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Arminianismo e Metodismo – José Goncalves Salvador

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4) O pecador necessita da graça de Deus, sem a qual nada lhe é possível;<br />

todavia, ela não é irresistível.<br />

5) Deus, por Sua graça, assiste ao crente e o ajuda a tudo vencer, caso deseje<br />

o auxílio divino e não permaneça inativo.<br />

Os calvinistas retrucaram com uma “Contra-Representação.” A polêmica se<br />

amargou. Os contendores perderam a serenidade. Os argumentos já não tinham<br />

eloqüência bastante. Irmãos pela crença e pelo sangue se entregaram à luta<br />

armada, legando-nos exemplo dos mais tristes.<br />

Afinal, Maurício venceu, apoiado pelos calvinistas, mas, dialeticamente os<br />

arminianos permaneceram de pé. Ninguém os derribou, embora Oldenbornveldt<br />

fosse decapitado na prisão e Grotius tivesse de exilar-se da pátria.<br />

Já quase senhor da situação, dá o príncipe de Orange, na qualidade de<br />

Stadtholder dos Estados Gerais, inteira solidariedade ao Sínodo que se acabava de<br />

convocar, pretendendo, por esse meio, unificar, também, a administração religiosa.<br />

A magna assembléia teve lugar na cidade de Dort durante sete meses (13<br />

novembro de 1618 a 9 de maio de 1619), e nela estiveram presentes 84 teólogos e 18<br />

delegados seculares. Diversos governos civis, onde o protestantismo do tipo<br />

Reformado fora admitido, mandaram representantes: a Inglaterra, o Palatinado,<br />

Hesse, Suíça e Bremen. Deixaram de comparecer os da França e Brandenburgo.<br />

À frente do partido arminiano achava-se Simão Episcópio, seu principal guia<br />

teológico desde a morte de Armínio. Eram quatorze, com ele, mas nem todos<br />

tinham direito a voto. Aliás tomaram-se providências para que os considerados<br />

heterodoxos perdessem a habilitação para o conclave. O próprio Sínodo se<br />

predispusera a manter seus padrões e a subjugar a “heresia” dos Representantes<br />

(arminianos). Pouco se poderia esperar em face disso. E, de fato, conquanto fosse<br />

belíssima a exposição doutrinária de Episcópio, os adeptos do arminianismo foram<br />

tachados de hereges e confirmada a “Contra-Representação,” a “Confissão Belga” e<br />

o “Catecismo de Heidelberg.”<br />

Os ministros arminianos tiveram que optar entre o “Ato de Cessação,” que os<br />

obrigava a silenciar quanto às suas crenças, e o exílio. O interessante é que se<br />

queria extinguir a fogueira, espalhando-lhe as brasas, sem se perceber que elas<br />

iriam continuar a arder noutros lugares. Iam levá-las para o estrangeiro, onde<br />

também germinariam. Inclusive delegados das nações, presentes ao Sínodo,<br />

acolheram com simpatia a bem fundamentada defesa das idéias arminianas.<br />

Quando, mais tarde, após a morte de Maurício, ocorrida em 1625, os<br />

exilados regressaram à pátria, o movimento já havia ganhado maior amplitude. E<br />

as autoridades tratam, dai em diante, com mais clemência aos adeptos do<br />

arminianismo, facultando-lhes o privilégio de edificarem igrejas para si e de terem<br />

as suas escolas particulares.

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