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Mais, ainda - Centro de Comunicação e Expressão - UFSC

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!<br />

A convite do <strong>Mais</strong>!, sete poetas reescrevem sete fábulas clássicas <strong>de</strong> La Fontaine,<br />

através <strong>de</strong> textos em prosa e verso que <strong>de</strong>scobrem o lirismo e o humor que garantem<br />

a eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas narrativas. 34<br />

A convite do <strong>Mais</strong>!, seis escritores recriam narrativas clássicas <strong>de</strong> autores como<br />

Esopo e Leonardo da Vinci até Hans Christian An<strong>de</strong>rsen, os irmãos Grimm e o<br />

americano Ambrose Bierce. 35<br />

Já apren<strong>de</strong>mos o modo <strong>de</strong> atuar da voz, seu convite, sua leitura, sua produção e<br />

sua repetição, sempre preenchida por uma nova <strong>de</strong>manda, como po<strong>de</strong>mos lê-la em sua<br />

atuação em dois momentos distintos: a primeira é a comemoração dos 300 anos da<br />

morte <strong>de</strong> La Fontaine, e a segunda parece referir-se tanto ao ano que acaba, quanto ao<br />

novo presi<strong>de</strong>nte do país, eleito em novembro <strong>de</strong> 2002.<br />

A fábula, enquanto gênero, tem-se prestado, a princípio por sua temporalida<strong>de</strong><br />

ambígua, a muitas revisitações. A releitura <strong>de</strong> fábulas e contos populares, por exemplo,<br />

domina boa parte da produção literária <strong>de</strong>stinada às crianças e não poucas vezes é fácil<br />

encontrar livros publicados na década <strong>de</strong> 90 com a mesma estratégia (muitos autores)<br />

utilizada pelo <strong>Mais</strong>!. Mas sem a voz (ou não).<br />

O diagrama da circulação <strong>de</strong>sse gênero nas comemorações do <strong>Mais</strong>! po<strong>de</strong>ria<br />

começar pela leitura <strong>de</strong> "A história <strong>de</strong> Ariadne, por ela mesma", releitura feita por Louis<br />

Begley do "Labirinto do Minotauro". Ariadne lê o futuro <strong>de</strong> sua família e <strong>de</strong>la mesma.<br />

Sabe o que vai acontecer, a vitória <strong>de</strong> Teseu, a morte do Minotauro, enfim, ela lê no<br />

presente como esse presente será escrito. E quer reescrevê-lo.<br />

Para nós, mortais, o futuro é breve; o passado po<strong>de</strong> ser eterno. A fim <strong>de</strong> salvar minha<br />

honra, criarei a minha própria história dos infortúnios que estão para se abater sobre<br />

mim. Eis aqui como há <strong>de</strong> ser contada. 36<br />

Ariadne não parece disposta, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ler o presente, a mudá-lo. O que ela<br />

propõe é como ele <strong>de</strong>ve ser lido. Ela, a narradora, e a própria releitura <strong>de</strong> Begley<br />

propõem, mimeticamente, ao convite da voz, uma nova leitura da fábula.<br />

33<br />

ARRIGUCCI JR., Davi. Humilda<strong>de</strong>, paixão e morte. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 21.<br />

34<br />

VELHAS fábulas, novos poetas. Folha <strong>de</strong> S. Paulo, 9 abr. 1995. <strong>Mais</strong>!, p. 9.<br />

35<br />

VELHAS histórias - Fábulas Mo<strong>de</strong>rnas - por novos autores. Folha <strong>de</strong> S. Paulo, 22 <strong>de</strong>z. 2002. <strong>Mais</strong>!, p.<br />

4.<br />

36<br />

BEGLEY, Louis. A história <strong>de</strong> Ariadne, por ela mesma. Folha <strong>de</strong> S. Paulo, 22 <strong>de</strong>z. 2002. <strong>Mais</strong>!, p. 5.<br />

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