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Relatório final de PIS Lúcia Martins.pdf

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Trata-se <strong>de</strong> uma leitura on<strong>de</strong> o olhar do adulto-mediador tanto é conduzido<br />

para o livro como para o auditório (as crianças), “abraçando com os olhos <strong>de</strong> todo o<br />

grupo” (Taquelim, 2011: 3), tal como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Georges Jean:<br />

“(…) ler em voz alta é (…) aquilo que<br />

dizemos em voz alta para nos fazermos<br />

enten<strong>de</strong>r a nós próprios e/ou a ouvintes um<br />

texto que lemos com os olhos”, supondo<br />

que é necessário “examinar o complexo<br />

jogo dos olhos e da voz, do ouvido e do<br />

olhar numa prática que em todo o caso, ao<br />

contrário da pura oralida<strong>de</strong>, necessita <strong>de</strong> um<br />

suporte <strong>de</strong> signos gráficos: pedra, (…), folha<br />

do livro…” (Jean, 2000: 17).<br />

No entanto, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar é <strong>de</strong>fendida por Taquelim como sendo o ato<br />

<strong>de</strong> narrar um conto sem recorrer ao livro, permitindo ao adulto-mediador “manter ou<br />

abandonar um elemento, um gesto ou uma imagem quando conta” (Taquelim, 2011:<br />

4). Neste caso o adulto-mediador (contador) “conta <strong>de</strong> cor, conta com o coração e este<br />

po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser um momento <strong>de</strong> entrega total ao auditório.” (Taquelim, 2011: 4). Ora,<br />

como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Veloso, atualmente “há um fortalecimento do po<strong>de</strong>r da palavra oral e<br />

uma revalorização da leitura em voz alta” (Veloso, 2005: 30), em contextos formais e<br />

informais <strong>de</strong> leitura, sendo cada vez mais <strong>de</strong>fendida a utilização <strong>de</strong>ssa estratégia para<br />

promover o gosto pela leitura e ajudar a formar leitores.<br />

Na perspetiva <strong>de</strong> José António Gomes, a hora do conto ocupa um lugar<br />

importante na sala do Pré-Escolar, sendo esta eleita como a ativida<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong>, pela<br />

sua prática continuada, proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento do prazer pela leitura, que<br />

resulta, numa primeira fase, da simples satisfação que as crianças sentem ao ouvir<br />

contar histórias. Esta po<strong>de</strong> ser a recuperação <strong>de</strong> uma tradição que ficou esquecida<br />

durante o <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico do mundo e que po<strong>de</strong> garantir a revitalização<br />

do prazer da oratura, tal como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Rui Veloso no seu texto “ A recuperação da<br />

oratura”: “Seja através da “Hora do Conto”, seja na recuperação da leitura em voz alta,<br />

as crianças (…) entram num mundo imaginário que lhes abre janelas para o mundo”<br />

(Veloso, 2005: 1).<br />

Recuperando as palavras <strong>de</strong> José António Gomes (1996: 38) presentes no seu<br />

livro Da Nascente à Voz, a hora do conto <strong>de</strong>ve ser uma prática realizada diariamente,<br />

durante a qual o educador lê, em voz alta, um conto, ou uma parte <strong>de</strong> uma narrativa<br />

mais longa, às crianças, constituindo-se este num momento diferente dos outros que<br />

compõem as rotinas <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> pré-escolar, pois, como afirma Cristina Taquelim,<br />

no seu artigo intitulado “Animação da Leitura”, as formas:<br />

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