Novembro 2007 - Edição 284 - Cave

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Reuni
Polêmica chega ao fim e UFJF aprova a adesão
Após diversas reuniões e protestos
por parte dos estudantes da Universidade
Federal de Juiz de Fora
(UFJF), o Conselho Universitário
(Consu) aprovou, na quinta-feira, 25
de outubro, na assembléia realizada
no prédio do MAMM, a adesão ao
Programa de Expansão e Reestruturação
das Universidades (Reuni). Na
ocasião, o MAMM foi cercado por
policiais militares, necessidade justificada
pela reitoria como forma de
proteger a integridade física dos participantes
e do patrimônio, já que as
reuniões anteriores foram impedidas
por um grupo de alunos. Com a aprovação
pelo Consu, por 30 votos contra
quatro e quatro abstenções, a proposta
foi encaminhada ao Ministério
da Educação (MEC), que fará a
avaliação final. Caso o projeto seja
aceito, a Universidade começa em
2009 a implementação das mudanças.
A UFJF foi a 18ª instituição a
aprovar a adesão.
A discussão sobre o Reuni na
UFJF é de longa data e o ápice da
questão se deu quando os integrantes
do Diretório Central dos Estudantes
(DCE) invadiram, no dia 21
de junho, o prédio da reitoria e permaneceram
lá por oito dias como
forma de protestar e de reivindicar,
dentre outras coisas, um plebiscito
para votar o Reuni e a construção
de um novo Restaurante Universitário
(RU). Após a invasão, Reitoria
e DCE entraram num consenso
sobre alguns temas (como a ampliação
do RU), mas o Consu não discutiu,
na época, a viabilidade do
plebiscito como era esperado pelo
DCE, por considerar uma atitude
precipitada e por já ter aceito a proposta
da Apes de realizar uma ampla
consulta sobre o Reuni com os
três segmentos da Universidade.
No entanto, o presidente da Apes,
Marcos Freitas, considera que esta
ampla consulta não foi realizada.
Segundo ele, o que houve foram al-
gumas discussões e a criação de uma
comissão para avaliar e reunir as
propostas, mas sem muito aprofundamento.
O reitor da UFJF, professor
Henrique Duque, discorda e garante
que basta rever os últimos seis
meses para avaliar como a Universidade
se esforçou para divulgar o
projeto. Relembrou também a campanha
nacional e a grande divulgação
na imprensa. “A própria Apes
participou de discussões e debates,
inclusive internamente, de acordo
com o seu ponto de vista, que é contra.
A proposta também foi discutida
por cada instituto e a comissão formatou
os ideais propostos”, ressalta
o reitor.
De acordo com a UFJF as principais
mudanças provocadas pelo
Reuni no período de 2008 a 2012
serão:
- 8.529 novas matrículas.
- Os ingressos anuais passam de
2.115 (número atual) para
3.790.
- Admissão de 241 novos professores,
com média de 50
professores por ano.
- O número de matrículas nos
cursos de mestrado e doutora-
O Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (Reuni) foi estabelecido
pelo Decreto Nº 6.096, de
24 de abril de 2007, sendo parte integrante
de um conjunto de ações do
Governo Federal no Plano de Desenvolvimento
da Educação, do Ministério
da Educação.
REPASSE DE RECURSOS
PROGRAMADOS:
2008 5.373 milhões
2009 14.429 milhões
2010 14.429 milhões
2011 14.429 milhões
2012 Não há repasse previsto
do sobe de 600 para 1.350.
- Criação de 11 cursos de mestrado.
- Criação de 160 novas bolsas
de mestrado.
- Aumento de 50% de cursos de
doutorado oferecidos.
- Criação de 70 novas bolsas de
doutorado.
Uma das grandes novidades e,
talvez, a mais polêmica, seja a criação
dos bacharelados interdisciplinares
de ciências, artes e humanidades.
Esses bacharelados são
cursos de graduação, com duração
de três anos, que oferecem maior
mobilidade e liberdade para o estudante
escolher sua própria base
de matérias a serem cursadas. Eles
serão instituídos como primeira
etapa de formação universitária e
vão anteceder a formação profissional
oferecida nos cursos de graduação
acadêmicos. A UFJF vai assegurar
que após a conclusão do
bacharelado interdisciplinar o estudante
se matricule na segunda etapa
de formação acadêmica e profissional.
Veja no box abaixo alguns detalhes
sobre o Reuni.
Objetivos do Reuni:
- expandir o número de vagas.
- atingir média de 18 alunos por
professor.
- atingir 90% de taxa de
conclusão de curso.
- reduzir a evasão e ocupar
vagas ociosas.
- ampliar a mobilidade
estudantil.
As verbas destinadas ao Programa
devem ser utilizadas com:
- construção e adequação de
infra-estrutura e
equipamentos.
- bens e serviços necessários
ao funcionamento dos novos
cursos.
- despesas de custeio e pessoal
associadas à expansão.
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