Losartana Potássica - Ribeirão Preto
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Boletim Farmacoterapêutico Nº 27<br />
Informativo da Comissão de Farmácia e Terapêutica<br />
Secretaria Municipal da Saúde de <strong>Ribeirão</strong> <strong>Preto</strong><br />
LOSARTANA POTÁSSICA<br />
Apresentação padronizada (Remume): 50 mg<br />
Mecanismo de ação: Antagonismo dos Receptores AT1 da Angiotensina II (ARA II).<br />
Por antagonizar os efeitos da angiotensina II, a losartana relaxa a musculatura lisa e com isso promove vasodilatação, aumenta a<br />
excreção renal de sódio e água, reduz o volume plasmático, e diminui a hipertrofia celular. Não interfere com a atividade da<br />
enzima conversora de angiotensina (ECA) e assim, não inibe a degradação de bradicinina e substância P.<br />
Indicações: A <strong>Losartana</strong> foi incluída na Relação Nacional de Medicamentos (Rename) como segunda escolha nos casos de<br />
intolerância aos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), nas indicações:<br />
insuficiência cardíaca congestiva (ICC).<br />
hipertensão arterial sistêmica.<br />
profilaxia de acidente cerebrovascular em pacientes hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda.<br />
nefropatia diabética em pacientes com diabete melito tipo 2 e história de hipertensão.<br />
Todos pacientes que apresentam nefropatia com proteinúria ou com microalbuminúria estabelecida, que não se enquadrem em<br />
situações de contra-indicação, devem ser tratados com um IECA ou um ARA II, mesmo se a pressão arterial for normal. Os ARA<br />
II são considerados fármacos substitutivos aos IECA para pacientes que apresentam intolerância. ARA II apresentam beneficio<br />
para os desfechos mortalidade e reinternações em pacientes com insuficiência cardíaca. Uso de IECA ou ARA II deveria ser<br />
considerado para todos os pacientes com insuficiência cardíaca, especialmente aqueles com evidência de disfunção do ventrículo<br />
esquerdo. Contudo, a associação de ARA II com IECA e beta-bloqueadores aumenta a mortalidade. O uso de IECA por longo<br />
prazo, associado a ácido acetilsalicílico, beta-bloqueadores e estatinas, ajuda a reduzir mortalidade após infarto do miocárdio. Em<br />
pacientes hipertensos e normotensos, o tratamento com um IECA, ou um ARA II, pode ser iniciado no prazo de 24 horas após o<br />
infarto do miocárdio e continuado por pelo menos cinco a seis semanas.<br />
Contra-indicações:<br />
• Hipersensibilidade ao fármaco.<br />
• Gravidez. Categoria de risco na gravidez (FDA): C (primeiro trimestre) e D (segundo e terceiro trimestres).<br />
Precauções: Usar com cuidado nos casos de: angioedema atual ou história de angioedema, depleção de volume (corrigir depleção<br />
antes de iniciar o tratamento para prevenir hipotensão), insuficiência hepática, insuficiência renal, hiperpotassemia, estenose da<br />
artéria renal, insuficiência cardíaca congestiva grave e lactação.<br />
Posologia:<br />
Crianças, com seis anos ou mais<br />
Hipertensão arterial sistêmica: 0,7 mg/kg, por via oral, a cada 24 horas. Dose máxima: 50 mg/dia.<br />
Adultos<br />
Insuficiência cardíaca congestiva<br />
• Dose inicial: 12,5 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dobrar a dose a cada 7 dias, se necessário, ate 50 mg/dia.<br />
Hipertensão arterial sistêmica<br />
• Dose inicial 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 25 a 100 mg, por via oral, uma vez ao dia ou dividido a<br />
cada 12 horas.<br />
Profilaxia de acidente cerebrovascular em paciente com hipertrofia ventricular esquerda<br />
• Dose inicial: 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 100 mg, por via oral, uma vez ao dia. Associado a<br />
hidroclorotiazida 12,5 a 25 mg, por via oral, uma vez ao dia.<br />
Nefropatia diabética em pacientes com diabetes tipo 2 e história de hipertensão<br />
• Dose inicial: 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 100 mg, por via oral, uma vez ao dia de acordo com<br />
controle da pressão arterial.<br />
Farmacocinética:<br />
• Biodisponibilidade: 25% a 35%.<br />
• Pico de concentração: 1 a 1,5 horas.<br />
• Duração da ação: 24 horas (em hipertensão).<br />
• Metabolismo hepático 14% via citocromo P450 isoenzimas CYP2C9 e CYP3A4. Metabólito ativo. Sofre metabolismo de<br />
primeira passagem.<br />
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Boletim Farmacoterapêutico Nº 27<br />
Informativo da Comissão de Farmácia e Terapêutica<br />
Secretaria Municipal da Saúde de <strong>Ribeirão</strong> <strong>Preto</strong><br />
LOSARTANA POTÁSSICA<br />
• Meia-vida de eliminação: 1,5 a 2 horas para o fármaco e 4 a 9 horas para o metabólito ativo.<br />
• Excreção: 13% a 35% renal, depuração renal 42 a 75 mL/min; 50% a 60% biliar.<br />
• Não é dialisável.<br />
Efeitos Adversos:<br />
• Angina, bloqueio atrioventricular de segundo grau, acidente cerebrovascular, hipotensão (principalmente em paciente com<br />
depleção de volume), enfarte do miocárdio, arritmias, síncope (todos menos de 1%). Hipotensão ortostática dose dependente<br />
(menor do que 0,5% com dose de 50 mg e 2% com dose de 100 mg).<br />
• Prurido, exantema, alopecia, dermatite, pele seca, eritema, rubor, fotossensibilidade, sudorese, urticária (todos menos de 1%).<br />
• Gota, hiperpotassemia, hiponatremia.<br />
• Diarréia (2%), dispepsia (1%), alteração no paladar, pancreatite.<br />
• Anemia, linfoma maligno, trombocitopenia.<br />
• Hepatotoxicidade<br />
• Dor nas pernas e costas, cãibra muscular e mialgia (todos entre 1% a 1,8%), rabdomiólise.<br />
• Astenia, ataxia, confusão, tontura, hiperestesia (sensibilidade diminuída a estímulos), insônia ou transtorno do sono,<br />
comprometimento da memória, enxaqueca, parestesia, síndrome de Parkinson, neuropatia periférica, sonolência, tremor, vertigem<br />
(todos menos de 1%).<br />
• Visão borrada, sensação de queimação ocular, conjuntivite, diminuição da acuidade visual, tinido (todos menos de 1%).<br />
• Ansiedade, depressão, sensação de nervosismo, distúrbio do pânico, distúrbio psicótico (todos menos de 1%).<br />
• Nefrotoxicidade.<br />
• Diminuição da libido, impotência (todos menos de 1%).<br />
• Tosse, infecção respiratória superior (8%), congestão nasal (2%), sinusite (1%), alterações no seio frontal (1,5%).<br />
• Angioedema.<br />
Interações medicamentosas:<br />
• Antiinflamatórios nao-esteróides, fluconazol, rifampicina: podem diminuir a efetividade da losartana. Monitorar pressão arterial.<br />
• Lítio: pode ter a toxicidade (fraqueza, tremor, sede, confusão) aumentada pela losartana. Monitorar para sinais e sintomas<br />
específicos.<br />
ATENÇÃO: máximo efeito hipotensor é alcançado após 3 a 6 semanas. A incidência de alguns efeitos adversos varia de<br />
acordo com a doença de base (hipertensão e nefropatia diabética) e tendem a ser mais frequentes naqueles com nefropatia<br />
diabética.<br />
A combinação de um ARA II com um IECA só está indicado no tratamento das proteinúrias. Não se indica<br />
tratamento combinado para tratar hipertensão ou doenças cardíacas.<br />
Bibliografia<br />
1. BNF 57 – British National Formulary. London: British Medical Association and The Royal Pharmaceutical Society of<br />
Great Britain, 2009. Disponivel em: https://www.medicinescomplete.com/mc<br />
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência<br />
Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010. Brasília, 2010.<br />
3. HOFFMAN, B. B. (Eds.). Goodman & Gilman’s The pharmacological basis of therapeutics. 11. ed. New York:<br />
McGraw-Hill, 2006. 2021 p.<br />
4. KLASCO R. K. (Ed): DRUGDEX® System. Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA.<br />
Disponivel em: http://www.portaldapesquisa.com.br/<br />
5. KLASCO R. K. (Ed): Martindale. The Extra-Pharmacopoeia. Thomsom MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado,<br />
USA. Disponivel em: http://www.portaldapesquisa.com.br/<br />
6. LACY, C. F.; ARMSTRONG, L. L.; GOLDMAN, M. P. et al. (Ed.). Drug information handbook. 18. ed. Hudson: Lexi-<br />
Comp & APhA, 2009-2010.<br />
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