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Economia
Jornal de Leiria 24 de Janeiro de 2013 19
Amado da Silva recordou na Nerlei amigo falecido há um ano
Ribeiro Vieira, um homem
de acção que dizia o que pensava
Raquel de Sousa Silva
raquel.silva@jornaldeleiria.pt
❚ O gosto pela leitura e pela aprendizagem
foi uma das características
de José Ribeiro Vieira recordadas
anteontem pelo amigo Amado
da Silva numa conferência realizada
nas instalações da Nerlei, de
que era presidente quando faleceu,
há um ano. O reitor da Universidade
Autónoma de Lisboa
lembrou o homem de acção que
dizia o que pensava, que “era humilde”
e tinha um vincado “sentido
de amizade”.
Amado da Silva disse que o traço
mais comum que encontrou
nas diversas opiniões sobre Ribeiro
Vieira foi a sua enorme cultura.
“Curiosamente não foi a sua capacidade
empresarial, que muitos
associavam à intuição”, apontou. O
orador defendeu que o “empresário
tem de saber lidar com as pessoas,
e isso exige uma base cultural
muito grande, exige perceber
que os outros também existem,
que são iguais a nós, na dignidade,
e diferentes, nas suas vertentes, na
maneira de ser e de estar”. Para
Amado da Silva, Ribeiro Vieira tinha
isso de forma “muito salutar,
não era vaidoso”. Pelo contrário,
“era humilde”.
O reitor da Autónoma defendeu
que “a humildade é o cimento da
democracia”. “Sem humildade não
há democracia, sem humildade
não há espírito de equipa. É a humildade
que garante que quem
tem de tomar as decisões finais o
faz com o credo na boca, mesmo
sabendo que está a correr um risco,
porque não há certezas”.
Numa conversa informal e descontraída,
Amado da Silva recordou
os tempos em que andaram
juntos no Liceu de Leiria, “que era
fantástico”, contando algumas histórias
com humor, lamentando
que este se esteja a perder e frisando
que o humor “é importante
na gestão”. Ribeiro Vieira “tinha-
-o”. “E tinha sobretudo o sentido
Reitor da Autónoma (à esq.) defende que “humildade é o cimento da democracia”
D. Dinis Business School
Veiga Simão preside ao Conselho Superior
Tomou posse na terça-feira o
Conselho Superior da D. Dinis
Business School, presidido por
Veiga Simão (na foto), que referiu
esperar que este projecto contribua
para, “honrando o passado, colocar
a região de Leiria na frente do
desenvolvimento e do desígnio
nacional da internacionalização”.
Integram ainda este órgão Alzira
Marques, Amado da Silva, Ana
Sargento, Gabriel Silva, Hélder
Roque, Henrique Neto, Joaquim
Menezes, Jorge Santos, Luís
Amado, Luís Reto, Nuno Mangas,
Rosa Pedrosa e Rui Filinto. O
presidente da Nerlei afirmou que a
escola vai servir os empresários da
região Centro. Quanto aos de
Leiria, lembrou que “são
reconhecidos pelo seu
empreendedorismo e pela
apetência pelo risco”, mas
defendeu que devem ser também
“conhecidos pelas suas
competências e qualificações”. A
Business School surge num
momento “cada vez mais difícil”
para os negócios, mas existe a
consciência de que a “qualificação
assume um papel importante” e
que é preferível agir do que
“protestar contra o vento ou
esperar que ele passe”.
Amanhã de manhã na Nerlei
Ministro da Economia debate reindustrialização
❚ A Associação Empresarial da Região
de Leiria recebe amanhã, pelas
10:30 horas, nas suas instalações,
o ministro da Economia e
Inovação. A visita de Álvaro Santos
Pereira insere-se na iniciativa Encontros
com os Sectores, que o seu
ministério está a promover no âm-
bito da definição da Estratégia para
a Reindustrialização, considerada
“um dos pilares da agenda de crescimento
sustentável para o País,
perspectivando uma política a médio
e a longo prazo”. Os convidados
para este encontro são entidades
(associações empresariais, centros
e pólos tecnológicos e universidades)
e empresas ligadas ao Cluster
Habitat (fileira casa), que irão debater
os factores chave para este
processo de reindustrialização em
Portugal “contribuindo decisivamente
para enriquecer a discussão”.
RICARDO GRAÇA
da amizade. E isso é muito relevante.
Ela não custa dinheiro e
não cobra nada. Nunca cobrámos
nada um ao outro e continuamos
amigos, cada um no seu sítio”,
apontou.
Lembrou que o amigo tinha
como referência o padre António
Vieira, quer era um “homem de acção,
que não tinha medo nem receio,
nada se lhe metia pela frente”.
Ribeiro Vieira “era desse mesmo
tipo”. Referindo que muitas vezes
as pessoas têm medo de dizer
e de escrever o que pensam, Amado
da Silva lembrou que não era o
caso de Ribeiro Vieira, citando a
propósito uma das suas crónicas
sobre os fundos comunitários.
Jorge Santos, presidente da Nerlei,
recordou o seu antecessor como
um “ilustre homem de causas,
para quem o ensino e a economia
eram duas faces da mesma moeda,
catalisadores das regiões e das sociedades”.
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