08.06.2013 Views

Relatório final de PIS Lúcia Martins.pdf

Relatório final de PIS Lúcia Martins.pdf

Relatório final de PIS Lúcia Martins.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>de</strong>senvolvimento da sua criativida<strong>de</strong> e imaginação. Esta perspetiva é ainda <strong>de</strong>fendida<br />

por Fátima Albuquerque quando, na sua obra A Hora do Conto, afirma: “É assim<br />

através da linguagem, que a criança entra em mundos imaginários possíveis e não-<br />

circundantes e, como um pequeno cientista, passa à construção <strong>de</strong> uma serie <strong>de</strong><br />

hipóteses paralelas que po<strong>de</strong>m ir explicando o mundo real”. (Albuquerque, 2000: 15).<br />

Ora, justamente como afirma Aguiar e Silva, na “Nótula sobre o conceito <strong>de</strong><br />

Literatura Infantil” (1981: 14):<br />

“(…) o livro infantil constitui um complexo e<br />

subtil laboratório linguístico (…) e,<br />

consequentemente, apren<strong>de</strong>r a conhecer a<br />

língua materna, os seus mecanismos<br />

sintáticos, semânticos e pragmáticos,<br />

equivale a mo<strong>de</strong>lizar <strong>de</strong> modo mais<br />

consciente (…)”<br />

Assim sendo, o educador <strong>de</strong>ve criar na sua sala <strong>de</strong> pré-escolar um espaço<br />

<strong>de</strong>dicado à leitura e à ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar histórias, on<strong>de</strong> o livro infantil é explorado<br />

todos os dias, ou seja, o educador <strong>de</strong>ve criar essa prática na sua sala <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s,<br />

uma vez que esta, na opinião <strong>de</strong> Rui Marques Veloso, é “um dos momentos<br />

privilegiados [<strong>de</strong>] namoro da criança com o livro” 5 .<br />

A hora o conto é assim um momento <strong>de</strong> animação do livro e <strong>de</strong> promoção da<br />

leitura, permanecendo como uma forma impressionante <strong>de</strong> cativar a criança e <strong>de</strong><br />

estabelecer com esta as cumplicida<strong>de</strong>s necessárias a uma “semiose literária” (Veloso,<br />

2001: 4). Cristina Taquelim refere mesmo que “contar histórias é dar colo”, pois a<br />

criança não esquece a voz e o olhar <strong>de</strong> quem lhe contou histórias, “curtindo” (para<br />

utilizar a expressão <strong>de</strong> Veloso) estes momentos únicos e inesquecíveis e recordando-<br />

se <strong>de</strong>les ao longo da sua vida. Mas a autora distingue a leitura em voz alta da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que a leitura em voz alta é realizada pelo adulto-<br />

mediador quando este já domina o texto, ou seja, é:<br />

“(…) uma leitura em voz alta com o livro em<br />

presença, on<strong>de</strong> o livro é suportado<br />

lateralmente ou em frente do peito do<br />

mediador, <strong>de</strong> forma a permitir que a criança<br />

perceba os movimentos do olhar do<br />

mediador, que ora se liberta do texto<br />

assumindo a voz <strong>de</strong> um personagem, ora<br />

segue as linhas do texto, conduzindo o olhar<br />

da criança, <strong>de</strong> forma que ela perceba as<br />

suas palavras nascem da página.”<br />

(Taquelim, 2011:3).<br />

5 Na verda<strong>de</strong>, a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir histórias é uma das formas “essenciais <strong>de</strong> leitura” (Geneviève Patte, 1987: 179).<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!