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teorias do conhecimento: metodologias de ensino-aprendizagem

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BRÍGIDA KRAUSE MARCON<br />

TEORIAS DO CONHECIMENTO:<br />

METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM<br />

Londrina<br />

2008


BRÍGIDA KRAUSE MARCON<br />

TEORIAS DO CONHECIMENTO:<br />

METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM.<br />

LONDRINA<br />

2008<br />

1<br />

Produção didático-pedagógica<br />

apresentada à Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong><br />

da Educação – SEED/PARANÁ, como<br />

requisito parcial <strong>de</strong> participação no<br />

Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Educacional – PDE – Área Pedagogia.<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. MS. Wen<strong>de</strong>ll Fiori <strong>de</strong><br />

Faria - Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

Londrina - UEL


SUMÁRIO<br />

RESUMO ........................................................................................................ 3<br />

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4<br />

1 ENTENDENDO O QUE É METODOLOGIA .............................................. 7<br />

1.1 Um Olhar sobre o Planejamento Anual <strong>do</strong>s Professores da 5ª<br />

Série .............................................................................................<br />

1.2 A Visão <strong>do</strong> Aluno ............................................................................. 13<br />

1.3 Algumas Meto<strong>do</strong>logias e Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Superação da<br />

Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aprendizagem ........................................................ 16<br />

1.4 Análise <strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s .......................................................................... 25<br />

2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 39<br />

3 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 41<br />

4 ANEXOS .................................................................................................... 42<br />

Anexo 1 ......................................................................................................... 43<br />

Anexo 2 .......................................................................................................... 46<br />

12<br />

2


TEORIAS DO CONHECIMENTO: METODOLOGIAS DE ENSINO-<br />

APRENDIZAGEM.<br />

Resumo<br />

Brígida Krause Marcon<br />

Nesta investigação propõe-se a direcionar nosso foco para as questões meto<strong>do</strong>lógicas e<br />

as práticas <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> no dia-a-dia da escola. Percebe-se, por parte <strong>do</strong>s<br />

professores, alunos e pais, uma preocupação muito gran<strong>de</strong> com a avaliação, mas <strong>de</strong>ve-se<br />

compreen<strong>de</strong>r a avaliação como meio e não como fim <strong>do</strong> processo, sen<strong>do</strong> assim, ela <strong>de</strong>ve<br />

ser contínua, sen<strong>do</strong> mais importante a meto<strong>do</strong>logia <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> construção <strong>do</strong><br />

<strong>conhecimento</strong>. Ao observar o processo <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> como um to<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>mos<br />

verificar, a partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s da Provinha Brasil, SAEB e ENEN, que os resulta<strong>do</strong>s não são<br />

satisfatórios. Constata-se assim, que alguns professores estão com dificulda<strong>de</strong>s para<br />

ensinar, neste senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>vemos nos voltar para as práticas em sala <strong>de</strong> aula. Assim sen<strong>do</strong>,<br />

é necessário <strong>de</strong>limitar quais objetivos, conteú<strong>do</strong>s e a meto<strong>do</strong>logia que irá se empreen<strong>de</strong>r<br />

para trabalhar estes conteú<strong>do</strong>s com os alunos, em especial da 5ª série, relacionan<strong>do</strong> com<br />

as propostas da Diretrizes Curriculares <strong>do</strong> Paraná. Para esta investigação fez-se a<br />

revisão <strong>de</strong> algumas literaturas da área, <strong>do</strong>cumentos escolares, além <strong>de</strong> entrevistas e<br />

questionários com professores e alunos. Foi observa<strong>do</strong> que os professores da escola<br />

investigada, confun<strong>de</strong>m concepção meto<strong>do</strong>lógica com as técnicas procedimentais e<br />

conhecem pouco sobre méto<strong>do</strong>s e técnicas que contribuam na formação <strong>de</strong> alunos<br />

críticos, ativos, participativos e interessa<strong>do</strong>s no processo <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>.<br />

Palavras chave: Meto<strong>do</strong>logia – Práticas <strong>de</strong> Ensino – Teorias Críticas <strong>de</strong> Educação.<br />

3


INTRODUÇÃO<br />

O motivo <strong>de</strong>sta investigação sobre as meto<strong>do</strong>logias é a percepção <strong>de</strong> que o<br />

verda<strong>de</strong>iro problema está no processo <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, e não somente<br />

na avaliação. É necessário conhecer melhor os fundamentos teórico-<br />

meto<strong>do</strong>lógicos das Diretrizes Curriculares, <strong>do</strong>s planejamentos anuais e assim<br />

planejar o uso <strong>de</strong> técnicas pedagógicas diversificadas, que atendam os objetivos<br />

<strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, em especial das 5ª séries.<br />

A Escola Estadual Profº João Rodrigues da Silva – Ensino Fundamental, é<br />

a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> na qual preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>senvolver este projeto <strong>de</strong> pesquisa,<br />

pois é nesta escola que atuo como pedagoga, focan<strong>do</strong> os professores e alunos<br />

que atuam nas 5ª séries, a escolha <strong>de</strong>sta série se dá <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao alto índice <strong>de</strong><br />

reprovação e aprovação por Conselho <strong>de</strong> Classe. De alunos <strong>de</strong>sta série.<br />

O funcionamento inicial da Escola Estadual Profº João Rodrigues se <strong>de</strong>u<br />

em 1998, portanto, completou 10 anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s em 2008, sempre aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

alunos <strong>de</strong> 5ª a 8ª série. É uma escola <strong>de</strong> porte médio (4), com 8 salas <strong>de</strong> aula,<br />

uma biblioteca, um laboratório <strong>de</strong> informática (foi <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> o laboratório <strong>de</strong><br />

ciências), uma sala <strong>de</strong> multiuso, uma cantina comercial, uma cozinha, um<br />

refeitório, banheiros, uma quadra poliesportiva (<strong>de</strong>scoberta); aten<strong>de</strong> uma média <strong>de</strong><br />

600 alunos, ten<strong>do</strong> seu quadro <strong>de</strong> profissionais composto por: 25 professores, 10<br />

funcionários, 40 horas para direção geral e 60 horas para equipe pedagógica. A<br />

partir <strong>de</strong> 2006, houve um aumento na <strong>de</strong>manda por matrículas, assim o Núcleo<br />

Regional <strong>de</strong> Educação autorizou o funcionamento <strong>do</strong> turno intermediário nos anos<br />

<strong>de</strong> 2006 e 2007. Em 2008, com a promessa <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> mais salas <strong>de</strong> aula e<br />

a cobertura da quadra, o turno intermediário foi <strong>de</strong>sativa<strong>do</strong> e para acomodar os<br />

alunos foi aberta uma sala <strong>de</strong> aula na sala <strong>de</strong> multiuso e outra sala está<br />

funcionan<strong>do</strong> em parte da biblioteca, que provisoriamente só está emprestan<strong>do</strong><br />

livros, não sen<strong>do</strong> possível realizar as pesquisas na biblioteca. Até o final <strong>do</strong> ano <strong>de</strong><br />

2008, conforme promessa, ainda não se iniciaram as ampliações da escola.<br />

Existem, portanto, muitas variáveis que interferem no êxito <strong>de</strong> uma aula e<br />

que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m exclusivamente <strong>do</strong> professor e equipe escolar para serem<br />

4


esolvi<strong>do</strong>s, como: o número eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> alunos por turma, o número <strong>de</strong> hora-aula<br />

que o professor trabalha para sobreviver, o porte escolar que <strong>de</strong>termina o número<br />

<strong>de</strong> funcionários e pedagogos, sistema seria<strong>do</strong>, sistema <strong>de</strong> avaliação, currículo, e<br />

outros. Essas variáveis <strong>de</strong>mandam outras formas <strong>de</strong> lutas para serem<br />

implementa<strong>do</strong>s e por mais que elas interfiram e muitas vezes prejudiquem o<br />

<strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> no dia-a-dia da escola é importante direcionar o olhar para<br />

outras instâncias <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>cente, ou seja, diante <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong> o professor<br />

po<strong>de</strong> buscar meto<strong>do</strong>logias diferenciadas que possam contribuir com o sucesso no<br />

processo <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, este trabalho se justifica, porque percebemos que há<br />

caminhos para melhorar a atuação <strong>do</strong>s professores e alunos em sala <strong>de</strong> aula, que<br />

existem maneiras, meto<strong>do</strong>logias que ajudam os professores a amenizar os<br />

problemas <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, em especial, nas 5ª séries, pois é nesta série<br />

que estão o maior número <strong>de</strong> alunos reprova<strong>do</strong>s e aprova<strong>do</strong>s pelo Conselho <strong>de</strong><br />

Classe no final <strong>de</strong> cada ano letivo.<br />

Assim, conforme ata <strong>de</strong> Conselho <strong>de</strong> Classe final <strong>de</strong> 2007, da Escola<br />

Estadual Profº João Rodrigues da Silva, haviam 230 alunos matricula<strong>do</strong>s na 5ª<br />

série, <strong>de</strong>ste total: 53% aprova<strong>do</strong>s direto, 27,8% aprova<strong>do</strong>s por Conselho <strong>de</strong><br />

Classe, 19,1% reprovaram, 0,4% evadiram e 1,6% reprovaram por freqüência. Se<br />

não houvesse o recurso <strong>do</strong> Conselho <strong>de</strong> Classe, 46,9% alunos seria reprova<strong>do</strong>s, a<br />

partir <strong>de</strong>ste da<strong>do</strong> é importante salientar que os aprova<strong>do</strong>s pro Conselho <strong>de</strong> Classe<br />

não se apropriaram totalmente <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma satisfatória em to<strong>do</strong>s os<br />

componentes curriculares, e isto, talvez po<strong>de</strong> prejudicar o seu <strong>de</strong>sempenho nas<br />

séries seguintes.<br />

Este artigo tem como objetivo principal ampliar o <strong>conhecimento</strong> a cerca das<br />

diversas meto<strong>do</strong>logias que são utilizadas pelos professores da Escola Estadual<br />

Professor João Rodrigues da Silva, comparan<strong>do</strong>-os com os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> algumas<br />

<strong>teorias</strong> pedagógicas e com a fundamentação teórico meto<strong>do</strong>lógica das Diretrizes<br />

Curriculares <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná. Vislumbran<strong>do</strong> este objetivo trataremos também<br />

<strong>do</strong>s seguintes objetivos específicos: buscar estratégias que contribuam na<br />

superação das dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, instrumentalizar os<br />

5


professores da 5ª série da Escola Estadual Profº João Rodrigues da Silva nas<br />

meto<strong>do</strong>logias baseadas nas <strong>teorias</strong> críticas <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>.<br />

Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste artigo, optei pela pesquisa qualitativa,<br />

partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma revisão <strong>de</strong> literatura da área, através <strong>de</strong> consultas em<br />

<strong>do</strong>cumentos, livros, Diretrizes Curriculares <strong>do</strong> Paraná, além da análise <strong>de</strong> vários<br />

<strong>do</strong>cumentos escolares, como: o Projeto Político Pedagógico, o Regimento Escolar,<br />

o Planejamento Anual da 5ª série <strong>de</strong> todas as disciplinas, os índices <strong>de</strong><br />

aprovação, reprovação <strong>de</strong> 2007 e 2008 (Conselho <strong>de</strong> Classe) para melhor<br />

compreensão e aprofundamento <strong>do</strong> tema proposto.<br />

Em relação a revisão da literatura tomei o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> ler os vários autores<br />

cita<strong>do</strong>s na bibliografia, sob a ótica das Diretrizes Curriculares <strong>do</strong> Paraná, que por<br />

sua vez, pauta-se nos diversos teóricos como: Hobsbawm (1998), Thomson<br />

(1998), Bakhtin (1997), Marx (2002), pois como afirma Saviani (2008, p. 82)<br />

nenhuma teoria é neutra, assim como os conteú<strong>do</strong>s e as práticas pedagógicas.<br />

Como instrumento para coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s utilizei questionário e entrevistas<br />

estruturadas, que possibilitaram a melhor compreensão da realida<strong>de</strong> em foco.<br />

6


1 ENTENDENDO O QUE É METODOLOGIA.<br />

Segun<strong>do</strong> o Dicionário escolar da língua portuguesa méto<strong>do</strong> é:” um conjunto<br />

<strong>de</strong> meios e procedimentos dispostos convenientemente para alcançar um objetivo,<br />

especialmente um <strong>conhecimento</strong> científico: O gran<strong>de</strong> problema <strong>de</strong> pensamento<br />

hoje é a questão <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>, e não só <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>” (CEGALLA, 2005 p. 579). E<br />

para a palavra meto<strong>do</strong>logia, segun<strong>do</strong> o Dicionário Aurélio Junior: dicionário escolar<br />

da língua portuguesa (FERREIRA, 2005, p. 407) mesma significa “conjunto <strong>de</strong><br />

méto<strong>do</strong>s e regras aplicadas a <strong>do</strong>mínio particular da ciência e da pesquisa ou no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sistemático <strong>de</strong> algum trabalho complexo”. Buscan<strong>do</strong> uma<br />

<strong>de</strong>finição no campo da didática Haydt (1995, p. 150) explicita que ”o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>ensino</strong> é o conjunto organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> procedimentos didáticos para conduzir a<br />

<strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong>s alunos, visan<strong>do</strong> a consecução <strong>do</strong>s objetivos propostos para o<br />

processo educacional”. Como po<strong>de</strong>-se observar pelo significa<strong>do</strong> encontra<strong>do</strong> nos<br />

dicionários e livros a palavra méto<strong>do</strong> e meto<strong>do</strong>logia remetem a idéia <strong>de</strong> “ciência e<br />

<strong>de</strong> pesquisa”. Mas será que só na ciência e na pesquisa é utiliza<strong>do</strong> algum<br />

méto<strong>do</strong>? Ou em quase todas as ativida<strong>de</strong>s humanas existe algum méto<strong>do</strong>, por<br />

mais simples e práticas sejam estas ativida<strong>de</strong>s?<br />

E a aula, o processo <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, exige méto<strong>do</strong>s específicos?<br />

Um mesmo méto<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> para todas as séries, em qualquer escola,<br />

para qualquer realida<strong>de</strong>? E ensinar alunos na faixa etária entre 10 a 13 anos<br />

exigem outros méto<strong>do</strong>s? Para Ronca (1984, p. 14) é importante observar o uso <strong>de</strong><br />

méto<strong>do</strong>s e técnicas como um fim em si mesmo, <strong>de</strong> forma superficial. É necessário<br />

questionar o uso <strong>de</strong> um “jogo”, <strong>de</strong> uma “simulação”, <strong>de</strong> uma “dramatização”, <strong>de</strong><br />

“trabalhos em grupo” principalmente se os alunos ainda não sabem fazer trabalhos<br />

<strong>de</strong> forma individual. De acor<strong>do</strong> com Saviani (2008) a pedagogia é constituída pela<br />

teoria ou ciência da prática educativa e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Grécia traz em seu senti<strong>do</strong><br />

etimológico o aspecto meto<strong>do</strong>lógico como meio, caminho: a condução da criança.<br />

Com base neste pensamento não existe a prática <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> sem<br />

uma meto<strong>do</strong>logia específica, eficaz para atingir <strong>de</strong>terminada faixa etária e<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s <strong>do</strong> currículo escolar atual.<br />

7


Segun<strong>do</strong> Haydt (1995, p. 144) “o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> é um procedimento<br />

didático caracteriza<strong>do</strong> por certas fases e operações para alcançar um objetivo<br />

previsto”. Para Piletti (APUD HAYDT, 1995, p. 144) a técnica ou a estratégia <strong>de</strong><br />

<strong>ensino</strong> é a “operacionalização <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>”, assim a maioria <strong>do</strong>s professores da<br />

escola fazem uma “mistura”, <strong>de</strong>screvem as técnicas que utilizarão no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong><br />

processo <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> e não esclarecem as bases teórico-meto<strong>do</strong>lógico<br />

<strong>de</strong> sua prática pedagógica, a qual não é neutra.<br />

Para Haydt (1995, p. 145) o professor <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar, ao escolher uma<br />

técnica <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>, os seguintes aspectos básicos:<br />

a) a<strong>de</strong>quação aos objetivos estabeleci<strong>do</strong>s para o <strong>ensino</strong> e a<br />

<strong>aprendizagem</strong>;<br />

b) a natureza <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> a ser ensina<strong>do</strong> e o tipo <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> a<br />

efetivar-se;<br />

c) as características <strong>do</strong>s alunos, como, por exemplo, sua faixa etária, o<br />

nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mental, o grau <strong>de</strong> interesse, suas expectativas<br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>;<br />

d) as condições físicas e o tempo disponíveis.<br />

A autora acima citada classifica os procedimentos <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong><br />

em: individualizantes, socializantes e os sócio-individualizantes.<br />

Um <strong>do</strong>s procedimentos didáticos individualizantes mais conheci<strong>do</strong>s e<br />

utiliza<strong>do</strong>s pelos professores é a “aula expositiva”, e que na atualida<strong>de</strong> observa-se<br />

a opção pela posição didática da “exposição dialogada”, ouvin<strong>do</strong> o que o aluno<br />

tem a dizer, fazen<strong>do</strong> perguntas e respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às dúvidas <strong>do</strong>s alunos, para refutar<br />

as críticas <strong>de</strong> passivida<strong>de</strong> e receptivida<strong>de</strong>.<br />

Para que a aula expositiva seja eficaz, Haydt (1995, p. 155) recomenda:<br />

Que o professor prepare a aula com antecedência, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as<br />

características <strong>do</strong>s alunos e adaptan<strong>do</strong>-a ao seu grau <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento (sua faixa etária, os <strong>conhecimento</strong>s que já possui, seus<br />

interesses e motivações). Ao planejar a exposição, o professor <strong>de</strong>ve:<br />

• Definir os objetivos com clareza e precisão;<br />

• Selecionar as informações que preten<strong>de</strong> transmitir e organizar a<br />

seqüência <strong>de</strong> idéias em função <strong>do</strong> tempo disponível;<br />

• Escolher e criar exemplos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e esclarece<strong>do</strong>res;<br />

• Prever os materiais e recursos audiovisuais a serem utiliza<strong>do</strong>s;<br />

8


• Fazer um esquema <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s essenciais a serem<br />

transmiti<strong>do</strong>s, sob a forma <strong>de</strong> resumo, para usar na aula como<br />

material <strong>de</strong> apoio;<br />

• Distribuir os assuntos a serem transmiti<strong>do</strong>s pelo tempo<br />

disponível.<br />

Para Ronca (1984, p. 90), <strong>de</strong>pois que a aula expositiva foi <strong>de</strong>vidamente<br />

preparada e inicia-se a aula propriamente dita, é importante o passo da introdução<br />

para que se estabeleça um clima a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> entre professor e alunos, se obtenha a<br />

atenção <strong>do</strong>s estudantes sobre o conteú<strong>do</strong>, se <strong>de</strong>sperte nos alunos a consciência<br />

<strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> ou experiências anteriores e assim expor o conteú<strong>do</strong> essencial.<br />

O autor cita<strong>do</strong>, chama a atenção ao “corpo da exposição” que <strong>de</strong>ve ser bem<br />

organiza<strong>do</strong>, na qual a estrutura <strong>de</strong>va ter um senti<strong>do</strong> e se manter em um caminho<br />

lógico e que há algumas formas <strong>de</strong> organização lógica da aula expositiva.<br />

A primeira forma <strong>de</strong> organização proposta por Ronca (1984, p. 94), vai<br />

buscar os fundamentos em Ausubel (1969) na qual <strong>de</strong>nomina esta primeira forma<br />

<strong>de</strong> organização <strong>de</strong> “Diferenciação Progressiva” em que ao se programar um<br />

conteú<strong>do</strong>, as idéias mais gerais e inclusivas sejam apresentadas em primeiro<br />

lugar, para <strong>de</strong>pois serem progressivamente <strong>de</strong>talhadas, pois <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

psicologia Cognitiva esta or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> apresentação é a seqüência natural <strong>de</strong> como<br />

os seres humanos apren<strong>de</strong>m e também correspon<strong>de</strong> à maneira <strong>de</strong> como o<br />

<strong>conhecimento</strong> é representa<strong>do</strong> no sistema cognitivo humano, porque é mais fácil<br />

para o ser humano compreen<strong>de</strong>r as especificida<strong>de</strong>s a partir <strong>de</strong> um to<strong>do</strong> já<br />

conheci<strong>do</strong>, <strong>do</strong> que o contrário, e também, porque as idéias mais gerais estão no<br />

ápice da estrutura hierárquica cognitiva.<br />

Ronca (1984, p. 95) cita outro princípio proposto por Ausubel, numa aula<br />

expositiva, a “Reconciliação Integrativa”, na qual o professor <strong>de</strong>ve explicitar as<br />

semelhanças e diferenças entre idéias, quan<strong>do</strong> são encontradas em vários<br />

contextos. A utilização <strong>de</strong>ste princípio ajuda no emprego <strong>de</strong> termos específicos<br />

para representar idéias equivalentes; no uso a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> das idéias previamente<br />

aprendidas, como base para incorporar novas informações e para diferenciar<br />

conceitos aparentemente semelhantes se tornarem explícitos.<br />

9


A segunda forma <strong>de</strong> organização pesquisada por Ronca (1984, p. 96) estão<br />

baseadas numa perspectiva indutiva – partir <strong>de</strong> fatos concretos, particulares, para<br />

<strong>de</strong>pois chegar a princípios e conceitos mais gerais. Soluções. O importante nesta<br />

perspectiva indutiva, segun<strong>do</strong> Ronca, é a articulação <strong>do</strong> to<strong>do</strong>. Essa articulação<br />

permite que os alunos se situem <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> to<strong>do</strong>, vejam em que ponto encontram-<br />

se e assim se reduzir situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo diante <strong>de</strong> um aglomera<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> <strong>de</strong> fatos e minúcias.<br />

Ronca (1984, p. 98) enfatiza que a conclusão, numa aula expositiva, po<strong>de</strong><br />

ter as seguintes funções:<br />

• Destacar as idéias principais <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>;<br />

• Os alunos resumirem o conteú<strong>do</strong>, ou exemplifican<strong>do</strong>-o;<br />

• Respon<strong>de</strong>r a dúvidas;<br />

• Indicar bibliografia;<br />

• Relacionar o conteú<strong>do</strong> exposto com idéias que já foram estudadas e<br />

também com idéias que ainda serão apresentadas.<br />

Enfim, a técnica da aula expositiva é usada há muito tempo, por ser uma<br />

das mais econômicas, ser flexível, proporcionar que professor e alunos fiquem<br />

frente a frente com o conteú<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> ser um <strong>do</strong>s meios mais rápi<strong>do</strong>s para<br />

atingir os objetivos <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s. Apesar das<br />

vantagens <strong>de</strong>scritas, um <strong>do</strong>s problemas da aula expositiva é o professor nem<br />

sempre perceber se o aluno está apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ou não, ou seja, neste formato <strong>de</strong><br />

aula o professor <strong>de</strong>ve buscar formas <strong>de</strong> avaliar se a <strong>aprendizagem</strong> está se<br />

efetivan<strong>do</strong> ou não.<br />

O Estu<strong>do</strong> Dirigi<strong>do</strong>, para Haydt (1995, p. 162) é uma técnica <strong>de</strong> <strong>ensino</strong><br />

individualiza<strong>do</strong> assim como o méto<strong>do</strong> Montessori e o Centro <strong>de</strong> Interesses 1 ,<br />

porque respeitam o ritmo <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong> cada aluno, embora o processo se<br />

<strong>de</strong>senvolva em sala <strong>de</strong> aula, isto é, numa situação social. O Estu<strong>do</strong> Dirigi<strong>do</strong> é uma<br />

técnica que consiste em fazer o aluno estudar um assunto a partir <strong>de</strong> um roteiro<br />

1 O méto<strong>do</strong> Montessori baseia-se numa concepção “vitalista” <strong>de</strong> homem e <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, pois consi<strong>de</strong>ra a vida e<br />

seu pleno <strong>de</strong>senvolvimento como bem supremo.Fundamenta-se nos princípios <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, ativida<strong>de</strong>,<br />

vitalida<strong>de</strong> e individualida<strong>de</strong>. Os centros <strong>de</strong> interesses constituem um méto<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong>r interdisciplinar,<br />

pois integram as ativida<strong>de</strong>s discentes e os conteú<strong>do</strong>s, fazen<strong>do</strong>-os convergir para o mesmo centro <strong>de</strong> trabalho<br />

cognitivo.<br />

10


elabora<strong>do</strong> pelo professor, conten<strong>do</strong> instruções e orientações para o aluno, tais<br />

como:<br />

11<br />

• Ler um texto e <strong>de</strong>pois respon<strong>de</strong>r às perguntas;<br />

• Manipular materiais ou construir objetos e chegar a certas<br />

conclusões;<br />

• Observar objetos, fatos ou fenômenos e fazer anotações;<br />

• Realizar experiências e fazer relatórios, chegan<strong>do</strong> a certas<br />

generalizações.<br />

Os jogos, dramatizações, trabalhos em grupo, estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> casos e estu<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

meio são exemplos <strong>de</strong> técnicas socializantes, que tem por objetivo levar o aluno<br />

em interação a resolver os problemas propostos pelo professor ou pelos próprios<br />

alunos. Estas técnicas se <strong>de</strong>senvolveram principalmente no início <strong>do</strong> século XX<br />

através <strong>do</strong>s teóricos escolanovistas.<br />

Dentre as técnicas acima citadas, os trabalhos em grupo são uma das<br />

técnicas mais difundidas e utilizadas em nossas escolas, e po<strong>de</strong>mos exemplificar:<br />

Discussão em pequenos grupos 2 ; Grupos <strong>de</strong> cochicho 3 ; Discussão 66 ou Phillips<br />

66 4 ; Simpósio 5 ; Seminário 6 ; Brainstorming ou tempesta<strong>de</strong> cerebral 7 ; <strong>de</strong>ntre<br />

outros.O que alertam os especialistas no assunto é saber em que <strong>de</strong>terminada<br />

técnica vai contribuir para os objetivos e conteú<strong>do</strong>s propostos, e não<br />

simplesmente usar a técnica pela técnica ou porque se quer variar, ou porque<br />

consi<strong>de</strong>ro <strong>de</strong>terminada técnica “legal” e aplico-a junto aos meus alunos,<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> principalmente, se trabalho com alunos <strong>de</strong> 5ª série. Para maiores<br />

2<br />

Consiste em estudar e analisar um assunto em grupos pequenos, até 8 pessoas. É recomenda<strong>do</strong> em situações<br />

que exigem coleta e sistematização <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s; resolução <strong>de</strong> problemas; tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e realização <strong>de</strong><br />

tarefas. Os membros <strong>do</strong> grupo po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sempenhar os seguintes papéis para facilitar o trabalho: <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nação, <strong>de</strong> secretário e <strong>de</strong> relator.<br />

3<br />

A classe é dividida em duplas, na qual trocam informações sobre um assunto, resolve um exercício ou<br />

problema. Após as discussões, cada dupla apresenta para as <strong>de</strong>mais as suas conclusões.<br />

4<br />

A classe é subdividida em grupos <strong>de</strong> seis participantes, que discutem um assunto durante seis minutos. Em<br />

seguida, cada grupo apresenta aos <strong>de</strong>mais suas conclusões.<br />

5<br />

É uma série <strong>de</strong> breves ( <strong>de</strong> 10 a 20 minutos) apresentações <strong>de</strong> diversas pessoas sobre diferentes aspectos <strong>de</strong><br />

um mesmo tema.<br />

6<br />

No seminário, um aluno ou um grupo <strong>de</strong> alunos fica encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> fazer uma pesquisa sobre <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

assunto. Em seguida, expõe o tema pesquisa<strong>do</strong> para toda a classe.<br />

7<br />

Consiste na apresentação livre <strong>de</strong> idéias ou <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> solução para <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> problema, dan<strong>do</strong><br />

margem a imaginação cria<strong>do</strong>ra e sem se restringir aos esquemas lógicos <strong>de</strong> pensamento. Após a apresentação<br />

das idéias é que elas serão submetidas a análise crítica.


informações a respeito das técnicas acima expostas recomenda-se a leitura <strong>de</strong><br />

livros específicos sobre procedimentos didáticos.<br />

1.1 Um Olhar sobre o Planejamento Anual <strong>do</strong>s Professores da 5ª Série<br />

Observan<strong>do</strong> o trabalho <strong>do</strong>s professores da Escola Estadual Profº João<br />

Rodrigues da Silva, percebe-se que não é dada a <strong>de</strong>vida importância ao<br />

planejamento, tanto o anual como o planejamento diário, pois alguns professores<br />

não entregam o planejamento anual e inclusive, percebe-se que alguns planos são<br />

plagia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outras escolas ou livros didáticos, fican<strong>do</strong> <strong>de</strong>sconexos com a<br />

realida<strong>de</strong> escolar.<br />

Analisei o planejamento anual <strong>do</strong>s professores da 5ª série da escola on<strong>de</strong><br />

preten<strong>do</strong> implementar o meu projeto <strong>de</strong> pesquisa, e foi observa<strong>do</strong> que gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>do</strong>s professores enten<strong>de</strong> a meto<strong>do</strong>logia como uma listagem <strong>de</strong><br />

procedimentos gerais que po<strong>de</strong>m ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s ou não conforme o conteú<strong>do</strong> a ser<br />

ensina<strong>do</strong>. Assim a professora <strong>de</strong> matemática, por exemplo listou como<br />

meto<strong>do</strong>logia: diálogo entre alunos e com a professora; ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesquisa e<br />

experimentação; exercícios <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>res; jogos em sala construí<strong>do</strong>s pelos alunos;<br />

trabalhos em grupo; técnica <strong>de</strong> <strong>do</strong>bradura e resolução <strong>de</strong> problemas. Da mesma<br />

forma proce<strong>de</strong>u a professora <strong>de</strong> português, <strong>de</strong> artes e <strong>de</strong> ciências. O professor <strong>de</strong><br />

Educação Física relacionou a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com cada conteú<strong>do</strong>. Se vai<br />

trabalhar com jogos a meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada será: origem/ história <strong>do</strong>s esportes,<br />

ativida<strong>de</strong>s pré-<strong>de</strong>sportivas com fundamentos e regras adaptadas; fundamentos<br />

básicos <strong>do</strong>s esportes coletivos e individuais; construção <strong>de</strong> brinque<strong>do</strong>s; diferença<br />

entre brinca<strong>de</strong>ira, jogo e esporte; a construção coletiva <strong>de</strong> jogos, brinca<strong>de</strong>iras e<br />

brinque<strong>do</strong>s. A professora <strong>de</strong> geografia fez uma “adaptação” da diretriz curricular<br />

<strong>de</strong> geografia e a professora <strong>de</strong> história fez uma <strong>de</strong>scrição geral <strong>de</strong> sua<br />

meto<strong>do</strong>logia e alguns procedimentos específicos, mas <strong>de</strong>screveu com maiores<br />

12


<strong>de</strong>talhes a base <strong>de</strong> sua ação como o a teoria pedagógica e os principais passos<br />

<strong>de</strong>ssa teoria.<br />

1.2. A Visão <strong>do</strong> Aluno<br />

A entrevista está contemplada no meu projeto como uma das formas <strong>de</strong><br />

coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, assim, para ter uma visão <strong>de</strong> escola na perspectiva <strong>do</strong>s alunos<br />

conversei com algumas alunas da 5ª série da escola para saber o que<br />

observavam em relação ao ambiente físico da escola, em relação à segurança e<br />

em relação à prática <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> <strong>do</strong>s vários professores com quem elas tem aulas.<br />

Foi solicita<strong>do</strong> que a pedagoga da escola escolhesse alguns alunos para<br />

entrevista, e por coincidência só participaram meninas.<br />

Nesta conversa as alunas relataram que em relação ao ambiente existem<br />

problemas com as mesas da sala <strong>de</strong> aula (estão com ondulações, sulcos), o giz<br />

usa<strong>do</strong> no quadro causa alergia em alguns alunos, também reclamaram <strong>do</strong> espaço<br />

<strong>do</strong> refeitório, na hora <strong>do</strong> lanche não acomoda to<strong>do</strong>s os alunos e essa falta <strong>de</strong><br />

espaço causa agressões e tumultos entre os alunos, e quan<strong>do</strong> chove uma gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>do</strong> refeitório fica molha<strong>do</strong>, pois em <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s não há proteção; mas a<br />

principal reclamação foi em relação a quadra <strong>de</strong> esportes que não é coberta e<br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s alunos passam mau <strong>de</strong>pois das aulas <strong>de</strong> educação física por<br />

causa <strong>do</strong> sol. Elogiaram os <strong>de</strong>mais aspectos da escola como: salas <strong>de</strong> aula,<br />

banheiros limpos conten<strong>do</strong> papel higiênico, as TV multimídia. Reclamaram da falta<br />

<strong>do</strong> espaço da biblioteca para pesquisa e trabalhos, mas sabem que essa falta <strong>de</strong><br />

espaço é provisória, pois a escola será ampliada e terá quadra coberta até o final<br />

<strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 2009. Em relação a segurança alguns alunos estão assusta<strong>do</strong>s, pois já<br />

presenciaram o roubo da bicicleta <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> educação física. As alunas<br />

entrevistadas acreditam que um <strong>do</strong>s maiores problemas é o fato da escola ser<br />

cercada por pilares e alguns <strong>de</strong>sses pilares estão quebra<strong>do</strong>s e pessoas que não<br />

são alunos entram na escola por esses pilares quebra<strong>do</strong>s. Também relataram que<br />

muita gente “estranha” fica perto <strong>do</strong> portão principalmente na hora da saída da<br />

aula fuman<strong>do</strong> e uma das alunas já viu uma <strong>de</strong>ssas pessoas com arma.<br />

13


Quanto aos professores com quem tem aula, a maioria recebeu elogios e<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>s legais. Questione-as sobre o que entendiam por professor legal e<br />

então <strong>de</strong>ram vários exemplos. Para elas o professor legal é aquele que explica<br />

bem... dá atenção quan<strong>do</strong> é solicita<strong>do</strong>, brinca, mas explica, coloca os alunos nos<br />

exemplos, faz <strong>de</strong>bates, dá leituras, perguntas, pe<strong>de</strong> relatório quan<strong>do</strong> passa algum<br />

filme, faz a avaliação oral com a turma antes da avaliação escrita, as ativida<strong>de</strong>s<br />

são divertidas, coloridas, controla bem a disciplina da turma, consegue o silêncio<br />

da sala toda, anima os alunos, faz os alunos mostrarem os trabalhos para outras<br />

turmas, dá idéias, não aceita cópias, dá jogos diferentes, coisas novas. Mas o que<br />

mais frisaram é a importância que o professor dá aos alunos, pergunta porque<br />

faltou, muda os alunos com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lugar, olha e corrige as tarefas e<br />

ativida<strong>de</strong>s da sala, gostam muito se a professora é carinhosa e manda beijos.<br />

Em contrapartida também relataram as atitu<strong>de</strong>s que fazem com que alguns<br />

professores não sejam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s legais e expuseram alguns exemplos como:<br />

não explicar o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que os alunos entendam, não controlar a<br />

disciplina da turma (vê os alunos corren<strong>do</strong>, gritan<strong>do</strong> e não toma uma atitu<strong>de</strong> mais<br />

séria), brigar muito com os alunos <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a ofendê-los com palavrões, bate a<br />

ca<strong>de</strong>ira no chão, fala gírias, aten<strong>de</strong> celular na sala <strong>de</strong> aula, faz brinca<strong>de</strong>iras que<br />

humilham e magoam, ri <strong>do</strong>s alunos, quan<strong>do</strong> não aceita o mínimo <strong>de</strong> conversa até<br />

quan<strong>do</strong> se está tiran<strong>do</strong> alguma dúvida com o colega, quan<strong>do</strong> não aceita que se<br />

pergunte novamente, quan<strong>do</strong> grita muito, quan<strong>do</strong> manda copiar o texto que está<br />

no livro didático no ca<strong>de</strong>rno, quan<strong>do</strong> quer que os alunos copiem rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong>mais,<br />

quan<strong>do</strong> o professor não sabe em que parte <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> está trabalhan<strong>do</strong> com a<br />

turma e prepara poucas perguntas (poucas ativida<strong>de</strong>s e fica enrolan<strong>do</strong>). Enfim,<br />

essas alunas percebem o <strong>de</strong>scaso, o não envolvimento <strong>de</strong>sses professores (as<br />

alunas relataram durante a entrevista que nas aulas <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses professores<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s não legais, os alunos falam antes da professora entrar em sala <strong>de</strong><br />

aula “Oba, vamos bagunçar, essa aula é como se fosse aula vaga...”).<br />

Faço uma reflexão, um questionamento. Será que falta a esses professores<br />

não legais meto<strong>do</strong>logia, planejar melhor as suas aulas? E os professores<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s legais pelos alunos tem meto<strong>do</strong>logia, um plano <strong>de</strong> aula em uma<br />

14


linha teórica? Ou até os professores legais <strong>de</strong>senvolvem suas aulas ao acaso,<br />

agin<strong>do</strong> através <strong>do</strong> ensaio-e-erro no dia-a-dia da escola?<br />

Se analisarmos a história da educação, veremos que nem sempre ela foi<br />

valorizada, ou seja, percebe-se que geralmente ela manteve a hegemonia das<br />

classes <strong>do</strong>minantes, e atualmente, numa perspectiva mundial, o sistema<br />

capitalista neoliberal pre<strong>do</strong>mina em to<strong>do</strong>s os setores e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da educação<br />

escolar para manter-se. Questiono então o que impe<strong>de</strong> a escola atualmente <strong>de</strong><br />

dar um salto qualitativo na educação? Já que em gran<strong>de</strong> parte as escolas (<strong>de</strong><br />

Londrina, Pr) apresentam condições materiais (ainda faltam recursos humanos<br />

suficientes) para dar este salto? Será que a “alienação” que o sistema capitalista<br />

<strong>de</strong>senvolveu penetrou tão profundamente no pensamento geral das pessoas e em<br />

especial <strong>do</strong>s professores que achamos que não se tem mais o que fazer para<br />

melhorar as condições sociais da maioria da população, que quem é pobre tem<br />

que se conformar, não adianta se rebelar, que sempre foi assim? Que a educação<br />

não tem como contribuir para a transformação da realida<strong>de</strong> social?<br />

De acor<strong>do</strong> com Arce (2002, p. 8), foi com a revolução da burguesia que<br />

surgiu o i<strong>de</strong>al “<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento livre e pleno <strong>do</strong> ser humano, da autonomia <strong>do</strong>s<br />

homens. Mas a mesma socieda<strong>de</strong> que cria esse i<strong>de</strong>al (...) é também a socieda<strong>de</strong><br />

produtora <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>rias...”, portanto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início a burguesia foi repleta <strong>de</strong><br />

contradições, inauguran<strong>do</strong> o conceito <strong>de</strong> escola para to<strong>do</strong>s, com o i<strong>de</strong>al<br />

progressista e para a emancipação <strong>do</strong> ser humano, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong><br />

transparecer “seu la<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ológico mais reacionário, que apontava para a<br />

naturalização <strong>do</strong> social, para a alienação das relações entre os seres humanos,<br />

para o esvaziamento <strong>do</strong> indivíduo, para o subjetivismo e o irracionalismo” (ARCE,<br />

2002, p. 8) . Qualquer forma <strong>de</strong> escola naquela época (entre 1789 a 1848) estava<br />

sob <strong>do</strong>mínio da igreja, tanto a católica quanto a protestante, e baseava seus<br />

princípios educacionais na pedagogia tradicional e segun<strong>do</strong> a autora já citada,<br />

junto ao nascimento da burguesia, aconteceu o surgimento das idéias <strong>de</strong><br />

Pestalozzi e Froebel, que são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s pela autora os pais <strong>do</strong><br />

“escolanovismo” (a autora <strong>de</strong>ixa claro que o movimento escolanovista<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se em fins <strong>do</strong> século XIX e início <strong>do</strong> século XX, mas afirma que<br />

15


esses educa<strong>do</strong>res são um marco <strong>de</strong> referência ao surgimento <strong>do</strong> escolanovismo<br />

pelas idéias que preconizavam como: a criança ser o centro <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processo<br />

educativo). Assim, a autora afirma que os i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> educação preconiza<strong>do</strong>s por<br />

Pestalozzi e Froebel, que fundamentaram o <strong>ensino</strong> pré-escolar, tem<br />

características <strong>de</strong> psicologizar as práticas educativas e conseqüentemente<br />

secundarizar o <strong>ensino</strong> e <strong>de</strong>scaracterizar o papel <strong>do</strong> professor em to<strong>do</strong>s os níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>ensino</strong>.<br />

Conhecer a i<strong>de</strong>ologia subjacente ao escolanovismo e como as<br />

meto<strong>do</strong>logias se prestam a colocar em prática essas i<strong>de</strong>ologias é um passo<br />

importante para se buscar méto<strong>do</strong>s pedagógicos que tenham como i<strong>de</strong>al o<br />

pensamento crítico, o <strong>de</strong>svelamento <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong> na qual vivemos.<br />

1.3 Algumas Meto<strong>do</strong>logias e Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Superação da Dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Aprendizagem.<br />

Antes <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ntrar no <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> algumas meto<strong>do</strong>logias, consi<strong>de</strong>rei<br />

importante <strong>de</strong>finir o que são conteú<strong>do</strong>s e sua importância, pois uma das principais<br />

críticas <strong>do</strong> movimento da Escola Nova é a valorização <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s e as técnicas<br />

<strong>de</strong> <strong>ensino</strong> em <strong>de</strong>trimento <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> a ser ensina<strong>do</strong>. Mas os conteú<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong><br />

Haydt (1995, p. 126)`”são importantes à medida que constituem a tessitura básica<br />

sobre a qual o aluno constrói e reestrutura o <strong>conhecimento</strong>”. A autora ainda<br />

afirma, que é por meio <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s que se transmite e se assimila os<br />

<strong>conhecimento</strong>s, mas também, os conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolvem as operações<br />

cognitivas, hábitos e habilida<strong>de</strong>s, além das atitu<strong>de</strong>s. Assim, Zabala (1998, p. 30)<br />

expressa que “conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>do</strong> como tu<strong>do</strong> quanto se tem que<br />

apren<strong>de</strong>r para alcançar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s objetivos que não apenas abrangem as<br />

capacida<strong>de</strong>s cognitivas, como também incluem as <strong>de</strong>mais capacida<strong>de</strong>s”, este<br />

autor cita, ainda, que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Coll os conteú<strong>do</strong>s são classifica<strong>do</strong>s em<br />

conceituais, procedimentais e atitudinais como forma <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> que trabalhe a<br />

formação integral <strong>do</strong> aluno.<br />

16


Vamos aos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> que se caracterizam como procedimentos<br />

didáticos seqüencia<strong>do</strong>s e or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s para alcançar um objetivo previsto, pois a<br />

forma <strong>de</strong> se propor as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> permitirá ou não a máxima inter-<br />

relação entre os <strong>de</strong>mais conteú<strong>do</strong>s.<br />

Zabala (1998, p. 41) parte <strong>do</strong> princípio que os conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong>terminam os<br />

méto<strong>do</strong>s, pois cada conteú<strong>do</strong> exige o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s procedimentos<br />

mentais. Assim para os conteú<strong>do</strong>s factuais, que envolvem o <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong><br />

fatos, da<strong>do</strong>s, acontecimentos, fenômenos, localizações, enfim, conteú<strong>do</strong>s factuais<br />

se <strong>de</strong>finem como singulares sen<strong>do</strong> seu caráter <strong>de</strong>scritivo e concreto. Estes<br />

conteú<strong>do</strong>s são importantes para se compreen<strong>de</strong>r as informações e problemas<br />

cotidianos. A <strong>aprendizagem</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>do</strong>s fatos é a que mais se aproxima <strong>do</strong><br />

texto original ou da exposição que é objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>. Portanto este tipo <strong>de</strong><br />

<strong>conhecimento</strong> se apren<strong>de</strong> basicamente mediante ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cópia, repetição<br />

verbal, até chegar a uma automatização da informação.<br />

Para este autor, a <strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s conceituais e <strong>do</strong>s<br />

princípios, é diferente, porque estes conteú<strong>do</strong>s precisam ser compreendi<strong>do</strong>s, seu<br />

significa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>do</strong>. As condições <strong>de</strong> uma <strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong> conceitos<br />

e princípios são <strong>de</strong> elaboração e construção pessoal <strong>do</strong> conceito com ativida<strong>de</strong>s<br />

experimentais; ativida<strong>de</strong>s que promovam uma forte ativida<strong>de</strong> mental, como:<br />

escrever um texto, contrapor idéias, diálogos, <strong>de</strong>bates, etc... “Trata-se sempre <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s que favoreçam a compreensão <strong>do</strong> conceito a fim <strong>de</strong> utilizá-lo para a<br />

interpretação ou <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> situações, ou para construção <strong>de</strong> outras idéias”<br />

(1998, p. 43).<br />

Os conteú<strong>do</strong>s procedimentais que envolvem as regras, as técnicas, os<br />

méto<strong>do</strong>s, as <strong>de</strong>strezas, “é um conjunto <strong>de</strong> ações or<strong>de</strong>nadas e com um objetivo<br />

como: ler, <strong>de</strong>senhar, observar, calcular, classificar, traduzir, recortar, inferir, etc.”<br />

(1998, p. 43-44). Ao ensinar e apren<strong>de</strong>r os conteú<strong>do</strong>s procedimentais é necessário<br />

observar três parâmetros: a) se é um conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> ação mais motora ou mais<br />

cognitiva; b) se esse conteú<strong>do</strong> se realiza com muitas ou com poucas ações; c) se<br />

existe um grau <strong>de</strong> seqüência. Em termos gerais, po<strong>de</strong>-se dizer que se apren<strong>de</strong><br />

conteú<strong>do</strong>s procedimentais a partir <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los especializa<strong>do</strong>s e estes conteú<strong>do</strong>s<br />

17


só se apren<strong>de</strong>m realizan<strong>do</strong>-os e exercitan<strong>do</strong> várias vezes os procedimentos. Este<br />

exercício induz a reflexão sobre a própria ativida<strong>de</strong>, por exemplo: para melhorar<br />

nossa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever, não basta escrever muito, embora seja uma<br />

condição imprescindível; possuir um instrumento <strong>de</strong> análise e reflexão – a<br />

morfossintaxe – ajudará muito a melhorar nossas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escrita, sempre<br />

que tenhamos aprendi<strong>do</strong> a utilizar estes recursos em nosso processo <strong>de</strong> escrita.<br />

Para Zabala (1998), os conteú<strong>do</strong>s atitudinais também precisam ser<br />

ensina<strong>do</strong>s, pois envolvem:<br />

• Valores: idéias éticas, responsabilida<strong>de</strong>, respeito, liberda<strong>de</strong>, etc.;<br />

• Atitu<strong>de</strong>s: são tendências relativamente estáveis das pessoas para<br />

atuar, como: cooperar com o grupo, respeitar o meio ambiente,<br />

participar das tarefas escolares, etc.;<br />

• Normas: são as regras <strong>de</strong> comportamento que <strong>de</strong>vemos seguir em<br />

<strong>de</strong>terminadas situações que obrigam a to<strong>do</strong>s os membros <strong>de</strong> um<br />

grupo social.<br />

A maneira <strong>de</strong> organizar as ativida<strong>de</strong>s e o papel que cada aluno <strong>de</strong>ve<br />

assumir po<strong>de</strong> ou não promover atitu<strong>de</strong>s como os da cooperação, tolerância e<br />

solidarieda<strong>de</strong>. Assim, Zabala (1998, p. 84) indica que uma das primeiras medidas<br />

é sensibilizar o aluno sobre as normas existentes, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-as suas, para o<br />

seu bem, por isso a assembléia <strong>de</strong> alunos é um <strong>do</strong>s recursos didáticos que po<strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> participação na formação <strong>do</strong>s valores que<br />

queremos que governem na escola.<br />

A organização <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s por disciplinas, é questionada por Zabala<br />

(1998, p. 140) e sugere a organização curricular por “temas”, “projetos”, “Centros<br />

<strong>de</strong> interesse”, que são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s globaliza<strong>do</strong>s. Estes méto<strong>do</strong>s não<br />

tomam as disciplinas como ponto <strong>de</strong> partida, mas os objetivos educacionais. Para<br />

este autor, o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> “Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio”, é um <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s globaliza<strong>do</strong>res mais<br />

completos porque envolve os conteú<strong>do</strong>s conceituais, os procedimentais (maior<br />

ênfase) e os atitudinais, sen<strong>do</strong> que a função social <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> neste méto<strong>do</strong> é a<br />

formação <strong>de</strong> cidadãos <strong>de</strong>mocráticos e com “espírito científico”. As etapas <strong>do</strong><br />

méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Meio seriam:<br />

18


• Motivação: <strong>de</strong>bater com os alunos quais situações da vida<br />

<strong>de</strong>spertam seu interesse, assim <strong>de</strong>finir os aspectos <strong>do</strong> tema que será<br />

estuda<strong>do</strong>;<br />

• Explicitação <strong>do</strong>s problemas: no <strong>de</strong>bate geralmente as opiniões<br />

divergem e surgem os problemas que <strong>de</strong>verão ser resolvi<strong>do</strong>s. Em<br />

grupo, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>finir e classificar as perguntas ou os problemas<br />

que serão pesquisa<strong>do</strong>s;<br />

• Hipóteses: os alunos supõem algumas respostas, geralmente<br />

confusas ou erradas. Também <strong>de</strong>verão, nesta fase, prever as<br />

formas, os instrumentos que serão utiliza<strong>do</strong>s para a verificação das<br />

hipóteses;<br />

• Fontes <strong>de</strong> informações: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da ida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> perguntas,<br />

disponibilida<strong>de</strong> da escola, as fontes po<strong>de</strong>m ser diretas (visitas,<br />

entrevistas, etc.) ou indiretas (artigos, livros, jornais, etc.) ou com o<br />

próprio professor;<br />

• Esboço das fontes e planejamento das informações: para que as<br />

conclusões sejam verda<strong>de</strong>iras, os meios <strong>de</strong>vem ser a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e<br />

claramente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s;<br />

• Coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s: busca <strong>de</strong> respostas através <strong>de</strong> diferentes meios;<br />

• Seleção e classificação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s: organizar, até <strong>de</strong>scartar<br />

informações contraditórias, para se chegar a uma conclusão;<br />

• Conclusões: on<strong>de</strong> se confirma ou não a valida<strong>de</strong> das idéias prévias,<br />

amplian<strong>do</strong> seu campo <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e generalizan<strong>do</strong> os<br />

conceitos;<br />

• Generalizações: é um trabalho <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontextualização e aplicação<br />

das conclusões a outras situações para que não se convertam numa<br />

<strong>aprendizagem</strong> episódica;<br />

• Expressão e comunicação: expor os resulta<strong>do</strong>s da pesquisa para os<br />

colegas, para escola e até comunida<strong>de</strong>.<br />

19


Toman<strong>do</strong>-se por base as Diretrizes Curriculares <strong>do</strong> Paraná, veremos o<br />

méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Saviani, e traduzi<strong>do</strong> em Didática pelo professor<br />

Gasparin.<br />

Dentre a teoria crítica <strong>de</strong> educação, <strong>de</strong>staca-se a Pedagogia Histórico-<br />

crítica, pensada pelo educa<strong>do</strong>r brasileiro Dermeval Saviani. O professor Gasparin,<br />

diante <strong>de</strong>sta pedagogia, buscou transformá-la numa didática, isto é, num mo<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>ssa pedagogia ser aplicada nas escolas, nas salas <strong>de</strong> aula.<br />

O marco referencial epistemológico para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta proposta<br />

pedagógica é a teoria dialética <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>. Segun<strong>do</strong> essa teoria, o<br />

<strong>conhecimento</strong> constrói-se, fundamentalmente, a partir da base material, na prática<br />

social <strong>do</strong>s homens, na sua existência social.<br />

É possível, então, <strong>de</strong>linear uma concepção <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia dialética que se<br />

constitui em três fases – prática, teoria, prática -, relacionan<strong>do</strong> essas três fases<br />

com os estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Vygotsky, “partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento atual <strong>do</strong>s alunos,<br />

trabalhan<strong>do</strong> na zona <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento imediato, para chegar a um novo<br />

nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento atual” (GASPARIN, 2003, p. 8). Estas três partes, se<br />

<strong>de</strong>s<strong>do</strong>bram nos passos da pedagogia histórico-crítica, proposto no livro Escola e<br />

<strong>de</strong>mocracia. Os passos são assim <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s: “Prática social”,<br />

“Problematização”, “Instrumentalização”, “Catarse” e “Prática social”.<br />

Gasparin (2003, p. 17) <strong>de</strong>nominou o primeiro passo da didática para a<br />

pedagogia histórico-crítica, <strong>de</strong> “prática inicial <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s”. Este primeiro passo<br />

é importante para que o professor tenha consciência da realida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s interesses<br />

<strong>do</strong>s alunos, evitan<strong>do</strong>-se assim o distanciamento entre suas preocupações e os<br />

conteú<strong>do</strong>s escolares. Parte-se, então, <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> que os alunos já possuem<br />

sobre o assunto e relacionan<strong>do</strong> este passo com a teoria <strong>de</strong> Vygotsky, que neste<br />

estágio é o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento atual, no qual o aluno atua com autonomia.<br />

Saviani (1999, p. 79-80) quan<strong>do</strong> explica a primeira fase <strong>de</strong> seu méto<strong>do</strong><br />

pedagógico, diz que esse é o início <strong>de</strong> to<strong>do</strong> trabalho pedagógico, sen<strong>do</strong> comum a<br />

professor e alunos. Mas,<br />

20<br />

na prática pedagógica, a diferença entre os <strong>do</strong>is posicionamentos, <strong>de</strong>vese,<br />

entre outras razões, ao fato <strong>do</strong> professor, antes <strong>de</strong> iniciar seu


trabalho com os alunos, já ter planeja<strong>do</strong> as ativida<strong>de</strong>s, possuin<strong>do</strong> uma<br />

visão <strong>de</strong> síntese <strong>do</strong> processo” (GASPARIN,2003, p. 18-19).<br />

Durante a prática inicial <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s é importante observar a que<br />

distância estão os alunos <strong>do</strong>s conceitos científicos que <strong>de</strong>verão apren<strong>de</strong>r.<br />

Na prática da aula,<br />

os alunos <strong>de</strong>vem ser informa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> que o conteú<strong>do</strong> será aborda<strong>do</strong><br />

numa <strong>de</strong>terminada linha política, através <strong>do</strong> processo teóricometo<strong>do</strong>lógico<br />

que tem como suporte o materialismo histórico, com a<br />

finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação social” (GASPARIN, 2003, p. 22).<br />

O conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser anuncia<strong>do</strong>, dialogan<strong>do</strong>-se com os alunos sobre o que<br />

já sabem sobre o conteú<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong>, anotan<strong>do</strong>, registran<strong>do</strong> também o que o<br />

professor enfatiza sobre a dimensão social <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>, trazen<strong>do</strong> materiais<br />

motiva<strong>do</strong>res(se necessário) como jornais, revistas, sli<strong>de</strong>s, etc.. Neste momento<br />

não se <strong>de</strong>bate, apenas se registra o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

<strong>do</strong>s alunos sobre o conteú<strong>do</strong>, e <strong>de</strong>pois se questiona o que gostariam <strong>de</strong> saber a<br />

mais.<br />

Termina<strong>do</strong> este passo, entramos na fase da Teoria. Gasparin (2003, p. 35)<br />

basea<strong>do</strong> em Saviani (1999), dividiu este passo em três fases, sen<strong>do</strong> elas:<br />

problematização, a instrumentalização e a catarse.<br />

“A problematização é um <strong>de</strong>safio, ou seja, é a criação <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong><br />

para que o educan<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> sua ação busque o <strong>conhecimento</strong>” (2003, p. 35),<br />

é nesta fase que são seleciona<strong>do</strong>s os principais problemas levanta<strong>do</strong>s na prática<br />

social. Desmonta-se a totalida<strong>de</strong>, mostran<strong>do</strong> as várias feições e aspectos que<br />

formam essa realida<strong>de</strong>. A problematização é também o questionamento <strong>do</strong><br />

conteú<strong>do</strong> confronta<strong>do</strong> com a prática social, em função <strong>do</strong>s problemas que<br />

precisam ser resolvi<strong>do</strong>s no cotidiano das pessoas. O processo <strong>ensino</strong>-<br />

<strong>aprendizagem</strong>, neste caso, está em função das questões levantadas na prática<br />

social, retomadas <strong>de</strong> forma mais profunda e sistematizada pelo conteú<strong>do</strong><br />

curricular.<br />

21


Como procedimento prático, <strong>de</strong>ve-se levar em conta os da<strong>do</strong>s aponta<strong>do</strong>s<br />

pelos alunos e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>safios surgi<strong>do</strong>s na Prática Social Inicial. O professor tem a<br />

função <strong>de</strong> encaminhar uma discussão, que consiste numa reflexão cooperativa,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> começar a enten<strong>de</strong>r melhor o conteú<strong>do</strong> que será estuda<strong>do</strong>,<br />

sentin<strong>do</strong>-se a sua real necessida<strong>de</strong>. Assim o conteú<strong>do</strong> começa a ter senti<strong>do</strong> para<br />

o aluno. De acor<strong>do</strong> com o conteú<strong>do</strong>, com o grupo <strong>de</strong> alunos e com os objetivos é<br />

que são selecionadas as dimensões mais apropriadas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />

trabalho pedagógico.<br />

No passo da instrumentalização é que acontece a efetiva <strong>aprendizagem</strong>,<br />

através da apresentação sistemática <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> por parte <strong>do</strong> professor e por<br />

meio da ação intencional <strong>do</strong>s alunos <strong>de</strong> se apropriarem <strong>de</strong>sse <strong>conhecimento</strong>.<br />

Alunos, o professor e o conteú<strong>do</strong>, mantém uma relação triádica 8 sen<strong>do</strong> que<br />

nenhum <strong>de</strong>sses elementos <strong>do</strong> processo pedagógico é neutro. Quan<strong>do</strong> um<br />

conteú<strong>do</strong> é transmiti<strong>do</strong> por esta pedagogia, é diferente da forma tradicional,<br />

escolanovista ou tecnicista. Assim, Gasparin (2003, p. 54) afirma que:<br />

22<br />

Na Teoria Histórico-cultural, que enfatiza a importância da interação <strong>do</strong>s<br />

indivíduos entre si, enquanto sujeitos sociais, e da relação <strong>de</strong>stes com o<br />

to<strong>do</strong> social no processo <strong>de</strong> aquisição <strong>do</strong>s <strong>conhecimento</strong>s escolares. Por<br />

isso justifica-se a apropriação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> nas múltiplas interfaces <strong>de</strong><br />

que se reveste e que <strong>de</strong>vem ser percebidas e apreendidas pelos<br />

educan<strong>do</strong>s.<br />

Nesta fase a orientação <strong>do</strong> professor é <strong>de</strong>cisiva, pois os alunos necessitam<br />

<strong>de</strong> seu auxílio para realizar as ações necessárias à <strong>aprendizagem</strong> (zona <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento imediato da teoria <strong>de</strong> Vygotsky). O processo dialético <strong>de</strong><br />

construção <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> vai <strong>do</strong> empírico ao concreto pela mediação <strong>do</strong><br />

abstrato, realizan<strong>do</strong> as operações mentais <strong>de</strong> analisar, comparar, criticar,levantar<br />

hipóteses, julgar, classificar, <strong>de</strong>duzir, explicar, generalizar, conceituar, etc.. O<br />

confronto entre o <strong>conhecimento</strong> cotidiano trazi<strong>do</strong> pelos alunos e o conteú<strong>do</strong><br />

científico apresenta<strong>do</strong> pelo professor implica que o aluno negue (sem <strong>de</strong>struir) o<br />

8 É a relação entre os sujeitos que apren<strong>de</strong>m, o objeto <strong>de</strong> <strong>conhecimento</strong> e o professor que ensina. Assim a<br />

<strong>aprendizagem</strong> assume as feições <strong>de</strong>stes três elementos.


primeiro pela incorporação <strong>do</strong> segun<strong>do</strong>, mais elabora<strong>do</strong>, crítico, mas construí<strong>do</strong> a<br />

partir <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> já existente.<br />

Como já foi exposto o procedimento é: inicialmente ouvir <strong>do</strong>s alunos a sua<br />

concepção sobre o conteú<strong>do</strong>; <strong>de</strong>pois explicitar em qual dimensão o tema seria<br />

trata<strong>do</strong>; e, na instrumentalização apresentar as características científicas<br />

essenciais. No diálogo orienta<strong>do</strong> questionar com os alunos se os conceitos que<br />

apresentaram no início da aula são os mesmos que o professor acabou <strong>de</strong> expor?<br />

O que mu<strong>do</strong>u? O diálogo continua até o momento em que os educan<strong>do</strong>s mostrem<br />

com clareza que apren<strong>de</strong>ram as características essenciais <strong>de</strong> cada conceito.<br />

Gasparin (2003) explica a teoria <strong>de</strong> Vygotsky na qual são relatadas as<br />

pesquisas sobre a construção <strong>do</strong>s conceitos científicos. A diferença da aquisição<br />

<strong>do</strong>s conceitos cotidianos e <strong>do</strong>s científicos; a função da linguagem na formação <strong>de</strong><br />

conceitos; sobre a criança tomar consciência <strong>do</strong> próprio pensamento e <strong>de</strong><br />

estabelecer <strong>de</strong> forma consciente conexões lógicas; sobre o <strong>de</strong>senvolvimento lento<br />

da transição das funções inferiores <strong>de</strong> atenção e memória para as funções<br />

superiores <strong>de</strong> atenção consciente e voluntária e da memória lógica; sobre os<br />

conceitos científicos serem importantes para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> pensamento<br />

da criança; sobre a imitação, que ajuda a criança em suas ações imitativas a ir<br />

além <strong>do</strong>s limites <strong>de</strong> sua própria capacida<strong>de</strong>. Quan<strong>do</strong> o professor ensina, explica,<br />

faz perguntas, corrige, leva o aluno a explicar para elaborar os conceitos, está<br />

também ensina<strong>do</strong>, além <strong>do</strong>s conceitos, o méto<strong>do</strong>, o processo, no caso <strong>de</strong>sta<br />

teoria, a imitação.<br />

Na fase da instrumentalização ocorre a <strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong><br />

científico, pela mediação <strong>do</strong> professor. A ação <strong>de</strong> mediação se <strong>de</strong>senrola na zona<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento imediato, através da explicitação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> científico, <strong>de</strong><br />

perguntas sugestivas, indicações sobre como o aluno <strong>de</strong>ve iniciar e <strong>de</strong>senvolver a<br />

tarefa, etc. É sempre uma ativida<strong>de</strong> orientada cuja finalida<strong>de</strong> é forçar o surgimento<br />

<strong>de</strong> funções ainda não totalmente <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

As técnicas pedagógicas são um <strong>do</strong>s elementos <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> mediação.<br />

Elas po<strong>de</strong>m ser convencionais ou novas. Das técnicas convencionais, segun<strong>do</strong><br />

Gasparin (2003, p. 111) po<strong>de</strong>mos citar as seguintes: apresentação cruzada em<br />

23


duplas , tempesta<strong>de</strong> cerebral, entre outras, utilizadas geralmente no início <strong>do</strong><br />

programa. Depois temos técnicas <strong>de</strong> simulação: dramatizações, <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />

papéis, estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> caso, etc., que <strong>de</strong>safiam o educan<strong>do</strong> a buscar soluções <strong>de</strong><br />

problemas, analisar variáveis, preparan<strong>do</strong> o aluno a enfrentar situações reais.<br />

Ainda temos um outro grupo <strong>de</strong> técnicas convencionais que são os estágios,<br />

excursões, visitas, etc., na qual a própria realida<strong>de</strong> torna-se media<strong>do</strong>ra da<br />

<strong>aprendizagem</strong>.<br />

Além das técnicas citadas, todas as dinâmicas <strong>de</strong> grupo funcionam como<br />

media<strong>do</strong>res, assim como os atos pedagógicos: exposição dialogada, leitura <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>, leitura orientada <strong>de</strong> textos seleciona<strong>do</strong>s, trabalhos em grupo e individuais,<br />

pesquisas, seminários, entrevistas com pessoas-fonte, palestras, análise <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os, filmes, discussões, <strong>de</strong>bates, painel integra<strong>do</strong>, <strong>de</strong>monstração, tarefas <strong>de</strong><br />

assimilação <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>, uso <strong>de</strong> recursos audiovisuais, <strong>ensino</strong> com pesquisa.<br />

As novas tecnologias que incluem a informática, a atual TV multimídia,<br />

entre outros, são media<strong>do</strong>res, atuam como apoio à <strong>aprendizagem</strong> e não<br />

substituem a presença <strong>do</strong> professor.<br />

O seguinte passo <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> é a Catarse, na qual cada aluno <strong>de</strong>verá fazer<br />

a nova síntese mental <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>, comparar sua nova postura mental com a<br />

postura na prática social inicial, construin<strong>do</strong> uma nova totalida<strong>de</strong> concreta. Nesta<br />

fase também <strong>de</strong>ve acontecer a expressão da síntese, que é a avaliação <strong>do</strong><br />

processo e <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> nas diversas dimensões trabalhadas e aos objetivos.<br />

Com a catarse encerra-se a parte da Teoria <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> dialético e volta-se<br />

para a Prática. Gasparin (2003, p. 143) <strong>de</strong>nominou o quinto passo <strong>de</strong> “Prática<br />

social final <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>” na qual os alunos <strong>de</strong>verão escrever suas intenções em<br />

relação ao conteú<strong>do</strong>. Manifestar uma nova postura prática, uma nova atitu<strong>de</strong><br />

sobre o conteú<strong>do</strong> e da nova forma <strong>de</strong> agir. Só que não se <strong>de</strong>ve ficar somente nas<br />

intenções. Deverá <strong>de</strong>screver também as suas ações concretas individualmente e<br />

socialmente.<br />

24


1.4 Análise <strong>do</strong>s Da<strong>do</strong>s<br />

Foi proposto aos professores que atuam na 5ª série da Escola Estadual<br />

Profº João Rodrigues da Silva, um questionário, conten<strong>do</strong> vinte e seis questões<br />

relativas às principais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, formação, tempo <strong>de</strong><br />

atuação como professor da re<strong>de</strong> estadual e outros vínculos, questões<br />

relacionadas aos méto<strong>do</strong>s, sugestões para superação das dificulda<strong>de</strong>s elencadas<br />

e um quadro com total <strong>de</strong> alunos que não apresentam dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong>, pouca dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, muita dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong> e em relação a estes alunos com muita dificulda<strong>de</strong>, quantos não<br />

apresentam requisitos para cursar a 5ª série e quantos precisam <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> apoio<br />

para que ten<strong>do</strong> uma visão global <strong>do</strong> que os professores percebem como<br />

problemas <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>, possamos juntos sugerir estu<strong>do</strong>s,<br />

planejamentos, avaliações como forma <strong>de</strong> superação <strong>de</strong>stes problemas.<br />

No total houve a participação <strong>de</strong> 14 professores, sen<strong>do</strong> quatro da área <strong>de</strong><br />

língua portuguesa, <strong>do</strong>is <strong>de</strong> matemática, um <strong>de</strong> geografia, um <strong>de</strong> artes, três <strong>de</strong><br />

história e três <strong>de</strong> ciências.<br />

A primeira questão foi relativa ao tempo <strong>de</strong> atuação na 5ª série, on<strong>de</strong><br />

verificou-se que 50% <strong>do</strong>s professores atuam a menos <strong>de</strong> 5 anos com essa série,<br />

14,2% já atuam há 10 anos e 35,6% atuam há mais <strong>de</strong> 11 anos com 5ª série.<br />

Portanto, percebe-se que a 5ª série é “escolhida” pelos professores com menor<br />

tempo <strong>de</strong> experiência com esta série, ou seja, a 5ª série <strong>do</strong> Ensino Fundamental<br />

nem sempre é uma opção para os professores, que geralmente escolhem outras<br />

séries para trabalhar.<br />

A segunda questão queria saber se com tempo maior em cada turma <strong>de</strong> 5ª<br />

série (aulas geminadas), se minimizaria problemas referentes organização<br />

pedagógica e <strong>de</strong> material escolar <strong>de</strong>sses alunos. 28,5% <strong>do</strong>s professores<br />

respon<strong>de</strong>u que sim, 50% respon<strong>de</strong>u que não e 21,4% respon<strong>de</strong>u que talvez.<br />

Analisou-se que <strong>do</strong>s professores <strong>de</strong> matemática um respon<strong>de</strong>u sim e o outro<br />

talvez. O que respon<strong>de</strong>u sim, também atua <strong>de</strong> 1ª a 4ª série e percebe a<br />

importância <strong>de</strong> tempo maior com cada turma e o que respon<strong>de</strong>u talvez, assinalou<br />

25


que prefere trabalhar com 8ª série e Ensino Médio. Das quatro professoras <strong>de</strong><br />

língua portuguesa, duas respon<strong>de</strong>ram que sim e as outras duas que não. E por fim<br />

a professora <strong>de</strong> artes acha importante as aulas serem geminadas para<br />

<strong>de</strong>senvolver um bom trabalho com as 5ª séries. Os <strong>de</strong>mais professores, não<br />

concordam que com aulas geminadas se possa minimizar os problemas acima<br />

menciona<strong>do</strong>s.<br />

Nesta questão evi<strong>de</strong>ncia-se uma incoerência, haja vista que a questão vinte<br />

e três quer verificar se com a atual estrutura escolar – aulas <strong>de</strong> 50 minutos, quase<br />

40 alunos por turma, trabalhan<strong>do</strong> com uma média <strong>de</strong> 180 alunos por perío<strong>do</strong> – se<br />

há condições para se envolver com os alunos, saber realmente <strong>de</strong> suas<br />

dificulda<strong>de</strong>s e avanços, <strong>de</strong> zelar pela <strong>aprendizagem</strong>. 57,1% <strong>do</strong>s professores<br />

respon<strong>de</strong>ram que não há condições <strong>de</strong> envolvimento com a atual estrutura<br />

escolar, pois são muitos os alunos que necessitam da atenção <strong>do</strong> professor, a<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s é muito gran<strong>de</strong>, e isso causa gran<strong>de</strong> exaustão para o<br />

professor. Boa parte <strong>do</strong>s professores que respon<strong>de</strong>ram que não são a favor <strong>de</strong><br />

aulas geminadas, também respon<strong>de</strong>ram que não há condições <strong>de</strong> envolvimento<br />

com a atual estrutura escolar.<br />

Em seguida, foram elenca<strong>do</strong>s oito problemas que sempre surgem na<br />

prática pedagógica, e foi proposto que os professores numerassem<br />

progressivamente estes problemas. A questão três, então, mostrou que<br />

<strong>de</strong>sorganização com o material escolar não é um problema sério, assim como<br />

<strong>de</strong>sorganização pedagógica, a <strong>de</strong>mora para iniciar as ativida<strong>de</strong>s, copiar mas não<br />

realizar as ativida<strong>de</strong>s propostas, não fazer as tarefas <strong>de</strong> casa e serem alunos<br />

faltosos (este item foi o que recebeu a indicação <strong>de</strong> ser o menor <strong>do</strong>s problemas).<br />

Para os professores da escola o principal problema é a distração com conversas e<br />

brinca<strong>de</strong>iras paralelas e em segun<strong>do</strong> lugar o fato <strong>de</strong> se envolverem em discussões<br />

e brigas, mas ainda assim foi observa<strong>do</strong> que este problema foi coloca<strong>do</strong> como<br />

sério por 28,5% <strong>do</strong>s professores, sen<strong>do</strong> que a distração por conversas e<br />

brinca<strong>de</strong>iras foi assinala<strong>do</strong> como número um, por 64,2% <strong>do</strong>s professores. Assim,<br />

Gauthier (1998, p. 240) consi<strong>de</strong>ra a gestão da classe um <strong>do</strong>s principais fatores<br />

para um <strong>ensino</strong> eficiente, e conceitua a gestão da classe como “um conjunto <strong>de</strong><br />

26


egras e <strong>de</strong> disposições necessárias para criar e manter um ambiente or<strong>de</strong>na<strong>do</strong><br />

favorável tanto ao <strong>ensino</strong> quanto à <strong>aprendizagem</strong>”, também como explica Haydt<br />

(1995), é necessário estabelecer um “Contrato Pedagógico” com os alunos, ou<br />

seja, no início <strong>do</strong> ano letivo o professor, juntamente com os alunos, <strong>de</strong>ve<br />

estabelecer os critérios gerais <strong>de</strong> relacionamento e pedagógicos da turma.<br />

Alguns professores, nesta questão, ainda anotaram como problemas a<br />

falta <strong>de</strong> interesse, a indisciplina e o <strong>de</strong>srespeito e que não contam com apoio <strong>do</strong>s<br />

pais ou responsáveis, pois é visível que alunos que contam com o interesse <strong>do</strong>s<br />

pais para os estu<strong>do</strong>s são alunos mais <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s, interessa<strong>do</strong>s e como<br />

conseqüência apren<strong>de</strong>m melhor.<br />

Também foi pedi<strong>do</strong> aos professores, na questão 4, que numerassem<br />

progressivamente como i<strong>de</strong>ntificavam um aluno com problemas <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>.<br />

76,9% <strong>do</strong>s professores indicaram “quan<strong>do</strong> não produz e apresenta<br />

comportamento ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>”. Nos itens elenca<strong>do</strong>s a seguir, não houve<br />

coincidências <strong>de</strong> impacto. Sen<strong>do</strong> eles: quan<strong>do</strong> não realiza ativida<strong>de</strong>s em sala <strong>de</strong><br />

aula; quan<strong>do</strong> produz em sala, mas vai mal nas avaliações e quan<strong>do</strong> produz mas<br />

<strong>de</strong>sequilibra o clima <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> com comportamento ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. O item-<br />

Quan<strong>do</strong> é inseguro, precisa <strong>do</strong> professor para avançar nas ativida<strong>de</strong>s-, recebeu<br />

38,4% das assinalações como o segun<strong>do</strong> mais importante para se <strong>de</strong>tectar os<br />

problemas <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>. O item – quan<strong>do</strong> não realiza as ativida<strong>de</strong>s em sala -<br />

foi assinala<strong>do</strong> por 23¨% <strong>do</strong>s professores como número um e 15,3% <strong>do</strong>s<br />

professores assinalaram como número <strong>do</strong>is. Deduz-se, então, que aquele aluno<br />

que não perturba com comportamentos ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, mas que também não<br />

produz, não é facilmente percebi<strong>do</strong> como um aluno com problemas <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong>, possivelmente, porque aqueles alunos que não produzem e<br />

apresentam comportamentos ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s ocupam a maior parte <strong>do</strong> tempo <strong>do</strong><br />

professor em sala <strong>de</strong> aula. Gauthier (1998, p. 138-139), afirma que o professor em<br />

sala <strong>de</strong> aula tem duas tarefas consi<strong>de</strong>radas maiores. A primeira refere-se ao<br />

<strong>ensino</strong> <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s e a segunda refere-se às funções <strong>de</strong> gestão da classe, isto<br />

é, organizar as turmas, estabelecer regras e maneiras <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r, enca<strong>de</strong>ar as<br />

27


ativida<strong>de</strong>s, perceber alunos com dificulda<strong>de</strong>s, reagir a comportamentos<br />

inaceitáveis, etc..<br />

A questão número cinco foi sobre méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>. Foi pergunta<strong>do</strong> se<br />

acreditavam que existam méto<strong>do</strong>s que minimizassem os principais problemas<br />

encontra<strong>do</strong>s para o <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>. 78,5% <strong>do</strong>s professores respon<strong>de</strong>u que<br />

sim, que existem méto<strong>do</strong>s que ajudam a superar problemas, 21,4% respon<strong>de</strong>u<br />

que talvez e nenhum professor respon<strong>de</strong>u não. Percebe-se, então, a valorização<br />

<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s apesar que alguns professores não o utilizam ou pelo menos não o<br />

explicitam em seu plano.<br />

Solicitou-se aos professores que respon<strong>de</strong>ssem em quais das <strong>teorias</strong><br />

pedagógicas eles se percebiam como professores, sen<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>riam assinalar<br />

até <strong>do</strong>is itens. Assim foi visto que a teoria histórico-crítica recebeu 50% <strong>de</strong><br />

assinalações, a teoria sócio-interacionista 25%, a tecnicista 10%, a tradicional<br />

10%, ninguém se consi<strong>de</strong>ra escolanovista e um professor não respon<strong>de</strong>u a essa<br />

questão. Mas, a questão <strong>de</strong>zoito <strong>de</strong> certa apresenta uma discrepância com esta,<br />

pois 50% <strong>de</strong> professores consi<strong>de</strong>ram utilizar a teoria histórico-crítica, mas 71,4%<br />

respon<strong>de</strong>ram que conhecem superficialmente os fundamentos da pedagogia<br />

histórico-crítica.<br />

Na questão sete, foi pedi<strong>do</strong> que numerassem progressivamente o que mais<br />

os preocupava na hora <strong>de</strong> se preparar uma aula para <strong>de</strong>terminadas turmas, e<br />

92,8% <strong>do</strong>s professores assinalaram como primeiro lugar – como incentivar a<br />

<strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong>s alunos, manten<strong>do</strong>-os motiva<strong>do</strong>s – 50% <strong>do</strong>s professores<br />

assinalaram como segun<strong>do</strong> lugar – o méto<strong>do</strong> . Os conteú<strong>do</strong>s ficaram em terceiro<br />

lugar para 50% <strong>do</strong>s professores e administrar confusões em sala ficou em quarto<br />

lugar para outros 50% <strong>do</strong>s professores. Acredito que o méto<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser uma das<br />

chaves que aju<strong>de</strong> na motivação <strong>do</strong>s alunos. De acor<strong>do</strong> com Gauthier (1998, p.<br />

204) a gestão da matéria se refere a planejar, ensinar e avaliar. E no planejamento<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong>ve-se prever o que motiva, o que <strong>de</strong>safia os<br />

alunos nesta faixa etária. Este autor propõe que a motivação intrínseca po<strong>de</strong> ser<br />

mais eficaz <strong>do</strong> que a extrínseca (recompensas e sanções). A motivação intrínseca<br />

é um processo <strong>de</strong> interiorização que leva os alunos a se envolverem nas<br />

28


ativida<strong>de</strong>s por prazer, por curiosida<strong>de</strong> e por interesse e cita <strong>de</strong>z meios <strong>de</strong><br />

estimulação:<br />

29<br />

1) adaptar a tarefa aos interesses <strong>do</strong>s alunos; 2) incluir um pouco <strong>de</strong><br />

varieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> novida<strong>de</strong>; 3) permitir que os alunos escolham ou<br />

tomem <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> autônomo; 4) fornecer aos alunos<br />

ocasiões para respon<strong>de</strong>r ativamente; 5) fornecer retroação imediata<br />

às respostas <strong>do</strong>s alunos; 6) permitir que os alunos criem um produto<br />

acaba<strong>do</strong>; 7) incluir um pouco <strong>de</strong> fantasia e elementos <strong>de</strong><br />

estimulação; 8) incorporar às aulas situações lúdicas; 9) prever<br />

objetivos <strong>de</strong> alto nível e questões divergentes; 10) fornecer aos<br />

alunos ocasiões para interagir com os outros. (GAUTHIER, 1998, p.<br />

204).<br />

As questões número oito até a <strong>de</strong>zesseis tinham a intenção <strong>de</strong> conhecer<br />

um pouco mais sobre o professor que atua na 5ª série, como: o tempo que já é<br />

forma<strong>do</strong> como professor, tempo que atua na re<strong>de</strong> estadual, se ministra a disciplina<br />

na qual é forma<strong>do</strong>, se é professor estatutário ou PSS e há quanto tempo, quantas<br />

horas semanais trabalha como professor, se possui outros vínculos <strong>de</strong> trabalho e<br />

em quais níveis ( fundamental inicial, final, <strong>ensino</strong> médio, superior) e por fim, em<br />

qual faixa etária se encontra.<br />

Tempo<br />

% <strong>de</strong><br />

profº<br />

Observemos o tempo <strong>de</strong> formação na seguinte tabela:<br />

0 a 5<br />

anos<br />

6 a 10<br />

anos<br />

11 a 15<br />

anos<br />

16 a 20<br />

anos<br />

21 a 25<br />

anos<br />

Mais <strong>de</strong><br />

25 anos<br />

25,5% 0% 21,4% 21,4% 21,4% 7,1%<br />

Percebe-se que 71,3% <strong>do</strong>s professores são forma<strong>do</strong>s a mais <strong>de</strong> 10 anos,<br />

portanto, a maioria <strong>do</strong>s professores po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar experiente, e segun<strong>do</strong><br />

Gauthier (1998, P. 24) o saber da experiência ocupa um lugar importante no<br />

<strong>ensino</strong>, entretanto, “esse saber experencial não representa a totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> saber<br />

<strong>do</strong>cente, este <strong>de</strong>ve ser orienta<strong>do</strong> por um <strong>conhecimento</strong> anterior, mais formal para<br />

servir <strong>de</strong> apoio para interpretar os <strong>conhecimento</strong>s presentes e inventar soluções<br />

novas”.


Na tabela seguinte, po<strong>de</strong>remos observar o tempo <strong>de</strong> atuação na re<strong>de</strong><br />

estadual, incluin<strong>do</strong> aí o tempo como professor estatutário e como professor CLT<br />

ou PSS.<br />

Tempo<br />

% <strong>de</strong><br />

profº<br />

0 a 5<br />

anos<br />

6 a 10<br />

anos<br />

11 a 15<br />

anos<br />

16 a 20<br />

anos<br />

21 a 25<br />

anos<br />

Mais <strong>de</strong><br />

25 anos<br />

25,5% 7,1% 21,4% 25,5% 7,1% 0%<br />

De acor<strong>do</strong> com a tabela, 54% <strong>do</strong>s professores atuam há mais <strong>de</strong> 10 anos<br />

na re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> educação. Gauthier (1998, p. 246) afirma que a experiência é<br />

importante, principalmente em relação à gestão da classe, pois professores<br />

experientes sabem que para prevenir comportamentos in<strong>de</strong>sejáveis é necessário<br />

acompanhar <strong>de</strong> perto o <strong>de</strong>senrolar das ativida<strong>de</strong>s e estabelecer regras e<br />

procedimentos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> ano letivo.<br />

Pelo questionário, po<strong>de</strong>-se observar que 100% <strong>do</strong>s professores da escola<br />

ministram as aulas em sua disciplina <strong>de</strong> formação e que 85,7% <strong>de</strong>stes professores<br />

são estatutários, sen<strong>do</strong> que:<br />

Tempo 0 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos<br />

% <strong>de</strong> profº 50% 0% 41,6%<br />

Obs: um <strong>do</strong>s professores estatutários não respon<strong>de</strong>u há quanto tempo é<br />

professor <strong>do</strong> quadro próprio <strong>do</strong> magistério <strong>do</strong> Paraná.<br />

Os outros 14,2% <strong>do</strong>s professores que atuam na 5ª série da escola são<br />

PSS, e são contrata<strong>do</strong>s por este vínculo há 3 anos.<br />

Na próxima tabela observaremos o número total <strong>de</strong> horas semanais que os<br />

professores trabalham na função:<br />

30


Nº <strong>de</strong><br />

horas<br />

% <strong>de</strong><br />

profº<br />

Até 10h. Até 20h Até 30h. Até 40h. Até 50h. Até 60h.<br />

0% 14,2% 25,5% 25,5% 21,4% 7,1%<br />

Observa-se que 54% <strong>do</strong>s professores tem uma carga horária semanal entre<br />

40 até 60 horas – aula, isto é, sua sobrevivência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> exclusivamente <strong>de</strong> seu<br />

trabalho como professor, sen<strong>do</strong> limita<strong>do</strong> o tempo para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer,<br />

culturais, leituras diversas.<br />

Sobre o vínculo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> nossos professores, temos o seguinte:<br />

Vínculo Re<strong>de</strong> particular Re<strong>de</strong> municipal Re<strong>de</strong> estadual<br />

% <strong>de</strong> profº 14,2% 14,2% 71,4%<br />

observamos:<br />

Nível<br />

Em relação aos níveis <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> em que atuam nossos professores,<br />

Ensino Fundamental<br />

Séries iniciais Séries finais<br />

Ensino Médio Superior<br />

% <strong>de</strong> profº 8,6% 60,8% 21,7% 8,6%<br />

Quanto a faixa estaria na qual se encontram os professores que atuam na<br />

5ª série <strong>de</strong> nossa escola, temos a seguinte tabela:<br />

Faixa<br />

etária<br />

(anos)<br />

% <strong>de</strong><br />

profº<br />

20-25 26-30 31-35 36-40 41-45 46-50 51-55 56-60 mais<br />

<strong>de</strong> 61<br />

0% 25,5% 7,1% 21,4% 7,1% 14,2% 7,1% 7,1% 7,1%<br />

Assim, 57,1% <strong>do</strong>s professores tem até 40 anos, e 21,4% <strong>do</strong>s professores<br />

estão na faixa etária entre 41 a 55 anos e 14,2% <strong>do</strong>s professores se encontram<br />

faixa etária acima <strong>de</strong> 55 anos.<br />

31


Em relação ao <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> que a SEED buscou fundamentação<br />

teórico– meto<strong>do</strong>lógica nas <strong>teorias</strong> críticas <strong>de</strong> educação, em especial a Pedagogia<br />

Histórico – cultural, 85,7% <strong>do</strong>s professores afirmaram que tem este <strong>conhecimento</strong>.<br />

A questão <strong>de</strong>zoito, indagava sobre a profundida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong> das<br />

<strong>teorias</strong> histórico– culturais <strong>de</strong> educação, sen<strong>do</strong> a seguinte:<br />

Nível Profun<strong>do</strong> Superficial Nulo<br />

% <strong>do</strong>s profº 7,1% 71,4% 14,2%<br />

Uma das professoras se colocou como conhece<strong>do</strong>ra entre o profun<strong>do</strong> e o<br />

superficial, então estas respostas indicam que é necessário o investimento no<br />

<strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong>stas <strong>teorias</strong>. É preciso ler, estudar as Diretrizes Curriculares,<br />

como forma <strong>de</strong> motivação para um estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s teóricos da pedagogia histórico-<br />

culturais.<br />

A questão sobre a satisfação com o méto<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> em suas aulas em<br />

relação aos resulta<strong>do</strong>s da <strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong> seus alunos, obtivemos a seguinte<br />

resposta:<br />

Grau <strong>de</strong><br />

satisfação<br />

Sim, em todas as<br />

turmas<br />

Sim, em algumas<br />

turmas<br />

32<br />

Não está satisfeito<br />

% <strong>do</strong>s profº 7,1% 85,5% 7,1%<br />

Em vista das respostas, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir que o méto<strong>do</strong> é bom, satisfatório,<br />

algumas turmas é que não se adaptam a ele.<br />

A outra questão, também em relação a meto<strong>do</strong>logia, queria saber se a atual<br />

meto<strong>do</strong>logia aplicada com suas turmas po<strong>de</strong>ria ser mudada, melhorada, e 100%<br />

<strong>do</strong>s professores respon<strong>de</strong>u que sim, justifican<strong>do</strong> que sempre é preciso apren<strong>de</strong>r,<br />

conhecer novos méto<strong>do</strong>s para alcançar aqueles alunos ou turmas com maior<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>.


Em que momento é <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong> o baixo rendimento <strong>de</strong> alunos ou turmas,<br />

sen<strong>do</strong> observadas as seguintes respostas a esta questão:<br />

Momento Avaliações Aulas Aulas/avaliações<br />

Tarefas <strong>de</strong><br />

casa<br />

% <strong>de</strong> profº 26,6% 40% 26,6% 6,6%<br />

Obs.: o item – aulas/avaliações – não foi coloca<strong>do</strong> no questionário, mas<br />

como vários professores assinalaram nas avaliações e aulas, resolvi colocá-lo na<br />

resposta. Ainda assim, a observação da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> durante as<br />

aulas é o mais indica<strong>do</strong> pelos professores.<br />

Sobre a série <strong>de</strong> preferência para trabalhar. Observamos o seguinte:<br />

Série 5ª série 6ª série 7ª série 8ª série Ens. Médio<br />

% <strong>de</strong> profº 20% 16% 16% 24% 24%<br />

Percebe-se que poucos professores preferem trabalhar com as 5ª séries. A<br />

maioria <strong>do</strong>s professores alega que trabalhar com os a<strong>do</strong>lescentes é melhor por<br />

maior i<strong>de</strong>ntificação com o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> médio, por não precisar repetir e<br />

explicar tanto. Enfim, o <strong>de</strong>sgaste emocional com os alunos maiores é menor <strong>do</strong><br />

que com os alunos <strong>de</strong> 5ª série, que estão passan<strong>do</strong> por uma fase <strong>de</strong> transição<br />

muito difícil, isto é, sain<strong>do</strong> da infância e entran<strong>do</strong> na a<strong>do</strong>lescência.<br />

Na questão vinte e três perguntou- se sobre a atual estrutura educacional<br />

da nossa escola – aulas <strong>de</strong> 50 minutos, mais <strong>de</strong> 30 alunos por turma, passan<strong>do</strong><br />

por uma média <strong>de</strong> 160 alunos por perío<strong>do</strong> – se há condições <strong>de</strong> envolvimento, <strong>de</strong><br />

conhecer suas dificulda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> ajudar a superá-las, enfim <strong>de</strong> zelar pela<br />

<strong>aprendizagem</strong>. E 35,7% <strong>do</strong>s professores respon<strong>de</strong>ram que sim, que há condições<br />

para se envolver. E outros 57,1% <strong>do</strong>s professores acha que não há condições, e<br />

uma professora assinalou o sim e o não e justificou que não é o tempo gasto com<br />

alguém que <strong>de</strong>termina o grau <strong>de</strong> envolvimento, mas “como’ se usa este tempo.<br />

33


Mas como foi observa<strong>do</strong> a maioria <strong>do</strong>s professores consi<strong>de</strong>ra muito <strong>de</strong>sgastante<br />

trabalhar com esta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alunos e com tantas turmas. Muitos professores<br />

alegam que quan<strong>do</strong> a turma começa a se acalmar e a entrar no ritmo da aula, bate<br />

o sinal para troca <strong>de</strong> professor e termina a sua aula nesta turma.<br />

A questão seguinte, também sobre o envolvimento, 100% <strong>do</strong>s professores<br />

consi<strong>de</strong>ram que o envolvimento com seus alunos é importante para o bom<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.<br />

Sobre as mudanças que consi<strong>de</strong>ra viáveis na organização da escola para<br />

que o envolvimento com seus alunos possa acontecer <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> mais efetivo, foi<br />

pedi<strong>do</strong> que numerassem progressivamente os seguintes itens:<br />

Opções<br />

<strong>do</strong>s Profº<br />

Ficar como<br />

está.<br />

Aulas<br />

geminadas<br />

Módulos<br />

como EJA<br />

Sala<br />

ambiente<br />

1ª opção 2ª opção 3ª opção 4ª opção 5ª opção<br />

34<br />

Não<br />

respon<strong>de</strong>u.<br />

15,3% 38,4% 23% 15,3% 0% 7,6%<br />

0% 46,1% 15,3% 30,7% 0% 7,6%<br />

0% 0% 38,4% 46,1% 7,6% 7,6%<br />

84,6% 7,6% 7,6% 0% 0% 0%<br />

Será que sala ambiente por si só, vai melhorar as questões <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<br />

<strong>aprendizagem</strong>? Será que estes 46,1% <strong>do</strong>s professores que marcaram aulas<br />

geminadas como segunda opção consi<strong>de</strong>ram importante se colocar as aulas<br />

geminadas em sala ambiente? Esta seria uma opção <strong>de</strong> estrutura que daria mais<br />

certo para o processo <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> eficaz?<br />

Na última questão, foi pedi<strong>do</strong> que os professores preenchessem uma<br />

tabela, na qual <strong>de</strong>veria colocar a quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> alunos por turma e <strong>de</strong>stes<br />

quantos ele i<strong>de</strong>ntifica sem problemas <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, com pouca dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong> e com muita dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>. Dentre estes com muita


dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, quantos não apresentam requisitos para cursar a 5ª<br />

série e quantos precisam <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> apoio.<br />

Analisan<strong>do</strong> por turma, teremos os seguintes quadros:<br />

5ª A L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total/alunos 30 30 30 30 30 30 30<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 63,3% 68,9% 63,3% 76,6% 64,5% 66,6% 30%<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 20% 13,7% 16,6% 0% 22,5% 26,6% 26%<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 16,6% 17,2% 13,3% 23,3% 12,9% 6,6% 43,3%<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

- 3,4% 6,6% 10% 3,2% 3,3% 10%<br />

Sala <strong>de</strong> apoio - 17,2% - 13,3% - 6,6% -<br />

Exceto na disciplina <strong>de</strong> inglês, uma média <strong>de</strong> 67,2% <strong>do</strong>s alunos da 5ª A não<br />

apresentam dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, 19,8% <strong>do</strong>s alunos apresentam pouca<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> e 14,9% <strong>do</strong>s alunos tem muita dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong>, sen<strong>do</strong> que <strong>de</strong>stes 6% não apresentam requisitos para cursar a 5ª<br />

série e 12,3% necessitam <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> apoio. Portanto, numa visão geral é uma boa<br />

turma.<br />

5ª B L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total/alunos 30 30 30 30 30 30 30<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 30% 74% 30% 63,3% 16,1% 26,6% 13,3%<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 40% 9,6% 36,6% 20% 32,2% 60% 30%<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 30% 16,1% 33,3% 16% 51,6% 13,3% 36,6%<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

- 6,4% 3,3% 0% 32,2% 0% 0%<br />

Sala <strong>de</strong> apoio - 16,1% - 16% - 0% -<br />

Nesta turma nas disciplinas <strong>de</strong> inglês e história é on<strong>de</strong> se concentra a maior<br />

percentagem <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>. A gran<strong>de</strong> exceção é matemática,<br />

seguida pela disciplina ciências. O que acontece nesta turma para terem um<br />

aproveitamento muito bom em matemática e ciências e nas disciplinas <strong>de</strong> inglês,<br />

35


história, português e até geografia, a média <strong>de</strong> 37,8% <strong>do</strong>s alunos com muita<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>? Ou será um problema <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia?<br />

5ª C L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total - alunos 28 28 28 28 28 28 28<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 36,3% 75% 37,9% 48,2% 32,2% 68,9% 10,7%<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 39,3% 14,2% 37,9% 37,9% 29% 31% 29%<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 18,1% 10,7% 24,1% 13,3% 38,7% 0% 61,2%<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

6% 10,7% 0% 0% 6,4% 0% 0%<br />

Sala <strong>de</strong> apoio 24,2% 10,7% - - - 0% -<br />

Observa-se nesta turma alguns extremos. Enquanto que em matemática e<br />

artes a maioria <strong>do</strong>s alunos não apresentam dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, na<br />

disciplina <strong>de</strong> inglês acontece o oposto. Pergunto novamente. É problema <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong> ou <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ensinar, <strong>de</strong> se relacionar com os alunos?<br />

5ª D L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total - alunos 31 31 31 31 31 31 31<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 58% 54,8% 32,2% 35,4% 43,3% 19,3% 9%<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 9,6% 9,6% 38,7% 22,5% 26,6% 54,8% 31%<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 32,2% 35,4% 25,8% 38,7% 30% 25,8% 50,4%<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

3,2% 16,1% 3,2% 3,2% - 12,9% 0%<br />

Sala <strong>de</strong> apoio 32,2% 19,3% - - - - -<br />

Nesta turma existe uma média <strong>de</strong> 31,3% <strong>do</strong>s alunos em quase todas as<br />

disciplinas com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>, com exceção <strong>de</strong> inglês, on<strong>de</strong> essa<br />

média sobe para 50% <strong>do</strong>s alunos. Diante das turmas já analisadas esta é a que<br />

apresenta o menor índice <strong>de</strong> bom <strong>de</strong>sempenho, manten<strong>do</strong> um equilíbrio entre as<br />

diversas disciplinas.<br />

36


5ª E L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total - alunos 30 30 30 30 30 30 30<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 60,9% 63,3% 30% 40% 53,3% 50% -<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 6,6% 26,6% 36,6% 26,6% 23,3% 43,3% -<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 33,3% 10% 30% 30% 23,3% 6,6% -<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

10% 6,6% 6,6% 3,3% - 6,6% -<br />

Sala <strong>de</strong> apoio 33,3% 10% - - - - -<br />

O professor <strong>de</strong> inglês <strong>de</strong>sta e das outras duas turmas não respon<strong>de</strong>u ao<br />

questionário. Esta turma apresenta uma média <strong>de</strong> 53,5% <strong>de</strong> bom aproveitamento<br />

na maioria das disciplinas, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta vez a exceção a disciplina <strong>de</strong> geografia,<br />

mas a média <strong>do</strong>s alunos com muita dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> é equilibrada,<br />

com exceção <strong>de</strong> matemática e artes.<br />

5ª F L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total - alunos 30 30 30 30 30 30 30<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 50% 43,3% 27,5% 37,9% 83,3% 36,6% -<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 16,6% 23,3% 37,9% 24,1% 0% 40% -<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 33,3% 33,3% 34,4% 37,9% 16,6% 23,3% -<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

6,6% 13,3% - 3,4% - - -<br />

Sala <strong>de</strong> apoio 33,3% 20% - - - - -<br />

Também esta é uma turma equilibrada tanto na média <strong>do</strong>s alunos sem<br />

dificulda<strong>de</strong>s como na média <strong>do</strong>s alunos com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>. E<br />

exceção está na disciplina <strong>de</strong> história.<br />

37


5ª G L.Port Mat. Geo Ciênc. Hist. Artes Inglês<br />

Total - alunos 29 29 29 29 29 29 29<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> 75,8% 21,4% 37,9% 34,4% 82,1% 44,8% -<br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> 6,8% 42,8% 41,3% 27,5% 0% 31% -<br />

Muita dificulda<strong>de</strong> 17,2% 35,7% 17,2% 37,9% 17,8% 24,1% -<br />

Não apresenta<br />

requisitos p/ 5ª série<br />

3,4% 7,1% 3,4% 3,4% - - -<br />

Sala <strong>de</strong> apoio 20,6% 10,7% - - - - -<br />

Nas disciplinas <strong>de</strong> língua portuguesa e história a maioria <strong>do</strong>s alunos não<br />

apresenta dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>. E as disciplinas on<strong>de</strong> a percentagem <strong>de</strong><br />

alunos com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> é matemática e ciências. Vale observar<br />

que a professora <strong>de</strong> matemática das 5ª F e G não é a mesma das turmas<br />

anteriores e a mesma informou, assim como a professora <strong>de</strong> ciências, que prefere<br />

trabalhar com as 8ª séries e <strong>ensino</strong> médio.<br />

Analisan<strong>do</strong> os quadros <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho das 5ª séries, percebe-se<br />

nitidamente, que são poucos os alunos com reais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>,<br />

pois senão teríamos gran<strong>de</strong>s semelhanças entre as várias disciplinas. Assim, mais<br />

uma vez frisamos a importância da meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>, a qual busca organizar<br />

os procedimentos didático-pedagógicos para conduzir a <strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong>s alunos,<br />

visan<strong>do</strong> a consecução <strong>do</strong>s objetivos propostos para o processo educativo.<br />

38


2 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

De to<strong>do</strong>s os méto<strong>do</strong>s, técnicas e procedimentos pesquisa<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vemos nos<br />

ater àqueles que se adaptam melhor às 5ª séries. Como a maioria <strong>do</strong>s alunos<br />

<strong>de</strong>sta série se encontra na faixa etária entre 10 a 12 anos, e segun<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> Vygotsky, é nesta fase etária que a criança começa a tomar consciência <strong>do</strong><br />

próprio pensamento, <strong>de</strong> estabelecer <strong>de</strong> forma consciente conexões lógicas, e está<br />

na fase <strong>de</strong> transição das funções inferiores da atenção e memória para as funções<br />

superiores <strong>de</strong> atenção consciente e voluntária e da memória lógica, seria uma erro<br />

exigir <strong>de</strong>stes alunos análises complexas, <strong>de</strong>monstrações científicas verda<strong>de</strong>iras,<br />

resolução <strong>de</strong> problemas sociais complexos.<br />

To<strong>do</strong>s os méto<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ativos, inclusive o da Pedagogia Histórico-<br />

crítica, o professor, junto com seus alunos <strong>de</strong>verá selecionar, <strong>de</strong>limitar os<br />

problemas surgi<strong>do</strong>s durante os <strong>de</strong>bates. Temos que ter consciência <strong>de</strong> que não é<br />

possível estudar todas as dimensões <strong>de</strong> um problema e tampouco solucionar<br />

to<strong>do</strong>s os problemas levanta<strong>do</strong>s.<br />

Não existe méto<strong>do</strong> bom ou ruim. Tu<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das intenções, <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong><br />

homem e <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> que temos em mente. Então os objetivos são<br />

fundamentais para a escolha <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> melhor méto<strong>do</strong> para alcançá-los.<br />

Mas, mesmo os melhores objetivos, conteú<strong>do</strong>s e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da mediação<br />

<strong>do</strong> professor. Segun<strong>do</strong> Gasparin (2003, p. 111) “a ação <strong>do</strong> professor, sua atitu<strong>de</strong><br />

profissional, a forma <strong>de</strong> tratar o conteú<strong>do</strong>, os relacionamentos entre professor e<br />

alunos e entre os próprios alunos, as ligações <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> com a vida real <strong>do</strong>s<br />

aprendizes e com o contexto social maior” é que fazem acontecer o processo<br />

significativo <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong>.<br />

Se um <strong>do</strong>s nossos objetivos é formar cidadãos críticos, participativos,<br />

<strong>de</strong>mocráticos, segun<strong>do</strong> Zaballa (1998) <strong>de</strong>vemos repensar as meto<strong>do</strong>logias, as<br />

práticas <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> tradicionais que formavam um aluno e futuro cidadão passivo,<br />

para práticas educativas que formem um aluno e cidadão ativo, participante. Para<br />

este autor, além das meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong>vemos dar atenção à organização <strong>do</strong>s<br />

39


conteú<strong>do</strong>s curriculares, ao espaço físico, ao tempo <strong>de</strong> aula para que uma efetiva<br />

transformação que almejamos.<br />

Reforçan<strong>do</strong>, os objetivos, os conteú<strong>do</strong>s, não são aprendi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

significativa pelos alunos se não forem mediatiza<strong>do</strong>s por uma meto<strong>do</strong>logia<br />

a<strong>de</strong>quada, E as habilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s bons professores são fundamentais para o<br />

sucesso <strong>de</strong> qualquer processo <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>-<strong>aprendizagem</strong> que se <strong>de</strong>seje como bom,<br />

ativo, participativo e <strong>de</strong>mocrático.<br />

40


3 REFERÊNCIAS<br />

ARCE, Alessandra. A pedagogia na “era das revoluções”: uma análise <strong>do</strong><br />

pensamento <strong>de</strong> Pestalozzi e Froebel. Campinas, SP: Autores Associa<strong>do</strong>s, 2002.<br />

CUNHA, Maria Isabel da. O bom professor e sua prática. Campinas, SP:<br />

Papirus, 1989. (Magistério: formação e trabalho pedagógico).<br />

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2. ed.<br />

– Campinas, SP: Autores Associa<strong>do</strong>s, 2003. (Coleção Educação Contemporânea).<br />

GAUTHIER, Clermont. Por uma teoria da pedagogia: pesquisas<br />

contemporâneas sobre o saber <strong>do</strong>cente. Trad. Francisco Pereira. Ijuí:Ed. UNIJUÌ,<br />

1998. (Coleção fronteiras da educação).<br />

HAYDT. Regina Célia Cazaux. Curso <strong>de</strong> didática geral. 7. ed. São Paulo: Ática,<br />

2001.<br />

RONCA, Antônio Carlos Caruso. Técnicas Pedagógicas: <strong>do</strong>mesticação ou<br />

<strong>de</strong>safio à participação? Petrópolis: Vozes,1984.<br />

SAVIANI, Dermeval. Escola e <strong>de</strong>mocracia. 32. ed. Campinas: Autores<br />

Associa<strong>do</strong>s, 1999.<br />

SAVIANI, Dermeval. A pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas, SP:<br />

Autores Associa<strong>do</strong>s, 2008. ( Coleção memória da educação).<br />

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa.<br />

Porto Alegre: ArtMed, 1998.<br />

41


ANEXOS<br />

42


ANEXO 1<br />

QUESTIONÁRIO A SER APLICADO COM OS PROFESSORES DA ESCOLA<br />

ESTADUAL PROFº JOÃO RODRIGUES DA SILVA PARA O PROJETO DE<br />

PESQUISA – METODOLOGIAS: SUPORTE PARA A SUPERAÇÃO DAS<br />

DIFICULDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS 5ª SÉRIES - DA ALUNA<br />

PDE 2008 BRIGIDA KRAUSE MARCON.- ÁREA: PEDAGOGIA.<br />

Nome <strong>do</strong> professor(a):__________________________________________<br />

1. A quantos anos já trabalha com 5ª série? _______________.<br />

2. Você consi<strong>de</strong>ra que com tempo maior (aulas geminadas) em cada turma <strong>de</strong><br />

5ª série, minimizaria os problemas <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> material escolar e<br />

organização pedagógica ?<br />

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez<br />

3. Numere progressivamente <strong>de</strong> 1 a 8 os principais problemas encontra<strong>do</strong>s<br />

nas turmas <strong>de</strong> 5ª série:<br />

( ) Desorganização com material escolar;<br />

( ) Desorganização pedagógica ( misturam conteú<strong>do</strong>s das disciplinas)<br />

( ) Demoram para iniciar as ativida<strong>de</strong>s;<br />

( ) Copiam, mas não realizam as ativida<strong>de</strong>s em sala <strong>de</strong> aula;<br />

( ) Não fazem as tarefas <strong>de</strong> casa;<br />

( ) Distraem-se com conversas e brinca<strong>de</strong>iras paralelas;<br />

( ) Envolvem-se em brigas, aniquilan<strong>do</strong> o ambiente <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>.<br />

( )São faltosos.<br />

( ) Outros______________________________________________<br />

4. Numere progressivamente <strong>de</strong> 1 a 5 como você i<strong>de</strong>ntifica um aluno com<br />

problemas <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong>:<br />

( ) quan<strong>do</strong> não realiza as ativida<strong>de</strong>s em sala <strong>de</strong> aula;<br />

( ) quan<strong>do</strong> é inseguro, precisa <strong>do</strong> professor para avançar nas ativida<strong>de</strong>s;<br />

( ) quan<strong>do</strong> produz em sala <strong>de</strong> aula, mas vai mal nas avaliações;<br />

( ) quan<strong>do</strong> produz mas <strong>de</strong>sequilibra o clima <strong>de</strong> <strong>aprendizagem</strong> com<br />

comportamentos ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s;<br />

( ) quan<strong>do</strong> não produz e apresenta comportamento ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

( ) Outros _____________________________________________.<br />

5. Você acredita que existam méto<strong>do</strong>s que minimizem os principais problemas<br />

encontra<strong>do</strong>s em sala <strong>de</strong> aula?<br />

( ) sim ( ) Não ( ) Talvez<br />

6. Você se consi<strong>de</strong>ra um professor(a): ( marcar no máximo duas alternativas)<br />

43


( ) tradicional ( ) escolanovista ( ) tecnicista ( ) histórico-crítico. ( )<br />

sócio- interecionista.<br />

7. Numere progressivamente <strong>de</strong> 1 a 4 o que te preocupa mais:<br />

( ) os conteú<strong>do</strong>s que trabalhará em cada turma;<br />

( ) o méto<strong>do</strong> que utilizará para ensinar <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>.<br />

( ) como administrar as confusões e discussões <strong>do</strong>s alunos para que não<br />

atrapalhem muito a aula.<br />

( ) como incentivar a <strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong>s alunos, manten<strong>do</strong>-os motiva<strong>do</strong>s.<br />

( ) outros___________________________________________________<br />

8. Você é forma<strong>do</strong> como professor(a) há:<br />

( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos<br />

( ) 21 a 25 anos ( ) mais <strong>de</strong> 25 anos.<br />

9. Você atua na re<strong>de</strong> estadual há:<br />

( ) 0 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) 16 a 20 anos<br />

( ) 21 a 25 anos ( ) mais <strong>de</strong> 25 anos.<br />

10. Você ministra a sua disciplina <strong>de</strong> formação? ( ) sim ( ) não.<br />

Minha formação é em: ______________________________________.<br />

11. Você é professor estatutário?<br />

( ) sim ( )Não. Se respon<strong>de</strong>u sim, há ______ anos.<br />

12.Você é professor PSS?<br />

( )sim ( ) não. Se respon<strong>de</strong>u sim, há _____ anos.<br />

13.Você trabalha como professor(a) quantas horas semanais? ( incluin<strong>do</strong><br />

outros vínculos)<br />

( ) até 10 horas ( ) até 20 horas ( ) até 30 horas ( ) até 40 horas<br />

( ) até 50 horas ( ) até 60 horas.<br />

14.Você possui outro vínculo <strong>de</strong> trabalho?<br />

( ) re<strong>de</strong> particular <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> ( ) re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> ( ) só na<br />

re<strong>de</strong> estadual.<br />

15. Marque abaixo os níveis <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> o qual trabalha:<br />

( ) séries iniciais <strong>do</strong> <strong>ensino</strong> fundamental ( ) nas séries finais <strong>do</strong> <strong>ensino</strong><br />

fundamental<br />

( ) No <strong>ensino</strong> médio ( ) no <strong>ensino</strong> superior<br />

16.Você se encontra em qual faixa etária:<br />

( ) 20 a 25 anos ( ) 26 a 30 anos ( ) 31 a 35 anos ( ) 36 a 40 anos<br />

( ) 41 a 45 anos ( ) 46 a 50 anos ( ) 51 a 55 anos ( ) 56 a 60 anos<br />

( ) mais <strong>de</strong> 61 anos.<br />

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17. Você tem <strong>conhecimento</strong> <strong>de</strong> que a SEED ao elaborar os princípios que<br />

fundamentam a Educação <strong>do</strong> Paraná, buscou embasamento na Pedagogia<br />

Histórico-Crítica?<br />

( ) sim ( ) não.<br />

18.Você conhece os fundamentos teóricos da Pedagogia Histórico-Crítica?<br />

( ) profundamente. ( ) superficialmente ( ) <strong>de</strong>sconheço.<br />

19.Você está satisfeito com o méto<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> em suas aulas e o resulta<strong>do</strong> da<br />

<strong>aprendizagem</strong> <strong>de</strong> seus alunos?<br />

( ) sim, em todas as turmas. ( ) sim, em algumas turmas. ( ) não,<br />

preciso investir em <strong>conhecimento</strong>s nesta área. .<br />

20.Você consi<strong>de</strong>ra que a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> suas atuais aulas po<strong>de</strong> ser mudada?<br />

( ) sim ( ) não.<br />

Justifique:____________________________________________________<br />

____________________________________________________________<br />

21.Em que momento você <strong>de</strong>tecta o baixo rendimento <strong>de</strong> algumas turmas:<br />

( ) durante as avaliações ( ) durante as aulas ( ) outros____________<br />

22.Você prefere trabalhar com turmas <strong>de</strong>:<br />

( ) 5ª série ( ) 6ª série ( ) 7ª série ( ) 8ª série. ( ) Ensino Médio.<br />

Justifique:____________________________________________________<br />

____________________________________________________________<br />

23.Segun<strong>do</strong> o dicionário a palavra envolvimento significa ação <strong>de</strong> envolver:<br />

abranger, cobrir, cercar, cativar. Você consi<strong>de</strong>ra que na atual estrutura e<br />

organização (aulas <strong>de</strong> 50 minutos, quase 40 alunos por turma, passan<strong>do</strong> em<br />

média por 180 alunos por perío<strong>do</strong>) há condições <strong>de</strong> envolvimento?<br />

( ) sim ( ) não<br />

Justifique:____________________________________________________<br />

____________________________________________________________<br />

__________________________<br />

24.Você consi<strong>de</strong>ra o envolvimento com seus alunos algo fundamental para o<br />

bom <strong>ensino</strong> e <strong>aprendizagem</strong>?<br />

( )sim ( )não. ( ) Indiferente.<br />

Justifique:_____________________________________<br />

25.Numere progressivamente <strong>de</strong> 1 a 4 as opções que você consi<strong>de</strong>ra mais<br />

viáveis para iniciar mudanças na organização escolar:<br />

( ) ficar como está – aulas <strong>de</strong> 50 minutos e uma aula por turma.<br />

( ) aulas geminadas;<br />

( ) aulas por módulos como no EJA.<br />

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( ) aulas com sala ambiente.<br />

( ) Outra: _______________________________________________<br />

26. Diante das turmas <strong>de</strong> 5ª série <strong>de</strong> 2008, apresente a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alunos<br />

conforme tabela abaixo:<br />

Total <strong>de</strong> alunos.<br />

Sem dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong><br />

Pouca dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong><br />

Muita dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>aprendizagem</strong><br />

Não apresentam requisitos para<br />

cursar a 5ª série<br />

Precisam <strong>de</strong> Sala <strong>de</strong> apoio<br />

ANEXO 2<br />

5ªA 5ªB 5ªC 5ªD 5ªE 5ªF 5ªG Total<br />

Cunha (1989) apresenta algumas habilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s Bons Professores<br />

reunidas em categorias:<br />

• Organização <strong>do</strong> contexto da aula, isto é, explicitam para os alunos os objetivos<br />

<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>. Isto ajuda na motivação;<br />

• Localiza historicamente o conteú<strong>do</strong>, isto ajuda a estabelecer estruturas <strong>de</strong><br />

pensamento que levam à compreensão <strong>do</strong> <strong>conhecimento</strong>;<br />

• Estabelece relações <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> em pauta com outras áreas <strong>do</strong> saber –<br />

<strong>conhecimento</strong> como to<strong>do</strong>.<br />

• Uso <strong>de</strong> artifícios verbais para apontar as questões fundamentais <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong><br />

conteú<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong>;<br />

• Apresenta o roteiro da aula, para ter uma visão sincrética e favorecer a<br />

compreensão lógica <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>;<br />

• Formula perguntas exploratórias, encaminha<strong>do</strong>ras( e agora, o que faremos?).<br />

Dialoga com intenção na participação <strong>do</strong>s alunos;<br />

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• Transfere perguntas feitas por um aluno para to<strong>do</strong> o grupo, isto permite<br />

coletivizar as questões;<br />

• Usa palavras <strong>de</strong> reforço positivo frente às respostas <strong>do</strong>s alunos, expressa a<br />

crença no aluno, na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contribuir para a <strong>aprendizagem</strong> <strong>do</strong> grupo;<br />

• Aproveita a resposta <strong>do</strong>s alunos para continuar a aula, ausculta as<br />

experiências <strong>do</strong>s alunos;<br />

Quanto à habilida<strong>de</strong> no trato da matéria <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>, o bom professor:<br />

• Faz esforço para tornar o <strong>conhecimento</strong> compreensível para os alunos, usan<strong>do</strong><br />

uma linguagem acessível;<br />

• Esclarece conceitos, sua fala é clara e explícita, faz analogias;<br />

• Tem <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>, assim po<strong>de</strong> trabalhar com dúvidas, dá exemplos<br />

para a construção da teoria-prática.<br />

Quanto à habilida<strong>de</strong> na variação <strong>de</strong> estímulos, o bom professor:<br />

• Faz uso a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> <strong>ensino</strong>, em especial o quadro <strong>de</strong> giz,<br />

projetos <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s e outros recursos ou técnicas novas;<br />

• Movimenta-se, chega perto <strong>do</strong> aluno, chama-o pelo nome , estabelece uma<br />

interação que faz o aluno se sentir sujeito <strong>do</strong> ato <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r;<br />

Quanto à habilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> uso da linguagem pelo professor:<br />

• É claro nas explicações, uso a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e acessíveis das terminologias, uso <strong>de</strong><br />

voz audível, com pausas, entonação variada que dê significa<strong>do</strong> ao discurso;<br />

• Usa <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> senso <strong>de</strong> humor no trato com os alunos.<br />

• Ri junto com os alunos, isto contribui para <strong>de</strong>smistificar as relações autoritárias.<br />

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