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02 - A PSICOSE NA PERSPECTIVA LACANIANA - Fio

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Após o estádio do espelho, a criança vivencia a passagem pelo complexo de<br />

Édipo, que segundo Sales (2008) é à entrada do sujeito na linguagem. A criança<br />

ainda está em uma relação dual e fusional com a mãe, em que se faz ser seu objeto<br />

faltante.<br />

Esta relação fusional é suscitada pela posição particular que a criança<br />

mantém junto à mãe, buscando identificar-se com o que supõe ser o objeto<br />

de seu desejo. Esta identificação, pela qual o desejo da criança se faz<br />

desejo do desejo da mãe, é amplamente facilitada, e até induzida, pela<br />

relação de imediação da criança com a mãe, a começar pelos primeiros<br />

cuidados e a satisfação das necessidades. (DOR, 1989, p. 81).<br />

A criança supõe faltar algo a mãe, então tenta ela mesma se fazer esse<br />

objeto faltante desejado pela mãe, o falo. Segundo Dor (1989), para Lacan enquanto<br />

o falo se fizer desejo da mãe sua relação com ele é necessária. A criança estará<br />

nessa relação fusional com a mãe enquanto não existir um elemento terceiro para<br />

interditar essa identificação fálica da criança com sua progenitora.<br />

A criança sente o complexo de Édipo como um afastamento de sua<br />

progenitora, como aponta Almeida (2010) como um afastamento de seu objeto de<br />

desejo, a mãe sente esse afastamento como uma privação de seu objeto fálico.<br />

A criança aqui se faz objeto fálico que pudesse preencher a Falta da mãe e<br />

assim vive imaginariamente uma relação de que um completa o outro.<br />

“Por mais que a instância mediadora (o Pai) seja aqui considerada estranha à<br />

relação mãe-criança, é a própria dimensão da identificação fálica da criança nessa<br />

relação que a pressupõe”. (DOR, 1989, p.81).<br />

Essa identificação fálica como aponta Dor (1989) é uma tentativa de evitação<br />

da castração. Enquanto a criança se identificar com o objeto fálico ela impede no<br />

imaginário de ser castrada, vivenciando dessa forma a dimensão subjetiva da<br />

dialética do ser ou não ser o falo.<br />

O ponto de origem da oscilação induzida na criança nesta dialética do ser,<br />

sob a dupla relação da frustração e da privação, deve-se,<br />

fundamentalmente, ao fato do pai aparecer aqui enquanto “outro” nesta<br />

relação mãe-criança. E é como tal que ele surge na vida subjetiva da<br />

criança, logo, como um objeto fálico possível com o qual a criança pode<br />

supor rivalizar junto à mãe. (DOR, 1989, p.85).<br />

Quando a figura paterna é introduzida no imaginário da criança e é investida<br />

de atributos fálicos, ganha aqui uma nova significação, como aquele que<br />

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