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Relatório final de PIS Lúcia Martins.pdf

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crianças, participando estas <strong>de</strong> forma ativa, uma vez que a educadora tinha como<br />

objetivo a promoção <strong>de</strong> aprendizagens relativamente às funcionalida<strong>de</strong>s da linguagem<br />

escrita, assim como a motivação das crianças para a realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

leitura e escrita, em situações <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> livre ou <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> mediada pela<br />

educadora. Devido ao facto <strong>de</strong> ter observado efeitos positivos no processo <strong>de</strong><br />

aprendizagem das crianças, tomei a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o meu projeto <strong>de</strong><br />

investigação-ação no domínio da Literatura Infantil, explorando assim o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

transversalida<strong>de</strong> e interdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />

II – Literatura infantil – conceito, âmbito e estatuto<br />

No universo dos livros <strong>de</strong>stinados a crianças, po<strong>de</strong>mos encontrar livros<br />

literários e não literários, que cumprem, necessariamente, funções distintas. Se é certo<br />

que encontramos livros <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> no domínio do chamado livro –<br />

informativo ou documentário, também é verda<strong>de</strong> que muito daquilo que se publica em<br />

Portugal e no mundo tem em vista apenas um propósito comercial. As crianças,<br />

porque ainda não apuraram o gosto, e alguns adultos, pouco informados e<br />

esclarecidos, continuam infelizmente a preferir livros <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> uma dimensão<br />

estética e imaginante, seja porque são mais baratos seja porque, à primeira vista, são<br />

mais “apelativos” para as crianças. Sabemos que as crianças que não têm contacto<br />

sistemático com livros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> estético-literária escolherão invariavelmente<br />

aqueles livros cujos heróis conhecem das suas séries televisivas preferidas (<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senhos animados), por exemplo, apesar <strong>de</strong> esses livros serem, regra geral,<br />

<strong>de</strong>masiado simplistas e estupidificantes.<br />

No entanto, o atual mundo editorial está repleto <strong>de</strong> livros <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

estética e literária, para o que terá contribuído a aposta <strong>de</strong> escritores e ilustradores no<br />

livro – objeto artístico e também, é importante referir, a aposta <strong>de</strong> algumas editoras<br />

que, contrariando a lógica mercantilista e economicista <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s grupos editoriais<br />

que ainda <strong>de</strong>têm o monopólio no mundo da edição, apostam na edição do livro<br />

artístico, numa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> respeito pela inteligência e pela educação estética dos mais<br />

novos. É o caso <strong>de</strong> editoras como a Bruaá, a Kalandraka, o Planeta Tangerina, a OQO<br />

e outras, cujo propósito é claramente a edição do livro artístico.<br />

A estratégia editorial <strong>de</strong>ssas editoras levam precisamente em consi<strong>de</strong>ração a<br />

máxima que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> José António Gomes, na sua obra Da Nascente à Voz: “tome o<br />

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