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42 Jornal de Leiria 24 de Janeiro de 2013
Gente&lustre
Assuntos Políticos
Jovem de Peniche é
assessor de Cavaco Silva
❚ Ademar Vala Marques é o novo
assessor para assuntos políticos na
Casa Civil de Cavaco Silva. Antigo
adjunto do gabinete do secretário
de Estado, Feliciano Barreiras
Duarte, este advogado, 30 anos
(ex-líder da concelhia de Peniche
do PSD e ex-deputado municipal),
assumiu o cargo na Presidência da
República, imediatamente após
exoneração das suas funções no
Governo.
Tecnologia Miguel
Silvestre assume
Parque de Óbidos
❚ Miguel Silvestre assumiu o cargo
de director executivo do Parque
Tecnológico de Óbidos, em
substituição de Filipe Montargil
que regressou à sua actividade de
docente na Escola Superior de
Comunicação Social, em Lisboa.
Miguel Silvestre é também o
coordenador da área da Economia,
Criatividade e Inovação da
empresa municipal Óbidos
Criativa.
HistóriadeVida Julieta Fernandes
Socorro Comandante
de Alcobaça é adjunto
de comando nacional
❚ O segundo comandante de
Operações de Socorrro Distrital de
Leiria, Carlos Guerra, assumiu o
lugar de adjunto do Comando
Nacional de Operações de Socorro,
comandado por José Manuel
Moura, ex-comandante distrital e
recentemente nomeado para o
cargo nacional. Ex-comandante
dos Bombeiros de Benedita, Carlos
Guerra foi membro da Liga dos
Bombeiros Portugueses.
Banca Carlos Courelas
preside a conselho
geral da CCAM
❚ Carlos Courelas, da Caixa de
Crédito Agrícola Mútuo de
Pombal (CCAM) foi reeleito
presidente do Conselho Geral e
de Supervisão desta instituição,
de acordo com escolha em
Assembleia Geral, pelas Caixas
associadas do País. Entre outros,
este órgão de gestão integra
também Afonso de Sousa Marto
(CCAM da Batalha) e Jorge
Volante (CCAM de Porto de Mós).
“Posso dizer que levei a vida a brincar”
Graça Menitra
graca.menitra@jornaldeleiria.pt
❚ Julieta Fernandes (Mimi para os amigos), 81 anos,
é uma mulher alegre e feliz, para quem a vida tem
de ser levada a brincar. No seu “currículo maluco, a
puxar à categoria”, como refere, apresenta-se como
pedinte, pintora, coralista, escritora, modelo,
dramaturga, actriz, directora de cena, gestora,
industrial de lanifícios, artífice, cozinheira,
costureira, jardineira, entre outras profissões. Com
efeito, meio a brincar, meio a sério, esta professora
reformada do ensino básico já foi, ou ainda é, isto
tudo e muito mais. Apesar de viúva há 18 anos e
doente, teve e continua a ter uma vida plena de
actividades. Católica por convicção e educação, foi
a terceira mulher servita de N. S. de Fátima e
sempre colaborou em peditórios para as mais
diversas causas (Cruz Vermelha, Cáritas ou Luta
contra o cancro). Esteve na direcção da Casa do
Trabalho (ACISJF), que pertencia a uma associação
católica internacional ao serviço da juventude
feminina e foi membro do grupo sócio-caritativo da
Cruz da Areia. Criou em Leiria o Guidismo (nome
português da secção das raparigas escuteiras), a
que estiveram ligadas as suas filhas e a ex-
-presidente da Câmara, Isabel Damasceno.
Porque sempre se viu de lápis na mão a fazer
desenhos, já depois de reformada, Mimi cursou
pintura na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em
Lisboa, onde curiosamente teve um dos seus
quatro filhos como professor. Colectiva ou
individualmente, já mostrou os seus trabalhos
(cada vez menos figurativos e mais abstractos) em
cerca de 20 exposições, a mais recente na sede da
Associação de Solidariedade Social dos
Professores, em Leiria. Canta no Coro Sénior do
Orfeão de Leiria e no Corális (do qual uma sua irmã
Julieta
Fernandes só
lamenta não
saber tocar um
instrumento,
nem que fosse
pífaro
GRAÇA MENITRA
é directora), criado há 26 anos por um grupo de
professores, com o maestro Guy Stoffel e que hoje
tem como maestrina uma ucraniana Larisa
Babenko. Já editou alguns livros (escrita e
ilustração), como por exemplo Contos para os meus
netos (infantil) e Ao longo dos anos (poesia). E em
mãos tem muitos outros. Sempre que tem
oportunidade de utilizar o palco, não regateia e já
representou pelo menos duas operetas das sete que
escreveu, sempre com recurso a músicas
conhecidas. Sexta filha de 12, nunca faltaram na
casa dos pais (ele de Urqueira (Ourém), ela dos
Pousos (Leiria) os teatros e os teatrinhos, com a
manjedoura do burro a servir de palco. E, enquanto
professora na escola primária do Centro Paulo VI
(onde leccionou 17 anos), tirava partido do palco do
salão para uns teatros mais a sério. Aquando do
início do Coralis, fez a sua primeira passagem de
Música Trompetista
de Leiria integra
orquestra mundial
❚ João Gaspar, de Leiria, estudante
na Academia Superior da
Orquestra Metropolitana (onde
integrou o Quinteto de Sopros), é
um dos músicos de Leiria
seleccionados para a Orquestra
Mundial, a par de Mickael
Faustino. Trompetista da
Filarmónica das Chãs, 21 anos,
João Gaspar prestoudo provas em
2012, mas ainda não foi chamado
para as digressões mundiais.
modelos de chapéus e, no 10º aniversário do
mesmo coral, os professores apresentaram um
espectáculo no José Lúcio da Silva, com uma
opereta sua, sobre o 1º Dezembro.
Durante muitos anos, Julieta Fernandes geriu o
restaurante A Barraca, organizado durante a Feira
de Leiria e cujos lucros revertiam para a obra social
do Lar de Santa Isabel. Tricotava também
camisolas, ao serão, para os filhos, numa máquina
que o marido lhe ofereceu. Ainda hoje faz tricot
mas à mão para si e para oferecer. Durante alguns
anos, fez igualmente centenas de arranjos de Natal,
todos diferentes, que depois vendia na Gráfica de
Leiria. Passava o Outono à procura de materiais pelos
campos, já que sempre foi apaixonada pelo contacto
com a natureza. “Posso dizer que a minha vida
sempre foi de muito trabalho. Mas tudo o que fiz me
deu prazer, até quando apanhava erva no campo para
os coelhos”, lembra. E porque se habituou na
quintinha dos pais (actual Casa Episcopal de Leiria), a
apanhar azeitona ou fazer as descamisadas, ainda
hoje não dispensa a jardinagem, num pequeno
terreno da sua habitação.
Muita cuidadosa com a saúde e para manter a
mente em actividade, Julieta Fernandes não abdica
do crapô (cartas), que joga com uma amiga e
sempre que pode (embora hoje menos), adora fazer
viagens. Organizou também algumas (sobretudo a
espectáculos a Lisboa) mas aproveitou sobretudo as
excursões que o seu cunhado (Manuel Crespo,
director do Mensageiro) fazia ao estrangeiro.
Durante uma viagem à Rússia, não abdicou de
estudar o alfabeto russo (cirilico) que, entretanto,
resolveu acrescentar ao seu nome no cartão de
visita. Mimi não quer “agarrar-se” à internet, por
temer ficar sem tempo para fazer outras coisas e só
lamenta não saber tocar um instrumento, nem que
fosse pífaro.