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Passiflora alata - Uesc

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ<br />

PABLIANE RAMOS LAWINSCKY<br />

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E<br />

FENOLÓGICA DE <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS E<br />

<strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />

ILHÉUS-BAHIA-BRASIL<br />

JULHO de 2010


PABLIANE RAMOS LAWINSCKY<br />

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE<br />

<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTISE <strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />

Dissertação apresentada à Universidade<br />

Estadual de Santa Cruz como parte das<br />

exigências para a obtenção do título de<br />

Mestre em Produção Vegetal,<br />

Área de Concentração: Melhoramento<br />

genético Vegetal.<br />

Orientadora: Margarete Magalhães de<br />

Souza<br />

ILHÉUS-BAHIA BRASIL<br />

JULHO de 2010


PABLIANE RAMOS LAWINSCKY<br />

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE<br />

Ilhéus – BA, 09/07/2010<br />

<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTISE <strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />

_______________________________________<br />

Margarete Magalhães de Souza– DS<br />

(UESC)<br />

(Orientadora)<br />

_______________________________________<br />

José Basílio Vieira Leite - DS<br />

(CEPLAC)<br />

_________________________________________<br />

Ronan Xavier Corrêa - DS<br />

(UESC)<br />

_________________________________________<br />

Antônia Marlene Magalhães Barbosa- DS<br />

(UESC)


À Rita de Cássia Ramos Lawinscky, minha mãe, que com todos os seus atributos de<br />

uma mãe espetacular e seu amor infinito me faz, sempre, chegar até o final.<br />

DEDICO<br />

A Jesus (meu Senhor, Guia e Orientador), a minha família preciosíssima e aos meus<br />

valiosos amigos que na certeza de vossas companhias nos momentos de alegria e<br />

tristeza, levantam-me sempre o ânimo e acima de tudo me traz um imenso prazer de<br />

viver.<br />

OFEREÇO


AGRADECIMENTO<br />

A DEUS sempre presente em minha vida e que nestes dois anos me<br />

proporcionou momentos dos quais tirei várias lições de aprendizado, tanto técnico<br />

científico quanto pessoal, todos, sobretudo me mostraram que sou uma pessoa<br />

FELIZ.<br />

À Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pela realização de minha<br />

formação profissional, ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, pela<br />

oportunidade concedida.<br />

À Professora doutora Margarete Magalhães de Souza, orientadora deste<br />

trabalho, pela disponibilidade concedida para realização desta dissertação e<br />

ensinamentos importantes na minha vida profissional.<br />

bolsa.<br />

À Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia (FAPESB), pela concessão da<br />

A Lindolfo Pereira dos Santos Filho, Américo Viana, Emerson Santos e<br />

Sergio Oliveira, pelo auxílio nas análises estatísticas.<br />

A secretária do programa de pós-graduação, Caroline Tavares, pelo carinho<br />

no atendimento.<br />

Aos funcionários da ACMAV, João e Marlene, pelos momentos de<br />

descontração no horário do almoço; Carlos e Marcos pela ajuda na casa de<br />

vegetação.<br />

Aos profissionais Agna Menezes, George Sodré e Jose Basílio, pelo<br />

estímulo, disponibilidade, sempre me entusiasmando a realizar esse trabalho da<br />

melhor maneira possível, sobre tudo através do exemplo de profissionais que são.<br />

A Cintia Stephane e Ronaldo Bloise, estagiários voluntários, pela ajuda na<br />

execução das tarefas.<br />

A minha vozinha Elza, minha tia Vera, minha comadre Valdeneide, que<br />

acompanham cada etapa da minha vida e sempre torcem e oram por mim.<br />

Ao meu irmão Pablo e minha cunhada Elisangela Oliveira, pelo constante<br />

incentivo e por disponibilizar o computador.


À Raimunda, por me tratar como se fosse filha e mesmo sem entender e<br />

concordar muito com o mestrado, sempre torceu e se preocupou comigo.<br />

À Gabriela Belo, Marla Ariane, Raquel Moraes, Priscilla Patrocínio, Diego<br />

Patrocínio, Dayse Drielly, irmãs Amorim (Jú e Josi), Ícaro Cabral, Ludmila Vitória e<br />

Marília, pelos momentos de descontração, pela agradável convivência, sugestões,<br />

paciência, companhia e por todo auxílio prestado no desenvolvimento do projeto.<br />

Longo foi o caminho até aqui e a cada momento, principalmente nas<br />

passagens mais pedregosas, anjos foram revelados a mim por DEUS. Uns<br />

estiveram presentes o tempo todo, outros por breves momentos, mas todos de<br />

alguma forma contribuíram para que eu completasse mais esta etapa. MUITO<br />

OBRIGADA!


CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE<br />

<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS E <strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST.<br />

RESUMO<br />

Acessos de P. <strong>alata</strong> Curtis e P. cincinnata Mast. do Banco Ativo de Germoplasma da<br />

UESC (BA), foram analisados quanto a divergência genética, sistema reprodutivo e<br />

parâmetros fenológicos. Houve divergência genética entre e dentro dos acessos de<br />

ambas as espécies. Apesar da divergência há a hipótese de que os genótipos 243 e<br />

244 de P. <strong>alata</strong>, podem ser duplicatas. Quanto ao sistema de reprodução ambas as<br />

espécies são autoincompatíveis classe 3, não produzindo nenhum fruto por<br />

autopolinização. Em P. <strong>alata</strong> o tipo de polinização (controlada ou aberta) não<br />

interferiu na taxa de pegamento, porém interferiu no número de sementes, onde a<br />

polinização cruzada contribuiu de maneira mais efetiva. Em P.cincinnata, o tipo de<br />

polinização interferiu tanto na taxa de pegamento quanto no número de semente,<br />

sendo que a polinização cruzada resultou em maior número de frutos com maior<br />

número de sementes. Em ambas as espécies os estigmas permaneceram<br />

receptivos, apresentando tendência em reduzir com o passar das horas. A antese<br />

das flores é diurna, ocorrendo por volta das 4h 30min em P. <strong>alata</strong> e as 6h 00min em<br />

P. cincinnata, iniciando o processo de fechamento as 16h 00min e as15h 00min,<br />

respectivamente. O genótipo 102 de P. <strong>alata</strong> se destacou apresentando a maior taxa<br />

i


de florescimento (2,41) e maior pico floral (7 flores), apresentando ainda outras<br />

características de interesse ornamental como maior diâmetro da flor e maior<br />

comprimento de bráctea, sendo assim indicado como um genótipo promissor na<br />

composição de futuros programas de intercruzamentos onde se vise à elevação do<br />

número de flores e, ou obtenção de flores maiores. Em P. cincinnata o genótipo 325<br />

foi indicado como o que apresentou maior taxa de florescimento e o segundo maior<br />

pico de florescimento (12 flores), possui como característica morfológica marcante<br />

maior comprimento de pétala, sendo este o genótipo da espécie indicado como<br />

promissor ornamental.<br />

Palavras-chave: <strong>Passiflora</strong>s silvestres ornamentais, compatibilidade genética,<br />

florescimento, Banco Ativo de Germoplasma.<br />

ii


MORPHOLOGICAL, REPRODUCTIVE AND PHENOLOGICAL<br />

CHARACTERIZATION OF <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS AND <strong>Passiflora</strong> cincinnata<br />

MAST<br />

ABSTRACT<br />

In this work were observed genotypes of P. <strong>alata</strong> Curtis and P. cincinnata Mast. the<br />

Active Germplasm Bank of UESC (BA), in relation to genetic divergence, breeding<br />

system and phenology parameters. There was a divergence between the genotypes<br />

of both species, but those of P. <strong>alata</strong> was observed cluster by place of origin. Despite<br />

the divergence is the hypothesis that the genotypes 243 and 244, 101, 102, 104 and<br />

211, P. <strong>alata</strong> could be duplicates. As for the reproductive system both species are<br />

self-incompatible class 3, producing no fruit by self-pollination. In P. <strong>alata</strong> type of<br />

pollination (cross or spontaneous) did not affect the rate of fixation, however affect<br />

the number of seeds, where cross-pollination contributed more effectively. In<br />

P.cincinnata the type of pollination affect both the rate of fixation on the number of<br />

seed, being that cross-pollination resulted in a greater number of fruit with the<br />

greatest number of seeds.In both species the stigmas remained receptive, with a<br />

tendency to shrink with each passing hour. Anthesis is diurnal flowers occurring<br />

around 4:30 am in P. <strong>alata</strong> and 6:00 am to P. cincinnata, starting the process of<br />

closing the 4:00 pm hours and 3:00 pm hours respectively. The genotype 102 of P.<br />

<strong>alata</strong> stood out by presenting the highest rate of flowering (2.41) and higher peak<br />

floral (7 flowers), it also presents other characteristics of ornamental interest as the<br />

iii


largest diameter and length of flower bract, being indicated as a promising genotype<br />

in the composition of future programs in intercross which aims to increase the<br />

number of flowers and, or obtain larger flowers, but should avoid crossing it with<br />

genotypes similar to it genetically. In P. cincinnata genotype was indicated as 325<br />

which had higher rates of flowering and the second largest peak flowering (12<br />

flowers), has a characteristic marked morphological greater length of petal, which is<br />

the genotype of the species indicated as promising ornamental.<br />

Key-words: wild and ornamental <strong>Passiflora</strong>, compatibility genetic, flowering, Active<br />

Germplasm Bank<br />

iv


ÍNDICE<br />

RESUMO…….........………………………………………………………...........................i<br />

ABSTRACT………………………………………………………………….......................iii<br />

INTRODUÇÃO………………………………………...…………......................................1<br />

REVISÃO DE LITERATURA…..……………………………………...............................3<br />

CAPÍTULO 1:<br />

3. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE<br />

GENÓTIPOS DE P. <strong>alata</strong>CURTISE P. cincinnataMAST DO BANCO ATIVO DE<br />

GERMOPLASMA DA UESC (BA).............................................................................28<br />

3.1 Resumo...............................................................................................................28<br />

3.1.1 Abstract............................................................................................................29<br />

3.2 Introdução...........................................................................................................30<br />

3.3 Material e Métodos.............................................................................................32<br />

3.4 Resultados..........................................................................................................38<br />

3.5 Discussão............................................................................................................51<br />

3.6 Conclusões.........................................................................................................57<br />

3.7 Agradecimentos.................................................................................................58<br />

3.8 Referências Bibliográficas................................................................................59<br />

CAPÍTULO 2:<br />

4. ESTUDO DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE P. <strong>alata</strong> CURTIS E P. cincinnata<br />

MAST.........................................................................................................................64<br />

4.1 Resumo...............................................................................................................64<br />

4.1.1 Abstract............................................................................................................66<br />

4.2 Introdução...........................................................................................................68<br />

4.3 Material e Métodos.............................................................................................70<br />

4.4 Resultados..........................................................................................................75<br />

4.5 Discussão............................................................................................................87<br />

4.6 Conclusões.........................................................................................................90<br />

4.7 Agradecimentos.................................................................................................91<br />

4.8 Referências Bibliográficas................................................................................92<br />

v


CAPÍTULO 3:<br />

5. ESTUDO DOS PARÂMETROS FENOLÓGICOS FLORAIS EMP. Alata CURTIS e<br />

P. cincinnataMAST...................................................................................................96<br />

5.1 Resumo...............................................................................................................96<br />

5.1.1 Abstract............................................................................................................98<br />

5.2 Introdução.........................................................................................................100<br />

5.3 Material e Métodos...........................................................................................102<br />

5.4 Resultados........................................................................................................106<br />

5.5 Discussão..........................................................................................................113<br />

5. 6 Conclusões......................................................................................................116<br />

5.7 Agradecimentos...............................................................................................117<br />

5.8 Referências Bibliográficas..............................................................................118<br />

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....………………......................................................121<br />

7. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES...............................................................123<br />

vi


1. INTRODUÇÃO<br />

A família <strong>Passiflora</strong>ceae L. está incluída na ordem Malpighiales (MILWARD-<br />

DE-AZEVEDO; BAUMGRATZ, 2004), que é dividida em duas tribos, Paropsieae e<br />

Passiflorieae (DEGINANI, 1999). Esta última é representada por 17 gêneros<br />

(FEUILLET; MACDOUGAL, 2007) entre Ancitrothysus Harms, Dilkea<br />

Mast.,Mitostemma Mast., <strong>Passiflora</strong> L. estão presentes no Brasil (CERVI, 1997).<br />

Sendo o último o mais representativo (PÉREZ et al., 2007). Em nível nacional, o uso<br />

das espécies se destaca na alimentação e farmacologia, sendo pouco utilizada para<br />

o uso ornamental (PEIXOTO, 2005).<br />

Apesar de o Brasil ser considerado o principal centro de diversidade genética<br />

das espécies de <strong>Passiflora</strong> (PEIXOTO, 2005), ações antrópicas tem gerado redução<br />

das espécies e conseqüentemente, de sua variabilidade genética. Por isso, os<br />

bancos de germoplasma são considerados estratégicos para a conservação<br />

(BORÉM; MIRANDA, 2009).<br />

A Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, possui um Banco<br />

Ativo de Germoplasma (BAG-<strong>Passiflora</strong>s), no qual explora seus acessos a fim de<br />

obter híbridos interespecíficos que reúnam caracteres de interesse ornamental. As<br />

flores e folhas de passifloras possuem uma diversidade de cor, forma e tamanho,<br />

tornando-as bastante atraentes e promissoras para uso em ornamentação (ABREU<br />

et al., 2009).<br />

Porém, para que a diversidade genética disponível seja explorada, é<br />

necessário a caracterização e documentação dos acessos para uso nos programas<br />

1


de melhoramento (BORÉM; MIRANDA, 2009). A caracterização morfológica é a<br />

forma mais acessível e mais utilizada para quantificar a diversidade genética de um<br />

banco de germoplasma (RABBANI et al., 1998).<br />

Conhecer o modo de reprodução da espécie em estudo é um importante pré-<br />

requisito nos programas de melhoramento (ALLARD, 1971), pois a escolha do<br />

método adotado dependerá dessa informação. Nesse sentido, podem-se realizar<br />

estudos voltados para determinação do modo de reprodução propriamente dito, e<br />

outros voltados para observação de características que interferem no processo de<br />

polinização, como a viabilidade polínica, taxa de receptividade estigmática, a<br />

polinização in vivo, bem como o florescimento.<br />

O presente trabalho objetivou caracterizar genótipos das espécies <strong>Passiflora</strong><br />

<strong>alata</strong> Curtis e P. cincinnata Mast, quanto à morfologia floral e vegetativa, biologia da<br />

reprodução, e parâmetros fenológicos do florescimento. As espécies P. <strong>alata</strong> e P.<br />

cincinnata são de grande interesse ornamental (PEIXOTO, 2005) e agronômico<br />

(OLIVEIRA; RUGGIERO, 1998), podendo ser utilizadas como genitores em<br />

hibridações interespecíficas de passifloras. Para dessa forma, contribuir para<br />

conservar e explorar os recursos biológicos existente nos programas de pesquisas<br />

da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC.<br />

2


2. REVISÃO DE LITERATURA<br />

2.1 Família <strong>Passiflora</strong>ceae<br />

Em 1569 Nicolae Monardes descreveu espécie <strong>Passiflora</strong> incarnata, sendo<br />

esse registro considerado o primeiro do ponto de vista taxonômico na família<br />

<strong>Passiflora</strong>ceae. Porém, as passifloras haviam sido mencionadas por Cieza de Leon<br />

em 1553 como "granadilla", este nome foi utilizado em analogia com a romã, Punica<br />

granatum L. (Punicaceae) devido à semelhança do fruto (VANDERPLANK, 2000).<br />

Em 1605, flores de passiflora (<strong>Passiflora</strong> incarnata) foram enviadas por<br />

missionários católicos ao Papa Paulo V, onde as peças florais foram associadas aos<br />

símbolos da crucificação de Cristo, originando assim o nome latino da planta, "flor da<br />

paixão”, comum para os espanhóis e ingleses, mas ainda não usado no Brasil<br />

(FUMIS; SAMPAIO, 2007).<br />

Apesar do nome passiflora ser projetado por Pluckenet em 1696 (CERVI, 1997),<br />

foi em 1745 que o gênero <strong>Passiflora</strong> foi oficializado, a partir do primeiro trabalho de<br />

classificação e identificação de <strong>Passiflora</strong>, realizado por Linnnaeus, que descreveu<br />

22 espécies (VANDERPLANK, 2000).<br />

A família <strong>Passiflora</strong>cea é nativa das regiões tropicais e subtropicais<br />

(HEYWOOD, 1993), podendo encontrar plantas silvestres na Índia Ocidental,<br />

Galápagos, Austrália, Sudeste Asiático, Malásia, Filipinas, Polinésia e em algumas<br />

ilhas do Oceano Pacífico (VANDERPLANK, 2000) e ainda algumas espécies de<br />

clima temperado nas Américas, sul da China e Nova Zelândia (FEUILLET;<br />

3


MACDOUGAL, 2007). A América tropical é considerada como o principal centro de<br />

diversidade genética, incluindo desde a região Amazônica até o Paraguai e o<br />

Nordeste da Argentina (SIILVA et al., 2004).<br />

A família abrange desde espécies trepadeiras herbáceas a arbustos, e até<br />

árvores lenhosas (NUNES; QUEIROZ, 2006). É caracterizada por apresentar<br />

estípulas e gavinhas (NUNES; QUEIROZ, 2006); folhas pecioladas e alternadas;<br />

flores isoladas e axilares, hermafroditas, pentâmeras, com pétalas e sépalas<br />

alternando entre si, com presença de filamentos de corona, opérculo, androginóforo,<br />

5 estames, anteras dorsofixas, óvulos numerosos, placentação perietal, 3-4 estiletes,<br />

estigmas captados, orbiculares ou reniformes também caracterizam a família<br />

(NUNES; QUEIROZ, 2006). A corona é usada para caracterização da família,<br />

juntamente com o androginóforo, longo tubo floral de órgãos sexuais, femininos e<br />

masculinos, soldados e elevados (ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />

Em 1938, Killip descreveu 355 espécies de <strong>Passiflora</strong>, em seu trabalho<br />

intitulado “The American species of <strong>Passiflora</strong>ceae”, considerado um dos estudos<br />

mais completos no referido assunto.<br />

A sistemática ainda não resolve bem a semelhança entre algumas espécies,<br />

existindo divergência entre os taxonomistas e sistematas quanto ao número de<br />

gêneros na família e o número de espécies no gênero. Os relatos de espécies<br />

pertencentes à família incluem números como530 (WATSON; DALLWITZ, 1992;<br />

BERNACCI et al., 2003, FEUILLET; MACDOUGAL, 2007), 600 (BARROSO, 1978),<br />

630 (VANDERPLANK, 2000), 650 (JUDD et al., 1999), chegando a serem citadas<br />

cerca de 700 espécies nesta família (FEUILLET, 2004).<br />

4


2.2 Gênero <strong>Passiflora</strong><br />

O gênero <strong>Passiflora</strong> é o maior da família <strong>Passiflora</strong>ceae, com cerca de 530<br />

espécies (FEUILLET; MACDOUGAL, 2007), é numérica e economicamente o mais<br />

importante da família (PÉREZ et al., 2007), apresentando ampla variabilidade<br />

genética inter e intraespecífica (BELLON et al., 2009).Esse gênero é originário da<br />

América tropical (ALEXANDRE et al., 2004) e, pelo menos, um terço de suas<br />

espécies tem os respectivos centros de origem no Brasil (MELETTI et al., 2007), que<br />

agregam cerca de 100 a 200 espécies (BERNACCI et al., 2003; NUNES; QUEIROZ,<br />

2006). Além do Brasil, a Colômbia também concentra riqueza de espécies do gênero<br />

(PÉREZ et al., 2007).<br />

No estado da Bahia o gênero <strong>Passiflora</strong> possui 32 espéciescom ampla<br />

distribuição (NETO, 2008), sendo que P. saxicola, P. bahiensis,P. mucugeana<br />

(NUNES; QUEIROZ, 2006)e P. cacaoensis (VIANA, 2009) são consideradas<br />

endêmicas. Os principais centros de diversidade na Bahia ocorrem na floresta<br />

Atlântica do sul do estado e na Chapada Diamantina(NUNES; QUEIROZ, 2006).<br />

2.3 Botânica e taxonomia das <strong>Passiflora</strong>s<br />

As passifloras apresentam hábito herbáceo são trepadeiras, produzem flores<br />

cuja beleza desperta curiosidade e encantamento e incluem algumas poucas ervas<br />

eretas ou plantas lenhosas, arbustivas (VANDERPLANK, 2000). Em sua maioria são<br />

perenes e essencialmente pantropical, podendo encontrar algumas espécies como a<br />

P. gracilis, P. tenella que são anuais e outras espécies como P. lutea e P. incarnata<br />

5


em zonas temperadas (ULMER; MACDOUGAL, 2004) sendo esta última, utilizada<br />

em hibridações com P. edulis, por apresentar a característica de interesse:<br />

tolerância a baixa temperatura (BRUCKNER; OTONI, 1999).<br />

As principais características das plantas desse gênero são: gavinhas axilares,<br />

nectários, folhas alternas normalmente simples, coroa de estaminódios, gineceu e<br />

androceu com base comum (androginóforo) e sementes ariladas (FEUILLET,<br />

2004).Uma outra característica bastante peculiar é a variabilidade foliar encontrada,<br />

que é a maior encontrada em todas as angiospermas (MACDOUGAL, 1994).<br />

A raiz das passifloras é do tipo axial ou pivotante, porém quando propagadas<br />

por estacas podem desenvolver raízes adventícias (CUNHA et al., 2002). O caule<br />

das espécies de passifloras possui o hábito trepador, sendo delgados, pouco<br />

lenhosos e necessitam de outras plantas como suporte para suprir a necessidade de<br />

luz; são eretos, cilíndricos, lisos ou pilosos, angulados, angular-estriados, angular-<br />

alado, poucos são descritos como achatados, subangular e estriados (ULMER;<br />

MACDOUGAL, 2004). Os caules da espécie apresentam base lenhosa e ápice<br />

herbáceo, vigorosos, semi-flexíveis e trepadores, muito ramificados e, em algumas<br />

espécies, podem apresentar-se glabros ou pilosos podendo atingir 5 a10 m de<br />

comprimento (CUNHA et al., 2004). O caule pode ser cilíndrico, angular, subangular<br />

e raramente quadrangular e estriado longitudinalmente (CERVI, 1997).<br />

Na maioria das espécies as folhas são simples e alternas (NUNES;<br />

QUEIROZ, 2006)poucas espécies possuem folhas compostas como em P.<br />

deidamioides, P. cirhiflora, P. pedata, e P. trofoliata (ULMER; MACDOUGAL, 2004)<br />

são elípticas ou orbiculares, inteiras ou lobadas, 2-9 lobos, 3-5 nervuras, margem<br />

geralmente inteira, base cordada, truncada, arredondada ou cuneada, pecíolo com<br />

ou sem glândulas, glândulas peciolares sésseis, estipitadas ou pedunculadas,<br />

6


algumas vezes com glândulas nos lobos dos sinus. As nervuras são mais salientes<br />

na face abaxial e o pecíolo mede, geralmente, de 1 a 5 cm (NUNES; QUEIROZ,<br />

2006).<br />

As estípulas estão presentes em todas as espécies de passifloras, epodem<br />

ser setáceas, lineares ou foliáceas, algumas vezes decíduas. O formato das<br />

estípulas podem ser semioval, oval-oblíquo, reniforme, semi-reniforme,<br />

subreniforme, auriculadas e oval-auriculadas (ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />

Quanto ao bordo as estípulas são inteiras, denteadas, serreadas ou laciniadas, e, ao<br />

ponto de inserção, onde algumas têm como ponto de inserção a lateral, e não a<br />

base (CERVI, 1997). As gavinhas são estruturas que se desenvolvem nas axilas das<br />

folhas, geralmente são solitárias e não estão presentes nas espécies lenhosas<br />

(CUNHA et al., 2002).<br />

O pedúnculo, na maioria das espécies é único, nasce nas axilas das folhas e<br />

termina em uma flor, mas podem ocasionalmente nascer aos pares sobre ramos<br />

axilares curtos. A espécie P. multiflora é uma exceção, a qual produz de duas a seis<br />

flores em um mesmo pedúnculo (ULMER; MACDOUGAL, 2004), mais ou menos<br />

foliáceos e, geralmente, estão acompanhados de estípulas(CERVI, 1997).<br />

As brácteas normalmente estão presentes em número de três, algumas vezes<br />

decíduas, podem ser lineares ou setáceas e dispersas ao largo do pedúnculo, ou<br />

bem foliáceas de forma ovada, ovado-lanceoladas e situadas perto da base da flor,<br />

sésseis e livres. Quanto à margem ou bordo, podem ser inteiras, serreadas,<br />

denteadas, em divisões filiformes e terminadas em uma glândula. Sua forma,<br />

tamanho e posição no pedúnculo constituem caracteres de grande importância para<br />

separar subgêneros, secções e espécies (CERVI, 1997).<br />

7


As flores são geralmente muito vistosas, grandes, cíclicas, diclamídeas, de<br />

simetria radial e apresentam-se isolada ou aos pares, podendo, em algumas<br />

espécies estarem reunidas em inflorescência (VANDERPLANK, 2000). São<br />

hermafroditas, com presença de androginóforo (NUNES; QUEIROZ, 2006), cujo<br />

androceu é formado por cinco estames e o gineceu formado por três estiletes e três<br />

estigmas. Embora em estudos realizados com P. cincinnata foram observadas flores<br />

com dois, quatro ou cinco estigmas (ARAÚJO et al., 2008; KILL et al., 2010).<br />

Há uma estrutura floral cujo termo designado ao mesmo gera divergências,<br />

que pode ser designada, dentre outras, por cálice ou tubo do cálice (CERVI, 1997),<br />

ou hipanto, conforme a instrução para execução dos ensaios de distinguibilidade,<br />

homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares de maracujá, abrangendo<br />

espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos de <strong>Passiflora</strong>,<br />

na qual se encontram classificados essas estruturas em três formas: aplanada,<br />

campanulada e cilíndrica.<br />

Todas as espécies do subgênero <strong>Passiflora</strong> possuem cálice e corola. A corola<br />

tem cinco pétalas brancas ou coloridas, membranáceas, alternas às sépalas, livres<br />

ou levemente concrescidas na base, insertas nas bordas do tubo calicinal; com<br />

muita freqüência as sépalas são carnosas, membranáceas ou subcoriáceas e<br />

apresentam quase sempre uma arista foliácea ou corno dorsal próximo do ápice<br />

(CERVI, 1997).<br />

A corona é considerada a estrutura mais marcante do gênero (SOUZA;<br />

PEREIRA, 2003; MUSCHNER, 2005; NUNES; QUEIROZ, 2006; ABREU, 2009).<br />

Esta é formada por um a cinco verticilos, inserta na base do tubo calicinal e<br />

composta por filamentos diversos, de cores vivas e atraentes. Os filamentos por sua<br />

8


vez são bandeados com diversas cores no sentido horizontal (VANDERPLANK,<br />

2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />

O ovário é súpero, localizado no ápice do androginóforo, tricarpelar e<br />

unilocular. Com muitos óvulos de placentação parietal. O ovário é globuloso, ovóide<br />

ou fusiforme, unilocular, com placentação parietal Os estiletes, em número de três,<br />

são livres ou unidos na base (NUNES; QUEIROZ, 2006).<br />

Seus frutos são caracterizados como bagas, geralmente indeiscentes, exceto<br />

em P. capsularis e P. rubra (cápsula loculicida), globosos ou ovóides, raramente<br />

fusiformes, possuindo, no geral, coloração amarela, existindo, frutos de coloração<br />

vermelha e roxa (VANDERPLANK, 2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004). A casca é<br />

coriácea, quebradiça e lisa, protegendo o mesocarpo, no interior do qual estão as<br />

sementes. Estas são, em sua maioria, comprimidas, reticuladas, pontuadas ou<br />

transversalmente alveoladas, envolvidas por um arilo mucilaginoso<br />

(VANDERPLANK, 2000). As sementes são tidas como ortodoxas ou ortodoxas<br />

intermediárias, tolerantes à perda de umidade (NUNES; QUEIROZ, 2001).<br />

2.4 As espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />

<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis, é nativa do Brasil, e conhecida popularmente como<br />

maracujá-doce, maracujá-grande, maracujá-alado, maracujá-de-refresco, maracujá-<br />

guaçu; tem ocorrência generalizada, podendo ser encontrada nas regiões<br />

Norte,Nordeste, Sudeste, Centro Oeste e Sul (JUNQUEIRA et al., 2001). No estado<br />

do Rio Grande do Sul é considerada uma espécie invasora (CERVI, 1997;<br />

BRUCKER; PICANÇO, 2001; KOEHLER-SANTOS et al., 2006). Pode ser cultivada<br />

de norte a sul do país, devido a boa adaptação a diferentes condições<br />

9


edafoclimáticas (VASCONCELLOS et al. 2001). Acessos silvestres de P. <strong>alata</strong><br />

podem ainda ser encontrados no Peru (CUNHA et al., 2002).<br />

O principal uso do maracujá doce é na alimentação humana (MARTINS et al.,<br />

2003), mas é também bastante utilizado na indústria farmacêutica (LIMA; CUNHA,<br />

2004). O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, sendo P. <strong>alata</strong> a terceira<br />

espécie mais cultivada (MANICA et al., 2005). Seu cultivo no Brasil é conseqüência<br />

da sua elevada cotação no mercado de frutas frescas, devido à sua polpa ser<br />

bastante saborosa e doce.<br />

Apesar do seu potencial de mercado agronômico, P. <strong>alata</strong> apresenta<br />

problemas de suscetibilidade a pragas e doenças durante o cultivo<br />

(VASCONCELLOS et al., 2001), bem como alta perecibilidade e suscetibilidade a<br />

doenças pós colheita (ANSELMO; JUNQUEIRA, 1997).<br />

Trata-se de uma planta glabra de caule quadrangular e de aresta alada,<br />

gavinhas axilares robustas, estípulas lanceoladas, folhas lanceoladas inteiras,<br />

medindo em média 7 a 15 cm de comprimento e 5 a 10 cm de largura (BRAGA et al.,<br />

2005).<br />

As flores são solitárias, sustentadas por um pedúnculo do qual parte um único<br />

pedicelo, geralmente são pendentes, porém quando arbustivo, ficam oclusas na<br />

folhagem (VARASSIN; SILVA, 1999). Essas possuem tanto estruturas masculinas<br />

quanto femininas, mas ainda assim apresentam um sistema de reprodução auto-<br />

incompatível, não realizando autopolinização (LOSS et al., 2006).<br />

A corona reúne todas as estruturas contidas entre as pétalas e os estames,<br />

ou seja, duas séries de fímbrias, o opérculo, o anel da câmara nectarífera e o límen,<br />

as fímbrias por sua vez, são projeções filiformes adjacentes às pétalas, rajadas de<br />

branco e roxo, carnosas, bastante alongadas, ultrapassando a altura dos estiletes<br />

10


e/ou estigmas e formam uma barreira ao acesso da câmara nectarífera (VARASSIN;<br />

SILVA, 1999).<br />

O valor ornamental é conferido pelas belas flores que a planta produz<br />

(Peixoto, 2005), as quais exercem atração pelo seu tamanho, pela exuberância de<br />

suas cores e pela originalidade de suas formas (VASCONCELLOS; CEREDA 1994),<br />

podendo ainda ser utilizadas em trabalhos de paisagismo devido à beleza das<br />

mesmas (LORENZI; SOUZA, 2001).<br />

<strong>Passiflora</strong> cincinnata Mast é uma espécie silvestre, não comercial, incluída na<br />

série Incarnata (APONTE; JÁUREGUI, 2004), popularmente conhecida como<br />

maracujá-mochila, maracujá-do-mato ou maracujá-tubarão (BERNACCI et al., 2003).<br />

Distribuem-se do nordeste do Brasil até o norte da Argentina, sudeste do Paraguai e<br />

oeste da Bolívia, e foi introduzida na Venezuela (VANDERPLANCK, 2000). No Brasil<br />

é encontrada em Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Santa Catarina, Alagoas e<br />

Bahia, dentre outros estados (OLIVEIRA; RUGGIERO, 2005).<br />

P. cincinnata é descrita como uma espécie nativa da caatinga, liana glabra ou<br />

levemente pilosa, de caule cilíndrico, cujas flores são axilares, de coloração azul-<br />

rosadas ou violeta e frutos globosos ou ovóides; é aplicado para fins nutricionais<br />

(KILL et al., 2010), medicinais (ZUCARELLI, 2007), ornamentais (VANDERPLANCK,<br />

2000). Por causa de suas características de fruto, também é empregada como fonte<br />

de genes em programas de melhoramento (MELETTI et al., 2002).<br />

Seus frutos são comercializados nas pequenas feiras livres das regiões<br />

semiáridas, sendo explorada apenas para subsistência e de forma extrativista (KILL<br />

et al., 2010) e o produto processado na forma de geléia foi incluído na merenda<br />

escolar dos municípios de Uauá, Curaçá e Canudos na Bahia e já começa a ser<br />

exportado para Alemanha e Itália ( ARAÚJO, 2007).<br />

11


Apresenta resistência a patógenos sistêmicos que afetam outras espécies de<br />

<strong>Passiflora</strong> (OLIVEIRA; RUGGIERO, 2005), por isso vem sendo utilizada em<br />

programas de melhoramento genético, principalmente para obtenção de genótipos,<br />

tolerante a bactéria Xanthomonas campestris (MELETTI et al., 2002) e nematóides<br />

(OLIVEIRA; RUGGIERO, 1998). Também vem sendo utilizada devido á resistência à<br />

seca (ARAÚJO, 2007), sendo assim utilizada na produção de porta enxerto<br />

(ZUCARELI et al., 2009).<br />

P. cincinnata foi cultivada como planta ornamental por vários anos na<br />

Inglaterra e em outros países do continente europeu, posteriormente perdeu a<br />

popularidade a ponto de ser cultivada apenas em coleções particulares. Possui<br />

caráter ornamental devido às flores de beleza admirável, grandes, de cor violeta,<br />

possuindo os filamentos da corona torcidos e colorido em bandas, além de<br />

agradável fragrância (VANDERPLANCK, 2000).<br />

2.5. Importância das passifloras silvestres na ornamentação<br />

O início do uso das passifloras como planta ornamental é datada desde 1625,<br />

século XVII, na Europa. Por cerca de 200 anos o cultivo se limitou ao uso de P.<br />

caerulea e P. incarnata, até que em 1819 Thomas Milne cruzou P. racemosa com P.<br />

caerulea, obtendo assim o primeiro híbrido artificial, nomeado de P. „violacea‟. Com<br />

as guerras mundiais, as espécies e híbridos foram perdidos, sendo o cultivo<br />

retomado apenas no final dos anos 1990 (PEIXOTO, 2005)<br />

Atualmente, as espécies ornamentais precursoras se destacam em muitos<br />

países europeus e, nos EUA, no mercado de mudas híbridas (VANDERPLANK,<br />

2000). Os híbridos interespecíficos são divulgados mundialmente pela revista<br />

12


<strong>Passiflora</strong> (KING, 2000), com comercialização de plantas e semente pela Internet<br />

(RUSHING, 2003;www.Raintreenursery.com/ catalog).<br />

As passifloras podem ser cultivadas de modo decorativo, com efeito<br />

harmonioso entre vaso e planta (SOUZA et al., 2006a), ou para a ornamentação de<br />

jardins, seja em cercas, muros ou pérgulas (VANDERPLANK, 2000; ULMER;<br />

MACDOUGAL, 2004).<br />

P. <strong>alata</strong> Dryand. e P. edulis Sims, esta última em menor escala, são utilizadas<br />

juntas em pérgulas ou cercas no sudeste do país. P. edulis Sims juntamente com<br />

<strong>Passiflora</strong> coccínea Aubl. são utilizadas no norte, enquanto que no nordeste a<br />

espécie utilizada é a P. cincinata Mast. Embora com clima favorável e uma<br />

diversidade de espécies, o Brasil ainda não tem a cultura de utilizar passifloras para<br />

ornamentação (SOUZA; PEREIRA, 2003), diferentemente de alguns países do<br />

hemisfério norte que tem produzido e registrado mais de 400 híbridos para fins<br />

ornamentais (PEIXOTO, 2005).<br />

Características como flores de beleza inquestionável, com exuberância de<br />

cores, variando do forte e brilhante ao suave e marcante (VANDERPLANK, 2000;<br />

ABREU et al., 2008); número abundante de flores; florescimento mais de uma vez<br />

ao ano e variabilidade de formas foliares (SOUZA; PEREIRA, 2003),além da<br />

presença da corona, conferem às passifloras interesse ornamental. Além da beleza<br />

original das espécies silvestres, os híbridos produzidos a partir destas apresentam<br />

atributos estéticos ainda mais atraentes, somado ao fato de que, muitos destes<br />

apresentam resistência às diferentes condições climáticas (VANDERPLANK, 2000).<br />

Várias são as possibilidades do uso de passiflora como plantas ornamentais.<br />

O cultivo em vaso, por exemplo, é possível mediante ao uso de suporte adequado,<br />

aliado a uma poda cuidadosa (PEIXOTO, 2005). Em pérgulas ao sol, pode-se usar<br />

13


espécies como P. seemanni Griseb.,P.actinia Hook, P. sidaefolia M. Roem, P. triloba<br />

e P. serrato-digitada e P. <strong>alata</strong>, que são grandes, pendentes, de coloração marcante<br />

e próprias para tal ambiente (MELETTI et al., 2003). Para utilização em cercas-vivas,<br />

recomenda-se P. sanguinolenta Mast, P. tulae Urb e P. auriculata, que possuem<br />

numerosas flores pequenas. Para ambientes de meia sombra como varandas, pode-<br />

se usar P. kermesina, que mesmo na ausência de flores, são atrativas pela<br />

coloração avermelhada na face abaxial das folhas, e produzem inúmeras e<br />

belíssimas flores por um longo período do ano (PEIXOTO, 2005).<br />

2.6 BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA<br />

Devido tanto a questões culturais, quanto a pouca informação disponibilizada,<br />

as espécies exóticas compõem a base do mercado brasileiro de plantas ornamentais<br />

(MARTINI et al., 2010). Assim as plantas nativas de caráter ornamental são<br />

subutilizadas e algumas ainda desconhecidas pela população já se encontram em<br />

processo de extinção, devido a várias ações antrópicas, como, por exemplo, a<br />

urbanização (FISCHER et al., 2007). Justificando assim a importância e necessidade<br />

de criação e manutenção de bancos de germoplasma seja por sua característica de<br />

conservação genética, seja para atender aos programas de melhoramento, uma vez<br />

que, quando os acessos são caracterizados, além de armazenar e disponibilizar,<br />

pode fornecer informações a respeito de determinado acesso, identificando assim<br />

possíveis características de importância para os programas de melhoramento<br />

genético (CARVALHO; QUESENBERRY, 2009).<br />

Os bancos de germoplasma funcionam como conservação ex situ, em que<br />

uma amostra da variabilidade genética de determinada espécie é conservada fora<br />

14


de seu habitat (BORÉM; MIRANDA, 2009) por curto ou médio prazo (ENGELMANN,<br />

1991). Há, no Brasil, cerca de 67 espécies de passifloras mantidas em diferentes<br />

BAGs: CNPMF, UNESP, IAPAR, IAC, CPAC, ESALQ, UENF, UFRRJ (FERREIRA,<br />

2005) e UESC (PEREIRA; SOUZA, 2005).<br />

2.7 Caracterização morfológica de germoplasma<br />

A caracterização permite identificar acessos duplicados, estabelecer coleções<br />

nucleares, identificar os modos de reprodução predominantes nos acessos, bem<br />

como inferir a ocorrência ou não de variabilidade genética entre os acessos (VALLS,<br />

2007). O conhecimento dos acessos conservados com correta classificação<br />

botânica, nível de diversidade, caracterização agronômica, fenótipos de interesse<br />

econômico ou polimorfismo molecular são fundamentais, mas ainda iniciais na<br />

maioria das coleções (FERREIRA; RANGEL, 2005).<br />

Caracterização morfológica é um processo pelo qual, por meio da utilização<br />

de uma lista descritiva, maiores informações sobre o germoplasma conservado<br />

podem ser obtidas, tornando assim a utilização do mesmo mais efetiva(RAMOS;<br />

QUEIROZ, 1999), sendo normalmente a forma mais acessível e mais utilizada para<br />

quantificar a diversidade genética de um BAG (RABBANI et al., 1998). A lei de n°<br />

9456/1997, referente à proteção de cultivares, em seu inciso II do artigo 3º,<br />

conceitua descritores como as características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas<br />

ou moleculares que sejam herdadas geneticamente, utilizadas na identificação de<br />

uma cultivar.<br />

Os caracteres descritivos são diferenciados em fixos e variáveis, onde os<br />

primeiros, também chamados qualitativos, dependem de um ou poucos genes,<br />

15


sofrem pouca influência ambiental e não podem ser medidos por um sistema de<br />

numeração contínua. Os chamados variáveis ou quantitativos dependem da ação de<br />

muitos ou poucos genes que interagem com o meio ambiente, e seus valores são<br />

expressos em números (SILVA, 2005).<br />

Caracterização agronômica, morfológica e citogenética foram realizadas em<br />

seleções do BAG de passifloras do IAC, denominadas „Roxinho-Miúdo‟, „Paulista‟ e<br />

„Maracujá-Maçã‟, para identificar cruzamentos com características comerciais<br />

desejáveis e disponibilizar sementes de matrizes selecionadas aos produtores<br />

(MELETTI et al., 2005). Neste estudo, todas as seleções apresentaram<br />

características comerciais desejáveis. A divergência genética através de dados<br />

morfológicos foi estimada entre acessos de <strong>Passiflora</strong> cincinnata Mast. conservados<br />

na coleção de trabalho da Embrapa Semi-Árido (ARAÚJO et al., 2008).A avaliação<br />

foi realizada em 32 acessos, com base em 23 caracteres. Os acessos apresentaram<br />

variabilidade genética para todos os descritores utilizados na avaliação.<br />

Recentemente foi lançada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento a instrução para execução dos ensaios de distinguibilidade,<br />

homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares de maracujá, abrangendo<br />

espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos (MAPA,<br />

2008), uniformizando assim o procedimento técnico de comprovação de que a<br />

cultivar apresentada é distinta de outra.<br />

Caracterizar morfologicamente espécies silvestres de passiflora, explorando<br />

principalmente os aspectos ornamentais, é algo ainda incipiente, tornando assim<br />

esta atividade necessária. Para o mercado de plantas ornamentais, a caracterização<br />

de espécies visando à obtenção de genitores para programas de melhoramento é de<br />

grande interesse, gerando novas cultivares que atentam às exigências do mercado<br />

16


de planta ornamental.Por meio da observação de descritores morfológicos<br />

associados a análise estatística multivariada, têm sido realizados estudos referentes<br />

à caracterização, variabilidade, diversidade e divergência genética em várias<br />

espécies: batata-doce, Ipomea batatas L. (DAROS et al., 2002), maracujazeiro-doce,<br />

<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis (MELETTI et al., 2003), <strong>Passiflora</strong> edulis f. flavicarpa Deg<br />

(NEGREIROS et al., 2007), milho, Zea mays (PAIXÃO et al., 2008), amendoin<br />

forrageiro, Arachis pintoi (CARVALHO; QUESENBERRY, 2009) cebola, Allium cepa<br />

L. (BUZAR et al., 2009) entre outros.<br />

2.9 Biologia da reprodução<br />

A caracterização da biologia da reprodução em plantas é realizada<br />

principalmente para conhecer o modo de reprodução da espécie de interesse. Para<br />

programas de melhoramento essa caracterização é um pré-requisito importante<br />

(ALLARD, 1971), pois o fato da planta ser autógama (autofecundação) ou alógama<br />

(fecundação cruzada) auxiliará no manejo da espécie para sua manutenção no BAG.<br />

Com esse conhecimento, diferenciadas práticas de polinização poderão ser<br />

adotadas (CRUDEN, 1977) e interferirão na escolha do método de melhoramento a<br />

ser adotado (BORÉM; MIRANDA, 2009).<br />

A estrutura de uma população autógama é caracterizada pela mistura de<br />

plantas homozigóticas e a variedade melhorada é, às vezes, um simples genótipo<br />

que se reproduz fielmente. A cultura alógama pode ser comparada a um pool de<br />

genes que se combinam de várias maneiras para formar diversos genótipos,<br />

geração após geração, onde uma simples planta pode produzir muitos tipos de<br />

17


gameta que sempre se combinam ou, que na maioria das vezes, associam-se com<br />

gametas de outras plantas (AMARAL et al., 2005).<br />

Na maioria das passifloras, a reprodução através da polinização cruzada é<br />

determinada pela morfologia da flor, onde as anteras são localizadas abaixo do<br />

estigma; e, principalmente, devido à auto-incompatibilidade(BRUCKNER et al.,<br />

2002).Nas passifloras existem dois mecanismos principais que favorecem a<br />

alogamia: a deflexão dos estiletes (ENDRESS, 1994) e a auto-<br />

incompatibilidade(LOSS, 2006).<br />

2.10 Biologia floral em passifloras<br />

As espécies do gênero <strong>Passiflora</strong> possuem anteras tetraesporangeadas e<br />

deiscentes mediante duas fendas longitudinais, com epiderme persistente e próxima<br />

à linha de deiscência podem existir células epidérmicas alongadas que auxiliam na<br />

abertura das mesmas.<br />

O endotécio representa o estrato subepidérmico das anteras e normalmente<br />

possui espessamentos. Nas espécies de <strong>Passiflora</strong> são lignificados, mas reagem à<br />

detecção de celulose (DETTKE, 2009).<br />

Ao longo da antese os filetes, antes eretos no botão, iniciam o movimento de<br />

curvatura para baixo, ocorrendo também a movimentação das anteras, que ficam<br />

com face deiscente voltada em direção à corona e já com os grãos de pólen<br />

disponíveis (VARASSIN; SILVA, 1999). Essa movimentação de estiletes e filetes<br />

pode acontecer em tempos diferentes, favorecendo a dicogamia funcional<br />

(VARASSIN et al., 2001).Existem flores que são consideradas funcionalmente<br />

masculinas, devido a não flexão dos estiletes (VARASSIN et al., 2001), como ocorre<br />

18


em P. <strong>alata</strong> Curtis (VARASSIN; SILVA, 1999) e P. cincinnata Mast. (KILL et al.,<br />

2010). Em P. cincinnata, a deiscência das anteras ocorre antes da abertura da flor<br />

(APONTE; JAUREGUI, 2004).<br />

Em <strong>Passiflora</strong> os grãos de pólen contêm substâncias lipofílicas junto à exina,<br />

denominadas pollenkit, que são derivadas das células do tapete, liberadas quando<br />

ocorre senescência do mesmo nas anteras maduras e são depositadas entre ou<br />

sobre espaços existentes na exina (SOUZA et al., 2004).<br />

Grãos de pólen de espécies de <strong>Passiflora</strong> são 6-colporados (P. misera, P.<br />

morifolia Mast.,P. organensis Gardnere P. suberosa L.) ou 12-colporados (P.<br />

capsularis e P. pohlii), com os colpos livres, (MILWARD-DE-<br />

AZEVEDO;BAUMGRATZ, 2004).<br />

O gineceu é formado por ovário súpero, normalmente afilado no ápice e<br />

apresenta três estiletes/estigma (CUNHA et al., 2004). Em algumas espécies como<br />

P. cincinnata foram observadas flores com dois, quatro e até cinco estigmas (KILL et<br />

al., 2010). O ovário pode ser tricarpelar, unilocular e de placenta perietal, como em<br />

P. suberosa (SILVÉRIO et al., 2009); globoso, com base dilatada, glabro, como em<br />

P. mucugeana T. N. Senna (NUNES; QUEIROZ, 2006); oblongo ou elíptico como<br />

em P. racemosa e P. truncata Regel, respectivamente(MILWARD-DE-AZEVEDO;<br />

VALENTE, 2004), e ovóide como em P. edulis(SIQUEIRA et al., 2009) e P. sidaefolia<br />

M. Roemer (MILWARD-DE-AZEVEDO; VALENTE, 2004). O ovário é multiovulado,<br />

cujo número varia de espécie para espécie, em P. coccinea o numero de óvulo por<br />

flor encontrado ficou em média de 437 (STORTI, 2002), enquanto que para o<br />

maracujazeiro amarelo uma média de 390 para as flores com três estigmas e 674,5<br />

para as flores com quatro estigmas (SIQUEIRA et al., 2009).<br />

19


Estudos realizados em maracujá amarelo revelaram que o pistilo é do tipo<br />

fechado ou sólido, constituído por uma densa camada epidérmica, alguns tricomas,<br />

células corticais (parenquimática), e no centro possui tecidos de transmissão, o qual<br />

tem paredes espessas, células alongadas (cujo tubo polínico passa entre ou dentro),<br />

rico em amido e proteína que também favorece ao desenvolvimento do tubo<br />

polínico.<br />

As flores podem apresentar estiletes sem curvatura (SC), parcialmente curvo<br />

(PC) ou totalmente curvo (TC), podendo em uma mesma planta serem encontrados<br />

os três tipos (RUGGIERO, 1973). A deflexão do estigma é utilizada para determinar<br />

o início da receptividade (JANZEN, 1968), porém foi verificado em P. <strong>alata</strong> que esse<br />

fenômeno independe da deflexão, podendo estar receptivo com os estiletes<br />

flexionados ou não (VARASSIN; SILVA, 1999).<br />

O estigma é seco, pouco exudado, com epiderme lisa, com papilas<br />

multicelulares e glicoprotéica que favorece a interação estigma – grão de pólen<br />

(SOUZA et al., 2006).<br />

2.11 Compatibilidade genética<br />

A auto-incompatibilidade em <strong>Passiflora</strong> é relatada desde o século XIX<br />

(NETTANCOURT, 1977). Estudos iniciais relataram que o sistema de auto-<br />

incompatibilidade no maracujazeiro era do tipo esporofítica, uma vez que a reação<br />

de rejeição ocorre no estigma, e esta característica seria controlada por um loco com<br />

cinco alelos responsáveis (HO; SHII, 1986). Estudos posteriores verificaram que<br />

crescimento do tubo polínico foi inibido no tecido de transmissão do estilete,<br />

indicando a existência do sistema gametofítico (RÊGO et al., 2000).Há ainda a<br />

20


evidencia que a auto-incompatibilidade é controlada por seis alelos (S1 a S6) e dois<br />

locos gênicos, ao invés de um (RÊGO et al., 2000), provavelmente devido à<br />

presença de genes gametofíticos agindo em associação com genes esporofíticos<br />

(SUASSUNA et al., 2003). Contudo a auto-incompatibilidade no maracujazeiro-<br />

amarelo não resulta somente da série de alelos S, mas também de outros locos, que<br />

devem estar condicionados por um complexo gênico (FALLEIRO, 2000).<br />

A reprodução de forma sexuada em <strong>Passiflora</strong> envolve diferentes sistemas de<br />

reprodução, dependendo da espécie (ENDRESS, 1994). As espécies P. incarnata L.<br />

(MCGUIRE, 1999) por exemplo, são espécies auto-incompatíveis, enquanto que P.<br />

capsulares L. é autocompativel (FARIA; STEHMANN, 2010). Em um provável<br />

mutante de P. edulis f. flavicarpa, com flores de corona branca que foram utilizadas<br />

como marcador fenotípico, os resultados de polinização in vivo e comportamento<br />

meiótico o indicaram como autocompatível, com gametas normais, sendo assim<br />

considerado um genótipo promissor aos programas de melhoramento (SOUZA et al.,<br />

2010).<br />

2.12 Viabilidade Polínica e Receptividade do Estigma<br />

A análise da viabilidade polínica é considerada importante e útil na condução<br />

de experimentos nas áreas agrícola e biotecnológica, pois possibilita correlacionar<br />

anormalidades meióticas à infertilidade do pólen, auxiliar na seleção de materiais<br />

genéticos e fazer inferências sobre as direções dos cruzamentos (TECHIO, 2002). A<br />

viabilidade do pólen fornece informações básicas de aplicação prática na<br />

conservação genética, bem como na agricultura, para o planejamento de programas<br />

21


de melhoramento além de contribuir em estudos taxonômicos, ecológicos e<br />

palinológicos (ALEXANDER, 1980; ARROYO, 1981; GUINET 1989).<br />

O estudo da viabilidade polínica para o melhoramento de plantas é<br />

extremamente importante, pois em espécies alógamas, cada grão de pólen leva<br />

consigo a carga genética conseqüente da homozigose, fazendo com que essas<br />

plantas não transmitam para a próxima geração genótipos em que os genes estejam<br />

fixados ou em homozigose, mas sim o próprio gameta, tamanha a probabilidade de<br />

diferentes combinações entre os alelos (SOUZA et al., 2002). Considerando-se que<br />

a manifestação do genótipo de um indivíduo é o resultado da contribuição trazida<br />

pelos gametas masculinos e femininos, quanto maior a viabilidade polínica, maior a<br />

possibilidade da formação de diferentes combinações entre alelos, e em última<br />

análise, de variabilidade genética (SOUZA et al., 2002).<br />

Há alta correlação entre o comprimento de botão e de antera (SOUZA et al.,<br />

2002). Tratando-se das fases meióticas durante a microsporogênese estas<br />

características não devem ser usadas como parâmetros indicativos, porém o<br />

tamanho do botão floral pode ser associado aos estágios da microgametogênese<br />

(SOUZA et al., 2002). Outros estudos mostram que não o tamanho, mas o formato<br />

da base do botão está associado ao desenvolvimento do micrósporo (WILLCOX et<br />

al., 1990). Para estudos no maracujazeiro, o tamanho de antera é o mais indicado<br />

para diferenciação entre meiose I e II, enquanto que o tamanho de botão foi o mais<br />

indicado para diferenciação apenas entre microsporogênese e microgametogênese<br />

(SOUZA et al., 2002).<br />

É notada a diferença de tamanho de grãos de pólen em várias espécies de<br />

<strong>Passiflora</strong>. A ocorrência de grãos de pólen muito grande está associada à<br />

irregularidades na segregação dos cromossomos durante a meiose, havendo a<br />

22


formação de tríades ao invés de tétrades, como ocorre em P. edmundoi (SOUZA et<br />

al., 2002).<br />

A necessidade de avaliar a viabilidade do pólen usado na polinização artificial<br />

e em experimentos de melhoramento genético é muito importante (STONE et al.,<br />

1995) assim como a compreensão dos problemas de esterilidade (RODRIGUEZ-<br />

RIANO; DAFNI, 2000), sendo para qualquer espécie de planta, essencial para<br />

melhoristas e produtores de sementes comerciais (RIGAMOTO; TYAGI, 2002).<br />

A taxa de fertilização e o sucesso de polinização podem ser influenciados<br />

também pela receptividade do estigma (SOUZA et al., 2004).<br />

Conhecer o período que o estigma encontra-se receptivo ao grão de pólen, é<br />

fundamental para garantir o sucesso em experimentos de hibridação e em todo e<br />

qualquer procedimento que ocorra polinização artificial (BRUCKNER et al., 1995).<br />

Permitindo assim programar o processo de polinização, em termos de tempo<br />

despendido e quantidade de pólen utilizado, uma vez que devido à falta de<br />

informações sobre o período exato de receptividade do estigma, as polinizações são<br />

feitas repetidas vezes, para assegurar produção de sementes (HODGSON, 1976).<br />

Existem numerosas técnicas para estimar a receptividade do estigma (DAFNI,<br />

1992; KEARNS; INOUYE, 1993), uma delas é o uso de peróxido de hidrogênio, onde<br />

ocorre a detecção da ação da peroxidase (OSBORN et al., 1998) sendo este um<br />

método simples e barato (MAUÉS, COUTURIER, 2002).<br />

No maracujazeiro amarelo o número de estigma polinizado (um, dois, três ou<br />

quatro) não interfere na formação de frutos, pode interferir na qualidade de suas<br />

características como números de semente, espessura da casca, peso e diâmetro do<br />

fruto, essas estão correlacionadas com maior número de óvulos da planta e com o<br />

23


ecebimento do maior número de grãos de pólen distribuídos de forma homogênea<br />

nos estigmas (SIQUEIRA et al., 2009).<br />

A receptividade estigmática tem sido avaliada durante o tempo de abertura da<br />

flor, por meio de testes histoquímicos associados à polinização in vivo. Resultados<br />

de experimentos realizados com maracujá amarelo mostraram contraste entre o<br />

teste histoquímico e a polinização controlada, onde os primeiros indicaram<br />

receptividade de 85% até cinco horas após abertura da flor, enquanto que a<br />

polinização controlada apresentou valores médios inferiores a 35% nesse mesmo<br />

horário (SOUZA et al., 2004). Testes similares foram realizados em P. suberosa, P.<br />

coriacea e P. morifolia, cujos resultados referentes aos testes histoquímicos<br />

mostraram estigmas receptivos em todos os horários, para todas as espécies.<br />

Tratando da polinização controlada, houve comportamento diferenciado do<br />

histoquímico a depender da espécie, sendo que em P. suberosa os índices de<br />

receptividade mostraram-se superiores a 60%, mesmo as 17horas, em P. morifolia<br />

os melhores índices ocorreram das 9 às 13 horas, enquanto que em P. suberosa os<br />

melhores resultados foram os de 7 horas (FONSECA et al., 2005).<br />

2.13 Fenologia do florescimento e caracterização de <strong>Passiflora</strong>s<br />

Para que ocorra o florescimento, o meristema caulinar vegetativo deve<br />

diferenciar-se em estruturas reprodutivas, nesse processo diferentes sinais,<br />

indutores do florescimento (ambientais e fisiológicos), são detectados pelas folhas,<br />

produzindo estímulos florais no meristema apical ou induzindo diretamente o<br />

desenvolvimento dos primórdios florais (BOSS et al., 2004).<br />

24


O modelo de atividade gênica responsável pelo controle da arquitetura floral<br />

da maioria das dicotiledôneas com flores completas foi obtido a partir de mutações<br />

em genes homeóticos em Arabidopsis thaliana (ANGELO, 2005). Este modelo<br />

conhecido como modelo ABC reúne os genes ativos nas vias que definem a<br />

identidade dos meristemas florais, agindo de forma combinada. A classe A é<br />

constituída pelos genes APETALA1 e 2 (AP1 e AP2) cuja expressão age sobre a<br />

formação das sépalas; a classe B é constituída pelos genes APETALA 03 (AP3) e<br />

PISTILLATA (PI), a combinação AB atua sobre a formação das pétalas, os genes<br />

AGAMOUS (AG) constituem a classe C, cuja combinação específica de BC é<br />

responsável pela formação de estames e, a expressão de C, pela formação dos<br />

carpelos (JACK, 2004).O gene LFY foi identificado como atuante na transição do<br />

meristema vegetativo para meristema reprodutivo pois induz a expressão do AP1<br />

(HEMPEL et al.,2000). Além dessa função, fala-se que o LFY também regula no<br />

desenvolvimento de diferentes produtos do meristema apical como folhas e<br />

gavinhas, e as passifloras tem sido fortemente utilizadas para verificação de tal<br />

função, uma vez que contém as estruturas morfológicas em que o referido gene atua<br />

(CUTRI, 2009).<br />

A emissão das primeiras peças florais, na gema floralmente determinada, é<br />

chamada de evocação floral (PEREIRA et al., 2003). Em plantas de flores<br />

completas, durante a evocação floral, os genes homeóticos interagem entre si e com<br />

outros genes também relacionados com o florescimento, resultando no surgimento<br />

seqüencial das peças florais, onde as células primordiais na camada mais externa<br />

dão origem às sépalas, aquelas na segunda camada originam as pétalas, na terceira<br />

camada as células tornam-se estames e aquelas na quarta e mais interna camada<br />

dão origem aos carpelos (ANGELO, 2005).<br />

25


A fenologia do florescimento pode ser influenciada por diversos fatores<br />

ambientais, como umidade, temperatura ou radiação (MICHALSKI; DURKA, 2007). A<br />

temperatura, por exemplo, afeta os índices de desenvolvimento da flor e pode levar<br />

a variação do florescimento em um determinado período (MURZA; DAVIS, 2005).<br />

Assim, é possível observar diferenças entre genitores, referente a parâmetros<br />

fenológicos do florescimento, como taxa, pico, intensidade relativa (%) e duração<br />

média de florescimento, número de flores/dia e precocidade de florescimento (ROZA<br />

et al., 2005), dentre outros.<br />

Estudos revelaram que P. palmeri, P. tricspis, P. foetida, P.coreacea, P.<br />

galbana, P. misera, P. morifolia e P. micropetala, apresentaram os respectivos<br />

valores médios para os parâmetros de florescimento: a) taxa (%) – 1,56; 5,82; 5,97;<br />

2,94; 1,24; 4,65; 1,78; 2,28 b) Pico – 3,5; 39,5; 13,0; 11,0; 2,25; 18,5; 4,25; 3,5 c)<br />

Intensidade relativa (%) – 8,85; 3,59; 6,36; 3,99; 3,77; 4,98; 1,24; 2,95 d) Duração<br />

média (dias) – 23,2; 96,0; 33,2; 23,5; 12,0; 43,0; 48,5; 21,5 e) Duração do<br />

crescimento do botão floral (dias) – 13,0; 16,5; 13,5; 20,5; 25,5; 19,3; 16,0; 13,7<br />

(ROZA et al., 2005)<br />

A maioria das espécies de <strong>Passiflora</strong> floresce abundantemente durante vários<br />

meses no ano. Os meses entre março e maio correspondem ao período de<br />

florescimento paraP. amethystina e P. suberosa, enquanto que para P. cincinnata é<br />

de março a dezembro (DUARTE et al., 2009); para o maracujá-amarelo foi<br />

observado uma duração de nove meses de floração, de setembro a maio<br />

(BENEVIDES et al., 2009); em P. setacea foi observado florescimento durante os<br />

meses de setembro a fevereiro, em P. recurva Mast. de agosto a dezembro, em P.<br />

kermesina Link. de fevereiro a novembro (NUNES; QUEIROZ, 2001).<br />

26


Em muitas espécies as flores permanecem abertas por um dia, como em P.<br />

amethystina, P. suberosa, P. cincinnata (DUARTEet al., 2009), em outras como P.<br />

aurantia G. Forster, P. cinnabarina Lindl, P. herbertiana Ker Gawle P. jorullensis<br />

Kunthas flores permanecem abertas por até três dias (ULMER; MACDOUGAL,<br />

2004).<br />

27


3. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E DIVERSIDADE GENÉTICA DE<br />

GENÓTIPOS DE P. <strong>alata</strong> CURTISE P. cincinnata MAST<br />

3.1 RESUMO<br />

A variabilidade genética de 11 genótipos de <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis e16 de <strong>Passiflora</strong><br />

cincinnata Mast mantidos no Banco de Germoplasma da UESC foi avaliada a partir<br />

de descritores morfológicos quantitativos e qualitativos. Os genótipos foram<br />

avaliados em campo, em delineamento de blocos ao acaso, com três repetições das<br />

quais foram avaliadas 5 flores, totalizando 15 flores por genótipo. Para a análise<br />

multivariada, diversos caracteres foram dimensionados simultaneamente, inferindo-<br />

se sobre a importância dos caracteres que mais influenciaram na divergência, bem<br />

como identificando os genótipos e, ou grupos de genótipos que divergem mais<br />

oumenos entre si, indicando assim combinações de genótipos com tendências mais<br />

promissoras, a depender do objetivo, antes da realização do cruzamento. Por meio<br />

da análise multivariada aplicando a técnica de agrupamento de Mahalanobs por<br />

ligação simples, otimização de Tocher e variáveis canônicas, notou-se agrupamento<br />

dos genótipos por espécie, sendo que dentro de cada espécie houve concordância<br />

entre os métodos para o número de grupos formados. Os caracteres<br />

morfológicosnão foram tão eficientes para agrupar os genótipos, sendo odiâmetro da<br />

corona foi a característica que mais contribuiu para a explicação da divergência<br />

genética interespecífica. Houve variabilidade genética dentro e entre espécies,<br />

havendo maior divergência genética entre os genótipos 363 e 332 (P. <strong>alata</strong>) e 245 e<br />

211 (P. cincinnata).<br />

Palavras-chave:P. <strong>alata</strong>, P. cincinnata, análise multivariada.<br />

28


3.1 MORPHOLOGICAL CHARACTERIZATION AND GENETIC DIVERSITY OF<br />

GENOTYPES OF P. <strong>alata</strong> CURTISE P. cincinnata MAST<br />

3.1.1 ABSTRACT<br />

The genetic variability of 11 genotypes of <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> and 16 <strong>Passiflora</strong><br />

cincinnata Mast.all kept in the Germplasm Bank UESC, was evaluated from the<br />

quantitative and qualitative morphological descriptors. The genotypes were evaluated<br />

in field conditions in randomized blocks, with three replications of five flowers which<br />

were evaluated, summation of 15 flowers by genotype. For multivariate analysis,<br />

several characters were scaled simultaneously, inferring the importance of characters<br />

that most influenced the divergence, well as identifying the genotypes and, or groups<br />

of genotypes that differ more or less between them, thus indicating genetic<br />

combinations with the most promising trends prior to the crossing. Through<br />

multivariate analysis usinga method of grouping Mahalanobs for simple connection -<br />

nearest neighbor analysisTocher optimization, and canonical variable, was noted<br />

grouping genotypes by species. Within each species there was agreement between<br />

the methods for the number of groups formed. The characters morphological weren‟t<br />

effective forgrouping genotypes into species, and the diameter of the corona was the<br />

characteristic that contributed most to the explanation of interspecific genetic<br />

divergence, already for the dissimilarity between genotypes within each species the<br />

bract width, (P. <strong>alata</strong>) and height (P. cincinnata), were the main contributors. The<br />

results indicate the existence of genetic variability within and between species,<br />

having a greater divergencebetween the genotypes 363 and 332 (P. <strong>alata</strong>) 245 and<br />

211 (P. cincinnata).<br />

Keywords:P. <strong>alata</strong>, P. cincinnata, multivariate analysis.<br />

29


3.2 INTRODUÇÃO<br />

As passifloras produzem belíssimas flores de tamanhos, cores e formas<br />

variadas, com alto potencial para uso ornamental (LORENZI; SOUZA, 2001),com<br />

vasos em ambientes internos (PEIXOTO, 2005)e na ornamentação de jardins,<br />

cercas, muros ou pérgulas (VANDERPLANK, 2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />

O Brasil é um dos mais importantes centros de diversidade do maracujazeiro,<br />

pois mais de 120 espécies silvestres de <strong>Passiflora</strong> são nativas do país (BERNACCI<br />

et al., 2005)sendo algumas endêmicas (FERREIRA, 1994). Mas apesar da ampla<br />

diversidade genética e clima extremamente favorável (SOUZA; PEREIRA, 2003).O<br />

potencial ornamental das passifloras, ainda é pouco explorado restringindo o uso a<br />

algumas espécies, como P. <strong>alata</strong> Dryand, P. cincinatta Mast, P. coccinea Aubl<br />

(PEIXOTO, 2005).<br />

A espécie <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtisé nativa do Brasil e conhecida popularmente<br />

como maracujá-doce (CERVI, 1997) e pode ser cultivada de norte a sul do país<br />

(VASCONCELLOS et al. 2001). É a terceira espécie de <strong>Passiflora</strong>cultivada no Brasil,<br />

onde é o maior produtor de maracujá (MANICA et al., 2005). O principal uso do<br />

maracujá doce é na alimentação humana (MARTINS et al., 2003), porém por possuir<br />

flores belas, exuberantes em sua cor, forma e tamanho, exercem atração, possui<br />

potencial de exploração ornamental(VASCONCELOS; CEREDA 1994).<br />

<strong>Passiflora</strong> cicinnata Mast. tambémé umaespécie silvestre, ainda não<br />

comercial (APONTE; JÁUREGUI, 2004), nativa da caatinga (FEITOZA et al., 2006),<br />

e popularmente conhecida como maracujá-do-mato (BERNACCI et al., 2003). Tem<br />

30


sido utilizada para fins nutricionais, ornamental, medicinal (ZUCARELLI, 2007), e em<br />

programas de melhoramento genético (MELETTI et al., 2002).<br />

Visando conservar a diversidade genética de espécies, tanto para atender a<br />

programas de melhoramento quanto á exploração de maneira sustentável, tem - se<br />

os Bancos Ativos de Germoplasma. Porém para maior aproveitamento dos BAG´s<br />

deve-se ter o conhecimento e a organização da variabilidade genética existente nos<br />

mesmos (MOREIRA et al. 2006). A caracterização morfológica, processo pelo qual<br />

por meio de caracteres descritivos são obtidas informações sobre o germoplasma<br />

(RAMOS; QUEIROZ, 1999), é uma técnica utilizada para inferir as diferenças entre<br />

genótipos de um BAG (RABBANI et al., 1998). Porém o uso dos marcadores<br />

moleculares é hoje uma importante ferramenta nos processos de caracterização,<br />

completando assim o uso dos marcadores morfológicos (BHAT et al., 2010).<br />

Nesse contexto, o presente trabalho foi desenvolvido objetivando caracterizar<br />

a divergência dos genótipos das espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata do Banco Ativo de<br />

Germoplasma da UESC (BA), com base em descritores morfológicos qualitativos e<br />

quantitativos.<br />

31


3.3 MATERIAL E MÉTODOS<br />

3.3.1 MATERIAL VEGETAL<br />

O material vegetal utilizado constou de diferentes genótipos de P. <strong>alata</strong> Curtis<br />

(11 genótipos) e P. cincinnata Mast. (16 genótipos), ambas as espécies<br />

consideradas de interesse em programas de melhoramento para obtenção de<br />

híbridos interespecíficos ornamentais (Figura 1).<br />

A<br />

Figura 1. Espécies de <strong>Passiflora</strong> do Banco Ativo de Germoplasma da UESC (BA). A. <strong>Passiflora</strong><br />

<strong>alata</strong>; B. <strong>Passiflora</strong> cincinnata.<br />

Os genótipos fazem parte do acervo (seminal ou in vivo) do Banco Ativo de<br />

Germoplasma de <strong>Passiflora</strong> da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),<br />

situada no município de Ilhéus, Bahia, a 39°13‟59‟‟ de longitude oeste e 14°45‟15‟‟ de<br />

B<br />

32


latitude sul e são provenientes de coletas realizadas em municípios do estado da<br />

Bahia, ou doadas por instituições de pesquisa (Tabela 1).<br />

Tabela 1.Genótipos de P. <strong>alata</strong> e P.cincinnata, procedência, seus respectivos<br />

números e tipo de acervo. UESC, 2009.<br />

Espécie Procedência Genótipos<br />

(n° de acesso)<br />

Acervo<br />

P. <strong>alata</strong> LC: Serra Bonita,<br />

Camacan – Ba.<br />

101, 102, 104. In vivo<br />

P. <strong>alata</strong> ID: Instituto Plantarum.<br />

P. <strong>alata</strong> ID: Universidade<br />

Estadual do Norte<br />

Fluminense (UENF), RJ.<br />

P. <strong>alata</strong> LC: Fazenda Ouro<br />

Verde, Una – BA.<br />

P. cincinnata LC: Pato de Minas –<br />

MG.<br />

P. cincinnata ID: UENF, RJ.<br />

P. cincinnata LC: Campina Monte<br />

Alegre<br />

P. cincinnata LC: Fazenda Ouro<br />

Verde, Una – BA.<br />

Lc -local coleta; ID - instituição doadora; * Acervo seminal.<br />

312. Seminal<br />

211, 243,<br />

244;245.<br />

In vivo<br />

359, 360, 363. Seminal<br />

322, 323, 324, Seminal<br />

325,<br />

327,330.<br />

326,<br />

197,<br />

FC2,336*.<br />

FC1, In vivo<br />

331, 332, 333. Seminal<br />

334, 335. Seminal<br />

3.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO<br />

Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do<br />

tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos com<br />

papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao surgimento das<br />

primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas para saquinhos de<br />

polietileno com volume de 1 L, contendo solo. Após atingirem cerca de 40 cm de<br />

33


altura, foram transplantadas para vasos de polietileno de 35 L contendo solo (areno-<br />

argiloso). Com o crescimento destas, para obtenção das repetições, foram coletados<br />

ramos para estaqueamento, as quais foram levadas para viveiro com nebulização<br />

intermitente da CEPLAC, localizado na rodovia Ilhéus-Itabuna. Nesta ocasião foram<br />

feitas estacas também dos indivíduos in vivo mantidos no BAG-<strong>Passiflora</strong>s. Após o<br />

enraizamento, foram aclimatadas por cerca de 40 dias, na casa de mudas da UESC,<br />

sendo em seguida transferidas para vasos polietileno de 42 L com solo (areno-<br />

argiloso) e mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira, em campo aberto.<br />

Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-14-8) a<br />

cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. As pragas e<br />

doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não afetando o ciclo<br />

reprodutivo das plantas.<br />

Foram avaliadas cinco flores/planta/bloco, totalizando quinze flores por<br />

genótipo para caracterização morfológica floral, cujas avaliações iniciaram por<br />

ocasião do florescimento de cada genótipo. Para caracterização morfológica<br />

vegetativa observou - se o ramo principal aos 120 dias.<br />

3.3.3 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA<br />

A caracterização dos genótipos foi realizada mediante descritores<br />

morfológicos, sendo dezesseis quantitativos (11 floral e 05 vegetativo) e oito<br />

qualitativos (7 floral e 1 vegetativo), totalizando 24 caracteres avaliados. Esses<br />

foram selecionados de acordo com descritores oficiais de <strong>Passiflora</strong> ornamental<br />

(MAPA, 2008) e alguns ausentes na lista, baseados na experiência previa de<br />

pesquisadores.<br />

34


Assim foram avaliadas as seguintes características quantitativas: diâmetro da<br />

flor (DF) a partir dos pontos extremos da flor; diâmetro da corona (DC), a partir dos<br />

pontos extremos dos filamentos da corona; comprimento dos filamentos da serie<br />

interna da corona (CFC1) e comprimento dos filamentos da serie externa da corona<br />

(CFC2), a partir da inserção no receptáculo da flor até o ápice; comprimento da<br />

pétala (CP), desde a inserção na flor até o ápice; largura da pétala (LP), na maior<br />

dimensão; comprimento da sépala (CS), desde a inserção na flor até o ápice; largura<br />

da sépala (LS), na maior dimensão; comprimento do pedúnculo floral (CPD), a partir<br />

do receptáculo da flor até a inserção no caule; comprimento da bráctea (CB), desde<br />

a inserção no pedúnculo até o ápice e largura da bráctea (LB), na maior dimensão,<br />

número de entrenós (NENT); diâmetro do caule (DH), na altura do segundo nó do<br />

eixo principal; altura de planta (AP); número de folhas/ramo (NFo), área foliar (AF)<br />

em cm² (medições de 10 folhas por planta).<br />

Os dados quantitativos foram obtidos com auxílio de paquímetro digital e fita<br />

métrica, com exceção da área foliar, na qual se utilizou o medidor automático LI-<br />

3100 (Li-Cor, Nebraska, USA).<br />

Com relação aos caracteres qualitativos observou-se: coloração<br />

predominante no perianto (CorPer), período predominante de antese (Pant),<br />

coloração predominante da corona (CorCoro), coloração predominate da folha<br />

(CorFolh), forma dos filamentos da corona (Fil), forma do perianto (ForPer), formato<br />

da corona (ForCor) e formato da bráctea (ForBrac).<br />

Para os dados qualitativos foram atribuídos códigos seqüenciais numéricos de<br />

acordo com descritores para <strong>Passiflora</strong> ornamental (MAPA, 2008), exceto para cor<br />

da folha, na qual foi utilizada a Carta de Cores de Munsel para Tecido Vegetal<br />

(MUNSSEL, 1981).<br />

35


3.3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL<br />

O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, consistindo de três fileiras<br />

no sistema espadeira, sendo que cada genótipo foi representado nos três blocos. As<br />

análises estatísticas foram empregadas separadamente sobre características<br />

quantitativas e qualitativas.<br />

3.3.5 ANÁLISES MULTIVARIADAS E DIVERSIDADE INTERESPECÍFICA<br />

Os dados dos descritores morfológicos quantitativos dos genótipos de P. <strong>alata</strong><br />

e P. cincinnata foram submetidos à análise multivariada aplicando as técnicas de<br />

agrupamento e variáveis canônicas. Para a análise multivariada, distâncias de<br />

Mahalanobis foram calculadas sobre as matrizes de variâncias e covariânciasobtida<br />

de ANOVA dos genótipos inter e intraespecíficos, as quais permitiram a construção<br />

de um dendrograma pelo método de ligação simples – vizinho mais próximo. A<br />

confiabilidade da matriz cofenética foi calculada pelo rcof coeficiente de correlação<br />

cofenética. A diversidade genética foi avaliada por variáveis canônicas, onde a<br />

divergência genética foi evidenciada por gráfico de dispersão, cujos eixos foram<br />

representados pelas primeiras variáveis canônicas. A delimitação de grupos foi<br />

obtida pelo método de Tocher. A contribuição relativa dos caracteres para<br />

discriminação da variabilidade nos genótipos foi avaliada pelo método de Singh<br />

(1981).<br />

36


Para os descritores morfológicos qualitativos foi calculada a moda de cada<br />

variável dentro dos genótipos interespecíficos, e a partir desta foi obtido um índice,<br />

em que são considerados vários caracteres simultaneamente, sendo que cada<br />

caráter pode apresentar várias classes. A partir deste índice foi gerada uma matriz<br />

de dissimilaridade com base no complemento do coeficiente de coincidência<br />

simples. O índice leva em consideração a ocorrência e concordâncias de valores. A<br />

matriz de dissimilaridade foi empregada para o agrupamento dos acessos pelo<br />

método de ligação simples – vizinho mais próximo. As análises foram realizadas nos<br />

softwares Genes 2007.0 (Cruz, 2006) e R 2.7.2 (R Development Core Team (2008).<br />

37


3.4 RESULTADOS<br />

3.4.1 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA<br />

Na Tabela 2 são apresentados os valores mínimo, máximo, média e desvio<br />

padrão dos dezesseis caracteres morfológicos quantitativos para P. <strong>alata</strong> e P.<br />

cincinnata. No que tange aos descritores florais de P. <strong>alata</strong>, observa-se que DF<br />

variou de 71,00 (genótipo 243 - UENF) a 94,43 mm (genótipo 102 – Serra Bonita).<br />

Os menores e maiores valores de DC foram respectivamente 34,70 mm (genótipo<br />

360 - Una) e 53,46 mm (genótipo 101 – Serra Bonita). Os maiores valores para<br />

CFC1 e CFC2 foram 41,70 e 41,29 ambas no genótipo 359 (Una). Os menores<br />

valores do CFC1 e CFC2 foram 33,93 (genótipo 243 – UENF) e 33,60 (genótipo 102<br />

– Serra Bonita). O CPD oscilou entre 15,59 (genótipo 211 – UENF) e 32,64<br />

(genótipo 363 – Una). Para a variável CP os maiores e menores valores foram<br />

observados nos genótipos 359 – Una (47,92 mm) e 104 – Serra Bonita (38,34 mm);<br />

e a LP nos genótipos 245 – UENF (21,70) e 211 – UENF (14,66). Tratando-se de<br />

comprimento e largura da bráctea foi observado de 16,61 mm (genótipo 360) a 36,75<br />

mm (genótipo 102) para CB.<br />

38


Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata.<br />

Espécie Genótipo DF (mm) DC (mm) CFC1(mm) CFC2 (mm)<br />

101 (66,9 - 104,4) 85,3 ± 13 (32,7 - 089,4) 53,5 ± 21 (31,9 - 48,5) 39,9 ± 5 (35,5 - 44,0) 40,1 ± 3<br />

102 (81,3 - 103,5) 94,4 ± 8 (33,3 - 045,0) 41,1 ± 4 (27,6 - 38,0) 33,6 ± 3 (28,1 - 42,2) 37,8 ± 4<br />

211 (54,4 - 101,8) 83,7 ±15 (30,0 - 049,0) 40,8 ± 6 (27,3 - 39,6) 35,3 ± 3 (25,0 - 42,1) 36,6 ± 5<br />

104 (54,6 - 099,7) 84,8 ± 12 (33,5 - 049,1) 41,2 ± 5 (22,0 - 40,2) 34,1 ± 5 (26,9 - 43,4) 37,4 ± 5<br />

244 (61,0 - 098,2) 77,0 ± 11 (33,6 - 042,6) 38,0 ± 3 (30,9 - 45,5) 37,0 ± 4 (30,5 - 42,6) 35,1 ± 3<br />

P. <strong>alata</strong><br />

245<br />

243<br />

(61,8 - 090,3) 76,9 ± 9<br />

(57,9 - 088,7) 71,0 ± 9<br />

(38,4 - 056,7) 44,3 ± 6<br />

(30,4 - 046,8) 37,9 ± 5<br />

(30,7 - 51,5) 39,0 ± 6<br />

(35,4 - 42,9) 35,4 ± 5<br />

(32,5 - 48,9) 39,0 ± 5<br />

(27,3 - 39,8) 33,9 ± 5<br />

359 (64,4 - 107,3) 83,1 ± 14 (23,5 - 056,0) 38,9 ± 9 (29,4 - 53,0) 41,3 ± 7 (17,9 - 49,7) 41,7 ± 10<br />

360 (58,0 - 104,4) 76,4 ±14 (26,0 - 043,7) 34,7 ± 6 (24,2 - 45,5) 37,2 ± 6 (31,0 - 45,6) 37,4 ± 5<br />

363 (62,5 - 097,2) 76,6 ± 11 (33,7 - 045,2) 37,6 ± 4 (10,3 - 45,0) 36,0 ± 10 (36,1 - 45,0) 40,3 ± 3<br />

312 (61,2- 094,8) 79,9 ± 9 (35,5 - 050,5) 43,9 ± 4,7 (33,8 - 44,7) 33,8 ± 6 (33,6 - 46,3) 40,2 ± 4<br />

322 (64,3 - 093,9) 74,1± 9 (76,4 - 108,4) 94,0 ± 8 (31,6 - 59,7) 44,4 ± 8 (24,4 - 57,1) 37,6 ± 8<br />

323 (52,1 - 094,5) 78,5 ± 14 (57,6 - 109,5) 92,2 ± 13 (29,1 - 56,1) 38,2 ± 7 (32,5 - 53,8) 38,8 ± 6<br />

324 (62,9 - 107,4) 82,8 ± 14 (55,9 - 100,7) 78,8 ± 11 (30,4 - 46,8) 37,3 ± 5 (21,4 - 51,1) 34,2 ± 8<br />

325 (54,2 - 105,2) 79,2 ± 16 (79,6 - 106,7) 96,8 ± 7 (31,1 - 49,5) 41,3 ± 5 (30,0 - 50,0) 37,0 ± 6<br />

326 (71,0 - 099,5) 81,0 ± 8 (78,2 - 099,5) 88,5 ± 7 (25,2 - 49,8) 36,0 ± 6 (23,2 - 38,6) 33,8 ± 5<br />

327 (74,7 - 094,9) 82,0 ± 6 (51,5 - 104,9) 86,9 ± 15 (29,2 - 47,9) 41,1 ± 4,7 (27,6 - 45,3) 37,2 ± 4<br />

330 (62,3 - 092,9) 77,5 ± 8 (74,7 - 108,9) 91,9 ± 9 (35,2 - 63,6) 42,6 ± 7,4 (29,7 - 48,9) 37,5 ± 6<br />

P. cincinnata<br />

197<br />

FC1<br />

(42,8 - 101,6) 88,9 ± 15<br />

(37,9 - 068,8) 53,8 ± 8<br />

(77,2 - 129,4) 92,5 ± 12<br />

(67,5 - 082,5) 74,1 ± 4<br />

(31,2 - 59,2) 40,5 ± 7<br />

(30,5 - 60,0) 40,3 ± 7<br />

(30,5 - 61,6) 38,5 ± 8<br />

(24,4 - 39,0) 32,4 ± 3<br />

FC2 (63,4 - 093,4) 77,9 ± 7 (60,8 - 100,1) 79,6 ± 12 (25,8 - 54,6) 34,1 ± 7 (23,7 - 39,6) 32,6 ± 5<br />

331 (65,1 - 104,9)82,8 ± 13 (76,2 - 109,9) 99,5 ± 7 (31,8 - 47,1) 41,1 ± 3 (25,9 - 48,1) 37,5 ± 5<br />

332 (51,2 - 095,5) 77,3 ± 13 (36,1 - 098,0) 76,3 ± 18 (20,6 - 37,6) 31,6 ± 5 (18,0 - 35,7) 28,5 ± 7<br />

333 (70,7 - 104,2) 85,1 ± 8 (70,3 - 097,1) 81,8 ± 6 (21,8 - 47,5) 39,3 ± 7 (15,9 - 44,4) 31,7 ± 6<br />

334 (76,9 - 094,3) 85,8 ± 5 (77,2 - 090,7)84,1 ± 3 (32,1 - 44,5) 36,1± 3 (15,0 - 33,4) 26,0 ± 5<br />

335 (67,6 - 107,1) 87,6 ± 11 (82,6 - 102,3) 89,4 ± 7 (34,3 - 50,8) 39,4 ± 5 (30,3 - 56,0) 35,7 ± 6<br />

336 (43,1 - 101,5) 70,8 ± 19 (70,8 - 106,4) 89,7 ± 11 (34,1 - 53,5) 42,4 ± 6 (29,8 - 53,2) 40,6 ± 6<br />

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD<br />

- comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala<br />

(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura;<br />

DH – diâmetro da haste.<br />

39


Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata.<br />

Continuação<br />

Espécies Genótipo CPD (mm) CP (mm) LP (mm) CS (mm)<br />

101 (15,0 - 36,2) 22,8 ±7 (32,4 - 47,0) 42,3 ± 4 (10,3 - 43,8) 17,3 ± 9 (34,3 - 43,8) 40,2 ± 3<br />

102 (18,7 - 40,7) 25,7 ± 6 (17,7 - 46,9) 41,0 ± 9 (13,8 - 41,8) 19,2 ± 10 (20,8 - 48,2) 38,9 ± 7,4<br />

211 (09,7 - 20,5) 15,6 ± 4 (31,7 - 47,5) 40,5 ± 4 (11,2 - 18,3) 14,7 ± 2 (31,7 - 41,4) 36,6 ± 3<br />

104 (11,9 - 23,1) 17,1 ± 3 (27,4 - 44,4) 38,3 ± 5 (10,0 - 19,4) 15,8 ± 2 (29,7 - 40,0) 35,0 ± 4<br />

P. <strong>alata</strong><br />

244 (15,5 (15,5 - 24,5) 19,8 ± 2,3<br />

245 (20,5 - 41,8) 26,6 ± 7<br />

(34,0 - 47,1) 42,2 ± 4<br />

(35,9 - 56,5) 42,0 ± 6<br />

(18,1 - 24,2) 20,8 ± 2<br />

(16,6 - 35,9) 21,7 ± 6<br />

(30,7 - 48,8) 37,8 ± 5<br />

(26,0 - 49,2) 35,8 ± 6<br />

243 (12,0 - 27,6) 17,7 ± 4 (30,6 - 50,7) 40,2 ± 6 (14,1 - 38,6) 20,1 ± 7 (29,1 - 44,3) 37,7 ± 5<br />

359 (17,5 - 32,0) 25,4 ± 5 (38,8 - 56,5) 47,9 ± 6 (15,4 - 21,1) 17,8 ± 2 (34,7 - 52,7) 45,1 ± 6<br />

360 (11,1 - 28,2) 19,0 ± 6 (21,3 - 52,4) 39,1 ± 9 (10,6 - 19,2) 14,9 ±3 (23,4 - 43,4) 35,8 ± 7<br />

363 (27,2 - 39,9) 32,6 ± 4 (37,4 - 53,2) 45,9 ± 5 (15,3 - 18,8) 16,9 ± 1 (42,6 - 55,9) 47,4 ± 4<br />

312 (12,8 - 24,9) 17,8 ± 4 (42,2 - 52,1) 46,3 ± 3 (14,4 - 20,9) 18,2 ± 2 (35,5 - 45,5) 40,4 ± 3<br />

322 (23,1 - 46,6) 36,9 ± 8,2 (31,4 - 46,1) 40,0 ± 4 (06,9 - 16,0) 11,2 ± 2 (27,5 - 50,0) 38,8 ± 8<br />

323 (24,5 - 63,1) 45,0 ± 10 (33,6 - 51,2) 40,5 ± 4 (09,5 - 22,9) 12,6 ± 3 (33,3 - 51,0) 04,9 ± 5<br />

324 (22,8 - 55,2) 38,7 ± 9 (23,2 - 47,4)37,6 ± 7 (04,8 - 13,7) 09,8 ± 2 (23,3 - 46,8) 37,2 ± 8<br />

325 (31,4 - 52,4) 42,9 ± 7 (12,4 - 52,2) 43,4 ± 9 (09,8 - 44,0) 14,2 ± 8 (17,2 - 50,3) 42,1 ± 8<br />

326 (20,2 - 43,3) 29,7 ± 8 (29,4 - 43,6) 37,3 ± 4 (09,4 - 12,8) 11,1 ± 1 (29,8 - 44,0) 36,5 ± 5<br />

327 (38,7 - 59,2) 47,3 ± 5 (29,4 - 49,1) 42,5 ± 5 (06,4 - 20,4) 11,7 ± 3 (27,2 - 47,3) 39,0 ± 6<br />

P. cincinnata 330<br />

197<br />

(17,3 - 59,5) 42,3 ± 14<br />

(28,3 - 58,2) 38,8 ± 9<br />

(36,0 - 47,5) 41,1 ± 3<br />

(34,2 - 45,1) 40,2 ± 3<br />

(05,3 - 12,3) 09,7 ± 2,2<br />

(10,3 - 15,3) 13,0 ± 1<br />

(30,1 - 48,4) 41,9 ± 5<br />

(34,1 - 45,9) 40,3 ± 4<br />

FC1 (32,8 - 57,0) 48,5 ± 5 (34,9 - 39,3) 37,4 ± 1 (09,3 - 14,3) 11,0 ± 1 (30,0 - 41,1) 36,5 ± 2<br />

FC2 (29,4 - 66,1) 45,4 ± 9 (30,0 - 43,3) 36,7 ± 4 (07,6 - 12,9) 09,7 ± 1,4 (29,4 - 43,8) 36,2 ± 2<br />

331 (26,1 - 81,6)47,2 ± 19 (11,2 - 45,2) 34,1 ± 13 (10,4 - 19,9) 13,7 ± 2 (38,7 - 45,6) 41,6 ± 2<br />

332 (26,9 - 67,4) 52,7 ± 12 (30,3 - 36,6)32,7 ± 2 (09,4 - 14,9) 11,4 ± 2 (28,0 - 37,3) 32,8 ± 3<br />

333 (32,1 - 82,0) 61,4 ± 12 (34,9 - 45,4) 41,3 ± 3 (11,1 - 38,3) 16,6 ± 7 (34,2 - 45,9) 40,6 ± 3<br />

334 (27,7 - 55,4) 44,5 ± 7 (28,9 - 45,2) 36,7 ± 4 (09,2 - 14,2) 11,4 ± 1 (29,4 - 41,6) 34,3 ± 3<br />

335 (27,8 - 61,3) 43,4 ± 9 (33,4 - 45,2) 38,0 ± 4 (10,1 - 14,2) 11,8 ± 1,2 (03,5 - 44,7) 34,4 ± 9<br />

336 (20,6 - 53,5) 34,8 ± 10 (36,2 - 48,9) 43,3 ± 4 (08,2 - 15,5) 11,8 ± 2 (33,5 - 47,8) 41,4 ± 4<br />

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD<br />

- comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da<br />

sépala(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT –<br />

altura; DH – diâmetro da haste.<br />

40


Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />

Continuação<br />

Espécie Genótipos LS (mm) CB (mm) LB (mm) Afo (cm 2 )<br />

101 (13,7 - 21,3) 18,3 ± 2 (27,1 - 40,8) 35,0 ± 4 (13,4 - 24,3) 19,6 ± 3 (084,7 - 119,5) 099,5 ± 19<br />

102 (16,0 - 39,8) 20,3 ± 7 (19,4 - 44,2) 36,7 ± 8 (13,5 - 38,9) 20,8 ± 3 (112,6 - 138,7) 123,6 ± 14<br />

211 (13,4 - 20,2) 16,9 ± 2 (24,1 - 40,1) 33,0 ± 6 (11,1 - 22,0) 16,8 ± 3 (115,4 - 138,4) 125,6 ± 12<br />

104 (14,1 - 19,8) 17,6 ± 2 (23,8 - 38,6) 32,2 ± 5 (10,4 - 21,3) 15,1 ± 3 (120,5 - 143,8) 132,4 ± 12<br />

244 (18,2 - 30,5) 23,9 ± 4 (22,8 - 44,9) 35,3 ± 7 (13,5 - 37,0) 24,3 ± 7 (113,5 - 168,4) 138,5 ± 28<br />

P. <strong>alata</strong><br />

245<br />

243<br />

(13,6 - 36,3) 22,7 ± 7<br />

(16,9 - 29,4) 22,7 ± 4<br />

(07,8 - 40,7) 26,4 ± 9<br />

(22,2 - 45,5) 35,3 ± 8<br />

(05,2 - 32,9) 19,0 ± 7,4<br />

(12,2 - 38,3) 24,2 ± 7<br />

(085,8 - 089,3) 087,3 ± 02<br />

(086,4 - 121,0) 105,4 ± 18<br />

359 (15,9 - 32,3) 20,8 ± 5 (02,8 - 38,9) 27,9 ± 11 (07,4 - 20,7) 15,0 ± 4 (081,7 - 124,2) 098,8 ± 24<br />

360 (10,9 - 25,8) 18,2 ± 5 (08,6 - 27,2) 16,6 ± 6 (04,1 - 13,3) 09,9 ± 3 (110,7 - 169,3) 135,9 ± 31<br />

363 (13,6 - 24,8) 17,7 ± 4 (18,9 - 41,2) 36,3 ± 7 (14,1 - 20,3) 17,6 ± 2 (107,0 - 126,3) 117,0 ± 10<br />

312 (19,7 - 26,4) 22,5 ± 2 (18,6 - 37,8) 26,8 ± 5 (12,0 - 20,1) 16,1 ± 2 (102,8 - 126,4) 113,7 ± 12<br />

322 (08,7 - 17,1) 14,1 ± 2 (23,6 - 32,8) 28,5 ± 3 (12,5 - 21,0) 15,3 ± 2 (029,0 - 117,6) 086,1 ± 28<br />

323 (12,5 - 25,6) 16,2 ± 3 (29,3 - 41,8) 32,6 ± 3 (13,0 - 27,2) 17,2 ± 3 (066,3 - 086,4) 075,5 ±10<br />

324 (07,7 - 19,8) 14,0 ± 3 (22,4 - 33,2) 28,6 ± 3 (10,3 - 25,3) 14,1 ± 4 (074,7 - 084,5) 079,9 ± 5<br />

325 (14,1 - 35,3) 17,0 ± 5 (20,2 - 37,3) 32,3 ± 4 (05,0 - 21,7) 16,5 ± 4 (074,6 - 084,5) 079,7 ± 5<br />

326 (12,7 - 17,1) 14,9 ± 1 (23,7- 34,5) 28,6 ± 4 (11,4 - 21,0) 16,6 ± 3 (067,6 - 101,7) 082,0 ± 18<br />

327 (08,9 - 17,7) 14,7 ± 2 (22,5 - 51,9) 31,9 ± 7 (10,3 - 29,1) 18,7 ± 4 (079,6 - 083,6) 081,5 ± 2<br />

P. cincinnata<br />

330<br />

197<br />

(08,6 - 17,6) 13,5 ± 2<br />

(14,5 - 22,8) 18,4 ± 3<br />

(23,6 - 81,3) 34,0 ± 13<br />

(13,5 - 42,4) 27,8 ± 6<br />

(08,7 - 20,3) 15,3 ± 3<br />

(08,3 - 17,1) 14,2 ± 2<br />

(070,4 - 101,9) 088,7 ± 16<br />

(052,0 - 103,5) 078,3 ± 26<br />

FC1 (14,3 - 16,9) 15,4 ± 1 (27,4 - 30,7) 29,2 ± 1 (12,4 - 32,0) 16,7 ± 4 (079,5 - 082,3) 081,2 ± 1<br />

FC2 (11,1 - 16,2) 14,2 ± 1 (24,6 - 32,8) 27,8 ± 2 (10,4 - 21,2) 14,2 ± 3 (045,8 - 060,2) 054,9 ± 8<br />

331 (14,6 - 27,1) 18,0 ± 4 (27,2 - 43,4) 33,8 ± 4 (10,6 - 20,9) 16,2 ± 2 (069,3 - 074,0) 072,1 ± 2<br />

332 (15,0 - 20,1) 17,4 ± 2 (20,0 - 25,9) 22,1 ± 2 (08,6 - 16,5) 13,0 ± 2 (064,0 - 077,3) 070,7 ± 9<br />

333 (13,2 - 18,5) 16,3 ± 2 (23,0 - 33,2) 29,8 ± 3 (11,1 - 18,0) 14,6 ± 2 (078,4 - 079,3) 078,7 ± 0,5<br />

334 (14,5 - 21,0) 16,7 ± 2 (19,9 - 30,7) 25,2 ± 3 (12,2 - 79,0) 19,1 ± 17 (046,5 - 072,3) 063,3 ±15<br />

335 (13,3 - 21,0) 16,1 ± 2 (21,5 - 29,9) 25,0 ± 2 (07,1 - 13,5) 10,4 ± 2 (041,8 - 100,8) 069,3 ± 28<br />

336 (12,1 - 19,6) 17,1 ± 2 (24,2 - 28,8) 26,6 ± 3 (10,4 - 15,7) 12,9 ± 1 (067,8 - 104,7) 081,5 ± 20<br />

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD<br />

- comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala<br />

(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura;<br />

DH – diâmetro da haste.<br />

41


Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />

Continuação<br />

Espécies Genótipo NFo (und) NETN (und) ALT (m) DH (mm)<br />

P. <strong>alata</strong><br />

101 (10 -30) 20,8 ± 10,3 (20 - 43) 32 ± 11,6 (2,3 - 2,8) 2,5 ± 0,2 (8,6 - 9,2) 8,9 ± 0,3<br />

102 (24 - 32) 27,4 ± 4 (16 - 37) 28 ± 11,4 (2,7 - 3,5) 3,1 ± 0,5 (6,1 - 8,6) 7,3 ± 1,3<br />

211 (25 - 28) 26,6 ± 1,5 (26 - 29) 27,4 ± 1 (3,1 - 4,1) 3,5 ± 0,6 (7,3 - 7,8) 7,6 ± 0,3<br />

104 (18 - 34) 26,0 ± 8 (27 - 41) 33,4 ± 7,2 (1,2 - 2,1) 1,6 ± 0,4 (6,4 - 7,4) 7,0 ± 0,5<br />

244 (17 - 33) 25,2 ± 8 (50 - 34) 41,6 ± 8 (2,7 - 3,6) 3,1 ± 0,5 (7,3 - 8,3) 7,7 ± 0,6<br />

245 (14 - 18) 16,4 ± 2,3 (22 - 38) 31,6 ± 9,2 (1,4 - 3,3) 2,4 ± 1 (5,9 - 13,5) 9,0 ± 4<br />

243 (14 - 25) 18,8 ± 5,9 (33 - 46) 39,0 ± 7 (2,4 - 3,1) 2,8 ± 0,4 (7,8 - 9,9) 9,0 ± 1<br />

359 (21 - 37) 27,6 ± 9 (27 - 35) 30,4 ± 4 (2,1 - 2,9) 2,4 ± 0,4 (6,7 - 11,2) 9,0 ± 2,3<br />

360 (23 - 29) 25,6 ± 3 (33 - 45) 39,2 ± 6 (2,6 - 3,3) 3,0 ± 0,3 (7,1 - 11,6) 9,5 ± 2<br />

363 (13 - 20) 17,0 ± 4 (32 - 45) 38,6 ± 6 (2,4 - 4,2) 3,2 ± 0,9 (6,0 - 9,4) 7,9 ± 1,8<br />

312 (10 - 20) 14,8 ± 5 (29 - 39) 33,0 ± 6 (2,4 - 2,6) 2,5 ± 0,1 (6,9 - 10,2) 8,6 ± 2<br />

322 (20 - 42) 32,3 ± 11 (27 - 39) 33,0 ± 6 (1,2 - 2,6) 1,9 ± 1 (7,6 - 8,5) 7,9 ± 0,5<br />

323 (13 - 22) 16,3 ± 5 (25 - 31) 27,0 ± 3 (2,1 - 2,3) 2,2 ± 0,1 (7,7 - 10,5) 9,0 ±1<br />

324 (25 - 37) 30,3 ± 6 (40 - 45) 43,0 ± 3 (2,5 - 3,7) 3,2 ± 0,6 (5,6 - 8,3) 6,8 ± 1<br />

325 (17- 21) 19,3 ± 2 (19 - 33) 26,3 ± 7 (2,2 - 2,5) 2,3 ± 0,2 (7,6 - 10,2) 8,7 ± 1,4<br />

326 (25 - 39) 30,0 ± 8 (28 - 57) 37,7 ± 18 (1,8 - 3,2) 2,5 ±0,7 (4,7 - 7,9) 6,4 ± 2<br />

327 (24 - 26) 25,0 ±1 (32 - 35) 34,0 ± 2 (1,3 - 2,0) 1,6 ± 0,4 (7,9 - 8,2) 8,0 ±0,2<br />

P. cincinnata<br />

330<br />

197<br />

(23 - 33) 27,7 ±5<br />

(28 - 35) 32,0 ±4<br />

(33 - 45) 37,5 ± 6<br />

(31 - 39) 35,0 ± 4<br />

(2,1 - 2,7) 2,4 ± 0,3<br />

(2,8 - 3,4) 3,0 ± 0,3<br />

(5,8 - 10,4) 7,5 ± 2<br />

(5,9 - 9,1) 7,0 ± 2<br />

FC1 (24 - 29) 26,3 ± 2 (33 - 35) 34,0 ± 1 (2,0 - 2,3) 2,1 ± 0,1 (7,8 - 8,0) 7,9 ± 0,1<br />

FC2 (19 - 36) 27,0 ± 8 (43 - 51) 45,7 ± 5 (1,8 - 2,5) 2,1 ± 0,4 (5,0 - 5,8) 5,4 ± 0,4<br />

331 (17 - 20) 18,3 ± 1 (42 - 47) 44,7 ± 2 (1,4 - 3,0) 2,0 ± 0,9 (5,9 - 7,0) 6,4 ± 0,6<br />

332 (13 - 19) 16,0 ± 4 (21 - 23) 22,0 ± 1 (1,9 - 2,4) 2,1 ± 0,4 (5,1 - 7,6) 6,4 ± 2<br />

333 (24 - 27) 25,3 ± 1 (32 - 34) 33,0 ±1 (1,6 - 2,4) 2,1 ± 0,4 (7,3 - 8,0) 7,6 ± 0,4<br />

334 (29 - 31) 30,0 ± 1 (36 - 48) 42,3 ± 6 (1,2 - 3,0) 2,1 ± 0,9 (4,5 - 8,4) 6,4 ± 2<br />

335 (17 - 25) 21,7 ± 4 (24 - 37) 31,0 ±7 (1,1 - 2,5) 1,8 ± 0,7 (3,7 - 5,1) 4,3 ± 0,7<br />

336 (15 - 29) 21,0 ± 7 (41 - 63) 52,7 ± 11 (2,9 - 3,5) 3,1 ± 0,4 (6,5 - 8,2) 7,5 ± 0,8<br />

DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda série de filamentos da corona (mm); CPD -<br />

comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala<br />

(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura;<br />

DH – diâmetro da haste.<br />

42


Para P. <strong>alata</strong> o menor valor médio para os descritores vegetativos área foliar,<br />

número de folha, número de entre-nos, altura e diâmetro da haste foram verificados<br />

respectivamente para os genótipos 245 (87,27 cm 2 ), 312 (14,8 und), 211 (27,4 und),<br />

104 (1,59 m) e 104 (6,99 mm) e os maiores foram verificados para os genótipos 244<br />

(138,48 cm 2 ), 359 (27,6 und), 244 (41,6 und), 211 (3,49 m) e 359 (9,50 mm).<br />

Para os valores médios dos descritores florais de P. cincinnata, observou-se<br />

que o DF variou de 53,81 (genótipo FC1 – UENF) a 88,93 mm (genótipo 197 –<br />

UENF). Os menores e maiores DC foram de 74,08 (FC1 – UENF) e 99,47 mm (331-<br />

Campina Monte Alegre). O CFC1 e CFC2 variaram de 31,56 (332 – Pato de Minas) a<br />

54,40 mm (332 – Pato de Minas) e 25,99 (334 – Una) a 40,55 mm (336- UENF),<br />

respectivamente. O CPD oscilou entre 29,72 (genótipo 326 – Pato de Minas) e 61,41<br />

mm (genótipo 333 – Campina Monte Alegre). Para o descritor CP os menores e<br />

maiores valores foram observados nos genótipos 332 – Campina Monte Alegre<br />

(32,72 mm) e 325 – Pato de Minas (43,43 mm); e a LP nos genótipos 330 – Pato de<br />

Minas (9,66 mm) e 333 – Campina Monte Alegre (16,63 mm). A variável<br />

comprimento das brácteas apresentou os maiores e menores valores (22,11; 33,83<br />

mm) para os genótipos 332 e 331 ambos de Campina Monte Alegre. A largura das<br />

brácteas variou de 10,36 mm (genótipo 335 - Una) a 19,10 (genótipo 334 – Una).<br />

Considerando a parte vegetativa dos genótipos de P. cincinnata, os<br />

descritores morfológicos vegetativos apresentaram as seguintes variações: altura<br />

1,60 (327 – Pato de Minas) - 3,17 m (324 – Pato de Minas); diâmetro 4,27 (325 -<br />

Una) – 8,96 mm (323 – Pato de Minas); número de entrenós 22,00 (genótipo 332 –<br />

Campina Monte Alegre) – 52,67 und (336 – UENF); número de folhas 16,00 (332 –<br />

Campina Monte Alegre) - 32,33 und (genótipo 322 - Pato de Minas). A área foliar<br />

variou de 54,92 (FC2 – UENF) e 88,69 cm 2 (330 – Pato de Minas).<br />

43


3.4.2 ANÁLISE MULTIVARIADA<br />

A partir da análise de agrupamento com os descritores morfológicos<br />

quantitativos de ambas as espécies, foi obtido um dendrograma pelo método de<br />

agrupamento de vizinho mais próximo, no qual houve a formação de dois grandes<br />

grupos: o primeiro reuniu os 11 genótipos de P. <strong>alata</strong> e o segundo reuniu os 16<br />

genótipos de P. cincinnata (Figura 2). O coeficiente de correlação cofenético obtido<br />

para este agrupamento foi de rcof=90.<br />

Figura 2. Dendrograma gerado a partir dos dados morfológicos quantitativos de<br />

genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, classificado segundo distancia de<br />

Mahalanobis pelo método de agrupamento Ligação Simples – Vizinho<br />

mais próximo. Correlação cofenética 90. UESC, Ilhéus, (BA), 2009.<br />

Considerando <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> nota-se a formação de quatro subgrupos:o<br />

primeiroformado exclusivamente pelo genótipo 363, que apresentou as maiores<br />

médias para CP e CS; o segundo formado pelo genótipo 360, que apresentou as<br />

menores médias para DC e LB; o terceiro subgrupo formado pelos genótipos 102,<br />

211, 101, 104, 359 e 312, que apresentaram os maiores valores médios para DF,<br />

44


DC, e valores intermediários para LB e o quarto subgrupo formado pelos genótipos<br />

245, 244 e 243, com os maiores valores médios para LB.<br />

O segundo grupo formado pelos genótipos de P. cincinnata formaram oito<br />

subgrupos: I (332) genótipo que entre todos analisados apresentou os menores<br />

valores médios para CFC1, CP, CS, CB, Nfo e NETN;II (336) com menor valor de<br />

NETN;III (333) com os maiores valores para CPD e LP; IV (FC1), V (334), VI (331);<br />

VII (330, 322, 327, 323, 325) e o subgrupo VIII que agrupou os genótipos 335, 326,<br />

197, 324, FC2.<br />

Ao analisar a dispersão gráfica das duas primeiras variáveis canônicas<br />

também foi observada a separação dos genótipos por espécie (figura 3),<br />

concordando com o método ligação simples (distância Malhalanobis). As duas<br />

primeiras variáveis canônicas explicaram 80% da variação total.<br />

Figura 3. Dispersão dos genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata em relação às<br />

primeiras variáveis canônicas (VC1, VC2) a partir dos dados morfológicos<br />

quantitativos. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

45


A utilização do método de otimização de Tocher, fundamentado na<br />

dissimilaridade, expressa pelas distâncias de Mahalanobis (D2), possibilitou a<br />

distribuição dos genótipos estudados em sete grupos distintos (Tabela 3).<br />

O genótipo 333, que ficou isolado dos demais genótipos no agrupamento por<br />

ligação simples, compreendendo o grupo II, no agrupamento por otimização de<br />

Tocher foi alocado no primeiro grupo, juntamente com os genótipos 323, 325, 327,<br />

330, 322, 326, 324, FC2, 197, 331, 335 e 334. O genótipo FC1 para o primeiro<br />

método adotado se enquadrou no grupo I juntamente com os genótipos FC2, 324,<br />

197, 326, 335, 325, 323, 327, 322, 330, 331, 334, FC1, enquanto que no segundo<br />

método esse genótipo ficou isolado, compreendendo o quinto grupo. Os genótipos<br />

363, 336 e 332, constituem respectivamente os grupos 4, 6 e 7. Os demais<br />

genótipos agruparam-se iguais em ambos os métodos.<br />

Tabela 3. Grupos de genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata estabelecidos pelo<br />

método de Tocher. Ilhéus, UESC, BA, 2009.<br />

Grupo Genótipos Distância<br />

média<br />

intragrupo<br />

1 323; 325; 327; 330; 322; 326; 324; FC2; 197; 331; 335; 32,14<br />

334; 333<br />

2 244; 243; 245; 312; 359; 101; 104; 211; 102 42,42<br />

3 360<br />

4 363<br />

5 FC1<br />

6 336<br />

7 332<br />

P. <strong>alata</strong> (101; 102; 211; 104; 244; 245; 243; 359; 360; 363; 312); P. cincinnata (322; 323; 324; 325;<br />

326; 327; 330; 197, FC1; FC2; 331; 332; 333; 334; 335; 336).<br />

O método de otimização de Tocher também permite estudar a dissimilaridade<br />

intra e intergrupos (ZUIN et al., 2009) (tabela 4), onde a distância média dentro dos<br />

46


grupos é sempre menor que a distância média entre os grupos (VASCONCELOS et<br />

al., 2007).<br />

Tabela 4. Distancia média dentro e entre grupos correspondentes aos sete grupos<br />

formados pelos genótipos de P. <strong>alata</strong> e P cincinnata. Ilhéus, UESC (BA),<br />

2009 (1) .<br />

Grupo (2) I II III IV V VI VII<br />

I 32, 14 228, 30 262, 04 249, 04 57, 65 66, 56 79, 5468<br />

II - 42, 42 62, 17 64, 76 174, 31 198, 7903 225, 2772<br />

III - - - 85, 42 211, 93 224, 192 221, 4815<br />

IV - - - - 171, 68 180, 9808 266, 7084<br />

V - - - - - 60, 3364 92, 4494<br />

VI - - - - - - 166, 2932<br />

VII - - - - - - -<br />

(1) As distâncias médias dentro dos grupos estão dispostas na diagonal principal e as distâncias<br />

médias entre grupos estão dispostas fora da diagonal principal. (2) Grupo I:323; 325; 327; 330; 322;<br />

326; 324; FC2; 197; 331; 335; 334; 333; Grupo II: 244; 243; 245; 312; 359; 101; 104; 211; 102; Grupo<br />

III: 360; Grupo IV: 363; Grupo V: FC1; Grupo VI: 336; Grupo VII:332.<br />

As maiores distancias médias foram obtidas entre os grupos IV e VII<br />

(266,7084), I e III (262,0471), e I e IV (249,0471) e as menores medias foram obtidas<br />

entre os grupos I e V (57,6583); I e VI (66,5627) e I e VII (79,5468).<br />

Em relação à contribuição relativa de cada característica para a diversidade<br />

genética entre as espécies, com base no critério proposto por Singh (1981),<br />

verificou-se que para os 16 descritores morfológicos mensurados, o que mais<br />

contribuo para a diversidade foi o DC com 43,46%. O ranque de contribuição de<br />

todos os 16 caracteres para a diversidade entre P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, está<br />

apresentado em ordem decrescente na tabela 5, os demais descritores não<br />

apresentaram contribuição significativa para a divergência entre P. <strong>alata</strong> e P.<br />

cincinnata, podendo ser realizado o teste de descarte .<br />

47


Tabela 5. Contribuição relativa dos caracteres para a divergência entre os genótipos<br />

de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, segundo método de Singh (1981). Ilhéus,<br />

UESC (BA) 2009.<br />

Descritores Contribuição (%)<br />

DC 43,4667<br />

LP 9,8165<br />

CPD 7,4929<br />

LS 6,3785<br />

CP 4,7084<br />

CFC2 4,5106<br />

NETN 3,7251<br />

CB 3,4743<br />

LB 3,3602<br />

NFo 2,6931<br />

CS 2,4411<br />

DF 2,1998<br />

AFo 2,1743<br />

DH 1,7782<br />

CFC1 1,1752<br />

ALT 0,6051<br />

DC – diâmetro da corona (mm); LP - largura da pétala (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm);<br />

LS - largura da sépala (mm); CP - comprimento da pétala (mm); CFC2 – comprimento da segunda<br />

série de filamento da corona (mm); NETN – número de entrenós; CB - comprimento da bráctea (mm);<br />

LB - largura da bráctea (mm); NFo – número de folha; CS - comprimento da sépala (mm); DF –<br />

diâmetro da flor (mm); AFo – área foliar; DH – diâmetro da haste; CFC1 - comprimento da primeira<br />

série de filamento da corona (mm); ALT – altura da planta.<br />

Análises de dissimilaridade por meio de caracteres qualitativos também foram<br />

utilizadas a fim de complementar os dados e obter uma caracterização<br />

interespecífica mais detalhada.<br />

O dendrograma resultante da análise de agrupamento pelo método vizinho<br />

mais próximo a partir dos caracteres qualitativos (Figura4) revelou a formação de<br />

nove grupos, separando-os por espécie, sendo do grupo I ao IV, constituído por<br />

genótipos de P. cincinnata e do V ao IX constituído por genótipos de P. <strong>alata</strong>.O<br />

coeficiente de correlação cofenético obtido para este agrupamento foi de rcof=86.<br />

48


*r cof= 86<br />

Figura 4.Dendrograma gerado a partir dos dados morfológicos qualitativos de<br />

genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, classificado segundo coeficiente de<br />

dissimilaridade pelo método de agrupamento Ligação simples - Vizinho mais<br />

Próximo.<br />

O primeiro grupo reuniu isoladamente o genótipo 335; o grupo II foi composto<br />

do genótipo 324 de perianto roxo e aplanado, corona roxo intenso e folha 4/4 (5GY);<br />

o terceiro grupo reuniu os genótipos 322 e 197, ambos com perianto e corona roxo<br />

intenso, cujo formato do primeiro é côncavo e se diferenciam quanto a cor da folha<br />

sendo 4/4 (5GY) para o genótipo 322 e 5/10 (5GY) para o genótipo 197; o grupo IV<br />

reuniu os genótipos 336, 334, 333, 332, 325, FC2, 331, FC1, 330, 326 e 327; todos<br />

os genótipos desse grupo possuem corona roxa, perianto roxo e côncavo, com<br />

exceção do 325 e FC2 que possuem perianto aplanado, corona também roxa, nesse<br />

grupo houve uma grande variação para cor da folha, incluindo segundo a carta de<br />

Munsell, página 5GY a classe 5/8 (323, 327, e 332), 4/6 (325, FC2 e 331), 5/6 (326,<br />

334), 4/8 (330, 333), 4/4 (FC1). O genótipo 336 foi o único que se enquadrou na<br />

pagina 2.5GY classe 7/10. O quinto grupo conteve apenas o genótipo 363 de pétalas<br />

e sépala vermelha, corona roxa, perianto convexo e folha de cor 5/8 (5GY). O sexto<br />

grupo ficou apenas com o genótipo 104 com perianto aplanado, vermelho porem<br />

despigmentado, corona roxa, folha 4/8 (5GY). O grupo VII reuniu os genótipos 359,<br />

49


360, 243, 245, 244, 211, 312, todos de perianto aplanado e vermelho com exceção<br />

dos genótipos 359 e 360 cujas pétalas e sépalas mostraram – se rosa; a corona<br />

variou de roxo (211, 360, 312) a roxo intenso (244, 245, 243, 359), as folhas<br />

apresentaram pela pagina 5GY da carta de Munsell a cor 5/8 (211, 244, 312), 4/4<br />

(245), 4/8 (243, 359, 360). O grupo VIII foi constituído pelo genótipo 101 de perianto<br />

vermelho aplanado, corona roxa e folha 4/4 (5GY). O grupo IX foi formado pelo<br />

genótipo 102 de cuja única característica que diferencia do genótipo 102 é a cor da<br />

folha (4/8).<br />

50


3.5 DISCUSSÃO<br />

3.5.1 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA<br />

Os genótipos de P. <strong>alata</strong> apresentaram valores médios do DF, CPD inferiores<br />

ao descrito na literatura que relataram o DF de P. <strong>alata</strong> na faixa de 100 a120 mme o<br />

CPD de 20 a40 mm(Nunes; Queiroz, 2006). Porem considerando CP e LP os<br />

mesmos autores descreveram para a espécie valores próximos aos encontrados<br />

neste, variando de 40 a45 mm para CP e 10 a20 mm para LP. Tratando-se de<br />

comprimento e largura da bráctea a amplitude dos valores de 15 a20 mm e 10 a15<br />

mm(CERVI, 1997) são inferiores ao observado.<br />

A P. <strong>alata</strong> do ponto de vista ornamental é bastante cultivada não só pela<br />

exuberância das flores, mas também devido à beleza de sua ramagem (CERVI,<br />

1997). Seu caule quadrangular e alado a torna facilmente reconhecida, porém em<br />

estado vegetativo pode ser confundida com P. odontophylla, da qual é diferenciada<br />

pelo tamanho da folha (10-14 x 6-8 cm em P. <strong>alata</strong> e 6-8 x 3-4 cm em P.<br />

odontophylla), além da margem (lisa em P. <strong>alata</strong> e serreada em P. odontophylla) e<br />

base (cordada em P. <strong>alata</strong> e arredondada em P. odontophylla) das folhas (NUNES;<br />

QUEIROZ, 2006). Esse fato mostra o quão importante é caracterizar genótipos e,<br />

ou, espécies baseados também em dados vegetativos, porém nesse sentido a<br />

literatura é escassa para <strong>Passiflora</strong>. Existem trabalhos que avaliam o estagio inicial<br />

do crescimento vegetativo (diâmetro do caule, altura de plantas e número de folhas)<br />

51


de plantas de maracujá-doce, obtidas por estaquia e por semente e foi observado<br />

comportamento distinto da altura da planta e número de folhas, obtendo - se maiores<br />

valores na primeira situação (RONCATTO et al., 2008), indicando que o modo que<br />

as plantas são obtidas pode interferir em determinados parâmetros vegetativos.<br />

Para P. cincinnata referente a DF a literatura relada valores que variam de<br />

90,53 (DUARTE et al., 2009) a 164,5 mm de diâmetro floral (ARAUJO et al., 2008),<br />

ou seja, valores superiores aos encontrados neste. Com relação a CPC1 e CPC2 os<br />

valores se assemelham aos encontrados por Cervi (1997) onde o CPC1 variou de 30<br />

– 50 mm e o CPC2 de 20 – 40 mm. Para a variável CP e LP foi observado valores<br />

menores aos encontrados por Nunes e Queiroz (2006) 80-100 x 25-30 mm. A<br />

variação para comprimento das brácteas esta inclusa nos valores 15,8 - 34,5 mm<br />

descritos por Duarte et al. (2009) e a variação da largura dessas foi próxima a<br />

variação (15 – 25mm) encontrada por Nunes e Queiroz (2006).<br />

A caracterização morfológica por meio desses descritores auxilia na<br />

diferenciação de espécies. A exemplo, P. cincinnata e P. caerulea, podem ser<br />

confundidas devido às folhas pentalobodas e tornam-se perceptivelmente diferentes<br />

pela observação de suas flores. Uma das estratégias para diferenciá-las, é a<br />

observação do tamanho e coloração dos filamentos da corona, que são maiores do<br />

que as pétalas e de coloração arroxeada em P. cincinnata e menores do que as<br />

pétalas e de coloração azulada em P. caerulea (NUNES; QUEIROZ, 2006).<br />

Considerando a parte vegetativa do ramo principal o DH apresentou variação<br />

próxima a 4,5 – 10,10 mm encontrado por Araújo et al. (2008). A área foliar<br />

apresentou valores bem inferiores a 221,4 – 732,00, encontrados por Araújo et al.<br />

(2008). Existem estudos considerando as características vegetativas em algumas<br />

espécies de <strong>Passiflora</strong>, porém em estágio de mudas (SILVA et al., 2004).<br />

52


O estudo vegetativo é importante para avaliar o crescimento e<br />

desenvolvimento das plantas, uma vez que as folhas constituem o aparato<br />

fotossintético e são responsáveis pela produção de carboidratos, que serão<br />

alocados para os órgãos vegetativos e reprodutivos das mesmas (BASTOS et al.,<br />

2002). Do ponto de vista ornamental os descritores vegetativos são extremamente<br />

importantes para determinar o modo de cultivar a planta, bem como o tipo decorativo<br />

potencial e o manejo que precisará ser adotado.<br />

Por meio dos descritores qualitativos notou-se antese no turno matutino para<br />

ambas as espécies, semelhante ao que foi mostrado por Kill et al. (2010) e Aular et<br />

al. (2004) em P. cincinnata e por Costa et al. (2009) em P. <strong>alata</strong>. Geralmente o<br />

horário de abertura das flores, bem como fechamento, está relacionado ao horário<br />

de atividade do agente polinizador (TEIXEIRA et al., 1994).<br />

As cores das flores, vermelho, púrpura ou violeta, azul (SOUZA et al., 2010) e<br />

rosa (MAZZA; MINIATI, 1993) são geralmente devido a um tipo de flavonóide<br />

chamado antocianina. Possivelmente esse pigmento conferiu ao perianto da maioria<br />

dos genótipos de P. <strong>alata</strong> a cor vermelha, semelhante ao encontrado por<br />

Crochemore et al. (2003). Os genótipos 359 e 360 apresentaram perianto rosa<br />

semelhante ao descrito por Nunes e Queiroz (2006). Diferentemente, Varassin e<br />

Silva (1999) citaram a coloração para perianto de P. <strong>alata</strong> como arroxeada. O<br />

perianto de P. cincinnata mostrou-se roxo variando apenas quanto a tonalidade de<br />

mais claro (323, 325, 326, 327, 330, FC1, FC2, 331, 332, 333, 336, 101, 102, 211,<br />

104, 360, 363, e 312) a roxo mais escuro (322, 324, 197, 335, 243, 244, 245, 359 e<br />

360). Cervi (1997) classificou as pétalas e sépalas das P. cincinnata como violáceas.<br />

A cor das folhas foi determinada conforme formato H V/C da carta de Munsell<br />

onde o parâmetro H refere-se ao comprimento de onda de luz, V refere-se ao brilho<br />

53


ou tonalidade, varia de 0 a 10 e C refere-se a intensidade ou pureza da cor, variando<br />

de 0 a 12 ou mais (BOTELHO et al., 2006). Conforme carta de Munsell a cor da<br />

folha foi verde-amarelo (5GY) para todos os genótipos, variando quanto ao nível de<br />

luminosidade e saturação, onde a maioria foi 4/8 (330, 333, 335 - P. <strong>alata</strong> e 102,<br />

104, 243, 359, 360, 363 - P. cincinnata), mas havendo também 5/8 (324, 327, 332 -<br />

P. <strong>alata</strong> e 211, 244, 312 - P. cincinnata); 4/4 (322, 324, FC1 - P. <strong>alata</strong> e 101, 245 - P.<br />

cincinnata); 4/6 (325 - P. <strong>alata</strong> e FC2, 331 - P. cincinnata); 5/6 (326, 334 - P. <strong>alata</strong>);<br />

5/10 (197 - P. cincinnata) e 7/10 da página 2.5GY (336 - P. cincinnata). Os<br />

filamentos em ambas as espécies mostraram-se com predominância roxa, uma vez<br />

que são bandeados com branco. Sendo em P. cincinnata totalmente ondulado e em<br />

P. <strong>alata</strong> com ondulações apenas no ápice. Nunes e Queiroz (2006) em P. cincinnata<br />

observaram cor semelhante, porém com ondulações no ápice. Os mesmos autores<br />

descreveram os filamentos de P. <strong>alata</strong> em tons de vermelho, diferindo do observado<br />

neste e por Cervi (1997) onde os filamentos foram descritos como bandeados em<br />

branco e roxo.<br />

3.5.2ANALISE MULTIVARIADA<br />

Os descritores morfológicos utilizados foram eficientes para descriminar as<br />

espécies botânicas, porem os descritores qualitativos mostraram uma menor<br />

diferenciação entre os genótipos, isso pode ter provavelmente ocorrido em função<br />

do tipo de herança gênica, pois esses descritores são controlados por poucos genes<br />

e menos afetados pelo ambiente.<br />

O coeficiente de correlação cofenética do dendrograma dos genótipos de P.<br />

<strong>alata</strong> e P. cincinnata gerado a partir de dados quantitativos (rcof=0,90) e qualitativos<br />

54


(rcof=0,86) revelou um bom ajuste entre representação gráfica das distancias e sua<br />

matriz original, que deve ser superior a0,8(BUSSAB et al. 1990). Neste tipo de<br />

representação gráfica, a eficiência com que a matriz original dos dados de distância<br />

é representada na figura implica diretamente na possibilidade de sua utilização<br />

(BERTAN et al., 2006).<br />

Devido à fácil visualização do agrupamento dos genótipos similares os<br />

métodos hierárquicos são bastante utilizados em diversas culturas como tomateiro<br />

(Lycopersicon esculentum L.) (KARASAWA et al., 2005) e maracujazeiro (<strong>Passiflora</strong><br />

spp.)(NEGREIROS et al., 2007), porem para a obtenção de resultados mais<br />

completos deve-se utilizar mais de uma técnica de estudo de dissimilaridade<br />

(NEITZKE, 2008).<br />

Houve congruência entre o método de agrupamento do vizinho mais próximo<br />

e o método de otimização de Tocher com relação ao numero de grupo formado. Os<br />

resultados referentes à distância intergrupos podem auxiliar na escolha de genitores<br />

para hibridação (ZUIN et al., 2009), uma vez a utilização de genitores com alta<br />

divergência genética visando aumentar a probabilidade de ocorrência de<br />

segregantes superiores em gerações avançadas e ampliar a base genética é uma<br />

estratégia recomendada em programas de melhoramento, porém a escolha de<br />

genótipos deve ser feita considerando também seus comportamentos per se (CRUZ<br />

et al., 2004).<br />

Nota-se que os genótipos mesmo sendo pertencentes a uma mesma espécie,<br />

é comum que alguns deles possuam maior ou menor semelhança genética que<br />

outros, e isto é refletido pelas características fenotípicas avaliadas (VIANA et al.<br />

2003; BELLON et al. 2009).<br />

55


A característica que mais contribuiu para a divergência genética<br />

interespecífica foi diâmetro da corona, com 43%, e variação de 34,70 (P. <strong>alata</strong>) a<br />

99,47 (P. cincinnata). Essa variável é considerada a característica mais marcante do<br />

gênero <strong>Passiflora</strong> (ABREU, 2009), é usada para caracterizar a família juntamente<br />

com o androginoforo (ULMER; MACDOUGAL, 2004) sustentando a monofilia de<br />

<strong>Passiflora</strong>ceae (FARINAZZO; SALIMENA, 2007).<br />

Descartar descritores que pouco ou nada contribuíram para discriminar<br />

diversidade entre genótipos significa otimizar o conjunto de variáveis, reduzindo<br />

custos operacionais, mão de obra e tempo despendidos na avaliação dos mesmos<br />

(OLIVEIRA et al., 2004). Estudos sugerem que a eficiência do descarte seja testada,<br />

por meio de comparações dos agrupamentos formados com base no conjunto dos<br />

descritores originais e selecionados (CURY, 1993). Trabalhos realizados com feijão-<br />

de-vagem mostraram mudança no agrupamento apenas depois da eliminação de<br />

sete das 13 variáveis (ABREU et al., 2004). Trabalhos realizados em Capsicum<br />

verificaram a mesma formação de grupos, após retirar separadamente as duas<br />

variáveis com menor contribuição. Contudo, foi notória a mudança no agrupamento<br />

ao retirá-las ao mesmo tempo (REGO et al., 2003)<br />

Existem genótipos com suspeita de ser duplicata (243 e 244; 101, 102, 104 e<br />

211) é desejável que esses sejam submetidos a avaliação em locais e tempo<br />

diversos, bem como que esse resultado seja comparado aos obtidos por<br />

caracterização molecular e citogenética (estudos em andamento no Bag). Em caso<br />

de confirmação manter apenas o genótipo que apresentar melhores condições.<br />

56


3.6 CONCLUSÕES<br />

A congruência entre os métodos utilizados indica consistência nos grupos<br />

formados dos quais se notou haver divergência genética entre e dentro dos<br />

genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, quando analisados com base em<br />

características morfológicas vegetativas e florais, quantitativas e qualitativas.<br />

Dentre os genótipos caracterizados o 363 de P. <strong>alata</strong> e o 332 de P.<br />

cincinnata, mostraram-se como os mais divergentes.<br />

57


3.7 AGRADECIMENTOS<br />

Ao pesquisador Dr. Vitor Osmar Becker, pela permissão de coleta na reserva<br />

RPPN Serra Bonita, Camacã – BA; às instituições UENF e Instituto Plantarum, pela<br />

doação de sementes; ao professor Dr. George Sodré, pela liberação da casa de<br />

nebulização da CEPLAC; a Ronaldo Bloise, estagiário voluntário, pela ajuda na<br />

montagem do experimento; a Cínthia Sthefany Lima de Oliveira (estagiária<br />

voluntária), Gabriela de Oliveira Belo e Raquel Rodrigues Moraes (amigas) pela<br />

ajuda na tomada de dados; ao mestre Américo José Carvalho Viana, pelo auxilio<br />

estatístico; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB),pela<br />

bolsa de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico<br />

(CNPq)e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo apoio financeiro à<br />

pesquisa.<br />

58


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63


4. ESTUDO DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS E<br />

<strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />

4.1 RESUMO<br />

A maioria das espécies de <strong>Passiflora</strong> possuem flores completas, mas se mostram<br />

autoincompatíveis, um mecanismo que contribui para o aumento da variabilidade<br />

genética. Conhecer o modo de reprodução das passifloras é extremamente<br />

importante, pois auxilia no manejo da espécie para sua manutenção no BAG e<br />

principalmente inferi nas estratégias a serem utilizadas nos programas de<br />

melhoramento. Os objetivos do presente trabalho foram determinar o sistema<br />

reprodutivo em acessos de <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis e P. cincinnata Mast que<br />

constituem o BAG da UESC e contribuir com dados adicionais sobre a número de<br />

semente por tipo de polinização e a receptividade após abertura floral. Para isso<br />

foram avaliados quatro acessos de cada espécie, em esquema fatorial simples, 3<br />

(polinizações) x 4 (acessos), as polinizações consistiram em polinização aberta,<br />

autopolinização controlada e polinização cruzada controlada. A receptividade foi<br />

observada pelo teste histoquímico com Peróxido de hidrogênio + benzidina. Nenhum<br />

fruto foi formado pela autopolinização em nenhuma das espécies indicando-as como<br />

autoincompatíveis. Em P. <strong>alata</strong> a taxa de pegamento foi similar para todos os<br />

acessos, independente do tipo de polinização. Porém considerando o número de<br />

sementes houve diferença entre os acessos e o tipo de polinização, sendo que na<br />

polinização aberta os acessos não diferiram entre si, mas para a polinização cruzada<br />

64


controlada dois grupos foram formados sendo, grupo (I) com acesso Una com maior<br />

número de sementes e grupo (2) com os acessos Instituto Plantarum, Serra Bonita e<br />

UENF. Em P. cincinnata para taxa de pegamento foram evidenciadas diferenças<br />

entre os acessos os quais foram divididos em três grupos sendo: grupo (I) formado<br />

pelo acesso Pato de Minas apresentando superior taxa de pegamento (63,3%);<br />

grupo (II) formado pelos acessos UENF e Una, ambos com taxa intermediária de<br />

43,3% de pegamento total, e o grupo (III) formado pelo acesso Campina Monte<br />

Alegre cuja taxa de pegamento foi inferior (13,33%) aos demais acessos. Foi<br />

também evidenciado diferença entre os tipos de polinização onde a taxa foi maior na<br />

polinização cruzada controlada. O número médio de sementes foi significativamente<br />

superior nos frutos provenientes da polinização cruzada controlada. A receptividade<br />

do estigma foi alta, tendendo a reduzir com o passar das horas após antese.<br />

Palavras chaves:sistema reprodutivo, autoincompatibilidade, receptividade do<br />

estigma, polinização, taxa de pegamento.<br />

65


4. STUDY OF THE REPRODUCTIVE BIOLOGY OF P. <strong>alata</strong>CURTIS AND P.<br />

Cincinnata MAST<br />

4.1.1 ABSTRACT<br />

Majority species of <strong>Passiflora</strong> have flowers complete, but show themselves incapable<br />

of self-pollination, this being an important mechanism that contributes to the increase<br />

in genetic variability. Know the reproduction of <strong>Passiflora</strong> is extremely important,<br />

because it helps in the management of this species for their maintenance in the BAG<br />

and inferred mainly in the choice and the strategies to be used in breeding programs.<br />

Therefore, the purpose of this study was to determine the reproductive system in<br />

accessions of <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis and P. cincinnata Mast. which form the BAG<br />

UESC and contribute additional data on the number of seed by type of pollination<br />

and stigma receptivity after flower opening. We evaluated four accessions of each<br />

species, in factorial simple, 3 (pollination) x 4 (hits), the pollinations consisted of<br />

spontaneous pollination, manual pollination and manual cross-pollination. The<br />

receptivity was observed by the histochemical test with hydrogen peroxide +<br />

benzidine. No fruit was formed by self-pollination in either species indicating them as<br />

self-incompatible. In P. <strong>alata</strong> rate of fixation was statistically similar for all accessions,<br />

irrespective of the type of pollination. But considering the number of seeds was no<br />

difference between access and the type of pollination, being that in spontaneous<br />

pollination accessions did not differ, but for cross-pollination two groups were being<br />

66


formed, group (I) with access Una to more seeds and group (2) with the access<br />

Instituto Plantarum, Serra Bonita and UENF. In P. cincinnata for rate of fixation were<br />

no differences between accessions were divided into three groups which: group (I)<br />

formed by the access Pato de Minas showing higher rate of fixation (63.3%); group<br />

(II) formed by accessions UENF and Una, both with a moderate rate of 43.3% of total<br />

fixation and group (III) formed by the access Campina Monte Alegre the rate of<br />

fixation was lower (13.33%) to the other accessions. It was also evident difference<br />

between the types of pollination where the rate was higher in cross-pollination. The<br />

average number of seeds was significantly higher in fruits from cross-pollination. The<br />

receptivity of the stigma was generally high, but tended to reduce with the passage of<br />

hours.<br />

Keywords: breeding system, self-incompatibility, stigma receptivity, pollination, fruit<br />

setting rate<br />

67


4.2 INTRODUÇÃO<br />

A família <strong>Passiflora</strong>ceae compreende 20 gêneros (SOUZA; LORENZI, 2005),<br />

dos quais o gênero <strong>Passiflora</strong> é o mais importante (PÉREZ et al., 2007),<br />

compreendendo aproximadamente 530 espécies (FEUILLET; MACDOUGAL, 2007),<br />

dispersas nas regiões pantropicais. O Brasil e a Colômbia são os países com maior<br />

número de espécies (NUNES; QUEIROZ, 2006). Cerca de 120 espécies são nativas<br />

do Brasil (BERNACCI et al., 2003), sendo 32 delas encontradas na Bahia, das quais<br />

algumas como P. mucugeana (NUNES; QUEIROZ, 2006) e P. cacaoensis (VIANA,<br />

2009) são consideradas endêmicas.<br />

P. <strong>alata</strong> é natural da América do Sul (NUNES; QUEIROZ, 2006), ocorrendo<br />

em todas as regiões do Brasil (BRUCKER; PICANÇO, 2001; KOEHLER-SANTOS<br />

ET AL., 2006), cujos frutos são utilizados na alimentação humana e suas folhas<br />

possuem propriedades farmacológicas (LIMA; CUNHA, 2004). Devido à beleza de<br />

suas flores,P. <strong>alata</strong> vem sendo utilizada como planta ornamental em projetos<br />

paisagísticos(LORENZI; SOUZA, 2001).<br />

<strong>Passiflora</strong> cincinnata é nativa do Cerrado, apresenta características de<br />

potencial econômico, como maior resistência a doenças e a pragas, maior<br />

longevidade, maior adaptação a condições climáticas adversas, e também apresenta<br />

características ornamentais, como período de florescimento ampliado (FALEIRO et<br />

al., 2005).<br />

A maioria das espécies de maracujá, mesmo apresentando flores completas,<br />

é incapaz de realizar autopolinização. Esse mecanismo é importante para manter<br />

68


altos níveis de heterozigose, uma vez que induz alogamia e, consequentemente<br />

contribui para o aumento da variabilidade genética (LOSS et al., 2006). A polinização<br />

cruzada em <strong>Passiflora</strong>s ocorre principalmente pela autoincompatibilidade<br />

(BRUCKNER et al., 2002).<br />

Os estudos referentes à biologia da reprodução das plantas são importantes,<br />

pois contribuem para sua conservação e manejo sustentado (LENZI et al, 2005), e<br />

interferem diretamente na escolha do método a ser utilizado nos programas de<br />

melhoramento genético (ALLARD, 1960).<br />

A determinação das estratégias a serem adotadas em um programa de<br />

melhoramento genético de plantas é fortemente influenciada pela biologia<br />

reprodutiva da espécie, especialmente quando se utilizam técnicas de polinização<br />

artificial para hibridação de espécies. Desta maneira, a possibilidade de cruzamento<br />

entre progenitores selecionados requer também o conhecimento, nos indivíduos a<br />

serem cruzados, do período em que o estigma encontra-se receptivo ao grão de<br />

pólen (STIEHL-ALVES; MARTINS, 2008). Essas informações são importantes, pois<br />

favorecem o planejamento e a execução das estratégias a serem adotadas em<br />

cruzamento, reduzindo assim mão de obra e tempo despendidos (COSTA et al.,<br />

2008).<br />

Nesse sentido o objetivo do presente trabalho foi estudar o sistema<br />

reprodutivo em <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> e P. cincinnata e contribuir com dados adicionais<br />

sobre de abertura da flor.<br />

69


4.3 MATERIAL E MÉTODOS<br />

4.3.1 MATERIAL VEGETAL<br />

Foram avaliados quatro acessos de P. <strong>alata</strong> Curtis e cinco de P. cincinnata<br />

Mast (Tabela 1). Os acessos fazem parte do acervo do Banco Ativo de<br />

Germoplasma de <strong>Passiflora</strong> da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),<br />

situada no município de Ilhéus, Bahia(14° 39' S, 39° 10' W; 78 m a.s.l.).<br />

Tabela 1.Lista dos acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata suas respectivas<br />

procedências. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Espécie Acesso<br />

P. <strong>alata</strong> RPPN* Serra Bonita, Camacan (BA).<br />

Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF (RJ).<br />

Fazenda Ouro Verde, Una (BA).<br />

Instituto Plantarum, Nova Odessa, (SP).<br />

P. cincinnata Pato de Minas (MG).<br />

Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF (RJ).<br />

Campina Monte Alegre (SP).<br />

Fazenda Ouro Verde, Una (BA).<br />

*RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural.<br />

4.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO<br />

Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do<br />

tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos com<br />

70


papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao surgimento das<br />

primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas para saquinhos de<br />

polietileno com volume de 1 L contendo solo. Após atingirem cerca de 40 cm de<br />

altura, foram transplantadas para vasos polietileno de 35 L com solo (areno-<br />

argiloso). As repetições foram obtidas de estacas, as quais foram retiradas da parte<br />

intermediária dos ramos, preparadas e padronizadas com três nós e três folhas<br />

reduzidas à metade. Imediatamente foram secionadas em bisel, suas extremidades<br />

basais imersas em talco contendo auxina sintética (ácido indol 3-butírico – AIB) e<br />

plantadas em sacos de polietileno preto (leito de enraizamento), com capacidade<br />

para 1,5 L, contendo areia lavada e foram levadas para casa de nebulização<br />

intermitente da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), BA.<br />

Após cerca de 40 dias, foram ainda aclimatadas por 8 dias na casa de mudas da<br />

UESC, sendo em seguida transferidas para vasos polietilenode 42 L preenchidos<br />

com solo areno-argiloso peneirado.<br />

As plantas foram mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira.<br />

Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-14-8) a<br />

cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. As pragas e<br />

doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não afetando o ciclo<br />

reprodutivo das plantas.<br />

4.3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL<br />

Foi empregado o delineamento experimental blocos casualizados em<br />

esquema fatorial simples, 3 (tipos de polinizações) x 4 (acessos) totalizando 12<br />

71


tratamentos com cinco repetições em cada um dos três blocos, para ambas as<br />

espécies.<br />

4.3.4 ESTUDOS DE COMPATIBILIDADE INTRAESPECÍFICA<br />

Os estudos de compatibilidade intraespecifica foram realizados mediante<br />

estimativas da taxa de autopolinização e taxa de autoincompatibilidade. Para isso<br />

foram realizados os seguintes tipos de polinização: polinização aberta, polinização<br />

cruzada controlada e autopolinização controlada.<br />

Para observação de polinização abertas, botões florais próximos à antese<br />

foram marcados com etiquetas plásticas, posteriormente foram contadas as flores<br />

com frutos em início de desenvolvimento. Para estimativa da autopolinização<br />

controlada, botões florais próximos à antese foram protegidos com tule um dia antes<br />

da abertura. As flores foram autopolinizadas (com pólen da mesma planta) com<br />

auxílio de pinça e protegidas por sacos de papel, por 24h após a polinização. Para<br />

estimativa da polinização cruzada controlada, as flores foram emasculadas antes do<br />

momento da abertura e protegidas com tule. Os estigmas foram polinizados com<br />

pool de pólen de diferentes plantas (polinização cruzada), e as flores foram<br />

novamente protegidas por 24h. Para todos os casos (polinização aberta e<br />

controlada), as flores polinizadas foram etiquetadas e cinco dias após a polinização<br />

foi verificada a taxa de pegamento. O número de frutos originários das polinizações<br />

foi registrado e os mesmos foram cobertos com saco de nylon para proteção contra<br />

queda no amadurecimento (BRUCKNER; OTONI, 1999). Após o amadurecimento<br />

dos frutos, o número de sementes foi registrado. Os dados obtidos foram utilizados<br />

nas estimativas das taxas de autopolinização e auto incompatibilidade. Os dados<br />

referentes ao percentual de frutos vingados em relação ao número de flores<br />

72


polinizadas por tipo de polinização e seus respectivos números de sementes foram<br />

submetidos à análise de variância e teste de médias (Tukey, P < 0,05). As análises<br />

foram realizadas no programa SAS (SAS, 1987).<br />

4.3.4 a) Estimativa da Taxa de Autopolinização<br />

A freqüência de autopolinização foi estimada por comparação dos valores de<br />

número de sementes obtidas de flores polinizadas naturalmente (polinização aberta)<br />

com as de autopolinização e de polinização cruzada controlada. A taxa de<br />

autopolinização (S) foi estimada como a seguir (DAFNI, 1992): S = Px – Po/Px-Os,<br />

onde: Px = valor da polinização cruzada; Po = valor da autopolinização; Os = valor<br />

da polinização aberta.<br />

4.3.4 b) Estimativa da Taxa de Autoincompatibilidade<br />

Foi utilizado o índice ISI (“Index to measure Self-Incompatibility”), de acordo<br />

com Dafni (1992): ISI = Nº de frutos provenientes de autopolinização ÷ Nº de frutos<br />

de polinização cruzada (ambas controladas). Os valores de ISI refletem as seguintes<br />

possibilidades:<br />

a) >1 = autoincompatibilidade;<br />

b) >0.2


) levemente auto-incompatível = 3-30%, classe 1;<br />

c) altamente auto-incompatível = >30%, classe 2.<br />

4.3.5 RECEPTIVIDADE DO ESTIGMA<br />

Para os estudos de receptividade foram realizados testes histoquímicos nos<br />

acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata. Os tratamentos consistiram de cinco horários,<br />

com intervalo de 1 hora, a partir das 8 horas da manha.<br />

Foi utilizado o peróxido de hidrogênio (H2O2), que indica receptividade pela<br />

presença de peroxidase (OSBORN et al., 1998) através da formação de bolhas de ar<br />

(PEARSE, 1972). Nesse processo botões florais em antese foram protegidos com<br />

tule. No dia seguinte á proteção, após abertura das flores os estigmas foram<br />

coletados nos respectivos horários e transferidos para vidrinhos contendo a solução<br />

- teste, sendo mantidos totalmente submersos. Os estigmas foram classificados em<br />

receptivos de acordo com as seguintes observações: o filete estigmático atingir a cor<br />

preta e formar bolhas. Para obter resultados confiáveis, estigmas danificados ou<br />

com pólen na superfície não foram utilizados, evitando-se resultado falso positivo.<br />

O efeito dos horários sob receptividade do estigma foi observado pela análise<br />

de regressão, cujos modelos e betas foram testados com auxílio do programa<br />

estatístico SAS.<br />

74


4.4 RESULTADOS<br />

4.4.1 Estudo de compatibilidade Intraespecifica<br />

Os resultados percentuais de pegamento das polinizações controladas<br />

(cruzada e autopolinização) e polinização aberta para os acessos de P. <strong>alata</strong> e P.<br />

cincinnata estão apresentados na Tabela 2. Observa-se que, de maneira geral, a<br />

polinização cruzada controlada apresentou o maior número de frutos obtidos,<br />

seguida da polinização aberta e por último a autopolinização, que não apresentou<br />

pegamento.<br />

Em P. <strong>alata</strong>, pela análise de variância, a taxa de pegamento não foi<br />

influenciada pelo acesso, nem pelo tipo de polinização, como também não houve<br />

interação acesso X polinização (Tabela 3). A média percentual de pegamento dos<br />

frutos variou de 13,33% nos acessos Una (polinização aberta) e UENF (polinização<br />

cruzada controlada) a 40% nos acessos Una e Instituto Plantarum, em ambas esse<br />

valor ocorreu na polinização cruzada.<br />

75


Tabela 2. Percentual de pegamento de frutos por polinizações controladas e abertas<br />

em acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Tipo de Polinização<br />

Espécie Acesso Bloco Aberta (%) Autopolinização<br />

P. <strong>alata</strong> Serra Bonita 1<br />

2<br />

3<br />

UENF 1<br />

2<br />

3<br />

Una 1<br />

2<br />

3<br />

Instituto<br />

Plantarum<br />

Média<br />

Média<br />

Média<br />

1<br />

2<br />

3<br />

P. cincinnata Pato de Minas 1<br />

2<br />

3<br />

UENF 1<br />

2<br />

3<br />

Campina<br />

Monte Alegre<br />

Média<br />

Média<br />

Média<br />

1<br />

2<br />

3<br />

Média<br />

Una 1<br />

2<br />

3<br />

Média<br />

20<br />

40<br />

20<br />

40<br />

33,33<br />

20<br />

40<br />

40<br />

33,33<br />

0<br />

20<br />

20<br />

13,33<br />

60<br />

0<br />

40<br />

33,33<br />

40<br />

40<br />

40<br />

40<br />

20<br />

0<br />

0<br />

6,67<br />

20<br />

0<br />

0<br />

6,67<br />

0<br />

20<br />

40<br />

(%)<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

76<br />

Cruzada (%)<br />

13,33<br />

60<br />

100<br />

100<br />

40<br />

0<br />

60<br />

33,33<br />

0<br />

20<br />

20<br />

40<br />

40<br />

40<br />

40<br />

40<br />

60<br />

20<br />

40<br />

86,67<br />

80<br />

60<br />

100<br />

80<br />

0<br />

40<br />

20<br />

20<br />

40<br />

100<br />

60<br />

66,67


Tabela 3. Resumo da análise de variância da taxa de pegamento de fruto<br />

resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada)<br />

realizadas em diferentes acessos de P. <strong>alata</strong>. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

FV GL SQ MQ F P<br />

Bloco 2 0,1221 0,0611 0,72 ns 0,5025<br />

Acesso (A) 3 0,0744 0,0248 0,29 ns 0,8293<br />

Polinização (P) 1 0,0075 0,0075 0,09 ns 0,7710<br />

A x P 3 0,3882 0,1294 1,53 ns 0,2497<br />

Resíduo 9<br />

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; SQ – soma dos quadrados; MQ – média dos<br />

Quadrados; F – valor calculado; ns – não significativo.<br />

Considerando o número de sementes nos acessos de P. <strong>alata</strong>, a análise de<br />

variância mostrou haver diferença significativa (0,001) tanto entre os acessos quanto<br />

entre o tipo de polinização e entre a interação acesso x tipo de polinização (Tabela<br />

4).<br />

Tabela 4 - Resumo da análise de variância referente ao número de semente<br />

resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada)<br />

realizadas em diferentes acessos de P. <strong>alata</strong>. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

FV GL SQ MQ F P<br />

Bloco 2 7850,9583 3925,4792 1,03 ns 0,3916<br />

Acesso (A) 3 192329,9393 64109,9798 16,84 ***<br />

0,0003<br />

Polinização (P) 1 54528,0333 54528,0333 14,32* 0,0036<br />

A x P 3 93421,6833 31140,5611 8,18 * 0,0048<br />

Resíduo 9<br />

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; *, **, *** Significativo a 5%. 1% e 0,1 % de<br />

probabilidade pelo teste Tukey, respectivamente, ns – não significativo.<br />

77


No desdobramento do efeito de genótipos dentro de polinizações em P. <strong>alata</strong><br />

(Tabela 5)foi verificado que na polinização aberta, os acessos não divergiram<br />

estatisticamente, com número de semente variando de 101 (UENF) a 157 (Instituto<br />

Plantarum). Para a polinização cruzada controlada o número de semente diferiu<br />

significativamente entre os acessos, havendo a formação de dois grupos pelo teste<br />

de média Tukey a 5% de significância, sendo: grupo (I) formado pelo acesso Una<br />

com 432 sementes, quantidade superior ao encontrado nos demais acessos e o<br />

grupo (II) formado pelos acessos Instituto Plantarum (333 sementes), Serra Bonita<br />

(93 sementes) e UENF (54 sementes).<br />

Tabela 5. Número médio de sementes dos acessos de P. <strong>alata</strong> provenientes de<br />

diferentes tipos de polinização. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Espécie Polinização Acesso Média 1 Nº de<br />

semente<br />

P. <strong>alata</strong> Aberta Serra Bonita 117 a<br />

UENF 101 a<br />

Una 106 a<br />

Instituto Plantarum 157 a<br />

Cruzada Controlada Serra Bonita 93 B<br />

UENF 54 B<br />

Una 432 A<br />

Instituto Plantarum 333 B<br />

1 Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas para polinização espontânea e maiúsculas para<br />

polinização cruzada, diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.<br />

Considerando P. cincinnataforam evidenciadas diferenças entre os genótipos<br />

(p < 0,05) e diferenças altamente significativas (p < 0,001) entre os tipos de<br />

polinização, porem não houve a interação acesso x genótipo (Tabela 6), todos os<br />

acessos apresentaram maiores valores percentuais médios para taxa de pegamento<br />

quando realizadas as polinizações cruzadas controladas. As polinizações abertas<br />

para o acesso Pato de Minas, UENF, Campina Monte Alegre e Una apresentaram as<br />

78


espectivas médias 40; 6,67; 6,67 e 20% para pegamento de fruto. Em contrapartida<br />

as taxas de pegamento para as polinizações cruzadas controladas nesses mesmos<br />

acessos foram 86,67%; 80%; 20% e 66,67%, respectivamente.<br />

Tabela 6. Resumo da análise de variância da taxa de pegamento de fruto resultante de<br />

dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada) realizadas em<br />

diferentes acessos de P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

FV GL SQ MQ F P<br />

Bloco 2 0,0243 0,0121 0,10 ns 0,9077<br />

Acesso (A) 4 1,9161 0,4790 3,83 *<br />

0,0214<br />

Polinização (P) 1 2,1093 2,1093 16,87*** 0,0007<br />

A x P 4 0,7499 0,1875 1,50 ns 0,2466<br />

Resíduo 28<br />

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; *, *** Significativo a 5% e 0,1 % de probabilidade pelo<br />

teste Tukey, respectivamente, ns – não significativo.<br />

O teste de comparação de médias separou os acessos de P. cincinnata em<br />

três grupos em função da taxa de pegamento do fruto (Tabela 7), sendo: grupo (I)<br />

formado pelo acesso Pato de Minas apresentando superior taxa de pegamento<br />

(63,3%) distribuída entre polinização aberta e polinização cruzada controlada; grupo<br />

(II) formado pelos acessos UENF e Una, ambos com taxa intermediária de 43,3% de<br />

pegamento total e o grupo (III) formado pelo acesso Campina Monte Alegre cuja<br />

taxa de pegamento foi inferior (13,33%) aos demais acessos.<br />

Com relação ao número de semente em P. cincinnata foi evidenciado, pela<br />

análise de variância, que houve diferença significativa para o tipo de polinização<br />

(Tabela 8), onde o número médio de sementes foi superior nos frutos provenientes<br />

da polinização cruzada controlada (Tabela 9).<br />

79


Tabela 7 – Média da taxa de pegamento e média pelo teste Tukey em acessos de P.<br />

cincinnata resultantes de polinização aberta e polinização cruzada<br />

controlada. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Acesso<br />

Tipo de Polinização (%)<br />

Aberta Cruzada Controlada<br />

80<br />

Média 1 do acesso<br />

Pato de Minas 40 86,67 63,3 a<br />

UENF 6,67 80 43,3 b<br />

Campina Monte Alegre 6,67 20 13,3 c<br />

Uma 20 66,67 43,3 b<br />

Média 1 polinização 73,34 B 253,34 A<br />

1 Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem<br />

significativamente pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância.<br />

Na polinização aberta os acessos Pato de Minas, UENF, Campina Monte<br />

Alegre e Una tiveram as respectivas médias para número de semente 261, 81, 58 e<br />

297, em contrapartida esses mesmos acesso tiveram as seguintes médias<br />

respectivas para polinização cruzada controlada: 723,903,630, e 548.<br />

Tabela 8 -Resumo da análise de variância referente ao número de semente<br />

resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada)<br />

realizadas em diferentes acessos de P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA),<br />

2009.<br />

FV GL SQ MQ F P<br />

Bloco 2 11774,480 5887,240 0,05 ns 0,9554<br />

Acesso (A) 4 815874,204 203968,551 1,59 ns<br />

0,2459<br />

Polinização (P) 1 1412456,250 1412456,250 10,997** 0,0069<br />

A x P 4 538238,071 134559,518 1,05 ns 0,4268<br />

Resíduo 22<br />

FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; ** Significativo a 1 % de probabilidade pelo teste<br />

Tukey, ns – não significativo, respectivamente


Tabela 9. Número médio de sementes dos acessos de P. cincinnata provenientes de<br />

diferentes tipos de polinização. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Espécie Polinização Acesso Nº de semente<br />

P. cincinnata Aberta Pato de Minas 261<br />

1 Médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente pelo teste Tukey a<br />

5% de significância.<br />

4.4.A) Estimativa da Taxa de Autopolinização<br />

No teste de autopolinização nenhuma das flores utilizadas formou fruto, essas<br />

flores secaram e caíram sem apresentar qualquer sinal de frutificação. Esse<br />

fenômeno ocorreu tanto para os acessos de P. <strong>alata</strong> quanto para os de P.<br />

cincinnata.<br />

4.4.1 B) Estimativa da Taxa de Autoincompatibilidade<br />

UENF 81<br />

Campina Monte Alegre 58<br />

Una 297<br />

Média 1 348,5 B<br />

Cruzada Controlada Pato de Minas 723<br />

UENF 903<br />

Campina Monte Alegre 630<br />

Una 548<br />

Média 1 701 A<br />

O índice de autoincompatibilidade(ISI) encontrado para os acessos de P.<br />

<strong>alata</strong> e P. cincinnata foi zero, indicando-as como autoincompatível, classe 0 (0 -3%<br />

de taxa de pegamento de autopolinização), segundo (DAFNI, 1992).<br />

81


4.4.5 Receptividade do Estigma<br />

A Tabela 10 mostra os percentuais médios de receptividade durante cinco<br />

horas de coleta do estigma para os acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata. De maneira<br />

geral o teste com peróxido de hidrogênio a 10% + benzidina indicou que mesmo<br />

havendo influencia negativa do horário sob receptividade do estigma, esta se<br />

manteve alta em todos os acessos e em todos os horários para ambas as espécies.<br />

Todos os acessos de P. <strong>alata</strong> apresentaram relação linear entre percentual de<br />

receptividade (y) e horário de coleta do estigma (X) (Figura 1. A - D) com máxima<br />

receptividade no primeiro horário (8h) com 93% para todos os acessos e mínima no<br />

último horário (12h) com 80% para Serra Bonita e UENF e 73% para Una e Instituto<br />

Plantarum.<br />

82


Tabela 10. Valores percentuais médios da receptividade do estigma em acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />

observado em 5 horários, por meio de teste histoquímico com peróxido de hidrogênio. Ilhéus, UESC (BA),<br />

2009.<br />

Hora<br />

Receptividade (%)<br />

P. <strong>alata</strong> P. cincinnata<br />

S. B. UENF Una I.P. P. M. UENF Una C. M. A.<br />

8:00 93 93 93 93 100 93 87 80<br />

9:00 93 87 87 93 93 93 80 67<br />

10:00 87 87 87 93 93 93 80 80<br />

11:00 80 80 80 80 87 87 73 53<br />

12:00 80 80 73 73 80 73 87 60<br />

S. B - Serra Bonita; UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense; Una – Uma; I. P - Instituto Plantarum; P. M. - Pato de Minas.<br />

C.M.A. - Campina Monte Alegre<br />

83


Receptividade (%)<br />

Receptividade (%)<br />

Receptividade (%)<br />

Receptividade (%)<br />

100<br />

97<br />

94<br />

91<br />

88<br />

85<br />

82<br />

79<br />

76<br />

73<br />

70<br />

100<br />

97<br />

94<br />

91<br />

88<br />

85<br />

82<br />

79<br />

76<br />

73<br />

70<br />

100<br />

97<br />

94<br />

91<br />

88<br />

85<br />

82<br />

79<br />

76<br />

73<br />

70<br />

100<br />

97<br />

94<br />

91<br />

88<br />

85<br />

82<br />

79<br />

76<br />

73<br />

70<br />

93 93<br />

Figura 1. Receptividade do estigma em acessos (A – D) de P. <strong>alata</strong> avaliadas por meio de teste<br />

histoquímico com peróxido de hidrogênio, em cinco horários de coleta. (A) Serra<br />

Bonita; (B) UENF; (C) Una e (D) Instituto Plantarum.<br />

87<br />

R (SB) = 125,6 - 3,9x<br />

R 2 = 0,9<br />

80 80<br />

8 9 10 11 12<br />

93<br />

Hora<br />

87 87<br />

R (UENF) =118,40 -3,30x<br />

R 2 = 0,86<br />

80 80<br />

8 9 10 11 12<br />

93<br />

Hora<br />

87 87<br />

R (Una) = 131,0 - 4,70x<br />

R 2 = 0,91<br />

8 9 10 11 12<br />

Hora<br />

93 93 93<br />

80<br />

80<br />

73<br />

R (IP) = 139,47-5,3x<br />

R 2 = 0,7<br />

8 9 10 11 12<br />

Hora<br />

73<br />

(A)<br />

(B)<br />

(C)<br />

(D)<br />

84


A figura 2 mostra as relações entre receptividade e horário de coleta<br />

para os acessos de P. cincinnata. Os acessos Pato de Minas (A) e Campina<br />

Monta Alegre (B) apresentaram relação linear entre percentual de receptividade<br />

(y) e horário de coleta do estigma (X), ambos com receptividade máxima às<br />

oito horas com respectivamente 100 e 80% e mínima as 12 horas para Pato de<br />

Minas com 80% e as 11 horas para Campina Monte Alegre com 53%. Nos<br />

acessos UENF (C) teve receptividade máxima as 8 horas com 93%, mantendo<br />

este percentual até as 10h, havendo a partir daí um decréscimo na<br />

receptividade atingindo o mínimo de 73% as 12 horas, função quadrática com<br />

tendência côncava foi o modelo que melhor representou este comportamento.<br />

No acesso Una (D) foi observada relação quadrática, com tendência convexa,<br />

onde as 8 e 12 horas ocorreram os percentuais máximos (87%) de<br />

receptividade e as 11 horas o percentual mínimo com 73%.<br />

85


Receptividade (%)<br />

Receptividade (%)<br />

Receptividade (%)<br />

Receptividade (%)<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

100<br />

93 93<br />

R (PM) = 136,6 - 4,6x<br />

R 2 = 0,9<br />

8 9 10 11 12<br />

80<br />

67<br />

Figura 2. Receptividade do estigma em acessos (A – D) de P. <strong>alata</strong> avaliadas por meio de teste<br />

histoquímico com peróxido de hidrogênio, em cinco horários de coleta. (A) Pato de<br />

Minas; (B) UENF; (C) Campina Monte Alegre e (D) Una.<br />

Hora<br />

80<br />

87<br />

53<br />

80<br />

R (CMA) = 122 -5,4x<br />

R 2 = 0,5<br />

8 9 10 11 12<br />

Hora<br />

93 93 93<br />

87<br />

60<br />

R (UENF) = -104,2 + 44,0x - 2,4x 2<br />

R 2 = 0,9832<br />

8 9 10 11 12<br />

87<br />

Hora<br />

80 80<br />

73<br />

73<br />

R (Una) = 333,4 - 50,7x - 2,50x 2<br />

R 2 = 0,7<br />

8 9 10 11 12<br />

Hora<br />

87<br />

(A)<br />

(B)<br />

(C)<br />

(D)<br />

86


4.5 DISCUSSÃO<br />

Os resultados das autopolinizações indicam que P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />

são espécies autoincompatíveis. Estudos realizados por Duarte (2009) em P.<br />

cincinnata e por Varassin e Silva (1999) em P. <strong>alata</strong> mostraram resultados<br />

semelhantes, estes últimos comentam haver possibilidade de autopolinização<br />

em P. <strong>alata</strong>.<br />

A autoincompatibilidade determina a alogamia, impedindo que plantas<br />

produtoras de gametas masculinos e femininos funcionais produzam sementes<br />

quando auto polinizadas (BRUCKNER et al., 2005), sendo considerado um<br />

mecanismo extremamente importante pois promove a manutenção da<br />

variabilidade genética (SCHIFINO-WITTMANN; DALL‟AGNO, 2002). A<br />

incompatibilidade em <strong>Passiflora</strong> já foi citada como gametofítica (FALEIROet al.,<br />

2000) quando o grão de pólen carrega um alelo também presente no estigma e<br />

que inibe o desenvolvimento do tubo polínico (SCHIFINO-WITTMANN;<br />

DALL‟AGNO, 2002), e como esporofítica (HO; SHII, 1986) semelhante à<br />

anterior, mas determinada pelo genótipo da planta mãe do grão de pólen<br />

(SCHIFINO-WITTMANN; DALL‟AGNO, 2002). Bruckner (1994) relata a<br />

possibilidade de autofecundação quando as flores estão na pré-antese.<br />

Visto que as espécies são autoincompatíveis, o sucesso na produção de<br />

frutos e sementes depende da presença de polinizadores na área. Nas<br />

variedades cultivadas o agente polinizador mais efetivo de <strong>Passiflora</strong> é a<br />

mamagava (Xylocopasp.) (SOUSA, 1994). Dessa forma o percentual de<br />

fertilização depende do número de polinizadores, o que pode ser afetado pela<br />

87


freqüência de uso de defensivos agrícolas, por isso recomenda-se que as<br />

pulverizações em pomares de maracujazeiros azedo sejam realizadas a noite<br />

ou pela manha e em pomares de P. <strong>alata</strong> as pulverizações devem ser<br />

realizadas a noite devido a permanecia da flor aberta durante o dia<br />

(JUNQUEIRA et al., 2001).<br />

As flores de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata estão receptivas durante toda a<br />

antese estando os estigmas flexionados ou não (VARASSIN; SILVA, 1999;<br />

KILL et al., 2010). Neste trabalho os estigmas de ambas as espécies<br />

mostraram-se com alta receptividade em todos os horários de coleta, porem<br />

com tendência a ocorrer redução. Duarte et al. (2009) relatam que P. cincinnata<br />

durante a abertura da flor o estigma já se encontrava receptivo. Apesar da<br />

receptividade as espécies apresentam hercogamia, isto é, no inicio da antese o<br />

posicionamento dos estiletes erguidos faz com as flores se apresentem<br />

funcionalmente masculinas, ocasião em que as abelhas ao visitarem as flores<br />

se “sujam” de pólen, mas não tocam o estigma (KILL et al., 2010).A<br />

movimentação dos órgãos reprodutivos estabelece uma barreira temporal para<br />

a polinização em estigmas receptivos, mas não uma barreira fisiológica, pois o<br />

pólen está disponível durante toda a antese, e os estigmas estão receptivos,<br />

indicando que potencialmente as flores podem ser polinizadas durante toda<br />

antese (VARASSIN; SILVA, 1999). Esse processo pode explicar as taxas de<br />

pegamento nas polinizações abertas serem menores do que nas polinizações<br />

cruzadas. Foi observado em P. edulis que a eficiência da polinização está<br />

associada às adaptações morfológicas das flores aos visitantes, à<br />

sincronização temporal entre o horário de coleta das abelhas, abertura da flor e<br />

deflexão dos estiletes (SIQUEIRA et al., 2009).<br />

88


O número de estigma polinizado pode também influenciar na taxa de<br />

pegamento bem como na característica do fruto (SIQUEIRA et al., 2009).Esses<br />

autores observaram no maracujá amarelo maior formação de frutos nas flores<br />

com três estigmas, quando todos eles foram utilizados na polinização cruzada,<br />

porém naquelas em que foi feita a polinização em apenas um estigma, obteve-<br />

se a formação de um único fruto, totalmente deformado.<br />

O número de sementes formadas em polinização cruzada controlada<br />

maior do que em polinização aberta para a maioria dos acessos levanta a<br />

hipótese de quantidade insuficiente de pólen pelo polinizador, visto que no<br />

teste de polinização cruzada controlada toda área estigmática foi coberta por<br />

grãos de pólen. Essa hipótese corrobora com Lima et al. (2002) que comentam<br />

que a porcentagem de frutificação, número de sementes e rendimento de suco<br />

no maracujazeiro estão correlacionados com o número de grãos de pólen<br />

depositados no estigma durante a polinização. Schuster et al. (1993) também<br />

encontraram correlação positiva entre a quantidade de pólen e o número de<br />

sementes em Asphodelus aestivus Brot. (Liliaceae). De acordo com esses<br />

mesmos autores a produção limitada de sementes associada com a<br />

polinização pode ser o resultado da baixa atividade do polinizador, limitando o<br />

suprimento de pólen, seja em quantidade, quando transferem numero baixo de<br />

grãos de pólen, seja em qualidade quando transferem excessiva proporção de<br />

pólen da mesma planta em espécies autoincompatíveis.<br />

89


4.6 CONCLUSÕES<br />

As plantas das espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnatasão autoincompatíveis.<br />

Os estigmas apresentam-se receptivos pela manhã (08 às 12 horas),<br />

sendo este o período ideal para realização de polinizações.<br />

90


4.7 AGRADECIMENTOS<br />

A Cínthia Sthefany Lima de Oliveira e Gabriela de Oliveira Belo, pela<br />

ajuda na tomada de dados; ao Lindolfo Pereira dos Santos Filho, pelo auxilio<br />

estatístico; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia<br />

(FAPESB),pela bolsa de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento<br />

Científico e Tecnológico (CNPq)e à Universidade Estadual de Santa Cruz<br />

(UESC), pelo apoio financeiro à pesquisa.<br />

91


4.8 REFERÊNCIA<br />

ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético das plantas. Tradução<br />

Almiro Blumenschein, Ernesto Paterniani, José T. do Amaral Gurgel e Roland<br />

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WANDERLEY M.G.L.; SHEPPERD G.J.; MELHEM T.S.; GIULIETTI A.M.;<br />

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BRUCKNER, C.H. Autoincompatibilidade no maracujá (<strong>Passiflora</strong> edulis<br />

Sims). 1994. 85f. Tese Doutorado. Viçosa, MG: UFV, 1994<br />

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BRUCKNER, C.H.; PICANÇO, M. C. (Org) Maracujá: Tecnologia de produção,<br />

pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes. 2001.<br />

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Maracujazeiro. In: BRUCKNER, C.H. Melhoramento de fruteiras tropicais.<br />

Viçosa: UFV, 2002. p.373-409.<br />

BRUCKNER, C. H.; SUASSUNA, T. M. F., REGO, M. M., NUNES, E.<br />

S. Auto - incompatibilidade do maracuja-implicações no<br />

melhoramento genético. In: Faleiro, F. G.; Junqueira; N. T. V.,<br />

Braga, M. F.. maracujá: germoplasma e melhoramento genético.<br />

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fixação de frutos em Capsicum chinense Jacq. Revista Acta Amazônica.v. 38,<br />

n. 2, p. 361 – 364, 2008.<br />

DAFNI, A. Pollination ecology – a practical approach.New York:<br />

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Lourenço, 2009, CD.<br />

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92


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95


5. PARÂMETROS FENOLÓGICOS FLORAIS EMP. Alata CURTIS E P.<br />

cincinnata MAST<br />

5.1 RESUMO<br />

O gênero <strong>Passiflora</strong> L. possui inúmeras espécies com flores que despertam<br />

curiosidade e atenção devido a diversidade de cor, a arquitetura floral e a<br />

presença da corona. Neste trabalho objetivou-se analisar aspectos fenológicos<br />

de onze genótipos de P. <strong>alata</strong> e dezesseis genótipos de P. cincinnata,no<br />

período de setembro a dezembro de 2009, entre 4h00min e 17h00min, foram<br />

observados os seguintes parâmetros: taxa de florescimento (TF; percentagem<br />

cumulativa de flores na antese), TF = nº total de flores; pico de florescimento<br />

(PF) = maior nº de flores alcançado em um dia e Intensidade relativa do<br />

florescimento (%IRF; incremento percentual cumulativo de flores ao dia) = nº<br />

de flores no dia de pico ÷ nº de repetições x 100 / nº total de flores abertas;<br />

duração média do florescimento (DF) = total de dias em que a planta<br />

apresentou flores abertas. A antese é diurna para ambas as espécies<br />

ocorrendo por volta das 4h00min em P. <strong>alata</strong> e por volta das 6h00min em P.<br />

cincinnata. Em P. <strong>alata</strong> o TF foi de 20 dias, cujo horário de antese e<br />

fechamento foi respectivamente 4h30min e 16h 00min. A maioria dos genótipos<br />

iniciou o florescimento na primeira semana de setembro, cujas taxas de<br />

florescimento variaram de 0,10 no genótipo 363 a 2,41 no genótipo 102. O PF<br />

variou de 2 flores nos genótipos 244 e 360 a 7 flores para os genótipos 102,<br />

96


para a maioria dos genótipos o pico ocorreu em outubro (101, 211, 244, 245) e<br />

dezembro (102 ,359, 360, 363). A IRF variou de 1,23 (genótipo 102) a 12,50<br />

(genótipo 363). Em P. cincinnata o TF foi de 25 dias, cujo horário de antese e<br />

fechamento foi respectivamente 6h00min e 15h 00min. O florescimento ocorreu<br />

em todo período de estudo, a partir da segunda semana de setembro, cujas<br />

taxas de florescimento variaram de 4,47 e no genótipo 325 a 0,16 no genótipo<br />

197. O pico de florescimento variou de três flores nos genótipos 197 e 326 a 15<br />

flores nos genótipos 326 e FC1, sendo o mês de dezembro considerado o mês<br />

de pico para a maioria dos genótipos. A IRF variou de 0,97 no genótipo 324 a<br />

7,69 no genótipo 197. A variável temperatura média e umidade do ar obtidas no<br />

período de floração não apresentaram correlações com o número de flor.<br />

Palavras chave: taxa de florescimento, pico de florescimento, intensidade<br />

relativa de florescimento, umidade, temperatura.<br />

97


5. PARAMETERS FLORAL PHENOLOGICAL INP. Alata CURTIS AND P.<br />

cincinnata MAST<br />

5.1 1ABSTRACT<br />

The genus <strong>Passiflora</strong> L. has many species of flowers that awaken curiosity and<br />

attention due to the diversity of color, floral architecture and the presence of the<br />

corona. The objective was to analyze aspects of phenology of eleven genotypes<br />

of P. <strong>alata</strong> and sixteen genotypes of P. cincinnata were observed from<br />

september to december 2009,between 4:00am and 5:00pm. To study the<br />

phenology of flowering was observed the following parameters: rate of flowering<br />

(TF; cumulative percentage of flowers at anthesis), TF = total number of<br />

flowers; peak flowering (PF) = largest number of flowers reached in a day and<br />

on the flowering intensity (IRF%, cumulative percentage increase of flowers per<br />

day) = nº of flowers on the day of peak ÷ number of repetitions x 100 / nº total<br />

number of open flowers; average duration of flowering (DF) = total days in<br />

which the plant had open flowers. Anthesis is diurnal for both species occurred<br />

around 4:00am in P. <strong>alata</strong> and at around 6:00am in P. cincinnata flowering time.<br />

In P. <strong>alata</strong>TF was 20 days, whose time of anthesis and closure was 4:30am and<br />

4:00pm respectively. Most genotypes began flowering in the first week of<br />

september, whose rates of flowering ranged from 0.10 in genotype 363 to 2.41<br />

in genotype 102. The PF ranged from 2 flowers in genotypes 244 and 360-7<br />

flowers to the genotypes 102, for most genotypes, the peak occurred in october<br />

98


(101, 211, 244, 245) and december (102, 359, 360, 363 ). The IRF ranged from<br />

1.23 to 12.50. In P. cincinnataTF was 25 days, whose time of anthesis and<br />

closure was 6:00am and 3:00pm respectively. The flowering took place<br />

throughout the study period, from the second week of september, whose rates<br />

of flowering ranged from 4.47 and the genotype 325 to 0.16 in genotype 197.<br />

The peak flowering ranged from three flowers in genotypes 197 and 326-15<br />

flowers in genotypes 326 and FC1, being the month of december considered<br />

the peak month for most genotypes. The IRF ranged from 0.97 in genotype 324<br />

to 7.69 in genotype 197. The variable average temperature and humidity<br />

obtained in the flowering period showed no correlation with the number of<br />

flower.<br />

Keywords: rate of flowering, peak flowering, relative intensity of flowering,<br />

humidity, temperature.<br />

99


5.2 INTRODUÇÃO<br />

As passifloras em geral são plantas de hábito herbáceo, trepadeiras,<br />

perenes (VANDERPLANK, 2000), cujas principais características são:<br />

presença de gavinhas, nectários, androginóforo, sementes ariladas (FEUILLET,<br />

2004), sendo a mais marcante, a presença de corona composta por filamentos<br />

diversos bandeados, de cores vivas e atraentes (ULMER; MACDOUGAL, 2004)<br />

Embora apresente características de potencial ornamental e condições<br />

edafoclimáticas favoráveis o Brasil não explora tal potencial nas passifloras<br />

(PEIXOTO, 2005). Porém esse não é um fenômeno exclusivo deste gênero. O<br />

mercado brasileiro de plantas ornamentais desde sua implantação tem como<br />

base as espécies exóticas, devido a questões culturais e a disponibilidade de<br />

informações (MARTINI et al., 2010). Dessa maneira, introduzir espécies nativas<br />

no paisagismo é uma forma de valorizar e conservar a flora local que abriga<br />

espécies ainda desconhecidas pela população, algumas podem até estar em<br />

risco de extinção.<br />

O Conhecimento da fenologia é de fundamental importância tanto do<br />

ponto de vista paisagístico, uma vez que a característica mais apreciada pelos<br />

consumidores são as flores abertas (MARTINI et al., 2010), quanto do ponto de<br />

vista ecológico por fornecer parâmetros para a conservação e exploração<br />

racional, conciliando sustentabilidade com economicidade (MELLINGER;<br />

RICHERS, 2005), lembrando que em experimentos de hibridação<br />

interespecífica informações referentes ao florescimento são imprescindíveis,<br />

100


auxiliando na escolha dos genitores cujo florescimento seja sincronizado<br />

(BELO, 2010).<br />

101<br />

A fenologia estuda a ocorrência de eventos biológicos repetitivos e sua<br />

relação com mudanças no meio biótico e abiótico (SILVA et al., 2007). O estudo<br />

da fenologia pode ser realizado em seis níveis: única flor, planta individual,<br />

planta dióica, população, comunidade e aspecto filogenético (DAFNI, 1992).<br />

Nos mais diversos campos da pesquisa o estudo das correlações entre<br />

caracteres tem sido aplicado. A correlação avalia a magnitude e o sentido da<br />

associação entre dois caracteres, mas não fornece as informações necessárias<br />

sobre os efeitos diretos e indiretos de um grupo de caracteres em relação a uma<br />

variável dependente de maior importância. A observação dos efeitos de diversas<br />

variáveis independentes sobre uma variável básica pode ser realizado por meio<br />

da análise de trilha, cujas estimativas são obtidas por meio de equações de<br />

regressão em que as variáveis são primeiramente padronizadas (Cruz, 2001).<br />

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar os parâmetros<br />

fenológicos mais comuns: taxa de florescimento (TF), pico de florescimento e<br />

intensidade relativa de florescimento (%IRF) (OLLERTON, J.; DAFNI, A., 2005)<br />

e avaliar através da correlação genética, a relação direta e indireta existente<br />

entre número de flor e os caracteres ambientais temperatura média e umidade<br />

relativa do ar.


5.3 MATERIAL E MÉTODO<br />

5.3.1 MATERIAL VEGETAL<br />

Foram avaliados onze genótipos de P. <strong>alata</strong> Curtis e dezesseis de P.<br />

cincinnata Mast. Os genótipos fazem parte do acervo do Banco Ativo de<br />

Germoplasma (BAG-<strong>Passiflora</strong>s) da Universidade Estadual de Santa Cruz<br />

(UESC), situada no município de Ilhéus, Bahia (14° 39' S, 39° 10' W; 78 m<br />

acima do nível do mar).<br />

Os genótipos de P. <strong>alata</strong> foram coletados na Mata Atlântica do sul da<br />

Bahia, no Morro da Viúva, RPPN Serra Bonita, Camacan, BA, Brasil (genótipo<br />

101, 102, 104); na fazenda Ouro Verde, no município de Una, BA, Brasil (359,<br />

360,363) e também a partir de sementes doadas pela Universidade Estadual<br />

do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, Campos dos Goytacazes, RJ<br />

(genótipo 211, 243, 244, 245) e Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP<br />

(genótipo 312). Os genótipos de P. cincinnata foram coletados no município de<br />

Pato de Minas, MG, Brasil (322, 323, 324, 325, 326, 327, 330), na fazenda<br />

Ouro Verde (334, 335); no município de Campina Monte Alegre (331, 332,<br />

333), SP e também sementes doadas pela UENF (197, FC1, FC2, 336).<br />

102


5.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO<br />

Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do<br />

tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos<br />

com papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao<br />

surgimento das primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas<br />

para saquinhos de polietileno com volume de 1 L, contendo solo. Após<br />

atingirem cerca de 40 cm de altura, foram transplantadas para vasos de<br />

polietileno de 35 L (areno-argiloso). As repetições foram obtidas de estacas, as<br />

quais foram retiradas da parte intermediária dos ramos, preparadas e<br />

padronizadas com três nós e três folhas reduzidas à metade. Imediatamente<br />

foram secionadas em bisel, suas extremidades basais imersas em talco<br />

contendo auxina sintética (ácido indol 3-butírico – AIB) e plantadas em sacos<br />

de polietileno preto (leito de enraizamento), com capacidade para 1,5 L,<br />

contendo areia lavada e foram levadas para casa de nebulização intermitente<br />

da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), BA. Após<br />

cerca de 40 dias, foram ainda aclimatadas por 8 dias na casa de mudas da<br />

UESC sendo, em junho de 2009, transferidas para vasos de polietileno com<br />

capacidade de 42 L preenchidos com solo areno-argiloso, peneirado. As<br />

plantas foram mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira.<br />

Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-<br />

14-8) a cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. O<br />

controle de pragas foi feito com defensivos agrícolas DECIS e VERTIMEC. Os<br />

fungos foram controlados com pulverização de produtos a base de cobre, as<br />

103


pragas e doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não<br />

afetando o ciclo reprodutivo das plantas.<br />

5.3.3 ESTUDO DA FENOLOGIA DO FLORESCIMENTO<br />

Os valores de temperatura e umidade e o número de flores foram<br />

registrados diariamente em todas as plantas em estudo, de setembro a<br />

dezembro de 2009, para obtenção dos seguintes dados: a) tempo (em dias) de<br />

duração do surgimento do botão à abertura da flor; b) épocas de início<br />

florescimento; c) horário da abertura da flor; d) número de flores abertas por<br />

planta/dia.<br />

Com base nesses dados foram calculados (DAFNI, 1992):<br />

. Taxa de florescimento (TF): percentagem cumulativa de flores na antese.<br />

TF = Nº total de flores<br />

Nº de dias<br />

. Pico de florescimento: maior nº de flores alcançadas em um dia.<br />

. Intensidade relativa de florescimento (%IRF): incremento percentual cumulativo<br />

de flores ao dia:<br />

%IRF = Nº de flores no dia de pico nº de repetições x 100<br />

Nº total de flores abertas<br />

104


5.3.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS<br />

Para atender às pressuposições de normalidade os valores observados<br />

foram transformados pelo método da raiz quadrada e submetidos à análise de<br />

variância, procedendo-se à comparação entre médias pelo teste de Scott-Knott<br />

a 5% de significância.<br />

As variáveis ambientais temperatura média (T.méd) e umidade relativa<br />

do ar (UR) foram registradas no momento da tomada de dados de<br />

florescimento e foi realizada a análise de coeficiente de trilha para avaliar os<br />

efeitos diretos e indiretos dessas variáveis sobre o número de flor.<br />

105


5.4 RESULTADOS<br />

Em P. <strong>alata</strong> o tempo (em dias) do botão à abertura da flor foi de<br />

aproximadamente 20 dias, estas abriram a partir das 4h30min e permaneceram<br />

sem modificações até aproximadamente 15h 00min, quando então começou o<br />

processo de senescência floral, caracterizado pelo murchamento das pétalas.<br />

A análise de variância indicou que os genótipos apresentaram diferença<br />

altamente significativa (0,001) quanto ao numero de flores (Tabela 5.1). Houve<br />

a formação de três grupos, sendo: grupo (I) formado pelos genótipos 101,102,<br />

104 com os maiores números de flor; grupo (II) formado unicamente pelo<br />

genótipo 211 com número de flor intermediário e o grupo (III) formado pelos<br />

genótipos 243, 244, 359, 360, 312, 245 e 363 com menores numero de flor<br />

(Tabela 5.2).<br />

O florescimento ocorreu de maneira diversificada, onde os genótipos<br />

101, 211, 104, 243, 244, e 312 iniciaram na primeira semana de setembro; os<br />

genótipos 359 e 360 floresceram a partir das ultimas semanas de outubro, o<br />

363 só começou a florescer nas últimas semanas de novembro e o 245 que só<br />

floresceu no mês de outubro.<br />

106


Tabela 5.1. Resumo da análise de variância do número de flores dos genitores<br />

P. <strong>alata</strong>.<br />

FV GL SQ MQ F P<br />

Genótipo 10 101,590 10,159 5,5028 0,0006008***<br />

Bloco 2 0,900 0,450 0,2438 0,7859181<br />

Resíduo 20<br />

Tabela 5.2. Número médio quinzenal de flores dos genótipos de P. <strong>alata</strong> a<br />

partir do primeiro dia de florescimento. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Quinzena<br />

Espécie Genótipo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Média 1<br />

P. <strong>alata</strong> 101 4 7 9 3 - 5 2 - 4 A<br />

107<br />

102 - 11 13 9 - 4 13 7 7 A<br />

211 2 6 8 - - 1 2 1 3 B<br />

104 4 8 8 - 2 9 - - 4 A<br />

244 2 5 5 2 - - - - 2 C<br />

245 - - 3 2 1 - - - 1 C<br />

243 1 12 1 - - - - - 2 C<br />

359 - - - 2 4 - 1 5 2 C<br />

360 - - - 2 4 - 1 5 2 C<br />

363 - - - - - 2 6 4 2 C<br />

312 2 - 1 2 1 - - 2 1 C<br />

1 Médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente pelo teste de Scott-knott ao<br />

nível de 5% de significância.


Os parâmetros fenológicos estão apresentados na tabela 5.3. As<br />

maiores taxas de florescimento foram de 2,41 e 1,24 nos genótipos 102 e 101,<br />

respectivamente e as menores foram de 0,10 (genótipo 363) e 0,11 (genótipo<br />

312). O pico de florescimento variou de 2 flores nos genótipos 244 e 360 a 7<br />

flores para os genótipos 102, para a maioria dos genótipos o pico ocorreu em<br />

outubro (101, 211, 244, 245) e dezembro (102 ,359, 360, 363). A intensidade<br />

relativa de florescimento variou de 1,23 no genótipo 102 a 12,50 no genótipo<br />

363.<br />

Tabela 5.3.Taxa de florescimento (TF), pico de florescimento (PF) e mês de<br />

ocorrência do pico de florescimentoe intensidade de florescimento<br />

(%IRF) dos genitores P. <strong>alata</strong> Curtis. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Espécie Genótipo TF PF Mês (PF) %IRF<br />

P. <strong>alata</strong> 101<br />

102<br />

211<br />

104<br />

244<br />

245<br />

243<br />

359<br />

360<br />

363<br />

312<br />

1,24<br />

2,41<br />

0,81<br />

1,29<br />

0,48<br />

0,19<br />

0,54<br />

0,49<br />

0,42<br />

0,10<br />

0,11<br />

5<br />

7<br />

5<br />

7<br />

2<br />

3<br />

6<br />

3<br />

2<br />

3<br />

3<br />

Out.<br />

Dez.<br />

Out.<br />

Set.<br />

Out.<br />

Out.<br />

Set.<br />

Dez.<br />

Dez.<br />

Dez.<br />

Set.<br />

1,70<br />

1,23<br />

2,60<br />

2,29<br />

1,75<br />

6,67<br />

4,65<br />

2,56<br />

2,02<br />

12,50<br />

3,85<br />

Set. setembro; Out. outubro; Dez. dezembro.<br />

Em P.cincinnata o tempo (em dias) do botão à abertura da flor foi de<br />

aproximadamente 25 dias, estas abriram a partir das 6h00min h e<br />

permaneceram sem modificações até aproximadamente 16h 00min, quando<br />

então começou o processo de senescência floral, caracterizado pelo<br />

murchamento das pétalas.<br />

108


A análise de variância nos genótipos de P. cincinnata apresentou<br />

diferença significativa considerando o numero de flores (Tabela 5.4). Pelo teste<br />

Scott-knott houve a formação de três grupos (Tabela 5.5), sendo: grupo (I)<br />

formado pelos genótipos de maior número de flor - 325, 326, 336, 330, 323,<br />

FC2, 197, 324 e 331; grupo (II) formado por apenas o genótipo 335 e o grupo<br />

(III) formado pelos genótipos 322, 332, 327, 333, FC1 e 334.<br />

A partir da segunda quinzena de setembro o florescimento foi registrado<br />

ao longo do período de observação, sendo que apenas os genótipos FC2, 331,<br />

332 e 336 iniciaram o florescimento nas primeiras semanas de setembro.<br />

Tabela 5.4.Resumo da análise de variância do número de flores dos genitores<br />

P. cincinnata.<br />

FV GL SQ MQ F P<br />

Genótipo 18 272,278 15,127 2,5011 0,009431**<br />

Bloco 2 41,317 20,658 3,4157 0,063826<br />

Resíduo 36<br />

109


Tabela 5.5. Número médio quinzenal de flores dos genótipos de P. cincinnata a<br />

partir do primeiro dia de florescimento. Ilhéus, UESC (BA), 2010.<br />

Quinzena<br />

Espécie Genótipo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Média<br />

P. cincinnata 322 - 3 1 4 6 3 5 7 4 C<br />

110<br />

323 - 1 - 3 16 9 29 15 9 A<br />

324 - 1 8 2 12 3 11 6 6 A<br />

325 - 2 12 7 13 17 37 27 14 A<br />

326 - - - 9 17 7 34 30 12 A<br />

327 - 1 - - 3 - 13 9 3 C<br />

330 - 1 0 2 14 11 23 28 10 A<br />

197 - 5 8 6 7 6 8 4 6 A<br />

FC1 - 5 1 2 - 5 4 1 2 C<br />

FC2 2 3 4 6 7 6 14 11 7 A<br />

331 2 13 3 2 7 5 5 3 5 A<br />

332 3 3 7 1 2 5 5 3 4 C<br />

333 - 1 4 1 4 2 7 2 4 C<br />

334 - - - 2 3 4 6 1 2 C<br />

335 - 1 3 1 2 11 12 8 4 B<br />

336 3 12 23 4 7 10 6 13 10 A<br />

Os parâmetros fenológicos estão apresentados na tabela 5.5. As<br />

maiores taxas de florescimento foram de 4,47 e 3,42 nos genótipos 325 e 326,<br />

respectivamente e as menores foram 0,16 (genótipo 197) e 0,43 (genótipo


330). O pico de florescimento variou de três flores nos genótipos 197 e 326 a<br />

15 flores nos genótipos 326 e FC1, sendo o mês de dezembro considerado o<br />

mês de pico para a maioria dos genótipos. A intensidade relativa de<br />

florescimento variou de 0,97 no genótipo 324 a 7,69 no genótipo 197.<br />

Tabela 5.6.Taxa de florescimento (TF), pico de florescimento (PF), mês em que<br />

ocorreu o pico de florescimento e intensidade de florescimento<br />

(%IRF) dos genitores P. cincinnata Mast.Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />

Espécie Genótipo TF PF Mês (PF) %IRF<br />

P. cincinnata 322 1,15 4 Dez. 1,47<br />

323 2,52 9 Dez. 1,51<br />

324 1,75 4 Nov. 0,97<br />

325 4,47 12 Dez. 1,13<br />

326 3,42 15 Dez. 1,85<br />

327 0,96 6 Dez. 2,63<br />

330 0,43 7 Dez. 6,86<br />

197 0,16 3 Dez. 7,69<br />

FC1 3,14 15 Dez. 2,02<br />

FC2 1,82 10 Dez. 2,31<br />

331 0,56 3 Dez. 2,27<br />

332 0,72 4 Out. 2,34<br />

333 1,82 13 Out. 3,01<br />

334 1,51 4 Dez. 1,12<br />

335 1,06 4 Nov. 1,59<br />

336 0,81 3 Out. 1,56<br />

A tabela 5.7 mostra os efeitos diretos e indiretos da temperatura e<br />

umidade no numero de flor. Nota-se que a correlação foi desprezível, indicando<br />

por tanto que a temperatura média e umidade relativa do ar observado no<br />

período de florescimento não foram determinantes para a emissão de flores.<br />

Apenas o genótipo 312 de P. <strong>alata</strong> apresentou correlação, ainda que baixa<br />

(0,37) entre temperatura média e número de flor.<br />

111


Tabela 5.7. Efeitos direto (ED) e indireto (EI) e correlação entre temperatura média<br />

(Tméd), Umidade relativa do ar (UR) e número de flor (NF) dos genótipos de P.<br />

<strong>alata</strong> e P. cincinnata (322-336).<br />

Temperatura Média Umidade Relativa do Ar<br />

Genótipo ED. sobre N.F E I via Correlação ED sobre EI via T. Correlação<br />

UR<br />

N. F média<br />

101 -0,1765<br />

-0,0083 -0,1848 0,0610 0,0240 0,0851<br />

102 -0,0743<br />

211 -0,1385<br />

104 -0,1112<br />

244 -0,1492<br />

245 0,0926<br />

243 -0,1298<br />

359 0,1691<br />

360 0,0329<br />

363 -0,0304<br />

312 0,3723<br />

322 0,1009<br />

323 0,0629<br />

324 0,0337<br />

325 0,0357<br />

326 0,1207<br />

327 -0,0466<br />

330 0,1539<br />

197 0,0061<br />

FC1 0,0108<br />

FC2 0,0434<br />

331 0,0041<br />

0,0002<br />

-0,0006<br />

-0,0009<br />

-0,0201<br />

0,0144<br />

0,0119<br />

-0,0230<br />

0,0216<br />

-0,0112<br />

0,0017<br />

-0,0269<br />

0,0277<br />

-0,0099<br />

-0,0028<br />

0,0050<br />

-0,0129<br />

0,0169<br />

-0,0146<br />

0,0043<br />

-0,0038<br />

-0,0059<br />

-0,0741<br />

-0,1391<br />

-0,1122<br />

-0,1693<br />

0,1070<br />

-0,1179<br />

0,1461<br />

0,0545<br />

-0,0416<br />

0,3740<br />

0,0740<br />

0,0592<br />

0,0238<br />

0,0329<br />

0,1257<br />

-0,0595<br />

0,1708<br />

-0,0085<br />

0,0151<br />

0,0396<br />

-0,0017<br />

-0,0014<br />

0,0043<br />

0,0070<br />

0,1476<br />

-0,1060<br />

-0,0871<br />

0,1690<br />

-0,1590<br />

0,0821<br />

-0,0128<br />

0,2901<br />

0,0277<br />

0,0724<br />

0,0209<br />

-0,0364<br />

0,0946<br />

-0,1239<br />

0,1073<br />

-0,0317<br />

0,0281<br />

0,0431<br />

0,0101<br />

0,0189<br />

0,0147<br />

0,0203<br />

-0,0126<br />

0,0177<br />

-0,0230<br />

-0,0045<br />

0,0041<br />

-0,0507<br />

-0,0094<br />

-0,0086<br />

-0,0046<br />

-0,0049<br />

-0,0164<br />

0,0064<br />

-0,0210<br />

-0,0008<br />

-0,0015<br />

-0,0059<br />

-0,0006<br />

112<br />

0,0087<br />

0,0232<br />

0,0217<br />

0,1779<br />

-0,1186<br />

-0,0694<br />

0,1459<br />

-0,1634<br />

0,0862<br />

-0,0635<br />

0,2808<br />

0,0191<br />

0,0678<br />

0,0160<br />

-0,0528<br />

0,1010<br />

-0,1449<br />

0,1064<br />

-0,0332<br />

0,0222<br />

0,0425


5.5 DISCUSSÃO<br />

Em P. <strong>alata</strong> foi registrado o início da separação das sépalas e pétalas<br />

por volta das 03h 15min (FEITOZA et al., 2006) estando a flor totalmente<br />

aberta às 4h 30min (VARASSIN; SILVA, 1999) ou até mesmo as 05h 00min<br />

(FEITOZA et al., 2006). O horário observado para o fechamento das flores foi<br />

as 14h30 (VARASSIN; SILVA, 1999; FEITOZA et al., 2006), meia hora antes<br />

que o observado neste.<br />

O início da separação das sépalas e pétalas em P. cincinnata ocorreu<br />

por volta das 03h 30min com antese completa as 5h 30min (FEITOZA et al.,<br />

2006), as 6h00min (KILL et al., 2010) ou entre 6h 30min e 7h30min (DUARTE<br />

et al., 2009). O horário registrado para fechamento das flores as 15h00min<br />

encontrado neste, já foi citado também por outros autores (FEITOZA et al.,<br />

2005), porem há relatos de fechamento das flores as 19h00 (DUARTE et al.,<br />

2009). Em P. edulis a antese floral ocorre entre 12h 00min e 13h 00min e o<br />

fechamento da flor tem início registrado por volta das 18h 00min, terminando<br />

próximo a 1h 00min (SIQUEIRA et al., 2009).<br />

Diferentes espécies de maracujá apresentam períodos de abertura floral<br />

distintos, quase sempre curtos, dificilmente passando de oito horas, sendo<br />

geralmente o horário de antese e fechamento das flores adaptadas aos<br />

períodos de atividade de polinizadores (COSTA et al., 2009). Podem existir<br />

diferenças em horários de antese para uma mesma espécie atribuída a<br />

113


diferentes condições climáticas, diferenças genéticas entre as plantas e a<br />

combinação de ambos os fatores (DUARTE, 1996).<br />

O período que os genótipos de ambas as espécies foram observados<br />

corresponde ao período em que os mesmos estão aptos ao florescimento. P.<br />

<strong>alata</strong> floresce de agosto a março (CERVI, 1997), podendo apresentar florada<br />

distribuída entre março e setembro (VARASSIN; SILVA, 1999). Em P.<br />

cincinnata o florescimento e frutificação ocorrem em quase o ano todo<br />

(NUNES; QUEIROZ, 2006) mais especificamente de março a dezembro<br />

(DUARTE et al., 2009).<br />

A taxa de florescimento indica o número médio de flores novas a cada<br />

dia (DAFNI, 1992) e esta indicou um baixo numero cumulativo de flores nos<br />

genótipos de P. <strong>alata</strong>.<br />

As variáveis temperatura e umidade do ar no período em estudo não<br />

apresentaram correlações com o número de flor. Em Croton foi evidenciado<br />

que a floração está mais relacionada com os elementos do clima (precipitação,<br />

temperatura e umidade) do segundo mês que antecede a floração do que com<br />

o período de produção de flores, sugerindo assim que o período que antecede<br />

a floração é que pode estimular o desenvolvimento das flores (FERRAZ et al.,<br />

1999).Em copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.) também não foi encontrada<br />

correlação significativa entre a floração e os parâmetros climáticos<br />

considerados (temperatura e pluviosidade) (PEDRONI et al., 2002). Em pinhão<br />

manso (Jatropha curcas) foi relatada forte influencia da variação da<br />

temperatura sobre o início de floração, onde o número de botões florais<br />

apresentou correlação positiva com a temperatura média, máxima e mínima, já<br />

114


o número de flores aberta apenas apresentou correlação com a temperatura<br />

mínima (SANTOS et al., 2010).<br />

Trabalhos têm sido realizados com o objetivo de estimar as correlações<br />

entre diferentes características agronômicas, assim como decompô-las em<br />

seus efeitos diretos e indiretos por meio da análise de trilha (AMORIM et al.,<br />

2008), como visto dentre outras culturas em girassol (HLADNI et al., 2006),<br />

feijão e trigo (HARTWIG et al., 2007), porem para estimar correlações e efeitos<br />

diretos e indiretos entre condições ambientais e determinada característica de<br />

interesse encontra-se trabalhos que utilizem apenas correlações de Pearson<br />

(SANTOS et al., 2010), ou Spearman (PEDRONI et al., 2002). Contudo o<br />

estudo de correlações simples entre caracteres não permite tirar conclusões<br />

sobre o estudo da relação de causa / efeito, pois a correlação é apenas uma<br />

medida de associação (VENCOVSKY; BARRIGA, 1992).<br />

115


5.6 CONCLUSÕES<br />

As espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata possuem antese diurna matutina.Os<br />

genótipos de ambas as espécies diferem entre si quanto ao o número de flor.<br />

As variáveis, temperatura média e umidade do ar, obtidas no período de<br />

floração não apresentaram correlações com o número de flor dos genótipos de<br />

P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, nas condições de Ilhéus.<br />

Em P. <strong>alata</strong> o TF foi de 20 dias, a maioria dos genótipos iniciou o<br />

florescimento na primeira semana de setembro, cujas taxas de florescimento<br />

variaram de 0,10 a 2,41; o PF variou de 2 a 7 flores; o pico ocorreu em outubro<br />

e dezembro, a IRF variou de 1,23 a 12,50. Em P. cincinnata o TF foi de 25 dias,<br />

o florescimento ocorreu em todo período de estudo, a partir da segunda<br />

semana de setembro, as taxas de florescimento variaram de 0,16 a 4,47; o pico<br />

de florescimento variou de três a 15 flores, o mês de dezembro foi o mês de<br />

pico para a maioria dos genótipos, a IRF variou de 0,97 a 7,69.<br />

116


5.7 AGRADECIMENTOS<br />

A Cínthia Sthefany Lima de Oliveira e Gabriela de Oliveira Belo, pela<br />

ajuda na tomada de dados; ao professor Sergio Oliveira, pelo auxilio estatístico;<br />

à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB),pela bolsa<br />

de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico<br />

(CNPq)e à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo apoio financeiro<br />

à pesquisa.<br />

117


5.8 REFERÊNCIAS<br />

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120


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Os resultados alcançados no presente trabalho permitiram apontar as<br />

seguintes considerações:<br />

1 - É desejável que os resultados encontrados por caracterização<br />

morfológica, principalmente referente aos genótipos 243 e 244; 101, 102,<br />

104 e 211 sejam comparados aos obtidos por caracterização molecular e<br />

citogenética, havendo duplicata deve-se manter apenas o genótipo que<br />

apresentar melhor performance.<br />

121<br />

2 – O diâmetro da corona, a altura da planta e a largura da bráctea<br />

respectivamente foram as características de maior importância para a<br />

divergência genética interespecífica, entre os genótipos de P. cincinnata e<br />

entre os genótipos de P. <strong>alata</strong>.<br />

3 - As espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata mostraram-se autoincompatíveis<br />

classe 3, cuja polinização deve ser obrigatoriamente cruzada, podendo<br />

ser realizada por toda manhã, uma vez que de 8h 00minàs 12h 00min os<br />

estigmas apresentaram-se receptivos.<br />

4 - Os genótipos 102 de P. <strong>alata</strong> e 325 de P. cincinnata foram indicados<br />

como os que apresentaram maior taxa de florescimento, sendo assim


ecomendados para compor futuros programas de intercruzamentos onde<br />

se vise à elevação do número de flores, porém deve atentar-se que o<br />

genótipo 102 foi altamente semelhante geneticamente aos genótipos 101,<br />

102, 104 e 211 e o 325 similaridade genética com o genótipo 323.<br />

5 - A falta de correlação entre temperatura, umidade coletada no período<br />

de florescimento e o numero de flor pode ser devida ao tempo de<br />

acompanhamento dos estudos sugerindo assim que sejam realizados<br />

estudos em um período maior e que considerem também o período que<br />

antecede a floração.<br />

122


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