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02 - A PSICOSE NA PERSPECTIVA LACANIANA - Fio

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supostamente tem o objeto fálico desejado pela mãe. Aquele que possibilita a<br />

simbolização da lei, momento em que a criança encontra a lei do pai, sendo levada a<br />

confrontação com a castração, através dessa mediação na relação dual mãe-<br />

criança, ele ascende na posição de pai simbólico. (Dor, 1989). O sujeito então “[...] o<br />

reconhece como ditando-lhe a lei” (Dor, 1989, p.87).<br />

“O pai, ou o seu nome, libera a criança da relação de aprisionamento com a<br />

mãe” (FERRETTI, 2004, p.133). No caso do filme em questão podemos perceber<br />

que o significante Nome-do-Pai não está presente no enredo da trama, logo a<br />

relação simbiótica entre mãe e filha remete ao primeiro tempo do Édipo em que a<br />

relação fica entre mãe-filho/falo.<br />

Sales (2008) faz referência ao jogo do fort-da em que a mãe direciona sua<br />

atenção a algum outro objeto que não a criança, fazendo-se assim<br />

ausente/presente, elucidando que o desejo do outro (a mãe) é o desejo do Outro (o<br />

falo).<br />

A criança dessa forma, simbolicamente vivencia o abandono da mãe, em que<br />

através do afastamento e da aproximação pelo brincar, metaforicamente, a coloca<br />

no lugar do carretel, o que para Lacan seria uma substituição significante. (DOR,<br />

1989).<br />

O olhar da mãe para longe da criança, possibilita que esta não fique presa ao<br />

imaginário gerando fantasias que a possa deixar na posição de objeto fálico à mãe.<br />

(Sales, 2008).<br />

Com a personagem Nina pode-se verificar que a mãe se dedicava<br />

inteiramente a filha, estando sempre perto e a ajudando a realizar as coisas mais<br />

triviais, como se trocar, cortar as unhas, se alimentar. Assim Nina possivelmente se<br />

colocava na posição desse objeto faltante à mãe e esta se apresentava com um<br />

desejo frio, não transmitindo afeto à filha como se ela fosse meramente um objeto de<br />

sua satisfação.<br />

Quando o falo assume sua posição e seu lugar correto, e denota que o Pai,<br />

aquele que o possui, tem preferência junto à mãe, estabelece assim, o processo da<br />

metáfora paterna e com ele o recalque originário.<br />

O recalque originário aparece como processo fundamentalmente<br />

estruturante e que consiste numa metaforização. Esta metaforização não é<br />

outra senão o ato mesmo da simbolização primordial da Lei, que se efetua<br />

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