Descarregar PDF - Jornal de Leiria
Descarregar PDF - Jornal de Leiria
Descarregar PDF - Jornal de Leiria
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
28 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Desporto<br />
Há um milhar e meio <strong>de</strong> tesouros<br />
por <strong>de</strong>scobrir no distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Geocaching Há quem pratique pela adrenalina das experiências extremas e quem o faça pelo<br />
contacto com a natureza e pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir recantos únicos. Quer experimentar?<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Se passar por um indivíduo a vasculhar<br />
uma moita, a levantar pedras<br />
ou a meter a mão em buracos <strong>de</strong><br />
uma pare<strong>de</strong> não pense que se trata <strong>de</strong><br />
um maluquinho ou <strong>de</strong> alguém que se<br />
está a preparar para fazer alguma<br />
malda<strong>de</strong>. Muito provavelmente, encontrou<br />
um geocacher em busca <strong>de</strong><br />
mais um tesouro. Uma prática que<br />
tem cada vez mais a<strong>de</strong>ptos na região.<br />
Geocacher? Geocaching? Mas o que<br />
é isso, afinal <strong>de</strong> contas? Vamos explicar.<br />
Basicamente, o geocaching é a versão<br />
mo<strong>de</strong>rna e actualizada da tradicional<br />
caça ao tesouro. É uma activida<strong>de</strong><br />
lúdica, que privilegia o contacto<br />
com a natureza. Sozinho ou em<br />
grupo, o geocacher - aquele que pratica<br />
o geocaching - usa a localização por<br />
GPS para encontrar tesouros – as caches<br />
- escondidos por outros geocachers,<br />
que po<strong>de</strong>m estar em qualquer<br />
local do mundo, numa ilha isolada –<br />
a Berlenga tem meia-dúzia – ou no<br />
centro <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> como <strong>Leiria</strong>. A<br />
<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> cada cache, ou contentor,<br />
e as suas coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />
estão publicadas numa página da internet<br />
acessível a toda a gente, em<br />
www.geocaching.com.<br />
Artur Gomes, também conhecido<br />
por Gato Maltês, é um dos nomes incontornáveis<br />
<strong>de</strong>sta tribo na região<br />
por colocar aos outros a<strong>de</strong>ptos da activida<strong>de</strong><br />
dos mais interessantes e<br />
complexos <strong>de</strong>safios. Encontrou a sua<br />
primeira cache há três anos e meio –<br />
já leva 607 <strong>de</strong>scobertas – e 3 meses <strong>de</strong>pois<br />
sentiu “as primeiras ânsias <strong>de</strong> owner”.<br />
“Há quem pratique geocaching<br />
pela adrenalina que as geocaches<br />
mais radicais proporcionam e há<br />
quem aprecie o simples contacto<br />
com a natureza. No fundo, há caches<br />
para todos os gostos. Basta dar uma<br />
olha<strong>de</strong>la aos atributos que constam na<br />
página para se ter uma i<strong>de</strong>ia do tipo <strong>de</strong><br />
aventura que nos espera”, salienta o<br />
Gato Maltês.<br />
Filipe Marques, o ‘mafill’ do geocaching,<br />
é, também ele, owner <strong>de</strong> várias<br />
caches e um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobridor<br />
<strong>de</strong> tesouros: já leva 1386. Começou em<br />
Maio <strong>de</strong> 2008, por influência <strong>de</strong> um<br />
amigo, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então tem sido somar<br />
caches atrás <strong>de</strong> caches. No distrito, na<br />
terça-feira, quando escrevemos o artigo,<br />
só havia uma pessoa no distrito<br />
com mais caches <strong>de</strong>scobertas do que<br />
mafill. “O contacto com a natureza é<br />
o que me faz continuar, mas existem<br />
muitas experiências, algumas das<br />
quais nunca tinha sequer sonhado em<br />
Geocaching: a caça ao tesouro em <strong>Leiria</strong><br />
Rio Lena<br />
ESTG<br />
Rua Estrada da Estação<br />
Rio Lis<br />
A19<br />
A19<br />
Fonte: www.geocaching.com<br />
Rotunda<br />
Almoinha<br />
Gran<strong>de</strong><br />
Escola<br />
Rodrigues<br />
Lobo<br />
Estádio<br />
Magalhães<br />
Pessoa<br />
Escola<br />
Domingos Sequeira<br />
Escola<br />
D. Dinis<br />
Nova<br />
<strong>Leiria</strong><br />
ESECS<br />
IPL<br />
Câmara<br />
Castelo<br />
Sé<br />
Praça Jardim Luís<br />
Rodrigues <strong>de</strong> Camões<br />
Lobo<br />
Rua Barão <strong>de</strong> Viamonte<br />
Rotunda do<br />
Estádio<br />
Estrada dos Marinheiros<br />
Pc. Goa<br />
Damão<br />
eDiu<br />
Avenida Marquês <strong>de</strong> PombaL<br />
Av. Heróis <strong>de</strong> Angola<br />
Parque da cida<strong>de</strong><br />
Rua <strong>de</strong> Tomar<br />
Jardim Santo<br />
Agostinho<br />
O lado negro da activida<strong>de</strong><br />
Vandalismo também ataca no geocaching<br />
Esta é uma activida<strong>de</strong> à partida<br />
limpa, que não implica gran<strong>de</strong>s<br />
custos para aqueles que a ela<br />
a<strong>de</strong>rem e só <strong>de</strong>veria ter um lado<br />
positivo. Mas não é assim. “Há<br />
todo o género <strong>de</strong> pessoas a<br />
praticar geocaching, mas nem<br />
todos são dignos do título<br />
geocacher, e os menos<br />
conscienciosos não olham a<br />
meios para <strong>de</strong>scobrir o contentor.<br />
Por vezes, um local <strong>de</strong>sfigura-se<br />
após meia dúzia <strong>de</strong> visitas <strong>de</strong><br />
quem vai procurar o “tesouro”.<br />
Com o crescimento acentuado <strong>de</strong><br />
praticantes, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
surgirem maus praticantes é<br />
maior, e por conseguinte também<br />
Rio Lis<br />
os danos nos locais dos<br />
escon<strong>de</strong>rijos ten<strong>de</strong>m a<br />
aumentar.”, salienta Artur<br />
Gomes, que tem visto algumas<br />
das obras-primas que <strong>de</strong>ixa para<br />
os outros serem vandalizadas.<br />
“Infelizmente, é um sentimento<br />
que me tem assolado com muita<br />
frequência e me tem tirado a<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar a escon<strong>de</strong>r<br />
caches. Sinto uma enorme<br />
tristeza quando <strong>de</strong>scubro que<br />
alguém vandalizou e/ou roubou<br />
os contentores. Nos últimos três<br />
ou quatro meses vi coisas que<br />
nunca imaginei que alguém que<br />
pratica uma activida<strong>de</strong> tão<br />
saudável fosse capaz <strong>de</strong> fazer.”<br />
Cemitério<br />
Rua N. Sra da Encarnação<br />
Avenida Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima<br />
Rua Paulo VI<br />
Rua das Olhalvas<br />
Circular Interna<br />
Rua Paulo VI<br />
Centro<br />
Hospitalar<br />
<strong>Leiria</strong>/Pombal<br />
Rio Lis<br />
Rotunda<br />
<strong>de</strong> Sto. André<br />
Ribeira<br />
do Sirol<br />
realizar, que se tornaram realida<strong>de</strong> por<br />
causa do geocaching, como o salto <strong>de</strong><br />
pára-quedas e o mergulho. Além,<br />
claro, dos amigos que se vão fazendo.”<br />
As caches contêm pequenos objectos<br />
para recompensar quem a encontrou,<br />
mas o maior prémio é a busca<br />
em si e o facto <strong>de</strong>, <strong>de</strong>sta forma, ter<br />
conhecido um local on<strong>de</strong> nunca se tinha<br />
estado. Na região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, o número<br />
<strong>de</strong> caches tem vindo a aumentar.<br />
O distrito é o quinto do País com<br />
mais tesouros por <strong>de</strong>scobrir, com<br />
1678, e o concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> o sétimo,<br />
com 391. No Mundo há dois milhões<br />
e cinco milhões <strong>de</strong> geocachers.<br />
Quem experimenta, por norma,<br />
fica convencido. Imagine que quer<br />
correr, mas não gosta <strong>de</strong> correr sem<br />
objectivo. Po<strong>de</strong> sair para o seu jogging<br />
matinal e com o seu smartphone ir<br />
<strong>de</strong>scobrindo on<strong>de</strong> estão as caches<br />
Cache tradicional<br />
Este é o tipo cache mais comum e <strong>de</strong>ve ser<br />
constituída no mínimo por um recipiente físico e um<br />
livro <strong>de</strong> registo (logbook). Nano ou micro caches<br />
são recipientes pequenos que apenas suportam<br />
uma folha <strong>de</strong> registo (logsheet). As coor<strong>de</strong>nadas<br />
publicadas na página da cache tradicional são<br />
a sua a localização exacta.<br />
Multi-cache<br />
As múltiplas envolvem dois ou mais locais a visitar,<br />
mas na localização final tem <strong>de</strong> existir sempre um<br />
recipiente físico. A maioria das multi-caches tem<br />
uma dica para encontrar a segunda cache, e esta<br />
uma dica para a terceira, e por aí em diante.<br />
Caches mistério<br />
Neste tipo <strong>de</strong> geocache, para conseguirmos obter<br />
as coor<strong>de</strong>nadas reais da cache, temos <strong>de</strong> resolver<br />
primeiro alguns quebra-cabeças. Tornam-se muitas<br />
vezes numa plataforma para geocaches inovadoras<br />
e personalizadas, que não se encaixam noutras<br />
categorias.<br />
Letterbox híbrido<br />
É outro tipo <strong>de</strong> caça ao tesouro, com várias pistas<br />
em vez das coor<strong>de</strong>nadas. Em alguns casos,<br />
o proprietário da letterbox criou o recipiente<br />
<strong>de</strong> maneira a ser paralelamente uma letterbox<br />
e uma multi-cache, publicando assim as coor<strong>de</strong>nadas<br />
na pagina oficial do www.geocaching.com.<br />
Devem conter um carimbo, sendo que este<br />
não é um item <strong>de</strong> troca, <strong>de</strong>vendo permanecer<br />
na caixa para que os próximos visitantes o possam<br />
utilizar para carimbar a sua visita.<br />
para <strong>de</strong>scobrir, assinar e apontar na<br />
aplicação que está <strong>de</strong>scoberta. Quando<br />
isso acontece, no mapa surge mais<br />
um sorriso e há quem se vicie nisso.<br />
“Há quem an<strong>de</strong> nisto pelos números<br />
e há quem pratique um geocaching<br />
mais <strong>de</strong>sprendido e sem pressas, seguindo<br />
a máxima <strong>de</strong> que o verda<strong>de</strong>iro<br />
tesouro é a experiência, o conhecimento<br />
e a <strong>de</strong>scoberta.”<br />
Como em tudo na vida, “há caches<br />
excelentes e algumas que <strong>de</strong>ixam<br />
muito a <strong>de</strong>sejar”, lamenta Artur Gomes,<br />
que <strong>de</strong>staca os trabalhos <strong>de</strong><br />
NocturnosBike, Esquadrão do Liz e<br />
Carocha&Sardanisca. “Para quem<br />
quiser fazer uma selecção mais cuidada,<br />
na página das caches é possível<br />
observar os pontos favoritos atribuídos<br />
e analisar os relatos <strong>de</strong> quem as visita.<br />
Eu faço isso e até agora não sofri<br />
<strong>de</strong>silusões.”