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18 Jornal de Leiria 24 de Janeiro de 2013 Economia Empresas disponíveis para ajudar colaboradores em dificuldades Apoios Muitos trabalhadores encontram junto da entidade patronal uma 'bóia de salvação' em situações de dificuldades. Algumas empresas têm vindo a reforçar os apoios desde o agudizar da crise Raquel de Sousa Silva raquel.silva@jornaldeleiria.pt ❚ Num momento em que muitos trabalhadores enfrentam dificuldades económicas, que poderão agravarse já a partir do fim do mês, quando os salários sofrerem um corte por via do aumento da taxa de IRS, são muitas vezes as empresas que ajudam, criando ou reforçando apoios existentes no âmbito da sua política de responsabilidade social. As empresas ouvidas pelo JORNAL DE LEIRIA mostram-se disponíveis para apoiar os seus colaboradores, conscientes da importância do seu bem estar para o desenvolvimento da própria empresa. “Não obstante não possuir um fundo especifico para o efeito, o Grupo LN contempla na sua política de recursos humanos disponibilidade para apoio aos seus colaboradores em casos críticos ou de dificuldades que pontualmente possam sentir”, aponta Natália Valinha. A presidente do Conselho de Administração acrescenta que, “com o agravar da conjuntura, e tendo percepção das dificuldades que possam surgir em termos sociais no seio dos seus colaboradores”, o grupo “reforçou o seu papel neste âmbito, criando internamente maior envolvimento do departamento recursos humanos, no intuito de diagnosticar e agir de forma célere em prol de situações que se revelem de necessidade”. Acrescenta que até hoje o grupo “não tem deixado de ficar sensível a estas situações, dando ênfase à sua responsabilidade social, vertente fundamental e crucial para o seu desenvolvimento”. “Desde o início da crise 2008/2009 temos dedicado uma especial atenção às necessidades dos colaboradores”, aponta Paulo Pinto. O director da Redcats (La Redoute) refere que, “sempre que solicitado”, a empresa providencia adiantamento de vencimento e/ou subsídios de férias/Natal, apoio na gestão pessoal, nomeadamente na reestruturação de dívidas, apoio psicológico em situações graves (por exemplo a morte de um familiar) e apoio legal através do advogado da empresa. “A política de recursos humanos da Redcats assenta particularmente no bem estar do colaborador e, neste sentido, os benefícios sociais assumem um papel preponderante”. Paulo Pinto acrescenta que se pretende “manter os apoios existentes e gerir as necessidades caso a caso”. Os números 1000 trabalhadores são apoiados pelo Fundo de Emergência Social de dois milhões de euros criado pela Jerónimo Martins 1350 euros de salário mensal: quem auferia menos queeste valor no Santander Totta viu o salário ser aumentado A Umbelino Monteiro “coloca a tónica” na saúde e bem estar dos colaboradores, por isso proporciona, de forma gratuita, semanalmente, consultas médicas na empresa para o colaborador e membros da família. “Este ano o plano de exames médicos individuais vai ser alargado, para que os serviços médicos disponham de mais meios de diagnóstico precoce”, diz Teresa Monteiro. A directora- -geral acrescenta que há ainda um protocolo com um ginásio que permite aos funcionários beneficiarem de descontos. “Com o objectivo de aumentar a protecção individual e da família, todos os funcionários têm um seguro de vida”, diz a responsável. A empresa oferece ainda um incentivo finan- ceiro à natalidade (cujo valor não foi revelado) e tem um protocolo com uma loja de artigos de infância que proporciona descontos aos funcionários da Umbelino. A empresa dá formação a todos os colaboradores, por a considerar um “pilar estratégico”, e estabeleceu um protocolo com uma empresa que concede preços mais vantajosos aos funcionários nas suas acções de formação. Além de medicina no trabalho, a Famolde disponibiliza há “largos anos” um médico de medicina curativa semanalmente. Tem protocolos com farmácias e analistas que permitem aos seus funcionários ter “benefícios quer a nível económico quer de comodidade”, refere Miriam Martins. inCentea apresenta livro com história da empresa Viagem à Essência é o nome do livro que a inCentea apresenta hoje, pelas 18 horas, na Arquivo, em Leiria. É o “registo para memória futura dos principais acontecimentos e pessoas que ao longo destes 25 anos fizeram a inCentea de hoje”. ACEGE recomenda Empresas devem ser “anel de segurança” Para a Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), as empresas devem accionar “sistemas confidenciais de autodiagnóstico social, que captem as situações pessoais e familiares mais graves” dos colaboradores. O presidente da associação, citado pelo Expresso, entende que a “vocação natural” das comunidades empresariais é “serem um terceiro anel de segurança”: o primeiro deve ser o próprio indivíduo e o segundo a família. Para a secretária-geral da BCSD Portugal,conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável, “as empresas têm plena consciência da responsabilidade de ir mais longe e de ter uma resposta alargada para um problema que não é apenas da sua organização, mas da sociedade”. “Também a nível da saúde mental existe espaço para os colaboradores exporem eventuais preocupações e, em caso de ter influência tanto a nível pessoal como no trabalho, são sugeridos profissionais especializados”. A directora de recursos humanos explica que “todos os colaboradores passam grande parte do seu tempo diário no local de trabalho e, por isso, este deve ser potencializador de saúde mental. “O desgaste laboral é por vezes acentuado e difícil de conciliar com a vida familiar, social e escolar”. “Oficialmente” não tem mecanismos de apoio social, mas a Yudo está sempre atenta e disposta a apoiar os seus colaboradores, garante José Dantas. O responsável aponta o caso de dois funcionários que estavam com dificuldades económicas, um já com a luz cortada e outro com problemas relacionados com o crédito bancário, a quem foram adiantados os subsídios de Natal. A empresa está a equacionar criar um fundo de apoio para minimizar os impactos dos cortes dos salários devido às novas taxas de IRS. Os Estaleiros Navais de Peniche mantêm a “política de sempre”, que assenta em “procurar acudir a situações colocadas pelos trabalhadores”, a quem em caso de necessidade é feito um “avanço por conta de remunerações futuras”.
Economia Jornal de Leiria 24 de Janeiro de 2013 19 Amado da Silva recordou na Nerlei amigo falecido há um ano Ribeiro Vieira, um homem de acção que dizia o que pensava Raquel de Sousa Silva raquel.silva@jornaldeleiria.pt ❚ O gosto pela leitura e pela aprendizagem foi uma das características de José Ribeiro Vieira recordadas anteontem pelo amigo Amado da Silva numa conferência realizada nas instalações da Nerlei, de que era presidente quando faleceu, há um ano. O reitor da Universidade Autónoma de Lisboa lembrou o homem de acção que dizia o que pensava, que “era humilde” e tinha um vincado “sentido de amizade”. Amado da Silva disse que o traço mais comum que encontrou nas diversas opiniões sobre Ribeiro Vieira foi a sua enorme cultura. “Curiosamente não foi a sua capacidade empresarial, que muitos associavam à intuição”, apontou. O orador defendeu que o “empresário tem de saber lidar com as pessoas, e isso exige uma base cultural muito grande, exige perceber que os outros também existem, que são iguais a nós, na dignidade, e diferentes, nas suas vertentes, na maneira de ser e de estar”. Para Amado da Silva, Ribeiro Vieira tinha isso de forma “muito salutar, não era vaidoso”. Pelo contrário, “era humilde”. O reitor da Autónoma defendeu que “a humildade é o cimento da democracia”. “Sem humildade não há democracia, sem humildade não há espírito de equipa. É a humildade que garante que quem tem de tomar as decisões finais o faz com o credo na boca, mesmo sabendo que está a correr um risco, porque não há certezas”. Numa conversa informal e descontraída, Amado da Silva recordou os tempos em que andaram juntos no Liceu de Leiria, “que era fantástico”, contando algumas histórias com humor, lamentando que este se esteja a perder e frisando que o humor “é importante na gestão”. Ribeiro Vieira “tinha- -o”. “E tinha sobretudo o sentido Reitor da Autónoma (à esq.) defende que “humildade é o cimento da democracia” D. Dinis Business School Veiga Simão preside ao Conselho Superior Tomou posse na terça-feira o Conselho Superior da D. Dinis Business School, presidido por Veiga Simão (na foto), que referiu esperar que este projecto contribua para, “honrando o passado, colocar a região de Leiria na frente do desenvolvimento e do desígnio nacional da internacionalização”. Integram ainda este órgão Alzira Marques, Amado da Silva, Ana Sargento, Gabriel Silva, Hélder Roque, Henrique Neto, Joaquim Menezes, Jorge Santos, Luís Amado, Luís Reto, Nuno Mangas, Rosa Pedrosa e Rui Filinto. O presidente da Nerlei afirmou que a escola vai servir os empresários da região Centro. Quanto aos de Leiria, lembrou que “são reconhecidos pelo seu empreendedorismo e pela apetência pelo risco”, mas defendeu que devem ser também “conhecidos pelas suas competências e qualificações”. A Business School surge num momento “cada vez mais difícil” para os negócios, mas existe a consciência de que a “qualificação assume um papel importante” e que é preferível agir do que “protestar contra o vento ou esperar que ele passe”. Amanhã de manhã na Nerlei Ministro da Economia debate reindustrialização ❚ A Associação Empresarial da Região de Leiria recebe amanhã, pelas 10:30 horas, nas suas instalações, o ministro da Economia e Inovação. A visita de Álvaro Santos Pereira insere-se na iniciativa Encontros com os Sectores, que o seu ministério está a promover no âm- bito da definição da Estratégia para a Reindustrialização, considerada “um dos pilares da agenda de crescimento sustentável para o País, perspectivando uma política a médio e a longo prazo”. Os convidados para este encontro são entidades (associações empresariais, centros e pólos tecnológicos e universidades) e empresas ligadas ao Cluster Habitat (fileira casa), que irão debater os factores chave para este processo de reindustrialização em Portugal “contribuindo decisivamente para enriquecer a discussão”. RICARDO GRAÇA da amizade. E isso é muito relevante. Ela não custa dinheiro e não cobra nada. Nunca cobrámos nada um ao outro e continuamos amigos, cada um no seu sítio”, apontou. Lembrou que o amigo tinha como referência o padre António Vieira, quer era um “homem de acção, que não tinha medo nem receio, nada se lhe metia pela frente”. Ribeiro Vieira “era desse mesmo tipo”. Referindo que muitas vezes as pessoas têm medo de dizer e de escrever o que pensam, Amado da Silva lembrou que não era o caso de Ribeiro Vieira, citando a propósito uma das suas crónicas sobre os fundos comunitários. Jorge Santos, presidente da Nerlei, recordou o seu antecessor como um “ilustre homem de causas, para quem o ensino e a economia eram duas faces da mesma moeda, catalisadores das regiões e das sociedades”. PUBLICIDADE
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