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Métodos de avaliação do sêmen canino congelado - Colégio ...

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Car<strong>do</strong>so et al. <strong>Méto<strong>do</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong> <strong>canino</strong> congela<strong>do</strong>.<br />

características como velocida<strong>de</strong>, freqüência <strong>de</strong> batimento flagelar e amplitu<strong>de</strong> irão, corretamente, refletir a<br />

condição fisiológica <strong>de</strong> cada célula (Peña, 2000). Os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por esse méto<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>m a centenas <strong>de</strong><br />

mensurações espermáticas individuais, fornecen<strong>do</strong> informações sobre a qualida<strong>de</strong> média da motilida<strong>de</strong> em uma<br />

amostra <strong>de</strong> <strong>sêmen</strong> (Günzel-apel et al., 1993) e sobre diferentes subpopulações espermáticas coexistin<strong>do</strong> na<br />

amostra (Holt, 1996; Peña Martínez, 2004). Além disso, algumas características <strong>do</strong> movimento espermático<br />

avaliadas pela CASA po<strong>de</strong>m estimar a fertilida<strong>de</strong> in vivo e in vitro no homem e em touros (Tardif et al., 1998;<br />

Larsen et al., 2000). Contu<strong>do</strong>, estu<strong>do</strong>s similares objetivan<strong>do</strong> estimar a fertilida<strong>de</strong> em cães não foram realiza<strong>do</strong>s.<br />

O “Hamilton Thorne computer-ai<strong>de</strong>d semen analyzer” (HTR), versão IVOS10 (Hamilton Thorne<br />

Research, Beverly, USA), é um sistema <strong>de</strong> análise computa<strong>do</strong>rizada proposto para <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong> humano<br />

(Douglas-Hamilton, 1995). O HTR, que já foi valida<strong>do</strong> para a espécie canina, representa uma importante<br />

ferramenta para futuros estu<strong>do</strong>s andrológicos. Embora to<strong>do</strong>s esses equipamentos para análise computa<strong>do</strong>rizada<br />

também já tenham si<strong>do</strong> valida<strong>do</strong>s para a espécie canina, ainda estão muito longe <strong>de</strong> se tornarem comuns na<br />

prática veterinária <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu alto custo, bem como à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> padronização das técnicas (Iguer-Ouada<br />

e Verstegen, 2001). No entanto, há disponível um equipamento com um preço mais acessível, o analisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> espermática (Sperm Quality Analyzer-SQA, United Medical Systems Inc., Santa Ana, CA, USA), que<br />

já foi valida<strong>do</strong> para a <strong>avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong> <strong>canino</strong> criopreserva<strong>do</strong> (Iguer-Ouada e Verstegen, 2001). Esse<br />

equipamento registra variações na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> óptica, converten<strong>do</strong> essa informação, por cálculos matemáticos, em<br />

um índice <strong>de</strong> motilida<strong>de</strong> espermática (SMI). Tal procedimento mostrou uma boa repetibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s em<br />

amostras seminais <strong>de</strong> boa e ótima qualida<strong>de</strong>, observan<strong>do</strong> altas correlações entre vários parâmetros seminais<br />

(Iguer-Ouada e Verstegen, 2001). No entanto, ainda não foi <strong>de</strong>terminada uma correlação entre o SMI e a<br />

fertilida<strong>de</strong> in vivo (Iguer-Ouada e Verstegen, 2001).<br />

É possível, também, que o “Hamilton-Thorne computer-ai<strong>de</strong>d semen analyser”, versão CEROS 12.1<br />

(Hamilton Thorne Research, Beverly, USA), possa avaliar morfologia e morfometria espermática canina<br />

(Rijsselaere et al., 2004). A análise <strong>de</strong> morfometria espermática automatizada (ASMA) tem o potencial <strong>de</strong><br />

avaliar características espermáticas não observadas pela análise visual (Rijsselaere et al., 2004). Por meio da<br />

ASMA, é possível avaliar as alterações das dimensões morfométricas <strong>do</strong>s espermatozói<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m ser<br />

causadas pelo processo <strong>de</strong> criopreservação (Rijsselaere et al., 2004).<br />

Testes <strong>de</strong> interação oócito-espermatozói<strong>de</strong><br />

A ligação <strong>do</strong> espermatozói<strong>de</strong> à zona pelúcida (ZP) é um evento crítico na interação gametogênica que<br />

culmina com a fertilização <strong>do</strong> oócito (Mayenco-Aguirre e Pérez-Cortes, 1998). A habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

espermatozói<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir, corretamente, com o oócito é crucial e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> vários fatores, incluin<strong>do</strong> a<br />

motilida<strong>de</strong> espermática e a flui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> membrana.<br />

A habilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> espermatozói<strong>de</strong> em se ligar à ZP é um teste potencialmente valioso ao se avaliar<br />

técnicas <strong>de</strong> criopreservação <strong>do</strong> <strong>sêmen</strong>. Testes avalian<strong>do</strong> essa habilida<strong>de</strong> têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s para eqüinos<br />

(Fazelli et al., 1993a), bovinos (Fazelli et al., 1993b), suínos (Fazelli et al., 1995) e <strong>canino</strong>s (Mayenco-Aguirre e<br />

Perez-Cortez,1998; Ström Holst et al., 2001).<br />

Os testes <strong>de</strong> ligação <strong>do</strong> espermatozói<strong>de</strong> <strong>canino</strong> à ZP po<strong>de</strong>m ser realiza<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong>-se oócitos<br />

homólogos íntegros (Ström Holst et al., 2001) ou bissecciona<strong>do</strong>s (hemizona) (Mayenco-Aguirre e Perez-<br />

Cortez,1998). Segun<strong>do</strong> Olar (1984), a <strong>avaliação</strong> da capacida<strong>de</strong> fecundante <strong>do</strong> espermatozói<strong>de</strong> <strong>canino</strong>,<br />

imediatamente após o <strong>de</strong>scongelamento, seria um parâmetro mais importante <strong>do</strong> que a simples observação da<br />

manutenção da motilida<strong>de</strong> após um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> incubação.<br />

A interação ooócito-espermatozói<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser avaliada pela fluorescência (Hoechst 33258) ou pela<br />

microscopia óptica (aceto-orceína), na qual se observa a presença <strong>de</strong> cabeças espermáticas ligadas à ZP ou no<br />

espaço perivitelínico e ooplasma <strong>do</strong> oócito (Hewit e England, 1997).<br />

O teste <strong>de</strong> penetração oocitária consome menos tempo <strong>do</strong> que fertilização in vitro, visto que não há a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maturar o oócito, e somente a ligação/penetração é avaliada e não o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

embrionário (Hewitt e England, 1997). Além disso, as taxas <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong> oócitos <strong>canino</strong>s ainda permanecem<br />

baixas. Isto po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma ina<strong>de</strong>quada maturação nuclear e citoplasmática ocasionada pelos meios<br />

inapropria<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cultivo (Rodrigues e Rodrigues, 2003).<br />

A ligação <strong>do</strong> espermatozói<strong>de</strong> na zona pelúcida e a penetração no ooplasma mostraram-se, intimamente,<br />

associada à motilida<strong>de</strong> espermática (Hay et al., 1997), mas não se correlacionaram com a morfologia acrossomal<br />

(Rodrigues et al., 2004).<br />

Outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> in vitro<br />

A <strong>avaliação</strong> da motilida<strong>de</strong> espermática é, essencialmente, subjetiva, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> causar uma alta<br />

variabilida<strong>de</strong> entre laboratórios ou observa<strong>do</strong>res. Para controlar essa variabilida<strong>de</strong>, e padronizar a análise da<br />

Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.29, n.3/4, p.179-187, jul./<strong>de</strong>z. 2005. Disponível em www.cbra.org.br 183

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