Descarregar PDF - Jornal de Leiria
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2 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Radar<br />
Comentário enigmático João dos Santos<br />
Olho clínico Impressões<br />
João Marques<br />
A Câmara <strong>de</strong> Pedrógão<br />
Gran<strong>de</strong>, li<strong>de</strong>rada por João<br />
Marques, vai avançar com um projecto-piloto<br />
para testar a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> espécies como<br />
o pinheiro manso, o sobreiro e o<br />
carvalho naquela região. Se resultar,<br />
o projecto funcionará também<br />
como fonte <strong>de</strong> receitas para a câmara,<br />
através da venda <strong>de</strong> cortiça e <strong>de</strong><br />
pinhões.<br />
Hél<strong>de</strong>r Roque<br />
Parte do serviço <strong>de</strong><br />
urgência geral do Hospital<br />
Santo André, em <strong>Leiria</strong>, ficou<br />
inundada <strong>de</strong>vido a uma 'fuga <strong>de</strong><br />
água” numa tubagem interna. O<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong><br />
Administração, Hel<strong>de</strong>r Roque,<br />
investiu mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong><br />
euros na requalificação, do serviço,<br />
reaberto em Maio, mas o edifício<br />
ainda apresenta algumas<br />
fragilida<strong>de</strong>s.<br />
António Mexia<br />
A empresa presidida por<br />
António Mexia parece estar<br />
longe do século XXI. Quando<br />
muitos países europeus já<br />
eliminaram os postes <strong>de</strong><br />
electricida<strong>de</strong>, fazendo passar a<br />
energia por via subterrânea, em<br />
Portugal proliferam os postes em<br />
zonas <strong>de</strong> floresta. A maioria das<br />
infra-estruturas é da<br />
responsabilida<strong>de</strong> da REN, mas cabe<br />
à EDP garantir um serviço <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> aos seus consumidores, o<br />
que não tem acontecido, com<br />
situações <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong><br />
abastecimento em várias zonas do<br />
distrito a arrastarem-se há anos.<br />
Dona Mécia e D. Genuíno (continuado)<br />
Ai<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os portugueses são responsáveis<br />
pela crise porque andaram a viver acima das<br />
suas possibilida<strong>de</strong>s, é um enorme embuste,<br />
diz Dona Mena. Esta mentira só é ultrapassada<br />
por outra, <strong>de</strong> que <strong>de</strong>vemos ser castigados com uma<br />
austerida<strong>de</strong>, dado os hábitos <strong>de</strong> consumo exagerados<br />
que adoptamos. Mas, nem os portugueses merecem<br />
castigo, nem a austerida<strong>de</strong> é inevitável…<br />
D. Genuíno, abre os olhos e consi<strong>de</strong>ra que Dona<br />
Mena <strong>de</strong>verá explicar melhor o que diz. Claro que<br />
explico, diz Dona Mena. Quem viveu muito acima das<br />
suas possibilida<strong>de</strong>s nas últimas décadas foi a classe<br />
política e os muitos que se alimentaram da enorme<br />
manjedoura que é orçamento <strong>de</strong> Estado. A<br />
administração central e local enxameou-se <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> "boys", criaram-se institutos inúteis,<br />
fundações fraudulentas e empresas municipais para<br />
facilitar os gastos, assinaram-se contratos levando a<br />
prejuízos para o Estado. Tudo para facilmente se gastar<br />
o nosso dinheiro, com a justificação <strong>de</strong> que se servia<br />
melhor o povo! Agora estamos cercados por credores…<br />
Oh! Dona Mena veja lá o que diz, reage com ar<br />
preocupado D. Genuíno. Dona Mena continua<br />
explicando que a este regabofe se juntou uma<br />
epi<strong>de</strong>mia fatal que é a corrupção, ou a propositada má<br />
gestão que a facilita. Olhe que dou exemplos, diz Dona<br />
Mécia ao cada vez mais espantado do D. Genuíno. Por<br />
exemplo: a Expo 98 transformou uma zona <strong>de</strong>gradada<br />
numa nova cida<strong>de</strong>, gerou mais-valias urbanísticas<br />
milionárias, mas no final <strong>de</strong>u prejuízo. Foi ainda o<br />
Euro 2004 com os seus estádios que não são usados, e<br />
a compra dos submarinos, com pagamento <strong>de</strong> luvas e<br />
corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as<br />
vigarices <strong>de</strong> Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A<br />
que se juntam os casos <strong>de</strong> Duarte Lima e Dias Loureiro<br />
no BPN, e o caso do BPP, muitas das parcerias públicoprivadas<br />
e mais um rol interminável <strong>de</strong> golpes que<br />
<strong>de</strong>pauperam o erário público. Sim, são golpes, reafirma<br />
Dona Mécia, pois todos estes negócios e privilégios<br />
concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se<br />
alimenta do dinheiro do português têm responsáveis<br />
conhecidos, pelo que eu consi<strong>de</strong>ram que foram ao<br />
O humor criado em Portugal é<br />
uma coisa arriscada<br />
Bruno Nogueira, humorista, Diário<br />
<strong>de</strong> Notícias<br />
Ricardo<br />
Charters<br />
d’Azevedo<br />
Não gosto nem <strong>de</strong> mulheres nem<br />
<strong>de</strong> homens, gosto <strong>de</strong> pesssoas<br />
Raquel Freire, cineasta, Visão<br />
nosso bolso. E têm como consequência os sacrifícios<br />
por que hoje passamos, mas <strong>de</strong> que só somos<br />
responsáveis por não termos corrido com “eles” há<br />
muito, pois isto tem décadas e começou <strong>de</strong> mansinho.<br />
Animando-se, D. Genuíno atalha dizendo que,<br />
enquanto isto, os portugueses têm vivido muito<br />
abaixo do nível médio do europeu, e naturalmente<br />
acima das suas possibilida<strong>de</strong>s, pois há quem não nos<br />
<strong>de</strong>ixa criar riqueza, quer criando leis castradoras da<br />
iniciativa privada, quer “roubando”.<br />
Vejo que começas a perceber, comenta Dona Mécia.<br />
Já reparaste, continua, que o buraco do BPN e o crédito<br />
mal parado na CGD, correspon<strong>de</strong>m ao valor do<br />
aumento <strong>de</strong> impostos que nos é aplicado?<br />
O estado das nossa contas públicas é o resultado do<br />
regabofe e da corrupção, muitas vezes mascarada por<br />
uma má gestão que vai beneficiar alguns. Devemos<br />
castigar quem entupiu, quem protelou, quem<br />
dificultou, e igualmente quem geriu mal. Avancemos<br />
em força para os tribunais, termina Dona Mécia, para<br />
que eles sintam quanto nos fizeram mal.<br />
Para isso temos os tribunais, é verda<strong>de</strong>, diz D.<br />
Genuíno. Que <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> ser cegos para que<br />
encontrem os culpados <strong>de</strong> forma que sejam<br />
castigados, pois a eles <strong>de</strong>vemos o nosso enorme<br />
aumento <strong>de</strong> impostos, e a situação em que o país está.<br />
Devemos ainda exigir a eliminação dos privilégios, e<br />
das “pequenas” mordomias, <strong>de</strong> alguns que nos<br />
arruínam e obrigá-los a participar na redução <strong>de</strong><br />
salários e <strong>de</strong> rendas. Há que renegociar as parcerias<br />
público-privadas reduzindo-lhes as margens, rever os<br />
juros da dívida pública, extinguir organismos, pren<strong>de</strong>r<br />
e recuperar os milhões roubados nomeadamente<br />
lançando-lhes ás canelas os o fisco... Restaure-se um<br />
mínimo <strong>de</strong> serieda<strong>de</strong> e poupar-se-ão milhões. Sem<br />
penalizar os cidadãos, respon<strong>de</strong>ndo ao FMI e aos<br />
outros nossos credores.<br />
Esta sim, é a única alternativa séria à austerida<strong>de</strong> a<br />
que nos querem con<strong>de</strong>nar e ao assalto fiscal que se<br />
anuncia, anuncia Dona Mécia.<br />
Engenheiro