Mais, ainda - Centro de Comunicação e Expressão - UFSC
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as primeiras <strong>de</strong>serções<br />
da geometria. 48<br />
Como em Ban<strong>de</strong>ira e Cézzane, temos aqui marcadores <strong>de</strong> movimento, "<strong>de</strong>sta",<br />
"<strong>de</strong>s<strong>de</strong> além", "até aqui". Mas o resultado é outro, porque ao invés <strong>de</strong> contornar o<br />
objeto, os movimentos se dão em outra direção – fora / <strong>de</strong>ntro – e parecem avaliar o que<br />
é possível nessa "Abertura".<br />
Nesse sentido, o título dá uma dimensão que o corpo do poema vai negando, ou<br />
melhor, fechando. Os limites <strong>de</strong>ssa abertura, aos poucos vão aparecendo. Assim, o<br />
poema parece tocar nos movimentos que realiza, nos limites do perspectivismo:<br />
Desta janela<br />
domou-se o infinito a esquadria: 49<br />
Os dois pontos <strong>de</strong>ixam ver que a partir <strong>de</strong> qualquer ponto que se olhe, ou se gire,<br />
na janela, o limite está colocado. E é interessante observar que "<strong>de</strong>s<strong>de</strong> além" "até aqui",<br />
a voz, que até então lidava com distâncias e aproximações, assume uma marca<br />
temporal":<br />
(...) - em cujas bordas se lêem<br />
as primeiras <strong>de</strong>serções<br />
da geometria. 50<br />
Ou em outros termos: a partir <strong>de</strong> um limite, a perspectiva vai contê-lo e essa será<br />
sua referência.<br />
Po<strong>de</strong>mos ler também, nessas "primeiras <strong>de</strong>serções", os limites da voz do <strong>Mais</strong>!,<br />
que produz perspectivas, po<strong>de</strong>ríamos dizer, a partir da sua janela. E essa crise <strong>de</strong><br />
perspectivismo põe também a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não ser mimético ao que já foi capturado.<br />
!<br />
Nesse sentido, a fábula da voz tem outros <strong>de</strong>sdobramentos, como po<strong>de</strong>mos ler na<br />
apresentação do dossiê "Eu perdi!", <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1994, em que cada um dos<br />
48 AZEVEDO, Carlito. Sublunar. Rio <strong>de</strong> Janeiro: 7 letras, 2001, p. 35.<br />
49 AZEVEDO, Carlito. Sublunar. Rio <strong>de</strong> Janeiro: 7 letras, 2001, p. 35.<br />
50 AZEVEDO, Carlito. Sublunar. Rio <strong>de</strong> Janeiro: 7 letras, 2001, p. 35.<br />
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