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Orações de sapiência - Universidade de Coimbra

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INTRODUÇÃO<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a Gramática está na base <strong>de</strong> qualquer ciência ou arte, transita<br />

para a História. Refere a concepção ciceroniana da mesma, citando, textualmente,<br />

mais uma vez, as palavras do Arpinate. Curioso ter Pedro Fernan<strong>de</strong>s salientado a<br />

sua importância pelo aspecto negativo. Isto é: o homem sem história, sem passado,<br />

é “sempre criança”.<br />

Válida a razão por que transitou para a Gramática, é também lógica a que faz<br />

agora para a Eloquência, da qual afirma: “tanta est excellentia ut eam Sophocles<br />

rerum omnium dominam ac Reginam appellet”.<br />

Por aproximação <strong>de</strong> objecto, versa, a seguir, a Dialéctica, em seu enten<strong>de</strong>r,<br />

essencial para o estudo das <strong>de</strong>mais ciências, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> a mesma discutir o<br />

critério <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Diz ainda da sua importância para a Filosofia.<br />

E com a Dialéctica encerra as consi<strong>de</strong>rações acerca das Artes Liberais.<br />

Vão seguir-se as Artes que exigem, segundo diz, “altiorem ac profundiorem<br />

cognitionem”.<br />

Pe<strong>de</strong> benevolência ao auditório e trata, então, da Medicina. É pródigo em citações,<br />

apresentando uma ligação bastante perfeita entre os vários aspectos que refere.<br />

Mas, se se louva a Medicina, que trata do corpo, quanto se não <strong>de</strong>ve louvar a<br />

ciência que estuda a alma! Esten<strong>de</strong>-se em citações e elogios à Jurisprudência. Deve<br />

notar-se que este é um dos capítulos mais extensos.<br />

Dada a gradação apontada, não é <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r que “haec omnia, quamuis<br />

sint, tamen nescio quid maius, ac diuinius hominum animus, praesertim Christianus<br />

requirit... Id autem unum est sacrosancta illa Theologia”.<br />

Apressa-se em esclarecer ir tratar da Teologia revelada. A esta reserva uma<br />

especial exaltação.<br />

Transita para o Pontificado e Direito Pontifício, com mais síntese, e termina a<br />

sua exposição com uma sentença <strong>de</strong> Énio.<br />

E agora alu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> modo pouco lisonjeiro, à cultura nacional antes <strong>de</strong> D. João III,<br />

certamente para salientar o papel do monarca em prol do <strong>de</strong>senvolvimento daquela.<br />

Ao louvar o Rei, dirige-lhe aqueles belos versos que Énio <strong>de</strong>dicou a Rómulo.<br />

Ao Reitor, Diogo <strong>de</strong> Murça, tece elogios e afirma que referiria o que há a louvar<br />

na sua conduta moral, se não o vira presente.<br />

E a concluir, em última vénia, dirige-se novamente ao rei, tendo agora o elogio<br />

um tom <strong>de</strong> epopeia.<br />

Termina, exortando os mestres para que, por eles e neles, se abrigue sempre a<br />

ciência naquele templo <strong>de</strong> Minerva.<br />

Após a leitura da oração, fica-se a pensar quer no teor, quer na originalida<strong>de</strong><br />

da mesma.<br />

Todo este conspecto das ciências e artes – e não eram muitas, mas eram tudo,<br />

então – tem o seu quê <strong>de</strong> superficial.<br />

Obra protegida por direitos <strong>de</strong> autor<br />

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