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6 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />

Abertura<br />

Empresas<br />

com milhares<br />

<strong>de</strong> euros<br />

<strong>de</strong> prejuízos<br />

Contas à vida A activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas<br />

empresas da região foi seriamente<br />

afectada. Os empresários ainda estão a<br />

contabilizar o montante dos prejuízos<br />

Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />

raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />

❚ Lojas e restaurantes fechados,<br />

estufas <strong>de</strong>struídas e empresas impossibilitadas<br />

<strong>de</strong> laboral foram<br />

os resultados do temporal que se<br />

abateu sobre a região e que provocou<br />

sérios impactos no tecido<br />

empresarial.<br />

Anteontem, à hora do fecho<br />

<strong>de</strong>sta edição, muitas empresas<br />

não tinham ainda conseguido voltar<br />

a trabalhar normalmente. Os<br />

prejuízos <strong>de</strong>verão ascen<strong>de</strong>r a largas<br />

<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> euros,<br />

mas poucos empresários os tinham<br />

já contabilizado.<br />

No grupo TJ o temporal causou<br />

estragos a vários níveis: telhados<br />

levantados, pinheiros que caíram<br />

e danificaram vedações e automóveis<br />

e inundações que estragaram<br />

equipamentos, conta João<br />

Faustino. O empresário da Marinha<br />

Gran<strong>de</strong> revela que as fábricas<br />

estiveram sem laborar normalmente<br />

dois dias e meio. Segunda-<br />

-feira foi possível instalar três geradores,<br />

alugados em Castelo<br />

Branco.<br />

Além <strong>de</strong>ste custo e dos estragos,<br />

o empresário fala nos prejuízos<br />

causados pelo facto <strong>de</strong> a produção<br />

estar parada. “Ainda não sei o<br />

montante total, mas serão largos<br />

milhares <strong>de</strong> euros. Temos seguro,<br />

não sei se irá cobrir tudo, mas espero<br />

que assegure pelo menos<br />

uma parte”.<br />

Foi à custa <strong>de</strong> geradores que<br />

muitos negócios e particulares<br />

conseguiram minimizar os impactos<br />

da falta <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong>. A<br />

corrida a estes equipamentos, que<br />

custam entre 100 e mil euros, fez<br />

com que esgotassem em várias lojas.<br />

“Mais houvesse e mais se<br />

vendia”, confirma fonte <strong>de</strong> um espaço<br />

em <strong>Leiria</strong>, acrescentando<br />

que também se ven<strong>de</strong>ram todas<br />

as lanternas a pilhas.<br />

A Famol<strong>de</strong> também foi afectada<br />

e os prejuízos <strong>de</strong>verão ser<br />

“consi<strong>de</strong>ráveis”. As máquinas estiveram<br />

paradas e está em risco o<br />

cumprimento dos prazos <strong>de</strong> entrega.<br />

Na Key Plastics, para não se<br />

correr o risco <strong>de</strong> não cumprir os<br />

prazos, os operários vão fazer horas<br />

extra no próximo fim-<strong>de</strong>-<br />

-semana, o que representa custos<br />

acrescidos para a empresa.<br />

Há ainda a contabilizar os prejuízos<br />

causados pelos micro-cortes<br />

que se registaram <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

reposta a electricida<strong>de</strong>, que obrigam<br />

a <strong>de</strong>itar fora todo o material<br />

que esteja nas linhas <strong>de</strong> pintura,<br />

por exemplo, explica o director<br />

fabril.<br />

Pedro Silva, da Parcigraf, diz<br />

que para já os prejuízos se situam<br />

entre os dois mil e os três<br />

mil euros. Três computadores já<br />

se estragaram, na segunda <strong>de</strong> manhã<br />

o pessoal teve <strong>de</strong> ser mandado<br />

para casa e os micro-cortes<br />

sentidos na terça-feira ameaçavam<br />

os equipamentos a laser, “ultra<br />

sensíveis, que precisam <strong>de</strong><br />

estabilida<strong>de</strong> na corrente”.<br />

“É um transtorno enormíssimo”,<br />

diz o empresário. “Vem um<br />

bocado <strong>de</strong> vento e as linhas eléctricas<br />

caem todas, isto é terceiro-<br />

-mundista”.<br />

600 pessoas em casa<br />

Na Martingança, à hora do fecho<br />

<strong>de</strong>sta edição, havia ainda boa<br />

parte da freguesia sem eletricida<strong>de</strong><br />

(que tinha falhado na sexta-<br />

-feira às 23 horas). O presi<strong>de</strong>nte<br />

da Junta <strong>de</strong> Freguesia estimava<br />

em 600 as pessoas dispensadas<br />

porque as empresas não podiam<br />

laborar.<br />

A Unifato teve <strong>de</strong> manter fechado<br />

o outlet do Alto do Vieiro durante<br />

todo o fim-<strong>de</strong>-semana, e ainda<br />

na segunda-feira. As lojas do<br />

centro da cida<strong>de</strong> tiveram <strong>de</strong> en-<br />

cerrar antes da hora no sábado. “É<br />

difícil contabilizar os prejuízos,<br />

mas são muitos, porque não só não<br />

se ven<strong>de</strong> como tem <strong>de</strong> se pagar aos<br />

funcionários”, diz José Caixeiro.<br />

Manuel Quiaios, proprietário<br />

do Quebra-Mar e do Casino, na<br />

Praia do Pedrógão, refere que os<br />

prejuízos são “enormes”. Além<br />

dos estragos causados pelo mau<br />

tempo, não pô<strong>de</strong> servir refeições<br />

e na segunda-feira ainda não fazia<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quando conseguiria abrir<br />

os estabelecimentos. “Felizmente<br />

tenho seguro”.<br />

Em Caldas da Rainha, <strong>de</strong>z hectares<br />

<strong>de</strong> estufas <strong>de</strong> morango foram<br />

completamente <strong>de</strong>struídas, num<br />

prejuízo superior a um milhão <strong>de</strong><br />

euros e que coloca em risco 80<br />

empregos. “Isto é uma empresa<br />

familiar e neste momento não sabemos<br />

se conseguimos repor o<br />

investimento, até porque ainda<br />

estamos a pagar parte do empréstimo”,<br />

disse Sérgio Constantino<br />

à Lusa. Neste concelho houve<br />

ainda “graves prejuízos” em estufas<br />

<strong>de</strong> morangos, <strong>de</strong> outros produtos<br />

alimentares e <strong>de</strong> flores.<br />

Agricultura<br />

Germiplanta<br />

fortemente afectada<br />

As estufas da Germiplanta, em<br />

Monte Redondo, sofreram<br />

enormes estragos causados pelo<br />

mau tempo. Além <strong>de</strong>stes prejuízos,<br />

“que ainda não foram<br />

contabilizados”, há os <strong>de</strong>correntes<br />

da falta <strong>de</strong> comunicações, o que<br />

não lhes permite contactar os<br />

clientes. À hora do fecho <strong>de</strong>sta<br />

edição, a empresa estava há quatro<br />

dias sem electricida<strong>de</strong> e sem<br />

comunicações, segundo Diana<br />

Carvalho. A ministra da Agricultura<br />

já disse que os agricultores po<strong>de</strong>m<br />

recorrer ao PRODER e a linhas <strong>de</strong><br />

crédito bancário para pagar os<br />

prejuízos, mas não adiantou<br />

valores. “O que importa é que o<br />

Ministério actue rapidamente para<br />

que possamos produzir as plantas<br />

para os nossos clientes, não<br />

comprometendo as campanhas <strong>de</strong><br />

Primavera-Verão <strong>de</strong> todos aqueles<br />

que, como nós, queiram continuar<br />

a produzir”, diz Diana Carvalho.

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