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1 Aminoácidos 1. Os aminoácidos são "blocos de construção" das ...

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<strong>Aminoácidos</strong><br />

<strong>1.</strong> <strong>Os</strong> <strong>aminoácidos</strong> <strong>são</strong> "<strong>blocos</strong> <strong>de</strong> construção" <strong>das</strong> proteínas.<br />

2. Como mostrado no diagrama, os <strong>aminoácidos</strong> têm uma mesma estrutura geral,<br />

contendo um grupo amina, um grupo carboxila e uma ca<strong>de</strong>ia lateral <strong>de</strong> tamanho<br />

variável, chamada grupo R.<br />

3. 20 <strong>aminoácidos</strong> diferentes <strong>são</strong> usados para fazer as proteínas. Eles diferem um do<br />

outro pela estrutura e proprieda<strong>de</strong>s do grupo R, o qual po<strong>de</strong> ser polar e carregado,<br />

polar e não-carregado, ou hidrofóbico<br />

Ligação peptídica<br />

As ca<strong>de</strong>ias polipetídicas <strong>das</strong> proteínas <strong>são</strong> polímeros<br />

lineares, constituídos por <strong>aminoácidos</strong> ligados por ligações<br />

peptídicas. Cada aminoácido tem um grupo amina (-NH2)<br />

e um grupo carboxila (-COOH) que <strong>são</strong> usados para<br />

formar a ligação peptídica.<br />

1


Como mostrado no diagrama, a ligação peptídica se forma entre o átomo <strong>de</strong> carbono<br />

(C) do grupo carboxila e o átomo <strong>de</strong> nitrogênio (N) do grupo amina. <strong>Os</strong> elementos que<br />

compõem a água <strong>são</strong> removidos como um co-produto da reação. A água (H2O) se forma a<br />

partir do -OH do grupo carboxila <strong>de</strong> um dos <strong>aminoácidos</strong> e <strong>de</strong> um átomo <strong>de</strong> hidrogênio do<br />

grupo -NH2 do outro aminoácido.<br />

Ca<strong>de</strong>ias polipeptídicas<br />

No diagrama abaixo, é possível separar visualmente os <strong>aminoácidos</strong> nos pontos em que<br />

há ligações peptídicas. Note que o esqueleto do peptí<strong>de</strong>o é formado por um padrão repetitivo<br />

<strong>de</strong> átomos N-C-C, que correspon<strong>de</strong>m, respectivamente, aos átomos N-amino, C-alfa e<br />

C-carbonílico dos <strong>aminoácidos</strong> individuais. <strong>Os</strong> grupos mostrados como R1, R2, R3, etc.,<br />

representam as ca<strong>de</strong>ias laterais dos diferentes <strong>aminoácidos</strong>.<br />

2


Fórmulas estruturais <strong>de</strong> amino ácidos<br />

alanina<br />

serina<br />

asparagina<br />

ácido aspártico<br />

cisteína<br />

glicina<br />

histidina<br />

homocisteína<br />

glutamina<br />

ácido amino butírico<br />

arginina<br />

fenilalanina<br />

ácido glutâmico<br />

leucina<br />

lisina<br />

serina<br />

3


valina<br />

metionina<br />

norvalina<br />

tirosina<br />

triptofano<br />

As proteínas também <strong>são</strong> chama<strong>das</strong> <strong>de</strong> polipeptí<strong>de</strong>os, porque os <strong>aminoácidos</strong><br />

que as compõe <strong>são</strong> unidos por ligações peptídicas (uma ligação peptídica é a união do<br />

grupo amino (-NH2) <strong>de</strong> um amino ácido com o grupo carboxila (-COOH) <strong>de</strong> outro amino<br />

ácido, através da formação <strong>de</strong> uma amida. A ligação C-N, em um peptí<strong>de</strong>o, é especial:<br />

é 10% mais "curta" do que uma ligação C-N normal, e o ângulo <strong>de</strong> ligação também é<br />

diferente do esperado para um carbono sp 2 . Isto porque a ligação peptídica, na<br />

verda<strong>de</strong>, apresenta uma estrutura <strong>de</strong> ressonância, tendo um forte caráter <strong>de</strong> dupla<br />

ligação - explicando, também, a rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong>sta ligação e sua planarida<strong>de</strong>. Através <strong>de</strong>stas<br />

ligações, os amino ácidos formam ca<strong>de</strong>ias longas; a maioria <strong>das</strong> proteínas tem mais <strong>de</strong><br />

200 amino ácidos. Todos os amino ácidos tem, em comum, um carbono (chamado <strong>de</strong><br />

carbono alfa) ligado a um grupo amino e a um grupo carboxila. Este carbono alfa é um<br />

centro estereogênico e, com exces<strong>são</strong> da glicina (porque não é assimétrica), todos os<br />

amino ácidos, em todos os<br />

organismos vivos terrestres, só aparecem<br />

sob a forma L .<br />

4


Ca<strong>de</strong>ias Laterais dos <strong>Aminoácidos</strong> (grupos R)<br />

Vinte tipos diferentes <strong>de</strong> <strong>aminoácidos</strong> <strong>são</strong> encontrados nas proteínas. As<br />

ca<strong>de</strong>ias laterais (grupos R) diferem nas proprieda<strong>de</strong>s químicas. Algumas <strong>de</strong>las<br />

<strong>são</strong> polares, mas não têm carga elétrica. Outras <strong>são</strong> polares e têm uma carga<br />

elétrica positiva ou negativa em solução aquosa.<br />

<strong>Os</strong> <strong>aminoácidos</strong> com ca<strong>de</strong>ias laterais polares <strong>são</strong> ditos hidrofílicos (têm<br />

afinida<strong>de</strong> pela água), porque estabelecem interações fracas com as moléculas<br />

da água. <strong>Os</strong> grupos R dos <strong>aminoácidos</strong> hidrofílicos contêm átomos<br />

eletronegativos como O e N. Alguns <strong>aminoácidos</strong> <strong>são</strong> apolares (hidrofóbicos)<br />

porque suas ca<strong>de</strong>ias laterais <strong>são</strong> constituí<strong>das</strong> principalmente por ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

hidrocarbonetos.<br />

Exemplos <strong>de</strong> diferentes classes <strong>de</strong> <strong>aminoácidos</strong>:<br />

5


Proteínas diferentes têm estruturas e proprieda<strong>de</strong>s<br />

diferentes <strong>de</strong>vido à localização específica <strong>de</strong> <strong>aminoácidos</strong><br />

hidrofílicos ou hidrofóbicos.<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um aminoácido hidrofóbico<br />

Qual dos <strong>aminoácidos</strong> abaixo tem uma ca<strong>de</strong>ia lateral hidrofóbica?<br />

<strong>Aminoácidos</strong> hidrofóbicos<br />

Há 20 <strong>aminoácidos</strong> diferentes nas proteínas. Suas ca<strong>de</strong>ias laterais (grupos R) diferem<br />

em suas proprieda<strong>de</strong>s químicas. Algumas <strong>são</strong> polares, mas sem carga. Outras <strong>são</strong> polares, e<br />

possuem normalmente uma carga positiva ou negativa quando em solução aquosa. <strong>Os</strong> oito<br />

<strong>aminoácidos</strong> mostrados abaixo têm ca<strong>de</strong>ias laterais que <strong>são</strong> claramente hidrofóbicas. Note<br />

que essas ca<strong>de</strong>ias laterais <strong>são</strong> compostas quase que exclusivamente por ligações C-C e C-<br />

H, constituindo ou um hidrocarboneto puro ou um hidrocarboneto contendo um único átomo<br />

polar.<br />

6


Proteínas<br />

Somos seres protéicos: a vida está intimamente ligada às proteínas. Estas moléculas<br />

especiais realizam as mais varia<strong>das</strong> funções no nosso organismo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o transporte <strong>de</strong><br />

nutrientes e metabólitos à catálise <strong>de</strong> reações biológicas. Apesar da complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas<br />

funções, as proteínas <strong>são</strong> relativamente simples: repetições <strong>de</strong> 20 unida<strong>de</strong>s básicas, os amino<br />

ácidos.<br />

As proteínas <strong>são</strong> macromoléculas complexas, compostas <strong>de</strong> <strong>aminoácidos</strong>, e<br />

necessárias para os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos.<br />

São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome <strong>de</strong>riva da palavra<br />

grega "proteios", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas<br />

7


correspon<strong>de</strong>m a cerca <strong>de</strong> 80% do peso dos músculos <strong>de</strong>sidratados, cerca <strong>de</strong><br />

70% da pele e 90% do sangue seco. Mesmo nos vegetais as proteínas estão<br />

presentes.<br />

É conveniente <strong>de</strong>screver a estrutura <strong>de</strong> uma proteína segundo 4 aspectos<br />

relacionados à estrutura covalente e às formas <strong>de</strong> enovelamento da ca<strong>de</strong>ia.<br />

Esses diferentes níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição da estrutura protéica <strong>são</strong> conhecidos<br />

como estruturas primária, secundária, terciária e quaternária.<br />

Embora sejam quase inúmeras, to<strong>das</strong> as proteínas <strong>são</strong> forma<strong>das</strong><br />

exclusivamente por apenas 20 amino ácidos, que se repetem numa<br />

seqüência característica para cada proteína. Esta seqüência, conhecida como<br />

estrutura primária, é que, <strong>de</strong> fato, <strong>de</strong>termina a forma e a função da proteína. A<br />

estrutura primária é somente a seqüência dos amino ácidos, sem se preocupar<br />

com a orientação espacial da molécula. As interações intermoleculares entre<br />

os amino ácidos <strong>das</strong> proteínas fazem com que a ca<strong>de</strong>ia protéica assuma uma<br />

estrutura secundária e, algumas vezes, uma estrutura terciária.<br />

Estrutura Primária <strong>das</strong> Proteínas<br />

A estrutura primária é a seqüência <strong>de</strong> <strong>aminoácidos</strong> que compõem a ca<strong>de</strong>ia<br />

polipeptídica. 20 <strong>aminoácidos</strong> diferentes <strong>são</strong> encontrados nas proteínas. A or<strong>de</strong>m<br />

exata dos <strong>aminoácidos</strong> em uma proteína específica é a estrutura primária <strong>de</strong>ssa<br />

proteína.<br />

8


A estrutura secundária é uma função dos ângulos formados pelas<br />

ligações peptídicas que ligam os amino ácidos. Segundo a IUPAC, "The<br />

secondary structure of a segment of polypepti<strong>de</strong> chain is the local spatial<br />

arrangement of its main-chain atoms without regard to the conformation of its<br />

si<strong>de</strong> chains or to its relationship with other segments". A conformação espacial é<br />

mantida graças as interações intermoleculares (ligação hidrogênio) entre os<br />

hidrogênios dos grupos amino e os átomos <strong>de</strong> oxigênio dos outros amino ácidos.<br />

Estrutura Secundária <strong>das</strong> Proteínas<br />

A estrutura secundária diz respeito aos padrões regulares e repetitivos que<br />

ocorrem localmente no enovelamento do esqueleto da proteína. <strong>Os</strong> dois arranjos<br />

locais mais comuns nas proteínas <strong>são</strong> a alfa-hélice e a folha-beta.<br />

Alfa-Hélice<br />

Numa alfa-hélice, o esqueleto polipeptídico se enrola em torno do eixo <strong>de</strong><br />

uma hélice imaginária, no sentido horário.<br />

Nesta ilustração, estão mostrados apenas os átomos do esqueleto N-C-<br />

CO. Observe o enrolamento em espiral do esqueleto em torno <strong>de</strong> um eixo<br />

imaginário que passa pelo centro da hélice.<br />

9


Em geral, estas ligações forçam a proteína a assumir uma forma<br />

helicoidal, como uma corda enrolada em torno <strong>de</strong> um tubo imaginário. Esta<br />

forma, a mais comum, é chamado <strong>de</strong> alfa hélice.<br />

Outras duas formas na estrutura secundária <strong>são</strong> as beta-sheets e turns.<br />

Nas beta-sheets, um segmento da ca<strong>de</strong>ia interage com outro, paralelamente.<br />

Folha-beta<br />

Na estrutura secundária <strong>de</strong>nominada folha-beta, o esqueleto polipeptídico<br />

está quase completamente estendido. <strong>Os</strong> grupos R (não exibidos na figura) se<br />

alternam para cima e para baixo ao longo do esqueleto estendido.<br />

10


Turns" <strong>são</strong> o terceiro tipo <strong>das</strong> estruturas secundárias clássicas, e <strong>são</strong><br />

responsáveis pela rever<strong>são</strong> da direção da ca<strong>de</strong>ia polipeptídica. Eles <strong>são</strong><br />

localizados na superfície polar da proteína, e contém resíduos com carga. <strong>Os</strong><br />

sítios <strong>de</strong> reconhecimento dos anticorpos, da fosforilação, glicosilação e da<br />

hidroxilação <strong>são</strong> encontrados, freqüentemente, nos ou próximos dos turns.<br />

Estrutura Terciária <strong>das</strong> Proteínas<br />

A estrutura terciária diz respeito à<br />

forma tridimensional específica assumida<br />

pela proteína como resultado do<br />

enovelamento global <strong>de</strong> toda a ca<strong>de</strong>ia<br />

polipeptídica. A estrutura terciária <strong>das</strong><br />

enzimas toma geralmente uma forma<br />

globular compacta.<br />

Estrutura terciária da molécula <strong>de</strong> triose fosfato isomerase (TPI).<br />

11


A estrutura terciária relaciona-se com os loopings e dobraduras da<br />

ca<strong>de</strong>ia protéica sobre ela mesma. É a conformação espacial da proteína, como<br />

um todo, e não <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados segmentos particulares da ca<strong>de</strong>ia protéica. A<br />

forma <strong>das</strong> proteínas está relacionada com sua estrutura terciária. Existem, por<br />

exemplo, proteínas globulares (que tem forma esférica). O que <strong>de</strong>termina a<br />

estrutura terciária <strong>são</strong> as ca<strong>de</strong>ias laterais dos amino ácidos; algumas ca<strong>de</strong>ias<br />

<strong>são</strong> tão longas e hidrofóbicas que perturbam a estrutura secundária helicoidal,<br />

provocando a dobra ou looping da proteína. Muitas vezes, as partes hidrofóbicas<br />

da proteína agrupam-se no interior da proteína dobrada, longe da água e dos<br />

íons do ambiente on<strong>de</strong> a proteína se encontra, <strong>de</strong>ixando as partes hidrofílicas<br />

expostas na superfície da estrutura da proteína. Regiões como "sítio ativos",<br />

"sítios regulatórios" e módulos <strong>são</strong> proprieda<strong>de</strong>s da estrutura terciária.<br />

Estrutura Quaternária <strong>das</strong> Proteínas<br />

Existe, finalmente, a estrutura quaternária: certas<br />

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proteínas, tal como a hemoglobina, <strong>são</strong> compostas por mais <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

polipeptídica (ca<strong>de</strong>ia protéica). A conformação espacial <strong>de</strong>stas ca<strong>de</strong>ias, juntas, é<br />

que <strong>de</strong>termina a estrutura quaternária. Esta estrutura é mantida pelas mesmas<br />

forças que <strong>de</strong>terminam as estruturas secundárias e terciárias. A figura ao lado<br />

mostra uma imunoglobulina que é, na verda<strong>de</strong>, um tetrâmero, isto é, constituída<br />

por 4 ca<strong>de</strong>ias protéicas (polipeptí<strong>de</strong>os).<br />

Muitas proteínas <strong>são</strong> constituí<strong>das</strong> por mais <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia polipeptídica. A<br />

estrutura quaternária <strong>de</strong>screve a forma com que as diferentes subunida<strong>de</strong>s se<br />

agrupam e se ajustam para formar a estrutura total da proteína. Por exemplo, a<br />

molécula da hemoglobina humana, mostrada abaixo, é composta por quatro<br />

subunida<strong>de</strong>s.<br />

As proteínas po<strong>de</strong>m ser simples (constituí<strong>das</strong> somente por amino ácidos)<br />

ou conjuga<strong>das</strong> (que contém grupos prostéticos, isto é, grupos não amino<br />

ácidos, tais como carboidratos, íons, pigmentos, etc., como na figura ao lado). A<br />

hemoglobina é um exemplo <strong>de</strong> proteína conjugada: contém 4 grupos<br />

prostéticos, cada um consistindo <strong>de</strong> um íon <strong>de</strong> ferro e a porfirina. São<br />

justamente estes grupos que habilitam a hemoglobina a carregar o oxigênio<br />

13


através da corrente sanguínea. As liproproteínas, tal como LDL e HDL, <strong>são</strong><br />

também exemplos <strong>de</strong> proteínas conjuga<strong>das</strong> - neste caso, com lipí<strong>de</strong>os.<br />

Uma outra forma <strong>de</strong> classificar as proteínas é baseado na sua função.<br />

Sobre este prisma, elas po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>das</strong> em dois grupos: proteínas<br />

estruturais e proteínas biologicamente ativas. Algumas proteínas, entretanto,<br />

po<strong>de</strong>m pertencer aos dois grupos. A maioria <strong>das</strong> proteínas estruturais <strong>são</strong><br />

fibrosas - compostas por ca<strong>de</strong>ias alonga<strong>das</strong>. Dois bons exemplos, nos animais,<br />

<strong>são</strong> o colágeno (ossos, tendões, pele e ligamentos) e a queratina (unhas,<br />

cabelos, penas e bicos).<br />

A gran<strong>de</strong> maioria <strong>das</strong> proteínas biologicamente ativas <strong>são</strong> globulares,<br />

e sua ativida<strong>de</strong> funcional é intrínseca a sua organização espacial. Exemplos <strong>são</strong><br />

as enzimas, hormônios protéicos (que atuam como mensageiros químicos),<br />

proteínas <strong>de</strong> transporte (como as lipo-proteínas, que po<strong>de</strong>m carregar o<br />

colesterol) e imunoglobulinas (ou anticorpos), que protegem o corpo <strong>de</strong><br />

microorganismos invasores. Muitas proteínas biologicamente ativas ficam na<br />

região da membrana celular, e atuam <strong>de</strong> diversas maneiras. A figura abaixo<br />

uma proteína trans-membrana, que atua como um canal iônico em bactérias.<br />

Existe um "buraco" na estrutura protéica, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 11 angstrons <strong>de</strong> diâmetro,<br />

on<strong>de</strong> os íons passam, seletivamente.<br />

As enzimas <strong>são</strong> uma classe muito importante <strong>de</strong> proteínas biologicamente<br />

ativas. Elas <strong>são</strong> responsáveis pela catálise <strong>de</strong> diversas reações em nosso<br />

organismo. Reações que, sem o auxílio <strong>das</strong> enzimas, jamais aconteceriam ou,<br />

ainda, gerariam in<strong>de</strong>sejados produtos colaterais.<br />

Em uma proteína enzimática, existe um certo domínio chamado <strong>de</strong> "sítio<br />

ativo", que liga-se ao substrato - a molécula reagente - e diminui a energia do<br />

estado <strong>de</strong> transição que leva ao produto <strong>de</strong>sejado. A ligação entre o sítio ativo<br />

e o substrato é extremamente específica: a molécula precisa ter certas<br />

características eletrônicas e espaciais que permitam o seu "encaixe" com a<br />

proteína. Por isso esta relação tem sido chamada <strong>de</strong> lock'n'key, ou seja, chave-<br />

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fechadura. No exemplo da figura ao lado, uma <strong>de</strong>terminada região da proteína -<br />

o módulo SH2 - liga-se à tirosina fosfatada, que se adapta ao sítio ativo da<br />

enzima tal como uma chave faz a sua fechadura.<br />

A ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma enzima po<strong>de</strong> ser bloqueada pela ação <strong>de</strong> outra<br />

molécula, um inibidor. Quando um inibidor interage com uma <strong>de</strong>terminada região<br />

da enzima, chamado <strong>de</strong> sítio regulatório, provoca uma alteração na sua<br />

conformação e uma <strong>de</strong>sativação do sítio catalítico. A ativida<strong>de</strong> enzimática,<br />

portanto, po<strong>de</strong> ser controlada, pelo organismo, através da liberação ou captação<br />

<strong>de</strong> inibidores.<br />

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Cozinhando proteínas<br />

A Reação <strong>de</strong> Maillard<br />

Como saber quando uma pizza está pronta, o bolo está no ponto ou o frango<br />

está assado? Basta, talvez, olhar: aquele aspecto corado, dourado, é um forte indício<br />

<strong>de</strong> que a comida está cozida. Sabe <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem esta cor?! É da reação <strong>de</strong> Maillard.<br />

São várias as reações químicas que <strong>de</strong>ixam o alimento marrom, ou escurecido.<br />

Pirólise, por exemplo, é um dos mais comuns: quando <strong>de</strong>ixamos o pão por muito<br />

tempo na torra<strong>de</strong>ira, ele volta preto, queimado; ocorre uma <strong>de</strong>sidratação<br />

termicamente induzida do amido, resultando carbono (carvão) e água. O açúcar, a<br />

200 o C, carameliza, através <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sidratação, uma con<strong>de</strong>nsação e uma<br />

polimerização. Entretanto, nem a pirólise ou caramelização inclui o que acontece com<br />

o constituinte alimentar mais importante, as proteínas. Em altas temperaturas, os<br />

<strong>aminoácidos</strong> <strong>das</strong> proteínas interagem com açúcares redutores, produzindo as cores,<br />

aromas e sabores característicos do alimento cozido. Esta reação entre proteínas e<br />

carbohidratos foi primeiramente <strong>de</strong>scrita em 1912, por Louis-Camille Maillard - daí o<br />

nome da reação. Durante o cozimento, a reação <strong>de</strong> Maillard (que envolve uma série<br />

<strong>de</strong> etapas) inicia com uma con<strong>de</strong>nsação entre amino ácidos e açúcares. Estes<br />

compostos, incolores, se rearranjam e <strong>de</strong>sidratam para formar intermediários<br />

amarelados que, finalmente, <strong>são</strong> convertidos para polímeros vermelhos e marrons.<br />

Um dos efeitos positivos da reação <strong>de</strong> Maillard é o aspecto visual <strong>de</strong> bolos, pizzas e<br />

lasanhas quando cozi<strong>das</strong>; um negativo é o escurecimento do leite, quando aquecido<br />

por muito tempo (tal como no doce <strong>de</strong> leite). A cor <strong>de</strong>riva <strong>das</strong> melanoidinas forma<strong>das</strong><br />

pela reação <strong>de</strong> Maillard. A reação <strong>de</strong> Maillard também é responsável pelo<br />

envelhecimento <strong>de</strong> nosso organismo. Muitos químicos vêm pesquisando drogas que<br />

interrompam as reações <strong>de</strong> Maillard numa tentativa <strong>de</strong> minimizar os efeitos do<br />

envelhecimento em nosso corpo.<br />

16


Biomoléculas: Introdução<br />

Há quatro classes principais <strong>de</strong> pequenas moléculas biológicas nas<br />

células. São os carboidratos, os lipí<strong>de</strong>os, os <strong>aminoácidos</strong> e os<br />

nucleotí<strong>de</strong>os. <strong>Os</strong> compostos pertencentes às diferentes classes po<strong>de</strong>m ser<br />

i<strong>de</strong>ntificados por suas características estruturais particulares.<br />

Carboidratos<br />

<strong>1.</strong> <strong>Os</strong> carboidratos po<strong>de</strong>m ser açúcares simples (monossacarí<strong>de</strong>os) como a<br />

glicose, dissacarí<strong>de</strong>os como a sacarose, ou então uma série <strong>de</strong><br />

monossacarí<strong>de</strong>os unidos por ligações glicosídicas.<br />

2. <strong>Os</strong> monossacarí<strong>de</strong>os mais comuns nas células têm 4, 5, ou 6 átomos <strong>de</strong><br />

carbono e vários grupos OH polares.<br />

3. Nos açúcares comuns, a proporção entre C, H e O é <strong>de</strong> 1 : 2 : <strong>1.</strong><br />

4. <strong>Os</strong> açúcares <strong>de</strong> 5 e 6 carbonos normalmente existem nas células como<br />

estruturas contendo um anel <strong>de</strong> 5 ou 6 átomos, com um átomo <strong>de</strong><br />

oxigênio no anel.<br />

5. A abundância <strong>de</strong> grupos OH, a razão C : H : O <strong>de</strong> 1 : 2 : 1 e a estrutura<br />

com um O no anel <strong>são</strong> características-chave para a i<strong>de</strong>ntificação dos<br />

carboidratos.<br />

17


Carboidratos<br />

O açúcar que utilizamos em casa contém a sacarose: um dos vários<br />

compostos orgânicos <strong>de</strong> sabor doce, incolores, solúveis em água, encontrados<br />

na seiva <strong>de</strong> várias plantas (como a cana-<strong>de</strong>-açúcar) e no leite <strong>de</strong> mamíferos. O<br />

açúcar mais comum é justamente a sacarose, que, puro, é utilizado na indústria<br />

<strong>de</strong> alimentos e bebi<strong>das</strong>.<br />

<strong>Os</strong> açúcares pertencem a uma classe <strong>de</strong> compostos orgânicos<br />

chamada carbohidratos*, ou hidratos <strong>de</strong> carbono. O nome <strong>de</strong>riva da reação<br />

<strong>de</strong> fotossíntese que ocorre nas plantas, com a ação catalítica da clorofila: o<br />

dióxido <strong>de</strong> carbono se combina com a água e formam a glucose. As<br />

moléculas <strong>de</strong> glucose po<strong>de</strong>m se combinar e formar outros dois componentes<br />

característicos <strong>das</strong> plantas: a sacarose, a celulose e o amido. As moléculas <strong>de</strong><br />

celulose garantem a sustentação da planta, e as <strong>de</strong> amido servem como um<br />

armazenamento <strong>de</strong> alimento para servir à nova planta, durante o crescimento<br />

inicial.<br />

Tanto a sacarose, amido ou celulose <strong>são</strong> vitais para as necessida<strong>de</strong>s<br />

básicas do homem. Todos os livros, jornais e revistas que lemos <strong>são</strong> impressas<br />

em papel - feito <strong>de</strong> celulose. O pão nosso <strong>de</strong> cada dia é feito com amido e<br />

adoçado com sacarose. Mesmo a cervejinha gelada <strong>de</strong>ve a sua existência à<br />

sacarose: é a fermentação <strong>de</strong>sta que produz o álcool e o CO2.<br />

18


glucose<br />

frutose<br />

<strong>Os</strong> carbohidratos <strong>são</strong>, provavelmente, os compostos orgânicos mais<br />

abundantes nos organismos vivos. Estruturalmente, po<strong>de</strong>m ser vistos como<br />

al<strong>de</strong>ídos poli-hidroxilados ou cetonas polihidroxila<strong>das</strong>; ou, ainda, compostos que,<br />

pela hidrólise, po<strong>de</strong>m se transformar nestes. Eles po<strong>de</strong>m sem divididos em<br />

quatro gran<strong>de</strong>s grupos: monossacarí<strong>de</strong>os, dissacarí<strong>de</strong>os, oligossacarí<strong>de</strong>os e<br />

polissacarí<strong>de</strong>os. <strong>Os</strong> monossacarí<strong>de</strong>os <strong>são</strong> os mais simples: apenas uma<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> açúcar em cada molécula. A glucose, a frutose e a galactose <strong>são</strong> os<br />

monossacarí<strong>de</strong>os mais comuns, e possuem a mesma fórmula molecular:<br />

C6H12O6. A frutose e a glucose <strong>são</strong> encontra<strong>das</strong> em frutas e no mel e a<br />

galactose no leite dos mamíferos. Embora tenham a mesma fórmula molecular,<br />

estes compostos tem estruturas químicas diferentes, isto é, <strong>são</strong> isômeros. O<br />

sabor <strong>de</strong> cada um também é diferente. Sabe-se que o doce do açúcar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>mente da posição dos grupos -OH que compõe a estrutura molecular.<br />

Quando duas moléculas <strong>de</strong> um açúcar simples se unem elas formam um<br />

dissacarí<strong>de</strong>o. A sacarose, por exemplo, é um dissacarí<strong>de</strong>o formado por uma<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> frutose e outra unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> glucose. A energia contida nas ligações<br />

químicas na frutose, glucose ou sacarose é a resposável por suprir, na maioria<br />

dos seres vivos, a energia necessária para suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

<strong>Os</strong> monossacarí<strong>de</strong>os po<strong>de</strong>m, também, se combinar e formar macromoléculas,<br />

19


com longas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> frutose, glucose ou galactose repeti<strong>das</strong>.<br />

Estes <strong>são</strong> os polissacarí<strong>de</strong>os: moléculas com mais <strong>de</strong> 10.000 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

açúcares. Mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> espécies foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>das</strong>, mas as mais<br />

comuns <strong>são</strong> a celulose e o amido.<br />

<strong>Os</strong> carbohidratos <strong>são</strong> muito importantes para os seres vivos. O<br />

mecanismo <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> energia, para quase todos os seres vivos <strong>de</strong><br />

nosso planeta, baseia-se em carboidratos ou lipí<strong>de</strong>os - os carboidratos <strong>são</strong> uma<br />

fonte <strong>de</strong> energia imediata, enquanto que os lipí<strong>de</strong>os queimam em uma<br />

velocida<strong>de</strong> menor, servindo para longo prazo. O ciclo metabólico da glucose, por<br />

exemplo, é vital para os organismos vivos, tal como o homem: falhas neste ciclo<br />

acarretam vários males, tal como os <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ados pelo diabetes. <strong>Os</strong> seres<br />

ruminantes, tal como o boi, <strong>são</strong> capazes <strong>de</strong> converter os polissacarí<strong>de</strong>os como<br />

a celulose (indigesto para o homem) em açúcares menores e proteínas; e <strong>são</strong><br />

justamente estes seres a maior fonte protéica para a humanida<strong>de</strong>. Vários<br />

antibióticos, tal como a streptomicina, <strong>são</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> carbohidratos. O<br />

iogurte também <strong>de</strong>ve sua existência aos carbohidratos: os lactobacilos<br />

(bactérias que habitam o leite) convertem o açúcar em ácido lático, gerando o<br />

iogurte.<br />

A quantida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> energia (ou, como a mídia normalmente chama,<br />

"caloria") requerida para um indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da ida<strong>de</strong>, ocupação e outros<br />

fatores, mas geralmente gira em torno <strong>de</strong> 2.000 a 4.000 calorias (uma caloria,<br />

por <strong>de</strong>finição, é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor necessária para aumentar a temperatura<br />

20


<strong>de</strong> 1,000 grama <strong>de</strong> água <strong>de</strong> 15 o para 16 o C). Um grama <strong>de</strong> carboidrato produz<br />

cerca <strong>de</strong> 4 calorias, quando metabolizado, no homem. Para efeito <strong>de</strong><br />

comparação, um grama <strong>de</strong> gordura produz cerca <strong>de</strong> 9 calorias e 1 grama <strong>de</strong><br />

proteína produz também 4 calorias. Como <strong>são</strong> rapidamente metabolizados e<br />

altamente energéticos, os carboidrato <strong>são</strong>, geralmente, os pratos principais dos<br />

atletas antes <strong>das</strong> competições.<br />

Esta alta capacida<strong>de</strong> calórica po<strong>de</strong> ser, para alguns, um problema: muitas<br />

pessoas, por motivo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou estética, precisam evitar o consumo <strong>de</strong> açúcar.<br />

Lipí<strong>de</strong>os - as biomoléculas hidrofóbicas.<br />

Embora difama<strong>das</strong> pela mídia, estas biomoléculas <strong>são</strong> essenciais para a<br />

manutenção <strong>de</strong> várias estruturas dos seres vivos e atuam e diversos processos<br />

metabólicos.<br />

Mais um caso <strong>de</strong> termo químico que se incorpora ao senso comum:<br />

os lipídios, há tempos, extrapolaram os livros <strong>de</strong> química. Definem um conjunto<br />

<strong>de</strong> substâncias químicas que, ao contrário <strong>das</strong> outras classes <strong>de</strong> compostos<br />

orgânicos, não <strong>são</strong> caracteriza<strong>das</strong> por algum grupo funcional comum, e sim<br />

pela sua alta solubilida<strong>de</strong> em solventes orgânicos e baixa solubilida<strong>de</strong> em água.<br />

Juntamente com as proteínas, ácidos nucléicos e carboidratos, os lipídios <strong>são</strong><br />

componentes essenciais <strong>das</strong> estruturas biológicas, e fazem parte <strong>de</strong> um grupo<br />

conhecido como biomoléculas. <strong>Os</strong> lipídios se encontram distribuidos em todos<br />

os tecidos, principalmente nas membranas celulares e nas células <strong>de</strong> gordura.<br />

21


Triglicerí<strong>de</strong>os<br />

O traço mais facilmente reconhecível <strong>de</strong>stas moléculas é a presença <strong>de</strong> três<br />

ácidos graxos com suas longas cau<strong>das</strong> hidrofóbicas constituí<strong>das</strong> principalmente<br />

por grupos -CH2. <strong>Os</strong> três ácidos graxos estão covalentemente ligados a uma<br />

molécula <strong>de</strong> glicerol. Este composto é uma gordura neutra, do tipo que é<br />

utilizado para armazenar reservas <strong>de</strong> energia no nosso tecido adiposo.<br />

<strong>1.</strong> <strong>Os</strong> lipí<strong>de</strong>os ou gorduras caracterizam-se por sua insolubilida<strong>de</strong> em<br />

água e sua solubilida<strong>de</strong> em solventes orgânicos ou em <strong>de</strong>tergentes.<br />

2. <strong>Os</strong> lipí<strong>de</strong>os <strong>são</strong> as moléculas mais eficientes como reserva energética<br />

<strong>das</strong> células.<br />

3. Boa parte da estrutura dos lipí<strong>de</strong>os é muito apolar, sendo formada<br />

quase exclusivamente por átomos <strong>de</strong> carbono e hidrogênio.<br />

4. <strong>Os</strong> triglicerí<strong>de</strong>os, usados como reserva energética no tecido adiposo,<br />

<strong>são</strong> compostos por uma molécula <strong>de</strong> glicerol con<strong>de</strong>nsada com três<br />

ácidos graxos. <strong>Os</strong> ácidos graxos têm longas cau<strong>das</strong> hidrofóbicas que<br />

consistem essencialmente em repetições <strong>de</strong> grupos -CH2..<br />

22


5. <strong>Os</strong> diglicerí<strong>de</strong>os, que ocorrem principalmente nas membranas<br />

celulares, <strong>são</strong> compostos <strong>de</strong> um glicerol, dois ácidos graxos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia<br />

longa e uma "cabeça" contendo um grupo mais hidrofílico.<br />

6. A presença <strong>de</strong> longas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> ácidos graxos é uma característicachave<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> muitos lipí<strong>de</strong>os importantes.<br />

23


A estrutura mostrada no diagrama é um exemplo <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>o.<br />

Existem diversos tipos <strong>de</strong> moléculas diferentes que pertencem à classe<br />

dos lipídios. Embora não apresentem nenhuma característica estrutural<br />

comumm to<strong>das</strong> elas possuem muito mais ligações carbono-hidrogênio do que as<br />

outras biomoléculas, e a gran<strong>de</strong> maioria possui poucos heteroátomos. Isto faz<br />

com que estas moléculas sejam pobres em dipolos localizados (carbono e<br />

hidrogênio possuem eletronegativida<strong>de</strong> semelhante). Uma <strong>das</strong> leis clássicas da<br />

química diz que "o semelhante dissolve o semelhante": daí a razão para estas<br />

moléculas serem fracamente solúveis em água ou etanol (solventes polares) e<br />

altamente solúveis em solventes orgânicos (geralmente apolares).<br />

Ao contrário <strong>das</strong> <strong>de</strong>mais biomoléculas, os lipídios não <strong>são</strong> polímeros,<br />

isto é, não <strong>são</strong> repetições <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> básica. Embora possam apresentar<br />

uma estrutura química relativamente simples, as funções dos lipídios <strong>são</strong><br />

complexas e diversas, atuando em muitas etapas cruciais do metabolismo e na<br />

<strong>de</strong>finição <strong>das</strong> estruturas celulares.<br />

<strong>Os</strong> químicos po<strong>de</strong>m separar os lipídios <strong>de</strong> uma amostra biológica através<br />

<strong>de</strong> uma técnica conhecida como extração; um solvente orgânico é adicionado a<br />

uma solução aquosa da amostra e, com um auxílio <strong>de</strong> um funil <strong>de</strong> separação,<br />

obtém-se a fase orgânica rica em lipídios. Com a evaporação do solvente<br />

orgânico obtém-se o lipídio. É <strong>de</strong>sta maneira que, em escala industrial, se obtém<br />

o óleo vegetal.<br />

Como veremos a seguir, alguns lipídios têm a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formar filmes<br />

sobre a superfície da água, ou mesmo <strong>de</strong> formar agregados organizados na<br />

solução; estes lipídios possuem uma região, na molécula, polar ou iônica, que é<br />

facilmente hidratada. Este comportamento é característico dos lipídios que<br />

compõe a membrana celular. <strong>Os</strong> lipossomos <strong>são</strong> "microenvelopes" capazes <strong>de</strong><br />

envolverem moléculas orgânicas e entregarem-nas ao "en<strong>de</strong>reço biológico"<br />

correto.<br />

24


Não existe grupos funcionais: em comum, apenas a hidrofobicida<strong>de</strong>!<br />

25


Classificação dos lipídios<br />

Ácidos Graxos<br />

A hidrólise ácida dos triacilglicerídios leva aos correspon<strong>de</strong>ntes ácidos<br />

carboxílicos - conhecidos como ácidos graxos. Este é o grupo mais abundante<br />

<strong>de</strong> lipídios nos seres vivos, e <strong>são</strong> compostos <strong>de</strong>rivados dos ácidos<br />

carboxílicos. Este grupo é geralmente chamado <strong>de</strong> lipídios saponificáveis,<br />

porque a reação <strong>de</strong>stes com uma solução quente <strong>de</strong> hidróxido <strong>de</strong> sódio produz o<br />

correspon<strong>de</strong>nte sal sódico do ácido carboxílico, isto é, o sabão.<br />

<strong>Os</strong> ácidos graxos possuem um pKa da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4,8. Isto significa que,<br />

em uma solução on<strong>de</strong> o pH é 4,8, meta<strong>de</strong> da concentração o ácido está<br />

ionizada; a um pH maior (7, por exemplo) praticamente todo o ácido encontra-se<br />

ionizado, formando um sal com o seu contra-íon; num pH menor (3, e.g.) todo o<br />

ácido encontra-se protonado.<br />

26


A natureza do cátion (contra-íon) <strong>de</strong>termina as proprieda<strong>de</strong>s do sal<br />

carboxílico formado. Em geral, sais com cátions divalentes (Ca 2+ ou Mg 2+ ) não<br />

<strong>são</strong> bem solúveis em água, ao contrário do formado com metais alcalinos (Na + ,<br />

K + , etc.), que <strong>são</strong> bastante solúveis em água e em óleo - <strong>são</strong> conhecidos como<br />

sabão. É por este motivo que, em regiões on<strong>de</strong> a água é rica em metais<br />

alcalinos terrosos, é necessário se utilizar formulações especiais <strong>de</strong> sabão na<br />

hora <strong>de</strong> lavar a roupa. Na água, em altas concentrações <strong>de</strong>stes sais, ocorre a<br />

formação <strong>de</strong> micelas - glóbulos microscópicos formados pela agregação <strong>de</strong>stas<br />

moléculas. Nas micelas, as regiões polares <strong>das</strong> moléculas <strong>de</strong> sabão encontramse<br />

em contato com as moléculas <strong>de</strong> água, enquanto que as regiões hidrofóbicas<br />

ficam no interior do glóbulo, em uma pseudofase orgânica, sem contato com a<br />

água.<br />

A adição <strong>de</strong> HCl a uma solução aquosa <strong>de</strong> sabão provoca a precipitação<br />

do ácido graxo, que é pouco solúvel em água e, em solução aquosa, ten<strong>de</strong> a<br />

formar dímeros através <strong>de</strong> fortes ligações hidrogênio.<br />

27


<strong>Os</strong> ácidos graxos também po<strong>de</strong>m ser classificados como saturados ou<br />

insaturados, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da ausência ou presença <strong>de</strong> ligações duplas<br />

carbono-carbono. <strong>Os</strong> insaturados (que contém tais ligações) <strong>são</strong> facilmente<br />

convertidos em saturados através da hidrogenação catalítica (este processo é<br />

chamado <strong>de</strong> redução). A presença <strong>de</strong> insaturação nas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> ácido<br />

carboxílico dificulta a interação intermolecular, fazendo com que, em geral,<br />

estes se apresentem, à temperatura ambiente, no estado líquido; já os<br />

saturados, com uma maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empacotamente intermolecular, <strong>são</strong><br />

sólidos. A margarina, por exemplo, é obtida através da hidrogenação <strong>de</strong> um<br />

líquido - o óleo <strong>de</strong> soja ou <strong>de</strong> milho, que é rico em ácidos graxos insaturados.<br />

Triacilglicerídios<br />

Conhecidos como gorduras neutras, esta gran<strong>de</strong> classe <strong>de</strong> lipídios não<br />

contém grupos carregados. São ésteres do glicerol - 1,2,3-propanotriol. Estes<br />

ésteres possuem longas ca<strong>de</strong>ias carbônicas atacha<strong>das</strong> ao glicerol, e a hidrólise<br />

ácida promove a formação<br />

28


Nos animais, os TAGs <strong>são</strong> lipídios que servem, principalmente, para a<br />

estocagem <strong>de</strong> energia; as células lipidinosas <strong>são</strong> ricas em TAGs. É uma <strong>das</strong><br />

mais eficientes formas <strong>de</strong> estocagem <strong>de</strong> energia, principalmente com TAGs<br />

saturados; cada ligação C-H é um sítio potencial para a reação <strong>de</strong> oxidação, um<br />

processo que libera muita energia.<br />

<strong>Os</strong> TAGs provindo <strong>de</strong> animais terrestres contém uma maior<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias satura<strong>das</strong> se comparados aos TAGs <strong>de</strong> animais<br />

aquáticos. Embora menos eficientes no armazenamento <strong>de</strong> energia, as TAGs<br />

insatura<strong>das</strong> oferecem uma vantagem para os animais aquáticos, principalmente<br />

para os que vivem em água fria: elas têm uma menor temperatura <strong>de</strong> fu<strong>são</strong>,<br />

permanecendo no estado líquido mesmo em baixas temperaturas. Se fossem<br />

satura<strong>das</strong>, ficariam no estado sólido e teriam maior dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> no<br />

organismo do animal.<br />

29


<strong>Os</strong> TAGs po<strong>de</strong>m ser chamados <strong>de</strong> gorduras ou óleos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />

estado físico na temperatura ambiente: se forem sólidos, <strong>são</strong> gorduras, e<br />

líquidos <strong>são</strong> óleos. No organismo, tanto os óleos como as gorduras po<strong>de</strong>m ser<br />

hidrolisados pelo auxílio <strong>de</strong> enzimas específicas, as lipases (tal como a<br />

fosfolipase A ou a lipase pancreática), que permitem a digestão <strong>de</strong>stas<br />

substâncias.<br />

________________________<br />

Fosfolipídios<br />

30


<strong>Os</strong> fosfolípi<strong>de</strong>os <strong>são</strong> ésteres do glicerofosfato - um <strong>de</strong>rivado fosfórico do<br />

glicerol. O fosfato é um diéster fosfórico, e o grupo polar do fosfolipídio. A<br />

um dos oxigênios do fostato po<strong>de</strong>m estar ligados grupos neutros ou carregados,<br />

como a colina, a etanoamina, o inositol, glicerol ou outros. As fostatidilcolinas,<br />

por exemplo, <strong>são</strong> chama<strong>das</strong> <strong>de</strong> lecitinas.<br />

31


<strong>Os</strong> fosfolipídios ocorrem em praticamente todos os seres vivos. Como <strong>são</strong><br />

anfifílicos, também <strong>são</strong> capazes <strong>de</strong> formar pseudomicrofases em solução<br />

aquosa; a organização, entrentanto, difere <strong>das</strong> micelas. <strong>Os</strong> fosfolipídios se<br />

or<strong>de</strong>nam em bicama<strong>das</strong>, formando vesículas. Estas estruturas <strong>são</strong> importantes<br />

para conter substâncias hidrossolúveis em um sistema aquoso - como no caso<br />

<strong>das</strong> membranas celulares ou vesículas sinápticas. Mais <strong>de</strong> 40% <strong>das</strong> membranas<br />

<strong>das</strong> células do fígado, por exemplo, é composto por fosfolipídios. Envolvidos<br />

nestas bicama<strong>das</strong> encontram-<br />

As membranas celulares <strong>são</strong> elásticas e resitentes graças às fortes<br />

interações hidrofóbicas entre os grupos apolares dos fosfolipídios. Estas<br />

membranas formam vesículas que separam os componentes celulares do meio<br />

intercelular - dois sistemas aquosos!<br />

32


Esfingolipídios<br />

rol, eles <strong>são</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> um amino álcool. Estes lipídios contém 3<br />

componentes fundamentais: um grupo polar, um ácido graxo, e uma estrutra<br />

chamada base esfingói<strong>de</strong> - uma longa ca<strong>de</strong>ia hidrocarbônica <strong>de</strong>rivada do <strong>de</strong>ritro-2-amino-1,3-diol.<br />

É chamado <strong>de</strong> base <strong>de</strong>vido a presença do grupo amino<br />

que, em solução aquosa, po<strong>de</strong> ser convertido para o respectivo íon amônio. A<br />

esfingosina foi o primeiro membro <strong>de</strong>sta classe a ser <strong>de</strong>scoberto e, juntamente<br />

com a di-hidroesfingosina, <strong>são</strong> os grupos mais abundantes <strong>de</strong>sta classe nos<br />

mamíferos. No di-hidro, a ligação dupla é reduzida. O grupo esfingói<strong>de</strong> é<br />

conectado ao ácido graxo graças a uma ligação amídica. A esfingomielina,<br />

encontrada em muitos animais, é um exemplo <strong>de</strong> esfingolipídio.<br />

<strong>Os</strong> vários tipos <strong>de</strong> esfingolipídios <strong>são</strong> classificados <strong>de</strong> acordo com o grupo que<br />

está conectado à base esfingói<strong>de</strong>. Se o grupo hidroxila estiver conectado a um<br />

açúcar, o composto é chamado <strong>de</strong> glicosfincolipídio. O grupo po<strong>de</strong> ser, também,<br />

um éster fosfófico, como a fosfocolina, na esfingomielina. Gangliosídios <strong>são</strong><br />

glicosfingolipídios que contém o ácido N-acetilneurâmico (ácido siálico) ligado à<br />

ca<strong>de</strong>ia oligossacarídica. Estas espécies <strong>são</strong> muito comuns no tecido cerebral.<br />

33


________________________<br />

Esterói<strong>de</strong>s<br />

<strong>Os</strong> esterói<strong>de</strong>s <strong>são</strong> lipídios <strong>de</strong>rivados do colesterol. Eles atuam, nos<br />

organismos, como hormônios e, nos humanos, <strong>são</strong> secretados pelas gôna<strong>das</strong>,<br />

córtex adrenal e pela placenta. A testosterona é o hormônio sexual masculino,<br />

enquanto que o estradiol é o hormônio responsável por muitas <strong>das</strong><br />

características femininas.<br />

O colesterol, além da ativida<strong>de</strong> hormonal, também <strong>de</strong>sempenha um papel<br />

estrutural - habita a pseudofase orgânica nas membranas celulares. Muitas<br />

vezes chamado <strong>de</strong> vilão pela mídia, o colesterol é um composto vital para a<br />

maioria dos seres vivos.<br />

34


________________________<br />

Prostaglandinas<br />

Estes lipídios não <strong>de</strong>sempenham funções estruturais, mas <strong>são</strong><br />

importantes componentes em vários processos metabólicos e <strong>de</strong> comunicação<br />

intercelular. Segundo o químico Michael W. Davidson, da Florida State<br />

University, "prostaglandins act in a manner similar to that of hormones, by<br />

stimulating target cells into action. However, they differ from hormones in that<br />

they act locally, near their site of synthesis, and they are metabolized very<br />

rapidly. Another unusual feature is that the same prostaglandins act differently in<br />

different tissues". Um dos processos mais importantes controlados pelas<br />

prostaglandinas é a inflamação.<br />

35


Nucleotí<strong>de</strong>os<br />

<strong>1.</strong> <strong>Os</strong> nucleotí<strong>de</strong>os <strong>são</strong> os "<strong>blocos</strong> <strong>de</strong> construção" do RNA e do DNA.<br />

2. Eles <strong>são</strong> constituídos por um açúcar <strong>de</strong> 5 carbonos (ribose ou<br />

<strong>de</strong>soxirribose, um grupo fosfato e uma base nitrogenada púrica ou<br />

pirimidínica. As pirimidinas têm anéis <strong>de</strong> 6 átomos com dois átomos <strong>de</strong><br />

nitrogênio no anel. As purinas contêm anéis <strong>de</strong> 4 e <strong>de</strong> 6 membros<br />

reunidos, com 3 átomos <strong>de</strong> nitrogênio nos anel.<br />

3. Para i<strong>de</strong>ntificar um nucleotí<strong>de</strong>o, procure pela porção açúcar-fosfato,<br />

ligada a um anel complexo contendo átomos <strong>de</strong> nitrogênio.<br />

<strong>Os</strong> nucleotí<strong>de</strong>os <strong>são</strong> as unida<strong>de</strong>s monoméricas do RNA e do DNA. Eles<br />

<strong>são</strong> constituídos por uma pentose (ribose no caso do RNA e <strong>de</strong>soxirribose no<br />

caso do DNA), um grupo fosfato e uma base nitrogenada.<br />

Como o nome indica, uma pentose é açúcar que possui um anel com 5<br />

átomos. Ligado ao anel há um grupo fosfato, composto <strong>de</strong> um átomo <strong>de</strong> fósforo<br />

ligado covalentemente a 4 átomos <strong>de</strong> oxigênio. <strong>Os</strong> nucleotí<strong>de</strong>os também têm<br />

uma base nitrogenada ligada à pentose.<br />

36


Bases nitrogena<strong>das</strong>: purinas e pirimidinas<br />

Pirimidinas <strong>são</strong> anéis planos com 5 átomos <strong>de</strong> carbono e 1 átomo <strong>de</strong> nitrogênio.<br />

As purinas <strong>são</strong> anéis planos fusionados, contendo átomos <strong>de</strong> nitrogênio. As bases<br />

púricas e pirimidínicas do RNA e do DNA estão mostra<strong>das</strong> abaixo.<br />

37


DNA e RNA<br />

O RNA e o DNA <strong>são</strong> polímeros <strong>de</strong> nucleotí<strong>de</strong>os. O esqueleto do polímero é<br />

uma seqüência repetitiva <strong>de</strong> açúcar-fosfato-açúcar-fosfato- etc. Esses polímeros<br />

têm "polarida<strong>de</strong>", no sentido <strong>de</strong> que possuem uma direção <strong>de</strong>finida: o fosfato da<br />

posição 5' <strong>de</strong> um nucleotí<strong>de</strong>o liga-se à posição 3' do próximo nucleotí<strong>de</strong>o. No<br />

mo<strong>de</strong>lo do DNA (à esquerda), a fita da esquerda tem a direção 5'-3' (<strong>de</strong> cima para<br />

baixo), e a outra fita tem a polarida<strong>de</strong> inversa. Diz-se que as duas fitas <strong>de</strong> DNA<br />

<strong>são</strong> "antiparalelas".<br />

No mo<strong>de</strong>lo do RNA, note o grupo -OH extra na pentose, além do uso da<br />

base uracila (U) no lugar da timina (T) usada no DNA.<br />

38


A estrutura mostrada no diagrama é um exemplo <strong>de</strong> DNA.<br />

:<br />

O polímero mostrado no diagrama po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificado como um ácido<br />

nucléico porque em seu esqueleto covalente se alternam um açúcar e um<br />

fosfato.<br />

Qual ácido nucléico?<br />

DNA ou RNA ? Há duas diferenças principais na estrutura da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

DNA quando comparada à do RNA.<br />

39


<strong>1.</strong> O açúcar presente no esqueleto <strong>de</strong> DNA não possui um grupo hidroxila (-OH) na<br />

posição 2'.<br />

O RNA tem uma hidroxila na posição 2';<br />

2. As bases do DNA <strong>são</strong> A, G, C e T.<br />

As bases do RNA <strong>são</strong> A, G, C e U.<br />

40


Significado Clínico dos Níveis <strong>de</strong> pH<br />

Introdução<br />

O bicarbonato como tampão<br />

<strong>Os</strong> principais sistemas-tampão que agem no corpo <strong>são</strong> as proteínas (por causa <strong>de</strong><br />

<strong>aminoácidos</strong> como his, asp e glu), o fosfato e o bicarbonato. Todos eles têm valores <strong>de</strong><br />

pKa menores que o pH fisiológico. Como conseqüência, sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tamponamento aumenta à medida que o pH diminui e sai da faixa fisiológica. A maioria<br />

dos <strong>de</strong>svios do pH sangüíneo ocorrem para a direção ácida. Assim, o baixo valor do pKa<br />

<strong>de</strong>sses sistemas-tampão os torna a<strong>de</strong>quados para resistir à acidose metabólica.<br />

Dos três, apenas o bicarbonato tem a característica <strong>de</strong> ser continuamente produzido e<br />

retirado do sangue, o que tem conseqüências importantes. Assim, a variação da<br />

concentração <strong>de</strong> seus componentes confere ao sistema do bicarbonato uma influência<br />

mais dinâmica sobre o pH (e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tamponamento) do que a <strong>das</strong> proteínas e<br />

do fosfato, sistemas cuja composição é mais estática.<br />

Produção <strong>de</strong> Bicarbonato<br />

<strong>Os</strong> componentes do sistema-tampão do bicarbonato <strong>são</strong> produzidos metabolicamente<br />

em gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>. Portanto, o corpo não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da ingestão <strong>de</strong> compostos<br />

exógenos ou <strong>de</strong> sínteses complexas para a manutenção <strong>de</strong>sse sistema-tampão.<br />

Remoção <strong>de</strong> Bicarbonato<br />

Através da respiração, o sistema-tampão do bicarbonato mantém um equilíbrio direto<br />

com o meio externo (pulmões e ar). Isso permite que ele responda rapidamente a<br />

alterações endógenas. Por outro lado, ele po<strong>de</strong> ser positivamente (ou negativamente)<br />

afetado pela manipulação <strong>das</strong> condições do ambiente.<br />

<strong>Os</strong> componentes ácidos do sistema do bicarbonato (i.e. H + e CO2) atravessam<br />

rapidamente as membranas biológicas, sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r, portanto, <strong>de</strong> uma cinética <strong>de</strong><br />

transporte complexa.<br />

41


O componente aniônico (básico) do sistema (HCO3 - ) é transportado rapidamente<br />

em to<strong>das</strong> as células por um sistema <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> íons. Conseqüentemente, o sistematampão<br />

do bicarbonato ajuda também a manter o pH do meio intracelular, além do pH<br />

extracelular.<br />

<strong>Os</strong> componentes ácidos do sistema do bicarbonato <strong>são</strong> transportados dos tecidos<br />

para os pulmões pela hemoglobina. Assim, essa importante proteína participa tanto na<br />

produção como na remoção da aci<strong>de</strong>z metabólica.<br />

Importância Clínica: Acidose e Alcalose<br />

A produção <strong>de</strong> CO2 pelo metabolismo é normalmente equivalente à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

CO2 expirada nos pulmões, sem resultar, portanto, em produção líquida <strong>de</strong> H2CO3.<br />

Entretanto, algumas circunstâncias po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sbalancear essa equação, criando<br />

situações <strong>de</strong> relevância médica.<br />

Condição Causas possíveis<br />

Condição Causas possíveis<br />

42


Condição Causas possíveis<br />

alcalose<br />

respiratória<br />

alcalose<br />

metabólica<br />

hiperventilação, produzindo diminuição do CO2 no sangue.<br />

ingestão <strong>de</strong> álcali (base), vômitos prolongados (perda <strong>de</strong> HCl) ou<br />

<strong>de</strong>sidratação extrema levando a retenção <strong>de</strong> bicarbonato pelos rins.<br />

(O aspecto comum é a perda <strong>de</strong> H + não <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma baixa do<br />

CO2 sangüíneo)<br />

Tratamento<br />

Como os <strong>de</strong>sequilíbrios <strong>de</strong> origem respiratória <strong>são</strong><br />

causados por alterações no CO2, o melhor tratamento é o<br />

que envolve ventilação. Se fosse utilizada a administração<br />

<strong>de</strong> bicarbonato para aumentar o pH em casos acidose<br />

respiratória, o resultado po<strong>de</strong>ria ser fatal, pois os<br />

mecanismos <strong>de</strong> compensação também estão trabalhando<br />

para aumentar a concentração <strong>de</strong> bicarbonato.<br />

Como os problemas <strong>de</strong> origem metabólica envolvem o HCO3 - , o melhor tratamento é<br />

uma infu<strong>são</strong> <strong>de</strong> bicarbonato (na acidose) ou <strong>de</strong> NH4Cl (na alcalose). O NH4Cl se<br />

dissocia em NH4 + e Cl - . O NH4 + (íon amônio) está em equilíbrio com NH3 (amônia) e H + .<br />

Por ser volátil, a amônia é expirada nos pulmões, <strong>de</strong>ixando para trás H + e Cl - (ácido<br />

clorídrico), o que diminui o pH do sangue. A acidose metabólica está freqüentemente<br />

associada a uma alcalose respiratória compensatória. Essa situação é <strong>de</strong>licada, pois a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tamponamento do sangue fica sensivelmente diminuída.<br />

43


REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA DO pH<br />

OBJETIVOS: Descrever a ventilação pulmonar, a produção e o transporte<br />

<strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono para os alvéolos pulmonares. Analisar a pres<strong>são</strong><br />

parcial do dióxido <strong>de</strong> carbono e a eliminação pulmonar na regulação do pH<br />

do sangue. Descrever o mecanismo <strong>de</strong> ação do centro respiratório.<br />

CONCEITOS GERAIS<br />

<strong>Os</strong> principais mecanismos reguladores do equilíbrio ácido-base do organismo<br />

<strong>são</strong> os sistemas tampão, a regulação respiratória e a regulação renal. Esses<br />

mecanismos atuam em conjunto e, em circunstâncias normais, mantém<br />

inalterada a concentração <strong>de</strong> íons hidrogênio dos líquidos orgânicos,<br />

assegurando as condições i<strong>de</strong>ais para a função celular. A alimentação e a<br />

ativida<strong>de</strong> física produzem <strong>de</strong>svios do pH que <strong>são</strong> prontamente compensados,<br />

quando as funções respiratória e renal <strong>são</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>das</strong>.<br />

Em <strong>de</strong>terminados estados patológicos ou em certas alterações pulmonares ou<br />

renais, a produção <strong>de</strong> ácidos ou a retenção <strong>de</strong> bases no organismo, po<strong>de</strong>m ser<br />

tão intensos que os mecanismos <strong>de</strong> compensação tornam-se incapazes <strong>de</strong><br />

manter o equilíbrio a<strong>de</strong>quado. Nessas condições, o sistema regulador colapsa e<br />

o pH dos líquidos orgânicos se altera; as funções celulares <strong>de</strong>terioram e quando<br />

a condição persiste, em geral, ocorre a morte do indivíduo. <strong>Os</strong> sistemas tampão<br />

e os mecanismos respiratórios <strong>são</strong> os principais reguladores do pH dos líquidos<br />

do organismo diante <strong>de</strong> alterações bruscas do equilíbrio entre os ácidos e as<br />

bases.<br />

VENTILAÇÃO PULMONAR<br />

O pulmão humano possui cerca <strong>de</strong> 300 milhões <strong>de</strong> alvéolos, que equivalem a<br />

uma superfície <strong>de</strong> aproximadamente 70 metros quadrados, <strong>de</strong>stinada a trocar<br />

gases com o ar atmosférico. A função respiratória se processa mediante três<br />

ativida<strong>de</strong>s distintas, mas inter-relaciona<strong>das</strong> e coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong>:<br />

44


• ventilação, que consiste no processo através do qual o ar atmosférico<br />

alcança os alvéolos, para as trocas gasosas;<br />

• perfu<strong>são</strong>, que consiste no processo pelo qual o sangue venoso alcança os<br />

capilares dos alvéolos, para as trocas gasosas;<br />

• difu<strong>são</strong>, o processo pelo qual o oxigênio da mistura gasosa alveolar passa<br />

para o sangue, ao mesmo tempo em que o dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2)<br />

contido no sangue passa para o gás dos alvéolos.<br />

O sistema respiratório po<strong>de</strong> ser representado simplificadamente, por uma<br />

membrana com enorme superfície em que, <strong>de</strong> um lado existe o ar atmosférico e<br />

do outro lado o sangue venoso. Através <strong>de</strong>sta membrana, ocorrem as trocas<br />

gasosas. A enorme superfície disponível para as trocas gasosas permite que em<br />

um minuto o organismo possa eliminar até 200 mL <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2).<br />

Por esta gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eliminar o CO2 do sangue, o pulmão é o mais<br />

importante regulador do equilíbrio ácido-básico do organismo. O mecanismo<br />

regulador respiratório po<strong>de</strong> manter o pH na faixa normal, variando a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono eliminada nos alvéolos.<br />

PRODUÇÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)<br />

As etapas terminais do metabolismo celular consistem na combustão da<br />

glicose e <strong>de</strong> outros metabólitos, com liberação <strong>de</strong> energia química e produção<br />

<strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono e água. O dióxido <strong>de</strong> carbono formado no organismo<br />

difun<strong>de</strong>-se para os líquidos intersticiais e <strong>de</strong>stes para o sangue. O dióxido <strong>de</strong><br />

carbono (CO2) combina-se com a água (H2O), para formar o ácido carbônico<br />

(H2CO3); uma pequena parte se dissocia nos íons bicarbonato (HCO3 - ) e<br />

hidrogênio (H + ), conforme esquematizado na figura. A maior parte do ácido<br />

carbônico existe no sangue como CO2 dissolvido e água, em equilíbrio. O<br />

dióxido <strong>de</strong> carbono é transportado pelo sangue venoso para os capilares<br />

pulmonares, sob três formas:<br />

• Gás dissolvido - Cerca <strong>de</strong> 5% do CO2 é transportado simplesmente<br />

dissolvido na água do plasma.<br />

45


• Íon bicarbonato - Cerca <strong>de</strong> 75% do total <strong>de</strong> CO2 é transportado sob a<br />

forma <strong>de</strong> íon bicarbonato, produto da reação com a água <strong>das</strong> hemácias,<br />

catalisada pela enzima anidrase carbônica, que torna a reação 5.000<br />

vezes mais rápida. O íon hidrogênio resultante da reação é captado pela<br />

hemoglobina (sistema tampão <strong>das</strong> hemácias).<br />

• Combinado à hemoglobina - <strong>Os</strong> restantes 20% do CO2 ligam-se à<br />

hemoglobina em local diferente do que se liga o oxigênio, mediante uma<br />

ligação química facilmente reversível, para transporte pelo sangue<br />

(carbamino hemoglobina).<br />

ELIMINAÇÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO<br />

Figura 8 . Representa a eliminação do CO2, muito volátil, ao nível da<br />

membrana alvéolo-capilar.<br />

46


A produção díária <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono é elevada e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong><br />

metabólica dos indivíduos. O índice metabólico é o fator <strong>de</strong>terminante da<br />

produção do CO2 e, portanto, da sua eliminação pelos pulmões. <strong>Os</strong> gases tem<br />

um comportamento especial quando estão em solução. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás<br />

existente em uma solução é medida pela sua pres<strong>são</strong> parcial, ou seja, a pres<strong>são</strong><br />

ou a ten<strong>são</strong> exercida pelo gás na solução, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da presença <strong>de</strong> outros<br />

gases. A pres<strong>são</strong> parcial é proporcional à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás existente na<br />

solução. Por essa razão, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CO2 existente no sangue é medida<br />

pela sua pres<strong>são</strong> parcial. A pres<strong>são</strong> parcial do dióxido <strong>de</strong> carbono é<br />

representada pelo símbolo PCO2. Nos capilares alveolares, o dióxido <strong>de</strong><br />

carbono do sangue venoso se difun<strong>de</strong> para o gás dos alvéolos. A difu<strong>são</strong> do<br />

CO2 para os alvéolos é comandada pela diferença <strong>de</strong> pres<strong>são</strong> parcial (PCO2)<br />

entre o sangue venoso e o gás alveolar; esta difu<strong>são</strong> rapidamente equilibra a<br />

pCO2 do sangue com a PCO2 do gás dos alvéolos pulmonares. A eliminação do<br />

CO2, reduz a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ácido carbônico, conforme representado na figura 8.<br />

A redução do CO2 do sangue, elimina ácido e eleva o pH. O aumento da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono no sangue, altera o pH para o lado ácido; a<br />

redução da quantida<strong>de</strong> (ou da ten<strong>são</strong> parcial) do dióxido <strong>de</strong> carbono no sangue,<br />

altera o pH para o lado alcalino. É com base nessa relação que o sistema<br />

respiratório modifica o pH.<br />

47


MECANISMO DA AUTO-REGULAÇÃO DO pH<br />

Figura Mecanismo <strong>de</strong> regulação respiratória do pH, através da variação da<br />

eliminação do CO2.<br />

A concentração <strong>de</strong> íons hidrogênio do sangue ou, em outras palavras, o<br />

pH do sangue, modifica a ventilação alveolar, através do centro respiratório.<br />

Esta estrutura do sistema nervoso central se comporta como um “sensor” do pH<br />

do sangue. Quando a concentração <strong>de</strong> íons hidrogênio do sangue está elevada<br />

(pH baixo) o centro respiratório aumenta a freqüência dos estímulos<br />

respiratórios, produzindo taquipneia. Com o aumento da freqüência respiratória,<br />

aumenta a eliminação do CO2 do sangue; a redução dos níveis sanguíneos do<br />

CO2 eleva o pH. A concentração <strong>de</strong> H+ no sangue é permanentemente<br />

acompanhada pelo centro respiratório, que regula seus estímulos <strong>de</strong> acordo com<br />

ela, conforme <strong>de</strong>monstra o diagrama da figura 9. Ao contrário, quando a<br />

concentração <strong>de</strong> íons hidrogênio (H+) está baixa (pH elevado), o centro<br />

respiratório diminui a freqüência dos estímulos à respiração e ocorre bradipneia,<br />

que reduz a eliminação do CO2 tentando corrigir o pH do sangue.<br />

48


Na realida<strong>de</strong>, a regulação respiratória do pH, por estímulos do centro<br />

respiratório, não normaliza o pH do sangue, porque, à medida que a<br />

concentração do íon hidrogênio se aproxima do normal, o estímulo que modifica<br />

a ativida<strong>de</strong> respiratória vai <strong>de</strong>saparecendo. Apesar disso, a compensação<br />

respiratória é extremamente eficaz para impedir gran<strong>de</strong>s oscilações do pH.<br />

RESUMO<br />

A função respiratória se processa mediante três mecanismos interligados: a<br />

ventilação pulmonar, através da qual o ar atmosférico alcança os alvéolos; a<br />

perfu<strong>são</strong> pulmonar, através da qual o sangue venoso alcança os capilares<br />

alveolares para as trocas gasosas e a difu<strong>são</strong> pulmonar, através da qual o<br />

dióxido <strong>de</strong> carbono do sangue é eliminado para os alvéolos e o oxigênio do ar<br />

inspirado é captado pelo sangue venoso.<br />

O dióxido <strong>de</strong> carbono (CO2) é o produto final do metabolismo aeróbico. O<br />

CO2 alcança o líquido extracelular e o sangue para eliminação nos alvéolos. A<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CO2 é expressa pela sua pres<strong>são</strong> parcial, representada pela sigla<br />

PCO2. Como a PCO2 do sangue venoso é maior que a PCO2 do gás alveolar, o<br />

CO2 se difun<strong>de</strong> do sangue para os alvéolos.<br />

Quando o CO2 <strong>de</strong>ixa o sangue, diminui a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ácido carbônico e em<br />

conseqüência o pH ten<strong>de</strong> a se elevar. Se, ao contrário, a eliminação do CO2 for<br />

reduzida, haverá acúmulo <strong>de</strong> ácido carbônico no sangue, com conseqüente<br />

redução do pH.<br />

A concentração do íon hidrogênio no sangue ou, em outras palavras, o pH do<br />

sangue, modifica a ventilação pulmonar, através <strong>de</strong> estímulos do centro<br />

respiratório.<br />

Quando o pH do sangue está baixo (acidose), o centro respiratório aumenta a<br />

freqüência respiratória e, <strong>de</strong>sse modo, acentua a eliminação do CO2.<br />

Quando o pH do sangue está elevado (alcalose), o centro respiratório diminui a<br />

freqüência respiratória e, <strong>de</strong>sse modo, acumula CO2 no sangue, reduzindo a sua<br />

eliminação.<br />

49


Bioquímica – Questionários (Profa. Karem)<br />

Tampões Fisiológicos<br />

<strong>1.</strong> Descrever o funcionamento do sistema tampão HCO3 - /H2CO3, presente no<br />

plasma sanguíneo.<br />

2. Explique o efeito da adição <strong>de</strong> H + e <strong>de</strong> CO2 sobre o pH do plasma.<br />

3. Faça um esquema representando a eliminição <strong>de</strong> CO2 junto aos alvéolos<br />

pulmonares.<br />

4. Como o CO2 é transportado pelo sangue venoso para os capilares pulmonares?<br />

5. Explique o que é acidose e alcalose. Como uma respiração mais rápida ou mais<br />

lenta influencia nesses dois casos?<br />

6. Como atua a enzima anidrase carbônica?<br />

7. O que significa pCO2? Como a pCO2 atua nos níveis on<strong>de</strong> se realizam as trocas<br />

gososas ?<br />

8. Como o centro respiratório realiza a regulação respiratório do pH? O que<br />

significa taquipnéia e bradipnéia?<br />

9. Quais os principais sistemas tampões que agem no organismo?<br />

10. Qual o pH do sangue? Uma queda no pH <strong>de</strong> 7,4 para 7,2 representa um<br />

aumento <strong>de</strong> 60% na concentração <strong>de</strong> H + . Explique isso.<br />

<strong>Aminoácidos</strong><br />

<strong>1.</strong> Explique o que <strong>são</strong> <strong>aminoácidos</strong>. Dar a estrutura geral <strong>de</strong> um aminoácido.<br />

2. Num aminoácido o grupo R po<strong>de</strong> ser polar carregado, polar não carregado e<br />

apolar. Explique e dê um exemplo <strong>de</strong> cada um.<br />

3. Explique os termos hidrofóbico e hidrofílico. Dar um exemplo <strong>de</strong> grupos R que<br />

representem essas duas categorias.<br />

4. O que é uma ligação peptídica. Exemplifique.<br />

5. Quantos <strong>são</strong> os <strong>aminoácidos</strong> essenciais. Em que eles diferem?<br />

6. Explique a estrutura <strong>de</strong> ressonância em uma ligação peptídica.<br />

7. Como po<strong>de</strong>m ocorrer as interações entre as proteínas?<br />

50


8. Explique os tipos <strong>de</strong> atrações: eletrostáticas, hidrofóbicas, ligações <strong>de</strong><br />

hidrogênio e <strong>de</strong> Van <strong>de</strong>r Waals.<br />

9. Numa seqüência <strong>de</strong> <strong>aminoácidos</strong> como estes <strong>são</strong> representados. Dar exemplos.<br />

10. Classifique os <strong>aminoácidos</strong> a seguir, em polar carregado, polar não carregado e<br />

apolar, <strong>de</strong> acordo com seus grupos R:<br />

• Ala Arg Cys Gly His Leu Phe Tyr Glu Ser<br />

Proteínas<br />

<strong>1.</strong> O que <strong>são</strong> proteínas? Como <strong>são</strong> forma<strong>das</strong>?<br />

2. O que é estrutura primária <strong>de</strong> uma proteína?<br />

3. O que é estrutura secundária <strong>de</strong> uma proteína?<br />

4. Qual a diferença entre alfa-hélice e folha-beta. Dar um exemplo <strong>de</strong> cada.<br />

5. O que é estrutura terciária <strong>de</strong> uma proteína? Cite um exemplo.<br />

6. O que <strong>de</strong>termina a estrutura terciária <strong>de</strong> uma proteína?<br />

7. O que é estrutura quaternária <strong>de</strong> uma proteína? Cite um exemplo.<br />

8. Qual a diferença entre proteínas simples e conjuga<strong>das</strong>? Dar exemplos.<br />

9. Qual a diferença entre proteínas estruturais e biologicamente ativas? Dar<br />

exemplos.<br />

10. O que <strong>são</strong> enzimas? Explique o seu mecanismo <strong>de</strong> atuação.<br />

Lipí<strong>de</strong>os<br />

<strong>1.</strong> Faça um organograma contendo todos os lipí<strong>de</strong>os.<br />

2. Quais as características comuns dos lipí<strong>de</strong>os?<br />

3. Defina ceras. Dê exemplos.<br />

4. Defina triglicerí<strong>de</strong>os. Dê exemplos.<br />

5. Qual a diferença entre óleos e gorduras?<br />

6. O que é uma reação <strong>de</strong> saponificação?<br />

7. O que é um sabão? Qual o seu mecanismo <strong>de</strong> ação?<br />

8. O que <strong>são</strong> fosfolipí<strong>de</strong>os? Dar um exemplo <strong>de</strong>stacando os aspectos estruturais<br />

mais importantes.<br />

51


9. O que <strong>são</strong> esfingolipí<strong>de</strong>os? Dar um exemplo <strong>de</strong>stacando os aspectos estruturais<br />

mais importantes.<br />

10. O que <strong>são</strong> esterói<strong>de</strong>s? Dar um exemplo <strong>de</strong>stacando os aspectos estruturais<br />

mais importantes.<br />

1<strong>1.</strong> O que é o colesterol. Qual sua função biológica? E suas <strong>de</strong>svantagens?<br />

12. O que <strong>são</strong> hormônios esterói<strong>de</strong>s. Cite três exemplos.<br />

Carboidratos<br />

<strong>1.</strong> Defina carboidratos. Quais suas funções biológicas.<br />

2. O que <strong>são</strong> monossacarí<strong>de</strong>os, oligossacarí<strong>de</strong>os, dissacarí<strong>de</strong>os e<br />

polissacarí<strong>de</strong>os? Dar um exemplo <strong>de</strong> cada.<br />

3. O que <strong>são</strong> açúcares? Dar exemplos.<br />

4. Quais as diferenças entre aldoses e cetoses?<br />

5. Explique a classificação dos monossacarí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> acordo com o número <strong>de</strong><br />

carbonos.<br />

6. Qual a importância biológica <strong>das</strong> pentoses ? Cite as duas pentoses mais<br />

importantes.<br />

7. Qual a importância biológica <strong>das</strong> hexoses ? Cite a hexose mais importante.<br />

8. Como se forma um hemiacetal ? O que é um anômero?<br />

9. Quais as diferenças entre as fórmulas <strong>de</strong> Fischer, Haworth e Conformacional ?<br />

Represente a glicose usando essas três fórmulas, inclusive os seus isômeros.<br />

10. O que <strong>são</strong> enantiômeros? O que <strong>são</strong> substâncias <strong>de</strong>xtrógiras e levógiras?<br />

1<strong>1.</strong> Como se formam os dissacarí<strong>de</strong>os? Cite 2 dissacarí<strong>de</strong>os importantes e on<strong>de</strong><br />

<strong>são</strong> encontrados.<br />

12. Como se formam os polissacarí<strong>de</strong>os? Cite 3 polissacarí<strong>de</strong>os importantes e on<strong>de</strong><br />

<strong>são</strong> encontrados.<br />

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