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Orações subordinadas adverbiais - Editora Saraiva

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<strong>Orações</strong> <strong>subordinadas</strong> <strong>adverbiais</strong><br />

264<br />

Leia o poema a seguir, de Carlos Drummond de Andrade, e responda às questões de 1 a 6.<br />

Ainda que mal pergunte,<br />

ainda que mal respondas;<br />

ainda que mal te entenda,<br />

ainda que mal repitas;<br />

ainda que mal insista,<br />

ainda que mal desculpes;<br />

ainda que mal me exprima,<br />

ainda que mal me julgues;<br />

ainda que mal me mostre,<br />

ainda que mal me vejas;<br />

ainda que mal te encare,<br />

Ainda que mal<br />

ainda que mal te furtes;<br />

ainda que mal te siga,<br />

ainda que mal te voltes;<br />

ainda que mal te ame,<br />

ainda que mal o saibas;<br />

ainda que mal te agarre,<br />

ainda que mal te mates;<br />

ainda assim te pergunto<br />

e me queimando em teu seio,<br />

me salvo e me dano: amor.<br />

(As impurezas do branco. Rio de Janeiro:<br />

José Olympio/MEC, 1973. p. 39.)<br />

1. Quase todos os versos do poema consistem em um mesmo tipo de oração subordinada.<br />

a) Qual é a conjunção subordinativa que introduz essas orações? ainda que<br />

b) Como se classificam, portanto, essas orações <strong>subordinadas</strong>? <strong>subordinadas</strong> <strong>adverbiais</strong> concessivas<br />

c) Qual é a oração principal dessas orações <strong>adverbiais</strong>? ainda assim te pergunto<br />

2. O emprego da expressão ainda que pode apresentar mais de um sentido. Observe:<br />

Ainda que não mereças, eu te amo.<br />

Ainda que mal lhe pergunte, você me ama?<br />

No primeiro enunciado, a expressão ainda que é uma típica conjunção concessiva, ou seja, apesar<br />

de indicar algo contrário (o não merecimento) ao que se afirma na oração principal (o amor àquela<br />

pessoa), isso não é suficiente para impedir a ação expressa na oração principal, que é amar.<br />

Já no segundo enunciado, a expressão ainda que mal tem uma conotação de polidez, pois constitui<br />

uma maneira educada de introduzir uma pergunta talvez inconveniente ou fora de hora.<br />

Destaque no poema:<br />

“ainda que mal me exprima” (ainda que me exprima mal);<br />

a) um verso em que essa expressão tenha um valor concessivo; “ainda que mal me julgues” (ainda que me julgues mal)<br />

b) um verso em que essa expressão tenha uma conotação de polidez, indicando cuidado ao<br />

introduzir uma pergunta. “Ainda que mal pergunte”, principalmente.<br />

3. As pessoas gramaticais em que estão os verbos e os pronomes empregados no poema permitem<br />

deduzir que o assunto diz respeito ao relacionamento entre duas pessoas.<br />

a) A que pessoas gramaticais se referem os verbos e os pronomes? 1ª e 2ª pessoas do singular (eu e tu)<br />

b) Qual é o tipo de relacionamento existente entre o eu lírico e a pessoa a quem ele se dirige?<br />

Comprove sua resposta com uma palavra do texto. Um relacionamento amoroso, como comprova a palavra amor, do último verso.<br />

Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães


Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães<br />

4. As oscilações semânticas da expressão ainda que mal (expressando polidez ou concessão) podem<br />

estar relacionadas com o tipo de envolvimento que há entre as duas pessoas. Como parece ser o relacionamento<br />

entre elas: seguro e equilibrado ou difícil e oscilante? Justifique com elementos do poema.<br />

Difícil e oscilante, como comprovam estes trechos: “mal respondas”, “mal te entenda”, “mal desculpes”, “mal me julgues”, “mal te encare”, etc.<br />

5. Releia o último verso do poema. Nele o eu lírico cria um paradoxo para definir sua condição sentimental,<br />

ou seja, reúne duas ideias opostas, que em princípio se excluem: “me salvo e me dano”.<br />

O amor, para o eu lírico, é a um só tempo a razão de tudo e a sua<br />

a) Explique o sentido desse paradoxo. perdição; a razão de sua vida é o amor, mas nesse amor ele se perde.<br />

b) Levando em conta os sentimentos paradoxais do eu lírico, discuta com os colegas: Até que<br />

ponto o título do poema é adequado? É bastante adequado, pois, apesar de seus sentimentos contraditórios (ideia de concessão), o eu lírico se<br />

entrega a esse amor.<br />

6. O poema inicia-se com o verso “Ainda que mal pergunte”, cuja estrutura sintática se repete por<br />

mais dezessete versos. O 19º verso (“ainda assim te pergunto”), porém, quebra essa estrutura e<br />

confirma uma pergunta que não chega a ser explicitada. Levante hipóteses: Considerando-se o<br />

significado geral do texto, qual é a provável pergunta que o eu lírico faria à pessoa amada?<br />

Resposta pessoal. Sugestão: É provável que seja uma pergunta sobre o relacionamento entre eles, algo como “Você me ama?”.<br />

7. Leia este anúncio:<br />

(Folha de S. Paulo, 25/1/2002.)<br />

a) Identifique, no enunciado principal do anúncio, qual das orações indica causa e qual indica consequência.<br />

A causa está na oração principal, O sucesso foi tanto, e a consequência está na oração subordinada: Picasso, Miró, Matisse... tiveram que ficar mais um pouquinho.<br />

b) A palavra que foi empregada duas vezes no enunciado principal do anúncio. Entretanto, essa<br />

palavra tem papéis diferentes nas duas situações. Qual é a classe gramatical da palavra que<br />

em cada situação? Na 1ª situação, que é uma conjunção subordinativa consecutiva; na 2ª situação, é uma preposição, que faz parte da locução verbal tiveram que<br />

ficar (tiveram de ficar).<br />

265


266<br />

Leia o anúncio a seguir para responder às questões de 8 a 10.<br />

Salles/DMB&B<br />

(Marie Claire, dez. 1994.)<br />

8. O enunciado principal do anúncio apresenta dois períodos compostos. O sujeito da forma verbal<br />

foi, do 1º período, é uma oração. Identifique-a. chegar a este design / Professor: Mostre aos alunos que essa oração equivale a que se chegasse<br />

a este design.<br />

9. No 2º período, a palavra que apresenta um papel gramatical diferente em cada uma das situações<br />

em que é empregada.<br />

a) Em “Tivemos que copiar”, a palavra que pode ser substituída pela palavra de. Logo, a que<br />

classe gramatical a palavra que pertence? À das preposições (por ser equivalente a de).<br />

b) Em “tudo o que os outros não tinham”, o que equivale a aquilo. A que classe gramatical per-<br />

À dos pronomes demonstrativos e pronomes relativos, respectivamente. Professor: Fica mais fácil demonstrar para o aluno<br />

tencem as palavras o e que? essa função morfológica de o quando substituímos essa palavra por aquilo e o relativo que por o qual: Tudo aquilo o qual<br />

os outros não tinham.<br />

c) Como se classifica a oração “que os outros não tinham”, introduzida pela palavra que? adjetiva restritiva<br />

10. O anúncio promove uma determinada marca de produtos eletrodomésticos.<br />

Para indicar uma avaliação apreciativa. O anunciante demonstra ter consciência de que está sendo aparentemente incoerente, já que é impossível copiar algo que não existe.<br />

a) Por que o anunciante empregou letras em itálico (inclinadas para a direita) na expressão não tinham?<br />

b) Considerando sua resposta anterior, qual sentido você acha que a palavra copiar tem no contexto?<br />

Tem um sentido oposto ao comum; equivale a inventar, criar um produto completamente diferente dos outros.<br />

11. Tanto a conjunção coordenativa adversativa mas quanto a conjunção subordinativa concessiva<br />

embora expressam ideia de oposição. Suponha que certo funcionário de uma empresa, ao fazer<br />

um pedido de férias para seu empregador, tenha obtido esta resposta:<br />

Você quer tirar férias, mas a empresa ainda necessita de seus serviços.<br />

Observe que a resposta tem uma intenção positiva e favorável ao funcionário até o momento em<br />

que o empregador usa a conjunção mas, que introduz a oposição ao pedido de férias.<br />

Agora imagine que o empregador tenha dado ao funcionário uma resposta iniciada pela conjunção<br />

embora:<br />

Embora você queira tirar férias...<br />

Nesse caso, que tipo de continuação provavelmente a frase teria? Uma continuação desfavorável ao pedido do funcionário, algo<br />

como não vai ser possível.<br />

Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães


Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães<br />

12. Reescreva os seguintes períodos, empregando a oposição concessiva:<br />

a) Ela assistiu ao filme com atenção, mas não entendeu nada. Embora ela tenha assistido ao filme com atenção, não entendeu nada.<br />

b) Meu amigo estudou muito para as provas finais, mas não conseguiu boas notas.<br />

Embora meu amigo tenha estudado muito para as provas finais, não conseguiu boas notas.<br />

c) Chovia muito, mas não ficamos em casa naquela noite. Embora tenha chovido muito, não ficamos em casa naquela noite.<br />

d) O rapaz deu sinal, mas o motorista não parou no ponto. Embora o rapaz tenha dado sinal, o motorista não parou no ponto.<br />

e) Todos consolavam a criança, mas ela continuou chorando e mostrando o machucado.<br />

Embora todos tenham consolado a criança, ela continuou chorando e mostrando o machucado.<br />

Leia a historinha seguinte para responder às questões 13 e 14.<br />

Dois alunos conversam durante a aula. Um fala para o outro:<br />

— Ah, se eu fosse o diretor desta escola, daria licença todo dia pra professora, assim a<br />

gente nunca tinha aula.<br />

— E eu mandaria a cantina distribuir sorvete todo dia pra gente. De graça!<br />

13. O diálogo contrasta dois mundos: o da realidade de dois alunos e um imaginário, no qual cada<br />

um deles se torna o diretor da escola.<br />

a) Qual é a oração subordinada adverbial usada nessa história para indicar o acesso dos alunos<br />

ao mundo da fantasia? Se eu fosse o diretor desta escola, com a conjunção se e o verbo no imperfeito do subjuntivo.<br />

b) Que situação do mundo real os alunos transferem para o mundo da fantasia? A de serem diretores e continuarem<br />

frequentando a escola como alunos.<br />

14. No diálogo dessa historinha, há um problema de lógica e coerência que o torna engraçado. Qual<br />

é ele? Se eles fossem o diretor, não seriam beneficiados, pois não seriam mais alunos. Ou: Se não houvesse aula, por que razão os alunos iriam à escola? Nesse caso, a cantina não<br />

abriria e, portanto, não poderia distribuir sorvetes!<br />

Leia o anúncio a seguir e responda às questões 15 e 16:<br />

15. O enunciado principal do anúncio<br />

apresenta dois períodos compostos por<br />

subordinação. Em cada um deles existe<br />

uma relação de causalidade, isto é, uma<br />

causa e sua consequência. Identifique,<br />

em cada um dos períodos:<br />

1º período: Tão leves (oração principal); 2º período: Mas tão crocantes (oração principal)<br />

a) a oração que exprime a causa;<br />

b) a oração que exprime a consequência.<br />

1º período: que derretem na boca (oração subordinada adverbial consecutiva); 2º período:<br />

que os dentes nunca deixam (oração subordinada adverbial consecutiva)<br />

16. A conjunção coordenativa adversativa<br />

mas introduz o 2º período, estabelecendo<br />

uma relação de oposição entre<br />

os dois períodos. Que elementos dos<br />

períodos são postos em contraste nesse<br />

enunciado? O anúncio opõe a ideia de as torradas serem muito leves<br />

e derreterem na boca à ideia de os dentes não permitirem que elas derretam sem<br />

ser mastigadas, pois elas também são crocantes.<br />

(Nova, mar. 2002.)<br />

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