Passiflora alata - Uesc
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ<br />
PABLIANE RAMOS LAWINSCKY<br />
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E<br />
FENOLÓGICA DE <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS E<br />
<strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />
ILHÉUS-BAHIA-BRASIL<br />
JULHO de 2010
PABLIANE RAMOS LAWINSCKY<br />
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE<br />
<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTISE <strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />
Dissertação apresentada à Universidade<br />
Estadual de Santa Cruz como parte das<br />
exigências para a obtenção do título de<br />
Mestre em Produção Vegetal,<br />
Área de Concentração: Melhoramento<br />
genético Vegetal.<br />
Orientadora: Margarete Magalhães de<br />
Souza<br />
ILHÉUS-BAHIA BRASIL<br />
JULHO de 2010
PABLIANE RAMOS LAWINSCKY<br />
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE<br />
Ilhéus – BA, 09/07/2010<br />
<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTISE <strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />
_______________________________________<br />
Margarete Magalhães de Souza– DS<br />
(UESC)<br />
(Orientadora)<br />
_______________________________________<br />
José Basílio Vieira Leite - DS<br />
(CEPLAC)<br />
_________________________________________<br />
Ronan Xavier Corrêa - DS<br />
(UESC)<br />
_________________________________________<br />
Antônia Marlene Magalhães Barbosa- DS<br />
(UESC)
À Rita de Cássia Ramos Lawinscky, minha mãe, que com todos os seus atributos de<br />
uma mãe espetacular e seu amor infinito me faz, sempre, chegar até o final.<br />
DEDICO<br />
A Jesus (meu Senhor, Guia e Orientador), a minha família preciosíssima e aos meus<br />
valiosos amigos que na certeza de vossas companhias nos momentos de alegria e<br />
tristeza, levantam-me sempre o ânimo e acima de tudo me traz um imenso prazer de<br />
viver.<br />
OFEREÇO
AGRADECIMENTO<br />
A DEUS sempre presente em minha vida e que nestes dois anos me<br />
proporcionou momentos dos quais tirei várias lições de aprendizado, tanto técnico<br />
científico quanto pessoal, todos, sobretudo me mostraram que sou uma pessoa<br />
FELIZ.<br />
À Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pela realização de minha<br />
formação profissional, ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, pela<br />
oportunidade concedida.<br />
À Professora doutora Margarete Magalhães de Souza, orientadora deste<br />
trabalho, pela disponibilidade concedida para realização desta dissertação e<br />
ensinamentos importantes na minha vida profissional.<br />
bolsa.<br />
À Fundação de Amparo a Pesquisa da Bahia (FAPESB), pela concessão da<br />
A Lindolfo Pereira dos Santos Filho, Américo Viana, Emerson Santos e<br />
Sergio Oliveira, pelo auxílio nas análises estatísticas.<br />
A secretária do programa de pós-graduação, Caroline Tavares, pelo carinho<br />
no atendimento.<br />
Aos funcionários da ACMAV, João e Marlene, pelos momentos de<br />
descontração no horário do almoço; Carlos e Marcos pela ajuda na casa de<br />
vegetação.<br />
Aos profissionais Agna Menezes, George Sodré e Jose Basílio, pelo<br />
estímulo, disponibilidade, sempre me entusiasmando a realizar esse trabalho da<br />
melhor maneira possível, sobre tudo através do exemplo de profissionais que são.<br />
A Cintia Stephane e Ronaldo Bloise, estagiários voluntários, pela ajuda na<br />
execução das tarefas.<br />
A minha vozinha Elza, minha tia Vera, minha comadre Valdeneide, que<br />
acompanham cada etapa da minha vida e sempre torcem e oram por mim.<br />
Ao meu irmão Pablo e minha cunhada Elisangela Oliveira, pelo constante<br />
incentivo e por disponibilizar o computador.
À Raimunda, por me tratar como se fosse filha e mesmo sem entender e<br />
concordar muito com o mestrado, sempre torceu e se preocupou comigo.<br />
À Gabriela Belo, Marla Ariane, Raquel Moraes, Priscilla Patrocínio, Diego<br />
Patrocínio, Dayse Drielly, irmãs Amorim (Jú e Josi), Ícaro Cabral, Ludmila Vitória e<br />
Marília, pelos momentos de descontração, pela agradável convivência, sugestões,<br />
paciência, companhia e por todo auxílio prestado no desenvolvimento do projeto.<br />
Longo foi o caminho até aqui e a cada momento, principalmente nas<br />
passagens mais pedregosas, anjos foram revelados a mim por DEUS. Uns<br />
estiveram presentes o tempo todo, outros por breves momentos, mas todos de<br />
alguma forma contribuíram para que eu completasse mais esta etapa. MUITO<br />
OBRIGADA!
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA, REPRODUTIVA E FENOLÓGICA DE<br />
<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS E <strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST.<br />
RESUMO<br />
Acessos de P. <strong>alata</strong> Curtis e P. cincinnata Mast. do Banco Ativo de Germoplasma da<br />
UESC (BA), foram analisados quanto a divergência genética, sistema reprodutivo e<br />
parâmetros fenológicos. Houve divergência genética entre e dentro dos acessos de<br />
ambas as espécies. Apesar da divergência há a hipótese de que os genótipos 243 e<br />
244 de P. <strong>alata</strong>, podem ser duplicatas. Quanto ao sistema de reprodução ambas as<br />
espécies são autoincompatíveis classe 3, não produzindo nenhum fruto por<br />
autopolinização. Em P. <strong>alata</strong> o tipo de polinização (controlada ou aberta) não<br />
interferiu na taxa de pegamento, porém interferiu no número de sementes, onde a<br />
polinização cruzada contribuiu de maneira mais efetiva. Em P.cincinnata, o tipo de<br />
polinização interferiu tanto na taxa de pegamento quanto no número de semente,<br />
sendo que a polinização cruzada resultou em maior número de frutos com maior<br />
número de sementes. Em ambas as espécies os estigmas permaneceram<br />
receptivos, apresentando tendência em reduzir com o passar das horas. A antese<br />
das flores é diurna, ocorrendo por volta das 4h 30min em P. <strong>alata</strong> e as 6h 00min em<br />
P. cincinnata, iniciando o processo de fechamento as 16h 00min e as15h 00min,<br />
respectivamente. O genótipo 102 de P. <strong>alata</strong> se destacou apresentando a maior taxa<br />
i
de florescimento (2,41) e maior pico floral (7 flores), apresentando ainda outras<br />
características de interesse ornamental como maior diâmetro da flor e maior<br />
comprimento de bráctea, sendo assim indicado como um genótipo promissor na<br />
composição de futuros programas de intercruzamentos onde se vise à elevação do<br />
número de flores e, ou obtenção de flores maiores. Em P. cincinnata o genótipo 325<br />
foi indicado como o que apresentou maior taxa de florescimento e o segundo maior<br />
pico de florescimento (12 flores), possui como característica morfológica marcante<br />
maior comprimento de pétala, sendo este o genótipo da espécie indicado como<br />
promissor ornamental.<br />
Palavras-chave: <strong>Passiflora</strong>s silvestres ornamentais, compatibilidade genética,<br />
florescimento, Banco Ativo de Germoplasma.<br />
ii
MORPHOLOGICAL, REPRODUCTIVE AND PHENOLOGICAL<br />
CHARACTERIZATION OF <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS AND <strong>Passiflora</strong> cincinnata<br />
MAST<br />
ABSTRACT<br />
In this work were observed genotypes of P. <strong>alata</strong> Curtis and P. cincinnata Mast. the<br />
Active Germplasm Bank of UESC (BA), in relation to genetic divergence, breeding<br />
system and phenology parameters. There was a divergence between the genotypes<br />
of both species, but those of P. <strong>alata</strong> was observed cluster by place of origin. Despite<br />
the divergence is the hypothesis that the genotypes 243 and 244, 101, 102, 104 and<br />
211, P. <strong>alata</strong> could be duplicates. As for the reproductive system both species are<br />
self-incompatible class 3, producing no fruit by self-pollination. In P. <strong>alata</strong> type of<br />
pollination (cross or spontaneous) did not affect the rate of fixation, however affect<br />
the number of seeds, where cross-pollination contributed more effectively. In<br />
P.cincinnata the type of pollination affect both the rate of fixation on the number of<br />
seed, being that cross-pollination resulted in a greater number of fruit with the<br />
greatest number of seeds.In both species the stigmas remained receptive, with a<br />
tendency to shrink with each passing hour. Anthesis is diurnal flowers occurring<br />
around 4:30 am in P. <strong>alata</strong> and 6:00 am to P. cincinnata, starting the process of<br />
closing the 4:00 pm hours and 3:00 pm hours respectively. The genotype 102 of P.<br />
<strong>alata</strong> stood out by presenting the highest rate of flowering (2.41) and higher peak<br />
floral (7 flowers), it also presents other characteristics of ornamental interest as the<br />
iii
largest diameter and length of flower bract, being indicated as a promising genotype<br />
in the composition of future programs in intercross which aims to increase the<br />
number of flowers and, or obtain larger flowers, but should avoid crossing it with<br />
genotypes similar to it genetically. In P. cincinnata genotype was indicated as 325<br />
which had higher rates of flowering and the second largest peak flowering (12<br />
flowers), has a characteristic marked morphological greater length of petal, which is<br />
the genotype of the species indicated as promising ornamental.<br />
Key-words: wild and ornamental <strong>Passiflora</strong>, compatibility genetic, flowering, Active<br />
Germplasm Bank<br />
iv
ÍNDICE<br />
RESUMO…….........………………………………………………………...........................i<br />
ABSTRACT………………………………………………………………….......................iii<br />
INTRODUÇÃO………………………………………...…………......................................1<br />
REVISÃO DE LITERATURA…..……………………………………...............................3<br />
CAPÍTULO 1:<br />
3. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE<br />
GENÓTIPOS DE P. <strong>alata</strong>CURTISE P. cincinnataMAST DO BANCO ATIVO DE<br />
GERMOPLASMA DA UESC (BA).............................................................................28<br />
3.1 Resumo...............................................................................................................28<br />
3.1.1 Abstract............................................................................................................29<br />
3.2 Introdução...........................................................................................................30<br />
3.3 Material e Métodos.............................................................................................32<br />
3.4 Resultados..........................................................................................................38<br />
3.5 Discussão............................................................................................................51<br />
3.6 Conclusões.........................................................................................................57<br />
3.7 Agradecimentos.................................................................................................58<br />
3.8 Referências Bibliográficas................................................................................59<br />
CAPÍTULO 2:<br />
4. ESTUDO DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE P. <strong>alata</strong> CURTIS E P. cincinnata<br />
MAST.........................................................................................................................64<br />
4.1 Resumo...............................................................................................................64<br />
4.1.1 Abstract............................................................................................................66<br />
4.2 Introdução...........................................................................................................68<br />
4.3 Material e Métodos.............................................................................................70<br />
4.4 Resultados..........................................................................................................75<br />
4.5 Discussão............................................................................................................87<br />
4.6 Conclusões.........................................................................................................90<br />
4.7 Agradecimentos.................................................................................................91<br />
4.8 Referências Bibliográficas................................................................................92<br />
v
CAPÍTULO 3:<br />
5. ESTUDO DOS PARÂMETROS FENOLÓGICOS FLORAIS EMP. Alata CURTIS e<br />
P. cincinnataMAST...................................................................................................96<br />
5.1 Resumo...............................................................................................................96<br />
5.1.1 Abstract............................................................................................................98<br />
5.2 Introdução.........................................................................................................100<br />
5.3 Material e Métodos...........................................................................................102<br />
5.4 Resultados........................................................................................................106<br />
5.5 Discussão..........................................................................................................113<br />
5. 6 Conclusões......................................................................................................116<br />
5.7 Agradecimentos...............................................................................................117<br />
5.8 Referências Bibliográficas..............................................................................118<br />
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....………………......................................................121<br />
7. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES...............................................................123<br />
vi
1. INTRODUÇÃO<br />
A família <strong>Passiflora</strong>ceae L. está incluída na ordem Malpighiales (MILWARD-<br />
DE-AZEVEDO; BAUMGRATZ, 2004), que é dividida em duas tribos, Paropsieae e<br />
Passiflorieae (DEGINANI, 1999). Esta última é representada por 17 gêneros<br />
(FEUILLET; MACDOUGAL, 2007) entre Ancitrothysus Harms, Dilkea<br />
Mast.,Mitostemma Mast., <strong>Passiflora</strong> L. estão presentes no Brasil (CERVI, 1997).<br />
Sendo o último o mais representativo (PÉREZ et al., 2007). Em nível nacional, o uso<br />
das espécies se destaca na alimentação e farmacologia, sendo pouco utilizada para<br />
o uso ornamental (PEIXOTO, 2005).<br />
Apesar de o Brasil ser considerado o principal centro de diversidade genética<br />
das espécies de <strong>Passiflora</strong> (PEIXOTO, 2005), ações antrópicas tem gerado redução<br />
das espécies e conseqüentemente, de sua variabilidade genética. Por isso, os<br />
bancos de germoplasma são considerados estratégicos para a conservação<br />
(BORÉM; MIRANDA, 2009).<br />
A Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, possui um Banco<br />
Ativo de Germoplasma (BAG-<strong>Passiflora</strong>s), no qual explora seus acessos a fim de<br />
obter híbridos interespecíficos que reúnam caracteres de interesse ornamental. As<br />
flores e folhas de passifloras possuem uma diversidade de cor, forma e tamanho,<br />
tornando-as bastante atraentes e promissoras para uso em ornamentação (ABREU<br />
et al., 2009).<br />
Porém, para que a diversidade genética disponível seja explorada, é<br />
necessário a caracterização e documentação dos acessos para uso nos programas<br />
1
de melhoramento (BORÉM; MIRANDA, 2009). A caracterização morfológica é a<br />
forma mais acessível e mais utilizada para quantificar a diversidade genética de um<br />
banco de germoplasma (RABBANI et al., 1998).<br />
Conhecer o modo de reprodução da espécie em estudo é um importante pré-<br />
requisito nos programas de melhoramento (ALLARD, 1971), pois a escolha do<br />
método adotado dependerá dessa informação. Nesse sentido, podem-se realizar<br />
estudos voltados para determinação do modo de reprodução propriamente dito, e<br />
outros voltados para observação de características que interferem no processo de<br />
polinização, como a viabilidade polínica, taxa de receptividade estigmática, a<br />
polinização in vivo, bem como o florescimento.<br />
O presente trabalho objetivou caracterizar genótipos das espécies <strong>Passiflora</strong><br />
<strong>alata</strong> Curtis e P. cincinnata Mast, quanto à morfologia floral e vegetativa, biologia da<br />
reprodução, e parâmetros fenológicos do florescimento. As espécies P. <strong>alata</strong> e P.<br />
cincinnata são de grande interesse ornamental (PEIXOTO, 2005) e agronômico<br />
(OLIVEIRA; RUGGIERO, 1998), podendo ser utilizadas como genitores em<br />
hibridações interespecíficas de passifloras. Para dessa forma, contribuir para<br />
conservar e explorar os recursos biológicos existente nos programas de pesquisas<br />
da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC.<br />
2
2. REVISÃO DE LITERATURA<br />
2.1 Família <strong>Passiflora</strong>ceae<br />
Em 1569 Nicolae Monardes descreveu espécie <strong>Passiflora</strong> incarnata, sendo<br />
esse registro considerado o primeiro do ponto de vista taxonômico na família<br />
<strong>Passiflora</strong>ceae. Porém, as passifloras haviam sido mencionadas por Cieza de Leon<br />
em 1553 como "granadilla", este nome foi utilizado em analogia com a romã, Punica<br />
granatum L. (Punicaceae) devido à semelhança do fruto (VANDERPLANK, 2000).<br />
Em 1605, flores de passiflora (<strong>Passiflora</strong> incarnata) foram enviadas por<br />
missionários católicos ao Papa Paulo V, onde as peças florais foram associadas aos<br />
símbolos da crucificação de Cristo, originando assim o nome latino da planta, "flor da<br />
paixão”, comum para os espanhóis e ingleses, mas ainda não usado no Brasil<br />
(FUMIS; SAMPAIO, 2007).<br />
Apesar do nome passiflora ser projetado por Pluckenet em 1696 (CERVI, 1997),<br />
foi em 1745 que o gênero <strong>Passiflora</strong> foi oficializado, a partir do primeiro trabalho de<br />
classificação e identificação de <strong>Passiflora</strong>, realizado por Linnnaeus, que descreveu<br />
22 espécies (VANDERPLANK, 2000).<br />
A família <strong>Passiflora</strong>cea é nativa das regiões tropicais e subtropicais<br />
(HEYWOOD, 1993), podendo encontrar plantas silvestres na Índia Ocidental,<br />
Galápagos, Austrália, Sudeste Asiático, Malásia, Filipinas, Polinésia e em algumas<br />
ilhas do Oceano Pacífico (VANDERPLANK, 2000) e ainda algumas espécies de<br />
clima temperado nas Américas, sul da China e Nova Zelândia (FEUILLET;<br />
3
MACDOUGAL, 2007). A América tropical é considerada como o principal centro de<br />
diversidade genética, incluindo desde a região Amazônica até o Paraguai e o<br />
Nordeste da Argentina (SIILVA et al., 2004).<br />
A família abrange desde espécies trepadeiras herbáceas a arbustos, e até<br />
árvores lenhosas (NUNES; QUEIROZ, 2006). É caracterizada por apresentar<br />
estípulas e gavinhas (NUNES; QUEIROZ, 2006); folhas pecioladas e alternadas;<br />
flores isoladas e axilares, hermafroditas, pentâmeras, com pétalas e sépalas<br />
alternando entre si, com presença de filamentos de corona, opérculo, androginóforo,<br />
5 estames, anteras dorsofixas, óvulos numerosos, placentação perietal, 3-4 estiletes,<br />
estigmas captados, orbiculares ou reniformes também caracterizam a família<br />
(NUNES; QUEIROZ, 2006). A corona é usada para caracterização da família,<br />
juntamente com o androginóforo, longo tubo floral de órgãos sexuais, femininos e<br />
masculinos, soldados e elevados (ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />
Em 1938, Killip descreveu 355 espécies de <strong>Passiflora</strong>, em seu trabalho<br />
intitulado “The American species of <strong>Passiflora</strong>ceae”, considerado um dos estudos<br />
mais completos no referido assunto.<br />
A sistemática ainda não resolve bem a semelhança entre algumas espécies,<br />
existindo divergência entre os taxonomistas e sistematas quanto ao número de<br />
gêneros na família e o número de espécies no gênero. Os relatos de espécies<br />
pertencentes à família incluem números como530 (WATSON; DALLWITZ, 1992;<br />
BERNACCI et al., 2003, FEUILLET; MACDOUGAL, 2007), 600 (BARROSO, 1978),<br />
630 (VANDERPLANK, 2000), 650 (JUDD et al., 1999), chegando a serem citadas<br />
cerca de 700 espécies nesta família (FEUILLET, 2004).<br />
4
2.2 Gênero <strong>Passiflora</strong><br />
O gênero <strong>Passiflora</strong> é o maior da família <strong>Passiflora</strong>ceae, com cerca de 530<br />
espécies (FEUILLET; MACDOUGAL, 2007), é numérica e economicamente o mais<br />
importante da família (PÉREZ et al., 2007), apresentando ampla variabilidade<br />
genética inter e intraespecífica (BELLON et al., 2009).Esse gênero é originário da<br />
América tropical (ALEXANDRE et al., 2004) e, pelo menos, um terço de suas<br />
espécies tem os respectivos centros de origem no Brasil (MELETTI et al., 2007), que<br />
agregam cerca de 100 a 200 espécies (BERNACCI et al., 2003; NUNES; QUEIROZ,<br />
2006). Além do Brasil, a Colômbia também concentra riqueza de espécies do gênero<br />
(PÉREZ et al., 2007).<br />
No estado da Bahia o gênero <strong>Passiflora</strong> possui 32 espéciescom ampla<br />
distribuição (NETO, 2008), sendo que P. saxicola, P. bahiensis,P. mucugeana<br />
(NUNES; QUEIROZ, 2006)e P. cacaoensis (VIANA, 2009) são consideradas<br />
endêmicas. Os principais centros de diversidade na Bahia ocorrem na floresta<br />
Atlântica do sul do estado e na Chapada Diamantina(NUNES; QUEIROZ, 2006).<br />
2.3 Botânica e taxonomia das <strong>Passiflora</strong>s<br />
As passifloras apresentam hábito herbáceo são trepadeiras, produzem flores<br />
cuja beleza desperta curiosidade e encantamento e incluem algumas poucas ervas<br />
eretas ou plantas lenhosas, arbustivas (VANDERPLANK, 2000). Em sua maioria são<br />
perenes e essencialmente pantropical, podendo encontrar algumas espécies como a<br />
P. gracilis, P. tenella que são anuais e outras espécies como P. lutea e P. incarnata<br />
5
em zonas temperadas (ULMER; MACDOUGAL, 2004) sendo esta última, utilizada<br />
em hibridações com P. edulis, por apresentar a característica de interesse:<br />
tolerância a baixa temperatura (BRUCKNER; OTONI, 1999).<br />
As principais características das plantas desse gênero são: gavinhas axilares,<br />
nectários, folhas alternas normalmente simples, coroa de estaminódios, gineceu e<br />
androceu com base comum (androginóforo) e sementes ariladas (FEUILLET,<br />
2004).Uma outra característica bastante peculiar é a variabilidade foliar encontrada,<br />
que é a maior encontrada em todas as angiospermas (MACDOUGAL, 1994).<br />
A raiz das passifloras é do tipo axial ou pivotante, porém quando propagadas<br />
por estacas podem desenvolver raízes adventícias (CUNHA et al., 2002). O caule<br />
das espécies de passifloras possui o hábito trepador, sendo delgados, pouco<br />
lenhosos e necessitam de outras plantas como suporte para suprir a necessidade de<br />
luz; são eretos, cilíndricos, lisos ou pilosos, angulados, angular-estriados, angular-<br />
alado, poucos são descritos como achatados, subangular e estriados (ULMER;<br />
MACDOUGAL, 2004). Os caules da espécie apresentam base lenhosa e ápice<br />
herbáceo, vigorosos, semi-flexíveis e trepadores, muito ramificados e, em algumas<br />
espécies, podem apresentar-se glabros ou pilosos podendo atingir 5 a10 m de<br />
comprimento (CUNHA et al., 2004). O caule pode ser cilíndrico, angular, subangular<br />
e raramente quadrangular e estriado longitudinalmente (CERVI, 1997).<br />
Na maioria das espécies as folhas são simples e alternas (NUNES;<br />
QUEIROZ, 2006)poucas espécies possuem folhas compostas como em P.<br />
deidamioides, P. cirhiflora, P. pedata, e P. trofoliata (ULMER; MACDOUGAL, 2004)<br />
são elípticas ou orbiculares, inteiras ou lobadas, 2-9 lobos, 3-5 nervuras, margem<br />
geralmente inteira, base cordada, truncada, arredondada ou cuneada, pecíolo com<br />
ou sem glândulas, glândulas peciolares sésseis, estipitadas ou pedunculadas,<br />
6
algumas vezes com glândulas nos lobos dos sinus. As nervuras são mais salientes<br />
na face abaxial e o pecíolo mede, geralmente, de 1 a 5 cm (NUNES; QUEIROZ,<br />
2006).<br />
As estípulas estão presentes em todas as espécies de passifloras, epodem<br />
ser setáceas, lineares ou foliáceas, algumas vezes decíduas. O formato das<br />
estípulas podem ser semioval, oval-oblíquo, reniforme, semi-reniforme,<br />
subreniforme, auriculadas e oval-auriculadas (ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />
Quanto ao bordo as estípulas são inteiras, denteadas, serreadas ou laciniadas, e, ao<br />
ponto de inserção, onde algumas têm como ponto de inserção a lateral, e não a<br />
base (CERVI, 1997). As gavinhas são estruturas que se desenvolvem nas axilas das<br />
folhas, geralmente são solitárias e não estão presentes nas espécies lenhosas<br />
(CUNHA et al., 2002).<br />
O pedúnculo, na maioria das espécies é único, nasce nas axilas das folhas e<br />
termina em uma flor, mas podem ocasionalmente nascer aos pares sobre ramos<br />
axilares curtos. A espécie P. multiflora é uma exceção, a qual produz de duas a seis<br />
flores em um mesmo pedúnculo (ULMER; MACDOUGAL, 2004), mais ou menos<br />
foliáceos e, geralmente, estão acompanhados de estípulas(CERVI, 1997).<br />
As brácteas normalmente estão presentes em número de três, algumas vezes<br />
decíduas, podem ser lineares ou setáceas e dispersas ao largo do pedúnculo, ou<br />
bem foliáceas de forma ovada, ovado-lanceoladas e situadas perto da base da flor,<br />
sésseis e livres. Quanto à margem ou bordo, podem ser inteiras, serreadas,<br />
denteadas, em divisões filiformes e terminadas em uma glândula. Sua forma,<br />
tamanho e posição no pedúnculo constituem caracteres de grande importância para<br />
separar subgêneros, secções e espécies (CERVI, 1997).<br />
7
As flores são geralmente muito vistosas, grandes, cíclicas, diclamídeas, de<br />
simetria radial e apresentam-se isolada ou aos pares, podendo, em algumas<br />
espécies estarem reunidas em inflorescência (VANDERPLANK, 2000). São<br />
hermafroditas, com presença de androginóforo (NUNES; QUEIROZ, 2006), cujo<br />
androceu é formado por cinco estames e o gineceu formado por três estiletes e três<br />
estigmas. Embora em estudos realizados com P. cincinnata foram observadas flores<br />
com dois, quatro ou cinco estigmas (ARAÚJO et al., 2008; KILL et al., 2010).<br />
Há uma estrutura floral cujo termo designado ao mesmo gera divergências,<br />
que pode ser designada, dentre outras, por cálice ou tubo do cálice (CERVI, 1997),<br />
ou hipanto, conforme a instrução para execução dos ensaios de distinguibilidade,<br />
homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares de maracujá, abrangendo<br />
espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos de <strong>Passiflora</strong>,<br />
na qual se encontram classificados essas estruturas em três formas: aplanada,<br />
campanulada e cilíndrica.<br />
Todas as espécies do subgênero <strong>Passiflora</strong> possuem cálice e corola. A corola<br />
tem cinco pétalas brancas ou coloridas, membranáceas, alternas às sépalas, livres<br />
ou levemente concrescidas na base, insertas nas bordas do tubo calicinal; com<br />
muita freqüência as sépalas são carnosas, membranáceas ou subcoriáceas e<br />
apresentam quase sempre uma arista foliácea ou corno dorsal próximo do ápice<br />
(CERVI, 1997).<br />
A corona é considerada a estrutura mais marcante do gênero (SOUZA;<br />
PEREIRA, 2003; MUSCHNER, 2005; NUNES; QUEIROZ, 2006; ABREU, 2009).<br />
Esta é formada por um a cinco verticilos, inserta na base do tubo calicinal e<br />
composta por filamentos diversos, de cores vivas e atraentes. Os filamentos por sua<br />
8
vez são bandeados com diversas cores no sentido horizontal (VANDERPLANK,<br />
2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />
O ovário é súpero, localizado no ápice do androginóforo, tricarpelar e<br />
unilocular. Com muitos óvulos de placentação parietal. O ovário é globuloso, ovóide<br />
ou fusiforme, unilocular, com placentação parietal Os estiletes, em número de três,<br />
são livres ou unidos na base (NUNES; QUEIROZ, 2006).<br />
Seus frutos são caracterizados como bagas, geralmente indeiscentes, exceto<br />
em P. capsularis e P. rubra (cápsula loculicida), globosos ou ovóides, raramente<br />
fusiformes, possuindo, no geral, coloração amarela, existindo, frutos de coloração<br />
vermelha e roxa (VANDERPLANK, 2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004). A casca é<br />
coriácea, quebradiça e lisa, protegendo o mesocarpo, no interior do qual estão as<br />
sementes. Estas são, em sua maioria, comprimidas, reticuladas, pontuadas ou<br />
transversalmente alveoladas, envolvidas por um arilo mucilaginoso<br />
(VANDERPLANK, 2000). As sementes são tidas como ortodoxas ou ortodoxas<br />
intermediárias, tolerantes à perda de umidade (NUNES; QUEIROZ, 2001).<br />
2.4 As espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />
<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis, é nativa do Brasil, e conhecida popularmente como<br />
maracujá-doce, maracujá-grande, maracujá-alado, maracujá-de-refresco, maracujá-<br />
guaçu; tem ocorrência generalizada, podendo ser encontrada nas regiões<br />
Norte,Nordeste, Sudeste, Centro Oeste e Sul (JUNQUEIRA et al., 2001). No estado<br />
do Rio Grande do Sul é considerada uma espécie invasora (CERVI, 1997;<br />
BRUCKER; PICANÇO, 2001; KOEHLER-SANTOS et al., 2006). Pode ser cultivada<br />
de norte a sul do país, devido a boa adaptação a diferentes condições<br />
9
edafoclimáticas (VASCONCELLOS et al. 2001). Acessos silvestres de P. <strong>alata</strong><br />
podem ainda ser encontrados no Peru (CUNHA et al., 2002).<br />
O principal uso do maracujá doce é na alimentação humana (MARTINS et al.,<br />
2003), mas é também bastante utilizado na indústria farmacêutica (LIMA; CUNHA,<br />
2004). O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, sendo P. <strong>alata</strong> a terceira<br />
espécie mais cultivada (MANICA et al., 2005). Seu cultivo no Brasil é conseqüência<br />
da sua elevada cotação no mercado de frutas frescas, devido à sua polpa ser<br />
bastante saborosa e doce.<br />
Apesar do seu potencial de mercado agronômico, P. <strong>alata</strong> apresenta<br />
problemas de suscetibilidade a pragas e doenças durante o cultivo<br />
(VASCONCELLOS et al., 2001), bem como alta perecibilidade e suscetibilidade a<br />
doenças pós colheita (ANSELMO; JUNQUEIRA, 1997).<br />
Trata-se de uma planta glabra de caule quadrangular e de aresta alada,<br />
gavinhas axilares robustas, estípulas lanceoladas, folhas lanceoladas inteiras,<br />
medindo em média 7 a 15 cm de comprimento e 5 a 10 cm de largura (BRAGA et al.,<br />
2005).<br />
As flores são solitárias, sustentadas por um pedúnculo do qual parte um único<br />
pedicelo, geralmente são pendentes, porém quando arbustivo, ficam oclusas na<br />
folhagem (VARASSIN; SILVA, 1999). Essas possuem tanto estruturas masculinas<br />
quanto femininas, mas ainda assim apresentam um sistema de reprodução auto-<br />
incompatível, não realizando autopolinização (LOSS et al., 2006).<br />
A corona reúne todas as estruturas contidas entre as pétalas e os estames,<br />
ou seja, duas séries de fímbrias, o opérculo, o anel da câmara nectarífera e o límen,<br />
as fímbrias por sua vez, são projeções filiformes adjacentes às pétalas, rajadas de<br />
branco e roxo, carnosas, bastante alongadas, ultrapassando a altura dos estiletes<br />
10
e/ou estigmas e formam uma barreira ao acesso da câmara nectarífera (VARASSIN;<br />
SILVA, 1999).<br />
O valor ornamental é conferido pelas belas flores que a planta produz<br />
(Peixoto, 2005), as quais exercem atração pelo seu tamanho, pela exuberância de<br />
suas cores e pela originalidade de suas formas (VASCONCELLOS; CEREDA 1994),<br />
podendo ainda ser utilizadas em trabalhos de paisagismo devido à beleza das<br />
mesmas (LORENZI; SOUZA, 2001).<br />
<strong>Passiflora</strong> cincinnata Mast é uma espécie silvestre, não comercial, incluída na<br />
série Incarnata (APONTE; JÁUREGUI, 2004), popularmente conhecida como<br />
maracujá-mochila, maracujá-do-mato ou maracujá-tubarão (BERNACCI et al., 2003).<br />
Distribuem-se do nordeste do Brasil até o norte da Argentina, sudeste do Paraguai e<br />
oeste da Bolívia, e foi introduzida na Venezuela (VANDERPLANCK, 2000). No Brasil<br />
é encontrada em Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Santa Catarina, Alagoas e<br />
Bahia, dentre outros estados (OLIVEIRA; RUGGIERO, 2005).<br />
P. cincinnata é descrita como uma espécie nativa da caatinga, liana glabra ou<br />
levemente pilosa, de caule cilíndrico, cujas flores são axilares, de coloração azul-<br />
rosadas ou violeta e frutos globosos ou ovóides; é aplicado para fins nutricionais<br />
(KILL et al., 2010), medicinais (ZUCARELLI, 2007), ornamentais (VANDERPLANCK,<br />
2000). Por causa de suas características de fruto, também é empregada como fonte<br />
de genes em programas de melhoramento (MELETTI et al., 2002).<br />
Seus frutos são comercializados nas pequenas feiras livres das regiões<br />
semiáridas, sendo explorada apenas para subsistência e de forma extrativista (KILL<br />
et al., 2010) e o produto processado na forma de geléia foi incluído na merenda<br />
escolar dos municípios de Uauá, Curaçá e Canudos na Bahia e já começa a ser<br />
exportado para Alemanha e Itália ( ARAÚJO, 2007).<br />
11
Apresenta resistência a patógenos sistêmicos que afetam outras espécies de<br />
<strong>Passiflora</strong> (OLIVEIRA; RUGGIERO, 2005), por isso vem sendo utilizada em<br />
programas de melhoramento genético, principalmente para obtenção de genótipos,<br />
tolerante a bactéria Xanthomonas campestris (MELETTI et al., 2002) e nematóides<br />
(OLIVEIRA; RUGGIERO, 1998). Também vem sendo utilizada devido á resistência à<br />
seca (ARAÚJO, 2007), sendo assim utilizada na produção de porta enxerto<br />
(ZUCARELI et al., 2009).<br />
P. cincinnata foi cultivada como planta ornamental por vários anos na<br />
Inglaterra e em outros países do continente europeu, posteriormente perdeu a<br />
popularidade a ponto de ser cultivada apenas em coleções particulares. Possui<br />
caráter ornamental devido às flores de beleza admirável, grandes, de cor violeta,<br />
possuindo os filamentos da corona torcidos e colorido em bandas, além de<br />
agradável fragrância (VANDERPLANCK, 2000).<br />
2.5. Importância das passifloras silvestres na ornamentação<br />
O início do uso das passifloras como planta ornamental é datada desde 1625,<br />
século XVII, na Europa. Por cerca de 200 anos o cultivo se limitou ao uso de P.<br />
caerulea e P. incarnata, até que em 1819 Thomas Milne cruzou P. racemosa com P.<br />
caerulea, obtendo assim o primeiro híbrido artificial, nomeado de P. „violacea‟. Com<br />
as guerras mundiais, as espécies e híbridos foram perdidos, sendo o cultivo<br />
retomado apenas no final dos anos 1990 (PEIXOTO, 2005)<br />
Atualmente, as espécies ornamentais precursoras se destacam em muitos<br />
países europeus e, nos EUA, no mercado de mudas híbridas (VANDERPLANK,<br />
2000). Os híbridos interespecíficos são divulgados mundialmente pela revista<br />
12
<strong>Passiflora</strong> (KING, 2000), com comercialização de plantas e semente pela Internet<br />
(RUSHING, 2003;www.Raintreenursery.com/ catalog).<br />
As passifloras podem ser cultivadas de modo decorativo, com efeito<br />
harmonioso entre vaso e planta (SOUZA et al., 2006a), ou para a ornamentação de<br />
jardins, seja em cercas, muros ou pérgulas (VANDERPLANK, 2000; ULMER;<br />
MACDOUGAL, 2004).<br />
P. <strong>alata</strong> Dryand. e P. edulis Sims, esta última em menor escala, são utilizadas<br />
juntas em pérgulas ou cercas no sudeste do país. P. edulis Sims juntamente com<br />
<strong>Passiflora</strong> coccínea Aubl. são utilizadas no norte, enquanto que no nordeste a<br />
espécie utilizada é a P. cincinata Mast. Embora com clima favorável e uma<br />
diversidade de espécies, o Brasil ainda não tem a cultura de utilizar passifloras para<br />
ornamentação (SOUZA; PEREIRA, 2003), diferentemente de alguns países do<br />
hemisfério norte que tem produzido e registrado mais de 400 híbridos para fins<br />
ornamentais (PEIXOTO, 2005).<br />
Características como flores de beleza inquestionável, com exuberância de<br />
cores, variando do forte e brilhante ao suave e marcante (VANDERPLANK, 2000;<br />
ABREU et al., 2008); número abundante de flores; florescimento mais de uma vez<br />
ao ano e variabilidade de formas foliares (SOUZA; PEREIRA, 2003),além da<br />
presença da corona, conferem às passifloras interesse ornamental. Além da beleza<br />
original das espécies silvestres, os híbridos produzidos a partir destas apresentam<br />
atributos estéticos ainda mais atraentes, somado ao fato de que, muitos destes<br />
apresentam resistência às diferentes condições climáticas (VANDERPLANK, 2000).<br />
Várias são as possibilidades do uso de passiflora como plantas ornamentais.<br />
O cultivo em vaso, por exemplo, é possível mediante ao uso de suporte adequado,<br />
aliado a uma poda cuidadosa (PEIXOTO, 2005). Em pérgulas ao sol, pode-se usar<br />
13
espécies como P. seemanni Griseb.,P.actinia Hook, P. sidaefolia M. Roem, P. triloba<br />
e P. serrato-digitada e P. <strong>alata</strong>, que são grandes, pendentes, de coloração marcante<br />
e próprias para tal ambiente (MELETTI et al., 2003). Para utilização em cercas-vivas,<br />
recomenda-se P. sanguinolenta Mast, P. tulae Urb e P. auriculata, que possuem<br />
numerosas flores pequenas. Para ambientes de meia sombra como varandas, pode-<br />
se usar P. kermesina, que mesmo na ausência de flores, são atrativas pela<br />
coloração avermelhada na face abaxial das folhas, e produzem inúmeras e<br />
belíssimas flores por um longo período do ano (PEIXOTO, 2005).<br />
2.6 BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA<br />
Devido tanto a questões culturais, quanto a pouca informação disponibilizada,<br />
as espécies exóticas compõem a base do mercado brasileiro de plantas ornamentais<br />
(MARTINI et al., 2010). Assim as plantas nativas de caráter ornamental são<br />
subutilizadas e algumas ainda desconhecidas pela população já se encontram em<br />
processo de extinção, devido a várias ações antrópicas, como, por exemplo, a<br />
urbanização (FISCHER et al., 2007). Justificando assim a importância e necessidade<br />
de criação e manutenção de bancos de germoplasma seja por sua característica de<br />
conservação genética, seja para atender aos programas de melhoramento, uma vez<br />
que, quando os acessos são caracterizados, além de armazenar e disponibilizar,<br />
pode fornecer informações a respeito de determinado acesso, identificando assim<br />
possíveis características de importância para os programas de melhoramento<br />
genético (CARVALHO; QUESENBERRY, 2009).<br />
Os bancos de germoplasma funcionam como conservação ex situ, em que<br />
uma amostra da variabilidade genética de determinada espécie é conservada fora<br />
14
de seu habitat (BORÉM; MIRANDA, 2009) por curto ou médio prazo (ENGELMANN,<br />
1991). Há, no Brasil, cerca de 67 espécies de passifloras mantidas em diferentes<br />
BAGs: CNPMF, UNESP, IAPAR, IAC, CPAC, ESALQ, UENF, UFRRJ (FERREIRA,<br />
2005) e UESC (PEREIRA; SOUZA, 2005).<br />
2.7 Caracterização morfológica de germoplasma<br />
A caracterização permite identificar acessos duplicados, estabelecer coleções<br />
nucleares, identificar os modos de reprodução predominantes nos acessos, bem<br />
como inferir a ocorrência ou não de variabilidade genética entre os acessos (VALLS,<br />
2007). O conhecimento dos acessos conservados com correta classificação<br />
botânica, nível de diversidade, caracterização agronômica, fenótipos de interesse<br />
econômico ou polimorfismo molecular são fundamentais, mas ainda iniciais na<br />
maioria das coleções (FERREIRA; RANGEL, 2005).<br />
Caracterização morfológica é um processo pelo qual, por meio da utilização<br />
de uma lista descritiva, maiores informações sobre o germoplasma conservado<br />
podem ser obtidas, tornando assim a utilização do mesmo mais efetiva(RAMOS;<br />
QUEIROZ, 1999), sendo normalmente a forma mais acessível e mais utilizada para<br />
quantificar a diversidade genética de um BAG (RABBANI et al., 1998). A lei de n°<br />
9456/1997, referente à proteção de cultivares, em seu inciso II do artigo 3º,<br />
conceitua descritores como as características morfológicas, fisiológicas, bioquímicas<br />
ou moleculares que sejam herdadas geneticamente, utilizadas na identificação de<br />
uma cultivar.<br />
Os caracteres descritivos são diferenciados em fixos e variáveis, onde os<br />
primeiros, também chamados qualitativos, dependem de um ou poucos genes,<br />
15
sofrem pouca influência ambiental e não podem ser medidos por um sistema de<br />
numeração contínua. Os chamados variáveis ou quantitativos dependem da ação de<br />
muitos ou poucos genes que interagem com o meio ambiente, e seus valores são<br />
expressos em números (SILVA, 2005).<br />
Caracterização agronômica, morfológica e citogenética foram realizadas em<br />
seleções do BAG de passifloras do IAC, denominadas „Roxinho-Miúdo‟, „Paulista‟ e<br />
„Maracujá-Maçã‟, para identificar cruzamentos com características comerciais<br />
desejáveis e disponibilizar sementes de matrizes selecionadas aos produtores<br />
(MELETTI et al., 2005). Neste estudo, todas as seleções apresentaram<br />
características comerciais desejáveis. A divergência genética através de dados<br />
morfológicos foi estimada entre acessos de <strong>Passiflora</strong> cincinnata Mast. conservados<br />
na coleção de trabalho da Embrapa Semi-Árido (ARAÚJO et al., 2008).A avaliação<br />
foi realizada em 32 acessos, com base em 23 caracteres. Os acessos apresentaram<br />
variabilidade genética para todos os descritores utilizados na avaliação.<br />
Recentemente foi lançada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />
Abastecimento a instrução para execução dos ensaios de distinguibilidade,<br />
homogeneidade e estabilidade (DHE) de cultivares de maracujá, abrangendo<br />
espécies ornamentais, medicinais, frutíferas e híbridos interespecíficos (MAPA,<br />
2008), uniformizando assim o procedimento técnico de comprovação de que a<br />
cultivar apresentada é distinta de outra.<br />
Caracterizar morfologicamente espécies silvestres de passiflora, explorando<br />
principalmente os aspectos ornamentais, é algo ainda incipiente, tornando assim<br />
esta atividade necessária. Para o mercado de plantas ornamentais, a caracterização<br />
de espécies visando à obtenção de genitores para programas de melhoramento é de<br />
grande interesse, gerando novas cultivares que atentam às exigências do mercado<br />
16
de planta ornamental.Por meio da observação de descritores morfológicos<br />
associados a análise estatística multivariada, têm sido realizados estudos referentes<br />
à caracterização, variabilidade, diversidade e divergência genética em várias<br />
espécies: batata-doce, Ipomea batatas L. (DAROS et al., 2002), maracujazeiro-doce,<br />
<strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis (MELETTI et al., 2003), <strong>Passiflora</strong> edulis f. flavicarpa Deg<br />
(NEGREIROS et al., 2007), milho, Zea mays (PAIXÃO et al., 2008), amendoin<br />
forrageiro, Arachis pintoi (CARVALHO; QUESENBERRY, 2009) cebola, Allium cepa<br />
L. (BUZAR et al., 2009) entre outros.<br />
2.9 Biologia da reprodução<br />
A caracterização da biologia da reprodução em plantas é realizada<br />
principalmente para conhecer o modo de reprodução da espécie de interesse. Para<br />
programas de melhoramento essa caracterização é um pré-requisito importante<br />
(ALLARD, 1971), pois o fato da planta ser autógama (autofecundação) ou alógama<br />
(fecundação cruzada) auxiliará no manejo da espécie para sua manutenção no BAG.<br />
Com esse conhecimento, diferenciadas práticas de polinização poderão ser<br />
adotadas (CRUDEN, 1977) e interferirão na escolha do método de melhoramento a<br />
ser adotado (BORÉM; MIRANDA, 2009).<br />
A estrutura de uma população autógama é caracterizada pela mistura de<br />
plantas homozigóticas e a variedade melhorada é, às vezes, um simples genótipo<br />
que se reproduz fielmente. A cultura alógama pode ser comparada a um pool de<br />
genes que se combinam de várias maneiras para formar diversos genótipos,<br />
geração após geração, onde uma simples planta pode produzir muitos tipos de<br />
17
gameta que sempre se combinam ou, que na maioria das vezes, associam-se com<br />
gametas de outras plantas (AMARAL et al., 2005).<br />
Na maioria das passifloras, a reprodução através da polinização cruzada é<br />
determinada pela morfologia da flor, onde as anteras são localizadas abaixo do<br />
estigma; e, principalmente, devido à auto-incompatibilidade(BRUCKNER et al.,<br />
2002).Nas passifloras existem dois mecanismos principais que favorecem a<br />
alogamia: a deflexão dos estiletes (ENDRESS, 1994) e a auto-<br />
incompatibilidade(LOSS, 2006).<br />
2.10 Biologia floral em passifloras<br />
As espécies do gênero <strong>Passiflora</strong> possuem anteras tetraesporangeadas e<br />
deiscentes mediante duas fendas longitudinais, com epiderme persistente e próxima<br />
à linha de deiscência podem existir células epidérmicas alongadas que auxiliam na<br />
abertura das mesmas.<br />
O endotécio representa o estrato subepidérmico das anteras e normalmente<br />
possui espessamentos. Nas espécies de <strong>Passiflora</strong> são lignificados, mas reagem à<br />
detecção de celulose (DETTKE, 2009).<br />
Ao longo da antese os filetes, antes eretos no botão, iniciam o movimento de<br />
curvatura para baixo, ocorrendo também a movimentação das anteras, que ficam<br />
com face deiscente voltada em direção à corona e já com os grãos de pólen<br />
disponíveis (VARASSIN; SILVA, 1999). Essa movimentação de estiletes e filetes<br />
pode acontecer em tempos diferentes, favorecendo a dicogamia funcional<br />
(VARASSIN et al., 2001).Existem flores que são consideradas funcionalmente<br />
masculinas, devido a não flexão dos estiletes (VARASSIN et al., 2001), como ocorre<br />
18
em P. <strong>alata</strong> Curtis (VARASSIN; SILVA, 1999) e P. cincinnata Mast. (KILL et al.,<br />
2010). Em P. cincinnata, a deiscência das anteras ocorre antes da abertura da flor<br />
(APONTE; JAUREGUI, 2004).<br />
Em <strong>Passiflora</strong> os grãos de pólen contêm substâncias lipofílicas junto à exina,<br />
denominadas pollenkit, que são derivadas das células do tapete, liberadas quando<br />
ocorre senescência do mesmo nas anteras maduras e são depositadas entre ou<br />
sobre espaços existentes na exina (SOUZA et al., 2004).<br />
Grãos de pólen de espécies de <strong>Passiflora</strong> são 6-colporados (P. misera, P.<br />
morifolia Mast.,P. organensis Gardnere P. suberosa L.) ou 12-colporados (P.<br />
capsularis e P. pohlii), com os colpos livres, (MILWARD-DE-<br />
AZEVEDO;BAUMGRATZ, 2004).<br />
O gineceu é formado por ovário súpero, normalmente afilado no ápice e<br />
apresenta três estiletes/estigma (CUNHA et al., 2004). Em algumas espécies como<br />
P. cincinnata foram observadas flores com dois, quatro e até cinco estigmas (KILL et<br />
al., 2010). O ovário pode ser tricarpelar, unilocular e de placenta perietal, como em<br />
P. suberosa (SILVÉRIO et al., 2009); globoso, com base dilatada, glabro, como em<br />
P. mucugeana T. N. Senna (NUNES; QUEIROZ, 2006); oblongo ou elíptico como<br />
em P. racemosa e P. truncata Regel, respectivamente(MILWARD-DE-AZEVEDO;<br />
VALENTE, 2004), e ovóide como em P. edulis(SIQUEIRA et al., 2009) e P. sidaefolia<br />
M. Roemer (MILWARD-DE-AZEVEDO; VALENTE, 2004). O ovário é multiovulado,<br />
cujo número varia de espécie para espécie, em P. coccinea o numero de óvulo por<br />
flor encontrado ficou em média de 437 (STORTI, 2002), enquanto que para o<br />
maracujazeiro amarelo uma média de 390 para as flores com três estigmas e 674,5<br />
para as flores com quatro estigmas (SIQUEIRA et al., 2009).<br />
19
Estudos realizados em maracujá amarelo revelaram que o pistilo é do tipo<br />
fechado ou sólido, constituído por uma densa camada epidérmica, alguns tricomas,<br />
células corticais (parenquimática), e no centro possui tecidos de transmissão, o qual<br />
tem paredes espessas, células alongadas (cujo tubo polínico passa entre ou dentro),<br />
rico em amido e proteína que também favorece ao desenvolvimento do tubo<br />
polínico.<br />
As flores podem apresentar estiletes sem curvatura (SC), parcialmente curvo<br />
(PC) ou totalmente curvo (TC), podendo em uma mesma planta serem encontrados<br />
os três tipos (RUGGIERO, 1973). A deflexão do estigma é utilizada para determinar<br />
o início da receptividade (JANZEN, 1968), porém foi verificado em P. <strong>alata</strong> que esse<br />
fenômeno independe da deflexão, podendo estar receptivo com os estiletes<br />
flexionados ou não (VARASSIN; SILVA, 1999).<br />
O estigma é seco, pouco exudado, com epiderme lisa, com papilas<br />
multicelulares e glicoprotéica que favorece a interação estigma – grão de pólen<br />
(SOUZA et al., 2006).<br />
2.11 Compatibilidade genética<br />
A auto-incompatibilidade em <strong>Passiflora</strong> é relatada desde o século XIX<br />
(NETTANCOURT, 1977). Estudos iniciais relataram que o sistema de auto-<br />
incompatibilidade no maracujazeiro era do tipo esporofítica, uma vez que a reação<br />
de rejeição ocorre no estigma, e esta característica seria controlada por um loco com<br />
cinco alelos responsáveis (HO; SHII, 1986). Estudos posteriores verificaram que<br />
crescimento do tubo polínico foi inibido no tecido de transmissão do estilete,<br />
indicando a existência do sistema gametofítico (RÊGO et al., 2000).Há ainda a<br />
20
evidencia que a auto-incompatibilidade é controlada por seis alelos (S1 a S6) e dois<br />
locos gênicos, ao invés de um (RÊGO et al., 2000), provavelmente devido à<br />
presença de genes gametofíticos agindo em associação com genes esporofíticos<br />
(SUASSUNA et al., 2003). Contudo a auto-incompatibilidade no maracujazeiro-<br />
amarelo não resulta somente da série de alelos S, mas também de outros locos, que<br />
devem estar condicionados por um complexo gênico (FALLEIRO, 2000).<br />
A reprodução de forma sexuada em <strong>Passiflora</strong> envolve diferentes sistemas de<br />
reprodução, dependendo da espécie (ENDRESS, 1994). As espécies P. incarnata L.<br />
(MCGUIRE, 1999) por exemplo, são espécies auto-incompatíveis, enquanto que P.<br />
capsulares L. é autocompativel (FARIA; STEHMANN, 2010). Em um provável<br />
mutante de P. edulis f. flavicarpa, com flores de corona branca que foram utilizadas<br />
como marcador fenotípico, os resultados de polinização in vivo e comportamento<br />
meiótico o indicaram como autocompatível, com gametas normais, sendo assim<br />
considerado um genótipo promissor aos programas de melhoramento (SOUZA et al.,<br />
2010).<br />
2.12 Viabilidade Polínica e Receptividade do Estigma<br />
A análise da viabilidade polínica é considerada importante e útil na condução<br />
de experimentos nas áreas agrícola e biotecnológica, pois possibilita correlacionar<br />
anormalidades meióticas à infertilidade do pólen, auxiliar na seleção de materiais<br />
genéticos e fazer inferências sobre as direções dos cruzamentos (TECHIO, 2002). A<br />
viabilidade do pólen fornece informações básicas de aplicação prática na<br />
conservação genética, bem como na agricultura, para o planejamento de programas<br />
21
de melhoramento além de contribuir em estudos taxonômicos, ecológicos e<br />
palinológicos (ALEXANDER, 1980; ARROYO, 1981; GUINET 1989).<br />
O estudo da viabilidade polínica para o melhoramento de plantas é<br />
extremamente importante, pois em espécies alógamas, cada grão de pólen leva<br />
consigo a carga genética conseqüente da homozigose, fazendo com que essas<br />
plantas não transmitam para a próxima geração genótipos em que os genes estejam<br />
fixados ou em homozigose, mas sim o próprio gameta, tamanha a probabilidade de<br />
diferentes combinações entre os alelos (SOUZA et al., 2002). Considerando-se que<br />
a manifestação do genótipo de um indivíduo é o resultado da contribuição trazida<br />
pelos gametas masculinos e femininos, quanto maior a viabilidade polínica, maior a<br />
possibilidade da formação de diferentes combinações entre alelos, e em última<br />
análise, de variabilidade genética (SOUZA et al., 2002).<br />
Há alta correlação entre o comprimento de botão e de antera (SOUZA et al.,<br />
2002). Tratando-se das fases meióticas durante a microsporogênese estas<br />
características não devem ser usadas como parâmetros indicativos, porém o<br />
tamanho do botão floral pode ser associado aos estágios da microgametogênese<br />
(SOUZA et al., 2002). Outros estudos mostram que não o tamanho, mas o formato<br />
da base do botão está associado ao desenvolvimento do micrósporo (WILLCOX et<br />
al., 1990). Para estudos no maracujazeiro, o tamanho de antera é o mais indicado<br />
para diferenciação entre meiose I e II, enquanto que o tamanho de botão foi o mais<br />
indicado para diferenciação apenas entre microsporogênese e microgametogênese<br />
(SOUZA et al., 2002).<br />
É notada a diferença de tamanho de grãos de pólen em várias espécies de<br />
<strong>Passiflora</strong>. A ocorrência de grãos de pólen muito grande está associada à<br />
irregularidades na segregação dos cromossomos durante a meiose, havendo a<br />
22
formação de tríades ao invés de tétrades, como ocorre em P. edmundoi (SOUZA et<br />
al., 2002).<br />
A necessidade de avaliar a viabilidade do pólen usado na polinização artificial<br />
e em experimentos de melhoramento genético é muito importante (STONE et al.,<br />
1995) assim como a compreensão dos problemas de esterilidade (RODRIGUEZ-<br />
RIANO; DAFNI, 2000), sendo para qualquer espécie de planta, essencial para<br />
melhoristas e produtores de sementes comerciais (RIGAMOTO; TYAGI, 2002).<br />
A taxa de fertilização e o sucesso de polinização podem ser influenciados<br />
também pela receptividade do estigma (SOUZA et al., 2004).<br />
Conhecer o período que o estigma encontra-se receptivo ao grão de pólen, é<br />
fundamental para garantir o sucesso em experimentos de hibridação e em todo e<br />
qualquer procedimento que ocorra polinização artificial (BRUCKNER et al., 1995).<br />
Permitindo assim programar o processo de polinização, em termos de tempo<br />
despendido e quantidade de pólen utilizado, uma vez que devido à falta de<br />
informações sobre o período exato de receptividade do estigma, as polinizações são<br />
feitas repetidas vezes, para assegurar produção de sementes (HODGSON, 1976).<br />
Existem numerosas técnicas para estimar a receptividade do estigma (DAFNI,<br />
1992; KEARNS; INOUYE, 1993), uma delas é o uso de peróxido de hidrogênio, onde<br />
ocorre a detecção da ação da peroxidase (OSBORN et al., 1998) sendo este um<br />
método simples e barato (MAUÉS, COUTURIER, 2002).<br />
No maracujazeiro amarelo o número de estigma polinizado (um, dois, três ou<br />
quatro) não interfere na formação de frutos, pode interferir na qualidade de suas<br />
características como números de semente, espessura da casca, peso e diâmetro do<br />
fruto, essas estão correlacionadas com maior número de óvulos da planta e com o<br />
23
ecebimento do maior número de grãos de pólen distribuídos de forma homogênea<br />
nos estigmas (SIQUEIRA et al., 2009).<br />
A receptividade estigmática tem sido avaliada durante o tempo de abertura da<br />
flor, por meio de testes histoquímicos associados à polinização in vivo. Resultados<br />
de experimentos realizados com maracujá amarelo mostraram contraste entre o<br />
teste histoquímico e a polinização controlada, onde os primeiros indicaram<br />
receptividade de 85% até cinco horas após abertura da flor, enquanto que a<br />
polinização controlada apresentou valores médios inferiores a 35% nesse mesmo<br />
horário (SOUZA et al., 2004). Testes similares foram realizados em P. suberosa, P.<br />
coriacea e P. morifolia, cujos resultados referentes aos testes histoquímicos<br />
mostraram estigmas receptivos em todos os horários, para todas as espécies.<br />
Tratando da polinização controlada, houve comportamento diferenciado do<br />
histoquímico a depender da espécie, sendo que em P. suberosa os índices de<br />
receptividade mostraram-se superiores a 60%, mesmo as 17horas, em P. morifolia<br />
os melhores índices ocorreram das 9 às 13 horas, enquanto que em P. suberosa os<br />
melhores resultados foram os de 7 horas (FONSECA et al., 2005).<br />
2.13 Fenologia do florescimento e caracterização de <strong>Passiflora</strong>s<br />
Para que ocorra o florescimento, o meristema caulinar vegetativo deve<br />
diferenciar-se em estruturas reprodutivas, nesse processo diferentes sinais,<br />
indutores do florescimento (ambientais e fisiológicos), são detectados pelas folhas,<br />
produzindo estímulos florais no meristema apical ou induzindo diretamente o<br />
desenvolvimento dos primórdios florais (BOSS et al., 2004).<br />
24
O modelo de atividade gênica responsável pelo controle da arquitetura floral<br />
da maioria das dicotiledôneas com flores completas foi obtido a partir de mutações<br />
em genes homeóticos em Arabidopsis thaliana (ANGELO, 2005). Este modelo<br />
conhecido como modelo ABC reúne os genes ativos nas vias que definem a<br />
identidade dos meristemas florais, agindo de forma combinada. A classe A é<br />
constituída pelos genes APETALA1 e 2 (AP1 e AP2) cuja expressão age sobre a<br />
formação das sépalas; a classe B é constituída pelos genes APETALA 03 (AP3) e<br />
PISTILLATA (PI), a combinação AB atua sobre a formação das pétalas, os genes<br />
AGAMOUS (AG) constituem a classe C, cuja combinação específica de BC é<br />
responsável pela formação de estames e, a expressão de C, pela formação dos<br />
carpelos (JACK, 2004).O gene LFY foi identificado como atuante na transição do<br />
meristema vegetativo para meristema reprodutivo pois induz a expressão do AP1<br />
(HEMPEL et al.,2000). Além dessa função, fala-se que o LFY também regula no<br />
desenvolvimento de diferentes produtos do meristema apical como folhas e<br />
gavinhas, e as passifloras tem sido fortemente utilizadas para verificação de tal<br />
função, uma vez que contém as estruturas morfológicas em que o referido gene atua<br />
(CUTRI, 2009).<br />
A emissão das primeiras peças florais, na gema floralmente determinada, é<br />
chamada de evocação floral (PEREIRA et al., 2003). Em plantas de flores<br />
completas, durante a evocação floral, os genes homeóticos interagem entre si e com<br />
outros genes também relacionados com o florescimento, resultando no surgimento<br />
seqüencial das peças florais, onde as células primordiais na camada mais externa<br />
dão origem às sépalas, aquelas na segunda camada originam as pétalas, na terceira<br />
camada as células tornam-se estames e aquelas na quarta e mais interna camada<br />
dão origem aos carpelos (ANGELO, 2005).<br />
25
A fenologia do florescimento pode ser influenciada por diversos fatores<br />
ambientais, como umidade, temperatura ou radiação (MICHALSKI; DURKA, 2007). A<br />
temperatura, por exemplo, afeta os índices de desenvolvimento da flor e pode levar<br />
a variação do florescimento em um determinado período (MURZA; DAVIS, 2005).<br />
Assim, é possível observar diferenças entre genitores, referente a parâmetros<br />
fenológicos do florescimento, como taxa, pico, intensidade relativa (%) e duração<br />
média de florescimento, número de flores/dia e precocidade de florescimento (ROZA<br />
et al., 2005), dentre outros.<br />
Estudos revelaram que P. palmeri, P. tricspis, P. foetida, P.coreacea, P.<br />
galbana, P. misera, P. morifolia e P. micropetala, apresentaram os respectivos<br />
valores médios para os parâmetros de florescimento: a) taxa (%) – 1,56; 5,82; 5,97;<br />
2,94; 1,24; 4,65; 1,78; 2,28 b) Pico – 3,5; 39,5; 13,0; 11,0; 2,25; 18,5; 4,25; 3,5 c)<br />
Intensidade relativa (%) – 8,85; 3,59; 6,36; 3,99; 3,77; 4,98; 1,24; 2,95 d) Duração<br />
média (dias) – 23,2; 96,0; 33,2; 23,5; 12,0; 43,0; 48,5; 21,5 e) Duração do<br />
crescimento do botão floral (dias) – 13,0; 16,5; 13,5; 20,5; 25,5; 19,3; 16,0; 13,7<br />
(ROZA et al., 2005)<br />
A maioria das espécies de <strong>Passiflora</strong> floresce abundantemente durante vários<br />
meses no ano. Os meses entre março e maio correspondem ao período de<br />
florescimento paraP. amethystina e P. suberosa, enquanto que para P. cincinnata é<br />
de março a dezembro (DUARTE et al., 2009); para o maracujá-amarelo foi<br />
observado uma duração de nove meses de floração, de setembro a maio<br />
(BENEVIDES et al., 2009); em P. setacea foi observado florescimento durante os<br />
meses de setembro a fevereiro, em P. recurva Mast. de agosto a dezembro, em P.<br />
kermesina Link. de fevereiro a novembro (NUNES; QUEIROZ, 2001).<br />
26
Em muitas espécies as flores permanecem abertas por um dia, como em P.<br />
amethystina, P. suberosa, P. cincinnata (DUARTEet al., 2009), em outras como P.<br />
aurantia G. Forster, P. cinnabarina Lindl, P. herbertiana Ker Gawle P. jorullensis<br />
Kunthas flores permanecem abertas por até três dias (ULMER; MACDOUGAL,<br />
2004).<br />
27
3. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E DIVERSIDADE GENÉTICA DE<br />
GENÓTIPOS DE P. <strong>alata</strong> CURTISE P. cincinnata MAST<br />
3.1 RESUMO<br />
A variabilidade genética de 11 genótipos de <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis e16 de <strong>Passiflora</strong><br />
cincinnata Mast mantidos no Banco de Germoplasma da UESC foi avaliada a partir<br />
de descritores morfológicos quantitativos e qualitativos. Os genótipos foram<br />
avaliados em campo, em delineamento de blocos ao acaso, com três repetições das<br />
quais foram avaliadas 5 flores, totalizando 15 flores por genótipo. Para a análise<br />
multivariada, diversos caracteres foram dimensionados simultaneamente, inferindo-<br />
se sobre a importância dos caracteres que mais influenciaram na divergência, bem<br />
como identificando os genótipos e, ou grupos de genótipos que divergem mais<br />
oumenos entre si, indicando assim combinações de genótipos com tendências mais<br />
promissoras, a depender do objetivo, antes da realização do cruzamento. Por meio<br />
da análise multivariada aplicando a técnica de agrupamento de Mahalanobs por<br />
ligação simples, otimização de Tocher e variáveis canônicas, notou-se agrupamento<br />
dos genótipos por espécie, sendo que dentro de cada espécie houve concordância<br />
entre os métodos para o número de grupos formados. Os caracteres<br />
morfológicosnão foram tão eficientes para agrupar os genótipos, sendo odiâmetro da<br />
corona foi a característica que mais contribuiu para a explicação da divergência<br />
genética interespecífica. Houve variabilidade genética dentro e entre espécies,<br />
havendo maior divergência genética entre os genótipos 363 e 332 (P. <strong>alata</strong>) e 245 e<br />
211 (P. cincinnata).<br />
Palavras-chave:P. <strong>alata</strong>, P. cincinnata, análise multivariada.<br />
28
3.1 MORPHOLOGICAL CHARACTERIZATION AND GENETIC DIVERSITY OF<br />
GENOTYPES OF P. <strong>alata</strong> CURTISE P. cincinnata MAST<br />
3.1.1 ABSTRACT<br />
The genetic variability of 11 genotypes of <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> and 16 <strong>Passiflora</strong><br />
cincinnata Mast.all kept in the Germplasm Bank UESC, was evaluated from the<br />
quantitative and qualitative morphological descriptors. The genotypes were evaluated<br />
in field conditions in randomized blocks, with three replications of five flowers which<br />
were evaluated, summation of 15 flowers by genotype. For multivariate analysis,<br />
several characters were scaled simultaneously, inferring the importance of characters<br />
that most influenced the divergence, well as identifying the genotypes and, or groups<br />
of genotypes that differ more or less between them, thus indicating genetic<br />
combinations with the most promising trends prior to the crossing. Through<br />
multivariate analysis usinga method of grouping Mahalanobs for simple connection -<br />
nearest neighbor analysisTocher optimization, and canonical variable, was noted<br />
grouping genotypes by species. Within each species there was agreement between<br />
the methods for the number of groups formed. The characters morphological weren‟t<br />
effective forgrouping genotypes into species, and the diameter of the corona was the<br />
characteristic that contributed most to the explanation of interspecific genetic<br />
divergence, already for the dissimilarity between genotypes within each species the<br />
bract width, (P. <strong>alata</strong>) and height (P. cincinnata), were the main contributors. The<br />
results indicate the existence of genetic variability within and between species,<br />
having a greater divergencebetween the genotypes 363 and 332 (P. <strong>alata</strong>) 245 and<br />
211 (P. cincinnata).<br />
Keywords:P. <strong>alata</strong>, P. cincinnata, multivariate analysis.<br />
29
3.2 INTRODUÇÃO<br />
As passifloras produzem belíssimas flores de tamanhos, cores e formas<br />
variadas, com alto potencial para uso ornamental (LORENZI; SOUZA, 2001),com<br />
vasos em ambientes internos (PEIXOTO, 2005)e na ornamentação de jardins,<br />
cercas, muros ou pérgulas (VANDERPLANK, 2000; ULMER; MACDOUGAL, 2004).<br />
O Brasil é um dos mais importantes centros de diversidade do maracujazeiro,<br />
pois mais de 120 espécies silvestres de <strong>Passiflora</strong> são nativas do país (BERNACCI<br />
et al., 2005)sendo algumas endêmicas (FERREIRA, 1994). Mas apesar da ampla<br />
diversidade genética e clima extremamente favorável (SOUZA; PEREIRA, 2003).O<br />
potencial ornamental das passifloras, ainda é pouco explorado restringindo o uso a<br />
algumas espécies, como P. <strong>alata</strong> Dryand, P. cincinatta Mast, P. coccinea Aubl<br />
(PEIXOTO, 2005).<br />
A espécie <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtisé nativa do Brasil e conhecida popularmente<br />
como maracujá-doce (CERVI, 1997) e pode ser cultivada de norte a sul do país<br />
(VASCONCELLOS et al. 2001). É a terceira espécie de <strong>Passiflora</strong>cultivada no Brasil,<br />
onde é o maior produtor de maracujá (MANICA et al., 2005). O principal uso do<br />
maracujá doce é na alimentação humana (MARTINS et al., 2003), porém por possuir<br />
flores belas, exuberantes em sua cor, forma e tamanho, exercem atração, possui<br />
potencial de exploração ornamental(VASCONCELOS; CEREDA 1994).<br />
<strong>Passiflora</strong> cicinnata Mast. tambémé umaespécie silvestre, ainda não<br />
comercial (APONTE; JÁUREGUI, 2004), nativa da caatinga (FEITOZA et al., 2006),<br />
e popularmente conhecida como maracujá-do-mato (BERNACCI et al., 2003). Tem<br />
30
sido utilizada para fins nutricionais, ornamental, medicinal (ZUCARELLI, 2007), e em<br />
programas de melhoramento genético (MELETTI et al., 2002).<br />
Visando conservar a diversidade genética de espécies, tanto para atender a<br />
programas de melhoramento quanto á exploração de maneira sustentável, tem - se<br />
os Bancos Ativos de Germoplasma. Porém para maior aproveitamento dos BAG´s<br />
deve-se ter o conhecimento e a organização da variabilidade genética existente nos<br />
mesmos (MOREIRA et al. 2006). A caracterização morfológica, processo pelo qual<br />
por meio de caracteres descritivos são obtidas informações sobre o germoplasma<br />
(RAMOS; QUEIROZ, 1999), é uma técnica utilizada para inferir as diferenças entre<br />
genótipos de um BAG (RABBANI et al., 1998). Porém o uso dos marcadores<br />
moleculares é hoje uma importante ferramenta nos processos de caracterização,<br />
completando assim o uso dos marcadores morfológicos (BHAT et al., 2010).<br />
Nesse contexto, o presente trabalho foi desenvolvido objetivando caracterizar<br />
a divergência dos genótipos das espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata do Banco Ativo de<br />
Germoplasma da UESC (BA), com base em descritores morfológicos qualitativos e<br />
quantitativos.<br />
31
3.3 MATERIAL E MÉTODOS<br />
3.3.1 MATERIAL VEGETAL<br />
O material vegetal utilizado constou de diferentes genótipos de P. <strong>alata</strong> Curtis<br />
(11 genótipos) e P. cincinnata Mast. (16 genótipos), ambas as espécies<br />
consideradas de interesse em programas de melhoramento para obtenção de<br />
híbridos interespecíficos ornamentais (Figura 1).<br />
A<br />
Figura 1. Espécies de <strong>Passiflora</strong> do Banco Ativo de Germoplasma da UESC (BA). A. <strong>Passiflora</strong><br />
<strong>alata</strong>; B. <strong>Passiflora</strong> cincinnata.<br />
Os genótipos fazem parte do acervo (seminal ou in vivo) do Banco Ativo de<br />
Germoplasma de <strong>Passiflora</strong> da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),<br />
situada no município de Ilhéus, Bahia, a 39°13‟59‟‟ de longitude oeste e 14°45‟15‟‟ de<br />
B<br />
32
latitude sul e são provenientes de coletas realizadas em municípios do estado da<br />
Bahia, ou doadas por instituições de pesquisa (Tabela 1).<br />
Tabela 1.Genótipos de P. <strong>alata</strong> e P.cincinnata, procedência, seus respectivos<br />
números e tipo de acervo. UESC, 2009.<br />
Espécie Procedência Genótipos<br />
(n° de acesso)<br />
Acervo<br />
P. <strong>alata</strong> LC: Serra Bonita,<br />
Camacan – Ba.<br />
101, 102, 104. In vivo<br />
P. <strong>alata</strong> ID: Instituto Plantarum.<br />
P. <strong>alata</strong> ID: Universidade<br />
Estadual do Norte<br />
Fluminense (UENF), RJ.<br />
P. <strong>alata</strong> LC: Fazenda Ouro<br />
Verde, Una – BA.<br />
P. cincinnata LC: Pato de Minas –<br />
MG.<br />
P. cincinnata ID: UENF, RJ.<br />
P. cincinnata LC: Campina Monte<br />
Alegre<br />
P. cincinnata LC: Fazenda Ouro<br />
Verde, Una – BA.<br />
Lc -local coleta; ID - instituição doadora; * Acervo seminal.<br />
312. Seminal<br />
211, 243,<br />
244;245.<br />
In vivo<br />
359, 360, 363. Seminal<br />
322, 323, 324, Seminal<br />
325,<br />
327,330.<br />
326,<br />
197,<br />
FC2,336*.<br />
FC1, In vivo<br />
331, 332, 333. Seminal<br />
334, 335. Seminal<br />
3.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO<br />
Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do<br />
tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos com<br />
papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao surgimento das<br />
primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas para saquinhos de<br />
polietileno com volume de 1 L, contendo solo. Após atingirem cerca de 40 cm de<br />
33
altura, foram transplantadas para vasos de polietileno de 35 L contendo solo (areno-<br />
argiloso). Com o crescimento destas, para obtenção das repetições, foram coletados<br />
ramos para estaqueamento, as quais foram levadas para viveiro com nebulização<br />
intermitente da CEPLAC, localizado na rodovia Ilhéus-Itabuna. Nesta ocasião foram<br />
feitas estacas também dos indivíduos in vivo mantidos no BAG-<strong>Passiflora</strong>s. Após o<br />
enraizamento, foram aclimatadas por cerca de 40 dias, na casa de mudas da UESC,<br />
sendo em seguida transferidas para vasos polietileno de 42 L com solo (areno-<br />
argiloso) e mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira, em campo aberto.<br />
Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-14-8) a<br />
cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. As pragas e<br />
doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não afetando o ciclo<br />
reprodutivo das plantas.<br />
Foram avaliadas cinco flores/planta/bloco, totalizando quinze flores por<br />
genótipo para caracterização morfológica floral, cujas avaliações iniciaram por<br />
ocasião do florescimento de cada genótipo. Para caracterização morfológica<br />
vegetativa observou - se o ramo principal aos 120 dias.<br />
3.3.3 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA<br />
A caracterização dos genótipos foi realizada mediante descritores<br />
morfológicos, sendo dezesseis quantitativos (11 floral e 05 vegetativo) e oito<br />
qualitativos (7 floral e 1 vegetativo), totalizando 24 caracteres avaliados. Esses<br />
foram selecionados de acordo com descritores oficiais de <strong>Passiflora</strong> ornamental<br />
(MAPA, 2008) e alguns ausentes na lista, baseados na experiência previa de<br />
pesquisadores.<br />
34
Assim foram avaliadas as seguintes características quantitativas: diâmetro da<br />
flor (DF) a partir dos pontos extremos da flor; diâmetro da corona (DC), a partir dos<br />
pontos extremos dos filamentos da corona; comprimento dos filamentos da serie<br />
interna da corona (CFC1) e comprimento dos filamentos da serie externa da corona<br />
(CFC2), a partir da inserção no receptáculo da flor até o ápice; comprimento da<br />
pétala (CP), desde a inserção na flor até o ápice; largura da pétala (LP), na maior<br />
dimensão; comprimento da sépala (CS), desde a inserção na flor até o ápice; largura<br />
da sépala (LS), na maior dimensão; comprimento do pedúnculo floral (CPD), a partir<br />
do receptáculo da flor até a inserção no caule; comprimento da bráctea (CB), desde<br />
a inserção no pedúnculo até o ápice e largura da bráctea (LB), na maior dimensão,<br />
número de entrenós (NENT); diâmetro do caule (DH), na altura do segundo nó do<br />
eixo principal; altura de planta (AP); número de folhas/ramo (NFo), área foliar (AF)<br />
em cm² (medições de 10 folhas por planta).<br />
Os dados quantitativos foram obtidos com auxílio de paquímetro digital e fita<br />
métrica, com exceção da área foliar, na qual se utilizou o medidor automático LI-<br />
3100 (Li-Cor, Nebraska, USA).<br />
Com relação aos caracteres qualitativos observou-se: coloração<br />
predominante no perianto (CorPer), período predominante de antese (Pant),<br />
coloração predominante da corona (CorCoro), coloração predominate da folha<br />
(CorFolh), forma dos filamentos da corona (Fil), forma do perianto (ForPer), formato<br />
da corona (ForCor) e formato da bráctea (ForBrac).<br />
Para os dados qualitativos foram atribuídos códigos seqüenciais numéricos de<br />
acordo com descritores para <strong>Passiflora</strong> ornamental (MAPA, 2008), exceto para cor<br />
da folha, na qual foi utilizada a Carta de Cores de Munsel para Tecido Vegetal<br />
(MUNSSEL, 1981).<br />
35
3.3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL<br />
O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, consistindo de três fileiras<br />
no sistema espadeira, sendo que cada genótipo foi representado nos três blocos. As<br />
análises estatísticas foram empregadas separadamente sobre características<br />
quantitativas e qualitativas.<br />
3.3.5 ANÁLISES MULTIVARIADAS E DIVERSIDADE INTERESPECÍFICA<br />
Os dados dos descritores morfológicos quantitativos dos genótipos de P. <strong>alata</strong><br />
e P. cincinnata foram submetidos à análise multivariada aplicando as técnicas de<br />
agrupamento e variáveis canônicas. Para a análise multivariada, distâncias de<br />
Mahalanobis foram calculadas sobre as matrizes de variâncias e covariânciasobtida<br />
de ANOVA dos genótipos inter e intraespecíficos, as quais permitiram a construção<br />
de um dendrograma pelo método de ligação simples – vizinho mais próximo. A<br />
confiabilidade da matriz cofenética foi calculada pelo rcof coeficiente de correlação<br />
cofenética. A diversidade genética foi avaliada por variáveis canônicas, onde a<br />
divergência genética foi evidenciada por gráfico de dispersão, cujos eixos foram<br />
representados pelas primeiras variáveis canônicas. A delimitação de grupos foi<br />
obtida pelo método de Tocher. A contribuição relativa dos caracteres para<br />
discriminação da variabilidade nos genótipos foi avaliada pelo método de Singh<br />
(1981).<br />
36
Para os descritores morfológicos qualitativos foi calculada a moda de cada<br />
variável dentro dos genótipos interespecíficos, e a partir desta foi obtido um índice,<br />
em que são considerados vários caracteres simultaneamente, sendo que cada<br />
caráter pode apresentar várias classes. A partir deste índice foi gerada uma matriz<br />
de dissimilaridade com base no complemento do coeficiente de coincidência<br />
simples. O índice leva em consideração a ocorrência e concordâncias de valores. A<br />
matriz de dissimilaridade foi empregada para o agrupamento dos acessos pelo<br />
método de ligação simples – vizinho mais próximo. As análises foram realizadas nos<br />
softwares Genes 2007.0 (Cruz, 2006) e R 2.7.2 (R Development Core Team (2008).<br />
37
3.4 RESULTADOS<br />
3.4.1 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA<br />
Na Tabela 2 são apresentados os valores mínimo, máximo, média e desvio<br />
padrão dos dezesseis caracteres morfológicos quantitativos para P. <strong>alata</strong> e P.<br />
cincinnata. No que tange aos descritores florais de P. <strong>alata</strong>, observa-se que DF<br />
variou de 71,00 (genótipo 243 - UENF) a 94,43 mm (genótipo 102 – Serra Bonita).<br />
Os menores e maiores valores de DC foram respectivamente 34,70 mm (genótipo<br />
360 - Una) e 53,46 mm (genótipo 101 – Serra Bonita). Os maiores valores para<br />
CFC1 e CFC2 foram 41,70 e 41,29 ambas no genótipo 359 (Una). Os menores<br />
valores do CFC1 e CFC2 foram 33,93 (genótipo 243 – UENF) e 33,60 (genótipo 102<br />
– Serra Bonita). O CPD oscilou entre 15,59 (genótipo 211 – UENF) e 32,64<br />
(genótipo 363 – Una). Para a variável CP os maiores e menores valores foram<br />
observados nos genótipos 359 – Una (47,92 mm) e 104 – Serra Bonita (38,34 mm);<br />
e a LP nos genótipos 245 – UENF (21,70) e 211 – UENF (14,66). Tratando-se de<br />
comprimento e largura da bráctea foi observado de 16,61 mm (genótipo 360) a 36,75<br />
mm (genótipo 102) para CB.<br />
38
Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata.<br />
Espécie Genótipo DF (mm) DC (mm) CFC1(mm) CFC2 (mm)<br />
101 (66,9 - 104,4) 85,3 ± 13 (32,7 - 089,4) 53,5 ± 21 (31,9 - 48,5) 39,9 ± 5 (35,5 - 44,0) 40,1 ± 3<br />
102 (81,3 - 103,5) 94,4 ± 8 (33,3 - 045,0) 41,1 ± 4 (27,6 - 38,0) 33,6 ± 3 (28,1 - 42,2) 37,8 ± 4<br />
211 (54,4 - 101,8) 83,7 ±15 (30,0 - 049,0) 40,8 ± 6 (27,3 - 39,6) 35,3 ± 3 (25,0 - 42,1) 36,6 ± 5<br />
104 (54,6 - 099,7) 84,8 ± 12 (33,5 - 049,1) 41,2 ± 5 (22,0 - 40,2) 34,1 ± 5 (26,9 - 43,4) 37,4 ± 5<br />
244 (61,0 - 098,2) 77,0 ± 11 (33,6 - 042,6) 38,0 ± 3 (30,9 - 45,5) 37,0 ± 4 (30,5 - 42,6) 35,1 ± 3<br />
P. <strong>alata</strong><br />
245<br />
243<br />
(61,8 - 090,3) 76,9 ± 9<br />
(57,9 - 088,7) 71,0 ± 9<br />
(38,4 - 056,7) 44,3 ± 6<br />
(30,4 - 046,8) 37,9 ± 5<br />
(30,7 - 51,5) 39,0 ± 6<br />
(35,4 - 42,9) 35,4 ± 5<br />
(32,5 - 48,9) 39,0 ± 5<br />
(27,3 - 39,8) 33,9 ± 5<br />
359 (64,4 - 107,3) 83,1 ± 14 (23,5 - 056,0) 38,9 ± 9 (29,4 - 53,0) 41,3 ± 7 (17,9 - 49,7) 41,7 ± 10<br />
360 (58,0 - 104,4) 76,4 ±14 (26,0 - 043,7) 34,7 ± 6 (24,2 - 45,5) 37,2 ± 6 (31,0 - 45,6) 37,4 ± 5<br />
363 (62,5 - 097,2) 76,6 ± 11 (33,7 - 045,2) 37,6 ± 4 (10,3 - 45,0) 36,0 ± 10 (36,1 - 45,0) 40,3 ± 3<br />
312 (61,2- 094,8) 79,9 ± 9 (35,5 - 050,5) 43,9 ± 4,7 (33,8 - 44,7) 33,8 ± 6 (33,6 - 46,3) 40,2 ± 4<br />
322 (64,3 - 093,9) 74,1± 9 (76,4 - 108,4) 94,0 ± 8 (31,6 - 59,7) 44,4 ± 8 (24,4 - 57,1) 37,6 ± 8<br />
323 (52,1 - 094,5) 78,5 ± 14 (57,6 - 109,5) 92,2 ± 13 (29,1 - 56,1) 38,2 ± 7 (32,5 - 53,8) 38,8 ± 6<br />
324 (62,9 - 107,4) 82,8 ± 14 (55,9 - 100,7) 78,8 ± 11 (30,4 - 46,8) 37,3 ± 5 (21,4 - 51,1) 34,2 ± 8<br />
325 (54,2 - 105,2) 79,2 ± 16 (79,6 - 106,7) 96,8 ± 7 (31,1 - 49,5) 41,3 ± 5 (30,0 - 50,0) 37,0 ± 6<br />
326 (71,0 - 099,5) 81,0 ± 8 (78,2 - 099,5) 88,5 ± 7 (25,2 - 49,8) 36,0 ± 6 (23,2 - 38,6) 33,8 ± 5<br />
327 (74,7 - 094,9) 82,0 ± 6 (51,5 - 104,9) 86,9 ± 15 (29,2 - 47,9) 41,1 ± 4,7 (27,6 - 45,3) 37,2 ± 4<br />
330 (62,3 - 092,9) 77,5 ± 8 (74,7 - 108,9) 91,9 ± 9 (35,2 - 63,6) 42,6 ± 7,4 (29,7 - 48,9) 37,5 ± 6<br />
P. cincinnata<br />
197<br />
FC1<br />
(42,8 - 101,6) 88,9 ± 15<br />
(37,9 - 068,8) 53,8 ± 8<br />
(77,2 - 129,4) 92,5 ± 12<br />
(67,5 - 082,5) 74,1 ± 4<br />
(31,2 - 59,2) 40,5 ± 7<br />
(30,5 - 60,0) 40,3 ± 7<br />
(30,5 - 61,6) 38,5 ± 8<br />
(24,4 - 39,0) 32,4 ± 3<br />
FC2 (63,4 - 093,4) 77,9 ± 7 (60,8 - 100,1) 79,6 ± 12 (25,8 - 54,6) 34,1 ± 7 (23,7 - 39,6) 32,6 ± 5<br />
331 (65,1 - 104,9)82,8 ± 13 (76,2 - 109,9) 99,5 ± 7 (31,8 - 47,1) 41,1 ± 3 (25,9 - 48,1) 37,5 ± 5<br />
332 (51,2 - 095,5) 77,3 ± 13 (36,1 - 098,0) 76,3 ± 18 (20,6 - 37,6) 31,6 ± 5 (18,0 - 35,7) 28,5 ± 7<br />
333 (70,7 - 104,2) 85,1 ± 8 (70,3 - 097,1) 81,8 ± 6 (21,8 - 47,5) 39,3 ± 7 (15,9 - 44,4) 31,7 ± 6<br />
334 (76,9 - 094,3) 85,8 ± 5 (77,2 - 090,7)84,1 ± 3 (32,1 - 44,5) 36,1± 3 (15,0 - 33,4) 26,0 ± 5<br />
335 (67,6 - 107,1) 87,6 ± 11 (82,6 - 102,3) 89,4 ± 7 (34,3 - 50,8) 39,4 ± 5 (30,3 - 56,0) 35,7 ± 6<br />
336 (43,1 - 101,5) 70,8 ± 19 (70,8 - 106,4) 89,7 ± 11 (34,1 - 53,5) 42,4 ± 6 (29,8 - 53,2) 40,6 ± 6<br />
DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD<br />
- comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala<br />
(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura;<br />
DH – diâmetro da haste.<br />
39
Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata.<br />
Continuação<br />
Espécies Genótipo CPD (mm) CP (mm) LP (mm) CS (mm)<br />
101 (15,0 - 36,2) 22,8 ±7 (32,4 - 47,0) 42,3 ± 4 (10,3 - 43,8) 17,3 ± 9 (34,3 - 43,8) 40,2 ± 3<br />
102 (18,7 - 40,7) 25,7 ± 6 (17,7 - 46,9) 41,0 ± 9 (13,8 - 41,8) 19,2 ± 10 (20,8 - 48,2) 38,9 ± 7,4<br />
211 (09,7 - 20,5) 15,6 ± 4 (31,7 - 47,5) 40,5 ± 4 (11,2 - 18,3) 14,7 ± 2 (31,7 - 41,4) 36,6 ± 3<br />
104 (11,9 - 23,1) 17,1 ± 3 (27,4 - 44,4) 38,3 ± 5 (10,0 - 19,4) 15,8 ± 2 (29,7 - 40,0) 35,0 ± 4<br />
P. <strong>alata</strong><br />
244 (15,5 (15,5 - 24,5) 19,8 ± 2,3<br />
245 (20,5 - 41,8) 26,6 ± 7<br />
(34,0 - 47,1) 42,2 ± 4<br />
(35,9 - 56,5) 42,0 ± 6<br />
(18,1 - 24,2) 20,8 ± 2<br />
(16,6 - 35,9) 21,7 ± 6<br />
(30,7 - 48,8) 37,8 ± 5<br />
(26,0 - 49,2) 35,8 ± 6<br />
243 (12,0 - 27,6) 17,7 ± 4 (30,6 - 50,7) 40,2 ± 6 (14,1 - 38,6) 20,1 ± 7 (29,1 - 44,3) 37,7 ± 5<br />
359 (17,5 - 32,0) 25,4 ± 5 (38,8 - 56,5) 47,9 ± 6 (15,4 - 21,1) 17,8 ± 2 (34,7 - 52,7) 45,1 ± 6<br />
360 (11,1 - 28,2) 19,0 ± 6 (21,3 - 52,4) 39,1 ± 9 (10,6 - 19,2) 14,9 ±3 (23,4 - 43,4) 35,8 ± 7<br />
363 (27,2 - 39,9) 32,6 ± 4 (37,4 - 53,2) 45,9 ± 5 (15,3 - 18,8) 16,9 ± 1 (42,6 - 55,9) 47,4 ± 4<br />
312 (12,8 - 24,9) 17,8 ± 4 (42,2 - 52,1) 46,3 ± 3 (14,4 - 20,9) 18,2 ± 2 (35,5 - 45,5) 40,4 ± 3<br />
322 (23,1 - 46,6) 36,9 ± 8,2 (31,4 - 46,1) 40,0 ± 4 (06,9 - 16,0) 11,2 ± 2 (27,5 - 50,0) 38,8 ± 8<br />
323 (24,5 - 63,1) 45,0 ± 10 (33,6 - 51,2) 40,5 ± 4 (09,5 - 22,9) 12,6 ± 3 (33,3 - 51,0) 04,9 ± 5<br />
324 (22,8 - 55,2) 38,7 ± 9 (23,2 - 47,4)37,6 ± 7 (04,8 - 13,7) 09,8 ± 2 (23,3 - 46,8) 37,2 ± 8<br />
325 (31,4 - 52,4) 42,9 ± 7 (12,4 - 52,2) 43,4 ± 9 (09,8 - 44,0) 14,2 ± 8 (17,2 - 50,3) 42,1 ± 8<br />
326 (20,2 - 43,3) 29,7 ± 8 (29,4 - 43,6) 37,3 ± 4 (09,4 - 12,8) 11,1 ± 1 (29,8 - 44,0) 36,5 ± 5<br />
327 (38,7 - 59,2) 47,3 ± 5 (29,4 - 49,1) 42,5 ± 5 (06,4 - 20,4) 11,7 ± 3 (27,2 - 47,3) 39,0 ± 6<br />
P. cincinnata 330<br />
197<br />
(17,3 - 59,5) 42,3 ± 14<br />
(28,3 - 58,2) 38,8 ± 9<br />
(36,0 - 47,5) 41,1 ± 3<br />
(34,2 - 45,1) 40,2 ± 3<br />
(05,3 - 12,3) 09,7 ± 2,2<br />
(10,3 - 15,3) 13,0 ± 1<br />
(30,1 - 48,4) 41,9 ± 5<br />
(34,1 - 45,9) 40,3 ± 4<br />
FC1 (32,8 - 57,0) 48,5 ± 5 (34,9 - 39,3) 37,4 ± 1 (09,3 - 14,3) 11,0 ± 1 (30,0 - 41,1) 36,5 ± 2<br />
FC2 (29,4 - 66,1) 45,4 ± 9 (30,0 - 43,3) 36,7 ± 4 (07,6 - 12,9) 09,7 ± 1,4 (29,4 - 43,8) 36,2 ± 2<br />
331 (26,1 - 81,6)47,2 ± 19 (11,2 - 45,2) 34,1 ± 13 (10,4 - 19,9) 13,7 ± 2 (38,7 - 45,6) 41,6 ± 2<br />
332 (26,9 - 67,4) 52,7 ± 12 (30,3 - 36,6)32,7 ± 2 (09,4 - 14,9) 11,4 ± 2 (28,0 - 37,3) 32,8 ± 3<br />
333 (32,1 - 82,0) 61,4 ± 12 (34,9 - 45,4) 41,3 ± 3 (11,1 - 38,3) 16,6 ± 7 (34,2 - 45,9) 40,6 ± 3<br />
334 (27,7 - 55,4) 44,5 ± 7 (28,9 - 45,2) 36,7 ± 4 (09,2 - 14,2) 11,4 ± 1 (29,4 - 41,6) 34,3 ± 3<br />
335 (27,8 - 61,3) 43,4 ± 9 (33,4 - 45,2) 38,0 ± 4 (10,1 - 14,2) 11,8 ± 1,2 (03,5 - 44,7) 34,4 ± 9<br />
336 (20,6 - 53,5) 34,8 ± 10 (36,2 - 48,9) 43,3 ± 4 (08,2 - 15,5) 11,8 ± 2 (33,5 - 47,8) 41,4 ± 4<br />
DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD<br />
- comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da<br />
sépala(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT –<br />
altura; DH – diâmetro da haste.<br />
40
Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />
Continuação<br />
Espécie Genótipos LS (mm) CB (mm) LB (mm) Afo (cm 2 )<br />
101 (13,7 - 21,3) 18,3 ± 2 (27,1 - 40,8) 35,0 ± 4 (13,4 - 24,3) 19,6 ± 3 (084,7 - 119,5) 099,5 ± 19<br />
102 (16,0 - 39,8) 20,3 ± 7 (19,4 - 44,2) 36,7 ± 8 (13,5 - 38,9) 20,8 ± 3 (112,6 - 138,7) 123,6 ± 14<br />
211 (13,4 - 20,2) 16,9 ± 2 (24,1 - 40,1) 33,0 ± 6 (11,1 - 22,0) 16,8 ± 3 (115,4 - 138,4) 125,6 ± 12<br />
104 (14,1 - 19,8) 17,6 ± 2 (23,8 - 38,6) 32,2 ± 5 (10,4 - 21,3) 15,1 ± 3 (120,5 - 143,8) 132,4 ± 12<br />
244 (18,2 - 30,5) 23,9 ± 4 (22,8 - 44,9) 35,3 ± 7 (13,5 - 37,0) 24,3 ± 7 (113,5 - 168,4) 138,5 ± 28<br />
P. <strong>alata</strong><br />
245<br />
243<br />
(13,6 - 36,3) 22,7 ± 7<br />
(16,9 - 29,4) 22,7 ± 4<br />
(07,8 - 40,7) 26,4 ± 9<br />
(22,2 - 45,5) 35,3 ± 8<br />
(05,2 - 32,9) 19,0 ± 7,4<br />
(12,2 - 38,3) 24,2 ± 7<br />
(085,8 - 089,3) 087,3 ± 02<br />
(086,4 - 121,0) 105,4 ± 18<br />
359 (15,9 - 32,3) 20,8 ± 5 (02,8 - 38,9) 27,9 ± 11 (07,4 - 20,7) 15,0 ± 4 (081,7 - 124,2) 098,8 ± 24<br />
360 (10,9 - 25,8) 18,2 ± 5 (08,6 - 27,2) 16,6 ± 6 (04,1 - 13,3) 09,9 ± 3 (110,7 - 169,3) 135,9 ± 31<br />
363 (13,6 - 24,8) 17,7 ± 4 (18,9 - 41,2) 36,3 ± 7 (14,1 - 20,3) 17,6 ± 2 (107,0 - 126,3) 117,0 ± 10<br />
312 (19,7 - 26,4) 22,5 ± 2 (18,6 - 37,8) 26,8 ± 5 (12,0 - 20,1) 16,1 ± 2 (102,8 - 126,4) 113,7 ± 12<br />
322 (08,7 - 17,1) 14,1 ± 2 (23,6 - 32,8) 28,5 ± 3 (12,5 - 21,0) 15,3 ± 2 (029,0 - 117,6) 086,1 ± 28<br />
323 (12,5 - 25,6) 16,2 ± 3 (29,3 - 41,8) 32,6 ± 3 (13,0 - 27,2) 17,2 ± 3 (066,3 - 086,4) 075,5 ±10<br />
324 (07,7 - 19,8) 14,0 ± 3 (22,4 - 33,2) 28,6 ± 3 (10,3 - 25,3) 14,1 ± 4 (074,7 - 084,5) 079,9 ± 5<br />
325 (14,1 - 35,3) 17,0 ± 5 (20,2 - 37,3) 32,3 ± 4 (05,0 - 21,7) 16,5 ± 4 (074,6 - 084,5) 079,7 ± 5<br />
326 (12,7 - 17,1) 14,9 ± 1 (23,7- 34,5) 28,6 ± 4 (11,4 - 21,0) 16,6 ± 3 (067,6 - 101,7) 082,0 ± 18<br />
327 (08,9 - 17,7) 14,7 ± 2 (22,5 - 51,9) 31,9 ± 7 (10,3 - 29,1) 18,7 ± 4 (079,6 - 083,6) 081,5 ± 2<br />
P. cincinnata<br />
330<br />
197<br />
(08,6 - 17,6) 13,5 ± 2<br />
(14,5 - 22,8) 18,4 ± 3<br />
(23,6 - 81,3) 34,0 ± 13<br />
(13,5 - 42,4) 27,8 ± 6<br />
(08,7 - 20,3) 15,3 ± 3<br />
(08,3 - 17,1) 14,2 ± 2<br />
(070,4 - 101,9) 088,7 ± 16<br />
(052,0 - 103,5) 078,3 ± 26<br />
FC1 (14,3 - 16,9) 15,4 ± 1 (27,4 - 30,7) 29,2 ± 1 (12,4 - 32,0) 16,7 ± 4 (079,5 - 082,3) 081,2 ± 1<br />
FC2 (11,1 - 16,2) 14,2 ± 1 (24,6 - 32,8) 27,8 ± 2 (10,4 - 21,2) 14,2 ± 3 (045,8 - 060,2) 054,9 ± 8<br />
331 (14,6 - 27,1) 18,0 ± 4 (27,2 - 43,4) 33,8 ± 4 (10,6 - 20,9) 16,2 ± 2 (069,3 - 074,0) 072,1 ± 2<br />
332 (15,0 - 20,1) 17,4 ± 2 (20,0 - 25,9) 22,1 ± 2 (08,6 - 16,5) 13,0 ± 2 (064,0 - 077,3) 070,7 ± 9<br />
333 (13,2 - 18,5) 16,3 ± 2 (23,0 - 33,2) 29,8 ± 3 (11,1 - 18,0) 14,6 ± 2 (078,4 - 079,3) 078,7 ± 0,5<br />
334 (14,5 - 21,0) 16,7 ± 2 (19,9 - 30,7) 25,2 ± 3 (12,2 - 79,0) 19,1 ± 17 (046,5 - 072,3) 063,3 ±15<br />
335 (13,3 - 21,0) 16,1 ± 2 (21,5 - 29,9) 25,0 ± 2 (07,1 - 13,5) 10,4 ± 2 (041,8 - 100,8) 069,3 ± 28<br />
336 (12,1 - 19,6) 17,1 ± 2 (24,2 - 28,8) 26,6 ± 3 (10,4 - 15,7) 12,9 ± 1 (067,8 - 104,7) 081,5 ± 20<br />
DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda séries de filamentos da corona (mm); CPD<br />
- comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala<br />
(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura;<br />
DH – diâmetro da haste.<br />
41
Tabela 2. Valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão dos descritores morfológicos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />
Continuação<br />
Espécies Genótipo NFo (und) NETN (und) ALT (m) DH (mm)<br />
P. <strong>alata</strong><br />
101 (10 -30) 20,8 ± 10,3 (20 - 43) 32 ± 11,6 (2,3 - 2,8) 2,5 ± 0,2 (8,6 - 9,2) 8,9 ± 0,3<br />
102 (24 - 32) 27,4 ± 4 (16 - 37) 28 ± 11,4 (2,7 - 3,5) 3,1 ± 0,5 (6,1 - 8,6) 7,3 ± 1,3<br />
211 (25 - 28) 26,6 ± 1,5 (26 - 29) 27,4 ± 1 (3,1 - 4,1) 3,5 ± 0,6 (7,3 - 7,8) 7,6 ± 0,3<br />
104 (18 - 34) 26,0 ± 8 (27 - 41) 33,4 ± 7,2 (1,2 - 2,1) 1,6 ± 0,4 (6,4 - 7,4) 7,0 ± 0,5<br />
244 (17 - 33) 25,2 ± 8 (50 - 34) 41,6 ± 8 (2,7 - 3,6) 3,1 ± 0,5 (7,3 - 8,3) 7,7 ± 0,6<br />
245 (14 - 18) 16,4 ± 2,3 (22 - 38) 31,6 ± 9,2 (1,4 - 3,3) 2,4 ± 1 (5,9 - 13,5) 9,0 ± 4<br />
243 (14 - 25) 18,8 ± 5,9 (33 - 46) 39,0 ± 7 (2,4 - 3,1) 2,8 ± 0,4 (7,8 - 9,9) 9,0 ± 1<br />
359 (21 - 37) 27,6 ± 9 (27 - 35) 30,4 ± 4 (2,1 - 2,9) 2,4 ± 0,4 (6,7 - 11,2) 9,0 ± 2,3<br />
360 (23 - 29) 25,6 ± 3 (33 - 45) 39,2 ± 6 (2,6 - 3,3) 3,0 ± 0,3 (7,1 - 11,6) 9,5 ± 2<br />
363 (13 - 20) 17,0 ± 4 (32 - 45) 38,6 ± 6 (2,4 - 4,2) 3,2 ± 0,9 (6,0 - 9,4) 7,9 ± 1,8<br />
312 (10 - 20) 14,8 ± 5 (29 - 39) 33,0 ± 6 (2,4 - 2,6) 2,5 ± 0,1 (6,9 - 10,2) 8,6 ± 2<br />
322 (20 - 42) 32,3 ± 11 (27 - 39) 33,0 ± 6 (1,2 - 2,6) 1,9 ± 1 (7,6 - 8,5) 7,9 ± 0,5<br />
323 (13 - 22) 16,3 ± 5 (25 - 31) 27,0 ± 3 (2,1 - 2,3) 2,2 ± 0,1 (7,7 - 10,5) 9,0 ±1<br />
324 (25 - 37) 30,3 ± 6 (40 - 45) 43,0 ± 3 (2,5 - 3,7) 3,2 ± 0,6 (5,6 - 8,3) 6,8 ± 1<br />
325 (17- 21) 19,3 ± 2 (19 - 33) 26,3 ± 7 (2,2 - 2,5) 2,3 ± 0,2 (7,6 - 10,2) 8,7 ± 1,4<br />
326 (25 - 39) 30,0 ± 8 (28 - 57) 37,7 ± 18 (1,8 - 3,2) 2,5 ±0,7 (4,7 - 7,9) 6,4 ± 2<br />
327 (24 - 26) 25,0 ±1 (32 - 35) 34,0 ± 2 (1,3 - 2,0) 1,6 ± 0,4 (7,9 - 8,2) 8,0 ±0,2<br />
P. cincinnata<br />
330<br />
197<br />
(23 - 33) 27,7 ±5<br />
(28 - 35) 32,0 ±4<br />
(33 - 45) 37,5 ± 6<br />
(31 - 39) 35,0 ± 4<br />
(2,1 - 2,7) 2,4 ± 0,3<br />
(2,8 - 3,4) 3,0 ± 0,3<br />
(5,8 - 10,4) 7,5 ± 2<br />
(5,9 - 9,1) 7,0 ± 2<br />
FC1 (24 - 29) 26,3 ± 2 (33 - 35) 34,0 ± 1 (2,0 - 2,3) 2,1 ± 0,1 (7,8 - 8,0) 7,9 ± 0,1<br />
FC2 (19 - 36) 27,0 ± 8 (43 - 51) 45,7 ± 5 (1,8 - 2,5) 2,1 ± 0,4 (5,0 - 5,8) 5,4 ± 0,4<br />
331 (17 - 20) 18,3 ± 1 (42 - 47) 44,7 ± 2 (1,4 - 3,0) 2,0 ± 0,9 (5,9 - 7,0) 6,4 ± 0,6<br />
332 (13 - 19) 16,0 ± 4 (21 - 23) 22,0 ± 1 (1,9 - 2,4) 2,1 ± 0,4 (5,1 - 7,6) 6,4 ± 2<br />
333 (24 - 27) 25,3 ± 1 (32 - 34) 33,0 ±1 (1,6 - 2,4) 2,1 ± 0,4 (7,3 - 8,0) 7,6 ± 0,4<br />
334 (29 - 31) 30,0 ± 1 (36 - 48) 42,3 ± 6 (1,2 - 3,0) 2,1 ± 0,9 (4,5 - 8,4) 6,4 ± 2<br />
335 (17 - 25) 21,7 ± 4 (24 - 37) 31,0 ±7 (1,1 - 2,5) 1,8 ± 0,7 (3,7 - 5,1) 4,3 ± 0,7<br />
336 (15 - 29) 21,0 ± 7 (41 - 63) 52,7 ± 11 (2,9 - 3,5) 3,1 ± 0,4 (6,5 - 8,2) 7,5 ± 0,8<br />
DF – diâmetro da flor (mm); DC – diâmetro da corona (mm); CFC1 e CFC2 – comprimento da primeira e segunda série de filamentos da corona (mm); CPD -<br />
comprimento do pedúnculo (mm); CP - comprimento da pétala (mm); LP - largura da pétala (mm); CS - comprimento da sépala (mm); LS - largura da sépala<br />
(mm); CB - comprimento da bráctea (mm); LB - largura da bráctea (mm); AFo – área foliar; NFo –número de folha; NETN –número entrenós; ALT – altura;<br />
DH – diâmetro da haste.<br />
42
Para P. <strong>alata</strong> o menor valor médio para os descritores vegetativos área foliar,<br />
número de folha, número de entre-nos, altura e diâmetro da haste foram verificados<br />
respectivamente para os genótipos 245 (87,27 cm 2 ), 312 (14,8 und), 211 (27,4 und),<br />
104 (1,59 m) e 104 (6,99 mm) e os maiores foram verificados para os genótipos 244<br />
(138,48 cm 2 ), 359 (27,6 und), 244 (41,6 und), 211 (3,49 m) e 359 (9,50 mm).<br />
Para os valores médios dos descritores florais de P. cincinnata, observou-se<br />
que o DF variou de 53,81 (genótipo FC1 – UENF) a 88,93 mm (genótipo 197 –<br />
UENF). Os menores e maiores DC foram de 74,08 (FC1 – UENF) e 99,47 mm (331-<br />
Campina Monte Alegre). O CFC1 e CFC2 variaram de 31,56 (332 – Pato de Minas) a<br />
54,40 mm (332 – Pato de Minas) e 25,99 (334 – Una) a 40,55 mm (336- UENF),<br />
respectivamente. O CPD oscilou entre 29,72 (genótipo 326 – Pato de Minas) e 61,41<br />
mm (genótipo 333 – Campina Monte Alegre). Para o descritor CP os menores e<br />
maiores valores foram observados nos genótipos 332 – Campina Monte Alegre<br />
(32,72 mm) e 325 – Pato de Minas (43,43 mm); e a LP nos genótipos 330 – Pato de<br />
Minas (9,66 mm) e 333 – Campina Monte Alegre (16,63 mm). A variável<br />
comprimento das brácteas apresentou os maiores e menores valores (22,11; 33,83<br />
mm) para os genótipos 332 e 331 ambos de Campina Monte Alegre. A largura das<br />
brácteas variou de 10,36 mm (genótipo 335 - Una) a 19,10 (genótipo 334 – Una).<br />
Considerando a parte vegetativa dos genótipos de P. cincinnata, os<br />
descritores morfológicos vegetativos apresentaram as seguintes variações: altura<br />
1,60 (327 – Pato de Minas) - 3,17 m (324 – Pato de Minas); diâmetro 4,27 (325 -<br />
Una) – 8,96 mm (323 – Pato de Minas); número de entrenós 22,00 (genótipo 332 –<br />
Campina Monte Alegre) – 52,67 und (336 – UENF); número de folhas 16,00 (332 –<br />
Campina Monte Alegre) - 32,33 und (genótipo 322 - Pato de Minas). A área foliar<br />
variou de 54,92 (FC2 – UENF) e 88,69 cm 2 (330 – Pato de Minas).<br />
43
3.4.2 ANÁLISE MULTIVARIADA<br />
A partir da análise de agrupamento com os descritores morfológicos<br />
quantitativos de ambas as espécies, foi obtido um dendrograma pelo método de<br />
agrupamento de vizinho mais próximo, no qual houve a formação de dois grandes<br />
grupos: o primeiro reuniu os 11 genótipos de P. <strong>alata</strong> e o segundo reuniu os 16<br />
genótipos de P. cincinnata (Figura 2). O coeficiente de correlação cofenético obtido<br />
para este agrupamento foi de rcof=90.<br />
Figura 2. Dendrograma gerado a partir dos dados morfológicos quantitativos de<br />
genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, classificado segundo distancia de<br />
Mahalanobis pelo método de agrupamento Ligação Simples – Vizinho<br />
mais próximo. Correlação cofenética 90. UESC, Ilhéus, (BA), 2009.<br />
Considerando <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> nota-se a formação de quatro subgrupos:o<br />
primeiroformado exclusivamente pelo genótipo 363, que apresentou as maiores<br />
médias para CP e CS; o segundo formado pelo genótipo 360, que apresentou as<br />
menores médias para DC e LB; o terceiro subgrupo formado pelos genótipos 102,<br />
211, 101, 104, 359 e 312, que apresentaram os maiores valores médios para DF,<br />
44
DC, e valores intermediários para LB e o quarto subgrupo formado pelos genótipos<br />
245, 244 e 243, com os maiores valores médios para LB.<br />
O segundo grupo formado pelos genótipos de P. cincinnata formaram oito<br />
subgrupos: I (332) genótipo que entre todos analisados apresentou os menores<br />
valores médios para CFC1, CP, CS, CB, Nfo e NETN;II (336) com menor valor de<br />
NETN;III (333) com os maiores valores para CPD e LP; IV (FC1), V (334), VI (331);<br />
VII (330, 322, 327, 323, 325) e o subgrupo VIII que agrupou os genótipos 335, 326,<br />
197, 324, FC2.<br />
Ao analisar a dispersão gráfica das duas primeiras variáveis canônicas<br />
também foi observada a separação dos genótipos por espécie (figura 3),<br />
concordando com o método ligação simples (distância Malhalanobis). As duas<br />
primeiras variáveis canônicas explicaram 80% da variação total.<br />
Figura 3. Dispersão dos genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata em relação às<br />
primeiras variáveis canônicas (VC1, VC2) a partir dos dados morfológicos<br />
quantitativos. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
45
A utilização do método de otimização de Tocher, fundamentado na<br />
dissimilaridade, expressa pelas distâncias de Mahalanobis (D2), possibilitou a<br />
distribuição dos genótipos estudados em sete grupos distintos (Tabela 3).<br />
O genótipo 333, que ficou isolado dos demais genótipos no agrupamento por<br />
ligação simples, compreendendo o grupo II, no agrupamento por otimização de<br />
Tocher foi alocado no primeiro grupo, juntamente com os genótipos 323, 325, 327,<br />
330, 322, 326, 324, FC2, 197, 331, 335 e 334. O genótipo FC1 para o primeiro<br />
método adotado se enquadrou no grupo I juntamente com os genótipos FC2, 324,<br />
197, 326, 335, 325, 323, 327, 322, 330, 331, 334, FC1, enquanto que no segundo<br />
método esse genótipo ficou isolado, compreendendo o quinto grupo. Os genótipos<br />
363, 336 e 332, constituem respectivamente os grupos 4, 6 e 7. Os demais<br />
genótipos agruparam-se iguais em ambos os métodos.<br />
Tabela 3. Grupos de genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata estabelecidos pelo<br />
método de Tocher. Ilhéus, UESC, BA, 2009.<br />
Grupo Genótipos Distância<br />
média<br />
intragrupo<br />
1 323; 325; 327; 330; 322; 326; 324; FC2; 197; 331; 335; 32,14<br />
334; 333<br />
2 244; 243; 245; 312; 359; 101; 104; 211; 102 42,42<br />
3 360<br />
4 363<br />
5 FC1<br />
6 336<br />
7 332<br />
P. <strong>alata</strong> (101; 102; 211; 104; 244; 245; 243; 359; 360; 363; 312); P. cincinnata (322; 323; 324; 325;<br />
326; 327; 330; 197, FC1; FC2; 331; 332; 333; 334; 335; 336).<br />
O método de otimização de Tocher também permite estudar a dissimilaridade<br />
intra e intergrupos (ZUIN et al., 2009) (tabela 4), onde a distância média dentro dos<br />
46
grupos é sempre menor que a distância média entre os grupos (VASCONCELOS et<br />
al., 2007).<br />
Tabela 4. Distancia média dentro e entre grupos correspondentes aos sete grupos<br />
formados pelos genótipos de P. <strong>alata</strong> e P cincinnata. Ilhéus, UESC (BA),<br />
2009 (1) .<br />
Grupo (2) I II III IV V VI VII<br />
I 32, 14 228, 30 262, 04 249, 04 57, 65 66, 56 79, 5468<br />
II - 42, 42 62, 17 64, 76 174, 31 198, 7903 225, 2772<br />
III - - - 85, 42 211, 93 224, 192 221, 4815<br />
IV - - - - 171, 68 180, 9808 266, 7084<br />
V - - - - - 60, 3364 92, 4494<br />
VI - - - - - - 166, 2932<br />
VII - - - - - - -<br />
(1) As distâncias médias dentro dos grupos estão dispostas na diagonal principal e as distâncias<br />
médias entre grupos estão dispostas fora da diagonal principal. (2) Grupo I:323; 325; 327; 330; 322;<br />
326; 324; FC2; 197; 331; 335; 334; 333; Grupo II: 244; 243; 245; 312; 359; 101; 104; 211; 102; Grupo<br />
III: 360; Grupo IV: 363; Grupo V: FC1; Grupo VI: 336; Grupo VII:332.<br />
As maiores distancias médias foram obtidas entre os grupos IV e VII<br />
(266,7084), I e III (262,0471), e I e IV (249,0471) e as menores medias foram obtidas<br />
entre os grupos I e V (57,6583); I e VI (66,5627) e I e VII (79,5468).<br />
Em relação à contribuição relativa de cada característica para a diversidade<br />
genética entre as espécies, com base no critério proposto por Singh (1981),<br />
verificou-se que para os 16 descritores morfológicos mensurados, o que mais<br />
contribuo para a diversidade foi o DC com 43,46%. O ranque de contribuição de<br />
todos os 16 caracteres para a diversidade entre P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, está<br />
apresentado em ordem decrescente na tabela 5, os demais descritores não<br />
apresentaram contribuição significativa para a divergência entre P. <strong>alata</strong> e P.<br />
cincinnata, podendo ser realizado o teste de descarte .<br />
47
Tabela 5. Contribuição relativa dos caracteres para a divergência entre os genótipos<br />
de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, segundo método de Singh (1981). Ilhéus,<br />
UESC (BA) 2009.<br />
Descritores Contribuição (%)<br />
DC 43,4667<br />
LP 9,8165<br />
CPD 7,4929<br />
LS 6,3785<br />
CP 4,7084<br />
CFC2 4,5106<br />
NETN 3,7251<br />
CB 3,4743<br />
LB 3,3602<br />
NFo 2,6931<br />
CS 2,4411<br />
DF 2,1998<br />
AFo 2,1743<br />
DH 1,7782<br />
CFC1 1,1752<br />
ALT 0,6051<br />
DC – diâmetro da corona (mm); LP - largura da pétala (mm); CPD - comprimento do pedúnculo (mm);<br />
LS - largura da sépala (mm); CP - comprimento da pétala (mm); CFC2 – comprimento da segunda<br />
série de filamento da corona (mm); NETN – número de entrenós; CB - comprimento da bráctea (mm);<br />
LB - largura da bráctea (mm); NFo – número de folha; CS - comprimento da sépala (mm); DF –<br />
diâmetro da flor (mm); AFo – área foliar; DH – diâmetro da haste; CFC1 - comprimento da primeira<br />
série de filamento da corona (mm); ALT – altura da planta.<br />
Análises de dissimilaridade por meio de caracteres qualitativos também foram<br />
utilizadas a fim de complementar os dados e obter uma caracterização<br />
interespecífica mais detalhada.<br />
O dendrograma resultante da análise de agrupamento pelo método vizinho<br />
mais próximo a partir dos caracteres qualitativos (Figura4) revelou a formação de<br />
nove grupos, separando-os por espécie, sendo do grupo I ao IV, constituído por<br />
genótipos de P. cincinnata e do V ao IX constituído por genótipos de P. <strong>alata</strong>.O<br />
coeficiente de correlação cofenético obtido para este agrupamento foi de rcof=86.<br />
48
*r cof= 86<br />
Figura 4.Dendrograma gerado a partir dos dados morfológicos qualitativos de<br />
genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, classificado segundo coeficiente de<br />
dissimilaridade pelo método de agrupamento Ligação simples - Vizinho mais<br />
Próximo.<br />
O primeiro grupo reuniu isoladamente o genótipo 335; o grupo II foi composto<br />
do genótipo 324 de perianto roxo e aplanado, corona roxo intenso e folha 4/4 (5GY);<br />
o terceiro grupo reuniu os genótipos 322 e 197, ambos com perianto e corona roxo<br />
intenso, cujo formato do primeiro é côncavo e se diferenciam quanto a cor da folha<br />
sendo 4/4 (5GY) para o genótipo 322 e 5/10 (5GY) para o genótipo 197; o grupo IV<br />
reuniu os genótipos 336, 334, 333, 332, 325, FC2, 331, FC1, 330, 326 e 327; todos<br />
os genótipos desse grupo possuem corona roxa, perianto roxo e côncavo, com<br />
exceção do 325 e FC2 que possuem perianto aplanado, corona também roxa, nesse<br />
grupo houve uma grande variação para cor da folha, incluindo segundo a carta de<br />
Munsell, página 5GY a classe 5/8 (323, 327, e 332), 4/6 (325, FC2 e 331), 5/6 (326,<br />
334), 4/8 (330, 333), 4/4 (FC1). O genótipo 336 foi o único que se enquadrou na<br />
pagina 2.5GY classe 7/10. O quinto grupo conteve apenas o genótipo 363 de pétalas<br />
e sépala vermelha, corona roxa, perianto convexo e folha de cor 5/8 (5GY). O sexto<br />
grupo ficou apenas com o genótipo 104 com perianto aplanado, vermelho porem<br />
despigmentado, corona roxa, folha 4/8 (5GY). O grupo VII reuniu os genótipos 359,<br />
49
360, 243, 245, 244, 211, 312, todos de perianto aplanado e vermelho com exceção<br />
dos genótipos 359 e 360 cujas pétalas e sépalas mostraram – se rosa; a corona<br />
variou de roxo (211, 360, 312) a roxo intenso (244, 245, 243, 359), as folhas<br />
apresentaram pela pagina 5GY da carta de Munsell a cor 5/8 (211, 244, 312), 4/4<br />
(245), 4/8 (243, 359, 360). O grupo VIII foi constituído pelo genótipo 101 de perianto<br />
vermelho aplanado, corona roxa e folha 4/4 (5GY). O grupo IX foi formado pelo<br />
genótipo 102 de cuja única característica que diferencia do genótipo 102 é a cor da<br />
folha (4/8).<br />
50
3.5 DISCUSSÃO<br />
3.5.1 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA<br />
Os genótipos de P. <strong>alata</strong> apresentaram valores médios do DF, CPD inferiores<br />
ao descrito na literatura que relataram o DF de P. <strong>alata</strong> na faixa de 100 a120 mme o<br />
CPD de 20 a40 mm(Nunes; Queiroz, 2006). Porem considerando CP e LP os<br />
mesmos autores descreveram para a espécie valores próximos aos encontrados<br />
neste, variando de 40 a45 mm para CP e 10 a20 mm para LP. Tratando-se de<br />
comprimento e largura da bráctea a amplitude dos valores de 15 a20 mm e 10 a15<br />
mm(CERVI, 1997) são inferiores ao observado.<br />
A P. <strong>alata</strong> do ponto de vista ornamental é bastante cultivada não só pela<br />
exuberância das flores, mas também devido à beleza de sua ramagem (CERVI,<br />
1997). Seu caule quadrangular e alado a torna facilmente reconhecida, porém em<br />
estado vegetativo pode ser confundida com P. odontophylla, da qual é diferenciada<br />
pelo tamanho da folha (10-14 x 6-8 cm em P. <strong>alata</strong> e 6-8 x 3-4 cm em P.<br />
odontophylla), além da margem (lisa em P. <strong>alata</strong> e serreada em P. odontophylla) e<br />
base (cordada em P. <strong>alata</strong> e arredondada em P. odontophylla) das folhas (NUNES;<br />
QUEIROZ, 2006). Esse fato mostra o quão importante é caracterizar genótipos e,<br />
ou, espécies baseados também em dados vegetativos, porém nesse sentido a<br />
literatura é escassa para <strong>Passiflora</strong>. Existem trabalhos que avaliam o estagio inicial<br />
do crescimento vegetativo (diâmetro do caule, altura de plantas e número de folhas)<br />
51
de plantas de maracujá-doce, obtidas por estaquia e por semente e foi observado<br />
comportamento distinto da altura da planta e número de folhas, obtendo - se maiores<br />
valores na primeira situação (RONCATTO et al., 2008), indicando que o modo que<br />
as plantas são obtidas pode interferir em determinados parâmetros vegetativos.<br />
Para P. cincinnata referente a DF a literatura relada valores que variam de<br />
90,53 (DUARTE et al., 2009) a 164,5 mm de diâmetro floral (ARAUJO et al., 2008),<br />
ou seja, valores superiores aos encontrados neste. Com relação a CPC1 e CPC2 os<br />
valores se assemelham aos encontrados por Cervi (1997) onde o CPC1 variou de 30<br />
– 50 mm e o CPC2 de 20 – 40 mm. Para a variável CP e LP foi observado valores<br />
menores aos encontrados por Nunes e Queiroz (2006) 80-100 x 25-30 mm. A<br />
variação para comprimento das brácteas esta inclusa nos valores 15,8 - 34,5 mm<br />
descritos por Duarte et al. (2009) e a variação da largura dessas foi próxima a<br />
variação (15 – 25mm) encontrada por Nunes e Queiroz (2006).<br />
A caracterização morfológica por meio desses descritores auxilia na<br />
diferenciação de espécies. A exemplo, P. cincinnata e P. caerulea, podem ser<br />
confundidas devido às folhas pentalobodas e tornam-se perceptivelmente diferentes<br />
pela observação de suas flores. Uma das estratégias para diferenciá-las, é a<br />
observação do tamanho e coloração dos filamentos da corona, que são maiores do<br />
que as pétalas e de coloração arroxeada em P. cincinnata e menores do que as<br />
pétalas e de coloração azulada em P. caerulea (NUNES; QUEIROZ, 2006).<br />
Considerando a parte vegetativa do ramo principal o DH apresentou variação<br />
próxima a 4,5 – 10,10 mm encontrado por Araújo et al. (2008). A área foliar<br />
apresentou valores bem inferiores a 221,4 – 732,00, encontrados por Araújo et al.<br />
(2008). Existem estudos considerando as características vegetativas em algumas<br />
espécies de <strong>Passiflora</strong>, porém em estágio de mudas (SILVA et al., 2004).<br />
52
O estudo vegetativo é importante para avaliar o crescimento e<br />
desenvolvimento das plantas, uma vez que as folhas constituem o aparato<br />
fotossintético e são responsáveis pela produção de carboidratos, que serão<br />
alocados para os órgãos vegetativos e reprodutivos das mesmas (BASTOS et al.,<br />
2002). Do ponto de vista ornamental os descritores vegetativos são extremamente<br />
importantes para determinar o modo de cultivar a planta, bem como o tipo decorativo<br />
potencial e o manejo que precisará ser adotado.<br />
Por meio dos descritores qualitativos notou-se antese no turno matutino para<br />
ambas as espécies, semelhante ao que foi mostrado por Kill et al. (2010) e Aular et<br />
al. (2004) em P. cincinnata e por Costa et al. (2009) em P. <strong>alata</strong>. Geralmente o<br />
horário de abertura das flores, bem como fechamento, está relacionado ao horário<br />
de atividade do agente polinizador (TEIXEIRA et al., 1994).<br />
As cores das flores, vermelho, púrpura ou violeta, azul (SOUZA et al., 2010) e<br />
rosa (MAZZA; MINIATI, 1993) são geralmente devido a um tipo de flavonóide<br />
chamado antocianina. Possivelmente esse pigmento conferiu ao perianto da maioria<br />
dos genótipos de P. <strong>alata</strong> a cor vermelha, semelhante ao encontrado por<br />
Crochemore et al. (2003). Os genótipos 359 e 360 apresentaram perianto rosa<br />
semelhante ao descrito por Nunes e Queiroz (2006). Diferentemente, Varassin e<br />
Silva (1999) citaram a coloração para perianto de P. <strong>alata</strong> como arroxeada. O<br />
perianto de P. cincinnata mostrou-se roxo variando apenas quanto a tonalidade de<br />
mais claro (323, 325, 326, 327, 330, FC1, FC2, 331, 332, 333, 336, 101, 102, 211,<br />
104, 360, 363, e 312) a roxo mais escuro (322, 324, 197, 335, 243, 244, 245, 359 e<br />
360). Cervi (1997) classificou as pétalas e sépalas das P. cincinnata como violáceas.<br />
A cor das folhas foi determinada conforme formato H V/C da carta de Munsell<br />
onde o parâmetro H refere-se ao comprimento de onda de luz, V refere-se ao brilho<br />
53
ou tonalidade, varia de 0 a 10 e C refere-se a intensidade ou pureza da cor, variando<br />
de 0 a 12 ou mais (BOTELHO et al., 2006). Conforme carta de Munsell a cor da<br />
folha foi verde-amarelo (5GY) para todos os genótipos, variando quanto ao nível de<br />
luminosidade e saturação, onde a maioria foi 4/8 (330, 333, 335 - P. <strong>alata</strong> e 102,<br />
104, 243, 359, 360, 363 - P. cincinnata), mas havendo também 5/8 (324, 327, 332 -<br />
P. <strong>alata</strong> e 211, 244, 312 - P. cincinnata); 4/4 (322, 324, FC1 - P. <strong>alata</strong> e 101, 245 - P.<br />
cincinnata); 4/6 (325 - P. <strong>alata</strong> e FC2, 331 - P. cincinnata); 5/6 (326, 334 - P. <strong>alata</strong>);<br />
5/10 (197 - P. cincinnata) e 7/10 da página 2.5GY (336 - P. cincinnata). Os<br />
filamentos em ambas as espécies mostraram-se com predominância roxa, uma vez<br />
que são bandeados com branco. Sendo em P. cincinnata totalmente ondulado e em<br />
P. <strong>alata</strong> com ondulações apenas no ápice. Nunes e Queiroz (2006) em P. cincinnata<br />
observaram cor semelhante, porém com ondulações no ápice. Os mesmos autores<br />
descreveram os filamentos de P. <strong>alata</strong> em tons de vermelho, diferindo do observado<br />
neste e por Cervi (1997) onde os filamentos foram descritos como bandeados em<br />
branco e roxo.<br />
3.5.2ANALISE MULTIVARIADA<br />
Os descritores morfológicos utilizados foram eficientes para descriminar as<br />
espécies botânicas, porem os descritores qualitativos mostraram uma menor<br />
diferenciação entre os genótipos, isso pode ter provavelmente ocorrido em função<br />
do tipo de herança gênica, pois esses descritores são controlados por poucos genes<br />
e menos afetados pelo ambiente.<br />
O coeficiente de correlação cofenética do dendrograma dos genótipos de P.<br />
<strong>alata</strong> e P. cincinnata gerado a partir de dados quantitativos (rcof=0,90) e qualitativos<br />
54
(rcof=0,86) revelou um bom ajuste entre representação gráfica das distancias e sua<br />
matriz original, que deve ser superior a0,8(BUSSAB et al. 1990). Neste tipo de<br />
representação gráfica, a eficiência com que a matriz original dos dados de distância<br />
é representada na figura implica diretamente na possibilidade de sua utilização<br />
(BERTAN et al., 2006).<br />
Devido à fácil visualização do agrupamento dos genótipos similares os<br />
métodos hierárquicos são bastante utilizados em diversas culturas como tomateiro<br />
(Lycopersicon esculentum L.) (KARASAWA et al., 2005) e maracujazeiro (<strong>Passiflora</strong><br />
spp.)(NEGREIROS et al., 2007), porem para a obtenção de resultados mais<br />
completos deve-se utilizar mais de uma técnica de estudo de dissimilaridade<br />
(NEITZKE, 2008).<br />
Houve congruência entre o método de agrupamento do vizinho mais próximo<br />
e o método de otimização de Tocher com relação ao numero de grupo formado. Os<br />
resultados referentes à distância intergrupos podem auxiliar na escolha de genitores<br />
para hibridação (ZUIN et al., 2009), uma vez a utilização de genitores com alta<br />
divergência genética visando aumentar a probabilidade de ocorrência de<br />
segregantes superiores em gerações avançadas e ampliar a base genética é uma<br />
estratégia recomendada em programas de melhoramento, porém a escolha de<br />
genótipos deve ser feita considerando também seus comportamentos per se (CRUZ<br />
et al., 2004).<br />
Nota-se que os genótipos mesmo sendo pertencentes a uma mesma espécie,<br />
é comum que alguns deles possuam maior ou menor semelhança genética que<br />
outros, e isto é refletido pelas características fenotípicas avaliadas (VIANA et al.<br />
2003; BELLON et al. 2009).<br />
55
A característica que mais contribuiu para a divergência genética<br />
interespecífica foi diâmetro da corona, com 43%, e variação de 34,70 (P. <strong>alata</strong>) a<br />
99,47 (P. cincinnata). Essa variável é considerada a característica mais marcante do<br />
gênero <strong>Passiflora</strong> (ABREU, 2009), é usada para caracterizar a família juntamente<br />
com o androginoforo (ULMER; MACDOUGAL, 2004) sustentando a monofilia de<br />
<strong>Passiflora</strong>ceae (FARINAZZO; SALIMENA, 2007).<br />
Descartar descritores que pouco ou nada contribuíram para discriminar<br />
diversidade entre genótipos significa otimizar o conjunto de variáveis, reduzindo<br />
custos operacionais, mão de obra e tempo despendidos na avaliação dos mesmos<br />
(OLIVEIRA et al., 2004). Estudos sugerem que a eficiência do descarte seja testada,<br />
por meio de comparações dos agrupamentos formados com base no conjunto dos<br />
descritores originais e selecionados (CURY, 1993). Trabalhos realizados com feijão-<br />
de-vagem mostraram mudança no agrupamento apenas depois da eliminação de<br />
sete das 13 variáveis (ABREU et al., 2004). Trabalhos realizados em Capsicum<br />
verificaram a mesma formação de grupos, após retirar separadamente as duas<br />
variáveis com menor contribuição. Contudo, foi notória a mudança no agrupamento<br />
ao retirá-las ao mesmo tempo (REGO et al., 2003)<br />
Existem genótipos com suspeita de ser duplicata (243 e 244; 101, 102, 104 e<br />
211) é desejável que esses sejam submetidos a avaliação em locais e tempo<br />
diversos, bem como que esse resultado seja comparado aos obtidos por<br />
caracterização molecular e citogenética (estudos em andamento no Bag). Em caso<br />
de confirmação manter apenas o genótipo que apresentar melhores condições.<br />
56
3.6 CONCLUSÕES<br />
A congruência entre os métodos utilizados indica consistência nos grupos<br />
formados dos quais se notou haver divergência genética entre e dentro dos<br />
genótipos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, quando analisados com base em<br />
características morfológicas vegetativas e florais, quantitativas e qualitativas.<br />
Dentre os genótipos caracterizados o 363 de P. <strong>alata</strong> e o 332 de P.<br />
cincinnata, mostraram-se como os mais divergentes.<br />
57
3.7 AGRADECIMENTOS<br />
Ao pesquisador Dr. Vitor Osmar Becker, pela permissão de coleta na reserva<br />
RPPN Serra Bonita, Camacã – BA; às instituições UENF e Instituto Plantarum, pela<br />
doação de sementes; ao professor Dr. George Sodré, pela liberação da casa de<br />
nebulização da CEPLAC; a Ronaldo Bloise, estagiário voluntário, pela ajuda na<br />
montagem do experimento; a Cínthia Sthefany Lima de Oliveira (estagiária<br />
voluntária), Gabriela de Oliveira Belo e Raquel Rodrigues Moraes (amigas) pela<br />
ajuda na tomada de dados; ao mestre Américo José Carvalho Viana, pelo auxilio<br />
estatístico; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB),pela<br />
bolsa de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico<br />
(CNPq)e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo apoio financeiro à<br />
pesquisa.<br />
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63
4. ESTUDO DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> CURTIS E<br />
<strong>Passiflora</strong> cincinnata MAST<br />
4.1 RESUMO<br />
A maioria das espécies de <strong>Passiflora</strong> possuem flores completas, mas se mostram<br />
autoincompatíveis, um mecanismo que contribui para o aumento da variabilidade<br />
genética. Conhecer o modo de reprodução das passifloras é extremamente<br />
importante, pois auxilia no manejo da espécie para sua manutenção no BAG e<br />
principalmente inferi nas estratégias a serem utilizadas nos programas de<br />
melhoramento. Os objetivos do presente trabalho foram determinar o sistema<br />
reprodutivo em acessos de <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis e P. cincinnata Mast que<br />
constituem o BAG da UESC e contribuir com dados adicionais sobre a número de<br />
semente por tipo de polinização e a receptividade após abertura floral. Para isso<br />
foram avaliados quatro acessos de cada espécie, em esquema fatorial simples, 3<br />
(polinizações) x 4 (acessos), as polinizações consistiram em polinização aberta,<br />
autopolinização controlada e polinização cruzada controlada. A receptividade foi<br />
observada pelo teste histoquímico com Peróxido de hidrogênio + benzidina. Nenhum<br />
fruto foi formado pela autopolinização em nenhuma das espécies indicando-as como<br />
autoincompatíveis. Em P. <strong>alata</strong> a taxa de pegamento foi similar para todos os<br />
acessos, independente do tipo de polinização. Porém considerando o número de<br />
sementes houve diferença entre os acessos e o tipo de polinização, sendo que na<br />
polinização aberta os acessos não diferiram entre si, mas para a polinização cruzada<br />
64
controlada dois grupos foram formados sendo, grupo (I) com acesso Una com maior<br />
número de sementes e grupo (2) com os acessos Instituto Plantarum, Serra Bonita e<br />
UENF. Em P. cincinnata para taxa de pegamento foram evidenciadas diferenças<br />
entre os acessos os quais foram divididos em três grupos sendo: grupo (I) formado<br />
pelo acesso Pato de Minas apresentando superior taxa de pegamento (63,3%);<br />
grupo (II) formado pelos acessos UENF e Una, ambos com taxa intermediária de<br />
43,3% de pegamento total, e o grupo (III) formado pelo acesso Campina Monte<br />
Alegre cuja taxa de pegamento foi inferior (13,33%) aos demais acessos. Foi<br />
também evidenciado diferença entre os tipos de polinização onde a taxa foi maior na<br />
polinização cruzada controlada. O número médio de sementes foi significativamente<br />
superior nos frutos provenientes da polinização cruzada controlada. A receptividade<br />
do estigma foi alta, tendendo a reduzir com o passar das horas após antese.<br />
Palavras chaves:sistema reprodutivo, autoincompatibilidade, receptividade do<br />
estigma, polinização, taxa de pegamento.<br />
65
4. STUDY OF THE REPRODUCTIVE BIOLOGY OF P. <strong>alata</strong>CURTIS AND P.<br />
Cincinnata MAST<br />
4.1.1 ABSTRACT<br />
Majority species of <strong>Passiflora</strong> have flowers complete, but show themselves incapable<br />
of self-pollination, this being an important mechanism that contributes to the increase<br />
in genetic variability. Know the reproduction of <strong>Passiflora</strong> is extremely important,<br />
because it helps in the management of this species for their maintenance in the BAG<br />
and inferred mainly in the choice and the strategies to be used in breeding programs.<br />
Therefore, the purpose of this study was to determine the reproductive system in<br />
accessions of <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> Curtis and P. cincinnata Mast. which form the BAG<br />
UESC and contribute additional data on the number of seed by type of pollination<br />
and stigma receptivity after flower opening. We evaluated four accessions of each<br />
species, in factorial simple, 3 (pollination) x 4 (hits), the pollinations consisted of<br />
spontaneous pollination, manual pollination and manual cross-pollination. The<br />
receptivity was observed by the histochemical test with hydrogen peroxide +<br />
benzidine. No fruit was formed by self-pollination in either species indicating them as<br />
self-incompatible. In P. <strong>alata</strong> rate of fixation was statistically similar for all accessions,<br />
irrespective of the type of pollination. But considering the number of seeds was no<br />
difference between access and the type of pollination, being that in spontaneous<br />
pollination accessions did not differ, but for cross-pollination two groups were being<br />
66
formed, group (I) with access Una to more seeds and group (2) with the access<br />
Instituto Plantarum, Serra Bonita and UENF. In P. cincinnata for rate of fixation were<br />
no differences between accessions were divided into three groups which: group (I)<br />
formed by the access Pato de Minas showing higher rate of fixation (63.3%); group<br />
(II) formed by accessions UENF and Una, both with a moderate rate of 43.3% of total<br />
fixation and group (III) formed by the access Campina Monte Alegre the rate of<br />
fixation was lower (13.33%) to the other accessions. It was also evident difference<br />
between the types of pollination where the rate was higher in cross-pollination. The<br />
average number of seeds was significantly higher in fruits from cross-pollination. The<br />
receptivity of the stigma was generally high, but tended to reduce with the passage of<br />
hours.<br />
Keywords: breeding system, self-incompatibility, stigma receptivity, pollination, fruit<br />
setting rate<br />
67
4.2 INTRODUÇÃO<br />
A família <strong>Passiflora</strong>ceae compreende 20 gêneros (SOUZA; LORENZI, 2005),<br />
dos quais o gênero <strong>Passiflora</strong> é o mais importante (PÉREZ et al., 2007),<br />
compreendendo aproximadamente 530 espécies (FEUILLET; MACDOUGAL, 2007),<br />
dispersas nas regiões pantropicais. O Brasil e a Colômbia são os países com maior<br />
número de espécies (NUNES; QUEIROZ, 2006). Cerca de 120 espécies são nativas<br />
do Brasil (BERNACCI et al., 2003), sendo 32 delas encontradas na Bahia, das quais<br />
algumas como P. mucugeana (NUNES; QUEIROZ, 2006) e P. cacaoensis (VIANA,<br />
2009) são consideradas endêmicas.<br />
P. <strong>alata</strong> é natural da América do Sul (NUNES; QUEIROZ, 2006), ocorrendo<br />
em todas as regiões do Brasil (BRUCKER; PICANÇO, 2001; KOEHLER-SANTOS<br />
ET AL., 2006), cujos frutos são utilizados na alimentação humana e suas folhas<br />
possuem propriedades farmacológicas (LIMA; CUNHA, 2004). Devido à beleza de<br />
suas flores,P. <strong>alata</strong> vem sendo utilizada como planta ornamental em projetos<br />
paisagísticos(LORENZI; SOUZA, 2001).<br />
<strong>Passiflora</strong> cincinnata é nativa do Cerrado, apresenta características de<br />
potencial econômico, como maior resistência a doenças e a pragas, maior<br />
longevidade, maior adaptação a condições climáticas adversas, e também apresenta<br />
características ornamentais, como período de florescimento ampliado (FALEIRO et<br />
al., 2005).<br />
A maioria das espécies de maracujá, mesmo apresentando flores completas,<br />
é incapaz de realizar autopolinização. Esse mecanismo é importante para manter<br />
68
altos níveis de heterozigose, uma vez que induz alogamia e, consequentemente<br />
contribui para o aumento da variabilidade genética (LOSS et al., 2006). A polinização<br />
cruzada em <strong>Passiflora</strong>s ocorre principalmente pela autoincompatibilidade<br />
(BRUCKNER et al., 2002).<br />
Os estudos referentes à biologia da reprodução das plantas são importantes,<br />
pois contribuem para sua conservação e manejo sustentado (LENZI et al, 2005), e<br />
interferem diretamente na escolha do método a ser utilizado nos programas de<br />
melhoramento genético (ALLARD, 1960).<br />
A determinação das estratégias a serem adotadas em um programa de<br />
melhoramento genético de plantas é fortemente influenciada pela biologia<br />
reprodutiva da espécie, especialmente quando se utilizam técnicas de polinização<br />
artificial para hibridação de espécies. Desta maneira, a possibilidade de cruzamento<br />
entre progenitores selecionados requer também o conhecimento, nos indivíduos a<br />
serem cruzados, do período em que o estigma encontra-se receptivo ao grão de<br />
pólen (STIEHL-ALVES; MARTINS, 2008). Essas informações são importantes, pois<br />
favorecem o planejamento e a execução das estratégias a serem adotadas em<br />
cruzamento, reduzindo assim mão de obra e tempo despendidos (COSTA et al.,<br />
2008).<br />
Nesse sentido o objetivo do presente trabalho foi estudar o sistema<br />
reprodutivo em <strong>Passiflora</strong> <strong>alata</strong> e P. cincinnata e contribuir com dados adicionais<br />
sobre de abertura da flor.<br />
69
4.3 MATERIAL E MÉTODOS<br />
4.3.1 MATERIAL VEGETAL<br />
Foram avaliados quatro acessos de P. <strong>alata</strong> Curtis e cinco de P. cincinnata<br />
Mast (Tabela 1). Os acessos fazem parte do acervo do Banco Ativo de<br />
Germoplasma de <strong>Passiflora</strong> da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC),<br />
situada no município de Ilhéus, Bahia(14° 39' S, 39° 10' W; 78 m a.s.l.).<br />
Tabela 1.Lista dos acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata suas respectivas<br />
procedências. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Espécie Acesso<br />
P. <strong>alata</strong> RPPN* Serra Bonita, Camacan (BA).<br />
Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF (RJ).<br />
Fazenda Ouro Verde, Una (BA).<br />
Instituto Plantarum, Nova Odessa, (SP).<br />
P. cincinnata Pato de Minas (MG).<br />
Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF (RJ).<br />
Campina Monte Alegre (SP).<br />
Fazenda Ouro Verde, Una (BA).<br />
*RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural.<br />
4.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO<br />
Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do<br />
tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos com<br />
70
papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao surgimento das<br />
primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas para saquinhos de<br />
polietileno com volume de 1 L contendo solo. Após atingirem cerca de 40 cm de<br />
altura, foram transplantadas para vasos polietileno de 35 L com solo (areno-<br />
argiloso). As repetições foram obtidas de estacas, as quais foram retiradas da parte<br />
intermediária dos ramos, preparadas e padronizadas com três nós e três folhas<br />
reduzidas à metade. Imediatamente foram secionadas em bisel, suas extremidades<br />
basais imersas em talco contendo auxina sintética (ácido indol 3-butírico – AIB) e<br />
plantadas em sacos de polietileno preto (leito de enraizamento), com capacidade<br />
para 1,5 L, contendo areia lavada e foram levadas para casa de nebulização<br />
intermitente da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), BA.<br />
Após cerca de 40 dias, foram ainda aclimatadas por 8 dias na casa de mudas da<br />
UESC, sendo em seguida transferidas para vasos polietilenode 42 L preenchidos<br />
com solo areno-argiloso peneirado.<br />
As plantas foram mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira.<br />
Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-14-8) a<br />
cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. As pragas e<br />
doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não afetando o ciclo<br />
reprodutivo das plantas.<br />
4.3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL<br />
Foi empregado o delineamento experimental blocos casualizados em<br />
esquema fatorial simples, 3 (tipos de polinizações) x 4 (acessos) totalizando 12<br />
71
tratamentos com cinco repetições em cada um dos três blocos, para ambas as<br />
espécies.<br />
4.3.4 ESTUDOS DE COMPATIBILIDADE INTRAESPECÍFICA<br />
Os estudos de compatibilidade intraespecifica foram realizados mediante<br />
estimativas da taxa de autopolinização e taxa de autoincompatibilidade. Para isso<br />
foram realizados os seguintes tipos de polinização: polinização aberta, polinização<br />
cruzada controlada e autopolinização controlada.<br />
Para observação de polinização abertas, botões florais próximos à antese<br />
foram marcados com etiquetas plásticas, posteriormente foram contadas as flores<br />
com frutos em início de desenvolvimento. Para estimativa da autopolinização<br />
controlada, botões florais próximos à antese foram protegidos com tule um dia antes<br />
da abertura. As flores foram autopolinizadas (com pólen da mesma planta) com<br />
auxílio de pinça e protegidas por sacos de papel, por 24h após a polinização. Para<br />
estimativa da polinização cruzada controlada, as flores foram emasculadas antes do<br />
momento da abertura e protegidas com tule. Os estigmas foram polinizados com<br />
pool de pólen de diferentes plantas (polinização cruzada), e as flores foram<br />
novamente protegidas por 24h. Para todos os casos (polinização aberta e<br />
controlada), as flores polinizadas foram etiquetadas e cinco dias após a polinização<br />
foi verificada a taxa de pegamento. O número de frutos originários das polinizações<br />
foi registrado e os mesmos foram cobertos com saco de nylon para proteção contra<br />
queda no amadurecimento (BRUCKNER; OTONI, 1999). Após o amadurecimento<br />
dos frutos, o número de sementes foi registrado. Os dados obtidos foram utilizados<br />
nas estimativas das taxas de autopolinização e auto incompatibilidade. Os dados<br />
referentes ao percentual de frutos vingados em relação ao número de flores<br />
72
polinizadas por tipo de polinização e seus respectivos números de sementes foram<br />
submetidos à análise de variância e teste de médias (Tukey, P < 0,05). As análises<br />
foram realizadas no programa SAS (SAS, 1987).<br />
4.3.4 a) Estimativa da Taxa de Autopolinização<br />
A freqüência de autopolinização foi estimada por comparação dos valores de<br />
número de sementes obtidas de flores polinizadas naturalmente (polinização aberta)<br />
com as de autopolinização e de polinização cruzada controlada. A taxa de<br />
autopolinização (S) foi estimada como a seguir (DAFNI, 1992): S = Px – Po/Px-Os,<br />
onde: Px = valor da polinização cruzada; Po = valor da autopolinização; Os = valor<br />
da polinização aberta.<br />
4.3.4 b) Estimativa da Taxa de Autoincompatibilidade<br />
Foi utilizado o índice ISI (“Index to measure Self-Incompatibility”), de acordo<br />
com Dafni (1992): ISI = Nº de frutos provenientes de autopolinização ÷ Nº de frutos<br />
de polinização cruzada (ambas controladas). Os valores de ISI refletem as seguintes<br />
possibilidades:<br />
a) >1 = autoincompatibilidade;<br />
b) >0.2
) levemente auto-incompatível = 3-30%, classe 1;<br />
c) altamente auto-incompatível = >30%, classe 2.<br />
4.3.5 RECEPTIVIDADE DO ESTIGMA<br />
Para os estudos de receptividade foram realizados testes histoquímicos nos<br />
acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata. Os tratamentos consistiram de cinco horários,<br />
com intervalo de 1 hora, a partir das 8 horas da manha.<br />
Foi utilizado o peróxido de hidrogênio (H2O2), que indica receptividade pela<br />
presença de peroxidase (OSBORN et al., 1998) através da formação de bolhas de ar<br />
(PEARSE, 1972). Nesse processo botões florais em antese foram protegidos com<br />
tule. No dia seguinte á proteção, após abertura das flores os estigmas foram<br />
coletados nos respectivos horários e transferidos para vidrinhos contendo a solução<br />
- teste, sendo mantidos totalmente submersos. Os estigmas foram classificados em<br />
receptivos de acordo com as seguintes observações: o filete estigmático atingir a cor<br />
preta e formar bolhas. Para obter resultados confiáveis, estigmas danificados ou<br />
com pólen na superfície não foram utilizados, evitando-se resultado falso positivo.<br />
O efeito dos horários sob receptividade do estigma foi observado pela análise<br />
de regressão, cujos modelos e betas foram testados com auxílio do programa<br />
estatístico SAS.<br />
74
4.4 RESULTADOS<br />
4.4.1 Estudo de compatibilidade Intraespecifica<br />
Os resultados percentuais de pegamento das polinizações controladas<br />
(cruzada e autopolinização) e polinização aberta para os acessos de P. <strong>alata</strong> e P.<br />
cincinnata estão apresentados na Tabela 2. Observa-se que, de maneira geral, a<br />
polinização cruzada controlada apresentou o maior número de frutos obtidos,<br />
seguida da polinização aberta e por último a autopolinização, que não apresentou<br />
pegamento.<br />
Em P. <strong>alata</strong>, pela análise de variância, a taxa de pegamento não foi<br />
influenciada pelo acesso, nem pelo tipo de polinização, como também não houve<br />
interação acesso X polinização (Tabela 3). A média percentual de pegamento dos<br />
frutos variou de 13,33% nos acessos Una (polinização aberta) e UENF (polinização<br />
cruzada controlada) a 40% nos acessos Una e Instituto Plantarum, em ambas esse<br />
valor ocorreu na polinização cruzada.<br />
75
Tabela 2. Percentual de pegamento de frutos por polinizações controladas e abertas<br />
em acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Tipo de Polinização<br />
Espécie Acesso Bloco Aberta (%) Autopolinização<br />
P. <strong>alata</strong> Serra Bonita 1<br />
2<br />
3<br />
UENF 1<br />
2<br />
3<br />
Una 1<br />
2<br />
3<br />
Instituto<br />
Plantarum<br />
Média<br />
Média<br />
Média<br />
1<br />
2<br />
3<br />
P. cincinnata Pato de Minas 1<br />
2<br />
3<br />
UENF 1<br />
2<br />
3<br />
Campina<br />
Monte Alegre<br />
Média<br />
Média<br />
Média<br />
1<br />
2<br />
3<br />
Média<br />
Una 1<br />
2<br />
3<br />
Média<br />
20<br />
40<br />
20<br />
40<br />
33,33<br />
20<br />
40<br />
40<br />
33,33<br />
0<br />
20<br />
20<br />
13,33<br />
60<br />
0<br />
40<br />
33,33<br />
40<br />
40<br />
40<br />
40<br />
20<br />
0<br />
0<br />
6,67<br />
20<br />
0<br />
0<br />
6,67<br />
0<br />
20<br />
40<br />
(%)<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
0<br />
76<br />
Cruzada (%)<br />
13,33<br />
60<br />
100<br />
100<br />
40<br />
0<br />
60<br />
33,33<br />
0<br />
20<br />
20<br />
40<br />
40<br />
40<br />
40<br />
40<br />
60<br />
20<br />
40<br />
86,67<br />
80<br />
60<br />
100<br />
80<br />
0<br />
40<br />
20<br />
20<br />
40<br />
100<br />
60<br />
66,67
Tabela 3. Resumo da análise de variância da taxa de pegamento de fruto<br />
resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada)<br />
realizadas em diferentes acessos de P. <strong>alata</strong>. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
FV GL SQ MQ F P<br />
Bloco 2 0,1221 0,0611 0,72 ns 0,5025<br />
Acesso (A) 3 0,0744 0,0248 0,29 ns 0,8293<br />
Polinização (P) 1 0,0075 0,0075 0,09 ns 0,7710<br />
A x P 3 0,3882 0,1294 1,53 ns 0,2497<br />
Resíduo 9<br />
FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; SQ – soma dos quadrados; MQ – média dos<br />
Quadrados; F – valor calculado; ns – não significativo.<br />
Considerando o número de sementes nos acessos de P. <strong>alata</strong>, a análise de<br />
variância mostrou haver diferença significativa (0,001) tanto entre os acessos quanto<br />
entre o tipo de polinização e entre a interação acesso x tipo de polinização (Tabela<br />
4).<br />
Tabela 4 - Resumo da análise de variância referente ao número de semente<br />
resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada)<br />
realizadas em diferentes acessos de P. <strong>alata</strong>. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
FV GL SQ MQ F P<br />
Bloco 2 7850,9583 3925,4792 1,03 ns 0,3916<br />
Acesso (A) 3 192329,9393 64109,9798 16,84 ***<br />
0,0003<br />
Polinização (P) 1 54528,0333 54528,0333 14,32* 0,0036<br />
A x P 3 93421,6833 31140,5611 8,18 * 0,0048<br />
Resíduo 9<br />
FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; *, **, *** Significativo a 5%. 1% e 0,1 % de<br />
probabilidade pelo teste Tukey, respectivamente, ns – não significativo.<br />
77
No desdobramento do efeito de genótipos dentro de polinizações em P. <strong>alata</strong><br />
(Tabela 5)foi verificado que na polinização aberta, os acessos não divergiram<br />
estatisticamente, com número de semente variando de 101 (UENF) a 157 (Instituto<br />
Plantarum). Para a polinização cruzada controlada o número de semente diferiu<br />
significativamente entre os acessos, havendo a formação de dois grupos pelo teste<br />
de média Tukey a 5% de significância, sendo: grupo (I) formado pelo acesso Una<br />
com 432 sementes, quantidade superior ao encontrado nos demais acessos e o<br />
grupo (II) formado pelos acessos Instituto Plantarum (333 sementes), Serra Bonita<br />
(93 sementes) e UENF (54 sementes).<br />
Tabela 5. Número médio de sementes dos acessos de P. <strong>alata</strong> provenientes de<br />
diferentes tipos de polinização. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Espécie Polinização Acesso Média 1 Nº de<br />
semente<br />
P. <strong>alata</strong> Aberta Serra Bonita 117 a<br />
UENF 101 a<br />
Una 106 a<br />
Instituto Plantarum 157 a<br />
Cruzada Controlada Serra Bonita 93 B<br />
UENF 54 B<br />
Una 432 A<br />
Instituto Plantarum 333 B<br />
1 Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas para polinização espontânea e maiúsculas para<br />
polinização cruzada, diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.<br />
Considerando P. cincinnataforam evidenciadas diferenças entre os genótipos<br />
(p < 0,05) e diferenças altamente significativas (p < 0,001) entre os tipos de<br />
polinização, porem não houve a interação acesso x genótipo (Tabela 6), todos os<br />
acessos apresentaram maiores valores percentuais médios para taxa de pegamento<br />
quando realizadas as polinizações cruzadas controladas. As polinizações abertas<br />
para o acesso Pato de Minas, UENF, Campina Monte Alegre e Una apresentaram as<br />
78
espectivas médias 40; 6,67; 6,67 e 20% para pegamento de fruto. Em contrapartida<br />
as taxas de pegamento para as polinizações cruzadas controladas nesses mesmos<br />
acessos foram 86,67%; 80%; 20% e 66,67%, respectivamente.<br />
Tabela 6. Resumo da análise de variância da taxa de pegamento de fruto resultante de<br />
dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada) realizadas em<br />
diferentes acessos de P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
FV GL SQ MQ F P<br />
Bloco 2 0,0243 0,0121 0,10 ns 0,9077<br />
Acesso (A) 4 1,9161 0,4790 3,83 *<br />
0,0214<br />
Polinização (P) 1 2,1093 2,1093 16,87*** 0,0007<br />
A x P 4 0,7499 0,1875 1,50 ns 0,2466<br />
Resíduo 28<br />
FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; *, *** Significativo a 5% e 0,1 % de probabilidade pelo<br />
teste Tukey, respectivamente, ns – não significativo.<br />
O teste de comparação de médias separou os acessos de P. cincinnata em<br />
três grupos em função da taxa de pegamento do fruto (Tabela 7), sendo: grupo (I)<br />
formado pelo acesso Pato de Minas apresentando superior taxa de pegamento<br />
(63,3%) distribuída entre polinização aberta e polinização cruzada controlada; grupo<br />
(II) formado pelos acessos UENF e Una, ambos com taxa intermediária de 43,3% de<br />
pegamento total e o grupo (III) formado pelo acesso Campina Monte Alegre cuja<br />
taxa de pegamento foi inferior (13,33%) aos demais acessos.<br />
Com relação ao número de semente em P. cincinnata foi evidenciado, pela<br />
análise de variância, que houve diferença significativa para o tipo de polinização<br />
(Tabela 8), onde o número médio de sementes foi superior nos frutos provenientes<br />
da polinização cruzada controlada (Tabela 9).<br />
79
Tabela 7 – Média da taxa de pegamento e média pelo teste Tukey em acessos de P.<br />
cincinnata resultantes de polinização aberta e polinização cruzada<br />
controlada. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Acesso<br />
Tipo de Polinização (%)<br />
Aberta Cruzada Controlada<br />
80<br />
Média 1 do acesso<br />
Pato de Minas 40 86,67 63,3 a<br />
UENF 6,67 80 43,3 b<br />
Campina Monte Alegre 6,67 20 13,3 c<br />
Uma 20 66,67 43,3 b<br />
Média 1 polinização 73,34 B 253,34 A<br />
1 Médias seguidas de letras diferentes, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, diferem<br />
significativamente pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância.<br />
Na polinização aberta os acessos Pato de Minas, UENF, Campina Monte<br />
Alegre e Una tiveram as respectivas médias para número de semente 261, 81, 58 e<br />
297, em contrapartida esses mesmos acesso tiveram as seguintes médias<br />
respectivas para polinização cruzada controlada: 723,903,630, e 548.<br />
Tabela 8 -Resumo da análise de variância referente ao número de semente<br />
resultante de dois tipos de polinização (aberta e cruzada controlada)<br />
realizadas em diferentes acessos de P. cincinnata. Ilhéus, UESC (BA),<br />
2009.<br />
FV GL SQ MQ F P<br />
Bloco 2 11774,480 5887,240 0,05 ns 0,9554<br />
Acesso (A) 4 815874,204 203968,551 1,59 ns<br />
0,2459<br />
Polinização (P) 1 1412456,250 1412456,250 10,997** 0,0069<br />
A x P 4 538238,071 134559,518 1,05 ns 0,4268<br />
Resíduo 22<br />
FV – fonte de variação; GL – grau de liberdade; ** Significativo a 1 % de probabilidade pelo teste<br />
Tukey, ns – não significativo, respectivamente
Tabela 9. Número médio de sementes dos acessos de P. cincinnata provenientes de<br />
diferentes tipos de polinização. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Espécie Polinização Acesso Nº de semente<br />
P. cincinnata Aberta Pato de Minas 261<br />
1 Médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente pelo teste Tukey a<br />
5% de significância.<br />
4.4.A) Estimativa da Taxa de Autopolinização<br />
No teste de autopolinização nenhuma das flores utilizadas formou fruto, essas<br />
flores secaram e caíram sem apresentar qualquer sinal de frutificação. Esse<br />
fenômeno ocorreu tanto para os acessos de P. <strong>alata</strong> quanto para os de P.<br />
cincinnata.<br />
4.4.1 B) Estimativa da Taxa de Autoincompatibilidade<br />
UENF 81<br />
Campina Monte Alegre 58<br />
Una 297<br />
Média 1 348,5 B<br />
Cruzada Controlada Pato de Minas 723<br />
UENF 903<br />
Campina Monte Alegre 630<br />
Una 548<br />
Média 1 701 A<br />
O índice de autoincompatibilidade(ISI) encontrado para os acessos de P.<br />
<strong>alata</strong> e P. cincinnata foi zero, indicando-as como autoincompatível, classe 0 (0 -3%<br />
de taxa de pegamento de autopolinização), segundo (DAFNI, 1992).<br />
81
4.4.5 Receptividade do Estigma<br />
A Tabela 10 mostra os percentuais médios de receptividade durante cinco<br />
horas de coleta do estigma para os acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata. De maneira<br />
geral o teste com peróxido de hidrogênio a 10% + benzidina indicou que mesmo<br />
havendo influencia negativa do horário sob receptividade do estigma, esta se<br />
manteve alta em todos os acessos e em todos os horários para ambas as espécies.<br />
Todos os acessos de P. <strong>alata</strong> apresentaram relação linear entre percentual de<br />
receptividade (y) e horário de coleta do estigma (X) (Figura 1. A - D) com máxima<br />
receptividade no primeiro horário (8h) com 93% para todos os acessos e mínima no<br />
último horário (12h) com 80% para Serra Bonita e UENF e 73% para Una e Instituto<br />
Plantarum.<br />
82
Tabela 10. Valores percentuais médios da receptividade do estigma em acessos de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />
observado em 5 horários, por meio de teste histoquímico com peróxido de hidrogênio. Ilhéus, UESC (BA),<br />
2009.<br />
Hora<br />
Receptividade (%)<br />
P. <strong>alata</strong> P. cincinnata<br />
S. B. UENF Una I.P. P. M. UENF Una C. M. A.<br />
8:00 93 93 93 93 100 93 87 80<br />
9:00 93 87 87 93 93 93 80 67<br />
10:00 87 87 87 93 93 93 80 80<br />
11:00 80 80 80 80 87 87 73 53<br />
12:00 80 80 73 73 80 73 87 60<br />
S. B - Serra Bonita; UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense; Una – Uma; I. P - Instituto Plantarum; P. M. - Pato de Minas.<br />
C.M.A. - Campina Monte Alegre<br />
83
Receptividade (%)<br />
Receptividade (%)<br />
Receptividade (%)<br />
Receptividade (%)<br />
100<br />
97<br />
94<br />
91<br />
88<br />
85<br />
82<br />
79<br />
76<br />
73<br />
70<br />
100<br />
97<br />
94<br />
91<br />
88<br />
85<br />
82<br />
79<br />
76<br />
73<br />
70<br />
100<br />
97<br />
94<br />
91<br />
88<br />
85<br />
82<br />
79<br />
76<br />
73<br />
70<br />
100<br />
97<br />
94<br />
91<br />
88<br />
85<br />
82<br />
79<br />
76<br />
73<br />
70<br />
93 93<br />
Figura 1. Receptividade do estigma em acessos (A – D) de P. <strong>alata</strong> avaliadas por meio de teste<br />
histoquímico com peróxido de hidrogênio, em cinco horários de coleta. (A) Serra<br />
Bonita; (B) UENF; (C) Una e (D) Instituto Plantarum.<br />
87<br />
R (SB) = 125,6 - 3,9x<br />
R 2 = 0,9<br />
80 80<br />
8 9 10 11 12<br />
93<br />
Hora<br />
87 87<br />
R (UENF) =118,40 -3,30x<br />
R 2 = 0,86<br />
80 80<br />
8 9 10 11 12<br />
93<br />
Hora<br />
87 87<br />
R (Una) = 131,0 - 4,70x<br />
R 2 = 0,91<br />
8 9 10 11 12<br />
Hora<br />
93 93 93<br />
80<br />
80<br />
73<br />
R (IP) = 139,47-5,3x<br />
R 2 = 0,7<br />
8 9 10 11 12<br />
Hora<br />
73<br />
(A)<br />
(B)<br />
(C)<br />
(D)<br />
84
A figura 2 mostra as relações entre receptividade e horário de coleta<br />
para os acessos de P. cincinnata. Os acessos Pato de Minas (A) e Campina<br />
Monta Alegre (B) apresentaram relação linear entre percentual de receptividade<br />
(y) e horário de coleta do estigma (X), ambos com receptividade máxima às<br />
oito horas com respectivamente 100 e 80% e mínima as 12 horas para Pato de<br />
Minas com 80% e as 11 horas para Campina Monte Alegre com 53%. Nos<br />
acessos UENF (C) teve receptividade máxima as 8 horas com 93%, mantendo<br />
este percentual até as 10h, havendo a partir daí um decréscimo na<br />
receptividade atingindo o mínimo de 73% as 12 horas, função quadrática com<br />
tendência côncava foi o modelo que melhor representou este comportamento.<br />
No acesso Una (D) foi observada relação quadrática, com tendência convexa,<br />
onde as 8 e 12 horas ocorreram os percentuais máximos (87%) de<br />
receptividade e as 11 horas o percentual mínimo com 73%.<br />
85
Receptividade (%)<br />
Receptividade (%)<br />
Receptividade (%)<br />
Receptividade (%)<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
100<br />
93 93<br />
R (PM) = 136,6 - 4,6x<br />
R 2 = 0,9<br />
8 9 10 11 12<br />
80<br />
67<br />
Figura 2. Receptividade do estigma em acessos (A – D) de P. <strong>alata</strong> avaliadas por meio de teste<br />
histoquímico com peróxido de hidrogênio, em cinco horários de coleta. (A) Pato de<br />
Minas; (B) UENF; (C) Campina Monte Alegre e (D) Una.<br />
Hora<br />
80<br />
87<br />
53<br />
80<br />
R (CMA) = 122 -5,4x<br />
R 2 = 0,5<br />
8 9 10 11 12<br />
Hora<br />
93 93 93<br />
87<br />
60<br />
R (UENF) = -104,2 + 44,0x - 2,4x 2<br />
R 2 = 0,9832<br />
8 9 10 11 12<br />
87<br />
Hora<br />
80 80<br />
73<br />
73<br />
R (Una) = 333,4 - 50,7x - 2,50x 2<br />
R 2 = 0,7<br />
8 9 10 11 12<br />
Hora<br />
87<br />
(A)<br />
(B)<br />
(C)<br />
(D)<br />
86
4.5 DISCUSSÃO<br />
Os resultados das autopolinizações indicam que P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata<br />
são espécies autoincompatíveis. Estudos realizados por Duarte (2009) em P.<br />
cincinnata e por Varassin e Silva (1999) em P. <strong>alata</strong> mostraram resultados<br />
semelhantes, estes últimos comentam haver possibilidade de autopolinização<br />
em P. <strong>alata</strong>.<br />
A autoincompatibilidade determina a alogamia, impedindo que plantas<br />
produtoras de gametas masculinos e femininos funcionais produzam sementes<br />
quando auto polinizadas (BRUCKNER et al., 2005), sendo considerado um<br />
mecanismo extremamente importante pois promove a manutenção da<br />
variabilidade genética (SCHIFINO-WITTMANN; DALL‟AGNO, 2002). A<br />
incompatibilidade em <strong>Passiflora</strong> já foi citada como gametofítica (FALEIROet al.,<br />
2000) quando o grão de pólen carrega um alelo também presente no estigma e<br />
que inibe o desenvolvimento do tubo polínico (SCHIFINO-WITTMANN;<br />
DALL‟AGNO, 2002), e como esporofítica (HO; SHII, 1986) semelhante à<br />
anterior, mas determinada pelo genótipo da planta mãe do grão de pólen<br />
(SCHIFINO-WITTMANN; DALL‟AGNO, 2002). Bruckner (1994) relata a<br />
possibilidade de autofecundação quando as flores estão na pré-antese.<br />
Visto que as espécies são autoincompatíveis, o sucesso na produção de<br />
frutos e sementes depende da presença de polinizadores na área. Nas<br />
variedades cultivadas o agente polinizador mais efetivo de <strong>Passiflora</strong> é a<br />
mamagava (Xylocopasp.) (SOUSA, 1994). Dessa forma o percentual de<br />
fertilização depende do número de polinizadores, o que pode ser afetado pela<br />
87
freqüência de uso de defensivos agrícolas, por isso recomenda-se que as<br />
pulverizações em pomares de maracujazeiros azedo sejam realizadas a noite<br />
ou pela manha e em pomares de P. <strong>alata</strong> as pulverizações devem ser<br />
realizadas a noite devido a permanecia da flor aberta durante o dia<br />
(JUNQUEIRA et al., 2001).<br />
As flores de P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata estão receptivas durante toda a<br />
antese estando os estigmas flexionados ou não (VARASSIN; SILVA, 1999;<br />
KILL et al., 2010). Neste trabalho os estigmas de ambas as espécies<br />
mostraram-se com alta receptividade em todos os horários de coleta, porem<br />
com tendência a ocorrer redução. Duarte et al. (2009) relatam que P. cincinnata<br />
durante a abertura da flor o estigma já se encontrava receptivo. Apesar da<br />
receptividade as espécies apresentam hercogamia, isto é, no inicio da antese o<br />
posicionamento dos estiletes erguidos faz com as flores se apresentem<br />
funcionalmente masculinas, ocasião em que as abelhas ao visitarem as flores<br />
se “sujam” de pólen, mas não tocam o estigma (KILL et al., 2010).A<br />
movimentação dos órgãos reprodutivos estabelece uma barreira temporal para<br />
a polinização em estigmas receptivos, mas não uma barreira fisiológica, pois o<br />
pólen está disponível durante toda a antese, e os estigmas estão receptivos,<br />
indicando que potencialmente as flores podem ser polinizadas durante toda<br />
antese (VARASSIN; SILVA, 1999). Esse processo pode explicar as taxas de<br />
pegamento nas polinizações abertas serem menores do que nas polinizações<br />
cruzadas. Foi observado em P. edulis que a eficiência da polinização está<br />
associada às adaptações morfológicas das flores aos visitantes, à<br />
sincronização temporal entre o horário de coleta das abelhas, abertura da flor e<br />
deflexão dos estiletes (SIQUEIRA et al., 2009).<br />
88
O número de estigma polinizado pode também influenciar na taxa de<br />
pegamento bem como na característica do fruto (SIQUEIRA et al., 2009).Esses<br />
autores observaram no maracujá amarelo maior formação de frutos nas flores<br />
com três estigmas, quando todos eles foram utilizados na polinização cruzada,<br />
porém naquelas em que foi feita a polinização em apenas um estigma, obteve-<br />
se a formação de um único fruto, totalmente deformado.<br />
O número de sementes formadas em polinização cruzada controlada<br />
maior do que em polinização aberta para a maioria dos acessos levanta a<br />
hipótese de quantidade insuficiente de pólen pelo polinizador, visto que no<br />
teste de polinização cruzada controlada toda área estigmática foi coberta por<br />
grãos de pólen. Essa hipótese corrobora com Lima et al. (2002) que comentam<br />
que a porcentagem de frutificação, número de sementes e rendimento de suco<br />
no maracujazeiro estão correlacionados com o número de grãos de pólen<br />
depositados no estigma durante a polinização. Schuster et al. (1993) também<br />
encontraram correlação positiva entre a quantidade de pólen e o número de<br />
sementes em Asphodelus aestivus Brot. (Liliaceae). De acordo com esses<br />
mesmos autores a produção limitada de sementes associada com a<br />
polinização pode ser o resultado da baixa atividade do polinizador, limitando o<br />
suprimento de pólen, seja em quantidade, quando transferem numero baixo de<br />
grãos de pólen, seja em qualidade quando transferem excessiva proporção de<br />
pólen da mesma planta em espécies autoincompatíveis.<br />
89
4.6 CONCLUSÕES<br />
As plantas das espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnatasão autoincompatíveis.<br />
Os estigmas apresentam-se receptivos pela manhã (08 às 12 horas),<br />
sendo este o período ideal para realização de polinizações.<br />
90
4.7 AGRADECIMENTOS<br />
A Cínthia Sthefany Lima de Oliveira e Gabriela de Oliveira Belo, pela<br />
ajuda na tomada de dados; ao Lindolfo Pereira dos Santos Filho, pelo auxilio<br />
estatístico; à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia<br />
(FAPESB),pela bolsa de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento<br />
Científico e Tecnológico (CNPq)e à Universidade Estadual de Santa Cruz<br />
(UESC), pelo apoio financeiro à pesquisa.<br />
91
4.8 REFERÊNCIA<br />
ALLARD, R.W. Princípios do melhoramento genético das plantas. Tradução<br />
Almiro Blumenschein, Ernesto Paterniani, José T. do Amaral Gurgel e Roland<br />
Vencovsky. Nova York: John Wiley & Sons, Inc., 1960.<br />
BERNACCI L. C.; VITTA F. A.; BAKKER Y. V. <strong>Passiflora</strong>ceae. In:<br />
WANDERLEY M.G.L.; SHEPPERD G.J.; MELHEM T.S.; GIULIETTI A.M.;<br />
KIRIZAWA M. (Eds.) Flora Fanerogâmicado Estado de São Paulo.<br />
RIMA/FAPESP, v.3, p. 247-274. 2003<br />
BRUCKNER, C.H. Autoincompatibilidade no maracujá (<strong>Passiflora</strong> edulis<br />
Sims). 1994. 85f. Tese Doutorado. Viçosa, MG: UFV, 1994<br />
BRUCKNER, C. H.; OTONI, W. C. Hibridação em maracujá. In: BORÉM, A.<br />
(Ed). Hibridação artificial de plantas. Ed. UFV – Viçosa, 1999, p. 379-399.<br />
BRUCKNER, C.H.; PICANÇO, M. C. (Org) Maracujá: Tecnologia de produção,<br />
pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes. 2001.<br />
BRUCKNER, C.H.; MELETTI, L.M.;M.; OTONI, W.C.; ZERBINI JUNIOR, F.M.<br />
Maracujazeiro. In: BRUCKNER, C.H. Melhoramento de fruteiras tropicais.<br />
Viçosa: UFV, 2002. p.373-409.<br />
BRUCKNER, C. H.; SUASSUNA, T. M. F., REGO, M. M., NUNES, E.<br />
S. Auto - incompatibilidade do maracuja-implicações no<br />
melhoramento genético. In: Faleiro, F. G.; Junqueira; N. T. V.,<br />
Braga, M. F.. maracujá: germoplasma e melhoramento genético.<br />
Embrapa Cerrados, Planaltina, 2005. 315 - 338.<br />
COSTA, L.V.; LOPES, M. T. G.; LOPES, R.; ALVES, S.R. M.Polinização e<br />
fixação de frutos em Capsicum chinense Jacq. Revista Acta Amazônica.v. 38,<br />
n. 2, p. 361 – 364, 2008.<br />
DAFNI, A. Pollination ecology – a practical approach.New York:<br />
OxfordUniversity Press, 1992.<br />
DUARTE, M. O. ; ALVES, M. F. ; SILVA, L. O.; YAMAMOTO, M.; BARBOSA, A.<br />
A. A. ; OLIVEIRA, P. E. A. M. DE; SANO, S. M. Biologia Reprodutiva de três<br />
espécies de <strong>Passiflora</strong> L. (<strong>Passiflora</strong>ceae) Em Uberlândia, Mg, Brasil. In: IX<br />
Congresso de Ecologia do Brasil, 9, São Lourenço (MG).Anais ...São<br />
Lourenço, 2009, CD.<br />
FALEIRO, T.M.; BRUCKNER, C.H.; OLIVEIRA, A.B.; CARVALHO, C.R.;<br />
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92
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95
5. PARÂMETROS FENOLÓGICOS FLORAIS EMP. Alata CURTIS E P.<br />
cincinnata MAST<br />
5.1 RESUMO<br />
O gênero <strong>Passiflora</strong> L. possui inúmeras espécies com flores que despertam<br />
curiosidade e atenção devido a diversidade de cor, a arquitetura floral e a<br />
presença da corona. Neste trabalho objetivou-se analisar aspectos fenológicos<br />
de onze genótipos de P. <strong>alata</strong> e dezesseis genótipos de P. cincinnata,no<br />
período de setembro a dezembro de 2009, entre 4h00min e 17h00min, foram<br />
observados os seguintes parâmetros: taxa de florescimento (TF; percentagem<br />
cumulativa de flores na antese), TF = nº total de flores; pico de florescimento<br />
(PF) = maior nº de flores alcançado em um dia e Intensidade relativa do<br />
florescimento (%IRF; incremento percentual cumulativo de flores ao dia) = nº<br />
de flores no dia de pico ÷ nº de repetições x 100 / nº total de flores abertas;<br />
duração média do florescimento (DF) = total de dias em que a planta<br />
apresentou flores abertas. A antese é diurna para ambas as espécies<br />
ocorrendo por volta das 4h00min em P. <strong>alata</strong> e por volta das 6h00min em P.<br />
cincinnata. Em P. <strong>alata</strong> o TF foi de 20 dias, cujo horário de antese e<br />
fechamento foi respectivamente 4h30min e 16h 00min. A maioria dos genótipos<br />
iniciou o florescimento na primeira semana de setembro, cujas taxas de<br />
florescimento variaram de 0,10 no genótipo 363 a 2,41 no genótipo 102. O PF<br />
variou de 2 flores nos genótipos 244 e 360 a 7 flores para os genótipos 102,<br />
96
para a maioria dos genótipos o pico ocorreu em outubro (101, 211, 244, 245) e<br />
dezembro (102 ,359, 360, 363). A IRF variou de 1,23 (genótipo 102) a 12,50<br />
(genótipo 363). Em P. cincinnata o TF foi de 25 dias, cujo horário de antese e<br />
fechamento foi respectivamente 6h00min e 15h 00min. O florescimento ocorreu<br />
em todo período de estudo, a partir da segunda semana de setembro, cujas<br />
taxas de florescimento variaram de 4,47 e no genótipo 325 a 0,16 no genótipo<br />
197. O pico de florescimento variou de três flores nos genótipos 197 e 326 a 15<br />
flores nos genótipos 326 e FC1, sendo o mês de dezembro considerado o mês<br />
de pico para a maioria dos genótipos. A IRF variou de 0,97 no genótipo 324 a<br />
7,69 no genótipo 197. A variável temperatura média e umidade do ar obtidas no<br />
período de floração não apresentaram correlações com o número de flor.<br />
Palavras chave: taxa de florescimento, pico de florescimento, intensidade<br />
relativa de florescimento, umidade, temperatura.<br />
97
5. PARAMETERS FLORAL PHENOLOGICAL INP. Alata CURTIS AND P.<br />
cincinnata MAST<br />
5.1 1ABSTRACT<br />
The genus <strong>Passiflora</strong> L. has many species of flowers that awaken curiosity and<br />
attention due to the diversity of color, floral architecture and the presence of the<br />
corona. The objective was to analyze aspects of phenology of eleven genotypes<br />
of P. <strong>alata</strong> and sixteen genotypes of P. cincinnata were observed from<br />
september to december 2009,between 4:00am and 5:00pm. To study the<br />
phenology of flowering was observed the following parameters: rate of flowering<br />
(TF; cumulative percentage of flowers at anthesis), TF = total number of<br />
flowers; peak flowering (PF) = largest number of flowers reached in a day and<br />
on the flowering intensity (IRF%, cumulative percentage increase of flowers per<br />
day) = nº of flowers on the day of peak ÷ number of repetitions x 100 / nº total<br />
number of open flowers; average duration of flowering (DF) = total days in<br />
which the plant had open flowers. Anthesis is diurnal for both species occurred<br />
around 4:00am in P. <strong>alata</strong> and at around 6:00am in P. cincinnata flowering time.<br />
In P. <strong>alata</strong>TF was 20 days, whose time of anthesis and closure was 4:30am and<br />
4:00pm respectively. Most genotypes began flowering in the first week of<br />
september, whose rates of flowering ranged from 0.10 in genotype 363 to 2.41<br />
in genotype 102. The PF ranged from 2 flowers in genotypes 244 and 360-7<br />
flowers to the genotypes 102, for most genotypes, the peak occurred in october<br />
98
(101, 211, 244, 245) and december (102, 359, 360, 363 ). The IRF ranged from<br />
1.23 to 12.50. In P. cincinnataTF was 25 days, whose time of anthesis and<br />
closure was 6:00am and 3:00pm respectively. The flowering took place<br />
throughout the study period, from the second week of september, whose rates<br />
of flowering ranged from 4.47 and the genotype 325 to 0.16 in genotype 197.<br />
The peak flowering ranged from three flowers in genotypes 197 and 326-15<br />
flowers in genotypes 326 and FC1, being the month of december considered<br />
the peak month for most genotypes. The IRF ranged from 0.97 in genotype 324<br />
to 7.69 in genotype 197. The variable average temperature and humidity<br />
obtained in the flowering period showed no correlation with the number of<br />
flower.<br />
Keywords: rate of flowering, peak flowering, relative intensity of flowering,<br />
humidity, temperature.<br />
99
5.2 INTRODUÇÃO<br />
As passifloras em geral são plantas de hábito herbáceo, trepadeiras,<br />
perenes (VANDERPLANK, 2000), cujas principais características são:<br />
presença de gavinhas, nectários, androginóforo, sementes ariladas (FEUILLET,<br />
2004), sendo a mais marcante, a presença de corona composta por filamentos<br />
diversos bandeados, de cores vivas e atraentes (ULMER; MACDOUGAL, 2004)<br />
Embora apresente características de potencial ornamental e condições<br />
edafoclimáticas favoráveis o Brasil não explora tal potencial nas passifloras<br />
(PEIXOTO, 2005). Porém esse não é um fenômeno exclusivo deste gênero. O<br />
mercado brasileiro de plantas ornamentais desde sua implantação tem como<br />
base as espécies exóticas, devido a questões culturais e a disponibilidade de<br />
informações (MARTINI et al., 2010). Dessa maneira, introduzir espécies nativas<br />
no paisagismo é uma forma de valorizar e conservar a flora local que abriga<br />
espécies ainda desconhecidas pela população, algumas podem até estar em<br />
risco de extinção.<br />
O Conhecimento da fenologia é de fundamental importância tanto do<br />
ponto de vista paisagístico, uma vez que a característica mais apreciada pelos<br />
consumidores são as flores abertas (MARTINI et al., 2010), quanto do ponto de<br />
vista ecológico por fornecer parâmetros para a conservação e exploração<br />
racional, conciliando sustentabilidade com economicidade (MELLINGER;<br />
RICHERS, 2005), lembrando que em experimentos de hibridação<br />
interespecífica informações referentes ao florescimento são imprescindíveis,<br />
100
auxiliando na escolha dos genitores cujo florescimento seja sincronizado<br />
(BELO, 2010).<br />
101<br />
A fenologia estuda a ocorrência de eventos biológicos repetitivos e sua<br />
relação com mudanças no meio biótico e abiótico (SILVA et al., 2007). O estudo<br />
da fenologia pode ser realizado em seis níveis: única flor, planta individual,<br />
planta dióica, população, comunidade e aspecto filogenético (DAFNI, 1992).<br />
Nos mais diversos campos da pesquisa o estudo das correlações entre<br />
caracteres tem sido aplicado. A correlação avalia a magnitude e o sentido da<br />
associação entre dois caracteres, mas não fornece as informações necessárias<br />
sobre os efeitos diretos e indiretos de um grupo de caracteres em relação a uma<br />
variável dependente de maior importância. A observação dos efeitos de diversas<br />
variáveis independentes sobre uma variável básica pode ser realizado por meio<br />
da análise de trilha, cujas estimativas são obtidas por meio de equações de<br />
regressão em que as variáveis são primeiramente padronizadas (Cruz, 2001).<br />
Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar os parâmetros<br />
fenológicos mais comuns: taxa de florescimento (TF), pico de florescimento e<br />
intensidade relativa de florescimento (%IRF) (OLLERTON, J.; DAFNI, A., 2005)<br />
e avaliar através da correlação genética, a relação direta e indireta existente<br />
entre número de flor e os caracteres ambientais temperatura média e umidade<br />
relativa do ar.
5.3 MATERIAL E MÉTODO<br />
5.3.1 MATERIAL VEGETAL<br />
Foram avaliados onze genótipos de P. <strong>alata</strong> Curtis e dezesseis de P.<br />
cincinnata Mast. Os genótipos fazem parte do acervo do Banco Ativo de<br />
Germoplasma (BAG-<strong>Passiflora</strong>s) da Universidade Estadual de Santa Cruz<br />
(UESC), situada no município de Ilhéus, Bahia (14° 39' S, 39° 10' W; 78 m<br />
acima do nível do mar).<br />
Os genótipos de P. <strong>alata</strong> foram coletados na Mata Atlântica do sul da<br />
Bahia, no Morro da Viúva, RPPN Serra Bonita, Camacan, BA, Brasil (genótipo<br />
101, 102, 104); na fazenda Ouro Verde, no município de Una, BA, Brasil (359,<br />
360,363) e também a partir de sementes doadas pela Universidade Estadual<br />
do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, Campos dos Goytacazes, RJ<br />
(genótipo 211, 243, 244, 245) e Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP<br />
(genótipo 312). Os genótipos de P. cincinnata foram coletados no município de<br />
Pato de Minas, MG, Brasil (322, 323, 324, 325, 326, 327, 330), na fazenda<br />
Ouro Verde (334, 335); no município de Campina Monte Alegre (331, 332,<br />
333), SP e também sementes doadas pela UENF (197, FC1, FC2, 336).<br />
102
5.3.2 GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CONDIÇÕES DE CULTIVO<br />
Após a desinfecção prévia com hipoclorito de sódio e retirada parcial do<br />
tegumento, as sementes foram colocadas para germinar em vasos plásticos<br />
com papel filtro e diariamente molhadas com ácido giberélico (GA3). Ao<br />
surgimento das primeiras folhas verdadeiras, as mudas foram transplantadas<br />
para saquinhos de polietileno com volume de 1 L, contendo solo. Após<br />
atingirem cerca de 40 cm de altura, foram transplantadas para vasos de<br />
polietileno de 35 L (areno-argiloso). As repetições foram obtidas de estacas, as<br />
quais foram retiradas da parte intermediária dos ramos, preparadas e<br />
padronizadas com três nós e três folhas reduzidas à metade. Imediatamente<br />
foram secionadas em bisel, suas extremidades basais imersas em talco<br />
contendo auxina sintética (ácido indol 3-butírico – AIB) e plantadas em sacos<br />
de polietileno preto (leito de enraizamento), com capacidade para 1,5 L,<br />
contendo areia lavada e foram levadas para casa de nebulização intermitente<br />
da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), BA. Após<br />
cerca de 40 dias, foram ainda aclimatadas por 8 dias na casa de mudas da<br />
UESC sendo, em junho de 2009, transferidas para vasos de polietileno com<br />
capacidade de 42 L preenchidos com solo areno-argiloso, peneirado. As<br />
plantas foram mantidas sob sistema de condução do tipo espaldeira.<br />
Mensalmente foram realizadas podas e adubação com a formulação NPK (4-<br />
14-8) a cada 60 dias. A irrigação foi realizada pelo sistema de gotejamento. O<br />
controle de pragas foi feito com defensivos agrícolas DECIS e VERTIMEC. Os<br />
fungos foram controlados com pulverização de produtos a base de cobre, as<br />
103
pragas e doenças foram controladas com medidas profiláticas simples, não<br />
afetando o ciclo reprodutivo das plantas.<br />
5.3.3 ESTUDO DA FENOLOGIA DO FLORESCIMENTO<br />
Os valores de temperatura e umidade e o número de flores foram<br />
registrados diariamente em todas as plantas em estudo, de setembro a<br />
dezembro de 2009, para obtenção dos seguintes dados: a) tempo (em dias) de<br />
duração do surgimento do botão à abertura da flor; b) épocas de início<br />
florescimento; c) horário da abertura da flor; d) número de flores abertas por<br />
planta/dia.<br />
Com base nesses dados foram calculados (DAFNI, 1992):<br />
. Taxa de florescimento (TF): percentagem cumulativa de flores na antese.<br />
TF = Nº total de flores<br />
Nº de dias<br />
. Pico de florescimento: maior nº de flores alcançadas em um dia.<br />
. Intensidade relativa de florescimento (%IRF): incremento percentual cumulativo<br />
de flores ao dia:<br />
%IRF = Nº de flores no dia de pico nº de repetições x 100<br />
Nº total de flores abertas<br />
104
5.3.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS<br />
Para atender às pressuposições de normalidade os valores observados<br />
foram transformados pelo método da raiz quadrada e submetidos à análise de<br />
variância, procedendo-se à comparação entre médias pelo teste de Scott-Knott<br />
a 5% de significância.<br />
As variáveis ambientais temperatura média (T.méd) e umidade relativa<br />
do ar (UR) foram registradas no momento da tomada de dados de<br />
florescimento e foi realizada a análise de coeficiente de trilha para avaliar os<br />
efeitos diretos e indiretos dessas variáveis sobre o número de flor.<br />
105
5.4 RESULTADOS<br />
Em P. <strong>alata</strong> o tempo (em dias) do botão à abertura da flor foi de<br />
aproximadamente 20 dias, estas abriram a partir das 4h30min e permaneceram<br />
sem modificações até aproximadamente 15h 00min, quando então começou o<br />
processo de senescência floral, caracterizado pelo murchamento das pétalas.<br />
A análise de variância indicou que os genótipos apresentaram diferença<br />
altamente significativa (0,001) quanto ao numero de flores (Tabela 5.1). Houve<br />
a formação de três grupos, sendo: grupo (I) formado pelos genótipos 101,102,<br />
104 com os maiores números de flor; grupo (II) formado unicamente pelo<br />
genótipo 211 com número de flor intermediário e o grupo (III) formado pelos<br />
genótipos 243, 244, 359, 360, 312, 245 e 363 com menores numero de flor<br />
(Tabela 5.2).<br />
O florescimento ocorreu de maneira diversificada, onde os genótipos<br />
101, 211, 104, 243, 244, e 312 iniciaram na primeira semana de setembro; os<br />
genótipos 359 e 360 floresceram a partir das ultimas semanas de outubro, o<br />
363 só começou a florescer nas últimas semanas de novembro e o 245 que só<br />
floresceu no mês de outubro.<br />
106
Tabela 5.1. Resumo da análise de variância do número de flores dos genitores<br />
P. <strong>alata</strong>.<br />
FV GL SQ MQ F P<br />
Genótipo 10 101,590 10,159 5,5028 0,0006008***<br />
Bloco 2 0,900 0,450 0,2438 0,7859181<br />
Resíduo 20<br />
Tabela 5.2. Número médio quinzenal de flores dos genótipos de P. <strong>alata</strong> a<br />
partir do primeiro dia de florescimento. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Quinzena<br />
Espécie Genótipo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Média 1<br />
P. <strong>alata</strong> 101 4 7 9 3 - 5 2 - 4 A<br />
107<br />
102 - 11 13 9 - 4 13 7 7 A<br />
211 2 6 8 - - 1 2 1 3 B<br />
104 4 8 8 - 2 9 - - 4 A<br />
244 2 5 5 2 - - - - 2 C<br />
245 - - 3 2 1 - - - 1 C<br />
243 1 12 1 - - - - - 2 C<br />
359 - - - 2 4 - 1 5 2 C<br />
360 - - - 2 4 - 1 5 2 C<br />
363 - - - - - 2 6 4 2 C<br />
312 2 - 1 2 1 - - 2 1 C<br />
1 Médias seguidas de letras diferentes diferem significativamente pelo teste de Scott-knott ao<br />
nível de 5% de significância.
Os parâmetros fenológicos estão apresentados na tabela 5.3. As<br />
maiores taxas de florescimento foram de 2,41 e 1,24 nos genótipos 102 e 101,<br />
respectivamente e as menores foram de 0,10 (genótipo 363) e 0,11 (genótipo<br />
312). O pico de florescimento variou de 2 flores nos genótipos 244 e 360 a 7<br />
flores para os genótipos 102, para a maioria dos genótipos o pico ocorreu em<br />
outubro (101, 211, 244, 245) e dezembro (102 ,359, 360, 363). A intensidade<br />
relativa de florescimento variou de 1,23 no genótipo 102 a 12,50 no genótipo<br />
363.<br />
Tabela 5.3.Taxa de florescimento (TF), pico de florescimento (PF) e mês de<br />
ocorrência do pico de florescimentoe intensidade de florescimento<br />
(%IRF) dos genitores P. <strong>alata</strong> Curtis. Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Espécie Genótipo TF PF Mês (PF) %IRF<br />
P. <strong>alata</strong> 101<br />
102<br />
211<br />
104<br />
244<br />
245<br />
243<br />
359<br />
360<br />
363<br />
312<br />
1,24<br />
2,41<br />
0,81<br />
1,29<br />
0,48<br />
0,19<br />
0,54<br />
0,49<br />
0,42<br />
0,10<br />
0,11<br />
5<br />
7<br />
5<br />
7<br />
2<br />
3<br />
6<br />
3<br />
2<br />
3<br />
3<br />
Out.<br />
Dez.<br />
Out.<br />
Set.<br />
Out.<br />
Out.<br />
Set.<br />
Dez.<br />
Dez.<br />
Dez.<br />
Set.<br />
1,70<br />
1,23<br />
2,60<br />
2,29<br />
1,75<br />
6,67<br />
4,65<br />
2,56<br />
2,02<br />
12,50<br />
3,85<br />
Set. setembro; Out. outubro; Dez. dezembro.<br />
Em P.cincinnata o tempo (em dias) do botão à abertura da flor foi de<br />
aproximadamente 25 dias, estas abriram a partir das 6h00min h e<br />
permaneceram sem modificações até aproximadamente 16h 00min, quando<br />
então começou o processo de senescência floral, caracterizado pelo<br />
murchamento das pétalas.<br />
108
A análise de variância nos genótipos de P. cincinnata apresentou<br />
diferença significativa considerando o numero de flores (Tabela 5.4). Pelo teste<br />
Scott-knott houve a formação de três grupos (Tabela 5.5), sendo: grupo (I)<br />
formado pelos genótipos de maior número de flor - 325, 326, 336, 330, 323,<br />
FC2, 197, 324 e 331; grupo (II) formado por apenas o genótipo 335 e o grupo<br />
(III) formado pelos genótipos 322, 332, 327, 333, FC1 e 334.<br />
A partir da segunda quinzena de setembro o florescimento foi registrado<br />
ao longo do período de observação, sendo que apenas os genótipos FC2, 331,<br />
332 e 336 iniciaram o florescimento nas primeiras semanas de setembro.<br />
Tabela 5.4.Resumo da análise de variância do número de flores dos genitores<br />
P. cincinnata.<br />
FV GL SQ MQ F P<br />
Genótipo 18 272,278 15,127 2,5011 0,009431**<br />
Bloco 2 41,317 20,658 3,4157 0,063826<br />
Resíduo 36<br />
109
Tabela 5.5. Número médio quinzenal de flores dos genótipos de P. cincinnata a<br />
partir do primeiro dia de florescimento. Ilhéus, UESC (BA), 2010.<br />
Quinzena<br />
Espécie Genótipo 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Média<br />
P. cincinnata 322 - 3 1 4 6 3 5 7 4 C<br />
110<br />
323 - 1 - 3 16 9 29 15 9 A<br />
324 - 1 8 2 12 3 11 6 6 A<br />
325 - 2 12 7 13 17 37 27 14 A<br />
326 - - - 9 17 7 34 30 12 A<br />
327 - 1 - - 3 - 13 9 3 C<br />
330 - 1 0 2 14 11 23 28 10 A<br />
197 - 5 8 6 7 6 8 4 6 A<br />
FC1 - 5 1 2 - 5 4 1 2 C<br />
FC2 2 3 4 6 7 6 14 11 7 A<br />
331 2 13 3 2 7 5 5 3 5 A<br />
332 3 3 7 1 2 5 5 3 4 C<br />
333 - 1 4 1 4 2 7 2 4 C<br />
334 - - - 2 3 4 6 1 2 C<br />
335 - 1 3 1 2 11 12 8 4 B<br />
336 3 12 23 4 7 10 6 13 10 A<br />
Os parâmetros fenológicos estão apresentados na tabela 5.5. As<br />
maiores taxas de florescimento foram de 4,47 e 3,42 nos genótipos 325 e 326,<br />
respectivamente e as menores foram 0,16 (genótipo 197) e 0,43 (genótipo
330). O pico de florescimento variou de três flores nos genótipos 197 e 326 a<br />
15 flores nos genótipos 326 e FC1, sendo o mês de dezembro considerado o<br />
mês de pico para a maioria dos genótipos. A intensidade relativa de<br />
florescimento variou de 0,97 no genótipo 324 a 7,69 no genótipo 197.<br />
Tabela 5.6.Taxa de florescimento (TF), pico de florescimento (PF), mês em que<br />
ocorreu o pico de florescimento e intensidade de florescimento<br />
(%IRF) dos genitores P. cincinnata Mast.Ilhéus, UESC (BA), 2009.<br />
Espécie Genótipo TF PF Mês (PF) %IRF<br />
P. cincinnata 322 1,15 4 Dez. 1,47<br />
323 2,52 9 Dez. 1,51<br />
324 1,75 4 Nov. 0,97<br />
325 4,47 12 Dez. 1,13<br />
326 3,42 15 Dez. 1,85<br />
327 0,96 6 Dez. 2,63<br />
330 0,43 7 Dez. 6,86<br />
197 0,16 3 Dez. 7,69<br />
FC1 3,14 15 Dez. 2,02<br />
FC2 1,82 10 Dez. 2,31<br />
331 0,56 3 Dez. 2,27<br />
332 0,72 4 Out. 2,34<br />
333 1,82 13 Out. 3,01<br />
334 1,51 4 Dez. 1,12<br />
335 1,06 4 Nov. 1,59<br />
336 0,81 3 Out. 1,56<br />
A tabela 5.7 mostra os efeitos diretos e indiretos da temperatura e<br />
umidade no numero de flor. Nota-se que a correlação foi desprezível, indicando<br />
por tanto que a temperatura média e umidade relativa do ar observado no<br />
período de florescimento não foram determinantes para a emissão de flores.<br />
Apenas o genótipo 312 de P. <strong>alata</strong> apresentou correlação, ainda que baixa<br />
(0,37) entre temperatura média e número de flor.<br />
111
Tabela 5.7. Efeitos direto (ED) e indireto (EI) e correlação entre temperatura média<br />
(Tméd), Umidade relativa do ar (UR) e número de flor (NF) dos genótipos de P.<br />
<strong>alata</strong> e P. cincinnata (322-336).<br />
Temperatura Média Umidade Relativa do Ar<br />
Genótipo ED. sobre N.F E I via Correlação ED sobre EI via T. Correlação<br />
UR<br />
N. F média<br />
101 -0,1765<br />
-0,0083 -0,1848 0,0610 0,0240 0,0851<br />
102 -0,0743<br />
211 -0,1385<br />
104 -0,1112<br />
244 -0,1492<br />
245 0,0926<br />
243 -0,1298<br />
359 0,1691<br />
360 0,0329<br />
363 -0,0304<br />
312 0,3723<br />
322 0,1009<br />
323 0,0629<br />
324 0,0337<br />
325 0,0357<br />
326 0,1207<br />
327 -0,0466<br />
330 0,1539<br />
197 0,0061<br />
FC1 0,0108<br />
FC2 0,0434<br />
331 0,0041<br />
0,0002<br />
-0,0006<br />
-0,0009<br />
-0,0201<br />
0,0144<br />
0,0119<br />
-0,0230<br />
0,0216<br />
-0,0112<br />
0,0017<br />
-0,0269<br />
0,0277<br />
-0,0099<br />
-0,0028<br />
0,0050<br />
-0,0129<br />
0,0169<br />
-0,0146<br />
0,0043<br />
-0,0038<br />
-0,0059<br />
-0,0741<br />
-0,1391<br />
-0,1122<br />
-0,1693<br />
0,1070<br />
-0,1179<br />
0,1461<br />
0,0545<br />
-0,0416<br />
0,3740<br />
0,0740<br />
0,0592<br />
0,0238<br />
0,0329<br />
0,1257<br />
-0,0595<br />
0,1708<br />
-0,0085<br />
0,0151<br />
0,0396<br />
-0,0017<br />
-0,0014<br />
0,0043<br />
0,0070<br />
0,1476<br />
-0,1060<br />
-0,0871<br />
0,1690<br />
-0,1590<br />
0,0821<br />
-0,0128<br />
0,2901<br />
0,0277<br />
0,0724<br />
0,0209<br />
-0,0364<br />
0,0946<br />
-0,1239<br />
0,1073<br />
-0,0317<br />
0,0281<br />
0,0431<br />
0,0101<br />
0,0189<br />
0,0147<br />
0,0203<br />
-0,0126<br />
0,0177<br />
-0,0230<br />
-0,0045<br />
0,0041<br />
-0,0507<br />
-0,0094<br />
-0,0086<br />
-0,0046<br />
-0,0049<br />
-0,0164<br />
0,0064<br />
-0,0210<br />
-0,0008<br />
-0,0015<br />
-0,0059<br />
-0,0006<br />
112<br />
0,0087<br />
0,0232<br />
0,0217<br />
0,1779<br />
-0,1186<br />
-0,0694<br />
0,1459<br />
-0,1634<br />
0,0862<br />
-0,0635<br />
0,2808<br />
0,0191<br />
0,0678<br />
0,0160<br />
-0,0528<br />
0,1010<br />
-0,1449<br />
0,1064<br />
-0,0332<br />
0,0222<br />
0,0425
5.5 DISCUSSÃO<br />
Em P. <strong>alata</strong> foi registrado o início da separação das sépalas e pétalas<br />
por volta das 03h 15min (FEITOZA et al., 2006) estando a flor totalmente<br />
aberta às 4h 30min (VARASSIN; SILVA, 1999) ou até mesmo as 05h 00min<br />
(FEITOZA et al., 2006). O horário observado para o fechamento das flores foi<br />
as 14h30 (VARASSIN; SILVA, 1999; FEITOZA et al., 2006), meia hora antes<br />
que o observado neste.<br />
O início da separação das sépalas e pétalas em P. cincinnata ocorreu<br />
por volta das 03h 30min com antese completa as 5h 30min (FEITOZA et al.,<br />
2006), as 6h00min (KILL et al., 2010) ou entre 6h 30min e 7h30min (DUARTE<br />
et al., 2009). O horário registrado para fechamento das flores as 15h00min<br />
encontrado neste, já foi citado também por outros autores (FEITOZA et al.,<br />
2005), porem há relatos de fechamento das flores as 19h00 (DUARTE et al.,<br />
2009). Em P. edulis a antese floral ocorre entre 12h 00min e 13h 00min e o<br />
fechamento da flor tem início registrado por volta das 18h 00min, terminando<br />
próximo a 1h 00min (SIQUEIRA et al., 2009).<br />
Diferentes espécies de maracujá apresentam períodos de abertura floral<br />
distintos, quase sempre curtos, dificilmente passando de oito horas, sendo<br />
geralmente o horário de antese e fechamento das flores adaptadas aos<br />
períodos de atividade de polinizadores (COSTA et al., 2009). Podem existir<br />
diferenças em horários de antese para uma mesma espécie atribuída a<br />
113
diferentes condições climáticas, diferenças genéticas entre as plantas e a<br />
combinação de ambos os fatores (DUARTE, 1996).<br />
O período que os genótipos de ambas as espécies foram observados<br />
corresponde ao período em que os mesmos estão aptos ao florescimento. P.<br />
<strong>alata</strong> floresce de agosto a março (CERVI, 1997), podendo apresentar florada<br />
distribuída entre março e setembro (VARASSIN; SILVA, 1999). Em P.<br />
cincinnata o florescimento e frutificação ocorrem em quase o ano todo<br />
(NUNES; QUEIROZ, 2006) mais especificamente de março a dezembro<br />
(DUARTE et al., 2009).<br />
A taxa de florescimento indica o número médio de flores novas a cada<br />
dia (DAFNI, 1992) e esta indicou um baixo numero cumulativo de flores nos<br />
genótipos de P. <strong>alata</strong>.<br />
As variáveis temperatura e umidade do ar no período em estudo não<br />
apresentaram correlações com o número de flor. Em Croton foi evidenciado<br />
que a floração está mais relacionada com os elementos do clima (precipitação,<br />
temperatura e umidade) do segundo mês que antecede a floração do que com<br />
o período de produção de flores, sugerindo assim que o período que antecede<br />
a floração é que pode estimular o desenvolvimento das flores (FERRAZ et al.,<br />
1999).Em copaíba (Copaifera langsdorffii Desf.) também não foi encontrada<br />
correlação significativa entre a floração e os parâmetros climáticos<br />
considerados (temperatura e pluviosidade) (PEDRONI et al., 2002). Em pinhão<br />
manso (Jatropha curcas) foi relatada forte influencia da variação da<br />
temperatura sobre o início de floração, onde o número de botões florais<br />
apresentou correlação positiva com a temperatura média, máxima e mínima, já<br />
114
o número de flores aberta apenas apresentou correlação com a temperatura<br />
mínima (SANTOS et al., 2010).<br />
Trabalhos têm sido realizados com o objetivo de estimar as correlações<br />
entre diferentes características agronômicas, assim como decompô-las em<br />
seus efeitos diretos e indiretos por meio da análise de trilha (AMORIM et al.,<br />
2008), como visto dentre outras culturas em girassol (HLADNI et al., 2006),<br />
feijão e trigo (HARTWIG et al., 2007), porem para estimar correlações e efeitos<br />
diretos e indiretos entre condições ambientais e determinada característica de<br />
interesse encontra-se trabalhos que utilizem apenas correlações de Pearson<br />
(SANTOS et al., 2010), ou Spearman (PEDRONI et al., 2002). Contudo o<br />
estudo de correlações simples entre caracteres não permite tirar conclusões<br />
sobre o estudo da relação de causa / efeito, pois a correlação é apenas uma<br />
medida de associação (VENCOVSKY; BARRIGA, 1992).<br />
115
5.6 CONCLUSÕES<br />
As espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata possuem antese diurna matutina.Os<br />
genótipos de ambas as espécies diferem entre si quanto ao o número de flor.<br />
As variáveis, temperatura média e umidade do ar, obtidas no período de<br />
floração não apresentaram correlações com o número de flor dos genótipos de<br />
P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata, nas condições de Ilhéus.<br />
Em P. <strong>alata</strong> o TF foi de 20 dias, a maioria dos genótipos iniciou o<br />
florescimento na primeira semana de setembro, cujas taxas de florescimento<br />
variaram de 0,10 a 2,41; o PF variou de 2 a 7 flores; o pico ocorreu em outubro<br />
e dezembro, a IRF variou de 1,23 a 12,50. Em P. cincinnata o TF foi de 25 dias,<br />
o florescimento ocorreu em todo período de estudo, a partir da segunda<br />
semana de setembro, as taxas de florescimento variaram de 0,16 a 4,47; o pico<br />
de florescimento variou de três a 15 flores, o mês de dezembro foi o mês de<br />
pico para a maioria dos genótipos, a IRF variou de 0,97 a 7,69.<br />
116
5.7 AGRADECIMENTOS<br />
A Cínthia Sthefany Lima de Oliveira e Gabriela de Oliveira Belo, pela<br />
ajuda na tomada de dados; ao professor Sergio Oliveira, pelo auxilio estatístico;<br />
à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB),pela bolsa<br />
de estudo; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico<br />
(CNPq)e à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pelo apoio financeiro<br />
à pesquisa.<br />
117
5.8 REFERÊNCIAS<br />
AMORIM, E. P.; RAMOS, N. P.; UNGARO, M. R. G; KIIHL, T. A. M..<br />
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118
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120
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Os resultados alcançados no presente trabalho permitiram apontar as<br />
seguintes considerações:<br />
1 - É desejável que os resultados encontrados por caracterização<br />
morfológica, principalmente referente aos genótipos 243 e 244; 101, 102,<br />
104 e 211 sejam comparados aos obtidos por caracterização molecular e<br />
citogenética, havendo duplicata deve-se manter apenas o genótipo que<br />
apresentar melhor performance.<br />
121<br />
2 – O diâmetro da corona, a altura da planta e a largura da bráctea<br />
respectivamente foram as características de maior importância para a<br />
divergência genética interespecífica, entre os genótipos de P. cincinnata e<br />
entre os genótipos de P. <strong>alata</strong>.<br />
3 - As espécies P. <strong>alata</strong> e P. cincinnata mostraram-se autoincompatíveis<br />
classe 3, cuja polinização deve ser obrigatoriamente cruzada, podendo<br />
ser realizada por toda manhã, uma vez que de 8h 00minàs 12h 00min os<br />
estigmas apresentaram-se receptivos.<br />
4 - Os genótipos 102 de P. <strong>alata</strong> e 325 de P. cincinnata foram indicados<br />
como os que apresentaram maior taxa de florescimento, sendo assim
ecomendados para compor futuros programas de intercruzamentos onde<br />
se vise à elevação do número de flores, porém deve atentar-se que o<br />
genótipo 102 foi altamente semelhante geneticamente aos genótipos 101,<br />
102, 104 e 211 e o 325 similaridade genética com o genótipo 323.<br />
5 - A falta de correlação entre temperatura, umidade coletada no período<br />
de florescimento e o numero de flor pode ser devida ao tempo de<br />
acompanhamento dos estudos sugerindo assim que sejam realizados<br />
estudos em um período maior e que considerem também o período que<br />
antecede a floração.<br />
122
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES<br />
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