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Relatório final de PIS Lúcia Martins.pdf

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Seja como for, os resultados da investigação comprovam que, quanto mais as<br />

crianças estiverem expostas ao material impresso e envolvidas com a linguagem<br />

escrita mais facilmente se apropriarão das funcionalida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> alguns aspetos<br />

convencionais <strong>de</strong> escrita (cf. Mata, 2008: 17), facto que se revelará <strong>de</strong>terminante e<br />

crucial na aprendizagem <strong>de</strong>ssas competências específicas mais tar<strong>de</strong>, no ensino<br />

formal.<br />

Na verda<strong>de</strong>, e a título <strong>de</strong> exemplo, o conhecimento das regras do material<br />

impresso po<strong>de</strong>rá promover na criança a observação <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong>s sonoras nas<br />

palavras, estando este conhecimento associado à observação e exploração do<br />

impresso, que permite que a criança estabeleça associações grafema-fonema que<br />

sustentarão muitas das suas tentativas <strong>de</strong> leitura e escrita em contexto pré-escolar,<br />

numa clara antevisão do que suce<strong>de</strong>rá no ensino formal, concretamente no 1º Ciclo do<br />

Ensino Básico.<br />

Assim, o educador <strong>de</strong>verá criar ambientes <strong>de</strong> aprendizagem promotores do<br />

envolvimento significativo com a leitura (cf. Mata, 2008: 87-92), <strong>de</strong> forma a que o<br />

“pequeno leitor envolvido” (Mata, 2008: 70) <strong>de</strong>senvolva aptidões e comportamentos <strong>de</strong><br />

leitor essenciais para se tornar, mais tar<strong>de</strong>, um leitor competente e crítico.<br />

No entanto, para que tal aconteça, e para que as crianças se sintam<br />

verda<strong>de</strong>iramente motivadas e implicadas com o ato <strong>de</strong> ler, é fundamental que<br />

<strong>de</strong>senvolvam o seu “projeto pessoal <strong>de</strong> leitor”, que se caracteriza “pelo modo como as<br />

crianças dão sentido à aprendizagem da leitura e da escrita” (Mata, 2008: 16).<br />

Isto é, as crianças i<strong>de</strong>ntificam motivos pessoais que justificam a sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

apren<strong>de</strong>rem a ler e a escrever, como por exemplo, para lerem livros, para lerem<br />

legendas dos filmes, para escreverem cartas, entre outros. Na verda<strong>de</strong>, como afirma<br />

Lour<strong>de</strong>s Mata, em A Descoberta da Escrita, “o projeto pessoal <strong>de</strong> leitor 3 pren<strong>de</strong>-se<br />

diretamente com o querer apren<strong>de</strong>r a ler e a escrever, pois isso vai permitir utilizar<br />

esse saber <strong>de</strong> modo funcional, dando resposta à resolução ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

situações concretas” (Mata, 2008: 16). A criança interioriza assim “os sentidos e as<br />

razões para a aprendizagem da leitura e da escrita” (Alves <strong>Martins</strong>, 1998: 56), o que<br />

lhe permitirá traçar objetivos pessoais e <strong>de</strong>sempenhar um papel ativo na construção<br />

<strong>de</strong> conhecimento, tal como foi amplamente <strong>de</strong>fendido por Piaget e pelas perspetivas<br />

curriculares ativas (ou construtivistas) e interativas, que precisamente,<br />

3 Sobre os sentidos e as razões das crianças para a aprendizagem da leitura e da escrita, confrontar com <strong>Martins</strong>,<br />

1998: 56-57.<br />

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