> 90% <strong>do</strong>s casos;<br />

• Até 07 dias para investigação <strong>de</strong> 90% <strong>do</strong>s casos;<br />

• 30 dias após notificação, para digitação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s no <strong>sistema</strong>;<br />

• Início <strong>do</strong> tratamento no mesmo dia <strong>do</strong> diagnóstico para 100% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong><br />

tuberculose;<br />

• Encerramento <strong>de</strong> 80% <strong>do</strong>s casos em até 60 dias para os eventos agu<strong>do</strong>s e até<br />

270 dias para tuberculose.<br />

Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s foram apresenta<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> gráficos <strong>de</strong> linha, colunas e<br />

gráficos caixa (boxplot) por ano <strong>da</strong> notificação.<br />

Na construção <strong>de</strong>sses gráficos, para as análises <strong>da</strong>s oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

notificação, investigação, digitação e tratamento foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s apenas os valores<br />

acumula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> casos com intervalo <strong>de</strong> tempo até 90 dias, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> que com esse<br />

número <strong>de</strong> dias, o total <strong>de</strong> casos acumula<strong>do</strong>s era superior a 90% para to<strong>do</strong>s os agravos.<br />

A exceção foi apenas para o intervalo <strong>de</strong> encerramento, em que foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> até 270<br />

dias (99% <strong>do</strong>s casos), <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao prazo estabeleci<strong>do</strong> pelo Sinan para encerramento<br />

oportuno <strong>do</strong>s casos para tuberculose.<br />

Quadro 8 – Variáveis consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s para cálculos <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Tuberculose<br />

Dengue<br />

Meningite<br />

Doenças<br />

Exantemáticas<br />

Data <strong>da</strong><br />

notificação<br />

Data <strong>da</strong><br />

notificação<br />

Data <strong>da</strong><br />

notificação<br />

Data <strong>da</strong><br />

notificação<br />

Data <strong>do</strong><br />

diagnóstico<br />

Data <strong>do</strong>s<br />

primeiros<br />

sintomas<br />

Data <strong>do</strong>s<br />

primeiros<br />

sintomas<br />

Data <strong>do</strong>s<br />

primeiros<br />

sintomas<br />

Data <strong>do</strong><br />

inicio <strong>do</strong><br />

tratamento<br />

Data <strong>da</strong><br />

investigação<br />

Data <strong>da</strong><br />

investigação<br />

Data <strong>da</strong><br />

investigação<br />

Data <strong>da</strong><br />

digitação<br />

Data <strong>da</strong><br />

digitação<br />

Data <strong>da</strong><br />

digitação<br />

Data <strong>da</strong><br />

digitação<br />

Data <strong>de</strong><br />

encerramento<br />

Data <strong>de</strong><br />

encerramento<br />

Data <strong>de</strong><br />

encerramento<br />

Data <strong>de</strong><br />

encerramento<br />

53


Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o processo <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> se inicia com a notificação <strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong>enças, foram calcula<strong>do</strong>s os seguintes intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, durante as etapas <strong>do</strong><br />

processo até a transmissão <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s ao nível fe<strong>de</strong>ral:<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> Notificação: Intervalo <strong>de</strong> tempo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> notificação e<br />

diagnóstico/primeiros sintomas.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> Investigação: Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> investigação e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong><br />

notificação.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> Digitação: Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> digitação e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> notificação,<br />

apenas para os anos <strong>de</strong> 2007 e 2008.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Tratamento: Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> início <strong>do</strong> tratamento e <strong>da</strong>ta <strong>do</strong><br />

diagnóstico, apenas para os casos <strong>de</strong> tuberculose.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>do</strong> Encerramento: Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> encerramento e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong><br />

notificação.<br />

• Para <strong>do</strong>enças exantemáticas, <strong>de</strong>ngue e meningite foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s as<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> notificação, investigação, digitação e <strong>de</strong> encerramento<br />

• Para tuberculose foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> notificação;<br />

tratamento, digitação e encerramento.<br />

4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS<br />

Os bancos <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s foram disponibiliza<strong>do</strong>s pela Secretaria<br />

Vigilância Saú<strong>de</strong> (SVS/MS) sem qualquer i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s pacientes, garantin<strong>do</strong> o<br />

sigilo e confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s mesmos.<br />

54


5 RESULTADOS<br />

Foram analisa<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os casos registra<strong>do</strong>s no Sinan para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas, meningite e tuberculose no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2005-2008, totalizan<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong><br />

três milhões <strong>de</strong> notificações.<br />

A figura 2 apresenta o total <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> notificação apresentan<strong>do</strong> tendências semelhantes nos anos <strong>do</strong><br />

estu<strong>do</strong> para os casos <strong>de</strong> tuberculose, <strong>de</strong>ngue, meningite e <strong>do</strong>enças exantemáticas.<br />

Observa-se que a região su<strong>de</strong>ste concentrou maior número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os agravos para os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong>mos verificar que houve um aumento<br />

significativo <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos no ano <strong>de</strong> 2007 para <strong>do</strong>enças exantemáticas no esta<strong>do</strong><br />

Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> sul, e esse juntamente com o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina apresentou<br />

durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> poucos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue.<br />

55


Figura 2– Distribuição <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose, meningite, <strong>de</strong>ngue e <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas notifica<strong>da</strong>s no Sinan por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, 2005-2008.<br />

A - Tuberculose<br />

25000<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

0<br />

RO<br />

AC<br />

AM<br />

C - Dengue<br />

225000<br />

200000<br />

175000<br />

150000<br />

125000<br />

100000<br />

75000<br />

50000<br />

25000<br />

0<br />

AC<br />

RO<br />

RR<br />

PA<br />

RR<br />

AM<br />

AP<br />

TO<br />

AP<br />

PA<br />

MA<br />

PI<br />

TO<br />

MA<br />

CE<br />

CE<br />

PI<br />

RN<br />

PB<br />

PB<br />

RN<br />

PE<br />

AL<br />

AL<br />

PE<br />

SE<br />

BA<br />

BA<br />

SE<br />

MG<br />

ES<br />

ES<br />

MG<br />

RJ<br />

SP<br />

RJ<br />

SP<br />

PR<br />

SC<br />

SC<br />

PR<br />

RS<br />

MS<br />

RS<br />

MS<br />

MT<br />

GO<br />

MT<br />

GO<br />

DF<br />

DF<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

B – Meningite<br />

15000<br />

14000<br />

13000<br />

12000<br />

11000<br />

10000<br />

9000<br />

8000<br />

7000<br />

6000<br />

5000<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

0<br />

MA<br />

TO<br />

AP<br />

PA<br />

RR<br />

AM<br />

AC<br />

RO<br />

D – Doenças exantemáticas<br />

8000<br />

7000<br />

6000<br />

5000<br />

4000<br />

3000<br />

2000<br />

1000<br />

0<br />

RO<br />

AC<br />

AM<br />

RR<br />

PA<br />

AP<br />

TO<br />

MA<br />

PB<br />

RN<br />

CE<br />

PI<br />

PI<br />

CE<br />

RN<br />

PB<br />

AL<br />

PE<br />

PE<br />

AL<br />

ES<br />

MG<br />

BA<br />

SE<br />

SE<br />

BA<br />

MG<br />

SP<br />

RJ<br />

RJ<br />

ES<br />

SP<br />

SC<br />

PR<br />

PR<br />

SC<br />

MS<br />

RS<br />

RS<br />

GO<br />

MT<br />

MS<br />

MT<br />

DF<br />

GO<br />

DF<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

56


5.1 INTERVALOS DE OPORTUNIDADE<br />

5.1.1 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> notificação e diagnóstico/<br />

primeiros sintomas<br />

A mediana <strong>do</strong> intervalo <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação apresentou um padrão<br />

semelhante para os agravos agu<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> 03 dias para<br />

meningite e <strong>do</strong>enças exantemáticas e 04 dias para <strong>de</strong>ngue. Apesar <strong>de</strong>sse rápi<strong>do</strong> início, o<br />

tempo necessário para se chegar à notificação <strong>de</strong> pelo menos 90% <strong>do</strong>s casos foi cerca <strong>de</strong> 17<br />

dias para meningite e cerca <strong>de</strong> 13 dias para <strong>de</strong>ngue e <strong>do</strong>enças exantemáticas (Figura 3).<br />

Para o agravo tuberculose, observou-se que cerca <strong>de</strong> 55% <strong>do</strong>s casos foram<br />

notifica<strong>do</strong>s no mesmo dia <strong>do</strong> diagnóstico para to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Entretanto, existe<br />

uma per<strong>da</strong> na veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s notificações a seguir, chegan<strong>do</strong>-se a 90% <strong>do</strong>s casos<br />

notifica<strong>do</strong>s somente após 40 dias (Figura 3).<br />

Figura 3 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

meningite e tuberculose no Brasil, 2005-2008<br />

57


A figura 4 apresenta a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2005 a 2008. Observa-se que a mediana<br />

<strong>de</strong>sse intervalo foi <strong>de</strong> até 03 dias para to<strong>da</strong>s as UF no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, com exceção <strong>do</strong>s<br />

esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Acre e São Paulo em 2007 e Alagoas em 2008. Com 15 dias após a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong><br />

diagnóstico, a maioria <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s apresentava mais <strong>de</strong> 75% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose<br />

notifica<strong>do</strong>s, padrão que se repete em to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, exceto para o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Tocantins em 2005, Santa Catarina e Alagoas em 2006, Acre, Tocantins e São Paulo em<br />

2007, Tocantins, Santa Catarina, Alagoas, Mato Grosso, Maranhão e Piauí em 2008 que<br />

atingem este valor entre 20 e 30 dias.<br />

Figura 4 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para tuberculose, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>,<br />

Brasil, 2005-2008<br />

58


A análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> notificação <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> meningite <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

UF <strong>de</strong> notificação está apresenta<strong>da</strong> na figura 5. Observa-se que na maioria <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s,<br />

75% <strong>do</strong>s casos estavam notifica<strong>do</strong>s em até 10 dias, com mediana <strong>de</strong> 3-5 dias, padrão que se<br />

repete em to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. A exceção ocorre para os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Piauí, com 25%<br />

<strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s acima <strong>de</strong> 10 dias e mediana <strong>de</strong> 20-30 dias em to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong><br />

estu<strong>do</strong>; e Amapá com mediana acima <strong>de</strong> 10 dias e 75% <strong>do</strong>s casos acima <strong>de</strong> 20 dias em 2005<br />

e 2006.<br />

Figura 5 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para meningite, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

Brasil, 2005-2008<br />

59


Na notificação <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças exantemáticas, observa-se 75% <strong>do</strong>s casos<br />

notifica<strong>do</strong>s em até 10 dias após o início <strong>do</strong>s sintomas durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Um<br />

padrão diferente foi observa<strong>do</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Amapá, no qual mais <strong>de</strong> 10 dias foram<br />

necessários para se notificar mais <strong>de</strong> 75% <strong>do</strong>s casos em 2005, 2006 e 2007, resulta<strong>do</strong><br />

também observa<strong>do</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão em 2005. Esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s estão apresenta<strong>do</strong>s na<br />

figura 6.<br />

Figura 6 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para <strong>do</strong>enças exantemáticas, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> Brasil, 2005-2008<br />

60


Para os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, observa-se um padrão em to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

com mediana <strong>de</strong> 3-5 dias, com 75% <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s sen<strong>do</strong> notifica<strong>do</strong>s antes <strong>de</strong> 10<br />

dias (figura 7). Os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Amapá, Santa Catarina, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul e o Distrito<br />

Fe<strong>de</strong>ral apresentaram um padrão diferente, no qual foi necessário no mínimo 10 dias, para<br />

se atingir notificação <strong>de</strong> 75% <strong>do</strong>s casos.<br />

Figura 7 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação para <strong>de</strong>ngue, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> Brasil,<br />

2005-2008<br />

A análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o sexo está apresenta<strong>da</strong><br />

nas tabelas 2 a 5. Padrões semelhantes para ambos os sexos foram observa<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os<br />

agravos durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, com cerca <strong>de</strong> 70% <strong>do</strong>s casos sen<strong>do</strong> notifica<strong>do</strong>s em até<br />

07 dias.<br />

61


Tabela 2 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação, por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong><br />

tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil, 2005<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

Tuberculose Meningite Exantemáticas Dengue<br />

% F % M % F % M % F % M % F % M<br />

0-3 dias 66,00 65,40 57,20 56,20 49,90 49,20 42,80 45,50<br />

4-7 dias 7,50 7,40 22,40 22,20 29,00 30,80 31,10 31,30<br />

8-15 dias 6,80 6,70 10,10 10,60 13,00 13,00 18,20 16,20<br />

16-30 dias 6,10 6,30 4,50 5,10 4,60 4,00 4,90 4,20<br />

31-60 dias 5,60 5,80 3,00 2,80 1,80 1,80 2,10 1,80<br />

61-90 dias 2,80 2,70 1,00 1,00 0,60 0,50 0,40 0,30<br />

Outros Valores 5,20 5,70 1,90 2,10 1,10 0,80 0,60 0,60<br />

Total 100,0 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00<br />

Tabela 3 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong><br />

tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil, 2006<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

62<br />

Tuberculose Meningite Exantemáticas Dengue<br />

% F % M % F % M % F % M % F % M<br />

0-3 dias 71,30 72,20 41,00 44,30 49,40 50,90 41,00 44,30<br />

4-7 dias 6,40 6,30 33,30 32,80 29,90 30,30 33,30 32,80<br />

8-15 dias 5,60 5,30 18,10 16,00 12,30 11,80 18,10 16,00<br />

16-30 dias 4,80 4,80 4,80 4,20 4,00 3,70 4,80 4,20<br />

31-60 dias 4,60 4,30 1,80 1,60 2,10 1,80 1,80 1,60<br />

61-90 dias 2,30 2,30 0,30 0,30 0,60 0,50 0,30 0,30<br />

Outros Valores 4,90 4,90 0,70 0,70 1,70 1,00 0,70 0,70<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00<br />

Tabela 4 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação, por sexo, <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong><br />

tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil, 2007<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

Tuberculose Meningite Exantemáticas Dengue<br />

% F % M % F % M % F % M % F % M<br />

0-3 dias 67,70 67,70 59,30 58,80 50,10 51,90 46,00 48,80<br />

4-7 dias 7,90 8,10 22,70 22,90 30,80 29,80 31,50 31,00<br />

8-15 dias 6,60 6,60 9,90 9,60 12,00 11,40 15,70 14,10<br />

16-30 dias 5,90 5,70 4,10 4,40 4,10 4,20 4,10 3,70<br />

31-60 dias 5,40 5,30 2,40 2,60 2,10 1,90 1,80 1,70<br />

61-90 dias 2,60 2,40 0,70 0,70 0,50 0,60 0,40 0,40<br />

Outros Valores 4,00 4,10 0,90 0,90 0,40 0,40 0,40 0,40<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100 100,00 100,00


Tabela 5 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan, por sexo, <strong>de</strong><br />

tuberculose, meningite, <strong>do</strong>enças exantemáticas e <strong>de</strong>ngue, Brasil, 2008.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

A análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a faixa etária está<br />

apresenta<strong>da</strong> nas tabelas 6 a 9. Para os casos <strong>de</strong> tuberculose, não houve diferença entre as<br />

faixas etárias, com cerca <strong>de</strong> 68%, <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s em até 3 dias. Para os casos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ngue cerca <strong>de</strong> 50% <strong>do</strong>s casos foram notifica<strong>do</strong>s em até três dias para to<strong>da</strong>s as faixas etárias,<br />

exceto para o pacientes com i<strong>da</strong><strong>de</strong> igual ou acima <strong>de</strong> 60 anos com menos <strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> casos<br />

notifica<strong>do</strong>s nesse mesmo perío<strong>do</strong>.<br />

Para os casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças exantemáticas e meningite observou-se diferença<br />

entre crianças e adultos, cerca <strong>de</strong> 57% e 65% ,respectivamente, até 9 anos notifica<strong>do</strong>s em<br />

até 3 dias, com <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> percentual acumula<strong>do</strong> com aumento <strong>da</strong> faixa etária com cerca <strong>de</strong><br />

43% para meningite e 38% para <strong>do</strong>enças exantemáticas em pacientes com 60 anos ou mais.<br />

Padrões semelhantes foram observa<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>s separa<strong>da</strong>mente por ano <strong>de</strong><br />

notificação (resulta<strong>do</strong>s não apresenta<strong>do</strong>s).<br />

63<br />

Tuberculose Meningite Exantemáticas Dengue<br />

% F % M % F % M % F % M % F % M<br />

0-3 dias 67,20 67,00 55,40 55,10 48,90 50,20 50,30 52,10<br />

4-7 dias 8,40 8,20 24,10 24,00 30,70 30,80 28,80 28,30<br />

8-15 dias 6,80 7,00 10,90 11,00 12,70 12,10 13,50 12,60<br />

16-30 dias 5,80 6,00 4,60 4,60 4,20 3,80 4,00 3,70<br />

31-60 dias 5,20 5,30 3,00 3,00 1,90 1,80 2,00 2,00<br />

61-90 dias 2,40 2,40 0,70 0,90 0,60 0,30 0,70 0,70<br />

Outros Valores 4,20 4,20 1,30 1,30 1,00 0,90 0,70 0,70<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00


Tabela 6 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong> tuberculose,<br />

em porcentagem, por faixa etária Brasil, 2005- 2008.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

0-4 5- 9 10-14<br />

Faixa Etária (Anos)<br />

15-19 20-39 40-59 60 ou mais Total<br />

0-3 dias 66,30 69,80 68,50 69,00 68,20 68,00 67,90 68,10<br />

4-6 dias 5,20 4,50 5,50 5,70 5,70 5,70 5,90 5,70<br />

7-10 dias 4,10 4,00 4,60 4,80 4,60 4,60 4,80 4,60<br />

>10 dias 24,30 21,70 21,40 20,50 21,50 21,70 21,40 21,50<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100 100,00 100,00<br />

Tabela 7 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong> meningite, em<br />

porcentagem, por faixa etária Brasil, 2005- 2008.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

0-4 5- 9 10-14<br />

Faixa Etária (Anos)<br />

15-19 20-39 40-59 60 ou mais Total<br />

0-3 dias 63,20 66,40 60,10 52,60 45,00 42,70 43,00 57,30<br />

4-6 dias 18,90 18,90 20,70 21,30 19,60 18,60 18,90 19,30<br />

7-10 dias 7,90 6,70 8,90 11,10 12,60 12,90 12,90 9,40<br />

>10 dias 10,10 8,00 10,40 14,90 22,80 25,80 25,20 14,10<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100 100,00 100,00<br />

Tabela 8 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas, em porcentagem, por faixa etária Brasil, 2005- 2008.<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

0-4 5- 9 10-14<br />

Faixa Etária (Anos)<br />

15-19 20-39 40-59 60 ou mais Total<br />

0-3 dias 50,00 57,70 50,60 49,20 48,60 39,60 37,90 50,30<br />

4-6 dias 28,40 22,60 24,30 23,70 23,30 25,70 19,90 25,60<br />

7-10 dias 11,40 10,20 12,60 12,90 12,50 17,00 18,50 12,00<br />

>10 dias 10,20 9,40 12,50 14,10 15,60 17,70 23,80 12,20<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100 100,00 100,00<br />

64


Tabela 9 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s no Sinan <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, em<br />

porcentagem, por faixa etária Brasil, 2005- 2008<br />

<strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Notificação<br />

0-4 5- 9 10-14<br />

Faixa Etária (Anos)<br />

15-19 20-39 40-59 60 ou mais Total<br />

0-3 dias 49,50 50,20 50,40 51,90 49,70 42,50 39,20 47,70<br />

4-6 dias 24,00 23,90 23,80 23,70 24,30 25,10 23,30 24,30<br />

7-10 dias 14,10 13,80 14,20 13,90 14,90 18,20 20,00 15,70<br />

>10 dias 12,40 12,00 11,60 10,50 11,10 14,30 17,50 12,40<br />

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100 100,00 100,00<br />

65


5.1.2 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Investigação – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> investigação e a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong><br />

notificação<br />

Observou-se que cerca <strong>de</strong> 90% <strong>do</strong>s casos iniciaram a investigação no mesmo<br />

dia <strong>da</strong> notificação aumentan<strong>do</strong> para cerca <strong>de</strong> 95% com 07 dias <strong>da</strong> notificação para to<strong>do</strong>s os<br />

agravos em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. (Figura 8)<br />

Figura 8 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> investigação para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas e<br />

meningite, Brasil, 2005-2008<br />

66


5.1.3 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Digitação – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> digitação e <strong>da</strong>ta <strong>da</strong><br />

notificação<br />

Cerca <strong>de</strong> 5% <strong>do</strong>s casos suspeitos <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças exantemáticas, meningite e<br />

<strong>de</strong>ngue foram digita<strong>do</strong>s no mesmo dia <strong>da</strong> notificação, no perío<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>. Esse total<br />

apresentou uma redução para cerca <strong>de</strong> 2% para os casos <strong>de</strong> tuberculose. A mediana <strong>do</strong><br />

intervalo <strong>de</strong> digitação variou <strong>de</strong> 10 a 14 dias para os anos <strong>de</strong> 2007 e 2008 para <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas, <strong>de</strong>ngue e meningite. Para os casos <strong>de</strong> tuberculose, a mediana em 2007 e<br />

2008 foi <strong>de</strong> 31 e 25 dias respectivamente (Figura 9).<br />

Figura 9 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> digitação para tuberculose, <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas e meningite, Brasil, 2007-2008<br />

67


5.1.4 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Tratamento – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> início <strong>do</strong> tratamento e <strong>da</strong>ta<br />

<strong>do</strong> diagnóstico<br />

Mais 70% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose iniciaram o tratamento no dia <strong>do</strong><br />

diagnóstico para os anos <strong>de</strong> 2005, 2007 e 2008, enquanto no ano <strong>de</strong> 2006, esse valor foi <strong>de</strong><br />

65% (Figura 10).<br />

Figura 10 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>do</strong> tratamento tuberculose, nos anos 2005-2008<br />

%<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Anos<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

0 3 7 14 21 30 40 50 60 70 80 90<br />

Dias<br />

68


5.1.5 <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Encerramento – Intervalo entre a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> encerramento <strong>do</strong> caso e<br />

<strong>da</strong>ta <strong>da</strong> notificação<br />

O intervalo <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encerramento apresentou um padrão diferente<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> com resulta<strong>do</strong>s específicos para ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s<br />

eventos investiga<strong>do</strong>s. A mediana apresenta<strong>da</strong> para os casos <strong>de</strong> meningite variou entre 11 e<br />

13 dias. Para tuberculose a mediana foi <strong>de</strong> 184 dias para to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Nos casos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue e <strong>do</strong>enças exantemáticas, apesar <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial ser semelhante,<br />

apresentaram mediana diferente com uma variação <strong>de</strong> 33 a 53 dias e <strong>de</strong> 25 a 30 dias,<br />

respectivamente.<br />

Outro aspecto observa<strong>do</strong> foi o incremento <strong>do</strong> encerramento observa<strong>do</strong> para<br />

agravos agu<strong>do</strong>s com cerca <strong>de</strong> 60 dias após a notificação nos anos <strong>de</strong> 2007 e 2008.<br />

Observou-se que o intervalo para encerramento <strong>de</strong> 80% <strong>do</strong>s casos variou entre 213 e 223<br />

para os casos <strong>de</strong> tuberculose, 34 a 39 dias para meningite e 65 a 88 dias para <strong>de</strong>ngue. Para<br />

os casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças exantemáticas, esse mesmo intervalo apresentou uma variação entre as<br />

duas versões <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> informações, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 45 dias para 2005 e 2006 e <strong>de</strong><br />

62 dias para 2007 e 2008 (Figura 11).<br />

69


Figura 11 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

meningite e tuberculose, Brasil, 2005-2008.<br />

Para a maioria <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 50% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose foram<br />

encerra<strong>do</strong>s com 180 dias no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. O esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí apresentou em to<strong>do</strong>s os<br />

anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, encerramento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50% <strong>do</strong>s casos com menos <strong>de</strong> 180 dias (Figura<br />

12).<br />

Para os casos <strong>de</strong> meningite, to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s, em to<strong>do</strong>s os anos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

apresentaram encerramento <strong>de</strong> 75% <strong>do</strong>s casos com cerca <strong>de</strong> 60 dias (Figura 13).<br />

Uma maior variação entre as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com os<br />

<strong>de</strong>mais agravos analisa<strong>do</strong>s, foi observa<strong>da</strong> para o encerramento <strong>do</strong>s casos <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas. Os esta<strong>do</strong>s que apresentaram 75% <strong>do</strong>s seus casos encerran<strong>do</strong>-se com tempo<br />

superior a 60 dias foram: o Maranhão, Mato Grosso e Bahia em 2005; Maranhão, Rondônia<br />

e Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> sul em 2006; Bahia, Pará, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte e<br />

Rondônia em 2007; e Rondônia, Alagoas, Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte, Amazonas, Mato Grosso,<br />

Bahia e Distrito Fe<strong>de</strong>ral em 2008 (Figura 14).<br />

70


Em relação aos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, nota-se que os esta<strong>do</strong>s que apresentaram<br />

encerramento <strong>de</strong> 75% <strong>do</strong>s casos superior a 60 dias, foram os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Maranhão, Bahia e<br />

Piauí em 2005; Rondônia, Goiás, Espírito Santo, Rio <strong>de</strong> janeiro e Maranhão, em 2006;<br />

Bahia e Mato Grosso <strong>do</strong> Sul em 2007, sen<strong>do</strong> que este último, somente atingiu 75% <strong>do</strong>s<br />

casos com cerca <strong>de</strong> 200 dias e o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia em 2008 (Figura 15).<br />

Figura 12 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para tuberculose, por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

Brasil, 2005-2008<br />

71


Figura 13 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para meningite por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

Brasil, 2005-2008<br />

Figura 14 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>do</strong>enças exantemáticas por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> Brasil, 2005-2008<br />

72


Figura 15 – <strong>Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>de</strong>ngue por Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

Brasil, 2005-2008<br />

73


6 DISCUSSÃO<br />

O atributo oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> consiste na agili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, em<br />

cumprir to<strong>da</strong>s as suas etapas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a notificação <strong>do</strong>s casos até a indicação <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

controle e distribuição <strong>da</strong>s informações analisa<strong>da</strong>s. É um <strong>do</strong>s principais atributos que <strong>de</strong>ve<br />

ser avalia<strong>do</strong> em um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> (Klaucke 1988; Waldman 1998a).<br />

Os agravos seleciona<strong>do</strong>s para o estu<strong>do</strong> fazem parte <strong>da</strong> lista <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong><br />

notificação compulsória e são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à alta<br />

ocorrência no país, <strong>de</strong> forma geral, conforme figura 2, porém aspectos específicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />

agravo po<strong>de</strong>m ser ressalta<strong>do</strong>s (Brasil 2011g).<br />

A <strong>de</strong>ngue clássica e a febre hemorrágica <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue são as arboviroses mais<br />

difundi<strong>da</strong>s no mun<strong>do</strong>, constituin<strong>do</strong> causas importantes <strong>de</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

resultan<strong>do</strong> em epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> impacto em saú<strong>de</strong> pública (Pinheiro 1996).<br />

A tuberculose é uma <strong>do</strong>ença extremamente relevante para a saú<strong>de</strong> pública, pela<br />

sua reemergência, nos últimos anos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aumento <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> HIV, <strong>de</strong> cepas<br />

resistentes, ou, ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos movimentos migratórios (Melo 1996; Hijjar et al. 2001;<br />

Brasil 2010b).<br />

A meningite é um importante problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública por sua característica<br />

potencialmente epidêmica, sen<strong>do</strong> o diagnóstico precoce e a imediata instituição <strong>da</strong><br />

terapêutica, fatores essenciais para redução <strong>da</strong> letali<strong>da</strong><strong>de</strong> (Brasil 1996; Brasil 2010b).<br />

A <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças exantemáticas é importante pela sua alta<br />

contagiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e pelo processo <strong>de</strong> fortalecimento eliminação <strong>do</strong> sarampo e rubéola (Brasil<br />

2010 a).<br />

Portanto uma rigorosa e, sobretu<strong>do</strong>, oportuna <strong>vigilância</strong> <strong>do</strong>s casos se torna<br />

fun<strong>da</strong>mental para avaliação <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong>sses agravos subsidian<strong>do</strong> as ações <strong>de</strong><br />

prevenção e controle <strong>da</strong>s mesmas.<br />

Este estu<strong>do</strong> permitiu uma <strong>de</strong>talha<strong>da</strong> e representativa visão <strong>do</strong>s intervalos <strong>de</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, <strong>do</strong>s agravos seleciona<strong>do</strong>s, por meio <strong>da</strong> análise <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> notificações <strong>de</strong> casos suspeitos e confirma<strong>do</strong>s, registra<strong>da</strong>s no<br />

<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> agravos <strong>de</strong> notificação para meningites, <strong>do</strong>enças exantemáticas,<br />

<strong>de</strong>ngue e tuberculose.<br />

74


Por meio <strong>do</strong> cálculo <strong>do</strong>s intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira etapa <strong>da</strong><br />

<strong>vigilância</strong> (notificação <strong>do</strong> caso) até a fase final (encerramento <strong>do</strong> caso), foi possível<br />

constatar nesse estu<strong>do</strong> que o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> nacional, para os agravos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />

apresentou diferenças entre os intervalos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> inclusive, diferenças<br />

entre UF.<br />

Em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, para os eventos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s, na análise <strong>da</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação, o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, se mostrou oportuno<br />

inicialmente, com <strong>de</strong>staque para os casos <strong>de</strong> tuberculose com mais <strong>de</strong> 50 <strong>do</strong>s casos<br />

notifica<strong>do</strong>s no mesmo dia <strong>do</strong> diagnóstico e os <strong>de</strong>mais agravos em até 03 dias. Essa<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> diminui com o passar <strong>do</strong>s dias apresentan<strong>do</strong> 90% <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s<br />

somente com 13-17 dias para eventos agu<strong>do</strong>s e para tuberculose com 40 dias. Essa<br />

diminuição <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser trata<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma cui<strong>da</strong><strong>do</strong>sa pelos profissionais <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong>, pois se consi<strong>de</strong>rarmos o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças, a <strong>vigilância</strong><br />

epi<strong>de</strong>miológica já possui um atraso inerente a esse fato. No caso <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, por exemplo, o<br />

perío<strong>do</strong> médio <strong>de</strong> incubação é <strong>de</strong> 06 dias. Esse valor, soma<strong>do</strong> aos 04 dias para que meta<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s casos sejam notifica<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>termina que a <strong>vigilância</strong> seja capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar uma<br />

potencial transmissão somente após 10 dias.<br />

A partir <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, <strong>de</strong> uma oportuna notificação, po<strong>de</strong>-se tentar inferir a<br />

tendência <strong>de</strong> um agravo, instituin<strong>do</strong> tratamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e/ou prevenção <strong>da</strong>s complicações<br />

interrompen<strong>do</strong> o ciclo <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.<br />

Resulta<strong>do</strong> igual, para os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue foi encontra<strong>do</strong> em um estu<strong>do</strong> anterior<br />

realiza<strong>do</strong> no Brasil e para o estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> na Coréia <strong>do</strong> Sul com mediana <strong>de</strong> casos<br />

notifica<strong>do</strong>s entre 2- 15 dias para os diferentes agravos analisa<strong>do</strong>s (Yoo et al. 2009; Barbosa<br />

2011).<br />

Resulta<strong>do</strong>s diferentes foram observa<strong>do</strong>s em um estu<strong>do</strong> no esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Columbia,<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, no qual, a análise <strong>de</strong>sse intervalo evi<strong>de</strong>nciou um <strong>sistema</strong> inoportuno para<br />

os casos <strong>de</strong> meningite com mediana <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s em 20 dias, 33 para hepatite A e<br />

ate oito semanas para os <strong>de</strong>mais agravos estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Na Suíça, esse intervalo também foi<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> inoportuno para os casos <strong>de</strong> sarampo com mediana <strong>de</strong> notificação <strong>do</strong>s casos<br />

entre 13-20 dias para os diferentes relatórios <strong>de</strong> notificação a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong> nesse país (Birkhead et al. 1991; Richard et al. 2008).<br />

75


O Brasil apresenta rotinas padroniza<strong>da</strong>s para os <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>,<br />

específicas para ca<strong>da</strong> agravo <strong>de</strong> notificação, o que faz com que seja espera<strong>da</strong> uma<br />

homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s para to<strong>da</strong>s as UF. Nesse estu<strong>do</strong>, na estratificação <strong>do</strong> intervalo<br />

por UF, o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Piauí, nos casos <strong>de</strong> meningite, esta oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> foi diminuí<strong>da</strong>, padrão<br />

que sem mantém até o ano <strong>de</strong> 2010 (resulta<strong>do</strong>s não apresenta<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong>), não<br />

apresentan<strong>do</strong> motivos aparentes, como aumento expressivo <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos no perío<strong>do</strong>,<br />

para a ocorrência <strong>de</strong>sse comportamento. Esse acha<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser posteriormente analisa<strong>do</strong>,<br />

para verificação <strong>de</strong> possíveis erros nas rotinas <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> e na transferência <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, por<br />

meio <strong>de</strong> comparação <strong>do</strong> banco <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s local com banco <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s envia<strong>do</strong>s ao nível<br />

central. Na inexistência <strong>de</strong> tais erros, medi<strong>da</strong>s para melhora <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

<strong>de</strong>vem ser a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s com o objetivo <strong>de</strong> evitar a disseminação <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença em to<strong>do</strong> o país.<br />

Na estratificação por sexo, apesar <strong>de</strong> culturalmente no Brasil, as mulheres terem<br />

o hábito <strong>de</strong> procurar assistência médica antes <strong>do</strong>s homens, foi constata<strong>do</strong> que para estes<br />

agravos os resulta<strong>do</strong>s em relação à notificação foram semelhantes para ambos, com 70%<br />

<strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s em ate 07 dias.<br />

Em relação à faixa etária observou-se um padrão em to<strong>da</strong>s as faixas etárias para<br />

tuberculose, com 68% <strong>do</strong>s casos notifica<strong>do</strong>s em até 03 dias. Tal fato po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong><br />

porque a notificação é feita a partir <strong>do</strong> diagnóstico e não a partir <strong>do</strong>s primeiros sintomas,<br />

portanto para esse agravo não foi é possível inferir qual faixa etária procura o serviço <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> mais rapi<strong>da</strong>mente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao início <strong>do</strong>s sintomas.<br />

Apesar <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s apontarem a faixa etária entre 25 a 65 anos como grupo <strong>de</strong><br />

maior vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>ngue, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à maior ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva, cerca <strong>de</strong> 70% <strong>do</strong>s<br />

casos foram notifica<strong>do</strong>s em até 07 dias com diminuição nos pacientes acima <strong>de</strong> 60 anos.<br />

Esse resulta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong> pelo fato <strong>do</strong>s sintomas iniciais <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue ser pareci<strong>do</strong>s<br />

com <strong>de</strong> outras <strong>do</strong>enças, como por exemplo, gripe, e por pessoas com i<strong>da</strong><strong>de</strong> mais avança<strong>da</strong><br />

serem mais resistentes na procura <strong>de</strong> assistência médica optan<strong>do</strong> primeiramente por<br />

medicamentos naturais e soluções caseiras ( Santos et al. 2002; Araújo et al. 2002).<br />

Para os casos <strong>de</strong> meningite e <strong>do</strong>enças exantemáticas observou-se uma maior<br />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> nas notificações em crianças até 9 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> a pessoas<br />

em i<strong>da</strong><strong>de</strong> adulta, com cerca <strong>de</strong> 65% e 57% <strong>do</strong>s casos, respectivamente, notifica<strong>do</strong>s em até<br />

03 dias. Essa rapi<strong>de</strong>z nas notificações em crianças po<strong>de</strong> ser explica<strong>da</strong> pela preocupação que<br />

76


os pais tem com seus filhos em relação a tais <strong>do</strong>enças, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao aparecimento rápi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

sintomas , pelo sarampo ser uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>de</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre crianças<br />

menores <strong>de</strong> cinco anos e a meningite por hemófilo, ter letali<strong>da</strong><strong>de</strong> em torno <strong>de</strong> 8,5%,com<br />

incidência, principalmente, em crianças menores <strong>de</strong> um ano (Darzé et al. 2000; Brasil 2010<br />

a; Brasil 2010b).<br />

A análise <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação foi realiza<strong>da</strong> somente para os casos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue, <strong>do</strong>enças exantemáticas e meningite por não existir essa variável nas fichas <strong>de</strong><br />

notificação <strong>da</strong> tuberculose. Nessa análise observamos para três agravos avalia<strong>do</strong>s uma<br />

excelente oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> com 90 <strong>do</strong>s casos investiga<strong>do</strong>s no mesmo dia <strong>da</strong><br />

notificação.<br />

Resulta<strong>do</strong> semelhante foi encontra<strong>do</strong> na avaliação <strong>de</strong>sse intervalo para febre<br />

tifói<strong>de</strong> com mediana <strong>de</strong> casos investiga<strong>do</strong>s com menos <strong>de</strong> 01 dia <strong>da</strong> notificação. (Dimech<br />

2005)<br />

A informação <strong>da</strong> investigação concluí<strong>da</strong> oportunamente fornece o<br />

conhecimento <strong>de</strong> casos confirma<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s e, por conseguinte permite orientar a<br />

aplicação e avaliação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> controle em tempo hábil. Esse resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> para o<br />

intervalo <strong>de</strong> investigação é <strong>de</strong> suma importância, pois nessa etapa é que serão realiza<strong>do</strong>s os<br />

rastreamentos, a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir casos índices ou locais <strong>de</strong> maior incidência <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença,<br />

fazen<strong>do</strong> com que medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção e controle sejam a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s no tempo e local correto.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, é necessário ter cui<strong>da</strong><strong>do</strong> nessa interpretação, uma vez que essa oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

observa<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> preenchimento <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> investigação no mesmo dia <strong>da</strong><br />

notificação, mesmo que essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s não tenham si<strong>do</strong> inicia<strong>da</strong>s concomitantemente.<br />

Em um estu<strong>do</strong> que avaliou o <strong>sistema</strong> nacional <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong><br />

leptospirose constatou-se que, 89% <strong>do</strong>s casos foram investiga<strong>do</strong>s no mesmo dia <strong>da</strong><br />

notificação. Esse resulta<strong>do</strong> não refletia a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> país, pelo fato <strong>da</strong> leptospirose ser<br />

uma <strong>do</strong>ença que exige a investigação no <strong>do</strong>micílio <strong>do</strong> paciente e não apenas sua <strong>de</strong>scrição,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inferir uma falta <strong>de</strong> entendimento <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> investigação e, na prática <strong>do</strong><br />

serviço, talvez a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> investigação estivesse sen<strong>do</strong> preenchi<strong>da</strong> com a mesma <strong>da</strong>ta <strong>de</strong><br />

notificação (Souza et al. 2010).<br />

A análise <strong>do</strong> intervalo <strong>de</strong> digitação só po<strong>de</strong> ser analisa<strong>da</strong> para os anos <strong>de</strong> 2007 e<br />

2008, pois essa variável só passou a ser registra<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> versão Net <strong>do</strong> Sinan. Nessa<br />

77


etapa, ocorreu uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> significante com mediana <strong>do</strong>s casos entre 10-14<br />

dias para eventos agu<strong>do</strong>s e 25 e 31 dias para tuberculose. Entretanto, a rotina <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

<strong>de</strong>fine que os casos notifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser digita<strong>do</strong>s em até 30 dias e envia<strong>do</strong>s para o<br />

próximo nível informatiza<strong>do</strong> e assim sucessivamente até o nível fe<strong>de</strong>ral, sen<strong>do</strong> que arquivo<br />

<strong>de</strong> transferência <strong>de</strong>ve ser encaminha<strong>do</strong> semanalmente <strong>da</strong>s SMS para as SES e<br />

quinzenalmente, <strong>da</strong>s SES para o SVS (Brasil 2007b). A comparação não foi possível, pois<br />

os <strong>de</strong>mais estu<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s não trazem a caracterização <strong>de</strong>sse intervalo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A inclusão <strong>de</strong> casos novos no <strong>sistema</strong> muito tempo <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> ocorrência <strong>do</strong><br />

evento distorce a real magnitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> perfil epi<strong>de</strong>miológico <strong>do</strong>s agravos <strong>de</strong> notificação<br />

compulsória, não permitin<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma que os <strong>da</strong><strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s pelo Sinan possam auxiliar<br />

no planejamento <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, avaliação <strong>do</strong>s impactos <strong>da</strong>s intervenções e por<br />

consequencia, não subsidia o processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões (Brasil 2007b).<br />

Apesar <strong>de</strong> o intervalo estar <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as normas padroniza<strong>da</strong>s, os técnicos<br />

<strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r apenas <strong>da</strong> disponibilização <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s digita<strong>do</strong>s no Sinan<br />

para toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, pois esse intervalo acarreta um atraso em to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong>. A oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> notificação que foi excelente no início <strong>do</strong> processo seria<br />

prejudica<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssa forma, pois os <strong>da</strong><strong>do</strong>s gera<strong>do</strong>s não são repassa<strong>do</strong>s em tempo hábil para os<br />

setores responsáveis pelas intervenções padroniza<strong>da</strong>s, e tampouco, para níveis<br />

hierarquicamente superiores.<br />

Apesar <strong>de</strong> 70% <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> tuberculose, iniciar o tratamento no mesmo dia <strong>do</strong><br />

diagnóstico, esse resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong>termina novas avaliações, pois é preconiza<strong>do</strong> que to<strong>do</strong>s os<br />

casos iniciem o tratamento no mesmo dia <strong>do</strong> diagnóstico, pois o mesmo permite anular<br />

rapi<strong>da</strong>mente as maiores fontes <strong>de</strong> infecção. Poucos dias após o início <strong>da</strong> quimioterapia<br />

correta, os bacilos <strong>da</strong> tuberculose praticamente per<strong>de</strong>m seu po<strong>de</strong>r infectante (Oliveira et al.<br />

2010; Brasil 2010b).<br />

Resulta<strong>do</strong> semelhante foi encontra<strong>do</strong> em um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> tuberculose no município <strong>do</strong> rio <strong>de</strong> janeiro, 2001 a 2006 no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

com cerca <strong>de</strong> 77%-91% <strong>do</strong>s casos inician<strong>do</strong> o tratamento no mesmo dia <strong>do</strong> diagnóstico<br />

(Oliveira et al. 2010).<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> consi<strong>de</strong>ra como encerramento oportuno se 80% <strong>do</strong>s<br />

casos estão encerra<strong>do</strong>s no tempo <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> atualmente <strong>de</strong> até 60 dias para os<br />

78


agravos agu<strong>do</strong>s e com 180 ou até 270 dias para tuberculose. Para aos anos <strong>de</strong> 2005 e 2006,<br />

esse valor era <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s, com o mesmo prazo <strong>de</strong> 60 dias para<br />

encerramento nos casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue e meningite; e 180 ou até 270 dias tuberculose. As<br />

<strong>do</strong>enças exantemáticas, por outro la<strong>do</strong>, apresentavam um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> 30 dias<br />

para encerramento <strong>de</strong> 70% <strong>do</strong>s casos (Brasil 2007b; Brasil 2009). Essas rotinas po<strong>de</strong>m<br />

explicar o aumento expressivo <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos encerra<strong>do</strong>s ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> 60 dias para<br />

eventos agu<strong>do</strong>s observa<strong>do</strong> nos anos <strong>de</strong> 2007 e 2008 e em 180 dias para tuberculose.<br />

Nesse contexto apenas os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue e <strong>do</strong>enças exantemáticas não<br />

apresentaram encerramento oportuno nos anos <strong>de</strong> 2007 e 2008. Esse fato po<strong>de</strong> ter ocorri<strong>do</strong><br />

pelo aumento expressivo <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos nesses anos, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> na mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> comportamento <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças frente às gran<strong>de</strong>s<br />

epi<strong>de</strong>mias. Um estu<strong>do</strong> sobre o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> leptospirose apresentou-se também<br />

inoportuno na avaliação <strong>de</strong>sse intervalo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para o ano <strong>de</strong> 2006 (Souza et al.<br />

2010).<br />

É importante salientar para esse resulta<strong>do</strong> que o tratamento <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong><br />

tuberculose tem duração mínima <strong>de</strong> 180 dias, portanto, o encerramento <strong>do</strong>s casos não<br />

po<strong>de</strong>ria ocorrer antes <strong>de</strong>sse número <strong>de</strong> dias. O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> tuberculose possui<br />

particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s no encerramento <strong>do</strong>s casos po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o mesmo ocorrer por cura (após a<br />

realização completa <strong>do</strong> tratamento), aban<strong>do</strong>no, óbito por TB, óbito por outra causa,<br />

mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> diagnóstico, TBMR ou transferência (Brasil 2010b). Portanto é necessário<br />

investigar se esse encerramento inferior a 180 dias, esta relaciona<strong>do</strong> com esses outros tipos<br />

<strong>de</strong> eventos diferentes <strong>da</strong> cura, merecen<strong>do</strong> uma avaliação posterior para melhor<br />

conhecimento <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong> tuberculose.<br />

A reformulação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> informação é parte fun<strong>da</strong>mental na reestruturação<br />

<strong>de</strong> um SNVE, implican<strong>do</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> níveis hierárquicos <strong>de</strong> competência (coleta<br />

sistemática, cobertura, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<strong>de</strong>quação), a fim <strong>de</strong> garantir o fluxo <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s entre<br />

níveis local, intermediário e central, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> análise, divulgação e disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

oportunas.<br />

O perío<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> para o estu<strong>do</strong> (2005-2008) coinci<strong>de</strong> com a transição <strong>do</strong><br />

Sinan- Win<strong>do</strong>ws para o Sinan-Net, que teve como objetivo melhora na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

gera<strong>do</strong>s. De acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s nesse trabalho po<strong>de</strong>-se observar que<br />

79


apenas no intervalo <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encerramento para <strong>do</strong>enças exantemáticas o padrão<br />

<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s para as duas versões não foi manti<strong>do</strong>.<br />

Esses resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>monstram a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> avaliações<br />

somativas, ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo, que orientem os profissionais envolvi<strong>do</strong>s – direta e<br />

indiretamente – com o Sinan, quanto aos ajustes e correções a serem realiza<strong>do</strong>s, aos<br />

aspectos positivos e negativos <strong>da</strong> sua implementação e ao seu impacto nos processos <strong>de</strong><br />

trabalho <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica para que falhas tais como, registro em duplici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

problemas <strong>de</strong> transferências, <strong>da</strong><strong>do</strong>s inconcistentes e inexistência <strong>de</strong> rotinas informatiza<strong>da</strong>s<br />

que realizassem a crítica <strong>de</strong> vali<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s entre campos essenciais continuem<br />

ocorren<strong>do</strong> <strong>sistema</strong>ticamente.<br />

É importante salientar que a os <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> informação em saú<strong>de</strong>, no Brasil<br />

ain<strong>da</strong> apresentam muitos problemas. Notificações preenchi<strong>da</strong>s a mão e encaminha<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

um setor ao outro leva, invariavelmente, a <strong>de</strong>moras, per<strong>da</strong>s e erros, que po<strong>de</strong>riam ser<br />

minimiza<strong>do</strong>s com a informatização total <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>. A falta <strong>de</strong> recursos humanos<br />

capacita<strong>do</strong>s e o <strong>de</strong>sconhecimento <strong>do</strong> processo e/ou falta <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> agravam esses problemas.<br />

Novos <strong>de</strong>safios que se impõe ao <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> são a realização <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> em eventos <strong>de</strong> massa com gran<strong>de</strong>s aglomerações <strong>de</strong> turistas<br />

oriun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, como por exemplo, as olimpía<strong>da</strong>s e a copa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Nesse<br />

cenário, existe um aumento <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> introdução <strong>de</strong> novos agentes/cepas/<br />

genótipos/sorotipos. Outros fatores associa<strong>do</strong>s a esse aumento <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>enças infecciosas, além importação <strong>de</strong> patógenos incomuns, são o aumento na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

populacional, as tensões em infra-estrutura e as mu<strong>da</strong>nças nos serviços (tais como barracas<br />

<strong>de</strong> comi<strong>da</strong>) ou comportamento (aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> sexo) (Williams<br />

et al. 2009).<br />

Países que realizaram eventos <strong>de</strong>sse tipo anteriormente reorganizaram o <strong>sistema</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> vigente para prevenir o surgimento <strong>de</strong> surtos. Na ausência <strong>de</strong> um forte <strong>sistema</strong><br />

<strong>de</strong> notificação oportuno <strong>de</strong> rotina, tem si<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> a <strong>vigilância</strong> sindrômica em muitos<br />

eventos internacionais <strong>de</strong> massa, incluin<strong>do</strong> a Copa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> na França em 1998, os Jogos<br />

Olímpicos <strong>de</strong> Sydney em 2000 e Atenas em 2004 e os Jogos Olímpicos <strong>de</strong> Inverno em<br />

80


Turim em 2006. (Hanslik et al. 2001; Dafni et al. 2004; Epi<strong>de</strong>miological Consultation<br />

Team 2006).<br />

Na copa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2006 na Alemanha foi utiliza<strong>da</strong> a <strong>vigilância</strong> reforça<strong>da</strong><br />

nos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> locais e estaduais responsáveis por 12 ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> hospe<strong>da</strong>gem<br />

e disputa <strong>da</strong>s parti<strong>da</strong>s <strong>do</strong> torneio. Quatro principais melhorias na <strong>vigilância</strong> <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças<br />

infecciosas foram a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s: transmissão acelera<strong>da</strong> <strong>da</strong> notificação obrigatória (<strong>de</strong> semanal<br />

para diária); <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> relevância para a Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2006 na rotina<br />

<strong>da</strong>s notificações; relatórios complementares diários <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s que receberam os<br />

jogos, reforço no Centro Nacional <strong>de</strong> Vigilância, com atendimento <strong>de</strong> segun<strong>da</strong> a sába<strong>do</strong>, e<br />

análise <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s coleta<strong>do</strong>s diariamente. Não houve aumento <strong>de</strong> episódios <strong>de</strong> infecção,<br />

acima <strong>do</strong> espera<strong>do</strong> e o aumento ocorri<strong>do</strong> <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> infecção por norovírus,<br />

Campylobacter e sarampo ou foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s na época uma tendência secular.<br />

(Williams et al. 2009)<br />

Em 2009, com a pan<strong>de</strong>mia <strong>da</strong> H1N1, especialmente no início <strong>do</strong> aparecimento<br />

<strong>do</strong>s casos, o Brasil enfrentou dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> exemplifican<strong>do</strong> os<br />

<strong>de</strong>safios frente a eventos novos envolven<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> populacional. As toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>vem ser acompanha<strong>da</strong>s passo a passo à dinâmica <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> disseminação,<br />

com atuação ágil, transparente e com parcerias em to<strong>do</strong>s os níveis mu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o foco para<br />

medi<strong>da</strong>s populacionais que diminuam a disseminação (Greco et al. 2009).<br />

Portanto, é necessário que o Brasil antes <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> tais eventos<br />

reorganize as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> por meio <strong>de</strong> pequenas a<strong>da</strong>ptações temporárias na<br />

rotina <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentes para o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças infecciosas.<br />

Em linhas gerais, o estu<strong>do</strong> aqui apresenta<strong>do</strong> caracteriza as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

limitações <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> agravos seleciona<strong>do</strong>s no país. Este estu<strong>do</strong> avança no<br />

processo <strong>de</strong> entendimento <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses <strong>sistema</strong>s, fornecen<strong>do</strong> subsídios para<br />

orientar futuras modificações e melhorias no processo <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> como um to<strong>do</strong>.<br />

81


7 LIMITAÇÕES<br />

Uma <strong>da</strong>s limitações reconheci<strong>da</strong>s na utilização <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s por<br />

<strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> passivos está na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong><br />

coleta ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s, erros <strong>de</strong> digitação e presença <strong>de</strong> duplici<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Po<strong>de</strong>m ocorrer<br />

também, limitações na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s por subnotificações, inconsistências ou falta <strong>de</strong><br />

clareza quanto aos registros existentes nas fichas <strong>de</strong> notificação. Nesse contexto, apesar <strong>da</strong><br />

existência <strong>de</strong> subregistros, foram analisa<strong>do</strong>s quase três milhões <strong>de</strong> registros provenientes <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s <strong>do</strong> país, o que permitiu uma ampla caracterização <strong>da</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> analisa<strong>do</strong>s.<br />

Outra potencial limitação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao uso <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s secundários está relaciona<strong>da</strong> à<br />

exclusão <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s incompletos, números negativos e números extremos, o que po<strong>de</strong><br />

influenciar na acurácia <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s calcula<strong>do</strong>s. Entretanto, nesse estu<strong>do</strong> a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s elimina<strong>do</strong>s por valores inconsistentes ou inváli<strong>do</strong>s foi reduzi<strong>da</strong>, o que sugere pouca<br />

influência nos resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s.<br />

Outra limitação a ser <strong>de</strong>staca<strong>da</strong>, foi à realização <strong>da</strong> avaliação <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> somente um agravo crônico, não sen<strong>do</strong> possível uma comparação, entre agravos <strong>de</strong>ssa<br />

natureza para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> comportamentos diferentes entre agu<strong>do</strong>s X crônicos.<br />

Além disso, a pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s na área, juntamente com a<br />

inexistência <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> avaliação padroniza<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> dificultou<br />

o estabelecimento <strong>de</strong> parâmetros para avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s. Por outro la<strong>do</strong><br />

rotinas <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> padroniza<strong>da</strong>s e específicas para ca<strong>da</strong> agravo nortearam a avaliação <strong>da</strong><br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses <strong>sistema</strong>s.<br />

82


8 CONCLUSÃO<br />

A avaliação <strong>do</strong>s intervalos <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em to<strong>da</strong>s as etapas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

primeiros sintomas/diagnóstico até o encerramento <strong>do</strong> caso, se faz necessária para garantir<br />

uma continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>. Atrasos em qualquer uma <strong>da</strong>s fases acarretam<br />

<strong>de</strong>ficiências em to<strong>do</strong> o processo, diminuin<strong>do</strong> a eficiência <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> para <strong>de</strong>tecção precoce<br />

<strong>de</strong> casos e toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões para controle e prevenção. O estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> avançou na<br />

literatura em relação a estu<strong>do</strong>s anteriores, pois abor<strong>do</strong>u diferentes agravos (agu<strong>do</strong>s e<br />

crônico) <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> nacional, comparan<strong>do</strong>-os entre si, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cinco etapas <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> duas versões <strong>do</strong> Sinan<br />

(Win<strong>do</strong>ws e Net).<br />

No perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>, o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> nacional apresentou <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

geral, boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> no que diz respeito à oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> investigação e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> notificação para to<strong>do</strong>s os agravos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> versão <strong>do</strong> Sinan. Para a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> digitação, tratamento e<br />

encerramento, se torna importante a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s com objetivo <strong>de</strong> melhora <strong>de</strong>sses<br />

intervalos, uma vez que foi observa<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>mora na conclusão <strong>de</strong>ssas etapas.<br />

A partir <strong>de</strong>stes resulta<strong>do</strong>s, observa-se que se faz necessário investir em cursos<br />

<strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s aos trabalha<strong>do</strong>res visan<strong>do</strong> sanar <strong>de</strong>ficiências quanto aos<br />

conceitos e diretrizes <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e agravos, bem como as<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s ética e legal <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo.<br />

Espera-se que esse estu<strong>do</strong> seja uma aproximação inicial para a elaboração <strong>de</strong><br />

uma política sistemática e regular <strong>da</strong>s avaliações <strong>de</strong> atributos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>,<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os diversos aspectos que influenciam a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações, apontan<strong>do</strong><br />

medi<strong>da</strong>s para seu aprimoramento.<br />

83


9 RECOMENDAÇÕES<br />

A pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s sobre a avaliação <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> nacional evi<strong>de</strong>ncia a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se implantar uma avaliação<br />

sistemática para tal <strong>sistema</strong> em âmbito nacional. Nesse cenário, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> avaliações<br />

padroniza<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia, técnicas e parâmetros semelhantes com periodici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

regular para to<strong>da</strong>s as UF/municípios é fun<strong>da</strong>mental. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssas avaliações<br />

permitiriam, a seguir, o aperfeiçoamento <strong>do</strong>s <strong>sistema</strong>s e fornecimento <strong>de</strong> subsídios para<br />

obtenção <strong>de</strong> informações fi<strong>de</strong>dignas. Após esta etapa é <strong>de</strong> suma importância que ocorra a<br />

disseminação regular <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s alcança<strong>do</strong>s pelos estu<strong>do</strong>s, indican<strong>do</strong> as limitações <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong>, bem como soluções para minimizá-las.<br />

Para que o processo <strong>de</strong> avaliação tenha bons resulta<strong>do</strong>s, recomen<strong>da</strong>-se aos<br />

gestores o fortalecimento no trabalho operacional <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que fazem a<br />

coleta <strong>de</strong>ssas informações, objetivan<strong>do</strong> a melhora <strong>de</strong>sse serviço. Para tanto, se faz<br />

necessária a elaboração <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> capacitação, padroniza<strong>do</strong> para to<strong>da</strong>s as<br />

UF/municípios, que vise um melhor conhecimento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação e <strong>de</strong> sua<br />

importância para melhora <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Outro ponto a ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong>, para melhora nas avaliações <strong>de</strong> atributos <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong>, seria a padronização <strong>do</strong> nome <strong>da</strong>s variáveis comuns nos bancos <strong>de</strong><br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s, entre os diversos agravos <strong>de</strong> notificação compulsória, nas diferentes versões <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong>, facilitan<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>s mesmas e a análise em programas estatísticos.<br />

Outra recomen<strong>da</strong>ção é a simplificação <strong>da</strong>s fichas <strong>de</strong> notificação para melhora<br />

<strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> digitação e, também <strong>da</strong> completitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s. Por fim, outra<br />

modificação importante seria a implantação <strong>de</strong> um marca<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

informação indican<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> surto.<br />

84


REFERÊNCIAS<br />

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Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará, Brasil, 1999. Revista <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Medicina Tropical 36:579-<br />

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ANEXOS<br />

Anexo 1 – Descrição <strong>do</strong>s atributos <strong>do</strong>s Sistemas <strong>de</strong> Vigilância<br />

• Simplici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

É a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atingir os objetivos <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

tão simples e fácil quanto possível. A simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>da</strong> como princípio<br />

orienta<strong>do</strong>r no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ações <strong>do</strong> serviço sem <strong>de</strong>sprezar a necessária<br />

importância <strong>da</strong> obtenção <strong>de</strong> informações completas e <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> (Medronho 2006).<br />

A simplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> operacional <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica, diz<br />

respeito à sua estrutura e facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operação. Sistemas <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>de</strong>vem ser tão<br />

simples quanto possível (CDC 2004).<br />

Serviços <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica, quan<strong>do</strong> simples, são fáceis <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r e pouco dispendiosos (Waldman 1998b).<br />

• Flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

É <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se a<strong>da</strong>ptar às novas mu<strong>da</strong>nças, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser<br />

avalia<strong>da</strong> melhor retrospectivamente, observan<strong>do</strong> como o serviço respon<strong>de</strong>u a uma nova<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pela habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> a<strong>da</strong>ptar-se<br />

facilmente a novas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em resposta às mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong> natureza ou <strong>da</strong> importância <strong>de</strong><br />

um evento adverso à saú<strong>de</strong> (Waldman 1998b; CDC 2004; Medronho 2006.)<br />

• Aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Refere-se à disposição favorável <strong>do</strong>s indivíduos, profissionais ou outros setores<br />

<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> hospitalar em participar, colaborar e utilizar o <strong>sistema</strong>. Em geral, a aceitação<br />

está vincula<strong>da</strong> à importância <strong>do</strong> problema e à interação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> com os setores,<br />

instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral (Rouquayrol 2003).<br />

Aceitabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é um atributo subjetivo que compreen<strong>de</strong> a vonta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas<br />

<strong>de</strong> quem a <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> para fornecer relatórios exatos, consistentes,<br />

completos e oportunos . Sempre <strong>de</strong>ve ser observa<strong>do</strong> e <strong>de</strong>scrito sobre: a) qual a reação <strong>do</strong>s<br />

participantes, (notificantes, pacientes e equipe) frente a questões relativas ao <strong>sistema</strong>; b) o<br />

94


percentual <strong>de</strong> participação <strong>do</strong>s setores <strong>do</strong> hospital e <strong>do</strong>s indivíduos envolvi<strong>do</strong>s e o<br />

percentual <strong>de</strong> fichas corretamente preenchi<strong>da</strong>s (CDC 2001; Medronho 2006).<br />

• Estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Refere-se à confiança e disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>, <strong>de</strong> forma que um<br />

<strong>de</strong>sempenho estável <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> é fun<strong>da</strong>mental para viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong><br />

(CDC 2004).<br />

• Utili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

É a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> cumprir o objetivo <strong>de</strong> prevenção e controle <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças <strong>de</strong><br />

notificação compulsória e também <strong>de</strong> promover o entendimento <strong>da</strong>s implicações para á<br />

saú<strong>de</strong> publica <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las (Medronho 2006).<br />

Na análise <strong>da</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica, é verifica<strong>do</strong> se o mesmo tem a<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> em i<strong>de</strong>ntificar tendências que sinalizam o surgimento <strong>de</strong> novos problemas,<br />

induzin<strong>do</strong> oportunamente ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção e controle; <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar epi<strong>de</strong>mias; <strong>de</strong><br />

prover estimativas quantitativas <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

pelos agravos que constituem o objeto <strong>da</strong> <strong>vigilância</strong>; <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar fatores envolvi<strong>do</strong>s na<br />

ocorrência <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença; <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisas, assim como incorporar<br />

novos conhecimentos produzi<strong>do</strong>s, visan<strong>do</strong> aperfeiçoar as bases técnicas para medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

prevenção e controle e finalmente <strong>de</strong> permitir a avaliação <strong>do</strong> impacto <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

controle (Waldman 1998b).<br />

• Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

Reflete a completitu<strong>de</strong> e vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica. No que pese as análises <strong>de</strong>ste atributo, recomen<strong>da</strong>-se levantar a<br />

porcentagem <strong>de</strong> "ignora<strong>do</strong>s" ou "não preenchi<strong>do</strong>s ou em branco" no banco <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Sinan com vistas a se obter uma análise sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s informações repassa<strong>da</strong>s para<br />

o mesmo. Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> alta terão baixas porcentagens <strong>de</strong> tais respostas (CDC 2004).<br />

95


• Representativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Refere-se à possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço i<strong>de</strong>ntificar to<strong>do</strong>s os subgrupos <strong>da</strong><br />

população on<strong>de</strong> ocorrem os casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong> notificação compulsória (Medronho 2006).<br />

Esse indica<strong>do</strong>r permite observar se o <strong>sistema</strong> não capta apenas parte <strong>da</strong><br />

população, produzin<strong>do</strong> vieses <strong>de</strong> seleção, por raça, cor, sexo, local <strong>de</strong> residência ou nível<br />

socioeconômico, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> com exatidão a distribuição sobre a ocorrência <strong>de</strong> uma<br />

<strong>do</strong>ença ao longo <strong>do</strong> tempo (Pereira 1999).<br />

• Sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

É <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pela capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço em <strong>de</strong>tectar casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong><br />

notificação compulsória. A sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> é expressa pela razão entre o número total <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s pela <strong>vigilância</strong> epi<strong>de</strong>miológica e o total <strong>de</strong> casos ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s<br />

por meio in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e mais completa, geralmente uma pesquisa (Waldman 1998b;<br />

Rouquayrol 2003).<br />

• Valor preditivo positivo<br />

Define-se como a proporção <strong>de</strong> indivíduos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s como casos pelo<br />

serviço que <strong>de</strong> fato o são. A vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s, em termos principalmente <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e valor preditivo positivo, é um forte indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> avaliação <strong>da</strong> vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>. Para a<br />

avaliação <strong>do</strong> Valor preditivo positivo <strong>de</strong>ve-se buscar o conhecimento sobre, a proporção <strong>de</strong><br />

casos notifica<strong>do</strong>s, que são investiga<strong>do</strong>s; a proporção <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s para <strong>do</strong>enças <strong>de</strong><br />

notificação compulsória, que obtiveram diagnóstico e a proporção <strong>de</strong> diagnósticos suspeitos<br />

que se confirmaram (Medronho 2006; Pereira 1999).<br />

Um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>vigilância</strong> <strong>de</strong> baixo Valor preditivo positivo, ou seja, que<br />

apresente frequentes confirmações <strong>de</strong> casos falsamente positivos, além <strong>de</strong> elevar seus<br />

custos, po<strong>de</strong> induzir à investigação <strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mias que <strong>de</strong> fato não ocorreram (Waldman<br />

1998b).<br />

96


Anexo 2 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan-Win<strong>do</strong>ws para os casos <strong>de</strong> tuberculose<br />

97


Anexo 3 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan-Net para os casos <strong>de</strong> tuberculose<br />

98


Anexo 4 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan-Win<strong>do</strong>ws para os casos <strong>de</strong> meningite<br />

99


Anexo 5 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan-Net para os casos <strong>de</strong> meningites<br />

100


Anexo 6 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan-Win<strong>do</strong>ws para os casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas<br />

101


Anexo 7 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan-Net para os casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

exantemáticas<br />

102


103<br />

Anexo 8 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan win<strong>do</strong>ws para os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue


104


Anexo 9 – Ficha <strong>de</strong> notificação versão Sinan net para os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue<br />

105


106

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