Descarregar PDF - Jornal de Leiria
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<strong>Jornal</strong><br />
DE LEIRIA<br />
Prémio ÑH9<br />
<strong>Jornal</strong> com<br />
melhor <strong>de</strong>sign<br />
da Península<br />
Ibérica<br />
Semanário Regional<br />
Director <strong>de</strong> Mérito<br />
José Ribeiro Vieira<br />
Director João Nazário<br />
Ano XXVIII<br />
Edição 1489<br />
24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
€ 1,00<br />
www.jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Temporal mostrou um País frágil<br />
Paralisado A região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi particularmente afectada pela intempérie do fim-<strong>de</strong>-semana,<br />
evi<strong>de</strong>nciando estar mal preparada para respon<strong>de</strong>r a situações <strong>de</strong>sta natureza. Sem electricida<strong>de</strong>,<br />
água e telecomunicações ficou praticamente paralisada Págs. 4/8<br />
Escolha <strong>de</strong> candidatos causam guerras internas<br />
Confusão instalada no PSD<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e Caldas da Rainha<br />
❚ Está instalada a confusão na escolha<br />
do candidato do PSD à Câmara<br />
<strong>de</strong> Caldas da Rainha. A concelhia<br />
e a distrital já aprovaram o<br />
nome <strong>de</strong> Tinta Ferreira, mas Hugo<br />
Oliveira exige que os militantes sejam<br />
ouvidos. Em <strong>Leiria</strong>, o processo<br />
continua num impasse. Pág. 13<br />
Rui Crespo<br />
“David Neves é<br />
parte do problema<br />
da ribeira<br />
dos Milagres”<br />
Págs.10/11<br />
Nasceu há 75 anos<br />
Aero Clube<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
quase certo<br />
em Pombal<br />
Pág.32/33<br />
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RICARDO GRAÇA<br />
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2 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Radar<br />
Comentário enigmático João dos Santos<br />
Olho clínico Impressões<br />
João Marques<br />
A Câmara <strong>de</strong> Pedrógão<br />
Gran<strong>de</strong>, li<strong>de</strong>rada por João<br />
Marques, vai avançar com um projecto-piloto<br />
para testar a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> espécies como<br />
o pinheiro manso, o sobreiro e o<br />
carvalho naquela região. Se resultar,<br />
o projecto funcionará também<br />
como fonte <strong>de</strong> receitas para a câmara,<br />
através da venda <strong>de</strong> cortiça e <strong>de</strong><br />
pinhões.<br />
Hél<strong>de</strong>r Roque<br />
Parte do serviço <strong>de</strong><br />
urgência geral do Hospital<br />
Santo André, em <strong>Leiria</strong>, ficou<br />
inundada <strong>de</strong>vido a uma 'fuga <strong>de</strong><br />
água” numa tubagem interna. O<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho <strong>de</strong><br />
Administração, Hel<strong>de</strong>r Roque,<br />
investiu mais <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong><br />
euros na requalificação, do serviço,<br />
reaberto em Maio, mas o edifício<br />
ainda apresenta algumas<br />
fragilida<strong>de</strong>s.<br />
António Mexia<br />
A empresa presidida por<br />
António Mexia parece estar<br />
longe do século XXI. Quando<br />
muitos países europeus já<br />
eliminaram os postes <strong>de</strong><br />
electricida<strong>de</strong>, fazendo passar a<br />
energia por via subterrânea, em<br />
Portugal proliferam os postes em<br />
zonas <strong>de</strong> floresta. A maioria das<br />
infra-estruturas é da<br />
responsabilida<strong>de</strong> da REN, mas cabe<br />
à EDP garantir um serviço <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> aos seus consumidores, o<br />
que não tem acontecido, com<br />
situações <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong><br />
abastecimento em várias zonas do<br />
distrito a arrastarem-se há anos.<br />
Dona Mécia e D. Genuíno (continuado)<br />
Ai<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os portugueses são responsáveis<br />
pela crise porque andaram a viver acima das<br />
suas possibilida<strong>de</strong>s, é um enorme embuste,<br />
diz Dona Mena. Esta mentira só é ultrapassada<br />
por outra, <strong>de</strong> que <strong>de</strong>vemos ser castigados com uma<br />
austerida<strong>de</strong>, dado os hábitos <strong>de</strong> consumo exagerados<br />
que adoptamos. Mas, nem os portugueses merecem<br />
castigo, nem a austerida<strong>de</strong> é inevitável…<br />
D. Genuíno, abre os olhos e consi<strong>de</strong>ra que Dona<br />
Mena <strong>de</strong>verá explicar melhor o que diz. Claro que<br />
explico, diz Dona Mena. Quem viveu muito acima das<br />
suas possibilida<strong>de</strong>s nas últimas décadas foi a classe<br />
política e os muitos que se alimentaram da enorme<br />
manjedoura que é orçamento <strong>de</strong> Estado. A<br />
administração central e local enxameou-se <strong>de</strong><br />
milhares <strong>de</strong> "boys", criaram-se institutos inúteis,<br />
fundações fraudulentas e empresas municipais para<br />
facilitar os gastos, assinaram-se contratos levando a<br />
prejuízos para o Estado. Tudo para facilmente se gastar<br />
o nosso dinheiro, com a justificação <strong>de</strong> que se servia<br />
melhor o povo! Agora estamos cercados por credores…<br />
Oh! Dona Mena veja lá o que diz, reage com ar<br />
preocupado D. Genuíno. Dona Mena continua<br />
explicando que a este regabofe se juntou uma<br />
epi<strong>de</strong>mia fatal que é a corrupção, ou a propositada má<br />
gestão que a facilita. Olhe que dou exemplos, diz Dona<br />
Mécia ao cada vez mais espantado do D. Genuíno. Por<br />
exemplo: a Expo 98 transformou uma zona <strong>de</strong>gradada<br />
numa nova cida<strong>de</strong>, gerou mais-valias urbanísticas<br />
milionárias, mas no final <strong>de</strong>u prejuízo. Foi ainda o<br />
Euro 2004 com os seus estádios que não são usados, e<br />
a compra dos submarinos, com pagamento <strong>de</strong> luvas e<br />
corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as<br />
vigarices <strong>de</strong> Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A<br />
que se juntam os casos <strong>de</strong> Duarte Lima e Dias Loureiro<br />
no BPN, e o caso do BPP, muitas das parcerias públicoprivadas<br />
e mais um rol interminável <strong>de</strong> golpes que<br />
<strong>de</strong>pauperam o erário público. Sim, são golpes, reafirma<br />
Dona Mécia, pois todos estes negócios e privilégios<br />
concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se<br />
alimenta do dinheiro do português têm responsáveis<br />
conhecidos, pelo que eu consi<strong>de</strong>ram que foram ao<br />
O humor criado em Portugal é<br />
uma coisa arriscada<br />
Bruno Nogueira, humorista, Diário<br />
<strong>de</strong> Notícias<br />
Ricardo<br />
Charters<br />
d’Azevedo<br />
Não gosto nem <strong>de</strong> mulheres nem<br />
<strong>de</strong> homens, gosto <strong>de</strong> pesssoas<br />
Raquel Freire, cineasta, Visão<br />
nosso bolso. E têm como consequência os sacrifícios<br />
por que hoje passamos, mas <strong>de</strong> que só somos<br />
responsáveis por não termos corrido com “eles” há<br />
muito, pois isto tem décadas e começou <strong>de</strong> mansinho.<br />
Animando-se, D. Genuíno atalha dizendo que,<br />
enquanto isto, os portugueses têm vivido muito<br />
abaixo do nível médio do europeu, e naturalmente<br />
acima das suas possibilida<strong>de</strong>s, pois há quem não nos<br />
<strong>de</strong>ixa criar riqueza, quer criando leis castradoras da<br />
iniciativa privada, quer “roubando”.<br />
Vejo que começas a perceber, comenta Dona Mécia.<br />
Já reparaste, continua, que o buraco do BPN e o crédito<br />
mal parado na CGD, correspon<strong>de</strong>m ao valor do<br />
aumento <strong>de</strong> impostos que nos é aplicado?<br />
O estado das nossa contas públicas é o resultado do<br />
regabofe e da corrupção, muitas vezes mascarada por<br />
uma má gestão que vai beneficiar alguns. Devemos<br />
castigar quem entupiu, quem protelou, quem<br />
dificultou, e igualmente quem geriu mal. Avancemos<br />
em força para os tribunais, termina Dona Mécia, para<br />
que eles sintam quanto nos fizeram mal.<br />
Para isso temos os tribunais, é verda<strong>de</strong>, diz D.<br />
Genuíno. Que <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> ser cegos para que<br />
encontrem os culpados <strong>de</strong> forma que sejam<br />
castigados, pois a eles <strong>de</strong>vemos o nosso enorme<br />
aumento <strong>de</strong> impostos, e a situação em que o país está.<br />
Devemos ainda exigir a eliminação dos privilégios, e<br />
das “pequenas” mordomias, <strong>de</strong> alguns que nos<br />
arruínam e obrigá-los a participar na redução <strong>de</strong><br />
salários e <strong>de</strong> rendas. Há que renegociar as parcerias<br />
público-privadas reduzindo-lhes as margens, rever os<br />
juros da dívida pública, extinguir organismos, pren<strong>de</strong>r<br />
e recuperar os milhões roubados nomeadamente<br />
lançando-lhes ás canelas os o fisco... Restaure-se um<br />
mínimo <strong>de</strong> serieda<strong>de</strong> e poupar-se-ão milhões. Sem<br />
penalizar os cidadãos, respon<strong>de</strong>ndo ao FMI e aos<br />
outros nossos credores.<br />
Esta sim, é a única alternativa séria à austerida<strong>de</strong> a<br />
que nos querem con<strong>de</strong>nar e ao assalto fiscal que se<br />
anuncia, anuncia Dona Mécia.<br />
Engenheiro
As mulheres repetem erros vezes<br />
sem conta<br />
Mariela Michelena, psicanalista<br />
e escritora venezuelana, Visão<br />
A poluição do ar é um assassino invisível<br />
Jacqueline MacGla<strong>de</strong>, directora da Agência Europeia do<br />
Ambiente, Público<br />
Não temos estadistas. Aqui há<br />
uma coligação em que andam<br />
todos à pancada por porcarias<br />
Alexandre Soares dos Santos,<br />
presi<strong>de</strong>nte do Grupo Jerónimo<br />
Martins, Expresso<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 3<br />
Invoca-se a Constituição por<br />
motivos <strong>de</strong> conveniência<br />
Luís Marques, Director-geral da SIC<br />
Fórumdasemana Editorial<br />
O FMI quer mais produtos taxados com 23% <strong>de</strong> IVA<br />
Não estamos preparados<br />
O Fundo Monetário Internacional (FMI) não está<br />
satisfeito com o número <strong>de</strong> bens que beneficiam <strong>de</strong><br />
taxa mínima <strong>de</strong> IVA e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “ainda há<br />
margem para um novo alargamento <strong>de</strong> base fiscal”.<br />
Num relatório publicado na passada sexta-feira, e<br />
que acompanha a sexta avaliação do programa <strong>de</strong><br />
ajustamento português, os técnicos consi<strong>de</strong>ram<br />
que mais produtos <strong>de</strong>vem passar <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> 6% ou<br />
13% para a taxa normal <strong>de</strong> 23%. E dão exemplos,<br />
entre os quais o vinho, eventos culturais e<br />
Ricardo<br />
Borges,<br />
secretário-geral<br />
da A<strong>de</strong>ga<br />
Cooperativa da<br />
Batalha<br />
Zito Camacho,<br />
fotógrafo e<br />
proprietário <strong>de</strong><br />
um bar<br />
Eduardo<br />
Louro,<br />
economista<br />
Somos contra. Estes aumentos não<br />
têm nexo. As a<strong>de</strong>gas estão a fazer<br />
um esforço para não aumentarem<br />
os preços, numa fase em que não<br />
existe po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra. Se agora<br />
aumentarem o IVA, mais 10% sobre<br />
o produto final, será muito<br />
complicado para os consumidores.<br />
O mesmo se aplica à cultura, que<br />
<strong>de</strong>via, antes, ser promovida pelo<br />
Governo.<br />
Conforme temos vindo a notar nos<br />
anteriores aumentos do IVA, o<br />
mais grave é que é o comércio que<br />
os tem vindo a suportar. Na actual<br />
realida<strong>de</strong> económica é <strong>de</strong> todo<br />
impossível aos empresários<br />
aumentar preços para<br />
acompanhar o IVA. O Governo<br />
<strong>de</strong>ve repensar e <strong>de</strong>terminar que<br />
tem vindo a per<strong>de</strong>r receita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
inicio do aumento da carga fiscal.<br />
Se há uma redução <strong>de</strong> negócios,<br />
logo há uma redução <strong>de</strong> valores<br />
para os cofres do Estado.<br />
Não concordo, nem faz sentido.<br />
Nem sabemos até que ponto estas<br />
propostas são balões <strong>de</strong> ensaios<br />
para outras medidas. Carregar nos<br />
impostos sobre o consumo é<br />
agravar a ferida no mercado<br />
interno. Esta gente pensa que a<br />
retoma da economia só se faz pela<br />
via das exportações mas não é<br />
assim. Agravar o consumo interno,<br />
que é uma parcela importante da<br />
economia, é sempre negativo.<br />
Que<br />
comentários<br />
lhe merece<br />
este assunto?<br />
Amado da<br />
Silva, reitor da<br />
Universida<strong>de</strong><br />
Autónoma <strong>de</strong><br />
Lisboa<br />
João Lázaro,<br />
director<br />
artístico do Te-<br />
-Ato<br />
Sílvia Alves,<br />
escritora<br />
alimentos transformados, como as conservas <strong>de</strong><br />
peixe, cujas taxas praticadas são actualmente <strong>de</strong><br />
13%. Para o FMI, este tipo <strong>de</strong> bens “não parece<br />
servir para satisfazer necessida<strong>de</strong>s básicas”, pelo<br />
que <strong>de</strong>veriam per<strong>de</strong>r o direito a taxas reduzidas e<br />
intermédias <strong>de</strong> IVA.<br />
Recor<strong>de</strong>-se que o Governo realizou uma reforma do<br />
IVA, ainda no ano passado, on<strong>de</strong> fez subir taxas<br />
aplicadas a vários bens, on<strong>de</strong> protegeu <strong>de</strong>sse<br />
aumento o vinho e a cultura.<br />
O FMI acrescenta ainda que tal proposta resi<strong>de</strong> na<br />
sua preocupação pela equida<strong>de</strong> beneficiando os<br />
“ricos” com esta <strong>de</strong>spesa fiscal. Mas que conceito <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spesa fiscal é este? Esses produtos já pagam 13%<br />
actualmente (e o vinho e os alimentos 23% na<br />
restauração). Quer dizer que o Estado está a dar um<br />
bónus? Bónus? E são os ricos que consomem<br />
conservas <strong>de</strong> peixe e bebem vinho? Alguma vez<br />
pensaram em ligar estas activida<strong>de</strong>s ao processo<br />
produtivo, à real criação <strong>de</strong> valor e ao papel da<br />
cultura na <strong>de</strong>finição das necessida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong><br />
uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática?<br />
Essa proposta é o resultado <strong>de</strong> um pensamento<br />
tecnocrata, frio e isento <strong>de</strong> qualquer humanida<strong>de</strong>.<br />
A socieda<strong>de</strong> evolui por via da cultura. Qualquer dia<br />
estamos transformados em máquinas <strong>de</strong> fazer<br />
coisas. Deixamos <strong>de</strong> pensar, <strong>de</strong> sentir e <strong>de</strong> ter<br />
sentido estético. Se retiramos o acesso à cultura, a<br />
curto prazo teremos um aumento exponencial da<br />
violência e a perda <strong>de</strong> valores como a<br />
solidarieda<strong>de</strong>. A cultura não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />
um luxo ou usufruto exclusivo da burguesia. É um<br />
bem essencial, que faz parte integrante do ser<br />
humano.<br />
Não concordo. E nem comento a junção<br />
provocatória <strong>de</strong> um produto com a manifestação<br />
que nos distingue e eleva dos outros seres: a<br />
Cultura. É um erro pensar que o País tem apenas o<br />
caminho da austerida<strong>de</strong> pela austerida<strong>de</strong>, sob o<br />
jugo <strong>de</strong> interesses <strong>de</strong> uma “entida<strong>de</strong>” que nos é<br />
apresentada como panaceia <strong>de</strong> nossos erros<br />
económico-financeiros <strong>de</strong> há décadas. Decisões<br />
que não contemplam o tempo próprio da vida das<br />
pessoas, não as servem, servem-se <strong>de</strong>las.<br />
As consequências dos fortes vendavais do passado<br />
fim-<strong>de</strong>-semana foram assustadoras. Não pelas<br />
consequências em si, que apesar dos prejuízos e<br />
incómodos que representaram não tiveram a<br />
gravida<strong>de</strong> das <strong>de</strong> outras <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> força da<br />
natureza, mas pela fragilida<strong>de</strong> que o País evi<strong>de</strong>nciou<br />
perante um <strong>de</strong>svio à norma.<br />
Num ápice, ficámos sem água, sem luz, sem<br />
telecomunicações e com as estradas cortadas. As fábricas<br />
pararam, muitas escolas foram encerradas, não era<br />
possível abastecer os carros. O País praticamente<br />
paralisou, <strong>de</strong>ixando a população <strong>de</strong>sprotegida face a uma<br />
intempérie <strong>de</strong> dimensão inferior aos constrangimentos<br />
que causou. No fundo, os acontecimentos do fim-<strong>de</strong>semana,<br />
em que a relação causa efeito foi<br />
manifestamente <strong>de</strong>sproporcionada, evi<strong>de</strong>nciaram que o<br />
País não está preparado para lidar com situações limite.<br />
O problema começa na própria população que, pouco<br />
educada para estas situações, não se acautelou<br />
<strong>de</strong>vidamente após os alertas das autorida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>scurando<br />
o reforço da protecção das suas habitações e outros<br />
haveres, mas também ao negligenciar a manutenção dos<br />
seus terrenos, nomeadamente no que diz respeito ao<br />
abate <strong>de</strong> árvores velhas ou doentes.No entanto, o mais<br />
alarmante é a fragilida<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciada por infra-estruturas<br />
absolutamente estratégicas para a segurança e<br />
funcionamento do País. Não é admissível que numa<br />
situação <strong>de</strong> emergência, em pleno século XXI, a resposta<br />
fique condicionada pela falta <strong>de</strong> comunicações<br />
dificultando os pedidos <strong>de</strong> auxilio e a coor<strong>de</strong>nação das<br />
operações <strong>de</strong> socorro.<br />
Mas o pior foi mesmo o apagão que se abateu sobre o<br />
País, com especial incidência na zona Centro. Milhares <strong>de</strong><br />
casas e empresas ficaram às escuras, em muitos casos por<br />
vários dias, com prejuízos difíceis <strong>de</strong> suportar num<br />
período <strong>de</strong> tantas dificulda<strong>de</strong>s. Infelizmente, este caso<br />
não foi mais do que o prolongamento do péssimo serviço<br />
com que a EDP e a REN têm brindado os seus clientes,<br />
com frequentes quebras <strong>de</strong> energia que têm afectado com<br />
gravida<strong>de</strong> a activida<strong>de</strong> empresarial <strong>de</strong>sta região. As<br />
imagens <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> inovação trabalhadas nos<br />
gabinetes <strong>de</strong> marketing e os lucros fabulosos conseguidos<br />
à custa do monopólio do mercado são completamente<br />
inversos à qualida<strong>de</strong> do serviço que estas empresas<br />
apresentam, ficando a sensação <strong>de</strong> que as priorida<strong>de</strong>s<br />
estão mal escalonadas. De facto, é difícil perceber como é<br />
possível que um serviço tão estratégico, principalmente<br />
numa era em que somos completamente “electro<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes”,<br />
apresente, por incompetência, tantas falhas<br />
pondo em causa a própria segurança do País e da sua<br />
população. E nem a situação anómala que se viveu po<strong>de</strong><br />
servir <strong>de</strong> justificação, pois não é crível que nos países<br />
escandinavos ou da América do Norte, on<strong>de</strong> a natureza é<br />
mais agressiva, o abastecimento <strong>de</strong> energia esteja à mercê<br />
<strong>de</strong>ste género <strong>de</strong> manifestações. Ou seja, olhando para o<br />
que aconteceu, é verda<strong>de</strong>iramente assustador pensar nas<br />
consequências <strong>de</strong> um eventual fenómeno <strong>de</strong> outras<br />
proporções, <strong>de</strong> que não estamos livres. Foi um aviso que<br />
obriga a reflectir … Não po<strong>de</strong>mos esquecer que tivemos<br />
um terramoto <strong>de</strong>molidor...<br />
João Nazário<br />
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4 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Abertura<br />
Falta <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong><br />
e telecomunicações<br />
paralisou região<br />
Electricida<strong>de</strong> Depois do temporal do fim-<strong>de</strong>-semana, a região parou, as<br />
torneiras secaram e escolas, empresas e comércio encerraram. Especialistas<br />
dizem que a população não sabe lidar com estes eventos mas os sistemas <strong>de</strong><br />
resposta também falharam<br />
Jacinto Silva Duro<br />
jacinto. duro@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚Portas sem chave e abertura <strong>de</strong><br />
código, fogões com placas <strong>de</strong> vitrocerâmica,<br />
estores eléctricos, portões<br />
automáticos, piso irradiante,<br />
aquecimento central e <strong>de</strong> águas eléctrico,<br />
centrais <strong>de</strong> alarme, elevadores,<br />
climatização e aspiração central são<br />
mais-valias que encarecem gran<strong>de</strong>mente<br />
o preço das casas novas. Contudo,<br />
em situações como a que se viveu<br />
no fim-<strong>de</strong>-semana, a ausência <strong>de</strong><br />
electricida<strong>de</strong> mostrou que nem sempre<br />
a existência <strong>de</strong> tantos sistemas<br />
automatizados é uma vantagem.<br />
Em edifícios mais mo<strong>de</strong>rnos, houve<br />
quem ficasse fechado fora <strong>de</strong><br />
casa porque as portas, accionadas<br />
por códigos, não abriam.<br />
Nos lares <strong>de</strong> idosos com pisos superiores,<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser possível usar<br />
elevadores e sistemas <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong><br />
ca<strong>de</strong>iras. Durante dias, não houve<br />
aquecimento. “Não tínhamos electricida<strong>de</strong><br />
para po<strong>de</strong>r usar os exaustores<br />
da cozinha, por isso, não podíamos<br />
cozinhar e nem podíamos lavar<br />
roupa. Foi preciso recorrer às lavandarias<br />
da cida<strong>de</strong> para ter lençóis<br />
e outras peças <strong>de</strong> uso do dia-a-dia”,<br />
recorda Fernanda Lagoa, responsável<br />
pelo Lar S. Joseph, <strong>de</strong> Boa Vista,<br />
<strong>Leiria</strong>.<br />
EDP respon<strong>de</strong> que lar<br />
não era “prioritário”<br />
“Somos completamente electro-<br />
-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes”, resume o coor<strong>de</strong>nador<br />
da Protecção Civil do CNE<br />
(Corpo Nacional <strong>de</strong> Bombeiros), na<br />
região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Uma <strong>de</strong>pendência<br />
que já é má, quando a energia falha,<br />
mas que po<strong>de</strong> ser pior quando se<br />
ouve o impensável. “A pior surpresa<br />
foi ligar à EDP para solicitar um gerador<br />
e ficar a saber que o meu lar,<br />
com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> pessoas, algumas<br />
acamadas, com frio e a comer por<br />
sondas, 'não era prioritário' para a<br />
empresa”, recorda Fernanda Lagoa.<br />
Uma afirmação lamentável e estranha<br />
que foi repetida a outros clientes<br />
em situação semelhante. Apenas<br />
na quarta-feira, cinco dias <strong>de</strong>pois do<br />
temporal, o Exército disponibilizou<br />
geradores para algumas localida<strong>de</strong>s<br />
dos concelhos <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e <strong>de</strong> Pombal.<br />
Perante a cada vez maior <strong>de</strong>pendência<br />
energética, Ricardo Martins<br />
acredita que estes inci<strong>de</strong>ntes se vão<br />
tornando comuns por resultarem<br />
da evolução tecnológica. Contudo,<br />
alerta, a população não está preparada<br />
para lidar com eventos <strong>de</strong>ste<br />
tipo. Não tem rádios a pilhas em<br />
casa, lanternas, comida enlatada e<br />
géneros não perecíveis, uma reserva<br />
<strong>de</strong> água e combustíveis ou abrigos<br />
alternativos.<br />
Uma visão partilhada por Manuel<br />
João Ribeiro, docente do Curso <strong>de</strong><br />
Protecção Civil, do Instituto Politécnico<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. O alerta da Protecção<br />
Civil, que chegou apenas a laranja<br />
– o vermelho teria sido para um<br />
evento com as dimensões do furacão<br />
Katrina -, não foi suficiente para<br />
que a população tomasse precauções.<br />
“Não reduziram a velocida<strong>de</strong><br />
nas estradas, não limparam algerozes,<br />
não <strong>de</strong>sobstruíram ribeiros e não<br />
cortaram árvores em risco”, diz.<br />
Durante o temporal, houve quem<br />
arriscasse e fosse “passear” e tirar fotografias<br />
para as zonas mais afectadas,<br />
em vez <strong>de</strong> seguir os conselhos<br />
da Protecção Civil e ficar em casa.<br />
Muitas habitações permaneceram<br />
com os estores subidos e sem qualquer<br />
tipo <strong>de</strong> protecção. “Em vez <strong>de</strong><br />
nos falarem em cores abstractas,<br />
nas rádios e televisões po<strong>de</strong>riam<br />
ter feito avisos mais claros e incisivos<br />
sobre o que nos esperava durante<br />
as 24 horas do alerta”, afirma<br />
Jaime da Silva, <strong>de</strong> Bajouca, <strong>Leiria</strong>,<br />
que passou quatro dias sem electricida<strong>de</strong>.<br />
Nunca estaremos preparados<br />
para tudo”<br />
O mau tempo também impediu<br />
comunicações via rádio a partir dos<br />
quartéis <strong>de</strong> bombeiros, no sábado,<br />
como foi confirmado à Agência Lusa<br />
pelo Comando Distrital <strong>de</strong> Operações<br />
<strong>de</strong> Socorro <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
"Houve falta <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação<br />
fixos e móveis, quer dos<br />
operadores privados <strong>de</strong> telecomunicações<br />
quer do próprio Sistema Integrado<br />
<strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Emergência e<br />
Depois do temporal<br />
Narciso Mota critica<br />
EDP e Governo<br />
O presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Pombal<br />
está revoltado com aquilo que<br />
apelida <strong>de</strong> “profunda<br />
impreparação para acudir a<br />
situações <strong>de</strong> emergência nacional”.<br />
Para Narciso Mota, a EDP e a REN<br />
<strong>de</strong>monstraram que per<strong>de</strong>ram “a<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta em tempo<br />
<strong>de</strong> crise”. “Notamos, hoje, que a<br />
EDP <strong>de</strong>lapidou o seu historial <strong>de</strong><br />
manutenção das re<strong>de</strong>s eléctricas,<br />
assim como a limpeza a<strong>de</strong>quada<br />
dos seus corredores florestais.<br />
Notamos ainda o <strong>de</strong>saparecimento<br />
dos seus quadros técnicos mais<br />
qualificados, por força <strong>de</strong> reformas<br />
antecipadas, substituídas por<br />
jovens quadros sem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão no terreno,<br />
completamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
administrações centralizadas em<br />
Lisboa e Porto”, afirma o autarca<br />
em comunicado. Mota adianta que<br />
a EDP, recentemente vendida à<br />
China Three Gorges “por força <strong>de</strong><br />
estar mais preocupada com megainvestimentos<br />
no estrangeiro,<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ocupar o seu <strong>de</strong>sígnio<br />
nacional <strong>de</strong> parceiro no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento económico.”<br />
Narciso Mota elogia a autarquia,<br />
bombeiros, Protecção Civil e as<br />
juntas pelo apoio dado às<br />
populações e mostra ainda o seu<br />
<strong>de</strong>scontentamento para com o<br />
alheamento do Governo. “Notámos<br />
a ausência <strong>de</strong> uma voz amiga e<br />
solidária com responsabilida<strong>de</strong><br />
tutelar, que nos perguntasse se<br />
estávamos bem.”<br />
Segurança <strong>de</strong> Portugal”, insurge-<br />
-se o presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Pombal,<br />
Narciso Mota. A ele junta-se a<br />
voz dos autarcas <strong>de</strong> Ansião e Pedrógão<br />
Gran<strong>de</strong>.<br />
Electricida<strong>de</strong>, água e comunicações,<br />
na quarta-feira <strong>de</strong> manhã, cinco<br />
dias <strong>de</strong>pois do temporal, ainda<br />
não tinham sido restabelecidas no<br />
Oeste <strong>de</strong> Pombal e em algumas zonas<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e Marinha Gran<strong>de</strong>.<br />
É aceitável justificar esta aparente<br />
impreparação com a excepcionalida<strong>de</strong><br />
e gravida<strong>de</strong> da situação? Obviamente<br />
que não. O JORNAL DE<br />
LEIRIA sabe que houve situações<br />
on<strong>de</strong> nem sequer o patamar mínimo<br />
foi assegurado. Ainda por cima quando<br />
havia um alerta laranja da Protecção<br />
Civil, o segundo mais grave na<br />
escala. “Por aquilo que foi registado<br />
na época, se houvesse um tremor <strong>de</strong><br />
terra, como o <strong>de</strong> 1755, haveria consequências<br />
graves para a região”,<br />
alerta Ricardo Martins.<br />
O general Garcia Leandro sublinha<br />
a “impon<strong>de</strong>rabilida<strong>de</strong> dos eventos<br />
naturais” para dizer que “nunca estaremos<br />
preparados para tudo”. Para<br />
o militar que já dirigiu o Instituto <strong>de</strong><br />
Defesa Nacional, o que aconteceu na<br />
região Centro foi uma situação “anómala”.<br />
Seria impossível acautelar o<br />
que se passou, assegura.<br />
A existência <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> árvores<br />
em risco que acabaram por se<br />
precipitar para cima das linhas eléctricas,<br />
explica o general, só aconteceu<br />
<strong>de</strong>vido ao abandono da silvicultura<br />
e <strong>de</strong>spovoamento das zonas<br />
rurais.<br />
Manuel João Ribeiro alinha pela<br />
mesma bitola: algumas coisas po<strong>de</strong>riam<br />
ser evitadas, através do or<strong>de</strong>namento<br />
do território, organização<br />
e manutenção <strong>de</strong> infra-estruturas<br />
previsivelmente em risco.<br />
O especialista explica que talvez<br />
só o Japão estivesse preparado<br />
para um temporal <strong>de</strong>stes. Em primeiro<br />
lugar, <strong>de</strong>vido à educação<br />
dada à população, num país com<br />
problemas sísmicos e <strong>de</strong> tufões, e,<br />
em segundo, porque as infra-estruturas<br />
nipónicas são melhor pensadas<br />
e mais resistentes aos cataclismos<br />
que as nossas.
Os danos<br />
materiais<br />
ainda estão<br />
por<br />
contabilizar<br />
Reposição<br />
<strong>de</strong> energia<br />
e telecomunicações<br />
foi uma<br />
priorida<strong>de</strong><br />
No pavilhão<br />
do Sporting<br />
Marinhense<br />
o tecto voou<br />
FOTOS: RICARDO GRAÇA<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 5<br />
Desporto afectado<br />
Vendaval <strong>de</strong>strói<br />
obras recentes<br />
<strong>de</strong> UDL e Sporting<br />
Marinhense<br />
❚ União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e Sporting Marinhense.<br />
Dois históricos do <strong>de</strong>sporto<br />
da região tiveram, no sábado, a<br />
mais cruel das pagas pelos milhares<br />
<strong>de</strong> jovens e <strong>de</strong>sportistas que formaram<br />
nas suas instalações. Numa altura<br />
em que os apoios minguam, os<br />
dois emblemas estavam a trabalhar<br />
ou tinham acabado <strong>de</strong> concluir obras<br />
<strong>de</strong> melhoramento nas suas infraestruturas,<br />
mas o vendaval <strong>de</strong>struiu<br />
gran<strong>de</strong> parte do património. Os prejuízos<br />
são “gigantescos”.<br />
Há pouco mais <strong>de</strong> mês e meio, a<br />
União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> inaugurou a cobertura<br />
da bancada da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong><br />
Santa Eufémia, local on<strong>de</strong> os escalões<br />
<strong>de</strong> formação trabalham. Sábado,<br />
essa cobertura simplesmente<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> existir: o vento <strong>de</strong>struiua<br />
por completo. No clube, a frustração<br />
<strong>de</strong> ver a obra há anos ansiada ir<br />
pelos ares custa, e muito, a digerir.<br />
Muitas lágrimas foram vertidas<br />
quando os dirigentes chegaram ao<br />
local e viram que nada sobrava a não<br />
ser ferros retorcidos.<br />
“Está tudo <strong>de</strong>struído”, lamenta<br />
Fernando Encarnação, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
da União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. “A cobertura<br />
da bancada, um poste <strong>de</strong> iluminação,<br />
diversos projectores <strong>de</strong><br />
iluminação e a vedação do lado do<br />
pinhal” foram alvo da ira do vento.<br />
Segundo o dirigente, o prejuízo está<br />
avaliado em 40 mil euros.<br />
Também no Sporting Marinhense<br />
os dias que correm são <strong>de</strong> dor e<br />
consternação. O clube da Embra, a levantar-se<br />
do marasmo em que viveu<br />
nos últimos anos, tinha arrancado<br />
com as obras <strong>de</strong> substituição da cobertura<br />
há uma semana, mas a natureza<br />
revelou-se impiedosa. O processo<br />
estava a meio e algumas telhas<br />
tinham já sido substituídas. Essas, resistiram.<br />
As velhas é que não. O pavilhão<br />
está completamente inundado.<br />
Alberto Maia, director <strong>de</strong> comunicação,<br />
fala em “prejuízos incalculáveis”.<br />
“Temos passado os dias a tirar<br />
água. O piso está encharcado e o<br />
taco <strong>de</strong>scolou. Não temos hipótese<br />
<strong>de</strong> fazer os próximos jogos neste<br />
pavilhão”, referiu, <strong>de</strong>salentado.<br />
Como é óbvio, não foram estas as<br />
únicas instalações que sofreram<br />
com o temporal, como o Clube-Escola<br />
<strong>de</strong> Ténis <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, que viu a cobertura<br />
voar, ou a se<strong>de</strong> do <strong>Leiria</strong> e<br />
Marrazes, atingida por uma árvore.<br />
Muros caídos, como no Estádio Municipal<br />
da Marinha Gran<strong>de</strong>, janelas<br />
partidas, coberturas danificadas,<br />
como no Magalhães Pessoa, jogos e<br />
jogos adiados, o fim-<strong>de</strong>-semana foi<br />
mesmo para esquecer. Depois das<br />
limpezas feitas, o movimento associativo<br />
vai ter <strong>de</strong> continuar a mostrar<br />
resiliência e encarar <strong>de</strong> frente mais<br />
esta provação. MS
6 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Abertura<br />
Empresas<br />
com milhares<br />
<strong>de</strong> euros<br />
<strong>de</strong> prejuízos<br />
Contas à vida A activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas<br />
empresas da região foi seriamente<br />
afectada. Os empresários ainda estão a<br />
contabilizar o montante dos prejuízos<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Lojas e restaurantes fechados,<br />
estufas <strong>de</strong>struídas e empresas impossibilitadas<br />
<strong>de</strong> laboral foram<br />
os resultados do temporal que se<br />
abateu sobre a região e que provocou<br />
sérios impactos no tecido<br />
empresarial.<br />
Anteontem, à hora do fecho<br />
<strong>de</strong>sta edição, muitas empresas<br />
não tinham ainda conseguido voltar<br />
a trabalhar normalmente. Os<br />
prejuízos <strong>de</strong>verão ascen<strong>de</strong>r a largas<br />
<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> euros,<br />
mas poucos empresários os tinham<br />
já contabilizado.<br />
No grupo TJ o temporal causou<br />
estragos a vários níveis: telhados<br />
levantados, pinheiros que caíram<br />
e danificaram vedações e automóveis<br />
e inundações que estragaram<br />
equipamentos, conta João<br />
Faustino. O empresário da Marinha<br />
Gran<strong>de</strong> revela que as fábricas<br />
estiveram sem laborar normalmente<br />
dois dias e meio. Segunda-<br />
-feira foi possível instalar três geradores,<br />
alugados em Castelo<br />
Branco.<br />
Além <strong>de</strong>ste custo e dos estragos,<br />
o empresário fala nos prejuízos<br />
causados pelo facto <strong>de</strong> a produção<br />
estar parada. “Ainda não sei o<br />
montante total, mas serão largos<br />
milhares <strong>de</strong> euros. Temos seguro,<br />
não sei se irá cobrir tudo, mas espero<br />
que assegure pelo menos<br />
uma parte”.<br />
Foi à custa <strong>de</strong> geradores que<br />
muitos negócios e particulares<br />
conseguiram minimizar os impactos<br />
da falta <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong>. A<br />
corrida a estes equipamentos, que<br />
custam entre 100 e mil euros, fez<br />
com que esgotassem em várias lojas.<br />
“Mais houvesse e mais se<br />
vendia”, confirma fonte <strong>de</strong> um espaço<br />
em <strong>Leiria</strong>, acrescentando<br />
que também se ven<strong>de</strong>ram todas<br />
as lanternas a pilhas.<br />
A Famol<strong>de</strong> também foi afectada<br />
e os prejuízos <strong>de</strong>verão ser<br />
“consi<strong>de</strong>ráveis”. As máquinas estiveram<br />
paradas e está em risco o<br />
cumprimento dos prazos <strong>de</strong> entrega.<br />
Na Key Plastics, para não se<br />
correr o risco <strong>de</strong> não cumprir os<br />
prazos, os operários vão fazer horas<br />
extra no próximo fim-<strong>de</strong>-<br />
-semana, o que representa custos<br />
acrescidos para a empresa.<br />
Há ainda a contabilizar os prejuízos<br />
causados pelos micro-cortes<br />
que se registaram <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
reposta a electricida<strong>de</strong>, que obrigam<br />
a <strong>de</strong>itar fora todo o material<br />
que esteja nas linhas <strong>de</strong> pintura,<br />
por exemplo, explica o director<br />
fabril.<br />
Pedro Silva, da Parcigraf, diz<br />
que para já os prejuízos se situam<br />
entre os dois mil e os três<br />
mil euros. Três computadores já<br />
se estragaram, na segunda <strong>de</strong> manhã<br />
o pessoal teve <strong>de</strong> ser mandado<br />
para casa e os micro-cortes<br />
sentidos na terça-feira ameaçavam<br />
os equipamentos a laser, “ultra<br />
sensíveis, que precisam <strong>de</strong><br />
estabilida<strong>de</strong> na corrente”.<br />
“É um transtorno enormíssimo”,<br />
diz o empresário. “Vem um<br />
bocado <strong>de</strong> vento e as linhas eléctricas<br />
caem todas, isto é terceiro-<br />
-mundista”.<br />
600 pessoas em casa<br />
Na Martingança, à hora do fecho<br />
<strong>de</strong>sta edição, havia ainda boa<br />
parte da freguesia sem eletricida<strong>de</strong><br />
(que tinha falhado na sexta-<br />
-feira às 23 horas). O presi<strong>de</strong>nte<br />
da Junta <strong>de</strong> Freguesia estimava<br />
em 600 as pessoas dispensadas<br />
porque as empresas não podiam<br />
laborar.<br />
A Unifato teve <strong>de</strong> manter fechado<br />
o outlet do Alto do Vieiro durante<br />
todo o fim-<strong>de</strong>-semana, e ainda<br />
na segunda-feira. As lojas do<br />
centro da cida<strong>de</strong> tiveram <strong>de</strong> en-<br />
cerrar antes da hora no sábado. “É<br />
difícil contabilizar os prejuízos,<br />
mas são muitos, porque não só não<br />
se ven<strong>de</strong> como tem <strong>de</strong> se pagar aos<br />
funcionários”, diz José Caixeiro.<br />
Manuel Quiaios, proprietário<br />
do Quebra-Mar e do Casino, na<br />
Praia do Pedrógão, refere que os<br />
prejuízos são “enormes”. Além<br />
dos estragos causados pelo mau<br />
tempo, não pô<strong>de</strong> servir refeições<br />
e na segunda-feira ainda não fazia<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> quando conseguiria abrir<br />
os estabelecimentos. “Felizmente<br />
tenho seguro”.<br />
Em Caldas da Rainha, <strong>de</strong>z hectares<br />
<strong>de</strong> estufas <strong>de</strong> morango foram<br />
completamente <strong>de</strong>struídas, num<br />
prejuízo superior a um milhão <strong>de</strong><br />
euros e que coloca em risco 80<br />
empregos. “Isto é uma empresa<br />
familiar e neste momento não sabemos<br />
se conseguimos repor o<br />
investimento, até porque ainda<br />
estamos a pagar parte do empréstimo”,<br />
disse Sérgio Constantino<br />
à Lusa. Neste concelho houve<br />
ainda “graves prejuízos” em estufas<br />
<strong>de</strong> morangos, <strong>de</strong> outros produtos<br />
alimentares e <strong>de</strong> flores.<br />
Agricultura<br />
Germiplanta<br />
fortemente afectada<br />
As estufas da Germiplanta, em<br />
Monte Redondo, sofreram<br />
enormes estragos causados pelo<br />
mau tempo. Além <strong>de</strong>stes prejuízos,<br />
“que ainda não foram<br />
contabilizados”, há os <strong>de</strong>correntes<br />
da falta <strong>de</strong> comunicações, o que<br />
não lhes permite contactar os<br />
clientes. À hora do fecho <strong>de</strong>sta<br />
edição, a empresa estava há quatro<br />
dias sem electricida<strong>de</strong> e sem<br />
comunicações, segundo Diana<br />
Carvalho. A ministra da Agricultura<br />
já disse que os agricultores po<strong>de</strong>m<br />
recorrer ao PRODER e a linhas <strong>de</strong><br />
crédito bancário para pagar os<br />
prejuízos, mas não adiantou<br />
valores. “O que importa é que o<br />
Ministério actue rapidamente para<br />
que possamos produzir as plantas<br />
para os nossos clientes, não<br />
comprometendo as campanhas <strong>de</strong><br />
Primavera-Verão <strong>de</strong> todos aqueles<br />
que, como nós, queiram continuar<br />
a produzir”, diz Diana Carvalho.
FOTOS: RICARDO GRAÇA<br />
DR<br />
Parte do tecto<br />
do<br />
restaurante<br />
Quebra-Mar<br />
voou e partiu<br />
vidros do bar<br />
em frente, na<br />
Praia do<br />
Pedrógão,<br />
em <strong>Leiria</strong><br />
Geradores<br />
foram a bóia<br />
<strong>de</strong> salvação<br />
para muitos e<br />
esgotaram em<br />
várias lojas<br />
Inaugurada<br />
há mês e<br />
meio,<br />
cobertura da<br />
bancada da<br />
Aca<strong>de</strong>mia da<br />
União <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, em<br />
Santa<br />
Eufémia ficou<br />
totalmente<br />
<strong>de</strong>struída<br />
Quem se<br />
atreveu a ir<br />
para a rua<br />
teve <strong>de</strong><br />
enfrentar<br />
chuva e<br />
ventos fortes<br />
No day after,<br />
os bombeiros<br />
não tiveram<br />
mãos a medir<br />
para<br />
respon<strong>de</strong>r aos<br />
pedidos da<br />
população<br />
Na Praça<br />
Rodrigues<br />
Lobo, em<br />
<strong>Leiria</strong>, a<br />
esplanada só<br />
não voou por<br />
estar presa a<br />
ca<strong>de</strong>ado<br />
Estufas da<br />
Germiplanta<br />
ficaram<br />
parcialmente<br />
<strong>de</strong>struídas<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 7<br />
DR
8 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Abertura<br />
Temporal provoca caos na região<br />
Mau tempo Poucas horas bastaram para criar o caos no País. O distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> foi um dos mais<br />
afectados pelo mau tempo do fim-<strong>de</strong>-semana, levando ao corte <strong>de</strong> energia, água e telecomunicações.<br />
Elisabete Cruz<br />
elisabete.cruz@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Mais <strong>de</strong> 800 ocorrências foram registadas<br />
pelo Comando Distrital <strong>de</strong><br />
Operações <strong>de</strong> Socorro (CDOS) <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
entre sexta-feira e terça-feira. O balanço<br />
final ainda não está feito, mas<br />
Sérgio Gomes, comandante distrital<br />
da Protecção Civil <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, refere que<br />
as chamadas foram muitas, mas sem<br />
registo <strong>de</strong> feridos com gravida<strong>de</strong>.<br />
“Houve pequenos inci<strong>de</strong>ntes, com algumas<br />
pessoas a serem transportadas<br />
ao hospital, mas mais por uma questão<br />
<strong>de</strong> precaução”, revela.<br />
Das ocorrências registadas, Sérgio<br />
Gomes aponta a queda <strong>de</strong> árvores,<br />
postes e cabos <strong>de</strong> alta e média tensão<br />
como as situações mais relatadas,<br />
tendo-se ainda registado algumas<br />
inundações e danos em coberturas <strong>de</strong><br />
edifícios. A zona Centro foi a mais atingida<br />
pelos ventos na or<strong>de</strong>m dos 140<br />
quilómetros por hora e pela chuva forte.<br />
A falta <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong> levou ao<br />
corte no abastecimento <strong>de</strong> água, uma<br />
vez que, sem energia, as bombas <strong>de</strong>ixaram<br />
<strong>de</strong> funcionar, e à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
comunicações móveis e fixas.<br />
Fonte do Instituto Português do<br />
Mar e da Atmosfera (IPMA) disse à<br />
agência Lusa que o mau tempo foi um<br />
fenómeno raro <strong>de</strong> Inverno. "O que<br />
aconteceu na madrugada <strong>de</strong> sextafeira<br />
para sábado foi a passagem <strong>de</strong><br />
uma <strong>de</strong>pressão muito cavada pelo<br />
norte do território do continente",<br />
afirmou, referindo tratar-se <strong>de</strong> um<br />
processo que os meteorologistas <strong>de</strong>signam<br />
tecnicamente por "ciclogénese<br />
explosiva".<br />
O vento forte levou a que dois remates<br />
<strong>de</strong> pináculo, um da fachada do<br />
portal principal, outro da fachada da<br />
porta lateral, do Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria<br />
da Vitória, na Batalha, caíssem. Um<br />
dos remates pesava cerca <strong>de</strong> cem<br />
quilos, segundo disse o director Pedro<br />
Redol, justificando a queda, “exclusivamente,<br />
pelo mau tempo e muito<br />
Apicer avança com queixa contra EDP e REN<br />
Apenas os seguros po<strong>de</strong>m valer a quem teve prejuízos<br />
❚ Depois da tempesta<strong>de</strong>, a bonança<br />
não traz boas notícias para quem viu<br />
as suas casas e automóveis danificados<br />
por árvores que caíram, mesmo<br />
que, antes do temporal, tenham avisado<br />
os proprietários para as cortar. O<br />
mesmo vale para as empresas cuja activida<strong>de</strong><br />
ficou paralisada pela falta <strong>de</strong><br />
electricida<strong>de</strong> e água.Só um seguro específico<br />
contra <strong>de</strong>sastres naturais<br />
po<strong>de</strong> valer a quem foi prejudicado<br />
Fenómeno é comparável ao que aconteceu em 2009 no Oeste<br />
provavelmente por causa <strong>de</strong> uma rajada<br />
<strong>de</strong> vento muito localizada”.<br />
Na Praia do Pedrógão, em <strong>Leiria</strong>, o<br />
areal substituiu o asfalto, que ficou coberto<br />
<strong>de</strong> dunas, apenas transitável a<br />
pé ou com veículos todo-o-terreno. O<br />
bar <strong>de</strong> praia Quebra-Mar sofreu com<br />
a fúria do vento, que enviou parte da<br />
pela falta <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong> ou queda <strong>de</strong><br />
árvores provocadas pelo mau tempo.<br />
A lei <strong>de</strong>sresponsabiliza a EDP, particulares<br />
e autarquias nestes casos.<br />
Porquê? Porque se tratou <strong>de</strong> um caso<br />
“fortuito ou <strong>de</strong> força maior”. A lista <strong>de</strong><br />
eventos que prefiguram estas situações<br />
inclui greves gerais, incêndios,<br />
terramotos, inundações, <strong>de</strong>scargas<br />
atmosféricas directas, sabotagens,<br />
intervenção <strong>de</strong> terceiros e... ventos <strong>de</strong><br />
RICARDO GRAÇA<br />
cobertura contra o estabelecimento <strong>de</strong><br />
restauração em frente.<br />
Na freguesia <strong>de</strong> Colmeias, a queda<br />
<strong>de</strong> árvores também danificou habitações.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da junta, Artur<br />
Santos, criticou os proprietários que<br />
ignoraram os sucessivos alertas para<br />
cortar árvores sinalizadas como es-<br />
intensida<strong>de</strong> excepcional. O Código Civil<br />
Português refere ainda que, para<br />
que houvesse uma compensação,<br />
teria <strong>de</strong> haver um nexo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong><br />
entre o facto e o dano. Ora, um<br />
evento da natureza não po<strong>de</strong> ser imputado<br />
a mais ninguém que à providência<br />
divina. Em suma, segundo a<br />
EDP, cerca <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> pessoas<br />
ficaram às escuras e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhar<br />
tiveram prejuízos ainda não<br />
Os números<br />
140<br />
quilómetros por hora foi a<br />
velocida<strong>de</strong> do vento registada<br />
em algumas zonas<br />
19<br />
metros foi a altura das ondas<br />
registadas pelo Instituto<br />
Hidrográfico na praia da Nazaré<br />
3000<br />
é o número aproximado <strong>de</strong><br />
alunos que não teve aulas em<br />
toda a região, <strong>de</strong>vido às<br />
consequências do mau tempo<br />
tando em risco. “Há mais <strong>de</strong> três ou<br />
quatro anos que temos insistido com<br />
as pessoas. Algumas já foram multadas,<br />
mas nem assim cumpriram. Agora,<br />
as vítimas po<strong>de</strong>rão mover processos<br />
judiciais contra os proprietários”,<br />
refere Artur Santos.<br />
A agitação marítima no concelho da<br />
Nazaré provocou ondas <strong>de</strong> 19 metros,<br />
segundo registo dos equipamentos do<br />
Instituto Hidrográfico. A força das vagas<br />
<strong>de</strong>struiu por completo o estendal<br />
do peixe seco na praia e galgou a marginal,<br />
causando danos em diversas lojas.<br />
O farol do molhe norte do Porto <strong>de</strong><br />
Abrigo da Nazaré ficou inutilizado, o<br />
que levou a autarquia a solicitar às entida<strong>de</strong>s<br />
competentes a “rápida e ur-<br />
quantificados, mas quem não tem um<br />
seguro dificilmente será ressarcido<br />
dos danos causados pela falta <strong>de</strong><br />
electricida<strong>de</strong> ou pela queda <strong>de</strong> árvores<br />
e <strong>de</strong> outros objectos. Mas a Associação<br />
Portuguesa da Indústria <strong>de</strong><br />
Cerâmica (Apicer) não se conforma<br />
com esta situação e vai fazer uma<br />
queixa junto da EDP Distribuição e<br />
junto da REN - Re<strong>de</strong>s Energéticas Nacionais,<br />
alegando que os prejuízos po-<br />
gente reparação” daquele equipamento,<br />
que acabou por cair ontem ao<br />
mar.<br />
A queda <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> árvores tornou<br />
as estradas da região quase intransitáveis.<br />
Um dos pontos mais<br />
problemáticos foi a EN 8-5, na Fervença,<br />
Alcobaça,que esteve encerrada<br />
ao tráfego automóvel durante<br />
quase todo o dia <strong>de</strong> sábado. Também<br />
a EN242, que liga <strong>Leiria</strong> à Marinha<br />
Gran<strong>de</strong>, chegou a estar condicionada<br />
<strong>de</strong>vido à queda <strong>de</strong> árvores, assim<br />
como a Auto-Estrada 1, entre Pombal<br />
e Con<strong>de</strong>ixa.<br />
Milhares <strong>de</strong> alunos sem aulas<br />
Em toda a região, milhares <strong>de</strong> alunos<br />
ficaram sem aulas <strong>de</strong>vido a danos,<br />
falta <strong>de</strong> água e luz, pelo menos dois<br />
dias. “Voou parte da cobertura do telhado,<br />
o que nos obrigou a interditar<br />
meta<strong>de</strong> do refeitório. Conseguimos<br />
tapá-lo, para evitar que chova cá <strong>de</strong>ntro,<br />
mas é uma situação provisória”,<br />
adianta Pedro Biscaia, director da Escola<br />
Secundária Afonso Lopes Vieira,<br />
em <strong>Leiria</strong>, que foi obrigado a encerrar<br />
a escola, na segunda-feira, por falta <strong>de</strong><br />
água. Na terça-feira, ainda estavam<br />
encerrados 17 estabelecimentos <strong>de</strong> ensino<br />
no concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, prejudicando<br />
2300 alunos.<br />
Em Caldas da Rainha, danos na Escola<br />
Secundária Bordalo Pinheiro<br />
afectaram cerca <strong>de</strong> 900 alunos. Vários<br />
jardins <strong>de</strong> infância e escolas no concelho<br />
<strong>de</strong> Pombal estiveram fechados,<br />
<strong>de</strong>ixando sem aulas mais <strong>de</strong><br />
1200 jovens.<br />
As corporações dos Bombeiros Municipais,<br />
Voluntários <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Maceira<br />
e Ortigosa forneceram água a instituições,<br />
como lares e centros <strong>de</strong> dia,<br />
estabelecimentos <strong>de</strong> ensino e pecuárias,<br />
que ficaram com o abastecimento<br />
interrompido na sequência<br />
do mau tempo. À hora do fecho do<br />
JORNAL DE LEIRIA ainda existiam localida<strong>de</strong>s<br />
da região sem abastecimento<br />
<strong>de</strong> água e electricida<strong>de</strong>.<br />
<strong>de</strong>riam ser consi<strong>de</strong>ravelmente menores,<br />
se cumprissem a legislação<br />
em vigor. O vice-presi<strong>de</strong>nte da Apicer<br />
e director-geral da Matcerâmica, Marcelo<br />
Sousa, afirma que a lei impõe<br />
uma distância <strong>de</strong> segurança entre as<br />
árvores e os cabos <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong>. A<br />
responsabilida<strong>de</strong>, aponta, é da EDP,<br />
que distribui, mas também da REN,<br />
que <strong>de</strong>veria garantir o fornecimento<br />
sem interrupções. JSD e DFS
10 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Entrevista<br />
Rui Crespo O porta-voz da Comissão <strong>de</strong> Ambiente e<br />
Defesa da Ribeira dos Milagres aponta o <strong>de</strong>do ao presi<strong>de</strong>nte<br />
da Associação <strong>de</strong> Suinicultores <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e ao po<strong>de</strong>r político,<br />
local e central, que tem permitido arrastar o problema da<br />
poluição suinícola<br />
“David Neves <strong>de</strong>via<br />
ser afastado<br />
do processo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>spoluição”<br />
Maria Anabela Silva<br />
anabela.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Na sequência das <strong>de</strong>scargas registadas<br />
nos últimos dias, a<br />
Comissão <strong>de</strong> Ambiente e Defesa<br />
da Ribeira dos Milagres anunciou<br />
que irá promover uma campanha<br />
<strong>de</strong> boicote à carne <strong>de</strong> porco. É o último<br />
recurso?<br />
É quase um último recurso. Admito<br />
que esta posição <strong>de</strong> força<br />
acabe por penalizar fundamentalmente<br />
os suinicultores cumpridores<br />
e responsáveis por talhos,<br />
por quem tenho muito respeito.<br />
A campanha valerá mais<br />
pelo efeito mediático do que pelas<br />
consequências práticas. Tendo<br />
em conta a situação económica<br />
das famílias, as pessoas não se<br />
interessarão muito se a carne é<br />
produzida na região ou em Espanha.<br />
O importante será o preço. O<br />
objectivo passará por chamar para<br />
a nossa causa alguns agentes económicos<br />
prejudicados pelas <strong>de</strong>scargas<br />
e que muito terão a ganhar<br />
com a resolução do problema.<br />
Gostávamos que esses agentes<br />
pu<strong>de</strong>ssem anunciar que, durante<br />
um <strong>de</strong>terminado período, não<br />
consumiriam carne <strong>de</strong> porco da região.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>de</strong><br />
Suinicultores <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, David<br />
Neves, consi<strong>de</strong>rou a i<strong>de</strong>ia um<br />
“disparate”.<br />
Outra coisa não seria <strong>de</strong> esperar.<br />
Nunca teremos qualquer apoio<br />
do senhor David Neves, que sempre<br />
fez parte do problema. A senhora<br />
ministra <strong>de</strong>via pôr os olhos<br />
na pessoa em causa, que já <strong>de</strong>u<br />
provas da sua incompetência. A<br />
bem do projecto <strong>de</strong> <strong>de</strong>spoluição e<br />
da construção da ETES, David Neves<br />
<strong>de</strong>via ser afastado do processo.<br />
Ele está ligado à produção <strong>de</strong><br />
carne e <strong>de</strong> rações e ao transporte<br />
e tratamento <strong>de</strong> efluentes. Interessa-lhe<br />
protelar a situação.<br />
Depois <strong>de</strong> um período sem chuva<br />
e com a previsão <strong>de</strong> pluviosida<strong>de</strong>,<br />
as <strong>de</strong>scargas dos últimos dias<br />
eram previsíveis. As forças poli-<br />
ciais pecaram por inércia?<br />
A fiscalização <strong>de</strong>via ter ido em<br />
força para a ribeira. A GNR <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
tem apenas dois elementos<br />
com equipamento a<strong>de</strong>quado para<br />
andar <strong>de</strong>ntro da ribeira, o que é<br />
manifestamente pouco. Devia haver<br />
maior presença fiscalizadora,<br />
nomeadamente junto das suiniculturas,<br />
mas há explorações on<strong>de</strong><br />
a fiscalização nunca vai. Entre os<br />
Pinheiros e os Marrazes há suiniculturas<br />
que, praticamente todos<br />
os dias, lançam efluentes nos cursos<br />
<strong>de</strong> água sem qualquer tipo <strong>de</strong><br />
pudor ou <strong>de</strong> receio. Há suiniculturas<br />
com condutas directas a <strong>de</strong>spejar<br />
para a ribeira. Algumas já foram<br />
<strong>de</strong>tectadas pelas força <strong>de</strong> segurança<br />
e retiradas, mas nada nos<br />
garante que não tenham sido instaladas<br />
<strong>de</strong> novo. Há suinicultores<br />
que adquiriram terrenos entre as<br />
explorações e a ribeira para vedarem<br />
o espaço e impedirem que as<br />
autorida<strong>de</strong>s entrem livremente.<br />
O rio tem <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> metros on<strong>de</strong><br />
não se vê a água <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>nsi-<br />
Amante da pesca<br />
Defensor da ribeira<br />
Rui Crespo nasceu e vive a cerca<br />
<strong>de</strong> 400 metros da Ribeira dos<br />
Milagres, on<strong>de</strong> diz ter passado<br />
alguns dos momentos mais<br />
felizes da sua infância e<br />
juventu<strong>de</strong>, a pescar e a tomar<br />
banho. “Fui felicíssimo na<br />
ribeira”, confessa Rui Crespo,<br />
que há cerca <strong>de</strong> sete anos<br />
assumiu o comando da<br />
Comissão <strong>de</strong> Ambiente e Defesa<br />
da Ribeira dos Milagres,<br />
fundada por José Carlos Faria, a<br />
quem o actual porta-voz da<br />
comissão presta “a maior<br />
homenagem” pelo seu empenho<br />
nesta causa. Depois <strong>de</strong> uma<br />
carreira profissional como<br />
administrativo, Rui Crespo, 57<br />
anos, está em situação <strong>de</strong> pré-<br />
-reforma. Casado e pai <strong>de</strong> dois<br />
filhos, nos tempos livres gosta<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sportos ao ar livre, como<br />
caça e pesca.<br />
da<strong>de</strong> da vegetação. É uma situação<br />
conveniente para os suinicultores,<br />
porque serve para ocultar focos<br />
poluidores.<br />
Parece-lhe, então, aceitável o argumento<br />
das forças <strong>de</strong> segurança,<br />
que alegam que não é fácil i<strong>de</strong>ntificar<br />
a origem das <strong>de</strong>scargas?<br />
Reconheço essa dificulda<strong>de</strong>, assim<br />
como as questões legais que impõem<br />
que apenas o flagrante <strong>de</strong>lito<br />
conte. Em <strong>de</strong>terminado momento<br />
há uma alteração ao caudal<br />
da água, numa zona on<strong>de</strong> há uma<br />
suinicultura, mas porque a exploração<br />
já não está a lançar ao rio<br />
não se consi<strong>de</strong>ra flagrante. Há casos<br />
<strong>de</strong> tractores que <strong>de</strong>spejam na<br />
ribeira, mas isso também acontece<br />
por falta <strong>de</strong> controlo. Se as autorida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>tectam um tractor<br />
com um <strong>de</strong>pósito têm <strong>de</strong> apurar o<br />
que leva e on<strong>de</strong> vai <strong>de</strong>spejar.<br />
Na sequência das últimas <strong>de</strong>scargas<br />
falou na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> endurecer<br />
a luta. Além do boicote à<br />
carne <strong>de</strong> porco, que medidas estão<br />
a ser equacionadas?
Há uma inércia muito gran<strong>de</strong> dos<br />
políticos e dos agentes turísticos locais.<br />
Não percebo como é que Monte<br />
Real, cujo turismo é bastante<br />
prejudicado pelo problema, nunca<br />
tentou uma aproximação à comissão.<br />
Só iria tirar divi<strong>de</strong>ndos se se<br />
juntasse a nós nesta pressão. Falo<br />
<strong>de</strong> Monte Real, mas também posso<br />
incluir Marinha Gran<strong>de</strong> e Vieira<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Vamos tentar trazer para<br />
a nossa causa outras forças da socieda<strong>de</strong>,<br />
nomeadamente do turismo.<br />
As praias da Vieira e <strong>de</strong> São Pedro<br />
<strong>de</strong> Moel e aquelas que ficam<br />
entre São Pedro e Nazaré sofrem<br />
com as <strong>de</strong>scargas. Gosto particularmente<br />
da Vieira, on<strong>de</strong> passei<br />
muitas férias, mas, pelo conhecimento<br />
que tenho do problema,<br />
não me atrevo a molhar os pés naquela<br />
praia. Já houve situações<br />
em que as <strong>de</strong>scargas violentas na<br />
ribeira tiveram efeitos visíveis na<br />
praia, mas faltou coragem às entida<strong>de</strong>s<br />
para a interditar a banhos. Já<br />
houve análises à água da ribeira<br />
com valores perigosos, comunica-<br />
dos à câmara, que os ignorou.<br />
Quem é o principal responsável<br />
pelo arrastar do problema?<br />
Sem dúvida, o po<strong>de</strong>r político, quer<br />
o Governo quer os sucessivos presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> câmara. Uma posição<br />
<strong>de</strong> força da câmara obrigaria as entida<strong>de</strong>s<br />
policiais a uma actuação<br />
diferente. A autarquia <strong>de</strong>via também<br />
fazer uma pressão maior junto<br />
do po<strong>de</strong>r central. Por outro<br />
lado, os ministros e os secretários<br />
<strong>de</strong> Estado não po<strong>de</strong>m andar sucessivamente<br />
a atribuir responsabilida<strong>de</strong>s<br />
aos anteriores. Se o<br />
processo está assim tão complicado,<br />
que se comece do zero. O arrastar<br />
do problema <strong>de</strong>ve-se também<br />
à incompetência das entida<strong>de</strong>s<br />
envolvidas, com sucessivos falhanços.<br />
Que interesses estão por <strong>de</strong>trás<br />
dos sucessivos entraves criados<br />
ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spoluição?<br />
Os vários organismos envolvidos<br />
nesta questão (Ambilis, Recilis,<br />
Associação <strong>de</strong> Suinicultores e produtores<br />
<strong>de</strong> carne e <strong>de</strong> rações) es-<br />
tão todos interligados. Há pessoas<br />
com responsabilida<strong>de</strong>s nos<br />
vários sectores, o que é prejudicial<br />
ao processo. Criou-se um circulo<br />
fechado, que vai empurrando as<br />
situações <strong>de</strong> um lado ou para o outro,<br />
dispersando as responsabilida<strong>de</strong>s.<br />
É preciso mudar os protagonistas<br />
e que apareça gente com<br />
novas i<strong>de</strong>ias e mentalida<strong>de</strong>s. Caso<br />
contrário, os actuais 'actores' do<br />
sector vão tentar arrastar o processo<br />
o tempo que for possível.<br />
A ministra do Ambiente, que foi<br />
<strong>de</strong>putada eleita por <strong>Leiria</strong>, tem<br />
afirmado que há a “intenção<br />
clara” da tutela em resolver <strong>de</strong><br />
vez o problema dos efluentes<br />
suinícolas. Acredita nisso?<br />
Não acredito, porque essas promessas<br />
já foram feitas muitas vezes.<br />
No passado houve anúncio <strong>de</strong><br />
medidas, <strong>de</strong> projectos e <strong>de</strong> parcerias<br />
que não <strong>de</strong>ram em nada.<br />
Gastou-se muito dinheiro em estudos<br />
e projectos sem quaisquer<br />
resultados. Desapareceu dinheiro.<br />
Este era um caso <strong>de</strong> polícia, mas,<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 11<br />
RICARDO GRAÇA<br />
provavelmente, aconteceria como<br />
noutros casos em que as investigações<br />
não chegam a conclusão<br />
nenhuma. A ETES prevista custará<br />
cerca <strong>de</strong> 17 milhões <strong>de</strong> euros e<br />
a ministra anunciou a disponibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fundos comunitários<br />
para suportar <strong>de</strong>z milhões. O restante<br />
tem <strong>de</strong> ser, obrigatoriamente,<br />
suportado pelos suinicultores.<br />
É o único sector que conheço<br />
que, apesar <strong>de</strong> não cumprir<br />
com os requisitos, continua a funcionar.<br />
Em muitos casos, as suiniculturafuncionam<br />
em instalações<br />
ilegais, sem licenciamento<br />
nem condições físicas para os animais<br />
nem <strong>de</strong> tratamento dos<br />
efluentes.<br />
Está <strong>de</strong>siludido com a ministra do<br />
Ambiente?<br />
Cheguei a acreditar que a ministra,<br />
conhecedora do problema,<br />
pu<strong>de</strong>sse contribuir para a sua resolução.<br />
Mas, está a ser uma <strong>de</strong>cepção,<br />
<strong>de</strong>ixando arrastar a situação<br />
e anunciando medidas que<br />
não irão resultar.<br />
Tempos <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong><br />
“Fui felicíssimo<br />
na ribeira”<br />
❚ Acredita que vai voltar a pescar na<br />
Ribeira dos Milagres como nos seus<br />
tempos <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>?<br />
Nunca <strong>de</strong>vemos dizer nunca. Em Viseu,<br />
existe um rio que, há cerca <strong>de</strong> 15<br />
anos, estava completamente poluído<br />
e sem vida e que hoje tem trutas. Tenho<br />
poucas esperanças que essa regeneração<br />
venha a acontecer na Ribeira<br />
dos Milagres. O meu filho, que tem 12<br />
anos, às vezes pergunta-me se um dia<br />
po<strong>de</strong>rá tomar banho na ribeira como<br />
eu fiz. Uma das coisas que mais prazer<br />
me dava seria que ele pu<strong>de</strong>sse disfrutar<br />
da ribeira como eu e os meus amigos<br />
disfrutámos quando tínhamos a<br />
sua ida<strong>de</strong>. Fui felicíssimo na ribeira.<br />
Pescávamos, tomávamos banho e fazíamos<br />
petiscos com os peixes que apanhávamos.<br />
Há cerca <strong>de</strong> 40 ou 45 anos<br />
bebi água da ribeira. Gostava que o<br />
meu filho um dia pu<strong>de</strong>sse fazer o<br />
mesmo, mas começo ficar <strong>de</strong>scrente.<br />
Face às posições que tem tomado alguma<br />
vez temeu pela sua segurança?<br />
O meu envolvimento nesta luta têm-<br />
-me trazido algumas inimiza<strong>de</strong>s e já<br />
recebi chamadas telefónicas, que<br />
chamo <strong>de</strong> 'manhosas'. Deixei <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />
chamadas <strong>de</strong> números privados.<br />
Já disse publicamente que, se alguma<br />
coisa <strong>de</strong> anormal me acontecer, <strong>de</strong>verão<br />
começar as investigações por algumas<br />
empresas relacionadas com a<br />
questão da poluição da ribeira. Posso<br />
perceber que, em <strong>de</strong>sespero <strong>de</strong><br />
causa, algumas pessoas me atribuam<br />
responsabilida<strong>de</strong>s por coisas menos<br />
boas que lhes aconteçam. Mas, se isso<br />
acontece, é porque são incumpridores.<br />
Espero que respeitem a minha família.<br />
Se alguma coisa <strong>de</strong> mal lhe<br />
acontecer levarei até ao último minuto<br />
da minha vida para i<strong>de</strong>ntificar<br />
e responsabilizar os culpados.<br />
Em <strong>de</strong>staque<br />
Se alguma coisa<br />
<strong>de</strong> anormal me<br />
acontecer,<br />
<strong>de</strong>verão começar<br />
as investigações<br />
por algumas<br />
empresas<br />
relacionadas<br />
com a questão<br />
da poluição da<br />
ribeira
12 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Socieda<strong>de</strong><br />
Descrença nos partidos estimula<br />
candidaturas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
Eleições Apresentado publicamente no dia 18, o movimento cívico + Concelho da Marinha Gran<strong>de</strong> vai<br />
concorrer às próximas autárquicas. São já três as candidaturas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes anunciadas na região<br />
Movimento + Concelho da Marinha Gran<strong>de</strong> foi apresentado publicamente na semana passada<br />
Maria Anabela Silva com DFS<br />
anabela.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Numa fase em que a confiança dos<br />
portugueses nos partidos políticos já<br />
conheceu melhores dias, como revelou<br />
o estudo Barómetro da Qualida<strong>de</strong><br />
da Democracia, divulgado no<br />
ano passado e, segundo o qual, quase<br />
meta<strong>de</strong> dos inquiridos disse não se<br />
sentir representado pelos partidos, há<br />
espaço para o surgimento <strong>de</strong> movimentos<br />
cívicos e candidaturas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Da autoria <strong>de</strong> investigadores do Instituto<br />
<strong>de</strong> Ciências Sociais da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Lisboa, aquele estudo concluía<br />
isso mesmo, com os inquiridos<br />
a respon<strong>de</strong>rem que, <strong>de</strong>pois do Presi<strong>de</strong>nte<br />
da República, são os movimentos<br />
cívicos que melhor voz dão<br />
às suas preocupações, à frente dos<br />
partidos e dos sindicatos.<br />
A nível nacional houve já algumas<br />
experiências <strong>de</strong> candidaturas<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, como a entrada<br />
na corrida à Presidência da República<br />
<strong>de</strong> Fernando Nobre, que, em<br />
2011, conseguiu mais <strong>de</strong> 14% dos<br />
votos. O médico acabaria por <strong>de</strong>sbaratar<br />
um pouco o capital <strong>de</strong> confiança<br />
conseguido com essa candidatura<br />
quando encabeçou a lista<br />
do PSD por Lisboa nas últimas legislativas<br />
e se viu envolvido na<br />
confusão em torno da presidência<br />
<strong>Leiria</strong><br />
Milei em<br />
“banho-maria”<br />
Constituído em 2009,<br />
sobretudo por pessoas vindas<br />
do CDS-PP, on<strong>de</strong> se inclui<br />
Isabel Gonçalves, vereadora na<br />
Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, o Milei<br />
(Movimento In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte por<br />
<strong>Leiria</strong>) tem a sua activida<strong>de</strong><br />
política em “banho-maria”.<br />
Quem o diz é Ana Paula Silva,<br />
que integrou o núcleo<br />
fundador do movimento e que<br />
foi eleita <strong>de</strong>putada na<br />
Assembleia Municipal <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte nas<br />
listas do PSD. “A parte política<br />
do Milei está adormecida.<br />
Ainda não reunimos em<br />
assembleia para <strong>de</strong>cidir se<br />
haverá candidaturas nas<br />
próximas autárquicas”, diz a<br />
autarca, que foi militante do<br />
CDS-PP durante 18 anos, mas<br />
que acredita que “será pelos<br />
movimentos cívicos que, cada<br />
vez mais, se po<strong>de</strong>rá fazer a<br />
gestão da coisa pública”. “Nos<br />
partidos estamos mais presos à<br />
disciplina partidária. Sinto-me<br />
mais confortável e muito mais<br />
liberta na posição <strong>de</strong><br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte”, confessa.<br />
da Assembleia da República.<br />
A nível autárquico tem havido<br />
também algumas candidaturas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,<br />
a maioria protagonizada<br />
por 'dissi<strong>de</strong>ntes' dos partidos,<br />
como foi o caso <strong>de</strong> Isaltino Morais, Valentim<br />
Loureiro e Fátima Felgueiras.<br />
Na região, <strong>de</strong>pois da experiência<br />
em <strong>Leiria</strong> do Milei (Movimento In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
por <strong>Leiria</strong>) nas autárquicas<br />
<strong>de</strong> 2009, e <strong>de</strong> Hél<strong>de</strong>r Roque,<br />
em 2002, há já três candidaturas ditas<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes anunciadas para as<br />
eleições <strong>de</strong>ste ano: Vítor Frazão (Ourém),<br />
António Trinda<strong>de</strong> (Nazaré) e +<br />
Concelho da Marinha Gran<strong>de</strong>, um<br />
movimento cívico que preten<strong>de</strong> conquistar<br />
a câmara da cida<strong>de</strong> vidreira.<br />
Apresentado publicamente na semana<br />
passada, aquele movimento<br />
<strong>de</strong>fine-se como “abrangente e pluralista,<br />
multipartidário, não i<strong>de</strong>ológico<br />
e <strong>de</strong>scomprometido com a governação<br />
concelhia presente ou do<br />
passado”. “Os partidos estão longe da<br />
sua comunida<strong>de</strong>, são dogmáticos e<br />
movem-se, muitas vezes, por razões<br />
pouco nobres e interesses estranhos.<br />
É preciso refundá-los e introduzir-<br />
-lhes o povo. E chamar à política todos<br />
os bem intencionados para sairmos<br />
vencedores”, afirmou Carlos<br />
Logrado, um dos fundadores do +<br />
Concelho da Marinha Gran<strong>de</strong>, durante<br />
a apresentação do movimento.<br />
Na ocasião, foram explicados os objectivos<br />
<strong>de</strong>ste “grupo <strong>de</strong> cidadãos<br />
eleitores”, que surgiu para “ser um<br />
veículo privilegiado da intervenção cívica<br />
dos munícipes e que preten<strong>de</strong> assentar<br />
a sua acção num “mo<strong>de</strong>lo<br />
participativo”, envolvendo associações,<br />
clubes empresas e autarcas (actuais<br />
e antigos) na discussão <strong>de</strong> um<br />
programa para o concelho.<br />
Movimentos po<strong>de</strong>m<br />
ajudar partidos<br />
“Começam a surgir sinais <strong>de</strong> movimentos<br />
da socieda<strong>de</strong> que querem<br />
chegar à política sem ser pela via dos<br />
partidos”, nota José A<strong>de</strong>lino Maltez,<br />
politólogo, que acredita que, se esses<br />
movimentos forem além dos “falsos<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que aparecem na sequência<br />
<strong>de</strong> tricas entre as comissões<br />
locais dos partidos”, po<strong>de</strong>m ser um<br />
“excelente sinal <strong>de</strong> revitalização da<br />
<strong>de</strong>mocracia”. Esse é também o entendimento<br />
<strong>de</strong> José Leite Viegas, sociólogo,<br />
que consi<strong>de</strong>ra a emergência<br />
<strong>de</strong> grupos cívicos “salutar para a<br />
vida dos partidos, ajudando-os a reflectir<br />
sobre a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo<br />
com os eleitores”.<br />
Cabeça-<strong>de</strong>-lista do PSD à Câmara<br />
<strong>de</strong> Ourém em 2009, Vítor Frazão vai<br />
concorrer agora sem o apoio do partido.<br />
“Avanço porque elementos do<br />
PSD local me rejeitaram e não aceitaram<br />
as minhas propostas para o<br />
DANIELA FRANCO SOUSA<br />
próximo acto eleitoral. Concorro,<br />
ainda, porque sinto apoio popular, coragem<br />
e serieda<strong>de</strong> para levar por<br />
diante um projeto vencedor que promova<br />
e <strong>de</strong>senvolva o concelho”, explica.<br />
Vítor Frazão diz estar consciente<br />
das “gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s” da candidatura,<br />
“por se tratar do nascimento<br />
dum movimento cívico pela<br />
primeira vez em Ourém”, mas assegura<br />
que está “preparado para as<br />
enfrentar com uma equipa formada<br />
por todos os oureenses que pretendam<br />
apoiar esta candidatura, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da sua matriz política”.<br />
E revela que, “a campanha<br />
será humil<strong>de</strong>, sem aparatos e alicerçada<br />
num programa que dignifique<br />
Ourém e os oureenses”.<br />
Foi como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que António<br />
Trinda<strong>de</strong> chegou à presidência<br />
da Junta da Nazaré e <strong>de</strong>pois a vereador<br />
na câmara. Nas últimas autárquicas,<br />
integrou a lista do PS, mas prepara-se<br />
para voltar à condição <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />
com uma candidatura à<br />
Câmara da Nazaré. “Sinto-me mais livre<br />
como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Irei sempre<br />
ser uma pessoa rebel<strong>de</strong> e que não se<br />
inibe <strong>de</strong> contrariar as orientações<br />
partidárias, se isso for contra os meus<br />
princípios e orientações”, afirma , frisando,<br />
no entanto, que durante a<br />
sua experiência partidária “nunca”<br />
sentiu restrições à sua acção política.
Socieda<strong>de</strong><br />
Tinta Ferreira e Hugo Oliveira<br />
Concelhia e distrital aprovam nome <strong>de</strong> Tinta Ferreira<br />
Confusão instalada na escolha<br />
do candidato à Câmara <strong>de</strong> Caldas<br />
Maria Anabela Silva<br />
anabela.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Está instalada a confusão na escolha<br />
do candidato do PSD à Câmara <strong>de</strong><br />
Caldas da Rainha. O nome do vereador<br />
Tinta Ferreira já foi aprovado<br />
pela concelhia e pela distrital, mas<br />
Hugo Oliveira, que também integra o<br />
executivo, não se conforma com o facto<br />
<strong>de</strong> os militantes não terem sido chamados<br />
a pronunciarem-se sobre a<br />
escolha.<br />
Na semana passada, Hugo Oliveira<br />
entregou ao presi<strong>de</strong>nte da Assembleia<br />
<strong>de</strong> Secção da concelhia uma petição,<br />
subscrita por cerca <strong>de</strong> 260 militantes,<br />
“o dobro das assinaturas necessárias”,<br />
a pedir a convocação <strong>de</strong> um plenário.<br />
No entanto, ainda sem <strong>de</strong>cisão<br />
daquele órgão, a distrital aprovou, na<br />
segunda-feira, o nome <strong>de</strong> Tinta Ferreira.<br />
Em reacção, Hugo Oliveira enviou<br />
às comissões nacional e distrital<br />
um pedido para a convocação <strong>de</strong><br />
eleições para a concelhia, alegando<br />
que a estrutura “está sem mandato<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Novembro”. E, se o pedido<br />
for atendido, Hugo Oliveira garante<br />
que entrará na corrida à li<strong>de</strong>rança da<br />
concelhia.<br />
“É preciso que haja eleições para legitimar<br />
qualquer <strong>de</strong>cisão que a concelhia<br />
tome”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o vereador do<br />
PSD, que consi<strong>de</strong>ra que a aprovação<br />
do nome <strong>de</strong> Tinta Ferreira pela distrital<br />
é “no mínimo extemporânea e<br />
precipitada”, uma vez que está ainda<br />
pen<strong>de</strong>nte o pedido para a convocação<br />
do plenário. “Nada me move contra os<br />
meus colegas <strong>de</strong> vereação ou contra<br />
o presi<strong>de</strong>nte da câmara e da concelhia.<br />
Mas entendo que a escolha do can-<br />
Impasse em <strong>Leiria</strong><br />
Nacional dá prazo<br />
à concelhia<br />
DR<br />
A reunião realizada, na semana<br />
passada, entre representantes da<br />
concelhia <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, da distrital e<br />
da nacional do PSD, para <strong>de</strong>bater o<br />
processo autárquico na capital <strong>de</strong><br />
distrito, terminou num impasse.<br />
Ao que o JORNAL DE LEIRIA<br />
apurou, nem a concelhia nem a<br />
distrital apresentaram qualquer<br />
nome. Perante essa situação, os<br />
representantes da nacional terão<br />
dado à concelhia uma semana<br />
para a indicação <strong>de</strong> um candidato.<br />
Se tal não acontecer, e <strong>de</strong> acordo<br />
com fontes do partido, a nacional<br />
po<strong>de</strong>rá chamar a si o processo e,<br />
em consonância com a distrital,<br />
avançar com um nome. No<br />
entanto, o mais certo é que a<br />
concelhia venha a propor um<br />
candidato, que po<strong>de</strong> passar pelo<br />
próprio presi<strong>de</strong>nte da estrutura,<br />
Álvaro Madureira. Resta saber se a<br />
nacional aceita a sugestão ou se<br />
avançará com uma alternativa. “A<br />
concelhia <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> está a trabalhar<br />
para que o processo corra bem e<br />
para que seja encontrada uma<br />
solução o mais consensual<br />
possível. A distrital tem todo o<br />
gosto em ajudar”, afirma<br />
Fernando Costa, presi<strong>de</strong>nte da<br />
distrital, que não esteve presente<br />
na reunião, tendo-se feito<br />
representar pelos seus vice-<br />
-presi<strong>de</strong>ntes. Até ao fecho <strong>de</strong><br />
edição, não foi possível contactar<br />
Álvaro Madureira.<br />
didato <strong>de</strong>ve passar pelos militantes. É<br />
o mais legítimo e <strong>de</strong>mocrático”, afirma.<br />
Apesar <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que o escrutínio<br />
do nome por eleições directas “é<br />
o mo<strong>de</strong>lo mais correcto num concelho<br />
com mais <strong>de</strong> dois mil militantes”,<br />
Fernando Costa, presi<strong>de</strong>nte da distrital<br />
e da concelhia <strong>de</strong> Caldas da Rainha,<br />
alega que os estatutos do partido<br />
“não permitem a realização <strong>de</strong> directas”.<br />
O dirigente frisa ainda que, segundo<br />
os estatutos, a convocação <strong>de</strong><br />
um plenário <strong>de</strong> militantes para a escolha<br />
do candidato “não é obrigatória”<br />
e o seu parecer “não é vinculativo”.<br />
“Os militantes <strong>de</strong>vem ser ouvidos.<br />
Não é uma questão técnico-jurídica,<br />
mas política”, contrapõe Hugo Oliveira,<br />
que diz aguardar <strong>de</strong> forma<br />
“tranquila” a <strong>de</strong>cisão dos órgãos distritais<br />
e nacionais do partido ao seu pedido<br />
para a convocação <strong>de</strong> eleições<br />
para a concelhia. Sobre a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> avançar com uma candidatura<br />
como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, o autarca é lacónico<br />
na resposta: “As minhas <strong>de</strong>cisões<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m daquilo que o partido<br />
<strong>de</strong>cidir”.<br />
Por seu lado, Tinta Ferreira acompanha<br />
o <strong>de</strong>senrolar do processo “com<br />
serenida<strong>de</strong>”, aguardando pela as <strong>de</strong>liberações<br />
dos “órgãos próprios” e que<br />
“tudo <strong>de</strong>corra <strong>de</strong> forma pacífica”. O<br />
autarca confessa-se ainda “muito satisfeito”<br />
pela indicação do seu nome<br />
pela concelhia e pela distrital, que interpreta<br />
como “uma prova <strong>de</strong> confiança”.<br />
Além do nome <strong>de</strong> Tinta Ferreira, a<br />
distrital do PSD aprovou, na segundafeira,<br />
as recandidaturas <strong>de</strong> Rui Rocha<br />
(Ansião), Paulo Tito Morgado (Alvaiázere)<br />
e Paulo Inácio (Alcobaça).<br />
DR<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 13<br />
Reclamações entre moradores <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Alegado toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
vira “caso <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública”<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A ocupação da garagem e do sótão<br />
<strong>de</strong> um prédio, por um homem<br />
com alegados problemas <strong>de</strong> toxico<strong>de</strong>pendência,<br />
está a motivar várias<br />
queixas <strong>de</strong> inquilinos, na Rua<br />
Nossa Senhora da Encarnação, em<br />
<strong>Leiria</strong>, <strong>de</strong>sagradados com um caso<br />
que dizem ser <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />
Alexandra Roque, responsável<br />
pela empresa gestora do condomínio,<br />
explica que o indivíduo<br />
“coabita com dois cães” em áreas<br />
comuns do prédio, on<strong>de</strong> os animais<br />
<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong>jectos. É nestes espaços<br />
“sem condições <strong>de</strong> habitabilida<strong>de</strong>”<br />
que o homem mantém os seus<br />
pertences, “alguns <strong>de</strong>les <strong>de</strong>gradados,<br />
emanando cheiros nauseabundos”.<br />
Alexandra Roque conta<br />
que há objectos espalhados pela via<br />
pública e que os moradores se <strong>de</strong>param<br />
com o acesso condicionado<br />
à garagem. “Apesar <strong>de</strong> aparentemente<br />
inofensivo, se alguém o enfrenta<br />
mostra-se bastante agressivo”,<br />
expõe ainda a gestora.<br />
Um vizinho lamenta que as autorida<strong>de</strong>s<br />
não intercedam por uma<br />
pessoa “com problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”,<br />
que “precisa <strong>de</strong> ajuda”. A<br />
mesma fonte explica que o homem<br />
terá cortado relações com o<br />
pai, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> viver num dos<br />
apartamentos <strong>de</strong>sse prédio. Sem<br />
acesso a casa, o indivíduo tem-se<br />
mantido na garagem.<br />
A PSP refere que o homem <strong>de</strong> 42<br />
anos é “<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, aparentemente,<br />
<strong>de</strong> álcool e também, apa-<br />
Verba contempla todas as freguesias <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
<strong>Leiria</strong> investe 2,8 milhões<br />
na reparação <strong>de</strong> estradas<br />
❚ Quase 2,8 milhões <strong>de</strong> euros é<br />
quanto a Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> se prepara<br />
para investir na melhoria da<br />
re<strong>de</strong> viária do concelho, com intervenções<br />
em todas as freguesias.<br />
Lino Pereira, vereador da Obras<br />
Municipais, explica que os trabalhos<br />
contemplam, sobretudo,<br />
repavimentações, estando também<br />
previstas obras em alguns<br />
sistemas <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas<br />
pluviais, o alcatroamento <strong>de</strong> vias<br />
ainda em tuvenant e a execução<br />
<strong>de</strong> vários muros. “Todas as freguesias<br />
serão contempladas”, assegura<br />
o autarca, frisando que a<br />
i<strong>de</strong>ntificação das vias a intervir foi<br />
feita “em parceria com os presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> junta”.<br />
A abertura do concurso foi aprovada<br />
na reunião <strong>de</strong> câmara <strong>de</strong><br />
Bastonário fala sobre futuro da Justiça<br />
O presente e o futuro da Justiça em Portugal é o tema<br />
da conferência que o bastonário da Or<strong>de</strong>m dos<br />
Advogados, António Marinho e Pinto, vai proferir, no<br />
sábado, na Biblioteca Municipal <strong>de</strong> Pedrógão Gran<strong>de</strong>,<br />
a partir das 17 horas. A iniciativa é da Fe<strong>de</strong>ração<br />
Distrital <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> da Juventu<strong>de</strong> Socialista.<br />
rentemente, <strong>de</strong>scompensado psicologicamente”.<br />
Informa ter dado<br />
conhecimento do caso à Delegação<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Ministério Público,<br />
junto do Tribunal Judicial <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, e Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, tendo<br />
sido emitido um mandado <strong>de</strong> condução<br />
do individuo, para que se<br />
apresentasse nos serviços <strong>de</strong> psiquiatria<br />
do hospital em <strong>Leiria</strong>”.<br />
Contudo, nota a PSP, feita a avaliação<br />
clínica, não resultou em internamento.<br />
O <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> confirma<br />
ter recebido exposições da PSP sobre<br />
<strong>de</strong>sacatos provocados pelo cidadão<br />
e garante ter solicitado avaliação<br />
psiquiátrica ao hospital, o<br />
qual enten<strong>de</strong>u “não serem reunidos<br />
critérios que levem ao seu internamento<br />
compulsivo, já que<br />
não se observa doença mental”.<br />
Tratando-se <strong>de</strong> uma questão social,<br />
ultrapassa a competência da Delegação<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, nota o médico.<br />
Quanto aos cães, são uma situação<br />
recente, sobre a qual a <strong>de</strong>legação já<br />
está a actuar.<br />
A Segurança Social diz que o homem<br />
recebe pensão <strong>de</strong> invali<strong>de</strong>z e<br />
é acompanhado pelo Instituto da<br />
Droga e Toxico<strong>de</strong>pendência, que<br />
se tem articulado com os serviços<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.<br />
“Tratando-se <strong>de</strong> um caso clinicamente<br />
i<strong>de</strong>ntificado, a institucionalização<br />
do beneficiário,<br />
sem qualquer enquadramento familiar,<br />
tem <strong>de</strong>corrido pelos serviços<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> competentes nestas<br />
situações”, acrescenta a segurança<br />
social.<br />
terça-feira, com o voto contra <strong>de</strong><br />
Blandina Oliveira (in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)<br />
e a abstenção dos vereadores<br />
do PSD. “Dada a conjuntura económica<br />
do País e a situação financeira<br />
da autarquia, é uma opção<br />
política errada fazer investimentos<br />
<strong>de</strong>ste montante em obras<br />
<strong>de</strong> alcatrão”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u Blandina<br />
Oliveira.<br />
A vereadora frisou ainda que o<br />
presi<strong>de</strong>nte da câmara “tem referido<br />
que a priorida<strong>de</strong>, em termos<br />
<strong>de</strong> investimento, são as obras<br />
comparticipadas”, o que não é o<br />
caso. A autarca criticou também o<br />
facto <strong>de</strong> a autarquia ir recorrer a<br />
um empréstimo bancário para<br />
custear estas obras. “Não consi<strong>de</strong>ro<br />
que seja a opção correcta”,<br />
acrescentou
14 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Socieda<strong>de</strong><br />
Município da Marinha Gran<strong>de</strong> preocupado com <strong>de</strong>gradação da fábrica Angolana<br />
Imóvel classificado utilizado<br />
por toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
❚ Pelo menos uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> toxico<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />
utiliza um imóvel<br />
da Marinha Gran<strong>de</strong> classificado<br />
<strong>de</strong> Monumento <strong>de</strong> Interesse<br />
Público como local <strong>de</strong> consumo<br />
<strong>de</strong> droga, avançou à Lusa Ana<br />
Patrícia Nobre, presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma<br />
associação <strong>de</strong> apoio social local.<br />
Em causa está a Fábrica Lusitana<br />
<strong>de</strong> Vidros Angolana, que pertence<br />
a privados, espaço que está<br />
<strong>de</strong>voluto e também serve para<br />
alguns sem-abrigo pernoitarem. A<br />
situação “constitui mais um drama<br />
social”, sublinhou a responsável<br />
da Associação Novo Olhar II,<br />
“numa cida<strong>de</strong> que tem um pro-<br />
Ansião<br />
Quiosque do<br />
cidadão instalado<br />
no edifício<br />
da câmara<br />
❚ Ansião será um dos sete concelhos<br />
do País a receber os primeiros<br />
quiosques do cidadão,<br />
um projecto do Governo que preten<strong>de</strong>r<br />
dotar as vilas e cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
pequena e média dimensão com<br />
os serviços prestados pelas lojas<br />
do cidadão. O gabinete do secretário<br />
<strong>de</strong> Estado adjunto do<br />
ministro adjunto e dos Assuntos<br />
Parlamentares explica que, através<br />
<strong>de</strong>stes quiosques, os cidadãos<br />
po<strong>de</strong>rão ace<strong>de</strong>r a serviços<br />
relacionados com a Justiça, Administração<br />
Tributária e Segurança<br />
Social, como fazer o pedido<br />
do cartão europeu <strong>de</strong> seguro<br />
<strong>de</strong> doença e do registo criminal,<br />
obter o comprovativo <strong>de</strong> imposto<br />
único automóvel, do pagamento<br />
do IVA ou do Imposto<br />
Único <strong>de</strong> Circulação, proce<strong>de</strong>r à<br />
alteração <strong>de</strong> morada ou solicitar<br />
a emissão <strong>de</strong> certidão permanente<br />
dos registos predial, civil<br />
ou comercial. “É uma solução <strong>de</strong><br />
atendimento electrónico com redução<br />
<strong>de</strong> custos e melhoria <strong>de</strong><br />
eficiência e conforto para o cidadão”,<br />
frisa o gabinete <strong>de</strong> Feliciano<br />
Barreiras Duarte, adiantando<br />
que o projecto tem suscitado<br />
o interesse <strong>de</strong> várias autarquias,<br />
sem revela quais. Em Ansião,<br />
o quiosque funcionará nos<br />
Paços do Concelho, com os utilizadores<br />
a po<strong>de</strong>rem contar com o<br />
apoio das colaboradoras afectas<br />
ao Serviço <strong>de</strong> Atendimento Avançado<br />
da câmara.<br />
blema muito grave <strong>de</strong> consumo e<br />
tráfico <strong>de</strong> droga”. Ana Patrícia<br />
Nobre enten<strong>de</strong> que é necessário<br />
avançar com “uma acção concertada”,<br />
mas admite constrangimentos,<br />
<strong>de</strong>vido à “inexistência <strong>de</strong><br />
equipas <strong>de</strong> rua <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2011, por<br />
cortes no financiamento”.<br />
A antiga fábrica representa também<br />
um perigo à segurança <strong>de</strong><br />
transeuntes e à circulação automóvel,<br />
admitiu Paulo Vicente,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte da Câmara da<br />
Marinha Gran<strong>de</strong>.“O imóvel, que<br />
não é património municipal, tem<br />
causado muitas preocupações à<br />
autarquia, <strong>de</strong>vido ao seu estado<br />
Áreas a reflorestar ar<strong>de</strong>ram recentemente<br />
Localização<br />
Fábrica situada na<br />
Avenida Vítor Gallo<br />
O imóvel, que está classificado<br />
como Monumento <strong>de</strong><br />
Interesse Público <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Junho <strong>de</strong><br />
2003, insere-se numa zona central<br />
da cida<strong>de</strong>, junto a uma das artérias<br />
mais movimentadas<br />
da cida<strong>de</strong>, a Avenida Vitor Gallo.<br />
Nesta via estão localizados<br />
estabelecimentos <strong>de</strong> comércio e<br />
serviços, complexos fabris e<br />
industriais.<br />
Pedrógão Gran<strong>de</strong> troca eucalipto por sobreiro e pinheiro manso<br />
Baldios usados como 'cobaias'<br />
em projecto <strong>de</strong> reflorestação<br />
❚ Os cerca <strong>de</strong> 40 hectares <strong>de</strong> floresta,<br />
proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Câmara <strong>de</strong> Pedrógão<br />
Gran<strong>de</strong>, que ar<strong>de</strong>rem no Verão<br />
<strong>de</strong> 2011, vão ser usados como 'cobaias'<br />
para testar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
adaptação <strong>de</strong> espécies como o pinheiro<br />
manso, o sobreiro e o carvalho<br />
naquela região. O projecto será<br />
<strong>de</strong>senvolvido em áreas antes ocupadas<br />
por pinheiro bravo e eucapalipto<br />
na zona Norte do concelho, conhecida<br />
como 'baldio da Ervi<strong>de</strong>ira'.<br />
João Marques, presi<strong>de</strong>nte do município,<br />
explica que a acção <strong>de</strong> re-<br />
florestação, promovida pela câmara,<br />
preten<strong>de</strong> “fazer uma experiência”<br />
com espécies que possam funcionar<br />
como alternativa ao pinheiro bravo<br />
e ao eucalipto. “Queremos perceber<br />
se o pinheiro manso e o sobreiro se<br />
adaptam a estas altitu<strong>de</strong>s. Se assim<br />
for, os privados po<strong>de</strong>rão seguir o<br />
exemplo do município”, adianta o<br />
autarca, frisando que, se resultar, o<br />
projecto funcionará também como<br />
uma fonte <strong>de</strong> receitas para a câmara,<br />
através da venda <strong>de</strong> cortiça e <strong>de</strong><br />
pinhões.<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação, colocando em<br />
causa a segurança pública”, frisou.<br />
Recentemente, foi publicada<br />
em Diário da República a proposta<br />
<strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> zona especial<br />
<strong>de</strong> protecção do Monumento <strong>de</strong><br />
Interesse Público, por parte da Direcção-geral<br />
do Património Cultural,<br />
encontrando-se agora em<br />
consulta pública. “A autarquia<br />
irá aproveitar o aviso <strong>de</strong> inquérito<br />
público para se pronunciar<br />
pormenorizadamente sobre esta<br />
matéria, já que é um problema<br />
que se arrasta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008”, assegurou<br />
o vice-presi<strong>de</strong>nte.<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Apoiado pelo Pro<strong>de</strong>r (Programa<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento Rural), através<br />
<strong>de</strong> uma candidatura já aprovada,<br />
o projecto prevê um investimento<br />
<strong>de</strong> 150 mil euros. O concurso<br />
para a preparação dos terrenos<br />
e plantação já foi lançado, prevendo-se<br />
que os trabalhos avancem<br />
nas próximas semanas. “Po<strong>de</strong>rá<br />
ser uma forma <strong>de</strong> apontarmos novos<br />
caminhos para a nossa floresta,<br />
um sector vital para o País”, afirma<br />
o presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Pedrógão<br />
Gran<strong>de</strong>. MAS<br />
Recolha <strong>de</strong> sangue em Porto <strong>de</strong> Mós<br />
As instalações do Fórum Cultural <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong> Mós<br />
(antiga Casa do Povo) acolhem, no domingo, uma<br />
acção <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> sangue, organizada pelo<br />
Instituto Português do Sangue e da Transplantação,<br />
que irá <strong>de</strong>correr entre as 9 e as 13 horas.<br />
Investimento Azoia<br />
constrói centro <strong>de</strong> dia<br />
para idosos<br />
A Casa Centro <strong>de</strong> Apoio Social <strong>de</strong><br />
Azoia, em <strong>Leiria</strong>, vai avançar com a<br />
construção <strong>de</strong> um centro <strong>de</strong> dia,<br />
com capacida<strong>de</strong> para 30 utentes. A<br />
obra, orçada em cerca <strong>de</strong> 400 mil<br />
euros, será edificada junto às<br />
actuais instalações da instituição,<br />
on<strong>de</strong> funciona já uma creche, um<br />
ATL e serviço <strong>de</strong> apoio domiciliário.<br />
A colocação da primeira pedra do<br />
centro <strong>de</strong> dia está marcada para<br />
sábado, às 14:30 horas.<br />
<strong>Leiria</strong> Associação<br />
<strong>de</strong> autismo recolhe<br />
donativos<br />
Dar voz ao autismo é o nome <strong>de</strong><br />
uma campanha <strong>de</strong> angariação <strong>de</strong><br />
fundos que a Associação<br />
Portuguesa para as Perturbações<br />
do Desenvolvimento e Autismo<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> está promover para<br />
angariar verbas <strong>de</strong>stinadas à<br />
aquisição <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong><br />
comunicação aumentativa. A<br />
acção é feita através da internet,<br />
no en<strong>de</strong>reço https://bescrowd<br />
funding.ppl.pt/pt/prj/voz-aoautismo,<br />
e preten<strong>de</strong> angariar, no<br />
mínimo, cerca <strong>de</strong> 1550 euros.<br />
Distrito Associação<br />
<strong>de</strong> reformados quer<br />
núcleo em <strong>Leiria</strong><br />
A APRe!, associação <strong>de</strong> reformados e<br />
aposentados, promove hoje pelas 17<br />
horas, nas instalações da Nerlei, em<br />
<strong>Leiria</strong>, uma reunião para dar a<br />
conhecer esta associação, que<br />
preten<strong>de</strong> criar um núcleo no distrito.<br />
“Tendo em conta o que está a<br />
acontecer e o facto <strong>de</strong> estarem a<br />
mexer no que é nosso, esta<br />
associação preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os<br />
interesses <strong>de</strong> todos os reformados”,<br />
explica o coor<strong>de</strong>nador da reunião<br />
em <strong>Leiria</strong>, José Júlio. Po<strong>de</strong>m<br />
participar no evento reformados e<br />
pessoas à beira da reforma.<br />
Porto <strong>de</strong> Mós<br />
Parquímetros na vila<br />
reactivados<br />
O estacionamento nas Avenidas<br />
Dr. Francisco Sá Carneiro e <strong>de</strong><br />
Santo António e na Rua Eng.º<br />
A<strong>de</strong>lino Amaro da Costa, em<br />
Porto <strong>de</strong> Mós, vai voltar a ser<br />
pago. Os parquímetros instalados<br />
no local estavam <strong>de</strong>sactivados há<br />
vários meses, na sequência das<br />
obras <strong>de</strong> requalificação daquelas<br />
artérias. Com a conclusão dos<br />
trabalhos, a câmara informa que<br />
vai reactivar os parquímetros.
Socieda<strong>de</strong> Educação<br />
Mega-agrupamento entrou em funcionamento em 2010/11<br />
Partilha <strong>de</strong> espaço e perda <strong>de</strong><br />
proximida<strong>de</strong> sentidas em Ansião<br />
Elisabete Cruz<br />
elisabete.cruz@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Três anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido<br />
criado o mega-agrupamento em<br />
Ansião, a directora Ermelinda<br />
Men<strong>de</strong>s faz um balanço positivo.<br />
No entanto, admite que há aspectos<br />
ne-gativos que são, contudo,<br />
impossíveis <strong>de</strong> alterar, tais como a<br />
perda <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>.<br />
O mega agrupamento foi constituído<br />
no ano lectivo <strong>de</strong> 2010/11 e<br />
incluiu todas as escolas e jardins<br />
<strong>de</strong> infância do concelho <strong>de</strong> Ansião.<br />
Apesar do esforço da direcção em<br />
estar presente junto <strong>de</strong> todas as escolas,<br />
a responsável afirma não ser<br />
fácil, uma vez que as escolas estão<br />
dispersas pelo concelho.<br />
“Se com um agrupamento <strong>de</strong><br />
1500 alunos já é complicado, imagino<br />
com 3000 alunos”, constata<br />
Ermelinda Men<strong>de</strong>s, consi<strong>de</strong>rando<br />
que o “balanço é positivo apesar<br />
das dificulda<strong>de</strong>”.<br />
“Fazemos um esforço para nos<br />
aproximar <strong>de</strong> todas as escolas e<br />
<strong>de</strong>senvolvemos esforços no sentido<br />
<strong>de</strong> estarmos atentos para algo<br />
que não esteja tão bem”, salienta<br />
a directora, que recorda que a<br />
agregação não foi fácil. “É sempre<br />
perturbador ter <strong>de</strong> juntar mais<br />
professores e com esta dimensão<br />
é também difícil conhecer todos os<br />
professores e alunos.”<br />
Ermelinda Men<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ra<br />
que um dos principais handicaps<br />
dos nega-agrupamentos é a falta<br />
<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>. “Só conseguimos<br />
motivar se estivermos perto<br />
das pessoas, ouvindo-as e falando<br />
com elas, o que se torna muito difícil<br />
com várias escolas espalhadas”,<br />
afirma.<br />
A EB 2,3 e Secundária Pascoal <strong>de</strong><br />
Melo foi escolhida para se<strong>de</strong> do<br />
Ermelinda Men<strong>de</strong>s (2.ª na foto) li<strong>de</strong>ra equipa <strong>de</strong> cinco elementos<br />
agrupamento. “Para a EB 2,3 <strong>de</strong><br />
Avelar foi mais doloroso, porque<br />
nós éramos a escola <strong>de</strong> acolhimento.<br />
Não é fácil sair da zona <strong>de</strong><br />
conforto. É como mudar <strong>de</strong> casa.<br />
Aliás, na vila surgiram 'fantasmas'<br />
<strong>de</strong> que a escola ia fechar...”,<br />
recorda.<br />
Os serviços administrativos passaram<br />
para a escola se<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando<br />
um apoio em Avelar para fazer<br />
a ligação. “Mas até os programas<br />
informáticos eram diferentes.” A<br />
integração das pessoas foi “a parte<br />
mais difícil”. Para os professores<br />
as <strong>de</strong>spesas aumentaram.<br />
“Passaram a dar aulas nas várias<br />
escolas, o que os obrigou a um trajecto<br />
maior, onerando as suas <strong>de</strong>spesas,<br />
sem qualquer compensação.”<br />
Também o número <strong>de</strong> docentes<br />
necessário diminuiu, <strong>de</strong>i-<br />
Produzida pelo Pavilhão do Conhecimento<br />
Física no dia-a-dia na escola<br />
<strong>de</strong> Figueiró dos Vinhos<br />
❚ A Escola Básica José Malhoa, do<br />
Agrupamento <strong>de</strong> Figueiró dos Vinhos,<br />
recebe entre os dias 28 <strong>de</strong> Janeiro<br />
e 8 <strong>de</strong> Fevereiro a exposição A<br />
Física no dia-a-dia na escola, produzida<br />
pelo Pavilhão do Conhecimento.<br />
A exposição está organizada por<br />
divisões <strong>de</strong> uma casa: quarto, sala, escritório,<br />
cozinha e jardim. Utilizando<br />
objectos do quotidiano, explicamse<br />
vários princípios básicos da Física<br />
Clássica, trazendo uma nova visão<br />
do mundo que nos ro<strong>de</strong>ia. As activida<strong>de</strong>s<br />
oferecidas utilizam materiais<br />
simples, como clips e pregos, espelhos<br />
e relógios, chaleiras e balanças<br />
<strong>de</strong> cozinha, etc. A iniciativa faz parte<br />
do programa O Mundo na Escola,<br />
do Ministério da Educação e Ciência,<br />
que está a ser levada a vários pontos<br />
do País até Maio. A exposição po<strong>de</strong><br />
ser visitada nos dias úteis, entre as 9<br />
e as 17 horas, e das 14 e às 19 horas,<br />
durante o fim-<strong>de</strong>-semana.<br />
ELISABTE CRUZ<br />
xando a escola <strong>de</strong> recorrer aos<br />
professores contratados.<br />
A agregação trouxe benefícios.<br />
“Há que racionalizar para poupar<br />
custos. A partilha <strong>de</strong> espaços e <strong>de</strong><br />
equipamentos é uma mais-valia.<br />
A colaboração entre todos também<br />
é agradável. Mais gente, mais<br />
i<strong>de</strong>ias. Se antes já havia colaboração<br />
com Avelar, agora ainda há<br />
mais. Apoiamo-nos mutuamente<br />
nos projectos que cada escola<br />
continua a ter, mas agora com<br />
objectivos <strong>de</strong>finidos por uma única<br />
direcção”, afirma Ermelinda<br />
Men<strong>de</strong>s.<br />
“Partilha, inclusão e diálogo”<br />
são as palavras chaves do sucesso.<br />
“Não quisemos mudar nada radicalmente.<br />
Permitimos dar continuida<strong>de</strong><br />
aos projectos que existiam.<br />
Agora há um fio condutor.”<br />
Distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Criados mais quatro<br />
mega-agrupamentos<br />
O Ministério da Educação e<br />
Ciência (MEC) anunciou a<br />
criação <strong>de</strong> mais quatro megaagrupamentos<br />
para o distrito <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>. Em Caldas da Rainha,<br />
foram agregados o<br />
Agrupamento <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong><br />
Santa Catarina, e a Escola<br />
Secundária Rafael Bordalo<br />
Pinheiro, que irá integrar um<br />
total <strong>de</strong> 1794 alunos. Apesar dos<br />
pareceres negativos, no<br />
concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, vão juntarse<br />
o Agrupamento <strong>de</strong> Escolas<br />
José Saraiva com a Escola<br />
Secundária Domingos Sequeira,<br />
reunindo 2763 alunos.<br />
Agrupamento <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong><br />
Mira <strong>de</strong> Aire e Alvados fica junto<br />
da do Agrupamento <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong><br />
Mós, com 2796 alunos. De forma<br />
consensual, o ministério<br />
or<strong>de</strong>nou a agregação do<br />
Agrupamento <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong><br />
Pombal à Escola Secundária <strong>de</strong><br />
Pombal. Tendo em conta que o<br />
número <strong>de</strong> alunos ascen<strong>de</strong> os<br />
três mil, o vereador da<br />
Educação da Câmara <strong>de</strong><br />
Pombal, Fernando Parreira,<br />
afirma que há hipótese <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sagregar alguns escolas para<br />
que haja um “equilíbrio” entre<br />
os agrupamentos. O MEC refere<br />
que os novos agrupamentos<br />
entram em funcionamento logo<br />
que as novas Comissões<br />
Administrativas<br />
Provisórias sejam nomeadas. As<br />
escolas que os constituem<br />
continuarão a funcionar<br />
normalmente.<br />
Agrupamento <strong>de</strong> Escolas da Batalha<br />
Pais exigem mais qualida<strong>de</strong>s<br />
nas refeições escolares<br />
❚ A Associação <strong>de</strong> Pais do Agrupamento<br />
<strong>de</strong> Escolas da Batalha associou-se<br />
aos estabelecimentos <strong>de</strong><br />
ensino dos concelhos <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
Batalha, Marinha Gran<strong>de</strong> e Porto <strong>de</strong><br />
Mós, com refeitórios concessionados<br />
à empresa Gertal, para exigir à<br />
extinta Direcção Regional <strong>de</strong> Educação<br />
do Centro uma “resolução rápida<br />
e eficaz dos problemas que se<br />
têm registado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do serviço<br />
<strong>de</strong> refeições”. Tal com o JOR-<br />
NAL DE LEIRIA já noticiou, os pais<br />
acusam a empresa <strong>de</strong> não cumprir<br />
o ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> encargos e relatam<br />
“situações que condicionam a qualida<strong>de</strong><br />
do serviço <strong>de</strong> refeições”.<br />
“É frequente o fornecimento <strong>de</strong> refeições<br />
mal confeccionadas, falhas<br />
ao nível da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refeições<br />
servidas e o recurso a produtos<br />
alimentares sem qualida<strong>de</strong> e não<br />
previstos nas ementas contratadas.”<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 15<br />
A Física vai à escola<br />
A candidatura apresentada pela Associação <strong>de</strong> Pais<br />
da EB 2,3 José Saraiva ao concurso Pais com Ciência<br />
foi aprovada pelo programa Ciência Viva. Com o<br />
nome A Física vem à nossa escola, a proposta<br />
aprovada e irá levar à José Saraiva professores e<br />
cientistas.<br />
Prémio Pedro Matos<br />
Matemática<br />
na engenharia<br />
em concurso<br />
❚ Está lançada a quinta edição do<br />
Prémio Pedro Matos, que este ano<br />
tem como tema Matemática na engenharia,<br />
cujo mote para os trabalhos<br />
é <strong>de</strong>smonta uma máquina<br />
e investiga a utilida<strong>de</strong> da matemática.<br />
Os estudantes são convidados a<br />
olhar para uma máquina ou imaginá-la<br />
e <strong>de</strong>screver o seu funcionamento<br />
através da matemática aí<br />
utilizada, apresentando a concurso<br />
um trabalho <strong>de</strong> forma criativa<br />
e original.<br />
Promovido pelo Instituto Politécnico<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, a iniciativa é integrada<br />
no programa da edição <strong>de</strong><br />
2013 do Mat-Oeste – Matemática<br />
na Região Oeste, evento que é organizado<br />
pelo Departamento <strong>de</strong><br />
Matemática da Escola Superior<br />
<strong>de</strong> Tecnologia e Gestão e é dirigido<br />
a docentes <strong>de</strong> todos os níveis<br />
<strong>de</strong> ensino e ao público em geral.<br />
Para concorrer é obrigatório o<br />
preenchimento <strong>de</strong> uma pré-inscrição<br />
on-line até ao dia 17 <strong>de</strong><br />
Abril.<br />
Os trabalhos elaborados serão<br />
expostos no dia do Mat-Oeste,<br />
que <strong>de</strong>corre a 11 <strong>de</strong> Julho. Para<br />
mais informações consultar a página<br />
em www.premiopedromatos.ipleiria.pt.<br />
Cursos preparatórios<br />
ESTG prepara<br />
jovens para o<br />
ensino superior<br />
❚ Com o mote Prepara connosco a<br />
tua entrada no ensino superior!, a<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Tecnologia e<br />
Gestão (ESTG), do Instituto Politécnico<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (IPL), vai ministrar<br />
cursos preparatórios <strong>de</strong> apoio ao ingresso<br />
ao ensino superior nas áreas<br />
científicas da Matemática e da Física<br />
e Química. Esta formação tem<br />
especial atenção às necessida<strong>de</strong>s<br />
dos potenciais candidatos, ajudando-os<br />
a prepararem-se para as<br />
provas <strong>de</strong> ingresso ao ensino superior.<br />
Fundamentos <strong>de</strong> Matemática<br />
e Fundamentos <strong>de</strong> Física e Química<br />
são os cursos oferecidos, com<br />
início previsto para a última semana<br />
<strong>de</strong>ste mês, cuja duração é <strong>de</strong><br />
quatro meses. Esta formação <strong>de</strong>stina-se<br />
a todos os estudantes que<br />
tenham concluído o ensino secundário<br />
e que não ingressaram no<br />
ensino superior, que tenham já<br />
frequentado o ensino superior sem<br />
o completar ou que frequentem o<br />
12.º ano e não tenham apoio nestas<br />
áreas científicas.
16 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Leitores<br />
Nas catástrofes<br />
saltam à vista as<br />
fragilida<strong>de</strong>s<br />
O recente mau tempo que assolou a<br />
nossa região <strong>de</strong>ixou gran<strong>de</strong> parte da<br />
população à beira do <strong>de</strong>sespero. Os<br />
prejuízos, seguramente, somam-se<br />
em milhões, tanto pelo que se<br />
danificou como pelo que não se<br />
pô<strong>de</strong> fazer quando faltou água e<br />
electricida<strong>de</strong>. Com a queda <strong>de</strong><br />
árvores também algumas vias<br />
ficaram intransitáveis. Estas<br />
catástrofes revelam muitas das<br />
nossas fragilida<strong>de</strong>s: as mais<br />
imediatas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da<br />
qualida<strong>de</strong> das infraestruturas; e, as<br />
mais profundas, <strong>de</strong>correntes dos<br />
nossos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> expansão,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e ocupação do<br />
território.<br />
Prever catástrofes naturais é<br />
difícil, ou até mesmo impossível.<br />
No entanto, é para mitigar essas<br />
contingências e imprevisibilida<strong>de</strong>s<br />
que se <strong>de</strong>vem fazer estudos, tomar<br />
certas <strong>de</strong>cisões estratégicas e<br />
preventivas e criar planos <strong>de</strong><br />
resposta para a emergência. Será<br />
difícil que as infraestruturas<br />
suportem todas as catástrofes e<br />
intempéries, ainda que <strong>de</strong>vam ser<br />
planeadas e executadas para resistir<br />
a casos <strong>de</strong> excepção – pelo menos<br />
assim mandam os vários<br />
regulamentos das várias<br />
especialida<strong>de</strong>s.<br />
Nestes dias passados<br />
<strong>de</strong>monstraram-se, violentamente,<br />
os efeitos do modo <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado, e<br />
por vezes caótico, como nos<br />
expandimos, ocupamos e infraestruturamos<br />
o território. Os nossos<br />
mo<strong>de</strong>los urbanos difusos, com<br />
zonas urbanizadas <strong>de</strong> baixa<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scontinuamente<br />
espalhadas por gran<strong>de</strong>s zonas do<br />
território, são apontados como<br />
sendo altamente insustentáveis.<br />
Isto porque <strong>de</strong>sperdiçamos solos,<br />
aumentamos <strong>de</strong>snecessariamente<br />
as distâncias <strong>de</strong> transporte e<br />
fazemos crescer, <strong>de</strong> igual modo, a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais<br />
infraestruturas básicas e serviços.<br />
Mas os mo<strong>de</strong>los difusos causam<br />
outro problema que só se evi<strong>de</strong>ncia<br />
em casos <strong>de</strong> emergência. Devido às<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s, gran<strong>de</strong> parte das<br />
nossas infraestruturas não<br />
constituem malhas ou anéis entre<br />
si, ou seja, não existe redundância<br />
ou ligações alternativas quando a<br />
ligação principal falha.<br />
Normalmente é por essa razão que<br />
nas cida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> existem sistemas<br />
“malhados” <strong>de</strong> infraestruturas,<br />
mais facilmente se resolvem avarias<br />
e se conseguem garantir<br />
abastecimentos alternativos.<br />
Estando gran<strong>de</strong> parte das re<strong>de</strong>s já<br />
montadas, e não se prevendo, a<br />
curto prazo, expansões urbanas que<br />
ocupem os vazios ou façam<br />
ligações alternativas, os problemas<br />
das <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s persistirá.<br />
Seja qual for a solução, os custos<br />
serão sempre elevados. Resta-nos<br />
então a intervenção <strong>de</strong> emergência<br />
Jardim Botânico <strong>de</strong> Coimbra<br />
encerrado por questões <strong>de</strong> segurança<br />
São <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> árvores arrancadas pela raiz, entre<br />
elas algumas das mais antigas e <strong>de</strong> maior porte do<br />
Jardim Botânico da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra<br />
(JBUC). Os danos do temporal ainda estão a ser<br />
contabilizados, mas há exemplares irrecuperáveis.<br />
A Cunninghamia lanceolata datava do início do<br />
século XIX, tendo sido plantada na época em que<br />
Avelar Brotero foi director do JBUC, e no sábado<br />
não resistiu aos ventos que superaram os 120<br />
Km/hora em Coimbra. Era uma das três árvores<br />
mais antigas <strong>de</strong>ste Jardim. As raízes arrancaram<br />
mesmo o muro do canteiro on<strong>de</strong> estava plantada,<br />
no Quadrado Central, a primeira área construída.<br />
Um cenário que se repetiu por outras zonas do<br />
JBUC. O Jardim Garcia da Horta, junto à Avenida<br />
das Tílias, foi um dos locais mais afectados. Só<br />
nesse terraço foram quatro as árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
porte <strong>de</strong>rrubadas pelo vento: um cipreste <strong>de</strong><br />
monterey (Cupressus macrocarpa), um feijoeiro-daíndia<br />
(Erythrina crista-galli), uma Bauhinia<br />
purpurea e uma Araucaria heterophylla.<br />
No Terraço das Coníferas (árvores que dão pinhas),<br />
junto à Alameda Júlio Henriques, os danos são<br />
evi<strong>de</strong>ntes. Duas árvores caíram, um abeto (Abies<br />
sp.) e uma picea (Picea sp.) e as ramadas<br />
arrancadas das restantes acumulam-se, barrando a<br />
passagem numa das principais avenidas do JBUC.<br />
Na Escola Médica também o exemplar único <strong>de</strong><br />
tetraclinis (Tetraclinis articulata) foi arrancado pela<br />
raiz e caiu em cima da gra<strong>de</strong> que ro<strong>de</strong>ava o<br />
pública, a do Estado - pelo menos<br />
enquanto não for <strong>de</strong>smantelado.<br />
Micael Sousa, <strong>Leiria</strong><br />
Eng.º Civil / Mestre em Energia e<br />
Ambiente<br />
Paulo Fonseca<br />
<strong>de</strong>srespeita<br />
Assembleia<br />
Municipal<br />
A última sessão da Assembleia<br />
Municipal <strong>de</strong> Ourém foi palco <strong>de</strong><br />
mais uma cena hilariante do<br />
presi<strong>de</strong>nte da Câmara, Paulo<br />
Fonseca. Afinal, foi mesmo ali que o<br />
presi<strong>de</strong>nte se anunciou candidato<br />
às próximas eleições autárquicas.<br />
Sabendo todos nós o que<br />
representa tal órgão, e o respeito<br />
que todos <strong>de</strong>vemos ter perante o<br />
mesmo e seus membros, espanta-<br />
-nos a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> bom<br />
senso, ética e moral do presi<strong>de</strong>nte,<br />
agora também candidato, Paulo<br />
Fonseca. Respeito pelas instituições<br />
o pelo que representam é o mínimo<br />
que um presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong>ve<br />
ter, sobretudo no Po<strong>de</strong>r Local.<br />
As sessões da Assembleia<br />
Municipal tem uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
trabalhos, são representativas <strong>de</strong><br />
patamar, tendo <strong>de</strong>rrubado outras duas árvores<br />
durante a queda.<br />
A zona pública do Jardim Botânico conta ainda<br />
com outras árvores bastante danificadas, entre elas<br />
o cedro-do-japão (Criptomeria japonica), também<br />
contemporânea <strong>de</strong> Avelar Brotero, o eucaliptolimão<br />
(Corymbia citriodora), um jacarandá<br />
(Jacaranda mimosifolia), uma grevilea (Grevillea<br />
robusta) e o cedro-do-himalaias (Cedrus <strong>de</strong>odara).<br />
Para além dos danos no património ecológico, há<br />
ainda muros e gra<strong>de</strong>s <strong>de</strong>struídas pelas árvores<br />
<strong>de</strong>rrubadas. Na mata o cenário é idêntico, com<br />
<strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> árvores caídas e vários ramos partidos<br />
que estão a obstruir todos os caminhos.<br />
A partir <strong>de</strong> hoje os portões do Jardim estão<br />
fechados ao público por precaução. Em causa estão<br />
os acessos e avenidas que ainda se encontram<br />
obstruídos por ramos e árvores caídas e que po<strong>de</strong>m<br />
colocar em causa a segurança dos visitantes.<br />
Durante os próximos dias a equipa <strong>de</strong> jardineiros<br />
do JBUC vai concentrar esforços na recuperação e<br />
limpeza da zona pública do Jardim.<br />
Posteriormente, serão avaliadas as condições para<br />
replantar as espécies afectadas pelo temporal. O<br />
Jardim reabrirá ao público assim que as condições<br />
<strong>de</strong> segurança estiverem garantidas, não havendo<br />
ainda uma data prevista para a reabertura.<br />
Departamento <strong>de</strong> Comunicação e Imagem<br />
Jardim Botânico da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra<br />
info.botanico@uc.pt<br />
toda a população, através dos<br />
eleitos dos diferentes quadrantes<br />
políticos e tem um regimento<br />
próprio, on<strong>de</strong> não parece constar a<br />
apresentação <strong>de</strong> candidaturas<br />
políticas, sejam elas <strong>de</strong> quem<br />
forem.<br />
A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paulo Fonseca<br />
<strong>de</strong>monstrou que pelo “reino da<br />
Câmara <strong>de</strong> Ourém” o lema é:<br />
“quero, posso, mando e faço como<br />
me apetece e dá jeito!” A falta <strong>de</strong><br />
respeito <strong>de</strong>monstrada pela<br />
Assembleia Municipal, o ridículo e<br />
embaraço da situação criados por<br />
esta atitu<strong>de</strong> apenas po<strong>de</strong>rá ter uma<br />
justificação: Paulo Fonseca, actual<br />
presi<strong>de</strong>nte, sem apoiantes para o<br />
A direcção do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> recebe com agrado<br />
para publicação a correspondência dos leitores que<br />
tratem <strong>de</strong> questões do interesse público. Reserva-se<br />
o direito <strong>de</strong> seleccionar os trechos mais<br />
importantes das Cartas ao Director, <strong>de</strong>vidamente<br />
i<strong>de</strong>ntificadas, publicadas nesta secção.<br />
direccao@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
DR<br />
anúncio da sua recandidatura,<br />
aproveitou esta sala cheia para<br />
cenário! Dizemos sem apoiantes,<br />
porque ao que parece o apoio <strong>de</strong><br />
João Heitor, presi<strong>de</strong>nte da<br />
Concelhia Socialista e chefe <strong>de</strong><br />
gabinete do presi<strong>de</strong>nte Paulo<br />
Fonseca, irá para Vítor Frazão, que<br />
tem elogiado e <strong>de</strong>fendido nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais: “Vítor Frazão está por<br />
convicções numa candidatura. Não<br />
está por conveniências” e “Nos<br />
últimos dois anos conheci um<br />
Frazão que <strong>de</strong>sconhecia. Um<br />
homem coerente e que<br />
efectivamente não está para<br />
protagonismos pessoais”. Com<br />
uma Concelhia assim percebe-se o<br />
nervosismo <strong>de</strong> Paulo Fonseca,<br />
agora recandidato, em quebrar<br />
todos os protocolos.<br />
A Comissão Politica da concelhia<br />
<strong>de</strong> Ourém do PSD<br />
psdourem@gmail.com<br />
Associação Zoófila<br />
<strong>de</strong>marca-se <strong>de</strong><br />
campanha contra<br />
autarquia<br />
Maria dos Anjos Vieira, na<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte da<br />
Associação Zoófila <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> Fiéis<br />
Amigos (AZLFA), vem por esta via<br />
comunicar que a instituição que<br />
representa repudia e se <strong>de</strong>marca da<br />
campanha difamatória com base<br />
em textos e fotos que têm vindo a<br />
ser postos a circular nos<br />
diversificados meios informativos,<br />
relativamente a maus tratos <strong>de</strong><br />
animais por parte dos serviços<br />
camarários. Tal campanha<br />
manifestamente visa lesar não só<br />
cada uma das instituições<br />
envolvidas, mas também<br />
comprometer o seu trabalho<br />
conjunto em prol <strong>de</strong> uma causa,<br />
com a qual todos somos sensíveis.<br />
Preten<strong>de</strong> ainda alertar para o facto<br />
<strong>de</strong> que só <strong>de</strong>verá ser dado crédito<br />
ao que emanar directamente do<br />
nosso site e do nosso Facebook.<br />
Tudo o mais nos sendo alheio.<br />
Mais informa que, sendo a<br />
campanha assumida como da<br />
responsabilida<strong>de</strong> da pessoa da<br />
secretária da AZLFA, não só na<br />
referência ao cargo, mas também<br />
no outorgar-se falar em nome da<br />
sua presi<strong>de</strong>nte, Maria dos Anjos, a<br />
AZLFA proce<strong>de</strong>rá judicialmente<br />
contra a pessoa em causa, do<br />
mesmo a informando, bem como<br />
<strong>de</strong> que ficarão suspensas, até<br />
comprovação da alegada<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, não só as suas funções,<br />
mas também a sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
associada.<br />
Aproveita o ensejo para agra<strong>de</strong>cer<br />
à Câmara Municipal toda a<br />
colaboração e apoio que tem vindo<br />
a prestar à AZLFA e às suas<br />
iniciativas <strong>de</strong> sensibilização e<br />
angariação <strong>de</strong> fundos, junto da<br />
população do concelho.<br />
Maria dos Anjos Vieira,<br />
presi<strong>de</strong>nte da AZLFA<br />
azlfa@sapo.pt
Opinião<br />
Criminosos… Dizem eles.<br />
Criminosos…Dizemos nós<br />
António<br />
Soares<br />
Viva!<br />
OEstado Social está a acabar. Não por outra,<br />
que, pela simples razão, que o socialismo<br />
sempre acaba, quando acaba o dinheiro<br />
dos outros. Para escon<strong>de</strong>r a vergonha, os<br />
comunistas, encerraram fronteiras, levantaram<br />
muros, bloquearam as comunicações, colocaram<br />
pais, filhos, vizinhos, em vigia mutua,<br />
exterminaram 80 e 100 milhões dos seus próprios<br />
cidadãos e, mesmo assim, caíram <strong>de</strong> podres. Quem<br />
os ouve hoje e não conhece a história, po<strong>de</strong> até<br />
confundi-los com paladinos da liberda<strong>de</strong>. Só quem<br />
não queria, não via que Portugal, há muito, estava<br />
em rota <strong>de</strong> colisão com um asteroi<strong>de</strong>, chamado,<br />
abismo. Deslumbrados pelo po<strong>de</strong>r, que a todo o<br />
custo era mister obter, os políticos andaram a<br />
ven<strong>de</strong>r a banha da cobra, prometendo o que não<br />
tinham. Em vez <strong>de</strong> aguardarem pacientemente um<br />
ovo, cada dia, acharam que a solução seria abrir a<br />
galinha. Durante décadas as farmácias foram uma<br />
activida<strong>de</strong> produtiva e rentável. Hoje, meia dúzia<br />
<strong>de</strong> anos volvidos sobre a perseguição política que<br />
sobre elas se abateu, <strong>de</strong>zenas faliram e centenas<br />
estão à beira disso. Centros históricos <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s<br />
como Lisboa e <strong>Leiria</strong>, fervilhavam <strong>de</strong> vida,<br />
activida<strong>de</strong> comercial, cultural, serviços, lazer. Nas<br />
últimas décadas, os políticos, passaram a perseguir<br />
tudo o que mexia nas cida<strong>de</strong>s. A burocracia e<br />
coacção sobre os agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
como promotores e comerciantes, foi mais que<br />
muita. Enquanto isso, nos sinistros corredores do<br />
po<strong>de</strong>r, facilitava-se tudo, aos po<strong>de</strong>rosos interesses<br />
que arrastavam a vida das cida<strong>de</strong>s, para as<br />
periferias. Hoje os centros <strong>de</strong> Lisboa e <strong>Leiria</strong>, estão<br />
Assistindo aos “pulinhos <strong>de</strong> alegria” do<br />
governo lusitano provocado pela<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regresso aos mercados,<br />
recor<strong>de</strong>i uma afirmação <strong>de</strong> Kant a que<br />
sempre atribuí muito significado. Disse ele: "No<br />
reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma<br />
dignida<strong>de</strong>. Quando uma coisa tem preço, po<strong>de</strong> ser<br />
substituída por algo equivalente; por outro lado, a<br />
coisa que se acha acima <strong>de</strong> todo preço, e por isso não<br />
admite qualquer equivalência, compreen<strong>de</strong> uma<br />
dignida<strong>de</strong>." Mesmo partindo <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia simples<br />
<strong>de</strong> mercado como um local físico ou virtual, on<strong>de</strong><br />
ven<strong>de</strong>dores e compradores procuram o melhor<br />
negócio, fácil se torna perceber que é <strong>de</strong> coisas com<br />
preço <strong>de</strong> que nos mercados se fala e que nalguns<br />
<strong>de</strong>les, até a dignida<strong>de</strong> dos mercadores se dispensa!<br />
Fica sempre <strong>de</strong> fora essa dignida<strong>de</strong> quando, a única<br />
finalida<strong>de</strong> é conseguir a todo o custo a rentabilida<strong>de</strong><br />
máxima dos que têm dinheiro para comprar o que os<br />
outros precisam <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r. Como no caso do<br />
mercado financeiro on<strong>de</strong>, com recurso a<br />
procedimentos imorais, os <strong>de</strong>tentores do dinheiro<br />
compram a baixíssimo preço e com juros<br />
inimagináveis, as dívidas públicas dos países, <strong>de</strong><br />
todos os países, mas principalmente, dos que<br />
estiverem mais pobres e em maior sofrimento! Não<br />
<strong>de</strong>ixa pois <strong>de</strong> ser triste que os governantes do meu<br />
país façam surgir aos nossos olhos, sem qualquer<br />
explicação, o ingresso nesse antro mercantil como o<br />
objetivo máximo da sua governação! Com uma<br />
economia moribunda e com os rumores<br />
permanentes <strong>de</strong> políticas ineficazes sempre a<br />
precisarem <strong>de</strong> mais cortes, a que preço vai Portugal<br />
Amélia do<br />
Vale<br />
<strong>de</strong>sertos, a empurrar para a miséria os seus agentes,<br />
anteriormente prósperos. Em sequência, <strong>de</strong>ste<br />
turbilhão <strong>de</strong> incompetências, <strong>de</strong>magogias e erros<br />
estratégicos políticos, milhares <strong>de</strong> empresários, vão<br />
encerrando as portas, muitas vezes resistindo até à<br />
exaustão, consumindo todas as suas economias na<br />
esperança <strong>de</strong> dias melhores, acabando por não<br />
conseguir pagar impostos e segurança social. E o<br />
que fazem os políticos, verda<strong>de</strong>iros responsáveis<br />
por esta situação? Com as prerrogativas a que se<br />
auto-atribuem, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m que os empresários <strong>de</strong>vem<br />
ser tratados como criminosos e, para além <strong>de</strong> lhes<br />
confiscarem o património, ainda os ameaçam com<br />
ca<strong>de</strong>ia. Em vez <strong>de</strong> estarem a ser julgados, os<br />
verda<strong>de</strong>iros criminosos andam por aí a estudar<br />
filofantasias e a ocupar cargos importantes no<br />
sistema nacional e internacional, com todas as<br />
mordomias inerentes, incluindo viaturas e<br />
motoristas privados, continuando a gastar à tripaforra.<br />
Enquanto isso, passaram a intimidar as suas<br />
vítimas, em vergonhosos processos <strong>de</strong> contornos<br />
persecutórios e confiscatórios que, não sendo mais<br />
do que a aplicação da sua vonta<strong>de</strong> sinistra,<br />
<strong>de</strong>savergonhadamente apelidam <strong>de</strong>, lei. Ajudados<br />
pela ganância <strong>de</strong> um sistema financeiro<br />
<strong>de</strong>sregulado, colocaram Portugal e outros povos<br />
numa situação complicadíssima <strong>de</strong> proporções<br />
imprevisíveis. Vamos pois colocar as coisas no seu<br />
lugar: Os criminosos são vocês, não nós,<br />
empresários e povo que trabalha. Tratem, pois, <strong>de</strong><br />
corrigir a “lei”.<br />
Empresário<br />
conseguir financiar-se? Pela minha parte perceciono<br />
este mercado como um polvo, um enorme polvo que<br />
continuando a pertencer à classe Cefalópo<strong>de</strong> (um<br />
cérebro com pés), <strong>de</strong>ixa a or<strong>de</strong>m Octópo<strong>de</strong> (com oito<br />
pés) criando mais e mais pés sempre que nos países<br />
os governos tratam os respetivos povos não como<br />
pessoas, mas como meios para negociarem nos<br />
mercados. E <strong>de</strong> facto o que somos nós hoje, se não<br />
apenas coisas dispensáveis, vidas a quem se agrafa<br />
uma etiqueta com um preço! Dizem os freudianos<br />
que há vários tipos <strong>de</strong> medo, mas que o pior <strong>de</strong>les é<br />
aquele que resulta <strong>de</strong> nos sentirmos culpados pela<br />
situação que nos ameaça. Dizem que esse medo nos<br />
paralisa. E é verda<strong>de</strong>! Andamos ou não com esse<br />
medo? Se não, o que nos leva a aceitar docilmente e<br />
sem revolta, que alguém an<strong>de</strong> a trocar a nossa<br />
dignida<strong>de</strong> por um preço necessário a figurar na folha<br />
<strong>de</strong> cálculo <strong>de</strong> um qualquer mercador? Quem sabe se<br />
não residirá nesta situação, <strong>de</strong> assunção <strong>de</strong><br />
dignida<strong>de</strong> humana perdida, a causa para<br />
regressarmos à nossa condição animal e muitos <strong>de</strong><br />
nós passarmos a enten<strong>de</strong>r o abate <strong>de</strong> um animal que<br />
mata uma criança, como uma ameaça às nossas<br />
próprias vidas! E é nesta situação insustentável que<br />
eu ando à procura <strong>de</strong> caminhos. Se para mim faz<br />
sentido que no reino dos fins, tudo tenha, ou um<br />
preço ou uma dignida<strong>de</strong>, eu não prescindo <strong>de</strong> agir<br />
para que todos estejamos no tudo que tem<br />
dignida<strong>de</strong>. Por on<strong>de</strong> começar? Assim, com um grito:<br />
Viva a Constituição da República Portuguesa! Com<br />
muita emoção e razão, façamo-la viver.<br />
Professora<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 17<br />
Teorias Rurais<br />
Francisco<br />
Freire<br />
Ao Sábado e ao Domingo<br />
calam-se as pedreiras.<br />
Durante a semana<br />
aquilo é mais alegre, e<br />
sempre <strong>de</strong>scem ambulâncias<br />
com umas pernas retalhadas e<br />
umas costas amolgadas,<br />
lembrando outras coisas<br />
entretanto perdidas nas lagoas<br />
adjacentes. A pedra, como a<br />
batata, já dá pouco rendimento.<br />
Para o peso que tem, não dá<br />
mesmo quase nada. Mas numa<br />
serra sem terra, não temos<br />
outro remédio. A semana<br />
passada, antes da higiénica<br />
tempesta<strong>de</strong>, um tipo sem<br />
travões veio parar <strong>de</strong>ntro do<br />
café, pisou 20 carros antes <strong>de</strong><br />
entrar e pedir outra Macieira.<br />
Qualquer dia ainda o levam<br />
preso, a ele e aos outros calões<br />
que se recusam a emigrar para a<br />
colónia <strong>de</strong> Angola (on<strong>de</strong> há sol e<br />
bom marisco), e que preferem<br />
antes retirar-se para a prisão-<br />
-escola. Eles bem querem<br />
plantar e colher, mas não há<br />
condições, o vento não <strong>de</strong>ixa, e<br />
assim se alcançam estes<br />
paupérrimos resultados. Cabras<br />
e mandriões, a serra está cheia<br />
<strong>de</strong>les! Nas planícies, lá em<br />
baixo, já curtiram o estrume e já<br />
andam a semear alhos, favas e<br />
rabanetes; aqui em cima ainda<br />
querem que eu vá fazer mais<br />
azeite!? Já se sabe o que a casa<br />
gasta, e não tenho outro<br />
remédio senão ir para o lagar<br />
prensar azeitona. De certeza<br />
que na Angola também há<br />
tempesta<strong>de</strong>s, mas lá não têm<br />
pedreiras, senão até mandava<br />
uns CV's. A dormir não vamos<br />
lá! As cepas já estão a ficar<br />
marrecas e daqui a umas<br />
semanas já as vou podar. Há<br />
esperança <strong>de</strong> conseguir sair<br />
daqui outra vez, quando a<br />
chuva seguir viagem (não sei<br />
para on<strong>de</strong>) e o sol voltar a sorrir.<br />
Com este tempo, nem as silvas,<br />
nem as canas - sempre<br />
atrevidas – aparecem por cá.<br />
Entretanto vou afiando a<br />
gadanha, a espingarda já está<br />
bem oleada. Tenho umas<br />
tábuas para meter na porta do<br />
curral, antes do boi se <strong>de</strong>cidir a<br />
partir aquilo tudo outra vez. O<br />
ano passado queimei 18<br />
cartuchos antes <strong>de</strong>le voltar a<br />
entrar. Está visto que não é <strong>de</strong><br />
falas mansas. Não é um boi<br />
violento, mas gosta <strong>de</strong> pregar<br />
sustos, e às vezes nem parece<br />
um ruminante. Da maneira que<br />
isto caminha, se não me mexo,<br />
qualquer dia nem tenho<br />
dinheiro para os chumbos. Para<br />
combater o frio é preciso<br />
alguma criativida<strong>de</strong> e muita<br />
ambição pessoal, requisitos que<br />
não me faltam, como<br />
facilmente se nota.<br />
Investigador Associado,<br />
CRIA/FCSH-UNL
18 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Economia<br />
Empresas disponíveis para ajudar<br />
colaboradores em dificulda<strong>de</strong>s<br />
Apoios Muitos trabalhadores encontram junto da entida<strong>de</strong> patronal uma 'bóia <strong>de</strong> salvação' em<br />
situações <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s. Algumas empresas têm vindo a reforçar os apoios <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o agudizar da crise<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Num momento em que muitos trabalhadores<br />
enfrentam dificulda<strong>de</strong>s<br />
económicas, que po<strong>de</strong>rão agravarse<br />
já a partir do fim do mês, quando<br />
os salários sofrerem um corte por via<br />
do aumento da taxa <strong>de</strong> IRS, são muitas<br />
vezes as empresas que ajudam,<br />
criando ou reforçando apoios existentes<br />
no âmbito da sua política <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> social.<br />
As empresas ouvidas pelo JORNAL<br />
DE LEIRIA mostram-se disponíveis<br />
para apoiar os seus colaboradores,<br />
conscientes da importância do seu<br />
bem estar para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
própria empresa.<br />
“Não obstante não possuir um fundo<br />
especifico para o efeito, o Grupo LN<br />
contempla na sua política <strong>de</strong> recursos<br />
humanos disponibilida<strong>de</strong> para apoio<br />
aos seus colaboradores em casos críticos<br />
ou <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s que pontualmente<br />
possam sentir”, aponta<br />
Natália Valinha. A presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração acrescenta<br />
que, “com o agravar da conjuntura, e<br />
tendo percepção das dificulda<strong>de</strong>s<br />
que possam surgir em termos sociais<br />
no seio dos seus colaboradores”,<br />
o grupo “reforçou o seu papel neste<br />
âmbito, criando internamente maior<br />
envolvimento do <strong>de</strong>partamento recursos<br />
humanos, no intuito <strong>de</strong> diagnosticar<br />
e agir <strong>de</strong> forma célere em prol<br />
<strong>de</strong> situações que se revelem <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>”.<br />
Acrescenta que até hoje o<br />
grupo “não tem <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> ficar sensível<br />
a estas situações, dando ênfase<br />
à sua responsabilida<strong>de</strong> social, vertente<br />
fundamental e crucial para o seu <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />
“Des<strong>de</strong> o início da crise 2008/2009<br />
temos <strong>de</strong>dicado uma especial atenção<br />
às necessida<strong>de</strong>s dos colaboradores”,<br />
aponta Paulo Pinto. O director da<br />
Redcats (La Redoute) refere que,<br />
“sempre que solicitado”, a empresa<br />
provi<strong>de</strong>ncia adiantamento <strong>de</strong> vencimento<br />
e/ou subsídios <strong>de</strong> férias/Natal,<br />
apoio na gestão pessoal, nomeadamente<br />
na reestruturação <strong>de</strong> dívidas,<br />
apoio psicológico em situações graves<br />
(por exemplo a morte <strong>de</strong> um familiar)<br />
e apoio legal através do advogado da<br />
empresa.<br />
“A política <strong>de</strong> recursos humanos da<br />
Redcats assenta particularmente no<br />
bem estar do colaborador e, neste sentido,<br />
os benefícios sociais assumem<br />
um papel prepon<strong>de</strong>rante”. Paulo Pinto<br />
acrescenta que se preten<strong>de</strong> “manter<br />
os apoios existentes e gerir as necessida<strong>de</strong>s<br />
caso a caso”.<br />
Os números<br />
1000<br />
trabalhadores são apoiados pelo<br />
Fundo <strong>de</strong> Emergência Social <strong>de</strong><br />
dois milhões <strong>de</strong> euros criado<br />
pela Jerónimo Martins<br />
1350<br />
euros <strong>de</strong> salário mensal: quem<br />
auferia menos queeste valor no<br />
Santan<strong>de</strong>r Totta viu o salário ser<br />
aumentado<br />
A Umbelino Monteiro “coloca a<br />
tónica” na saú<strong>de</strong> e bem estar dos colaboradores,<br />
por isso proporciona,<br />
<strong>de</strong> forma gratuita, semanalmente,<br />
consultas médicas na empresa para o<br />
colaborador e membros da família.<br />
“Este ano o plano <strong>de</strong> exames médicos<br />
individuais vai ser alargado, para que<br />
os serviços médicos disponham <strong>de</strong><br />
mais meios <strong>de</strong> diagnóstico precoce”,<br />
diz Teresa Monteiro. A directora-<br />
-geral acrescenta que há ainda um<br />
protocolo com um ginásio que permite<br />
aos funcionários beneficiarem<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos.<br />
“Com o objectivo <strong>de</strong> aumentar a<br />
protecção individual e da família, todos<br />
os funcionários têm um seguro <strong>de</strong><br />
vida”, diz a responsável. A empresa<br />
oferece ainda um incentivo finan-<br />
ceiro à natalida<strong>de</strong> (cujo valor não foi<br />
revelado) e tem um protocolo com<br />
uma loja <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> infância que<br />
proporciona <strong>de</strong>scontos aos funcionários<br />
da Umbelino. A empresa dá formação<br />
a todos os colaboradores, por<br />
a consi<strong>de</strong>rar um “pilar estratégico”, e<br />
estabeleceu um protocolo com uma<br />
empresa que conce<strong>de</strong> preços mais<br />
vantajosos aos funcionários nas suas<br />
acções <strong>de</strong> formação.<br />
Além <strong>de</strong> medicina no trabalho, a<br />
Famol<strong>de</strong> disponibiliza há “largos<br />
anos” um médico <strong>de</strong> medicina curativa<br />
semanalmente. Tem protocolos<br />
com farmácias e analistas que<br />
permitem aos seus funcionários ter<br />
“benefícios quer a nível económico<br />
quer <strong>de</strong> comodida<strong>de</strong>”, refere Miriam<br />
Martins.<br />
inCentea apresenta livro com história da empresa<br />
Viagem à Essência é o nome do livro que a inCentea<br />
apresenta hoje, pelas 18 horas, na Arquivo,<br />
em <strong>Leiria</strong>. É o “registo para memória futura dos<br />
principais acontecimentos e pessoas que ao longo<br />
<strong>de</strong>stes 25 anos fizeram a inCentea <strong>de</strong> hoje”.<br />
ACEGE recomenda<br />
Empresas <strong>de</strong>vem ser<br />
“anel <strong>de</strong> segurança”<br />
Para a Associação Cristã <strong>de</strong><br />
Empresários e Gestores (ACEGE),<br />
as empresas <strong>de</strong>vem accionar<br />
“sistemas confi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> autodiagnóstico<br />
social, que captem as<br />
situações pessoais e familiares<br />
mais graves” dos colaboradores. O<br />
presi<strong>de</strong>nte da associação, citado<br />
pelo Expresso, enten<strong>de</strong> que a<br />
“vocação natural” das<br />
comunida<strong>de</strong>s empresariais é<br />
“serem um terceiro anel <strong>de</strong><br />
segurança”: o primeiro <strong>de</strong>ve ser o<br />
próprio indivíduo e o segundo a<br />
família. Para a secretária-geral da<br />
BCSD Portugal,conselho<br />
empresarial para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento sustentável, “as<br />
empresas têm plena consciência da<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir mais longe e<br />
<strong>de</strong> ter uma resposta alargada para<br />
um problema que não é apenas da<br />
sua organização, mas da<br />
socieda<strong>de</strong>”.<br />
“Também a nível da saú<strong>de</strong> mental<br />
existe espaço para os colaboradores<br />
exporem eventuais preocupações e,<br />
em caso <strong>de</strong> ter influência tanto a nível<br />
pessoal como no trabalho, são sugeridos<br />
profissionais especializados”.<br />
A directora <strong>de</strong> recursos humanos explica<br />
que “todos os colaboradores<br />
passam gran<strong>de</strong> parte do seu tempo<br />
diário no local <strong>de</strong> trabalho e, por isso,<br />
este <strong>de</strong>ve ser potencializador <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
mental. “O <strong>de</strong>sgaste laboral é por<br />
vezes acentuado e difícil <strong>de</strong> conciliar<br />
com a vida familiar, social e escolar”.<br />
“Oficialmente” não tem mecanismos<br />
<strong>de</strong> apoio social, mas a Yudo está<br />
sempre atenta e disposta a apoiar os<br />
seus colaboradores, garante José Dantas.<br />
O responsável aponta o caso <strong>de</strong><br />
dois funcionários que estavam com<br />
dificulda<strong>de</strong>s económicas, um já com<br />
a luz cortada e outro com problemas<br />
relacionados com o crédito bancário,<br />
a quem foram adiantados os subsídios<br />
<strong>de</strong> Natal. A empresa está a equacionar<br />
criar um fundo <strong>de</strong> apoio para minimizar<br />
os impactos dos cortes dos salários<br />
<strong>de</strong>vido às novas taxas <strong>de</strong> IRS.<br />
Os Estaleiros Navais <strong>de</strong> Peniche<br />
mantêm a “política <strong>de</strong> sempre”, que<br />
assenta em “procurar acudir a situações<br />
colocadas pelos trabalhadores”,<br />
a quem em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> é feito<br />
um “avanço por conta <strong>de</strong> remunerações<br />
futuras”.
Economia<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 19<br />
Amado da Silva recordou na Nerlei amigo falecido há um ano<br />
Ribeiro Vieira, um homem<br />
<strong>de</strong> acção que dizia o que pensava<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ O gosto pela leitura e pela aprendizagem<br />
foi uma das características<br />
<strong>de</strong> José Ribeiro Vieira recordadas<br />
anteontem pelo amigo Amado<br />
da Silva numa conferência realizada<br />
nas instalações da Nerlei, <strong>de</strong><br />
que era presi<strong>de</strong>nte quando faleceu,<br />
há um ano. O reitor da Universida<strong>de</strong><br />
Autónoma <strong>de</strong> Lisboa<br />
lembrou o homem <strong>de</strong> acção que<br />
dizia o que pensava, que “era humil<strong>de</strong>”<br />
e tinha um vincado “sentido<br />
<strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>”.<br />
Amado da Silva disse que o traço<br />
mais comum que encontrou<br />
nas diversas opiniões sobre Ribeiro<br />
Vieira foi a sua enorme cultura.<br />
“Curiosamente não foi a sua capacida<strong>de</strong><br />
empresarial, que muitos<br />
associavam à intuição”, apontou. O<br />
orador <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que o “empresário<br />
tem <strong>de</strong> saber lidar com as pessoas,<br />
e isso exige uma base cultural<br />
muito gran<strong>de</strong>, exige perceber<br />
que os outros também existem,<br />
que são iguais a nós, na dignida<strong>de</strong>,<br />
e diferentes, nas suas vertentes, na<br />
maneira <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong> estar”. Para<br />
Amado da Silva, Ribeiro Vieira tinha<br />
isso <strong>de</strong> forma “muito salutar,<br />
não era vaidoso”. Pelo contrário,<br />
“era humil<strong>de</strong>”.<br />
O reitor da Autónoma <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />
que “a humilda<strong>de</strong> é o cimento da<br />
<strong>de</strong>mocracia”. “Sem humilda<strong>de</strong> não<br />
há <strong>de</strong>mocracia, sem humilda<strong>de</strong><br />
não há espírito <strong>de</strong> equipa. É a humilda<strong>de</strong><br />
que garante que quem<br />
tem <strong>de</strong> tomar as <strong>de</strong>cisões finais o<br />
faz com o credo na boca, mesmo<br />
sabendo que está a correr um risco,<br />
porque não há certezas”.<br />
Numa conversa informal e <strong>de</strong>scontraída,<br />
Amado da Silva recordou<br />
os tempos em que andaram<br />
juntos no Liceu <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, “que era<br />
fantástico”, contando algumas histórias<br />
com humor, lamentando<br />
que este se esteja a per<strong>de</strong>r e frisando<br />
que o humor “é importante<br />
na gestão”. Ribeiro Vieira “tinha-<br />
-o”. “E tinha sobretudo o sentido<br />
Reitor da Autónoma (à esq.) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “humilda<strong>de</strong> é o cimento da <strong>de</strong>mocracia”<br />
D. Dinis Business School<br />
Veiga Simão presi<strong>de</strong> ao Conselho Superior<br />
Tomou posse na terça-feira o<br />
Conselho Superior da D. Dinis<br />
Business School, presidido por<br />
Veiga Simão (na foto), que referiu<br />
esperar que este projecto contribua<br />
para, “honrando o passado, colocar<br />
a região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> na frente do<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e do <strong>de</strong>sígnio<br />
nacional da internacionalização”.<br />
Integram ainda este órgão Alzira<br />
Marques, Amado da Silva, Ana<br />
Sargento, Gabriel Silva, Hél<strong>de</strong>r<br />
Roque, Henrique Neto, Joaquim<br />
Menezes, Jorge Santos, Luís<br />
Amado, Luís Reto, Nuno Mangas,<br />
Rosa Pedrosa e Rui Filinto. O<br />
presi<strong>de</strong>nte da Nerlei afirmou que a<br />
escola vai servir os empresários da<br />
região Centro. Quanto aos <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, lembrou que “são<br />
reconhecidos pelo seu<br />
empreen<strong>de</strong>dorismo e pela<br />
apetência pelo risco”, mas<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que <strong>de</strong>vem ser também<br />
“conhecidos pelas suas<br />
competências e qualificações”. A<br />
Business School surge num<br />
momento “cada vez mais difícil”<br />
para os negócios, mas existe a<br />
consciência <strong>de</strong> que a “qualificação<br />
assume um papel importante” e<br />
que é preferível agir do que<br />
“protestar contra o vento ou<br />
esperar que ele passe”.<br />
Amanhã <strong>de</strong> manhã na Nerlei<br />
Ministro da Economia <strong>de</strong>bate reindustrialização<br />
❚ A Associação Empresarial da Região<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> recebe amanhã, pelas<br />
10:30 horas, nas suas instalações,<br />
o ministro da Economia e<br />
Inovação. A visita <strong>de</strong> Álvaro Santos<br />
Pereira insere-se na iniciativa Encontros<br />
com os Sectores, que o seu<br />
ministério está a promover no âm-<br />
bito da <strong>de</strong>finição da Estratégia para<br />
a Reindustrialização, consi<strong>de</strong>rada<br />
“um dos pilares da agenda <strong>de</strong> crescimento<br />
sustentável para o País,<br />
perspectivando uma política a médio<br />
e a longo prazo”. Os convidados<br />
para este encontro são entida<strong>de</strong>s<br />
(associações empresariais, centros<br />
e pólos tecnológicos e universida<strong>de</strong>s)<br />
e empresas ligadas ao Cluster<br />
Habitat (fileira casa), que irão <strong>de</strong>bater<br />
os factores chave para este<br />
processo <strong>de</strong> reindustrialização em<br />
Portugal “contribuindo <strong>de</strong>cisivamente<br />
para enriquecer a discussão”.<br />
RICARDO GRAÇA<br />
da amiza<strong>de</strong>. E isso é muito relevante.<br />
Ela não custa dinheiro e<br />
não cobra nada. Nunca cobrámos<br />
nada um ao outro e continuamos<br />
amigos, cada um no seu sítio”,<br />
apontou.<br />
Lembrou que o amigo tinha<br />
como referência o padre António<br />
Vieira, quer era um “homem <strong>de</strong> acção,<br />
que não tinha medo nem receio,<br />
nada se lhe metia pela frente”.<br />
Ribeiro Vieira “era <strong>de</strong>sse mesmo<br />
tipo”. Referindo que muitas vezes<br />
as pessoas têm medo <strong>de</strong> dizer<br />
e <strong>de</strong> escrever o que pensam, Amado<br />
da Silva lembrou que não era o<br />
caso <strong>de</strong> Ribeiro Vieira, citando a<br />
propósito uma das suas crónicas<br />
sobre os fundos comunitários.<br />
Jorge Santos, presi<strong>de</strong>nte da Nerlei,<br />
recordou o seu antecessor como<br />
um “ilustre homem <strong>de</strong> causas,<br />
para quem o ensino e a economia<br />
eram duas faces da mesma moeda,<br />
catalisadores das regiões e das socieda<strong>de</strong>s”.<br />
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20 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Economia<br />
Nos últimos meses fecharam vários espaços emblemáticos<br />
Encerramento <strong>de</strong> lojas fragiliza<br />
centro da cida<strong>de</strong><br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ É o exemplo mais recente <strong>de</strong> uma<br />
tendência que se verifica há meses.<br />
A In!, uma das lojas emblemáticas<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, fechou as portas há duas<br />
semanas, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> nove anos <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong>. Engrossa assim o<br />
número <strong>de</strong> espaços comerciais<br />
encerrados no centro da cida<strong>de</strong>,<br />
com impactos na sua dinâmica e<br />
imagem, aponta o geógrafo Herculano<br />
Cachinho.<br />
A Casa dos Cafés, junto à Praça<br />
Rodrigues Lobo, o Kanto do Livro,<br />
neste local, livraria técnica que tinha<br />
aberto há pouco mais <strong>de</strong> um<br />
ano, são outros exemplos <strong>de</strong> lojas<br />
fechadas na cida<strong>de</strong>, que já tinha<br />
visto encerrar outros espaços emblemáticos<br />
como a Massimo Dutti,<br />
a Porta 6 ou a Creaminal.<br />
No Largo 5 <strong>de</strong> Outubro fechou recentemente<br />
uma loja <strong>de</strong> lingerie<br />
que existia há décadas. Álvaro Sousa<br />
justifica este <strong>de</strong>sfecho com a<br />
quebra no negócio. “Tive muitas<br />
vezes prejuízos mensais”. Garante<br />
que o incomoda ter <strong>de</strong> fechar as<br />
portas, mas frisa que o comércio da<br />
cida<strong>de</strong> está “um bocadinho ao<br />
abandono” porque os clientes não<br />
têm po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra. “Olham mas<br />
não entram nas lojas nem compram”.<br />
“A retracção nas vendas que se<br />
tem vindo a registar nos últimos<br />
meses e que não se perspectiva que<br />
A reindustrialização <strong>de</strong> Portugal<br />
Opinião<br />
Manuel<br />
Gomes<br />
A In! fechou há duas semanas<br />
Herculano Cachinho<br />
Dinâmica “transfere-se para o shopping”<br />
A existência <strong>de</strong> “muitos<br />
espaços vazios no centro da<br />
cida<strong>de</strong>” <strong>de</strong>ixa apreensivo<br />
Herculano Cachinho, geógrafo<br />
que nos últimos meses esteve<br />
em <strong>Leiria</strong> por várias vezes para<br />
escrever o capítulo O centro <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> no passado, no presente<br />
e no futuro, que integra o livro<br />
A nova vida do velho centro. O<br />
especialista em urbanismo diz<br />
Oministro da Economia parece que<br />
constatou a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolver os<br />
problemas económicos e financeiros do<br />
País apenas com austerida<strong>de</strong>. Também não<br />
era difícil chegar a essa conclusão olhando para a<br />
realida<strong>de</strong> dos resultados obtidos pela actual<br />
governação, por muito que se <strong>de</strong>seje transformar<br />
<strong>de</strong>rrotas em vitórias como acontece no futebol.<br />
Tendo-se feito luz no pensamento <strong>de</strong> Álvaro Santos<br />
Pereira, este tem-se empenhado nos últimos meses<br />
na criação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> reindustrialização <strong>de</strong><br />
Portugal <strong>de</strong>sdobrando-se, para o efeito, em<br />
inúmeros contactos com os parceiros sociais<br />
nacionais e com políticos europeus. Ainda bem!<br />
Também Cavaco Silva, parte <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />
lí<strong>de</strong>res europeus que, a certa altura, enten<strong>de</strong>ram<br />
que a indústria europeia (e já agora a agricultura)<br />
era para acabar, guinando a Europa para uma<br />
economia <strong>de</strong>smaterializada <strong>de</strong> serviços, vem agora<br />
apoiar esta opção <strong>de</strong> Álvaro Santos Pereira. Nunca é<br />
tar<strong>de</strong> para o arrependimento! Partindo do princípio<br />
que o Chefe Gaspar o <strong>de</strong>ixará sonhar alto em<br />
termos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> algo visível e útil para a vida<br />
dos cidadãos e para a promoção do crescimento,<br />
resta a interrogação <strong>de</strong> saber qual será o conceito<br />
RICARDO GRAÇA<br />
que em <strong>Leiria</strong> “gran<strong>de</strong> parte<br />
das dinâmicas estão a<br />
transferir-se para o shopping, o<br />
que era <strong>de</strong> esperar”. E lembra<br />
que o fecho <strong>de</strong> lojas na cida<strong>de</strong><br />
tem impactos “muito gran<strong>de</strong>s”.<br />
Se não houver novas aberturas,<br />
“a imagem do centro agrava-se<br />
e isso reflecte-se no abandono”<br />
do espaço por parte dos<br />
consumidores.<br />
<strong>de</strong> reindustrialização nos dias <strong>de</strong> hoje, em<br />
Portugal. Será uma indústria baseada na mão-<br />
-<strong>de</strong>-obra barata e no empobrecimento geral dos<br />
portugueses como preten<strong>de</strong>, aparentemente, o<br />
FMI? Nunca conseguiremos competir, nesta<br />
base, com muitos outros países em termos <strong>de</strong><br />
custos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra. Quando o ministro da<br />
Economia vem dizer que <strong>de</strong>vemos “apostar<br />
naquilo em que fomos bons durante muitos anos<br />
e que, por erro <strong>de</strong> política económica<br />
negligenciámos” fico um pouco apreensivo.<br />
Fomos bons em quê? Na produção a feitio <strong>de</strong><br />
confecções e calçado a preços baratos, apoiada<br />
pela inflação <strong>de</strong>slizante mensal no tempo do<br />
escudo? Portugal precisa <strong>de</strong> indústrias que<br />
possam gerar alto valor acrescentado, ou seja,<br />
suportadas por investigação, <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
engenharia e alavancadas por gran<strong>de</strong>s empresas<br />
que garantam a sustentabilida<strong>de</strong> das<br />
exportações. Apoie-se o futuro retirando-se<br />
lições criativas do passado. Aguar<strong>de</strong>mos, pois,<br />
pela boa-nova do ministro lá para finais <strong>de</strong><br />
Fevereiro, segundo parece.<br />
Economista<br />
venha a melhorar a breve prazo” é<br />
também a principal razão para que<br />
a João Ratão passe entretanto para<br />
<strong>de</strong>ntro da Stop.<br />
“As medidas <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong> que<br />
estão a ser implementadas diminuíram<br />
consi<strong>de</strong>ravelmente o po<strong>de</strong>r<br />
<strong>de</strong> compra das famílias, levandoas<br />
a optar por artigos mais em conta,<br />
sobretudo quando se trata -<br />
como é o caso da João Ratão - <strong>de</strong><br />
vestuário <strong>de</strong> criança, em que as<br />
roupas têm um período <strong>de</strong> uso<br />
mais curto. Por outro lado, as marcas/lojas<br />
<strong>de</strong> adulto cada vez mais<br />
comercializam também roupa <strong>de</strong><br />
criança, pelo que haverá uma tendência<br />
para reduzir as lojas especializadas<br />
neste público”, aponta<br />
Álvaro Albino.<br />
O também presi<strong>de</strong>nte da Acilis vê<br />
com “muita apreensão” o fecho<br />
<strong>de</strong> lojas. “Para a dinâmica <strong>de</strong> qualquer<br />
cida<strong>de</strong> é importante a manutenção<br />
<strong>de</strong> um comércio <strong>de</strong> rua forte<br />
e competitivo, que atraia público<br />
e que gere emprego e receitas locais”.<br />
O dirigente diz que “o vizinho<br />
do lado <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser concorrente<br />
para ser aliado, pelo que o<br />
encerramento <strong>de</strong> lojas no centro<br />
enfraquece o comércio e <strong>de</strong>sertifica<br />
ainda mais a cida<strong>de</strong>”.<br />
Por isso, “é importante que os comerciantes<br />
se unam e que as entida<strong>de</strong>s<br />
com responsabilida<strong>de</strong> na<br />
gestão do espaço público incentivem<br />
e promovam a revitalização<br />
dos centros urbanos”.<br />
Veja mais<br />
anúncios<br />
<strong>de</strong><br />
imobiliário<br />
na página<br />
24<br />
Para saber<br />
como<br />
anunciar na<br />
secção <strong>de</strong><br />
classificados<br />
do <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> ligue<br />
244 800400<br />
<strong>Leiria</strong> Workshop<br />
ensina a conciliar<br />
família e trabalho<br />
A importância da conciliação da<br />
vida profissional e familiar para o<br />
sucesso empresarial é o nome do<br />
workshop que se realiza no<br />
próximo dia 29, pelas 18:30 horas,<br />
no auditório do Grupo Cobertura<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, no 11º piso do<br />
centro comercial D. Dinis, em<br />
<strong>Leiria</strong>. O evento é organizado pelo<br />
núcleo da Associação Cristã <strong>de</strong><br />
Empresários e Gestores e será<br />
coor<strong>de</strong>nado por Laura Sánchez<br />
Pardos, da Fundación Más<br />
Familia. Insere-se no âmbito do<br />
Programa AconteSER: Li<strong>de</strong>rar com<br />
Responsabilida<strong>de</strong>, que visa apoiar<br />
os lí<strong>de</strong>res das PME a <strong>de</strong>senvolver<br />
práticas <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança responsável,<br />
“essenciais ao sucesso das suas<br />
empresas”. O workshop é gratuito,<br />
mas <strong>de</strong> inscrição obrigatória.<br />
Porto <strong>de</strong> Mós Moinhos<br />
Velhos apresenta<br />
plano <strong>de</strong> recuperação<br />
A Têxteis Moinhos Velhos, empresa<br />
situada em Mira <strong>de</strong> Aire, em Porto<br />
<strong>de</strong> Mós, e que se apresentou à<br />
insolvência no passado mês <strong>de</strong><br />
Novembro, reúne-se em<br />
assembleia <strong>de</strong> credores amanhã,<br />
pelas 10 horas, no Tribunal <strong>de</strong><br />
Porto <strong>de</strong> Mós. Jorge Faustino,<br />
nomeado pelo tribunal como<br />
administrador da insolvência,<br />
explica que a sua proposta é no<br />
sentido da recuperação daquela<br />
empresa, sugerindo a reformulação<br />
do plano <strong>de</strong> insolvência, orientado<br />
para a reestruturação, que a própria<br />
Têxteis Moinhos Velhos elaborou<br />
em Novembro. A empresa<br />
encontra-se em activida<strong>de</strong> há mais<br />
<strong>de</strong> 40 anos e emprega cerca <strong>de</strong> 100<br />
trabalhadores.<br />
Caldas da Rainha<br />
Seminário divulga<br />
incentivos às<br />
empresas<br />
Empresas portuguesas em 2013 é<br />
o nome do seminário que se<br />
realiza na próxima quarta-feira, a<br />
partir das 14:30 horas, no<br />
auditório da Expoeste, em Caldas<br />
da Rainha. Organizado pela<br />
Associação Industrial da Região<br />
Oeste, o evento conta com a<br />
presença <strong>de</strong> Franquelim Alves,<br />
gestor do Compete, que falará<br />
sobre incentivos às empresas,<br />
financiamento e capital <strong>de</strong> risco.<br />
Paula Silvestre, coor<strong>de</strong>nadora do<br />
projecto Formação PME/AEP,<br />
falará sobre o mesmo. Está<br />
prevista ainda a apresentação da<br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social<br />
da AIRO e do ciclo <strong>de</strong> workshops<br />
para este ano.
Economia<br />
Escola profissional da área das terapêuticas não convencionais<br />
IMT abre em <strong>Leiria</strong> com cursos<br />
<strong>de</strong> “elevada empregabilida<strong>de</strong>”<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Massoterapia/técnicos auxiliares<br />
<strong>de</strong> fisioterapia é um dos cursos que o<br />
Instituto <strong>de</strong> Medicina Tradicional<br />
(IMT) vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já ministrar em <strong>Leiria</strong>,<br />
on<strong>de</strong> sábado inaugurou um espaço.<br />
Este é, segundo Fânia Gomes,<br />
responsável da <strong>de</strong>legação, um dos<br />
cursos profissionais com mais procura<br />
no IMT. Fre<strong>de</strong>rico Carvalho acrescenta<br />
que é igualmente um dos que<br />
“dá gran<strong>de</strong>s garantias <strong>de</strong> emprego”.<br />
O director <strong>de</strong> formação frisa que o IMT<br />
está acreditado pela Direcção Geral do<br />
Emprego e das Relações <strong>de</strong> Trabalho<br />
e que a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> vai ter, no<br />
primeiro ano <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>, pelo<br />
menos <strong>de</strong>z formadores, já que os<br />
horários <strong>de</strong> funcionamento são alargados<br />
e incluem o fim-<strong>de</strong>-semana.<br />
Gran<strong>de</strong> parte dos cursos estão vocacionados<br />
para jovens com o 9º ano,<br />
que preten<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r uma profissão.<br />
Mas não dão equivalência ao<br />
12º ano. “O que garantem é elevada<br />
empregabilida<strong>de</strong>”, sustenta aquele<br />
responsável. Os cursos são pagos,<br />
sendo a mensalida<strong>de</strong> média na or<strong>de</strong>m<br />
dos 150 euros.<br />
O IMT <strong>de</strong>senvolve formação na área<br />
da Medicina Tradicional, Complementar<br />
e Alternativa, sendo o “instituto<br />
português com maior leque <strong>de</strong><br />
cobertura a este nível, oferecendo<br />
formação <strong>de</strong> longa duração, organizada<br />
em mol<strong>de</strong>s idênticos a cursos su-<br />
A vereadora Isabel Gonçalves marcou presença na inauguração<br />
periores na área da saú<strong>de</strong>, cursos<br />
profissionais <strong>de</strong> média e curta duração,<br />
pós-graduações, workshops,<br />
cursos livres e seminários”.<br />
Reflexologia, Shiatsu, Tui-Na, massagens<br />
Ayurvédica e Desportiva são<br />
alguns dos cursos a disponibilizar<br />
em <strong>Leiria</strong> numa primeira fase. Depois<br />
haverá outros como Osteopatia,<br />
Acupunctura e Técnicas Manipulativas.<br />
“O IMT tem ofertas para diversos<br />
tipos <strong>de</strong> procura. Há cursos mais ori-<br />
entados para jovens à procura do<br />
primeiro emprego ou <strong>de</strong>sempregados<br />
que querem entrar num mercado <strong>de</strong><br />
trabalho em crescimento e com capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> absorção, como é o caso,<br />
por exemplo, dos massagistas e técnicos<br />
auxiliares <strong>de</strong> fisioterapia em<br />
clínicas <strong>de</strong> reabilitação, SPA, ginásios,<br />
cruzeiros, unida<strong>de</strong>s hoteleiras”,<br />
explica Fânia Gomes.<br />
“Também há ofertas para profissionais<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e bem-estar que se<br />
RAQUEL DE SOUSA SILVA<br />
Investimento <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> euros<br />
Derovo <strong>de</strong> Proença-a-Nova arranca em Março<br />
❚Arranca no final <strong>de</strong> Março a<br />
unida<strong>de</strong> da Derovo em Proença-a-<br />
-Nova, que tem capacida<strong>de</strong> para albergar<br />
um milhão <strong>de</strong> galinhas, que<br />
<strong>de</strong>verão produzir por ano 290 milhões<br />
<strong>de</strong> ovos, que serão comercializados<br />
em fresco e pré-pasteurizados,<br />
para posterior transformação.<br />
Inicialmente estimado em 28 milhões<br />
<strong>de</strong> euros, o projecto foi alvo <strong>de</strong><br />
alguns ajustes e o investimento <strong>de</strong>verá<br />
situar-se nos 20 milhões, revelou<br />
ao JORNAL DE LEIRIA Amândio<br />
Santos, administrador do grupo<br />
sediado em Pombal. O complexo da<br />
Derovo em Proença-a-Nova conta<br />
com 11 pavilhões.<br />
O projecto cria entre 60 e 70<br />
postos <strong>de</strong> trabalho e o recrutamento<br />
<strong>de</strong>verá ocorrer em Feverei-<br />
ro, sendo que os resi<strong>de</strong>ntes do<br />
concelho têm preferência, tendo<br />
"em conta o acordo assinado entre<br />
o grupo e a câmara", explicou à<br />
Lusa o presi<strong>de</strong>nte da autarquia.<br />
João Paulo Catarino mostra-se<br />
satisfeito com a concretização <strong>de</strong>ste<br />
projecto, explicando que “este<br />
foi um processo que teve um licenciamento<br />
difícil por parte da tu-<br />
Menus<br />
com oferta<br />
<strong>de</strong> 5 dias<br />
no Algarve<br />
querem diferenciar no mercado,<br />
fazendo formação complementar em<br />
áreas on<strong>de</strong> há procura e para as quais<br />
não fizeram formação <strong>de</strong> base, como<br />
Shiatsu, Tui-na, Auriculoterapia, Massagem<br />
Ayurvédica ou Reflexologia. E,<br />
naturalmente, para profissionais <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> como enfermeiros, fisioterapeutas,<br />
psicólogos, que po<strong>de</strong>rão encontrar<br />
neste sector das terapêuticas<br />
não convencionais a sua entrada no<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho”, acrescenta.<br />
tela. E quando esse licenciamento<br />
foi obtido surgiu a crise económica,<br />
o que veio dificultar o seu financiamento”.<br />
Resultado da junção <strong>de</strong> 70 avicultores,<br />
em 1994, a Derovo transforma<br />
actualmente mais <strong>de</strong> três milhões<br />
<strong>de</strong> ovos por dia nas suas<br />
duas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção, em<br />
Pombal e nas Astúrias (Espanha).<br />
Refeições das 19 às 24 horas . ABERTO AO ALMOÇO<br />
Rua Gago Coutinho, n.º 17 . 2400-146 <strong>Leiria</strong> (junto à Praça Rodrigues Lobo)<br />
Tel. 244 831 607/Tm. 914 243 173 . malaguetaafrodisiaca@gmail.com<br />
www.malaguetaafrodisiaca.com<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 21<br />
<strong>Leiria</strong><br />
Novo restaurante<br />
no D. Dinis<br />
❚Chama-se Piso 4 o restaurante<br />
que abriu recentemente no Centro<br />
Comercial D. Dinis, em <strong>Leiria</strong>. Luís<br />
Bento explorava o café existente no<br />
quarto piso e passa agora a explorar<br />
também o espaço contíguo,<br />
alargando a oferta. Além das sopas<br />
e baguetes que antes estavam<br />
disponíveis, os clientes po<strong>de</strong>m<br />
agora contar com um prato do dia<br />
“a preços muito acessíveis” e também<br />
com bifanas. Daqui a algum<br />
tempo o empresário pensa disponibilizar<br />
igualmente lanches e petiscos.<br />
O Piso 4 funciona sobretudo à<br />
hora do almoço, mas também serve<br />
jantares a grupos, sob marcação.<br />
Fátima<br />
Mesa redonda<br />
discute turismo<br />
❚ Turismo em Fátima é o tema da<br />
mesa redonda que se realiza amanhã,<br />
nas instalações do Museu <strong>de</strong><br />
Arte Sacra e Etnologia daquela<br />
cida<strong>de</strong>. Marcada para as 21:30 horas,<br />
a iniciativa é da Liga dos Amigos<br />
<strong>de</strong>ste espaço museológico.<br />
Francisco Vieira, director da<br />
Insignare, António Nabais, museólogo,<br />
Jorge Heleno, hoteleiro, Nadine<br />
Guénou, ceramista, e Paulo Sametti,<br />
com experiência em acolhimento<br />
a peregrinos, irão partilhar testemunhos<br />
e perspectivas sobre a realida<strong>de</strong><br />
turística <strong>de</strong> Fátima e o seu papel<br />
no turismo português.<br />
PUBLICIDADE
22 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Economia<br />
Expansão Salsa abre<br />
duas lojas na capital<br />
angolana<br />
Com uma forte presença<br />
internacional e lojas em vários<br />
países, a marca portuguesa Salsa<br />
continua a sua expansão, <strong>de</strong>sta vez<br />
em Angola, on<strong>de</strong> abriu duas lojas<br />
em Luanda. Em comunicado, frisa<br />
tratar-se <strong>de</strong> “mais um passo no<br />
caminho do sucesso da marca”,<br />
que tem vindo a abraçar um projeto<br />
<strong>de</strong> internacionalização que<br />
exponencia a importância da moda<br />
portuguesa no estrangeiro”.<br />
Alimentar Bolsa<br />
Gourmet aberta a<br />
empresas portuguesas<br />
A Câmara <strong>de</strong> Comércio e Indústria<br />
Luso-Alemã está a organizar uma<br />
missão empresarial com vista à<br />
promoção <strong>de</strong> produtos alimentares<br />
portugueses “da mais elevada<br />
qualida<strong>de</strong>” na Cimeira dos Sabores<br />
(também chamada Bolsa <strong>de</strong><br />
Produtos Gourmet). Iniciativa da<br />
associação alemã Corpus<br />
Culinario, reúne os comerciantes<br />
lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> produtos gourmet na<br />
Alemanha e realiza-se a 15 <strong>de</strong> Abril<br />
em Bad Kissingen. Segundo aquela<br />
câmara <strong>de</strong> comércio, para os<br />
produtores portugueses esta<br />
cimeira “representa uma<br />
oportunida<strong>de</strong> para divulgarem os<br />
seus produtos no maior mercado<br />
europeu, junto <strong>de</strong> profissionais<br />
especializados que incluem<br />
comerciantes gourmet, gestores da<br />
gastronomia <strong>de</strong> topo, chefes <strong>de</strong><br />
cozinha, diretores do sector<br />
hoteleiro e da comunicação social<br />
alemã especializada”. A Bolsa <strong>de</strong><br />
Produtos Gourmet “<strong>de</strong>staca-se<br />
como o evento mais importante<br />
para este nicho <strong>de</strong> mercado” e em<br />
cada uma das 15 edições anteriores<br />
recebeu mais <strong>de</strong> 60 expositores<br />
internacionais.<br />
Leiturasdasemana (https://www.facebook.com/livraria.arquivo)<br />
Quem paga o estado social<br />
em Portugal?<br />
Raquel Varela (coor<strong>de</strong>nadora)<br />
Editora: Bertrand<br />
«Este livro prova com números e factos que os<br />
trabalhadores portugueses contribuem para o<br />
Estado social o necessário para pagar a sua saú<strong>de</strong>,<br />
educação, bem-estar e infraestruturas.» Os diversos<br />
autores documentam o percurso <strong>de</strong> consolidação<br />
do Estado Social e a importância das contribuições<br />
dos cidadãos ao longo <strong>de</strong> décadas indicando que a<br />
solidarieda<strong>de</strong> social é imperativa. Também se<br />
<strong>de</strong>stacam as constantes ameaças das políticas<br />
neoliberais à consolidação do Estado Social<br />
sobretudo a partir da década <strong>de</strong> 80.<br />
Marinha Gran<strong>de</strong> Open<br />
acolhe evento sobre<br />
aeronáutica<br />
Os requisitos para ser fornecedor da<br />
indústria aeronáutica vão estar em<br />
<strong>de</strong>bate hoje num workshop que se<br />
realiza nas instalações da Open, na<br />
Marinha Gran<strong>de</strong>. Organizada pela<br />
Pool-Net em colaboração com o<br />
Centimfe, esta acção é<br />
<strong>de</strong>senvolvida no âmbito do projeto<br />
ETF - Empresa Tooling do Futuro e<br />
visa a divulgação e experimentação<br />
<strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> suporte ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das empresas.<br />
<strong>Leiria</strong> Tosquia<br />
Cabeleireiros com novo<br />
espaço e mais serviços<br />
O Tosquia Cabeleireiros mudou <strong>de</strong><br />
instalações e trocou a Avenida<br />
Marquês <strong>de</strong> Pombal, pela Rua<br />
Machado dos Santos, em <strong>Leiria</strong>.<br />
Com esta mudança, Vasco Santos,<br />
Anabela Santos e Sabrina Rodrigues<br />
preten<strong>de</strong>m disponibilizar, além do<br />
habitual trabalho <strong>de</strong> cabeleireiro<br />
unissexo, consultoria <strong>de</strong> imagem e<br />
serviço <strong>de</strong> fotografia, <strong>de</strong> moda, para<br />
bebés ou famílias. O novo espaço<br />
emprega seis colaboradores.<br />
Portugal já é exce<strong>de</strong>ntário em gasóleo<br />
Já foi iniciada na refinaria <strong>de</strong> Sines a produção comercial<br />
<strong>de</strong> gasóleo, <strong>de</strong>pois do projecto <strong>de</strong> reconversão <strong>de</strong>sta<br />
refinaria e da <strong>de</strong> Matosinhos. O investimento, <strong>de</strong> 1,4 mil<br />
milhões <strong>de</strong> euros, teve como principal objectivo “o<br />
aumento da produção <strong>de</strong> gasóleo em <strong>de</strong>trimento<br />
sobretudo da produção <strong>de</strong> fuelóleo, em linha com as<br />
necessida<strong>de</strong>s do mercado e <strong>de</strong> forma a aumentar a<br />
competitivida<strong>de</strong> do aparelho refinador da Galp Energia”,<br />
refere a empresa em comunicado. “Com este<br />
investimento, o país passará não só a produzir gasóleo<br />
suficiente para satisfazer a totalida<strong>de</strong> das necessida<strong>de</strong>s<br />
do mercado português, como a exportar este produto<br />
que até agora importava. A Galp Energia dá assim um<br />
contributo significativo para a redução da factura<br />
energética nacional e para o equilíbrio da balança<br />
comercial”, acrescenta. O processo <strong>de</strong> arranque do novo<br />
equipamento teve início no dia 10, prevendo-se a<br />
estabilização da produção à carga máxima durante este<br />
trimestre. Tem capacida<strong>de</strong> para processar diariamente<br />
43 mil barris <strong>de</strong> gasóleo <strong>de</strong> vácuo pesado. “De salientar<br />
que todo o projecto obe<strong>de</strong>ceu aos mais elevados padrões<br />
<strong>de</strong> segurança e qualida<strong>de</strong>, passando por rigorosos<br />
sistemas <strong>de</strong> controlo, os quais permitiram que fosse<br />
agora concluído com pleno sucesso”, frisa a Galp.<br />
Como Avalia A Sua Vida?<br />
Clayton M. Christensen<br />
Editora: Lua <strong>de</strong> Papel<br />
"Este livro não oferece respostas fáceis. Mas vai<br />
levá-lo a pensar nas questões mais importantes que<br />
lhe vão surgir pelo caminho. Não lhe vai dizer o que<br />
<strong>de</strong>ve pensar, mas como pensar, baseando-se em<br />
pesquisas <strong>de</strong>senvolvidas na Harvard Business<br />
School e outras instituições. Não lhe vai indicar o<br />
caminho para a felicida<strong>de</strong>. Mas vai fornecer-lhe as<br />
ferramentas para que viva a vida que quer viver, as<br />
mesmas que usam os gestores das companhias que<br />
transformaram o mundo em que vivemos.<br />
DR<br />
Óbidos Associação<br />
parceira do AgroCluster<br />
do Ribatejo<br />
O AgroCluster do Ribatejo e a<br />
associação empresarial Óbidos.com<br />
assinaram um protocolo <strong>de</strong> colaboração<br />
nos termos do qual esta<br />
funcionará como uma <strong>de</strong>legação<br />
daquela organização, “actuando<br />
como um veículo dinamizador da<br />
activida<strong>de</strong> do cluster agroindustrial,<br />
na medida em que irá<br />
exercer a sua intervenção e<br />
influência junto das empresas e<br />
empresários <strong>de</strong>sta região”.<br />
Parceria Vista Alegre<br />
Atlantis junta-se<br />
à Christian Lacroix<br />
A Vista Alegre Atlantis (VAA)<br />
firmou uma parceria <strong>de</strong> cinco anos<br />
com a marca francesa <strong>de</strong> luxo<br />
Christian Lacroix. A apresentação<br />
das quatro colecções <strong>de</strong> mesa e<br />
das peças <strong>de</strong>corativas <strong>de</strong>correu a<br />
semana passada em Paris, numa<br />
feira internacional <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração.<br />
De acordo com fonte da VAA,<br />
citada pelo <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> Negócios,<br />
todos os anos vão ser<br />
apresentadas novas colecções. As<br />
peças são <strong>de</strong>senvolvidas pelas<br />
duas marcas. A Vista Alegre<br />
assume a produção, mas também<br />
tem envolvimento no <strong>de</strong>sign. Por<br />
exemplo, algumas das borboletas<br />
da colecção Butterflies (na foto)<br />
são <strong>de</strong>senhos do seu inventário.<br />
Segundo a mesma fonte, "a Vista<br />
Alegre não se limita a<br />
ser o produtor na<br />
sombra: a<br />
marca Vista<br />
Alrege não<br />
<strong>de</strong>saparece e<br />
não é<br />
canibalizada".<br />
E existe um<br />
logótipo conjunto<br />
que aparecerá nas peças.
Economia<br />
Numa transversal da Praça Rodrigues Lobo, em <strong>Leiria</strong><br />
Tradição com Alma divulga<br />
produtos artesanais portugueses<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Ginja <strong>de</strong> Alcobaça, azeite da Pia do<br />
Urso, rebuçados <strong>de</strong> Portalegre, queijos<br />
<strong>de</strong> Serpa e da Covilhã e mel da<br />
Lousã são alguns dos artigos à venda<br />
na Tradição com Alma, espaço<br />
que abriu recentemente junto à Praça<br />
Rodrigues Lobo, em <strong>Leiria</strong>. “Nasceu<br />
da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar cair no<br />
esquecimento as tradições, os produtos<br />
que nasceram com as gentes<br />
<strong>de</strong> cada terra, com as melhores qualida<strong>de</strong>s,<br />
feitos com alma, à maneira<br />
antiga, seguindo as receitas com<br />
centenas <strong>de</strong> anos”.<br />
Licenciada em turismo, mas no<br />
<strong>de</strong>semprego, Sofia Simões resolveu<br />
abrir esta loja <strong>de</strong> produtos alimentares,<br />
apostando num projecto que<br />
se “diferencia” pela ligação dos produtos<br />
regionais à respectiva região<br />
a que pertencem, dando a conhecer<br />
a qualida<strong>de</strong> dos produtos e a região.<br />
“Tendo em conta esta crise, o melhor<br />
que podia fazer era apostar no<br />
que é nosso”, argumenta.<br />
“Trabalharemos no sentido <strong>de</strong>,<br />
através dos produtos regionais, levar<br />
o turista português a ir para<br />
fora cá <strong>de</strong>ntro”, diz Sofia Simões.<br />
“Todos os nossos produtos são feitos<br />
artesanalmente, não sendo encontrados<br />
em gran<strong>de</strong>s superfícies, e<br />
muitos <strong>de</strong>les são já produtos premiados<br />
pela sua qualida<strong>de</strong> excepcional”,<br />
diz a empreen<strong>de</strong>dora, apontando<br />
o exemplo da marca Sabor a<br />
Fado.<br />
Empresa <strong>de</strong> Marinha Gran<strong>de</strong><br />
Ferreira & Filhos fez anos<br />
e apresentou novos mo<strong>de</strong>los<br />
Sofia Simões investiu cinco mil euros e criou o seu emprego<br />
Agricultura criou maior número <strong>de</strong> negócios<br />
Comércio com mais fechos e novas aberturas<br />
O ano passado houve quase 28<br />
mil dissoluções <strong>de</strong> empresas,<br />
número que compara com a<br />
criação <strong>de</strong> 29 mil negócios, <strong>de</strong><br />
acordo com dados do Ministério<br />
da Justiça citados pelo Público.<br />
Sem apontar números para cada<br />
um dos casos, o diário refere um<br />
saldo líquido <strong>de</strong> 496 empresas<br />
no distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Só na<br />
Ma<strong>de</strong>ira é que o saldo entre<br />
dissolução e criação <strong>de</strong><br />
empresas foi negativo. A nível<br />
nacional, os dados mostram que<br />
o comércio a retalho foi o sector<br />
que li<strong>de</strong>rou os dois indicadores;<br />
abriram 3805 novas lojas, mas<br />
fecharam 2436. O segundo lugar<br />
foi ocupado pela promoção<br />
imobiliária, com 2967 aberturas<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 23<br />
RICARDO GRAÇA<br />
e 2406 encerramentos. O sector<br />
agrícola foi o que mais cresceu<br />
em termos absolutos no número<br />
<strong>de</strong> novos negócios criados,<br />
tendo-se registado uma<br />
diferença <strong>de</strong> 474 empresas, “o<br />
que po<strong>de</strong>rá ser um sinal da<br />
procura por alternativas num<br />
momento <strong>de</strong> difícil<br />
empregabilida<strong>de</strong>”.<br />
Evento <strong>de</strong>corre hoje na ESTG<br />
Sessão <strong>de</strong> esclarecimentos<br />
sobre incentivos do QREN<br />
AAPI promove Business Drink na Batalha<br />
A Associação <strong>de</strong> Acção para a Internacionalização<br />
promove na quinta-feira, dia 31, pelas 18:30 horas,<br />
no Hotel Mestre Afonso Domingues, na Batalha, o<br />
primeiro Informal Business Drink, com o objectivo<br />
<strong>de</strong> permitir a troca <strong>de</strong> experiências entre<br />
empresários.<br />
Seis pessoas na rua<br />
Somagil em<br />
processo <strong>de</strong><br />
insolvência<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Os credores da Somagil Electricida<strong>de</strong><br />
aceitaram, na assembleia realizada<br />
recentemente, que seja apresentada<br />
uma proposta para a viabilização<br />
da empresa da Maceira, o que<br />
<strong>de</strong>verá acontecer no prazo <strong>de</strong> 60 dias.<br />
O administrador <strong>de</strong> insolvência explica<br />
que uma das causas da situação<br />
a que a Somagil chegou foi a “anulação,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aprovado, <strong>de</strong> um concurso<br />
da Parque Escolar, <strong>de</strong> valor superior<br />
a um milhão <strong>de</strong> euros”.<br />
A empresa requereu a insolvência<br />
em Novembro e <strong>de</strong>pois dispensou seis<br />
trabalhadores. Segundo contaram ao<br />
JORNAL DE LEIRIA na segunda-feira,<br />
foi-lhes entregue um documento<br />
a garantir que os seus direitos estariam<br />
salvaguardados até 18 <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Sem qualquer outro documento na<br />
sua posse, no dia seguinte apresentaram-se<br />
no local <strong>de</strong> trabalho. “Queremos<br />
que nos clarifiquem a situação,<br />
formalmente”, explicam os trabalhadores,<br />
que esperavam os documentos<br />
para o Fundo <strong>de</strong> Garantia<br />
Salarial e para o subsídio <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego.<br />
“Andamos nesta in<strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Dezembro. Nem sequer<br />
po<strong>de</strong>mos ir procurar emprego”, lamentaram<br />
na segunda-feira.<br />
Frisando que não há salários nem<br />
subsídios em atraso, aqueles trabalhadores<br />
tencionavam continuar a<br />
apresentar-se no local <strong>de</strong> trabalho<br />
até obterem os referidos documentos<br />
e já pediram a intervenção da Autorida<strong>de</strong><br />
para as Condições <strong>de</strong> Trabalho.<br />
O administrador da insolvência garante<br />
que “não havia hipótese nenhuma”<br />
<strong>de</strong> manter aqueles postos <strong>de</strong><br />
trabalho e explica que os documentos<br />
só não foram entregues aos trabalhadores<br />
na segunda-feira porque<br />
quando lhe chegaram às mãos “estavam<br />
errados”. Na terça-feira os trabalhadores<br />
foram contactados para receberem<br />
os documentos, “mas faltava<br />
a carta <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedimento, pelo<br />
que não aceitámos e vamos continuar<br />
à espera”, explica um <strong>de</strong>les.<br />
❚ Numa comemoração on<strong>de</strong> esteve<br />
❚ A Escola Superior <strong>de</strong> Tecnologia vos à Investigação e Desenvolvi-<br />
presente o secretário geral da Asso-<br />
e Gestão <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (ESTG) promove mento Tecnológico nas Empresas<br />
ciação Nacional das Empresas do<br />
hoje, a partir das 14 horas, no Au- (SII&DT), Sistema <strong>de</strong> Incentivos à<br />
Comércio e da Reparação Automóvel,<br />
ditório 1 do Edifício B, uma sessão Inovação (SI Inovação), e Siste-<br />
José Neves da Silva, o director geral<br />
<strong>de</strong> esclarecimentos sobre os sistemas <strong>de</strong> Incentivos à Qualificação e<br />
da Iveco Portugal, David Carlos, enmas<br />
<strong>de</strong> incentivos do Quadro <strong>de</strong> Internacionalização <strong>de</strong> PME (SI<br />
tre mais <strong>de</strong> 180 convidados, a Ferreira<br />
Referência Estratégico Nacional Qualificação PME).<br />
& Filhos, concessionário Iveco para a<br />
(QREN). A participação nesta ses- “Os incentivos ao investimento<br />
região, celebrou mais um aniversário,<br />
são é gratuita. O evento é organi- empresarial visam o acréscimo <strong>de</strong><br />
o 21.º, e apresentou ao público as viazado<br />
em colaboração com o Insti- produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> competitivituras<br />
Daily, Eurocargo, Trakker e<br />
tuto <strong>de</strong> Apoio às Pequenas e Méda<strong>de</strong> das empresas, e a melhoria do<br />
Stralis e, ainda, a nova Stralis Hi Way.<br />
dias Empresas e à Inovação (IAP- perfil <strong>de</strong> especialização <strong>de</strong> Portu-<br />
“Não queremos ser os maiores, mas<br />
MEI), que estará representado atragal, favorecendo o <strong>de</strong>senvolvi-<br />
sim os melhores”, afirmou o admivés<br />
<strong>de</strong> Patrícia Sousa e Dina Sobral. mento territorial e a internacionistrador<br />
da empresa, Nuno Ferreira,<br />
A sessão está aberta a todos nalização da economia e priori-<br />
no final do buffet–convívio que mar-<br />
aqueles que pretendam obter mais zando o apoio a projectos <strong>de</strong> incou<br />
a data. Durante o encontro, Ne-<br />
informações sobre financiamenvestimento em activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> proves<br />
da Silva elogiou a Ferreira & Fito,<br />
sendo abordados os programas dução <strong>de</strong> bens e serviços transalhos,<br />
“empresa que está a vencer a cri- Nuno Ferreira reafirmou<br />
com candidaturas a <strong>de</strong>correr accionáveis ou internacionalizáveis”,<br />
se e a lidar com a recessão”. vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento sólido tualmente: Sistemas <strong>de</strong> Incenti- aponta a organização.<br />
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Telef: 236 209 110 Fax: 236 209 111 Mail:<br />
pombal.tc@tribunais.org.pt<br />
ANÚNCIO<br />
Processo: 1922/11.9TBPBL<br />
Ação Esp. Cump. Obrig. DL269/98<br />
(superior Alçada 1ªInstª)<br />
N/Referência: 3176586<br />
Data: 11-09-2012<br />
2.ª Publicação - <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> - Edição n.º 1489 - 24.01.2013<br />
Autor: Pombalconta – Contabilida<strong>de</strong>, Organização<br />
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Réu: Leonel <strong>de</strong> Jesus Oliveira e outro(s)...<br />
Ficam os Réus: Leonel <strong>de</strong> Jesus Oliveira, NIF-<br />
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Charneca, 3100-399 Pombal e Réu: Cidália<br />
Gameiro Moreira Oliveira, NIF- 216081262,<br />
domicílio: Rua Pinhal Leitão, nº 10, Charneca,<br />
3100-399 Pombal, com última residência conhecida<br />
na morada indicada, citados para contestarem,<br />
querendo, no prazo <strong>de</strong> 20 dias contados<br />
da data da publicação do último anúncio, a acção<br />
acima i<strong>de</strong>ntificada, com a advertência <strong>de</strong> que na<br />
falta <strong>de</strong> contestação po<strong>de</strong>rá ser conferida força<br />
executiva à petição. Ficam ainda advertidos <strong>de</strong><br />
que as provas <strong>de</strong>vem ser oferecidas na audiência<br />
<strong>de</strong> julgamento, po<strong>de</strong>ndo apresentar até 5 testemunhas<br />
e que é obrigatória a constituição <strong>de</strong><br />
mandatário judicial.<br />
O pedido consiste no pagamento <strong>de</strong> €5.841,12,<br />
proveniente <strong>de</strong> contrato, tudo como melhor consta<br />
do duplicado da petição inicial que se encontra<br />
nesta Secretaria, à disposição do citando.<br />
A Juíza <strong>de</strong> Direito,<br />
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O Oficial <strong>de</strong> Justiça,<br />
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blog: http://trabalhinhosdalaurinda.tumblr.com<br />
facebook.com/trabalhinhosdalaurinda<br />
Ficha<br />
Técnica<br />
JORLIS, LDA.<br />
Gerência<br />
Maria Alexandra Vieira,<br />
João Nazário<br />
Direcção Editorial<br />
Maria Alexandra Vieira,<br />
Arnaldo Sapinho, Orlando Cardoso,<br />
Anabela Frazão<br />
Director<br />
João Nazário<br />
(direccao@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Redacção<br />
Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva (coor<strong>de</strong>nação)<br />
(raquel.silva@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Damião Leonel, Daniela Franco Sousa,<br />
Elisabete Cruz, Graça Menitra, Jacinto<br />
Silva Duro, Maria Anabela Silva, Miguel<br />
Sampaio, Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva<br />
Fotografia<br />
Ricardo Graça<br />
(ricardo.graca@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Copy<strong>de</strong>sk<br />
Orlando Cardoso<br />
orlandocardososter@gmail.com<br />
Colaboradores permanentes<br />
Ana Ferraz Pereira, Joaquim Paulo, Luci<br />
Pais, Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong>, Orlando Cardoso,<br />
Paula Lagoa<br />
Direcção Gráfica<br />
Gabinete Técnico Jorlis<br />
Paginação e Produção<br />
Isil da Trinda<strong>de</strong> (coor<strong>de</strong>nação)<br />
(isilda.trinda<strong>de</strong>@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Rita Carlos (rita.carlos@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Serviços Administrativos/Assinantes<br />
Cília Ribeiro<br />
(cilia.ribeiro@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
(assinantes@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Tesouraria<br />
Patrícia Carvalho<br />
(patricia.carvalho@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
Serviços Comerciais<br />
Maria Nunes<br />
(maria.nunes@jornal<strong>de</strong>leiria.pt)<br />
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<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 27<br />
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Palavras cruzadas<br />
Horizontais: 1 – Cometeramos um erro. 2 – Psicologia. Além. 3 – 90 (Rom.).<br />
Letra grega (pl.). Tal como foi dito. 4 – Aqui estão!. Feita uma operação. 5 –<br />
Voraz, <strong>de</strong>vastador. Verme microscópio que causa na vi<strong>de</strong>ira a doença chamada<br />
erinose. 6 – Botânica (abrev.). Algebra (abrev.). 7 – Faças acenos. O maior grau,<br />
apogeu. 8 – O m. q. durame. Senhor (Hebraico). 9 – Berne. Cida<strong>de</strong> Espanhola.<br />
Também (Arc.). 10 – Chalaceia. Espécie <strong>de</strong> cera que se extrai da carnaubeira<br />
(Bras.). 11 – Relativo a semestre.<br />
VERTICAIS: 1- O m.q. Enxertia. 2 – Orvalho. Pinheiro-do-brasil, curiúva. 3 –<br />
Letra grega. Compreen<strong>de</strong>rá. 4 – Ice, levante. Região. Nome <strong>de</strong> letra. 5 – Maltrapilho.<br />
Receavam. 6 – Festim. Corte com serrote. 7 – Avarenta. Em uns. 8<br />
– Duas vogais. Montalha da Bulgária oci<strong>de</strong>ntal. Naturalida<strong>de</strong> (abrev.). 9 – Estirpe,<br />
raça familiar (Fig.). Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cal<strong>de</strong>ia. 10 – Toureie. Terreno que contém<br />
mineral. 11 – Conjunto <strong>de</strong> cacauzeiros.<br />
Solução do problema anterior: Horizontais: 1 - SILABO. ASCA. 2 - ASITA. SITUA.<br />
3 – IA. ITRIA. IT. 4 – BAU. AER. ADA. 5 – ACRESCENTA. 6 – M. RU. R. AO. V. 7 – SO-<br />
BRESSAIA. 8 – SEU. AAA. RAI. 9 – OG. MERLO. MV. 10 – VALAR. VILOA. 11 – ORAR. PO-<br />
TOSI.<br />
Verticais: 1 – SAIBAM. SOVO. 2 – ISAAC. SEGAR. 3 – LI. URROU. LA. 4 – ATI. EUB. MAR.<br />
5 – BATAS. RAER. 6 – O. RECREAR. P. 7 – SIRE. SALVO. 8 – AIA. NAS. OIT. 9 – ST.<br />
ATOAR. LO. 10 – CUIDA. IAMOS. 11 - AATA. VAIVAI.<br />
Sudoku
28 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Desporto<br />
Há um milhar e meio <strong>de</strong> tesouros<br />
por <strong>de</strong>scobrir no distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
Geocaching Há quem pratique pela adrenalina das experiências extremas e quem o faça pelo<br />
contacto com a natureza e pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir recantos únicos. Quer experimentar?<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Se passar por um indivíduo a vasculhar<br />
uma moita, a levantar pedras<br />
ou a meter a mão em buracos <strong>de</strong><br />
uma pare<strong>de</strong> não pense que se trata <strong>de</strong><br />
um maluquinho ou <strong>de</strong> alguém que se<br />
está a preparar para fazer alguma<br />
malda<strong>de</strong>. Muito provavelmente, encontrou<br />
um geocacher em busca <strong>de</strong><br />
mais um tesouro. Uma prática que<br />
tem cada vez mais a<strong>de</strong>ptos na região.<br />
Geocacher? Geocaching? Mas o que<br />
é isso, afinal <strong>de</strong> contas? Vamos explicar.<br />
Basicamente, o geocaching é a versão<br />
mo<strong>de</strong>rna e actualizada da tradicional<br />
caça ao tesouro. É uma activida<strong>de</strong><br />
lúdica, que privilegia o contacto<br />
com a natureza. Sozinho ou em<br />
grupo, o geocacher - aquele que pratica<br />
o geocaching - usa a localização por<br />
GPS para encontrar tesouros – as caches<br />
- escondidos por outros geocachers,<br />
que po<strong>de</strong>m estar em qualquer<br />
local do mundo, numa ilha isolada –<br />
a Berlenga tem meia-dúzia – ou no<br />
centro <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> como <strong>Leiria</strong>. A<br />
<strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> cada cache, ou contentor,<br />
e as suas coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />
estão publicadas numa página da internet<br />
acessível a toda a gente, em<br />
www.geocaching.com.<br />
Artur Gomes, também conhecido<br />
por Gato Maltês, é um dos nomes incontornáveis<br />
<strong>de</strong>sta tribo na região<br />
por colocar aos outros a<strong>de</strong>ptos da activida<strong>de</strong><br />
dos mais interessantes e<br />
complexos <strong>de</strong>safios. Encontrou a sua<br />
primeira cache há três anos e meio –<br />
já leva 607 <strong>de</strong>scobertas – e 3 meses <strong>de</strong>pois<br />
sentiu “as primeiras ânsias <strong>de</strong> owner”.<br />
“Há quem pratique geocaching<br />
pela adrenalina que as geocaches<br />
mais radicais proporcionam e há<br />
quem aprecie o simples contacto<br />
com a natureza. No fundo, há caches<br />
para todos os gostos. Basta dar uma<br />
olha<strong>de</strong>la aos atributos que constam na<br />
página para se ter uma i<strong>de</strong>ia do tipo <strong>de</strong><br />
aventura que nos espera”, salienta o<br />
Gato Maltês.<br />
Filipe Marques, o ‘mafill’ do geocaching,<br />
é, também ele, owner <strong>de</strong> várias<br />
caches e um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobridor<br />
<strong>de</strong> tesouros: já leva 1386. Começou em<br />
Maio <strong>de</strong> 2008, por influência <strong>de</strong> um<br />
amigo, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então tem sido somar<br />
caches atrás <strong>de</strong> caches. No distrito, na<br />
terça-feira, quando escrevemos o artigo,<br />
só havia uma pessoa no distrito<br />
com mais caches <strong>de</strong>scobertas do que<br />
mafill. “O contacto com a natureza é<br />
o que me faz continuar, mas existem<br />
muitas experiências, algumas das<br />
quais nunca tinha sequer sonhado em<br />
Geocaching: a caça ao tesouro em <strong>Leiria</strong><br />
Rio Lena<br />
ESTG<br />
Rua Estrada da Estação<br />
Rio Lis<br />
A19<br />
A19<br />
Fonte: www.geocaching.com<br />
Rotunda<br />
Almoinha<br />
Gran<strong>de</strong><br />
Escola<br />
Rodrigues<br />
Lobo<br />
Estádio<br />
Magalhães<br />
Pessoa<br />
Escola<br />
Domingos Sequeira<br />
Escola<br />
D. Dinis<br />
Nova<br />
<strong>Leiria</strong><br />
ESECS<br />
IPL<br />
Câmara<br />
Castelo<br />
Sé<br />
Praça Jardim Luís<br />
Rodrigues <strong>de</strong> Camões<br />
Lobo<br />
Rua Barão <strong>de</strong> Viamonte<br />
Rotunda do<br />
Estádio<br />
Estrada dos Marinheiros<br />
Pc. Goa<br />
Damão<br />
eDiu<br />
Avenida Marquês <strong>de</strong> PombaL<br />
Av. Heróis <strong>de</strong> Angola<br />
Parque da cida<strong>de</strong><br />
Rua <strong>de</strong> Tomar<br />
Jardim Santo<br />
Agostinho<br />
O lado negro da activida<strong>de</strong><br />
Vandalismo também ataca no geocaching<br />
Esta é uma activida<strong>de</strong> à partida<br />
limpa, que não implica gran<strong>de</strong>s<br />
custos para aqueles que a ela<br />
a<strong>de</strong>rem e só <strong>de</strong>veria ter um lado<br />
positivo. Mas não é assim. “Há<br />
todo o género <strong>de</strong> pessoas a<br />
praticar geocaching, mas nem<br />
todos são dignos do título<br />
geocacher, e os menos<br />
conscienciosos não olham a<br />
meios para <strong>de</strong>scobrir o contentor.<br />
Por vezes, um local <strong>de</strong>sfigura-se<br />
após meia dúzia <strong>de</strong> visitas <strong>de</strong><br />
quem vai procurar o “tesouro”.<br />
Com o crescimento acentuado <strong>de</strong><br />
praticantes, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
surgirem maus praticantes é<br />
maior, e por conseguinte também<br />
Rio Lis<br />
os danos nos locais dos<br />
escon<strong>de</strong>rijos ten<strong>de</strong>m a<br />
aumentar.”, salienta Artur<br />
Gomes, que tem visto algumas<br />
das obras-primas que <strong>de</strong>ixa para<br />
os outros serem vandalizadas.<br />
“Infelizmente, é um sentimento<br />
que me tem assolado com muita<br />
frequência e me tem tirado a<br />
vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar a escon<strong>de</strong>r<br />
caches. Sinto uma enorme<br />
tristeza quando <strong>de</strong>scubro que<br />
alguém vandalizou e/ou roubou<br />
os contentores. Nos últimos três<br />
ou quatro meses vi coisas que<br />
nunca imaginei que alguém que<br />
pratica uma activida<strong>de</strong> tão<br />
saudável fosse capaz <strong>de</strong> fazer.”<br />
Cemitério<br />
Rua N. Sra da Encarnação<br />
Avenida Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima<br />
Rua Paulo VI<br />
Rua das Olhalvas<br />
Circular Interna<br />
Rua Paulo VI<br />
Centro<br />
Hospitalar<br />
<strong>Leiria</strong>/Pombal<br />
Rio Lis<br />
Rotunda<br />
<strong>de</strong> Sto. André<br />
Ribeira<br />
do Sirol<br />
realizar, que se tornaram realida<strong>de</strong> por<br />
causa do geocaching, como o salto <strong>de</strong><br />
pára-quedas e o mergulho. Além,<br />
claro, dos amigos que se vão fazendo.”<br />
As caches contêm pequenos objectos<br />
para recompensar quem a encontrou,<br />
mas o maior prémio é a busca<br />
em si e o facto <strong>de</strong>, <strong>de</strong>sta forma, ter<br />
conhecido um local on<strong>de</strong> nunca se tinha<br />
estado. Na região <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, o número<br />
<strong>de</strong> caches tem vindo a aumentar.<br />
O distrito é o quinto do País com<br />
mais tesouros por <strong>de</strong>scobrir, com<br />
1678, e o concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> o sétimo,<br />
com 391. No Mundo há dois milhões<br />
e cinco milhões <strong>de</strong> geocachers.<br />
Quem experimenta, por norma,<br />
fica convencido. Imagine que quer<br />
correr, mas não gosta <strong>de</strong> correr sem<br />
objectivo. Po<strong>de</strong> sair para o seu jogging<br />
matinal e com o seu smartphone ir<br />
<strong>de</strong>scobrindo on<strong>de</strong> estão as caches<br />
Cache tradicional<br />
Este é o tipo cache mais comum e <strong>de</strong>ve ser<br />
constituída no mínimo por um recipiente físico e um<br />
livro <strong>de</strong> registo (logbook). Nano ou micro caches<br />
são recipientes pequenos que apenas suportam<br />
uma folha <strong>de</strong> registo (logsheet). As coor<strong>de</strong>nadas<br />
publicadas na página da cache tradicional são<br />
a sua a localização exacta.<br />
Multi-cache<br />
As múltiplas envolvem dois ou mais locais a visitar,<br />
mas na localização final tem <strong>de</strong> existir sempre um<br />
recipiente físico. A maioria das multi-caches tem<br />
uma dica para encontrar a segunda cache, e esta<br />
uma dica para a terceira, e por aí em diante.<br />
Caches mistério<br />
Neste tipo <strong>de</strong> geocache, para conseguirmos obter<br />
as coor<strong>de</strong>nadas reais da cache, temos <strong>de</strong> resolver<br />
primeiro alguns quebra-cabeças. Tornam-se muitas<br />
vezes numa plataforma para geocaches inovadoras<br />
e personalizadas, que não se encaixam noutras<br />
categorias.<br />
Letterbox híbrido<br />
É outro tipo <strong>de</strong> caça ao tesouro, com várias pistas<br />
em vez das coor<strong>de</strong>nadas. Em alguns casos,<br />
o proprietário da letterbox criou o recipiente<br />
<strong>de</strong> maneira a ser paralelamente uma letterbox<br />
e uma multi-cache, publicando assim as coor<strong>de</strong>nadas<br />
na pagina oficial do www.geocaching.com.<br />
Devem conter um carimbo, sendo que este<br />
não é um item <strong>de</strong> troca, <strong>de</strong>vendo permanecer<br />
na caixa para que os próximos visitantes o possam<br />
utilizar para carimbar a sua visita.<br />
para <strong>de</strong>scobrir, assinar e apontar na<br />
aplicação que está <strong>de</strong>scoberta. Quando<br />
isso acontece, no mapa surge mais<br />
um sorriso e há quem se vicie nisso.<br />
“Há quem an<strong>de</strong> nisto pelos números<br />
e há quem pratique um geocaching<br />
mais <strong>de</strong>sprendido e sem pressas, seguindo<br />
a máxima <strong>de</strong> que o verda<strong>de</strong>iro<br />
tesouro é a experiência, o conhecimento<br />
e a <strong>de</strong>scoberta.”<br />
Como em tudo na vida, “há caches<br />
excelentes e algumas que <strong>de</strong>ixam<br />
muito a <strong>de</strong>sejar”, lamenta Artur Gomes,<br />
que <strong>de</strong>staca os trabalhos <strong>de</strong><br />
NocturnosBike, Esquadrão do Liz e<br />
Carocha&Sardanisca. “Para quem<br />
quiser fazer uma selecção mais cuidada,<br />
na página das caches é possível<br />
observar os pontos favoritos atribuídos<br />
e analisar os relatos <strong>de</strong> quem as visita.<br />
Eu faço isso e até agora não sofri<br />
<strong>de</strong>silusões.”
Desporto<br />
An<strong>de</strong>bol, futebol, hóquei, basquetebol e futsal: todos foram afectados<br />
Adiado, a palavra mais comum<br />
em fim-<strong>de</strong>-semana <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong><br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Foi um fim-<strong>de</strong>-semana absolutamente<br />
atípico. Uma enorme<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogos, nas mais variadas<br />
modalida<strong>de</strong>s, ficou por realizar<br />
<strong>de</strong>vido ao temporal que se<br />
abateu sobre a região. A falta <strong>de</strong> luz<br />
foi o principal óbice ao normal <strong>de</strong>senrolar<br />
da jornada, mas também<br />
as estradas intransitáveis e os danos<br />
nas infra-estruturas <strong>de</strong>sportivas<br />
provocaram o adiamento <strong>de</strong> jogos.<br />
Nas camadas jovens então,<br />
raro foi o clube que não foi afectado,<br />
a maior parte <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong><br />
luz para realizar as partidas.<br />
No futebol e no futsal, o facto <strong>de</strong><br />
os árbitros estarem em formação<br />
fez com que houvesse menos partidas<br />
marcadas. Ainda assim, segundo<br />
dados da Associação <strong>de</strong> Futebol<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, houve mais <strong>de</strong> 60<br />
jogos que tiveram <strong>de</strong> ser adiados.<br />
Mesmo sem luz, nos jogos dos<br />
mais pequenos, por serem disputados<br />
bem cedo, muitos jogos foram<br />
realizados.<br />
No an<strong>de</strong>bol, o Atlético Clube da<br />
Sismaria recebia sábado, pelas 17<br />
horas, no pavilhão da Gândara, o<br />
Vitória <strong>de</strong> Setúbal. Em caso <strong>de</strong><br />
triunfo, garantia o apuramento<br />
para a fase final da 2.ª Divisão <strong>de</strong><br />
an<strong>de</strong>bol, poule on<strong>de</strong> serão <strong>de</strong>cididas<br />
as duas equipas que sobem à<br />
1.ª Divisão. No entanto, a falta <strong>de</strong><br />
luz inviabilizou a partida, que foi<br />
adiada para 17 <strong>de</strong> Fevereiro, um domingo.<br />
Para o capitão <strong>de</strong> equipa,<br />
João Sousa, esta é uma situação<br />
que acaba por prejudicar a equipa,<br />
uma vez que terá <strong>de</strong> entrar em<br />
campo no dia seguinte a uma <strong>de</strong>sgastante<br />
viagem a Tavira.<br />
Ainda no an<strong>de</strong>bol, o jogo entre o<br />
Colégio João <strong>de</strong> Barros e a Juventu<strong>de</strong><br />
do Lis, da 1.ª Divisão feminina,<br />
estava marcado para as 16 ho-<br />
ras <strong>de</strong> sábado no recém inaugurado<br />
pavilhão <strong>de</strong> Meirinhas, mas<br />
porque havia algumas placas soltas<br />
na infra-estrutura, acabou por ser<br />
<strong>de</strong>sviado para o Centro Desportivo<br />
Juve Lis e jogado às 21 horas. A<br />
equipa <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> acabou por vencer,<br />
por 25-21. Curiosamente, o jogo <strong>de</strong><br />
seniores masculinos da Juventu<strong>de</strong><br />
do Lis frente à Académica <strong>de</strong> Coimbra,<br />
marcado para as 20 horas, não<br />
chegou a realizar-se.<br />
Também o hóquei em patins foi<br />
afectado pela intempérie. A partida<br />
da equipa feminina do HC Turquel,<br />
campeão nacional, em Araze<strong>de</strong>,<br />
concelho <strong>de</strong> Montemor-o-<br />
Velho, foi adiada para 3 <strong>de</strong> Fevereiro.<br />
Na 3.ª Divisão masculina, o<br />
sábado marcava o final do campeonato.<br />
Valeu que tudo estava<br />
Clubes e Associação <strong>de</strong> Futebol <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> reuniram na sexta-feira<br />
Divisão <strong>de</strong> Honra vai manter-se com 16 clubes<br />
❚ A Associação <strong>de</strong> Futebol <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
(AFL) reuniu na sexta-feira<br />
com os clubes, tendo como objectivo<br />
preparar a Assembleia Geral<br />
<strong>de</strong> dia 31 <strong>de</strong> Janeiro, em que estará<br />
em cima da mesa a reformulação<br />
dos campeonatos distritais.<br />
A manutenção <strong>de</strong> uma Divisão <strong>de</strong><br />
Honra <strong>de</strong> futebol com 16 clubes, ao<br />
invés <strong>de</strong> uma redução para 14,<br />
como foi admitido pelo próprio<br />
presi<strong>de</strong>nte da instituição, Júlio<br />
Juve Lis tinha o jogo marcado para as Meirinhas. Acabou por jogar, e ganhar, em casa<br />
Os números<br />
60<br />
Número <strong>de</strong> jogos sob a égi<strong>de</strong> da<br />
Associação <strong>de</strong> Futebol <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
que tiveram <strong>de</strong> ser adiados<br />
24<br />
Número <strong>de</strong> jogos <strong>de</strong>an<strong>de</strong>bol<br />
adiados <strong>de</strong>vido ao temporal. No<br />
hóquei em patins não se<br />
realizaram duas partidas no<br />
distrito e no basquetebol oito<br />
Vieira, em entrevista ao JORNAL<br />
DE LEIRIA, foi uma das <strong>de</strong>cisões<br />
mais relevantes. Caldas SC e <strong>Leiria</strong><br />
e Marrazes retiraram as propostas<br />
com que tinham avançado<br />
para a reformulação da competição<br />
e que previa a divisão da Honra<br />
em duas séries.<br />
Um dos temas que promete ser<br />
mais polémico na reunião magna<br />
refere-se às punições para os clubes<br />
que abdiquem <strong>de</strong> subir <strong>de</strong> di-<br />
visão. O facto é que <strong>de</strong>pois do<br />
que aconteceu com o Alqueidão da<br />
Serra na temporada passada, que<br />
<strong>de</strong>sceu <strong>de</strong> escalão por ter abdicado<br />
<strong>de</strong> subir, o artigo 113 passou a<br />
ser bastante contestado. No entanto,<br />
a AFL quer que os clubes tenham<br />
a noção que se essa lei for<br />
revogada, outros clubes acabarão<br />
por ser prejudicados: ou terá <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scer mais alguém, ou evitará a<br />
subida <strong>de</strong> uma outra equipa, a<br />
RICARDO GRAÇA/ARQUIVO<br />
<strong>de</strong>cidido, com a subida <strong>de</strong> divisão<br />
já atribuída a Sismaria e Cucujães.<br />
Estas equipas <strong>de</strong>frontavam-se e<br />
tiveram <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> pavilhão,<br />
Era suposto jogarem em Cucujães<br />
e acabaram por entrar em campo<br />
em São João da Ma<strong>de</strong>ira. Já o jogo<br />
entre Juventu<strong>de</strong> Ouriense e o HC<br />
Mealhada B não se realizou, tendo<br />
sido remarcado para amanhã, sexta-feira,<br />
às 20:30 horas.<br />
No basquetebol, o pavilhão <strong>de</strong><br />
Pousos estava pronto para receber<br />
a fase final do Campeonato Distrital<br />
<strong>de</strong> sub-19 feminino, mas a intempérie<br />
obrigou a adiar a competição<br />
para o final da época <strong>de</strong>sportiva.<br />
Além <strong>de</strong>sses quatro <strong>de</strong>safios,<br />
outros tantos não pu<strong>de</strong>ram<br />
ser disputados no fim-<strong>de</strong>semana.<br />
que estiver no escalão imediatamente<br />
inferior.<br />
No futsal, duas medidas <strong>de</strong>verão<br />
avançar, se os clubes <strong>de</strong>cidirem<br />
por votar a favor na Assembleia<br />
Geral. Passa pela extinção da Divisão<br />
<strong>de</strong> Honra feminina, <strong>de</strong>vido<br />
à redução do número <strong>de</strong> equipas<br />
inscritas, e, pelo mesmo motivo,<br />
da 2.ª Divisão distrital masculina,<br />
actualmente com um reduzido<br />
número <strong>de</strong> equipas.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 29<br />
Hóquei em patins<br />
Sismaria conhece<br />
calendário<br />
Depois <strong>de</strong> vencer a zona Centro da<br />
3.ª Divisão <strong>de</strong> hóquei em patins, o<br />
Atlético Clube da Sismaria já<br />
conhece os adversários da prova<br />
<strong>de</strong> apuramento do Campeão<br />
Nacional, que disputará com os<br />
vencedores das zonas Norte e Sul.<br />
No dia 2 <strong>de</strong> Fevereiro recebe o<br />
Caldas das Taipas e a 9 <strong>de</strong><br />
Fevereiro visita os Açores, para<br />
jogar com o Marítimo SC. Visita<br />
Caldas das Taipais, Guimarães, a 2<br />
<strong>de</strong> Março, e termina a competição<br />
uma semana <strong>de</strong>pois, na recepção<br />
ao Marítimo SC.<br />
Arbitragem Colóquio<br />
sobre gestão <strong>de</strong><br />
carreira na ESECS<br />
Amanhã, sexta-feira, pelas<br />
21:30 horas, o auditório 2 da<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação e<br />
Ciências Sociais, em <strong>Leiria</strong>,<br />
acolhe o colóquio Arbitragem:<br />
experiências e gestão <strong>de</strong> carreira.<br />
O convidado será Bertino<br />
Miranda, árbitro assistente com<br />
as insígnias da FIFA. Esta<br />
organização da Associação <strong>de</strong><br />
Futebol <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> terá entradas<br />
gratuitas para os alunos do<br />
Instituto Politécnico <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
Ciclismo Alcobaça<br />
apresenta equipas<br />
para 2013<br />
O Alcobaça Clube <strong>de</strong> Ciclismo vai<br />
apresentar no próximo sábado,<br />
pelas 17 horas, os atletas que ao<br />
longo do ano <strong>de</strong> 2013 vão<br />
representar as cores clube. Em<br />
causa vão estar as equipas <strong>de</strong><br />
cicloturismo, BTT, paraciclismo,<br />
escolas, ca<strong>de</strong>tes, juniores e<br />
respectivas equipas técnicas. O<br />
Alcobaça CC é uma das melhores<br />
escolas <strong>de</strong> formação do País e<br />
recebeu no passado mês <strong>de</strong><br />
Dezembro o estatuto <strong>de</strong><br />
Utilida<strong>de</strong> Pública.<br />
Futsal Artur Silva<br />
treina Núcleo<br />
<strong>de</strong> Pombal<br />
O até agora treinador dos<br />
juniores <strong>de</strong> futsal da ADR<br />
Barreiros aceitou o convite do<br />
Núcleo Sportinguista <strong>de</strong> Pombal<br />
para treinar a equipa sénior, que<br />
ocupa a 10.ª posição da 1.ª<br />
Divisão distrital, zona Norte. A<br />
estreia <strong>de</strong> Artur Silva, técnico <strong>de</strong><br />
52 anos que já passou pela ADR<br />
Mata, será no sábado, no reduto<br />
do ACRDC Sismaria.
30 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Desporto<br />
Futebol<br />
2.ª Divisão – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Casa Pia-1.º Dezembro 0-0<br />
Futebol Benfica-Farense 0-1<br />
Louletano-Mafra 2-0<br />
Oeiras-Oriental 0-4<br />
Pinhalnovense-Torreense 0-1<br />
Ribeira Brava-Carregado 1-3<br />
Sertanense-CD Fátima 1-0<br />
União <strong>Leiria</strong> SAD-Quarteirense 4-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Mafra 36 16 11 3 2 30-14<br />
Farense 32 16 9 5 2 21-13<br />
Torreense 31 16 9 4 3 24-16<br />
União <strong>Leiria</strong> SAD 31 16 9 4 3 22-11<br />
Oriental 29 16 9 2 5 40-21<br />
Sertanense 27 16 8 3 5 23-15<br />
CD Fátima 23 16 7 2 7 18-17<br />
Casa Pia 22 16 4 10 2 14-10<br />
Carregado 20 16 5 5 6 25-28<br />
1.º Dezembro 17 16 3 8 5 16-21<br />
Futebol Benfica 16 16 4 4 8 20-29<br />
Quarteirense 15 16 3 6 7 14-25<br />
Louletano 14 16 2 8 6 13-21<br />
Pinhalnovense 13 16 3 4 9 15-28<br />
Oeiras 10 16 1 7 8 14-25<br />
Ribeira Brava 9 16 2 3 11 21-36<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
1.º Dezembro-Ribeira Brava, Carregado-União <strong>Leiria</strong><br />
SAD, Farense-Pinhalnovense, CD Fátima-Louletano,<br />
Mafra-Casa Pia, Oriental-Sertanense,<br />
Quarteirense-Futebol Benfica, Torreense-Oeiras<br />
3.ª Divisão – Série D<br />
Resultados<br />
Caldas SC-Beneditense 3-0<br />
Ginásio Alcobaça-Mortágua 2-1<br />
AC Marinhense-Sporting Pombal 1-0<br />
Penelense-Alcanenense (adiado)<br />
Sourense-Oliveira Hospital 1-2<br />
Vitória Sernache-Torres Novas 0-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Sporting Pombal 31 15 10 1 4 27-15<br />
Caldas SC 29 15 8 5 2 23-12<br />
Oliveira Hospital 29 15 9 2 4 25-13<br />
Sourense 27 15 7 6 2 23-14<br />
Vitória Sernache 27 15 8 3 4 26-13<br />
Alcanenense 22 14 7 1 6 17-17<br />
AC Marinhense 19 15 5 4 6 19-24<br />
Penelense 18 14 5 3 6 13-19<br />
Torres Novas 16 15 4 4 7 18-31<br />
Ginásio Alcobaça 15 15 4 3 8 18-25<br />
Mortágua 8 15 2 2 11 16-27<br />
Beneditense 8 15 2 2 11 10-25<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Beneditense-Ginásio Alcobaça, Caldas<br />
SC-Penelense, Mortágua-Sourense, Oliveira<br />
Hospital-AC Marinhense, Sporting Pombal-<br />
Vitória Sernache, Torres Novas-Alcanenense<br />
3.ª Divisão – Série E<br />
Resultados<br />
Eléctrico P. Sôr-Barreirense 2-1<br />
Fabril Barreiro-Amora 1-0<br />
Pêro Pinheiro-Lourinhanense 3-3<br />
Real SC-SL Cartaxo 3-0<br />
Sacavenense-União Tires 2-0<br />
Sintrense-GD Peniche 6-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Eléctrico P. Sôr 28 15 8 4 3 24-9<br />
Sintrense 28 15 8 4 3 31-11<br />
Fabril Barreiro 26 15 7 5 3 27-14<br />
Sacavenense 26 15 8 2 5 24-13<br />
Barreirense 24 15 6 6 3 25-22<br />
União Tires 22 15 6 4 5 15-17<br />
Real SC 22 15 6 4 5 22-14<br />
Amora 21 15 6 3 6 17-22<br />
Lourinhanense 19 15 5 4 6 24-21<br />
Pêro Pinheiro 18 15 5 3 7 19-23<br />
GD Peniche 14 15 4 2 9 13-36<br />
SL Cartaxo 1 15 0 1 14 6-45<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Amora-Sintrense, Barreirense-Real SC, Fabril Barreiro-Sacavenense,<br />
Lourinhanense-União Tires, GD<br />
Peniche-Eléctrico P. Sôr, SL Cartaxo-Pêro Pinheiro<br />
1.ª Divisão AF <strong>Leiria</strong> – Zona Norte<br />
Resultados<br />
Bombarralense-Avelarense 2-0<br />
Figueiró Vinhos-Atouguiense 5-0<br />
Guiense-GRAP 4-0<br />
<strong>Leiria</strong> e Marrazes-Nazarenos 4-1<br />
Meirinhas-Lisboa e Marinha 2-1<br />
Pataiense-Vieirense 2-1<br />
Pelariga-Portomosense 0-5<br />
Pousaflores-Alvaiázere 2-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
<strong>Leiria</strong> e Marrazes 31 15 9 4 2 33-16<br />
Pelariga 30 15 9 3 3 32-23<br />
Pousaflores 30 15 9 3 3 27-17<br />
Portomosense 29 15 9 2 4 30-15<br />
GRAP 28 15 8 4 3 34-14<br />
Figueiró Vinhos 27 15 8 3 4 29-11<br />
Guiense 27 15 8 3 4 36-17<br />
Meirinhas 20 15 5 5 5 23-19<br />
Pataiense 20 15 5 5 5 25-23<br />
Lisboa e Marinha 20 15 6 2 7 18-28<br />
Nazarenos 18 15 5 3 7 18-22<br />
Atouguiense 17 15 5 2 8 26-30<br />
Avelarense 13 15 4 1 10 17-39<br />
Vieirense 10 15 2 4 9 12-27<br />
Alvaiázere 8 15 2 2 11 10-36<br />
Bombarralense 8 15 2 2 11 7-40<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Atouguiense-Avelarense, Figueiró Vinhos-<br />
GRAP, Guiense-Nazarenos, <strong>Leiria</strong> e Marrazes-<br />
Vieirense, Meirinhas-Portomosense,<br />
Pataiense-Alvaiázere, Pelariga-Bombarralense,<br />
Pousaflores-Lisboa e Marinha<br />
1.ª Divisão AF <strong>Leiria</strong> – Zona Norte<br />
Resultados<br />
AD Ranha-Motor Clube (adiado)<br />
Alegre e Unido-GD Ilha (adiado)<br />
ARCUDA-Moita Boi (adiado)<br />
CC Ansião-R. Pedroguense 2-1<br />
Mata Mourisca-Caseirinhos 2-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Moita Boi 15 5 5 0 0 15-1<br />
CC Ansião 12 6 3 3 0 18-6<br />
Motor Clube 9 5 3 0 2 12-9<br />
Mata Mourisca 9 6 2 3 1 10-7<br />
ARCUDA 8 5 2 2 1 10-9<br />
GD Ilha 7 5 2 1 2 9-6<br />
AD Ranha 7 5 2 1 2 6-12<br />
Alegre e Unido 5 5 1 2 2 6-6<br />
R. Pedroguense 3 6 1 0 5 5-11<br />
Caseirinhos 0 6 0 0 6 1-25<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Caseirinhos-AD Ranha, GD Ilha-CC Ansião,<br />
Moita Boi-Alegre e Unido, Motor Clube-AR-<br />
CUDA, R. Pedroguense-Mata Mourisca<br />
1.ª Divisão AF <strong>Leiria</strong> – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Alfeizerense-GDRC Unidos 0-3<br />
Alqueidão Serra-União <strong>Leiria</strong> 1-3<br />
GDR Boavista-Os Vidreiros 0-0<br />
Maceirinha-Nadadouro 2-1<br />
Santo Amaro-Outeirense (adiado)<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
União <strong>Leiria</strong> 18 6 6 0 0 24-2<br />
Alqueidão Serra 13 6 4 1 1 15-8<br />
GDRC Unidos 12 6 4 0 2 14-9<br />
Outeirense 10 5 3 1 1 12-5<br />
GDR Boavista 10 6 3 1 2 5-5<br />
Maceirinha 6 5 2 0 3 5-12<br />
Os Vidreiros 5 6 1 2 3 3-12<br />
Nadadouro 4 6 1 1 4 7-13<br />
Santo Amaro 3 5 1 0 4 6-11<br />
Alfeizerense 0 5 0 0 5 1-15<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
GDR Cultural Unidos-Maceirinha, Nadadouro-<br />
GDR Boavista, Os Vidreiros-Alqueidão Serra,<br />
Outeirense-Alfeizerense, União <strong>Leiria</strong>-Santo<br />
Amaro<br />
1.ª Divisão <strong>de</strong> juniores – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Belenenses-União <strong>Leiria</strong> 2-0<br />
Benfica-Sporting 1-1<br />
Nacional-Olhanense 1-0<br />
Portimonense-União Coimbra 1-1<br />
Real SC-Estoril Praia 2-2<br />
Vitória Setúbal-Sacavenense 5-0<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Benfica 50 21 15 5 1 67-11<br />
Sporting 49 21 15 4 2 58-19<br />
Vitória Setúbal 47 21 15 2 4 43-19<br />
Nacional 41 21 12 5 4 42-15<br />
União <strong>Leiria</strong> 36 21 11 3 7 39-34<br />
Real SC 30 21 9 3 9 29-38<br />
Sacavenense 24 21 7 3 11 21-41<br />
Estoril Praia 23 21 6 5 10 27-39<br />
Belenenses 19 21 5 4 12 28-33<br />
União Coimbra 18 21 5 3 13 20-43<br />
Olhanense 11 21 2 5 14 13-43<br />
Portimonense 7 21 1 4 16 14-66<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Estoril Praia-Benfica, Olhanense-Portimonense,<br />
Sacavenense-Nacional, Sporting-Vitória<br />
Setúbal, União Coimbra-Belenenses, União <strong>Leiria</strong>-Real<br />
SC<br />
1.ª Divisão feminina<br />
Resultados<br />
Atlético Ouriense-Escola FF Setúbal 1-0<br />
Boavista-Vilaver<strong>de</strong>nse 2-2<br />
Cesarense-F. Laura Santos 3-2<br />
Futebol Benfica-1.º Dezembro 1-4<br />
Leixões-Clube Albergaria 1-3<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
1.º Dezembro 33 14 10 3 1 34-15<br />
Atlético Ouriense 32 14 10 2 2 30-11<br />
Clube Albergaria 28 14 8 4 2 31-15<br />
Vilaver<strong>de</strong>nse 21 14 5 6 3 25-20<br />
Cesarense 20 14 5 5 4 20-18<br />
Boavista 19 14 5 4 5 22-21<br />
F. Laura Santos 15 14 5 0 9 18-33<br />
Leixões 14 14 4 2 8 16-26<br />
Escola FF Setúbal 9 14 2 3 9 12-27<br />
Futebol Benfica 4 14 1 1 12 7-29<br />
Próxima jornada 27 <strong>de</strong> Janeiro<br />
1.º Dezembro-Boavista, Clube Albergaria-Futebol<br />
Benfica, Escola FF Setúbal-Leixões, F. Laura<br />
Santos-Atlético Ouriense, Vilaver<strong>de</strong>nse-Cesarense<br />
Hóquei em patins<br />
1.ª Divisão<br />
Resultados<br />
HC Turquel-Ac. Espinho 4-2<br />
Paço Arcos-Gulpilhares 8-2<br />
Tigres Almeirim-Limianos 7-1<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
FC Porto 37 14 12 1 1 101-42<br />
Benfica 35 14 11 2 1 88-45<br />
Paço Arcos 30 15 9 3 3 65-41<br />
Valongo 29 14 9 2 3 69-38<br />
Oliveirense 29 14 9 2 3 84-56<br />
Física T. Vedras 27 14 9 0 5 60-45<br />
Can<strong>de</strong>lária 23 14 7 2 5 70-44<br />
Óquei Barcelos 21 14 7 0 7 64-55<br />
HC Turquel 19 15 5 4 6 53-65<br />
HA Cambra 18 14 6 0 8 48-62<br />
Tigres Almeirim 13 15 4 1 10 46-95<br />
Sporting 12 14 3 3 8 45-64<br />
HC Braga 11 14 3 2 9 46-74<br />
Limianos 10 15 3 1 11 53-92<br />
Ac. Espinho 10 15 3 1 11 44-65<br />
Gulpilhares 9 15 3 0 12 47-100<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Benfica-Ac. Espinho, Can<strong>de</strong>lária-Sporting, Física<br />
T. Vedras-Gulpilhares, HC Braga-Óquei<br />
Barcelos, HC Turquel-Limianos, Oliveirense-<br />
HA Cambra, Paço Arcos-FC Porto, Tigres Almeirim-Valongo<br />
2.ª Divisão – Zona Sul<br />
Resultados<br />
Ac. Coimbra-AD Oeiras 1-4<br />
Campo Ourique-Alenquer Benfica (adiado)<br />
Grândola-Santa Cita 5-2<br />
HC Sintra-Biblioteca IR 5-2<br />
HC Vasco Gama-Entroncamento 6-7<br />
Juv. Salesiana-Alcobacense 6-2<br />
Nafarros-GD Sesimbra 2-4<br />
Sporting Tomar-HC Mealhada 3-3<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Sporting Tomar 38 15 12 2 1 76-50<br />
HC Mealhada 35 15 11 2 2 68-34<br />
Alenquer Benfica 29 14 9 2 3 86-49<br />
Campo Ourique 29 14 9 2 3 59-39<br />
Grândola 28 15 9 1 5 69-54<br />
Alcobacense 28 15 9 1 5 76-66<br />
HC Sintra 28 15 9 1 5 78-63<br />
Biblioteca IR 25 15 7 4 4 64-57<br />
AD Oeiras 23 15 7 2 6 68-63<br />
Juv. Salesiana 17 15 5 2 8 59-63<br />
Santa Cita 16 15 4 4 7 51-61<br />
GD Sesimbra 14 15 4 2 9 59-69<br />
Entroncamento 10 15 3 1 11 64-90<br />
HC Vasco Gama 9 15 2 3 10 46-85<br />
Ac. Coimbra 7 15 2 1 12 39-77<br />
Nafarros 5 15 1 2 12 50-92<br />
Próxima jornada 2 <strong>de</strong> Fevereiro<br />
Ac. Coimbra-Biblioteca IR, AD Oeiras-GD Sesimbra,<br />
Campo Ourique-Santa Cita, HC Mealhada-Grândola,<br />
HC Sintra-Entron-camento,<br />
HC Vasco Gama-Alcobacense, Juv. Salesiana-<br />
Alenquer Benfica, Sporting Tomar-Nafarros<br />
3.ª Divisão – Zona Centro<br />
Resultados<br />
Cucujães-AC Sismaria 5-3<br />
Juv. Ouriense-HC Mealhada B (adiado)<br />
Oliveira Hospital-Sp. Marinhense 3-4<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
AC Sismaria 22 10 7 1 2 41-25<br />
Cucujães 21 10 7 0 3 51-36<br />
Sp. Marinhense 16 10 5 1 4 36-40<br />
Juv. Ouriense 15 9 5 0 4 40-35<br />
HC Mealhada B 10 9 3 1 5 27-40<br />
Oliveira Hospital 1 10 0 1 9 23-42<br />
Basquetebol<br />
Divisão CNB2 – Zona Centro<br />
Resultados<br />
ACER Ton<strong>de</strong>la-Unidos Tortosendo 44-31<br />
Lousanense-Chamusca Basket V-FC<br />
UF Buarcos-Sp. Marinhense 46-66<br />
Náutico Abrantes-CAD Coimbra 50-66<br />
Classificação<br />
P J V E G<br />
Sp. Marinhense 16 9 7 2 599-529<br />
Gumirães 14 8 6 2 527-441<br />
UF Buarcos 14 9 5 4 540-516<br />
Náutico Abrantes 14 9 5 4 572-550<br />
ACER Ton<strong>de</strong>la 13 9 4 5 489-479<br />
CAD Coimbra 13 8 5 3 466-479<br />
Lousanense 13 9 4 5 496-516<br />
Unidos Tortosendo 11 9 2 7 511-557<br />
Chamusca Basket 9 8 1 7 410-543<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
CAD Coimbra-Gumirães, Sp. Marinhense-ACER<br />
Ton<strong>de</strong>la, UF Buarcos-Chamusca Basket, Unidos<br />
Tortosendo-Náutico Abrantes<br />
An<strong>de</strong>bol<br />
2.ª Divisão – Zona Sul<br />
Resultados<br />
AC Sismaria-Vitória Setúbal (adiado)<br />
Boa-Hora FC-Marienses 32-30<br />
Ginásio Sul-Benavente 26-29<br />
Samora Correia-Passos Manuel 23-29<br />
Vela Tavira-Marítimo 34-30<br />
Benavente-Marítimo 32-24<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Passos Manuel 34 13 10 1 2 359-317<br />
AC Sismaria 33 12 10 1 1 336-289<br />
Benavente 28 13 7 1 5 360-340<br />
Marítimo 28 13 7 1 5 394-370<br />
Ginásio Sul 25 13 6 0 7 364-357<br />
Vitória Setúbal 23 12 5 1 6 322-324<br />
Boa-Hora FC 20 13 3 1 9 314-363<br />
Vela Tavira 20 12 4 0 8 315-354<br />
Marienses 19 11 4 0 7 285-303<br />
Samora Correia 18 12 3 0 9 283-315<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Benavente-Vela Tavira, Marienses-Ginásio Sul,<br />
Marítimo-Samora Correia, Passos Manuel-AC<br />
Sismaria, V. Setúbal-Boa-Hora FC<br />
1. ª Divisão feminina<br />
Resultados<br />
Alavarium-Colégio Gaia 40-25<br />
Juventu<strong>de</strong> Lis-Col. João Barros 25-21<br />
Juventu<strong>de</strong> Mar-Sports Ma<strong>de</strong>ira 16-28<br />
Maiastars-Ma<strong>de</strong>ira SAD 12-34<br />
Passos Manuel-JAC Alcanena 24-31<br />
Juventu<strong>de</strong> Mar-Ma<strong>de</strong>ira SAD 15-36<br />
Maiastars-Sports Ma<strong>de</strong>ira 20-31<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Alavarium 36 12 12 0 0 379-302<br />
Ma<strong>de</strong>ira SAD 33 12 10 1 1 384-233<br />
Col. João Barros 31 12 9 1 2 352-270<br />
Juventu<strong>de</strong> Lis 31 13 8 2 3 341-290<br />
JAC Alcanena 26 12 6 2 4 338-310<br />
Colégio Gaia 24 12 6 0 6 324-341<br />
Maiastars 22 12 4 2 6 308-324<br />
Sports Ma<strong>de</strong>ira 22 12 5 0 7 311-338<br />
Juventu<strong>de</strong> Mar 19 13 3 0 10 279-366<br />
CA Leça 18 12 3 0 9 270-310<br />
Passos Manuel 16 12 2 0 10 273-380<br />
Santa Joana 14 12 1 0 11 274-369<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Alavarium-CA Leça, Colégio Gaia-Santa Joana, JAC<br />
Alcanena-Col. João Barros, Ma<strong>de</strong>ira SAD-Maiastars,<br />
Passos Manuel-Juve Lis, Sports Ma<strong>de</strong>ira-Juve Mar<br />
Voleibol<br />
2.ª Divisão – Série A<br />
Resultados<br />
CV Lisboa-SO Marinhense 3-0<br />
CV Oeiras-CN Ginástica 0-3<br />
Classificação<br />
P J V D G<br />
CN Ginástica 24 12 8 4 30-15<br />
CV Oeiras 23 12 8 4 27-20<br />
CV Lisboa 22 12 8 4 26-19<br />
SO Marinhense 3 12 0 12 7-36<br />
Futsal<br />
2.ª Divisão – Série A<br />
Resultados<br />
Boavista-CRECOR 6-4<br />
Cohaemato-ADR Mata 1-5<br />
Lameirinhas-Desportivo Aves 5-4<br />
Tabuaço-Mace<strong>de</strong>nse 12-5<br />
Vale Cambra-Pare<strong>de</strong>s 3-3<br />
Viseu 2001-Covão Lobo 6-0<br />
CS São João-Póvoa Futsal (adiado)<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Boavista 24 10 8 0 2 46-23<br />
Lameirinhas 24 11 8 0 3 40-38<br />
Póvoa Futsal 19 10 6 1 3 32-23<br />
Tabuaço 18 11 5 3 3 45-39<br />
Covão Lobo 18 11 5 3 3 37-33<br />
Cohaemato 17 11 5 2 4 33-34<br />
Viseu 2001 17 11 5 2 4 34-22<br />
Desportivo Aves 16 11 5 1 5 32-30<br />
ADR Mata 15 11 4 3 4 33-30<br />
Pare<strong>de</strong>s 12 11 3 3 5 35-41<br />
CS São João 11 9 3 2 4 33-33<br />
CRECOR 8 11 1 5 5 31-44<br />
Vale Cambra 7 11 2 1 8 29-42<br />
Mace<strong>de</strong>nse 5 11 1 2 8 38-66<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
ADR Mata-Tabuaço, Cohaemato-Póvoa Futsal,<br />
Covão Lobo-Boavista, CRECOR-CS São João, Desportivo<br />
Aves-Viseu 2001, Mace<strong>de</strong>nse-Vale Cambra,<br />
Pare<strong>de</strong>s-Lameirinhas<br />
2.ª Divisão – Série B<br />
Resultados<br />
AMSAC-Amarense 4-4<br />
Belenenses-Albufeira Futsal 4-4<br />
Burinhosa-Os Vinhais (adiado)<br />
Matraquilhos FC-Vila Ver<strong>de</strong> (adiado)<br />
Os Torpedos-Sportivo Loures 4-2<br />
Rangel-Quinta Lombos 3-4<br />
UP Venda Nova-Portela 2-4<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Belenenses 25 11 8 1 2 64-37<br />
Quinta Lombos 25 11 8 1 2 37-29<br />
Sportivo Loures 24 11 8 0 3 60-42<br />
AMSAC 19 11 6 1 4 48-38<br />
Vila Ver<strong>de</strong> 18 10 6 0 4 42-31<br />
Amarense 16 11 4 4 3 35-32<br />
Os Vinhais 16 10 5 1 4 38-32<br />
AM Portela 15 11 5 0 6 32-39<br />
UP Venda Nova 14 11 4 2 5 36-35<br />
Albufeira Futsal 14 11 4 2 5 42-46<br />
Burinhosa 13 10 4 1 5 39-43<br />
Matraquilhos FC 9 10 3 0 7 26-51<br />
Os Torpedos 7 11 2 1 8 32-47<br />
Rangel 2 11 0 2 9 33-62<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
Albufeira Futsal-Burinhosa, Amarense-Rangel,<br />
AMSAC-Sportivo Loures, Os Vinhais-UP Venda<br />
Nova, Portela-Matraquilhos FC, Quinta Lombos-<br />
Belenenses, Vila Ver<strong>de</strong>-Os Torpedos<br />
3.ª Divisão – Série C<br />
Resultados<br />
Achete-Caldas SC 4-5<br />
Alha<strong>de</strong>nse-Mendiga 9-2<br />
Boa Esperança-ABC Nelas 5-5<br />
Eléctrico P. Sôr-Miranda Corvo (adiado)<br />
MTBA-Casal Velho 6-1<br />
Pro<strong>de</strong>co Covões-CD Fátima (adiado)<br />
Ribeira Fra<strong>de</strong>s-Olho Marinho 2-3<br />
Classificação<br />
P J V E D G<br />
Mendiga 23 11 7 2 2 50-42<br />
Eléctrico P. Sôr 21 10 6 3 1 42-26<br />
Alha<strong>de</strong>nse 21 11 6 3 2 39-26<br />
Boa Esperança 18 11 5 3 3 29-29<br />
Achete 16 11 4 4 3 47-38<br />
Pro<strong>de</strong>co Covões 16 10 4 4 2 36-28<br />
ABC Nelas 16 11 4 4 3 39-33<br />
Miranda Corvo 16 10 5 1 4 26-32<br />
MTBA 14 11 4 2 5 32-31<br />
Caldas SC 13 11 4 1 6 39-41<br />
CD Fátima 11 10 3 2 5 28-40<br />
Olho Marinho 9 11 2 3 6 24-40<br />
Casal Velho 8 11 2 2 7 20-36<br />
Ribeira Fra<strong>de</strong>s 4 11 0 4 7 34-43<br />
Próxima jornada 26 <strong>de</strong> Janeiro<br />
ABC Nelas-Pro<strong>de</strong>co, Caldas-Boa Esperança, Casal<br />
Velho-Ribeira Fra<strong>de</strong>s, Mendiga-Achete, M. Corvo-<br />
Alha<strong>de</strong>nse, MTBA-Fátima, Olho Marinho-Eléctrico
Desporto<br />
“Batiam-nos à porta a dizer<br />
que o Marinhense <strong>de</strong>via”<br />
José Robalo O presi<strong>de</strong>nte do AC Marinhense fala das dívidas que herdou e<br />
aponta caminhos para o futuro do clube. Certo é que não se recandidatará<br />
Miguel Sampaio<br />
miguel.sampaio@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚Médico <strong>de</strong> profissão, José Robalo garante<br />
que está a fazer uma verda<strong>de</strong>ira<br />
cura às dívidas do Atlético Clube<br />
Marinhense. Pegou no clube num<br />
momento <strong>de</strong>licado, mas está aos<br />
poucos a erguê-lo. Acredita que a<br />
equipa sénior <strong>de</strong> futebol cair nos distritais<br />
é inevitável, numa altura em<br />
que os apoios são cada vez menores.<br />
Foi eleito há ano e meio e herdou uma<br />
dívida muito gran<strong>de</strong>. O problema<br />
está resolvido?<br />
Não. Conseguimos equilibrar as contas<br />
neste ano e meio <strong>de</strong> mandato. Tínhamos<br />
imensas dívidas e algumas<br />
mantêm-se, <strong>de</strong>verão rondar meta<strong>de</strong><br />
daquelas que recebemos.<br />
De quanto é que era a dívida?<br />
Não temos um valor, porque houve<br />
um altura em que nos batiam à porta<br />
todos os dias a dizer que o Marinhense<br />
<strong>de</strong>via dinheiro. As contas no<br />
banco estavam a vermelho, os cartões<br />
<strong>de</strong> créditos tinham saldos negativos<br />
<strong>de</strong> alguns milhares <strong>de</strong> euros, havia dívidas<br />
fiscais e à Segurança Social, e<br />
também a jogadores <strong>de</strong> há três ou<br />
quatro anos. Já <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tomarmos<br />
posse, um dos anteriores directores<br />
também disse que terá emprestado dinheiro<br />
em 2004 – e tudo indica que<br />
sim – e exigiu que se pagasse os 25 mil<br />
euros na altura.<br />
Qual é a situação actual?<br />
Neste momento, à Segurança Social<br />
não <strong>de</strong>vemos nada, o IVA está pago e<br />
o guarda do campo, que tinha quatro<br />
meses em atraso, neste momento<br />
tem só dois. Aos jogadores do actual<br />
plantel, os que ficaram e aceitaram jogar<br />
sem receber nada e tinham dívidas<br />
anteriores, <strong>de</strong>ve-se um terço do<br />
que se <strong>de</strong>via.<br />
Mas há jogadores que avançaram<br />
para tribunal para receber...<br />
Isso parou, porque baseiam-se num<br />
documento do anterior presi<strong>de</strong>nte a<br />
dizer que se <strong>de</strong>ve, mas esse documento<br />
tem <strong>de</strong> ter três assinaturas<br />
para ser válido. Os advogados estão a<br />
tratar disso. É evi<strong>de</strong>nte que têm <strong>de</strong> receber,<br />
mas é quando o clube tiver disponibilida<strong>de</strong>.<br />
Temos outras priorida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> pagamento: primeiro ao Estado,<br />
<strong>de</strong>pois à pessoa que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />
clube, que é a guarda do campo, em<br />
terceiro, aqueles que a custo zero – não<br />
pagámos or<strong>de</strong>nados a jogadores nestes<br />
dois anos - optaram por continuar<br />
a representar o Atlético Clube Marinhense.<br />
Depois virão os outros.<br />
Como está a questão dos terrenos<br />
da Portela?<br />
É uma situação que se arrasta há 15<br />
anos. Teve a ver com a venda inicial<br />
a um promotor imobiliário, que <strong>de</strong>u<br />
um cheque ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> então,<br />
Fernando Luís. Deveria ter sido <strong>de</strong>volvido,<br />
uma vez que o negócio não<br />
se efectuou. É uma questão que<br />
está em tribunal, não sei o que dali<br />
vai sair, mas não será bom para o Marinhense,<br />
com toda a certeza.<br />
Mais tar<strong>de</strong>. o terreno esteve vendido<br />
à E.LeClerc para a construção <strong>de</strong><br />
um hipermercado...<br />
Acabaram por <strong>de</strong>sistir. Depois, houve<br />
um grupo <strong>de</strong> sócios, com a aprovação<br />
da assembleia-geral e a custo<br />
Em <strong>de</strong>staque<br />
Muito<br />
provavelmente<br />
o saneamento<br />
financeiro<br />
completo passará<br />
pela alienação da<br />
se<strong>de</strong>, se os sócios<br />
assim o<br />
enten<strong>de</strong>rem<br />
zero para o clube, que <strong>de</strong>cidiu pôr<br />
em tribunal o E.LeClerc, o anterior<br />
presi<strong>de</strong>nte [Hél<strong>de</strong>r Fernan<strong>de</strong>s] e<br />
mais dois directores, porque a cláusula<br />
<strong>de</strong> incumprimento do contrato<br />
era <strong>de</strong> 1,4 milhões <strong>de</strong> euros e eles<br />
aceitaram 800 mil euros. Questionam<br />
a legitimida<strong>de</strong> que a anterior direcção<br />
tinha em fazer o Marinhense<br />
per<strong>de</strong>r 600 mil euros.<br />
Nesse terreno colocaram um sintético,<br />
bastante polémico, por sinal...<br />
Não fizemos acordo com a SAD da<br />
União <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> nem com a empresa.<br />
A Câmara perguntou se estávamos<br />
interessados e se preparávamos o<br />
terreno. Dissemos que sim e a obra<br />
avançou. O problema <strong>de</strong> o sintético<br />
ainda não ter sido pago por quem <strong>de</strong><br />
direito é que não temos o certificado,<br />
o que impe<strong>de</strong> a realização dos jogos<br />
das competições nacionais. As<br />
obras que eram da nossa responsabilida<strong>de</strong><br />
estão todas pagas, não <strong>de</strong>vemos<br />
um tostão a ninguém.<br />
Como é que o Marinhense enfrenta<br />
a crise?<br />
É muito difícil, mas não será só para<br />
o Marinhense. Cada vez os apoios<br />
são menores. Houve alturas em que<br />
havia alguns benefícios para as empresas<br />
que subsidiavam os clubes,<br />
mas terminaram. Ainda por cima, actualmente<br />
as empresas trabalham<br />
com margens <strong>de</strong> lucro reduzidas.<br />
Depen<strong>de</strong>m, então, dos apoios da<br />
autarquia?<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 31<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Sem esses apoios é impossível resistir.<br />
Apesar <strong>de</strong> pouco, é fundamental<br />
para a sobrevivência dos<br />
clubes. No dia em que a câmara<br />
cortar - e está no direito <strong>de</strong> o fazer -<br />
não sei como é que os clubes vão sobreviver.<br />
Principalmente o futebol<br />
sénior, porque na formação é possível<br />
aplicar o conceito <strong>de</strong> utilizador<br />
pagador. É isso que estamos a implementar,<br />
com alguma dificulda<strong>de</strong>,<br />
porque muitos pais estão <strong>de</strong>sempregados.<br />
Com a reformulação dos campeonatos<br />
é muito provável que o Marinhense<br />
caia nos distritais. Incomoda-o?<br />
Não. Nos tempos que correm, sem<br />
apoios financeiros, estar na 2.ª Divisão<br />
po<strong>de</strong>ria ser uma catástrofe.<br />
Basta ver quanto custaria uma <strong>de</strong>slocação<br />
a Castelo Branco. É irrealista,<br />
a não ser que haja um gran<strong>de</strong> suporte.<br />
Se calhar a Marinha Gran<strong>de</strong><br />
até tem condições, mas não está<br />
vocacionada para isso. São muitos<br />
clubes, muitas associações...<br />
Vai recandidatar-se em Maio?<br />
Não. Estarei disponível para ajudar,<br />
não me importarei <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong><br />
uma comissão para os melhoramentos<br />
na Portela, mas da direcção<br />
não farei parte <strong>de</strong> certeza. Foram<br />
dois anos muito intensos e cansativos.<br />
Mas o Marinhense tem outras<br />
pessoas, mais dinâmicas e outros conhecimentos.<br />
Atletismo<br />
Vidigalense<br />
soma pódios<br />
no Nacional<br />
<strong>de</strong> juniores<br />
❚ A equipa masculina da Juventu<strong>de</strong><br />
Vidigalense (JV) repetiu o segundo<br />
lugar alcançado no ano passado<br />
no Campeonato Nacional <strong>de</strong><br />
Juniores em pista coberta, que se<br />
realizou no passado fim-<strong>de</strong>semana,<br />
em Pombal. O clube <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> foi apenas superado pelo<br />
Benfica, que tem dominado nestes<br />
últimos anos esta competição. De<br />
resto, o emblema <strong>de</strong> Lisboa também<br />
venceu a competição feminina,<br />
na qual a JV foi terceiro classificada,<br />
um lugar abaixo do conseguido<br />
em 2012. Ricardo Men<strong>de</strong>s no<br />
triplo-salto (14,42 metros), Juliana<br />
Pereira no peso (12,02 metros) e Tatiana<br />
Rosário nos 200 metros (25.20<br />
segundos e novo recor<strong>de</strong> distrital)<br />
conquistaram os títulos individuais<br />
para a JV, que ainda somou<br />
sete medalhas individuais <strong>de</strong> prata<br />
e uma <strong>de</strong> bronze. Por sua vez,<br />
Ana Oliveira, do Grupo <strong>de</strong> Atletismo<br />
<strong>de</strong> Fátima, sagrou-se campeã<br />
nacional do salto em altura, com<br />
1,72 metros, recor<strong>de</strong> absoluto <strong>de</strong><br />
Santarém. No próximo fim-<strong>de</strong>semana,<br />
Pombal recebe o apuramento<br />
para o Nacional <strong>de</strong> clubes.<br />
Cross country<br />
Olímpico David<br />
Rosa muda-se<br />
para o Team<br />
MoveFree<br />
❚ O tricampeão nacional <strong>de</strong> cross<br />
country assinou um contrato <strong>de</strong><br />
quatro anos com o Team MoveFree<br />
e vai, já este ano, <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pedalar<br />
numa Focus trocando <strong>de</strong> bicicletas,<br />
e equipamento, para a Scott. David<br />
Rosa, <strong>de</strong> Fátima, 23.º nos Jogos <strong>de</strong><br />
Londres, consegue assim condições<br />
para abraçar o projecto olímpico<br />
com vista uma nova participação<br />
mais mais mediática competição<br />
do Mundo, <strong>de</strong>sta feita no<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 2016. “É, para<br />
mim, um orgulho po<strong>de</strong>r contar<br />
com a MoveFree e os meus outros<br />
parceiros como um apoio para tentar<br />
conseguir atingir os meus objectivos<br />
na modalida<strong>de</strong>, conseguirmos<br />
mais notorieda<strong>de</strong> para o<br />
nosso <strong>de</strong>sporto e uma maior presença<br />
do nosso país nas competições<br />
internacionais”, referiu David<br />
Rosa durante a assinatura do contrato.<br />
O atleta vai elegeu para os<br />
treinos e competição a Scott Scale<br />
RC900, a Scale 910 e ainda a Foil,<br />
para a parte <strong>de</strong> estrada.
32 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Viver<br />
Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
voa para Pombal<br />
3 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1938 Da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um punhado <strong>de</strong> sonhadores se<br />
fez um dos mais reputados aeroclubes do País. Mas ao cabo <strong>de</strong> 75<br />
anos <strong>de</strong> tradição no concelho que o viu crescer, é quase certo que o<br />
Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> se mudará para Pombal<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ A génese do Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong>ve-se ao sonho<br />
<strong>de</strong> um empresário da cida<strong>de</strong>, José Dias Sequeira Pereira,<br />
conhecido por “Zé dos Aviões”, que, apoiado<br />
por conjunto <strong>de</strong> notáveis do seu tempo, havia <strong>de</strong> fundar<br />
a instituição. Mas ao fim <strong>de</strong> 75 anos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
no concelho que o viu crescer, é já quase certo que<br />
o Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> se vai mudar para Pombal.<br />
Este é um dos clubes mais antigos do género em<br />
Portugal e também um dos primeiros a possuir escola<br />
para pilotos, salienta Afonso Dinis, actual presi<strong>de</strong>nte<br />
do Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. Consta que foi nesta<br />
escola que a primeira mulher portuguesa tirou brevet,<br />
assim como terá sido também nesta escola que<br />
o primeiro padre apren<strong>de</strong>u a pilotar.<br />
No entanto, e apesar dos motivos <strong>de</strong> orgulho que<br />
tem dado a <strong>Leiria</strong>, o clube “vive da carolice <strong>de</strong> alguns<br />
associados”. Ao contrário <strong>de</strong> outros aeródromos, que<br />
pertencem às autarquias, neste caso, e apesar <strong>de</strong> receber<br />
tantos portugueses e estrangeiros, que <strong>de</strong>scobrem<br />
o concelho por esta via, o aeródromo é mantido<br />
pelo clube, que paga renda mensal ao dono da<br />
proprieda<strong>de</strong>. “São particulares os responsáveis pelo<br />
espaço aeronáutico do distrito”, nota o presi<strong>de</strong>nte<br />
do Aero Clube, para quem a situação não é comportável.<br />
A Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> tem mostrado interesse em ajudar<br />
e, em conjunto com o Aero Clube, <strong>de</strong>senvolveu<br />
um projecto para um novo aeródromo. Suce<strong>de</strong> que<br />
um projecto <strong>de</strong>sta natureza exige um terreno <strong>de</strong> dimensão<br />
consi<strong>de</strong>rável, que a autarquia não dispõe.<br />
Por isso, “estamos a equacionar a hipótese <strong>de</strong> mudar<br />
as instalações para o aeródromo <strong>de</strong> Pombal. Têm<br />
uma pista excelente e bem localizada. A câmara está<br />
receptiva e está a proce<strong>de</strong>r à legalização da infraestrutura<br />
como espaço aeronáutico. Quando esse<br />
passo for dado, equacionamos seriamente a questão.<br />
Po<strong>de</strong> ser para breve”, assegura Afonso Dinis.<br />
Reconhecido por todo o País<br />
O Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> reúne hoje três componentes<br />
distintas: aeronáutica; formação, com duas escolas<br />
certificadas, para pilotos <strong>de</strong> aeronaves ligeiras<br />
e <strong>de</strong> avião; e aeromo<strong>de</strong>lismo. No total, o clube conta<br />
com cerca <strong>de</strong> 300 associados, cerca <strong>de</strong> 80 pilotos,<br />
35 dos quais com activida<strong>de</strong> regular. Tem três<br />
aviões.<br />
Ao longo da sua história, o clube tem sido procurado<br />
por alunos e pilotos <strong>de</strong> todo o País. Apesar do<br />
aeródromo ter a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser atravessado<br />
por uma estrada, e as condições atmosféricas da região<br />
dificultarem as fases mais críticas do voo, <strong>de</strong>scolagem<br />
e aterragem, certo é que muitos pilotos en-<br />
A preparação<br />
técnica dos<br />
pilotos, aliada<br />
ao seu sentido<br />
<strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong>,<br />
faz com<br />
que, em 75<br />
anos <strong>de</strong><br />
aviação, a<br />
escola não<br />
tenha registo<br />
<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />
mortais<br />
cartados vêm fazer horas <strong>de</strong> voo a <strong>Leiria</strong>, e são também<br />
muitos os que preferem tirar licença <strong>de</strong> pilotagem<br />
nesta instituição, pelo simples facto <strong>de</strong>, uma<br />
vez preparados para pilotar em <strong>Leiria</strong>, sentem-se preparados<br />
para pilotar em qualquer ponto do País. “Somos<br />
alcunhados <strong>de</strong> Navy”, porque aqui as condições<br />
<strong>de</strong> facto são mais complicadas, salienta o presi<strong>de</strong>nte.<br />
A preparação técnica dos pilotos, aliada ao seu sentido<br />
<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, faz com que, em 75 anos<br />
<strong>de</strong> aviação, a escola não tenha registos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />
mortais, nota Afonso Dinis.<br />
Foi já no início do século XXI que um inci<strong>de</strong>nte<br />
numa pista <strong>de</strong> Viseu fez capotar um avião do Aero<br />
Clube. Apenas lata, <strong>de</strong>sdramatiza o presi<strong>de</strong>nte.<br />
Mais caricata, e embaraçosa, reconhece Afonso Dinis,<br />
terá sido uma situação ocorrida num dos primeiros<br />
voos, nos anos 30, quando um piloto, tentando<br />
exibir-se à população <strong>de</strong> Coimbra, <strong>de</strong>sceu <strong>de</strong><br />
tal maneira sobre o aglomerado, que acabou por não<br />
conseguir recuperar o voo sem o auxílio <strong>de</strong> populares.<br />
Anedóticos parecem também os números alcançados<br />
pelos aviões que participaram numa das primeiras<br />
provas aeronáuticas no distrito, em 1940. Médias<br />
“astronómicas”, <strong>de</strong> 90 quilómetros por hora, ou<br />
potência <strong>de</strong> 40 cavalos, fazem sorrir o presi<strong>de</strong>nte,<br />
ciente <strong>de</strong> que nenhum avião voa hoje com menos <strong>de</strong><br />
100 cavalos. História, tecnologia e lazer são as razões<br />
pelas quais tantos associados se apaixonam pela aeronáutica,<br />
consi<strong>de</strong>ra Afonso Dinis.<br />
IN ECOS DO SÉCULO XX<br />
1<br />
1 - Amadora,<br />
1936. (da esq.<br />
para a dir.)<br />
Sequeira<br />
Pereira,<br />
capitão Tártaro<br />
e um familiar<br />
do primeiro<br />
2 - No campo<br />
on<strong>de</strong> se<br />
encontra a<br />
Base Aérea nº5<br />
<strong>de</strong> Monte Real,<br />
em 1938,<br />
durante a<br />
primeira visita<br />
a esta pista dos<br />
oficiais<br />
Pinheiro<br />
Correia,<br />
Fernando<br />
Tártaro e<br />
Norton<br />
Brandão<br />
3 - Na Ponte da<br />
Pedra,<br />
aquando da<br />
terceira visita<br />
dos oficiais <strong>de</strong><br />
Tancos, em<br />
Outubro <strong>de</strong><br />
1937. Sequeira<br />
Pereira é o<br />
primeiro<br />
(sentado) a<br />
contar da<br />
direita<br />
4 - Lezíria do<br />
Pastel,<br />
Barreiros, 1936<br />
5 - Espectáculo<br />
<strong>de</strong> aeronáutica<br />
reuniu<br />
apreciadores<br />
no aeródromo<br />
do clube, em<br />
2010
Do primeiro voo nos Barreiros,<br />
até à Gândara dos Olivais<br />
❚ Terá sido em 1936, em casa <strong>de</strong> um familiar, que José Dias<br />
Sequeira Pereira, conhecido por “Zé dos Aviões”, travou<br />
conhecimentos com o então capitão aviador Fernando Carvalho<br />
Tártaro, que o convidou para ir à Amadora dar uma<br />
volta <strong>de</strong> avião. Entusiasmado com o baptismo <strong>de</strong> voo, José<br />
Pereira terá pedido <strong>de</strong> imediato ao capitão que se <strong>de</strong>slocasse<br />
a <strong>Leiria</strong> para analisar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ali criar um<br />
campo <strong>de</strong> aviação.<br />
Depois <strong>de</strong> examinarem os Campos do Lis, encontraram<br />
um terreno na zona dos Barreiros, <strong>de</strong>nominado Lezíria do<br />
Pastel, pertencente ao Dr. Ver<strong>de</strong>, que ace<strong>de</strong>u ao pedido dos<br />
entusiastas. Ao sonho do “Zé dos Aviões” juntaram-se outros<br />
apaixonados, como Luís <strong>de</strong> Melo, Carlos Silva, Guerra<br />
Rodrigues, Alves Men<strong>de</strong>s, Vasco Rito, Wellemkamp, Rogério<br />
Travassos, Engenheiro Manso, Camilo Korrodi,<br />
José Carlos Santos, Francisco Pereira, Rocha Ourives e Etelvino<br />
Gaspar.<br />
Se para estes notáveis, trazer aviões para <strong>Leiria</strong> era uma<br />
certeza, aos olhos da maior parte da população, que nunca<br />
vira uma aeronave, tal projecto não passava <strong>de</strong> uma utopia,<br />
à volta da qual se contavam anedotas nos cafés.<br />
Mas nesse mesmo ano, e para espanto <strong>de</strong> muitos, o Vickers,<br />
da Amadora, fez a primeira aterragem na Lezíria do<br />
Pastel, nos Barreiros, tripulado pelo capitão Tártaro.<br />
E foi também em 1936, que dois aviões apareceram nos<br />
céus <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, em direcção aos Barreiros. Relatam os Ecos<br />
do Século XX, que a passagem das aeronaves gerou uma<br />
corrida rumo ao campo <strong>de</strong> aviação. Chegados ao campo,<br />
os entusiastas receberam dois Moranes, <strong>de</strong> Tancos, tripulados<br />
pelos pilotos Rodrigues Costa e Costa Franco, trazendo<br />
como passageiros o coronel Mário Batalha, natural<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, cuja família residia na Rua Comandante João<br />
Belo e o 1º Sargento Ribeiro. A partir daí, o campo começaria<br />
a ser visitado por aviões <strong>de</strong> Amadora e Alverca.<br />
Já no fim <strong>de</strong> 1936, quando o Dr. Ver<strong>de</strong> mandou lavrar o<br />
campo, foi preciso <strong>de</strong>scobrir uma nova pista, noutro local,<br />
tarefa que contou com a ajuda <strong>de</strong> oficiais <strong>de</strong> Tancos,<br />
que vieram analisar a região. Todas as reuniões <strong>de</strong>corriam<br />
na tipografia <strong>de</strong> Carlos Silva, que se tornou se<strong>de</strong> provisória<br />
do Aero Clube.<br />
O próprio “Zé dos Aviões” recorda, no Ecos do Século XX,<br />
o dia em que a boa notícia finalmente chegou. “Em Fevereiro<br />
apareceu na minha residência, então o Hotel<br />
Central, um homem dizendo-me que na sua terra existia<br />
uma gran<strong>de</strong> charneca on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>ria fazer o campo <strong>de</strong><br />
aviação. Quando chegámos à Serra <strong>de</strong> Porto do Urso, <strong>de</strong>parou-se-nos<br />
aquela imensidão! Ficámos loucos <strong>de</strong> alegria.<br />
Tratava-se <strong>de</strong> um baldio camarário, cheio <strong>de</strong> mateiros<br />
e machureiros. Era ali que seria o nosso Centro <strong>de</strong> Aviação!”<br />
E assim nascia o Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, a 3 <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1938, on<strong>de</strong> se encontra hoje instalada a Base Aérea<br />
nº5 <strong>de</strong> Monte Real.<br />
Ciclone interrompe activida<strong>de</strong><br />
A 8 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1940, por ocasião das Festas dos<br />
“Quando<br />
chegámos à<br />
Serra <strong>de</strong> Porto<br />
do Urso,<br />
<strong>de</strong>parou-se-<br />
-nos aquela<br />
imensidão!<br />
Ficámos<br />
loucos <strong>de</strong><br />
alegria.<br />
Tratava-se <strong>de</strong><br />
um baldio<br />
camarário,<br />
cheio <strong>de</strong><br />
mateiros e<br />
machureiros.<br />
Era ali que<br />
seria o nosso<br />
Centro <strong>de</strong><br />
Aviação!”<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 33<br />
IN ECOS DO SÉCULO XX RICARDO GRAÇA<br />
2<br />
IN ECOS DO SÉCULO XX<br />
3<br />
IN ECOS DO SÉCULO XX<br />
4<br />
Centenários, o Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> – que dois meses<br />
antes apresentara, na exposição <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, um stand com<br />
oito secções, relacionadas com a activida<strong>de</strong> aeronáutica<br />
– realizou uma gran<strong>de</strong> festa aérea, <strong>de</strong> propaganda,<br />
patrocinada pelo Diário <strong>de</strong> Notícias. Esta festa – relatada<br />
no livro que assinala 50 Anos <strong>de</strong> Base Aérea n.º5 <strong>de</strong> Monte<br />
Real – juntou mais <strong>de</strong> 30 mil pessoas e contou com<br />
perto <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> aviões. Mas a presença do Aero<br />
Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> no campo <strong>de</strong> Monte Real duraria apenas<br />
até 1941, quando um violento ciclone <strong>de</strong>struiu o<br />
hangar e o único avião, pondo fim às suas activida<strong>de</strong>s.<br />
Entre os anos 40 e 70, Monte Real centrou-se na utilização<br />
militar da pista, sendo que o espaço continuava<br />
a ser usado pelos associados do Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
que lá po<strong>de</strong>riam estacionar os seus aviões.<br />
Foi já na década <strong>de</strong> 70 que José Ferrinho, dono <strong>de</strong> um<br />
terreno na Gândara dos Olivais, implementou a construção<br />
<strong>de</strong> uma pista na sua própria proprieda<strong>de</strong>, que<br />
ce<strong>de</strong>u ao Aero Clube e on<strong>de</strong> a instituição ainda mantém<br />
as suas activida<strong>de</strong>s associativas (com a morte <strong>de</strong><br />
José Ferrinho, a colectivida<strong>de</strong> passou a pagar renda<br />
mensal aos her<strong>de</strong>iros pela ocupação do terreno).<br />
A imprensa da época faz referência ao primeiro<br />
avião do Aero Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, adquirido através <strong>de</strong><br />
subscrição pública, para a qual contribuíram muitos populares.<br />
Corria o ano <strong>de</strong> 1973, quando a aeronave, comprada<br />
por cerca <strong>de</strong> 600 contos, recebeu por madrinha<br />
<strong>de</strong> baptismo Isabel Damasceno Pereira <strong>de</strong> Campos,<br />
aquela que viria a ser presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
Bons ventos ultramarinos<br />
Se numa primeira fase o Estado Novo apadrinhou muitas<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sportivas e criou estruturas para captar<br />
o interesse dos jovens – a aeronáutica era uma das<br />
activida<strong>de</strong>s promovidas pela Mocida<strong>de</strong> Portuguesa –<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meados dos anos 60, e em virtu<strong>de</strong> da<br />
Guerra <strong>de</strong> Ultramar, a maior parte do esforço financeiro<br />
do País foi canalizado para as activida<strong>de</strong>s bélicas. A<br />
aeronáutica viria também a per<strong>de</strong>r com essa transferência.<br />
No entanto, aponta Afonso Dinis, presi<strong>de</strong>nte do Aero<br />
Clube <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Marcelo Caetano haveria <strong>de</strong> imprimir<br />
alguma abertura ao regime, promovendo a inauguração<br />
<strong>de</strong> alguns aeródromos.<br />
O retorno das famílias <strong>de</strong> Angola e <strong>de</strong> Moçambique<br />
para a metrópole, assim como <strong>de</strong> muitos militares, que<br />
tinham estado nas colónias e conhecido outras modas<br />
e tecnologias – África do Sul era um dos maiores<br />
expoentes em matéria <strong>de</strong> aeronáutica – fizeram com<br />
que, na década <strong>de</strong> 70, com o retorno <strong>de</strong>sses jovem a<br />
Portugal, houvesse um boom no número <strong>de</strong> apaixonados<br />
pelos aviões. <strong>Leiria</strong> não foi excepção, nota o presi<strong>de</strong>nte<br />
do Aero Clube. A partir dos anos 90, esse boom<br />
esmoreceu, fruto do agudizar das dificulda<strong>de</strong>s económicas,<br />
enten<strong>de</strong> o Afonso Dinis.<br />
5
34 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Curtas<br />
Olaria Mestre Vitor Baraça dá<br />
formação no Cencal<br />
❚ O mestre Vitor Baraça, da conhecida família<br />
ceramista Baraça, dirige a próxima acção <strong>de</strong><br />
formação, no âmbito do Ciclo Gran<strong>de</strong>s Mestres<br />
Barristas Portugueses, que <strong>de</strong>corre no Cencal,<br />
Caldas da Rainha, entre 18 e 23 <strong>de</strong> Março<br />
próximo. O tema será A Arte dos Mestres Baraça<br />
– Tradição, Costumes e Religião na Cerâmica<br />
Barcelense. Este ceramista é <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte directo<br />
<strong>de</strong> duas gerações <strong>de</strong> barristas e partilhará<br />
experiências para conceber formas, executá-las e<br />
proce<strong>de</strong>r à sua <strong>de</strong>coração, adoptando as técnicas e<br />
os processos criativos típicos da cerâmica <strong>de</strong><br />
Barcelos. O curso <strong>de</strong>stina-se a ceramistas, pintores,<br />
artesãos, artistas plásticos, <strong>de</strong>signers ou<br />
professores.<br />
Editora Alternativa Music<br />
estreia disco<br />
❚ A label Alternativa Music vai apresentar o álbum<br />
Alternativa Família este sábado, na FNAC <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
pelas 22 horas. O tema Segregação Social, do MC XL, é o<br />
single <strong>de</strong> apresentação. Esta editora, com raízes em<br />
<strong>Leiria</strong> <strong>de</strong>dica-se, essencialmente, à promoção dos<br />
MC, DJ, B-Boys e writters da zona centro <strong>de</strong><br />
Portugal e que partilha o gosto pela cultura<br />
hip-hop. Na FNAC estarão, além <strong>de</strong> XL,<br />
Snipez, Proz, Nelinho, Verso, Guto,<br />
Andrew do Rap, o baixista Telmo<br />
Santo e o baterista Ruben Matias. O<br />
evento contará ainda com a voz<br />
feminina <strong>de</strong> Liony Rockley (Maria<br />
Cavalheiro). Com esta apresentação, a<br />
Alternativa Music preten<strong>de</strong> dar a<br />
conhecer não só os seus artistas mas<br />
também os seus serviços e ajudar a<br />
promover novos talentos do hip-hop.<br />
(www.youtube.com/user/alternativaofficial)<br />
Música Metropolitana abre<br />
concurso a novos maestros<br />
❚ As candidaturas ao concurso Jovens Maestros<br />
2013 <strong>de</strong>correm até ao próximo dia 28, numa<br />
coprodução do São Luiz Teatro<br />
Municipal/Metropolitana. Depois do piano, violino<br />
e flauta, a iniciativa este ano dirige-se a jovens<br />
directores <strong>de</strong> orquestra, nacionais ou estrangeiros,<br />
até aos 35 nos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. As provas eliminatórias<br />
com a Orquestra Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa (OML),<br />
<strong>de</strong>correm <strong>de</strong> 15 a 18 <strong>de</strong> Maio. O vencedor será<br />
distinguido com o Prémio Caixa Geral <strong>de</strong> Depósitos<br />
e os <strong>de</strong>z candidatos admitidos às eliminatórias<br />
terão oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dirigir a OML, em ensaios<br />
abertos ao público. Entre estes, o júri elegerá três<br />
finalistas para novas provas com orquestra e<br />
solista.<br />
Designer da Batalha<br />
em <strong>de</strong>staque<br />
na Edit Mag<br />
O trabalho <strong>de</strong> Susana Soares, natural do concelho da Batalha<br />
mas a viver em <strong>Leiria</strong>, está em <strong>de</strong>staque na revista <strong>de</strong> moda e<br />
tendência Edit Mag <strong>de</strong>ste mês. Em Março <strong>de</strong> 2010, criou a<br />
empresa Sushie (a sua alcunha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> pequena, <strong>de</strong>vido ao<br />
formato dos seus olhos um pouco nipónicos) e nunca mais<br />
parou. Licenciada em Design Industrial pela Universida<strong>de</strong><br />
Lusófona, Susana Soares começou por fazer malas e outros<br />
acessórios para oferecer à família e amigos, até que resolveu<br />
oficializar a marca. O que mais a i<strong>de</strong>ntifica é a mala principal,<br />
uma vez que foi o primeiro produto lançado. Mas logo foram<br />
surgindo novas peças, como vários tipos <strong>de</strong> bolsas, aventais,<br />
malas para portárteis e, em Julho passado, lenços em tubo. As<br />
malas existem em edições <strong>de</strong> tela/toalha <strong>de</strong> mesa e em cortiça e<br />
os lenços, <strong>de</strong> variados padrões, são <strong>de</strong> algodão. À Edit Mag,<br />
Susana Soares diz que para promover o seu trabalho, é<br />
agressiva na forma <strong>de</strong> fazer markting. “Estou sempre a<br />
actualizar a página do facebook e a apresentar formas<br />
divertidas <strong>de</strong> usar as peças”, diz. Além <strong>de</strong> fotografar tudo o que<br />
faz, esforça-se por estar presente com a marca em lojas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
Viana do Castelo até Faro. E também não falta a feiras, em<br />
Lisboa, no Porto ou em Coimbra, <strong>de</strong> que é exemplo o conhecido<br />
Mercado Quebra Costas.<br />
Jóias<br />
<strong>de</strong> Sandrine Vieira<br />
na Lusa Mater<br />
A <strong>de</strong>signer e joalheira <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Sandrine Vieira, mostrou algunas das<br />
suas peças na Lusa Mater, nova plataforma electrónica <strong>de</strong><br />
divulgação e comercialização <strong>de</strong> produtos portugueses para países<br />
da União Europeia, Noruega e Suíça, criada com o objetivo <strong>de</strong><br />
valorizar a nossa produção. A singularida<strong>de</strong> da iniciativa é que<br />
cada campanha Lusa Mater está disponível por um período<br />
curto <strong>de</strong> tempo (<strong>de</strong> 4 a 8 dias) e em quantida<strong>de</strong>s limitadas.<br />
Lusa Mater diz que as jóias <strong>de</strong> Sandrine Vieira<br />
“reflectem a sua paixão pelas coisas comuns do diaa-dia”,<br />
sendo por isso “objectos transformados<br />
em obras <strong>de</strong> arte e em peças singulares,<br />
que se <strong>de</strong>finem pela elegância,<br />
simplicida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sign”.<br />
MyGui<strong>de</strong> Três livrarias da região<br />
entre as mais apetecíveis<br />
❚ As livrarias Arquivo e Letras & Livros (<strong>Leiria</strong>) e<br />
Histórias com Bichos (Óbidos) foram consi<strong>de</strong>radas<br />
entre “as mais apetecíveis livrarias” do País, no blogue<br />
MyGui<strong>de</strong>. Porque “as livrarias <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser apenas<br />
um <strong>de</strong>stino para comprar livros e passaram a ser<br />
espaços on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> passar-se o tempo na companhia<br />
dos autores favoritos, beber um chá ou apreciar uma<br />
exposição”. Em Lisboa, foram seleccionadas a Ler<br />
Devagar, Bertrand Chiado, LeYa Barata, LeYa na<br />
Buchholz, Nouvelle Librairie Française, Pó dos Livros,<br />
Palavra <strong>de</strong> Viajante, Taschen Chiado, BD Mania e<br />
Nouvelle Librairie Française. A norte a escolha foi para<br />
a Centésima Página (Braga) e para a Lello e Irmão<br />
(Porto). A Galileu (Cascais) e A Fonte <strong>de</strong> Letras<br />
(Montemor-o-Novo) também foram consi<strong>de</strong>radas.
Almanaque<br />
Raquel Martins criativa <strong>de</strong> televisão<br />
O meu restaurante favorito<br />
é a cozinha da minha mãe<br />
❚ Se não tivesse uma profissão ligada ao mundo das<br />
artes, o que seria?<br />
O meu mundo seria um espectáculo se pu<strong>de</strong>sse<br />
<strong>de</strong>dicar muito mais tempo dos meus dias a<br />
pensar, escrever e filmar as minhas próprias<br />
histórias.<br />
O projecto que mais gosto lhe <strong>de</strong>u fazer<br />
É sempre o projecto actual. Não gosto <strong>de</strong> ter feito.<br />
Gosto <strong>de</strong> fazer. Quanto entro na fase <strong>de</strong> edição <strong>de</strong><br />
imagem <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o ou <strong>de</strong> um filme, sinto-me<br />
realizada.<br />
O espectáculo, concerto ou exposição que mais<br />
lhe ficou na memória<br />
O <strong>de</strong>sktop do meu computador é uma imagem que<br />
vi do Julião Sarmento na Tate Mo<strong>de</strong>rn, em<br />
Londres. Portanto, lembro-me todos os dias <strong>de</strong>ssa<br />
exposição. Uma sala inteira <strong>de</strong>dicada ao pintor<br />
português. Há agora uma retrospectiva da obra<br />
<strong>de</strong>le em Serralves. Quero ir.<br />
O livro da sua vida<br />
Era incapaz <strong>de</strong> ter um único. Recentemente,<br />
gostei mesmo muito <strong>de</strong> A Ilha <strong>de</strong> Sukkwan, <strong>de</strong><br />
David Vann.<br />
Um filme inesquecível<br />
American Beauty, do Sam Men<strong>de</strong>s. Ou melhor: do<br />
Alan Ball, o argumentista.<br />
Se tivesse <strong>de</strong> escolher uma banda sonora para si,<br />
qual seria?<br />
Eu queria respon<strong>de</strong>r Pan Pipes com ferrinhos mas,<br />
a verda<strong>de</strong>, é que tenho uma resposta a sério para<br />
esta pergunta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mês passado. A banda é<br />
M83 e a música chama-se Midnight Souls Still<br />
Remain. Um projecto pessoal para as próximas<br />
férias é, precisamente, fazer uma autobiografia<br />
visual ao som <strong>de</strong>sta música.<br />
Um artista que gostaria <strong>de</strong> ter visto no Teatro<br />
Stephens?<br />
De ter visto? Nina Simone. Queria ver? Bon Iver.<br />
Uma viagem inevitável<br />
A viagem <strong>de</strong> casa para o trabalho e vice-versa.<br />
Ênfase no regresso.<br />
Um vício que gostava <strong>de</strong> não ter<br />
Chegar atrasada a todo o lado.<br />
Uma personalida<strong>de</strong> que admira<br />
Reservo a minha admiração para a personalida<strong>de</strong><br />
que conseguir acabar com a impunida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>cente<br />
e imoral <strong>de</strong> todos os aproveitadores – seja por má fé<br />
requintada ou por pura incompetência - do Estado<br />
português.<br />
Um actor que gostasse <strong>de</strong> levar a jantar<br />
Já que posso escolher, um que saiba<br />
cozinhar. Mas po<strong>de</strong> ser amigo do<br />
Adrian Brody.<br />
Um restaurante da região<br />
A minha mãe diz muitas vezes<br />
que a cozinha <strong>de</strong>la parece um<br />
restaurante. Eu confirmo. Por<br />
isso, o restaurante <strong>de</strong>la.<br />
Um prato <strong>de</strong> eleição<br />
Qualquer um feito pela minha<br />
mãe. Mas sem carne.<br />
Um refúgio (no distrito)<br />
A varanda em São Pedro <strong>de</strong> Moel.<br />
E o jardim da Várzea.<br />
Um sonho para <strong>Leiria</strong>?<br />
Desejar que a loja Creaminal volte a<br />
abrir é muito mau? Lamento, mas neste<br />
momento era isso que “esta Pêpa” queria.<br />
Julião Samento<br />
DR<br />
American Beauty<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 35<br />
Projecto<br />
internacional<br />
Mesa <strong>de</strong><br />
Cabeceira<br />
Carlos<br />
Martins<br />
Nina<br />
Simone<br />
Parte 1.<br />
Hoje, fascinei-me com o<br />
facto <strong>de</strong> acordar todos os<br />
dias eu, sem per<strong>de</strong>r info.<br />
O sono não se explica, é<br />
como os gostos. Eu tenho mau<br />
sono, não sei dormir, por isso –<br />
não durmo. Zombificar em<br />
Budapeste é a mesma coisa que<br />
fazer amor em Trás-os-Montes.<br />
Vai dar tudo ao mesmo clímax<br />
<strong>de</strong> parvoíce mata-ratos e “uh uh<br />
uh que és muita bom”. Depois<br />
ou já não sou ou nunca fui. Não<br />
gosto das duas, mas a escolher<br />
era a segunda, comiseração<br />
aceito sempre seja com<br />
transpiração, seja com whisky.<br />
Às vezes um gajo só tem<br />
comiseração. Falta atenção?<br />
Come-se pena às colheres,<br />
transformo isso tudo em música<br />
no coração e volto à gruta<br />
encantada. Gostava <strong>de</strong><br />
conseguir ter sexo, <strong>de</strong>sligá-lo do<br />
amor e ter orgasmos com<br />
companhia para cigarros. E ficar<br />
triste <strong>de</strong>pois como toda a gente.<br />
Estou preso em morte. Em vez<br />
<strong>de</strong> viver, observo-me a viver e<br />
rio-me da ridícula performance.<br />
Em bom, tudo isto em bom,<br />
<strong>de</strong>us me livre que eu não seja<br />
soberbo. Palhaço. Preso a<br />
carida<strong>de</strong>s. Tenho <strong>de</strong> <strong>de</strong>smontar<br />
Budapeste para me livrar <strong>de</strong>ste<br />
fascínio. Quero ir para casa ter<br />
um AVC quentinho. Ouço<br />
húngaros a falar não sei se <strong>de</strong><br />
batatas, se <strong>de</strong> poesia absurda.<br />
Estou farto <strong>de</strong> aqui estar e não<br />
sei ir para casa, não posso fumar<br />
mais porque já me <strong>de</strong>u o tilt do<br />
dia na veia a piscar. Latejo <strong>de</strong><br />
seca. Um dia morro e agora<br />
estou aqui a não ser, com tanta<br />
vida por morrer lá fora. Não sei o<br />
que faço aqui, não sou daqui<br />
nem ela é <strong>de</strong> mim.<br />
Parte 2.<br />
Ri sozinho <strong>de</strong> paspalhice, chorei<br />
<strong>de</strong>vagar e <strong>de</strong>pois pensei: isto não<br />
<strong>de</strong>via acontecer, ninguém <strong>de</strong>ve<br />
dizer szeretlek, love you, amo-te<br />
e <strong>de</strong>pois dizer que “amor não<br />
acontece em duas semanas”. Só<br />
queria duas coisas: braços <strong>de</strong><br />
casa e a minha casa. Senti toda a<br />
pujança <strong>de</strong> ser estúpido, burro e<br />
isso doeu ainda mais porque sei<br />
que não sou nem estúpido nem<br />
burro. Depois ela voltou atrás<br />
assim: "I was blind". E eu: "Isso é<br />
dum filme". Ela: "I could not see".<br />
Eu: "É cantiga dos U2". E<br />
dormimos com arrepios <strong>de</strong> tanto<br />
drama espojados na nossa cama<br />
a fazer <strong>de</strong> conta amor.<br />
Parte 3.<br />
Hoje, já não suspiro. E suspirar é<br />
muito bom.<br />
Músico
36 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Entrevista<br />
Paulo Fuentez <strong>de</strong>signer gráfico<br />
“Não sinto necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
visibilida<strong>de</strong>”<br />
Daniela Franco Sousa<br />
daniela.sousa@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Foi uma surpresa encontrar trabalhos seus publicados<br />
no Rockport LogoLounge Master Library?<br />
Fui avisado pela LogoLounge. Basicamente, é uma comunida<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> as pessoas inserem os logótipos que<br />
bem enten<strong>de</strong>m, acabando por resultar numa gran<strong>de</strong><br />
base <strong>de</strong> dados, on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong> ir beber inspiração. A partir<br />
<strong>de</strong>sta comunida<strong>de</strong> são feitas várias publicações, e<br />
as pessoas são informadas sobre os trabalhos que são<br />
escolhidos. Em 2007, concorri ao European Logo Design<br />
Award e ganhei. Fiquei muito contente, até porque<br />
foi o meu primeiro feito <strong>de</strong>sse género. Existe um<br />
gran<strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> concursos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign gráfico.<br />
Qual é o significado <strong>de</strong> feitos como estes para um<br />
jovem artista gráfico português?<br />
Po<strong>de</strong> trazer alguma visibilida<strong>de</strong>, mas funciona muito<br />
mais enquanto satisfação pessoal.<br />
Qual é a diferença entre criar a partir da periferia e<br />
criar a partir <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> centro urbano?<br />
Nunca criei a partir <strong>de</strong> nenhum gran<strong>de</strong> centro urbano,<br />
não tenho essa experiência. Em <strong>Leiria</strong>, os constrangimentos<br />
que existem são os constrangimentos da<br />
própria profissão em si. Vêm sobretudo do cliente e<br />
não do <strong>de</strong>signer. Por norma, quando o cliente paga<br />
uma fortuna por um logótipo, não pe<strong>de</strong> nada, não diz<br />
nada, simplesmente aposta naquilo. Quando paga<br />
pouco - o que muitas vezes acontece por cá- o primo<br />
O <strong>de</strong>sign<br />
gráfico tem<br />
pouco <strong>de</strong><br />
criativida<strong>de</strong>.<br />
Criativida<strong>de</strong><br />
serão apenas<br />
20% do<br />
processo e<br />
pren<strong>de</strong>m-se<br />
com aquele<br />
clique que é<br />
preciso ter.<br />
Tudo o resto é<br />
trabalho,<br />
pesquisa,<br />
investigação,<br />
atenção ao<br />
observar tudo<br />
o que nos<br />
ro<strong>de</strong>ia<br />
do cliente sabe, o tio sabe, o afilhado sabe, toda a gente<br />
sabe, e até mais do que o profissional a quem se paga<br />
para fazer o trabalho.<br />
Quais são as fontes <strong>de</strong> inspiração numa cida<strong>de</strong> como<br />
<strong>Leiria</strong>?<br />
Não é o mar nem são os Campos do Lis. São os meus<br />
amigos, e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que se possa ter por cá.<br />
O facto <strong>de</strong> a cida<strong>de</strong> ser pequena reflecte-se também,<br />
<strong>de</strong> alguma maneira, no processo <strong>de</strong> trabalho.<br />
A paternida<strong>de</strong> fez aguçar a criativida<strong>de</strong>?<br />
Penso que não, pelo menos tenho agora muito menos<br />
tempo para criar. Mas julgo que o <strong>de</strong>sign gráfico tem<br />
pouco <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>. Criativida<strong>de</strong> serão apenas<br />
20% do processo e pren<strong>de</strong>m-se com aquele clique que<br />
é preciso ter. Tudo o resto é trabalho, pesquisa, investigação,<br />
atenção ao observar tudo o que nos ro<strong>de</strong>ia.<br />
Esse conhecimento implica viajar muito?<br />
Viajo pouco, não sou gran<strong>de</strong> fã <strong>de</strong> viagens. Mas é preciso<br />
ter atenção à socieda<strong>de</strong>, a todos os níveis.<br />
Curiosamente, a alcunha Fuentez faz lembrar ou-tras<br />
paragens.<br />
Já era conhecido por Fuentez, mas quando formámos<br />
a banda The AllStar Project, cada elemento passou a ter<br />
a sua alcunha. A AllStar nasceu por brinca<strong>de</strong>ira e achámos<br />
durante muito tempo que <strong>de</strong>víamos viver a banda<br />
como uma 'brinca<strong>de</strong>ira-séria', para eliminar todas as<br />
questões que, por vezes, fazem com que outras bandas<br />
se separem. Esta questão dos nomes foi uma forma <strong>de</strong><br />
aligeirar o ambiente, porque vínhamos <strong>de</strong> outras ban-<br />
RICARDO GRAÇA<br />
Sem canudo<br />
Singrar como<br />
autodidacta<br />
Natural <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Paulo dos<br />
Santos Silva, conhecido por<br />
Fuentez, tem 32 anos e<br />
currículo como <strong>de</strong>signer<br />
gráfico. O conhecimento nesta<br />
área resultou essencialmente<br />
das suas pesquisas e das suas<br />
experiências <strong>de</strong> trabalho, já que<br />
a formação superior nunca se<br />
proporcionou. Como artista<br />
gráfico, Paulo Fuentez foi um<br />
dos escolhidos para integrar o<br />
sétimo volume da colecção <strong>de</strong><br />
livros norte-americanos<br />
Rockport LogoLounge Master<br />
Library, que conta com duas<br />
mil i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e logótipos<br />
<strong>de</strong>senhados por alguns dos<br />
mais consagrados <strong>de</strong>signers<br />
gráficos e talentos promissores,<br />
<strong>de</strong> todo o Mundo. Na cena<br />
musical, foi um dos membros<br />
fundadores dos leirienses The<br />
AllStar Project.<br />
das on<strong>de</strong> algumas coisas não tinham corrido bem.<br />
A música é um capítulo encerrado?<br />
Não está encerrado, porque continuo a ouvir muita<br />
música. Mas não tenho muito tempo para fazer música.<br />
Ando a tocar com algumas pessoas, mas nem sei<br />
se é para chegarmos a algum lado.<br />
O que mudou na cena musical <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
início dos The AllStar Project?<br />
É hoje muito mais fácil ter acesso a material <strong>de</strong> som,<br />
do que no início dos AllStar. A internet e as re<strong>de</strong>s sociais<br />
tornam tudo mais rápido. E há também mais festivais.<br />
Naquela altura ainda não havia Fa<strong>de</strong> In, não havia<br />
sítios para tocar. Além disso, também existe agora<br />
uma nova fornada <strong>de</strong> gente a tocar, miúdos <strong>de</strong> 20<br />
anos a fazerem coisas porreiras. Talvez editar seja hoje<br />
mais fácil.<br />
A vossa banda contribuiu também para alguma mudança?<br />
Talvez tenhamos contribuído para alguma mudança,<br />
mas existia um trabalho que vinha <strong>de</strong> trás, com outras<br />
bandas, como os Silence 4, como os próprios Phase, e,<br />
antes disso, outras bandas <strong>de</strong> punk, etc. Cada uma veio<br />
contribuir para alguma mudança. Nada aconteceu do<br />
dia para a noite...<br />
On<strong>de</strong> se vê daqui a 10 anos?<br />
Nesta cida<strong>de</strong>. Decidi há muito tempo que iria ficar por<br />
<strong>Leiria</strong>. Espero ficar por aqui com amigos, a fazer estas<br />
coisas interessantes. Não sinto necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong>.
38 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Obrigatório<br />
Subway Ri<strong>de</strong>rs Música <strong>de</strong><br />
improviso e esquizofrenia<br />
❚ A sugestão <strong>de</strong>ste fim-<strong>de</strong>-semana do Beat Club, em<br />
<strong>Leiria</strong>, chama-se Subway Ri<strong>de</strong>rs e assume-se como um<br />
peculiar e estranho colectivo <strong>de</strong> músicos fundado em<br />
1989 em Coimbra. A sua música é, fundamentalmente<br />
fruto <strong>de</strong> um improviso calculado a roçar a<br />
esquizofrenia, com uma pitada <strong>de</strong> garage rock, free-jazz<br />
e punk. Canções que não o são. Versões que não o são.<br />
Enfim, aqui tudo é possível. Menos tocar alinhado. A<br />
banda é composta por um elenco on<strong>de</strong> se po<strong>de</strong>m<br />
encontrar músicos <strong>de</strong> importantes bandas nacionais<br />
como os Tiguana Bibles, Bunny Ranch ou The<br />
Parkinsons. Este sábado, 26 <strong>de</strong> Janeiro, a partir das<br />
23:30 horas, no Beat Club, em <strong>Leiria</strong>, o espectáculo vai<br />
ser mesmo único, <strong>de</strong> luxo e não <strong>de</strong>ixará ninguém<br />
indiferente. Obrigatório será não faltar!<br />
Apresentação Os Soares Barbosa -<br />
Ansianenses Ilustres<br />
❚ Ricardo Charters d'Azevedo é o autor do livro Os<br />
Soares Barbosa - Ansianenses Ilustres que vai ser<br />
apresentado este sábado, dia 26, pelas 16:30 horas<br />
nos edifício dos Paços <strong>de</strong> Concelho <strong>de</strong> Ansião. Este<br />
é um minucioso trabalho <strong>de</strong> pesquisa realizado por<br />
este autor, natural <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, que tem <strong>de</strong>dicados os<br />
anos mais recentes a estudar e a compilar a história<br />
da região. Os Soares Barbosa - Ansianenses Ilustres é<br />
um estudo sobre os elementos da família Soares<br />
Barbosa, nados e criados em Ansião, e, em<br />
particular, os irmãos António Soares Barbosa e<br />
Jerónimo Soares Barbosa, duas das mais ímpares<br />
personalida<strong>de</strong>s do panorama da cultura<br />
portuguesa. Mais <strong>de</strong> 200 anos passados, os seus<br />
escritos são ainda lidos e estudados em Portugal e<br />
no estrangeiro.<br />
Leiturasdasemana<br />
Dinheiro<br />
Martim Amis<br />
Editora: Quetzal<br />
«Numa obra fundamental do século XX, Martin Amis<br />
profetiza o que estava para vir e se concretizou, para mal<br />
<strong>de</strong> todos nós. Uma comédia muito negra sobre a ganância<br />
<strong>de</strong>smedida.», Helena Vasconcelos, jornal Público.<br />
A história que se conta em Money - que o Guardian<br />
consi<strong>de</strong>rou o gran<strong>de</strong> romance inglês da década <strong>de</strong><br />
oitenta - <strong>de</strong>corre entre Nova Iorque e Londres, nos<br />
tempos dos motins <strong>de</strong> Brixton e do casamento real.<br />
John Self - o seu narrador e protagonista – um homem<br />
que personifica a ganância <strong>de</strong>sses anos <strong>de</strong> ouro do<br />
capitalismo, em que o <strong>de</strong>sprezo pelos valores sociais e<br />
humanos só conseguia ser suplantado pelo amor ao<br />
dinheiro - e a cegueira pelo dinheiro, por sua vez, pelo<br />
terror da falta <strong>de</strong>le.<br />
A Paixão<br />
Almeida Faria<br />
Editora: Assírio & Alvim<br />
Almeida Faria foi recentemente distinguido com o<br />
Tributo <strong>de</strong> Consagração Fundação Inês <strong>de</strong> Castro 2012.<br />
«Ler Almeida Faria é regressar, <strong>de</strong> outro modo, a<br />
Yoknapatawpha, a criação <strong>de</strong> William Faulkner para o<br />
implacável sul, essa paisagem <strong>de</strong> morte, infortúnio,<br />
exasperação e <strong>de</strong>clínio. A Paixão é a reinvenção <strong>de</strong>sse<br />
sul povoado <strong>de</strong> vozes que se suce<strong>de</strong>m e se contaminam.<br />
(...) compreen<strong>de</strong>r como só a palavra po<strong>de</strong>rá fazer<br />
do espaço tempo, numa modulação do humano que é,<br />
afinal, uma lógica do sensível e do concreto em que as<br />
i<strong>de</strong>ias são i<strong>de</strong>ias do corpo, i<strong>de</strong>ias no corpo (...) A Paixão<br />
será porventura a mais espessa cortina <strong>de</strong> linguagem<br />
que a literatura portuguesa terá produzido na segunda<br />
meta<strong>de</strong> do século XX. » Luís Quintais.
Crianças<br />
Alcobaça Ciclo <strong>de</strong> ateliers<br />
<strong>de</strong> música para bebés<br />
❚ A Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Alcobaça inaugura no<br />
domingo, dia 27, pelas 11 horas, no Clube Alcobacense,<br />
mais um ciclo <strong>de</strong> Ateliers <strong>de</strong> Música para Bebés. Esta<br />
activida<strong>de</strong> expressamente dirigida a crianças dos 0<br />
aos 36 meses, será <strong>de</strong>dicada às estações do ano e<br />
promete sensibilizar e conduzir o público infantil ao<br />
universo da música. Brincando com os Sons... no<br />
Inverno é o espectáculo que marca a estreia <strong>de</strong>sta<br />
nova série <strong>de</strong> ateliers mensais. O conceito tem sido<br />
<strong>de</strong>senvolvido por Maria João Costa e Ana Carlota<br />
Silveiro, docentes que também foram responsáveis<br />
pelo ciclo realizado no ano passado. A 26 <strong>de</strong> Maio, será<br />
a vez da oficina <strong>de</strong> Primavera. Os ateliers têm como<br />
objectivo sensibilizar os pais para a importância <strong>de</strong><br />
uma estimulação musical precoce e orientá-los na<br />
forma como interagem musicalmente com os filhos.<br />
DR<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 39<br />
Polifonia<br />
<strong>de</strong> porcelana,<br />
cristais e sopros<br />
no Mimo<br />
❚ O Orfeão <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> Conservatório <strong>de</strong> Artes<br />
convida os leirienses e não só para um concerto<br />
curioso e ímpar. A 9 <strong>de</strong> Fevereiro, sábado, pelas 17<br />
horas, uma constelação <strong>de</strong> sons <strong>de</strong> porcelana,<br />
cristais e sopros vai invadir o Museu da Imagem<br />
em Movimento (Mimo), no Castelo <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
durante um concerto que junta o recém-chegado<br />
Gamelão <strong>de</strong> Porcelana e Cristal aos instrumentos<br />
<strong>de</strong> sopro, tocados por alunos e professores da<br />
escola <strong>de</strong> música da instituição. “Será uma 'brisa<br />
<strong>de</strong> sons, e um vendaval <strong>de</strong> emoções' o que nos<br />
espera no concerto <strong>de</strong> sábado”, anuncia Joaquim<br />
Branco, director pedagógico da escola <strong>de</strong> música<br />
do Orfeão <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. O espectáculo vai juntar a<br />
sonorida<strong>de</strong> única do Gamelão <strong>de</strong> Porcelana e<br />
Cristal aos sons característicos dos sopros, num<br />
concerto on<strong>de</strong> actuarão alunos e professores dos<br />
cursos profissionais <strong>de</strong> Sopro e Percussão, e do<br />
grupo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras da instituição. O gamelão é<br />
uma i<strong>de</strong>ia inspirada no milenar instumento<br />
javanês mas também em várias tendências da<br />
música experimental. É constituído por centenas<br />
<strong>de</strong> peças <strong>de</strong> porcelana, faiança, grês, vidro e<br />
cristal tornando-o, simultaneamente, numa<br />
escultura <strong>de</strong> tons garridos.<br />
DR<br />
DR<br />
PUBLICIDADE
40 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Agenda<br />
Artes<br />
Artur Franco<br />
mostra<br />
pintura nos<br />
claustros dos<br />
Paços do<br />
Concelho <strong>de</strong><br />
Pombal<br />
Dança<br />
Os claustros dos Paços do Concelho<br />
<strong>de</strong> Pombal recebem uma exposição<br />
<strong>de</strong> pintura <strong>de</strong> Artur Franco, até 30<br />
<strong>de</strong> Março. Naturalista figurativo,<br />
tem <strong>de</strong>sempenhado papel muito<br />
importante no registo pictórico das<br />
al<strong>de</strong>ias, cida<strong>de</strong>s e gentes da região<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, ora pintando a óleo sobre<br />
tela, ora em aguarela<br />
A exposição Partida: Çava e um<br />
Ponto (<strong>de</strong>senho, pintura e<br />
fotografia <strong>de</strong> Diana Rodrigues,<br />
estudante da Escola Secundária<br />
Francisco Rodrigues Lobo.), é<br />
inaugurada sábado, 26, pelas 21<br />
horas, no Espaço+Jovem <strong>Leiria</strong>, no<br />
Mercado Sant´Ana. A inauguração<br />
conta com a participação especial<br />
do músico João Barreiro<br />
Ilustração <strong>de</strong> Susa Monteiro em<br />
exposição na galeria da Livraria<br />
Arquivo, <strong>Leiria</strong>, até dia 31<br />
História do Parlamentarismo,<br />
exposição itinerante do Museu da<br />
Assembleia da República, no foyer<br />
do Teatro José Lúcio da Silva (TJLS),<br />
<strong>Leiria</strong>, até dia 31<br />
Alves Redol (centenário do seu<br />
nascimento 1911-2011) em<br />
exposição na Biblioteca Municipal<br />
<strong>de</strong> Ourém, numa iniciativa dos<br />
alunos da Escola <strong>de</strong> Artes <strong>de</strong> Ourém<br />
do Projecto Amarte, até dia 31<br />
Ida<strong>de</strong> com Arte, trabalhos realizados<br />
pelos idosos do Centro <strong>de</strong> Dia<br />
João Costa da Fonseca, no Arquivo<br />
Municipal <strong>de</strong> Pombal, até dia 31<br />
Brainstorm - Metáforas Poéticas é o<br />
título da exposição <strong>de</strong> Sofia Ribeirinho,<br />
patente na Biblioteca Municipal<br />
<strong>de</strong> Porto <strong>de</strong> Mós, até dia 31<br />
Exposição Figuras do 18 <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 1934, no Museu Joaquim<br />
Correia, Marinha Gran<strong>de</strong>, a<br />
propósito da revolta operária<br />
ocorrida nesta data, até 9 <strong>de</strong><br />
Fevereiro<br />
Oficina <strong>de</strong> Dança e <strong>de</strong> Consciência<br />
do Movimento para seniores,<br />
sábado, 26, pelas 15 horas, no<br />
Museu Municipal <strong>de</strong> Ourém (Casa<br />
do Administrador), numa sessão<br />
orientada por Sofia Ferreira,<br />
terapeuta do movimento<br />
Forróbodó, workshop <strong>de</strong> Carnaval<br />
na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Dança <strong>de</strong> Alcobaça,<br />
nos próximos dois sábados, 26, e 2<br />
<strong>de</strong> Fevereiro, entre as 17 e as 18:15<br />
horas, nas instalações do Clube<br />
Alcobacense, Alcobaça<br />
Teatro<br />
Letras<br />
Queijadas Gourmet, revista<br />
musical portuguesa para todas<br />
as ida<strong>de</strong>s, pelo grupo <strong>de</strong> teatro<br />
Jograis e Trovadores, sábado, 26,<br />
às 21:30 horas, no Clube<br />
Figueiroense, Figueiró dos<br />
Vinhos. A direcção musical é <strong>de</strong><br />
Pedro Janela, com vozes <strong>de</strong><br />
Miguel Portela, Margarida<br />
Herda<strong>de</strong> Lucas e Patrícia Silva e<br />
participação <strong>de</strong> vários músicos<br />
convidados<br />
Stand up comedy<br />
com Nilton,<br />
sábado, 26, às<br />
21:30 horas,<br />
no Cine-<br />
Teatro<br />
Municipal<br />
<strong>de</strong> Ourém,<br />
para<br />
maiores <strong>de</strong><br />
16 anos<br />
Uma conversa entre três<br />
trintões, interpretada por André<br />
Nunes, Rui Unas e Aldo Lima, é<br />
o mote da peça As mulheres não<br />
percebem…, <strong>de</strong> Fre<strong>de</strong>rico<br />
Pombares, Henrique Dias e<br />
Roberto Pereira, que sobe ao<br />
palco do Teatro José Lúcio da<br />
Silva, <strong>Leiria</strong>, hoje, 24, pelas<br />
21:30 horas. Com encenação <strong>de</strong><br />
José Pedro Gomes, estes amigos<br />
<strong>de</strong> longa data, vão falar do que<br />
os homens dizem quando as<br />
mulheres não os ouvem:<br />
futebol, condição física, vinho,<br />
cozinha ou <strong>de</strong>sempenho sexual.<br />
Para maiores <strong>de</strong> 16 anos<br />
Apresentação do livro Os Soares<br />
Barbosa – Ansianenses ilustres,<br />
da autoria <strong>de</strong> Ricardo Charters<br />
d'Azevedo, sábado, 26, pelas 17<br />
horas, no auditório municipal <strong>de</strong><br />
Ansião. A apresentação estará a<br />
cargo <strong>de</strong> Manuel Augusto Dias,<br />
historiador local e resulta <strong>de</strong> uma<br />
parceria entre o município <strong>de</strong><br />
Ansião e a Al-Baiaz- Associação<br />
<strong>de</strong> Defesa do Património<br />
Apresentação do livro Viagem à<br />
Essência (uma edição InCentea),<br />
hoje, 24, pelas 18 horas, na<br />
Livraria Arquivo. No mesmo<br />
espaço, mas na próxima quarta-<br />
-feira, 30, pelas 18:30 horas,<br />
realiza-se o Clube <strong>de</strong> Leitura da<br />
Arquivo<br />
Música<br />
Homens da<br />
Luta integram<br />
concerto <strong>de</strong><br />
bandas a<br />
realizar<br />
sábado na<br />
Marinha<br />
Gran<strong>de</strong><br />
Isabel Pinto Gonçalves apresenta o<br />
livro <strong>de</strong> poesia Lá, no Mundo da<br />
Lua, sábado, 26, às15:30 horas, na<br />
Biblioteca Municipal <strong>de</strong> Pombal,<br />
com intervenções <strong>de</strong> João Silvano,<br />
Élio Coimbra e grupo A Seita do<br />
Marquês. A venda da obra reverte<br />
totalmente a favor do equipamento<br />
do Centro <strong>de</strong> Dia do Marquês para<br />
doentes <strong>de</strong> Alzheimer e outras<br />
<strong>de</strong>mências e para atribuição <strong>de</strong><br />
uma bolsa <strong>de</strong> estudo<br />
Tabacaria dá o mote para escutar<br />
a poesia das pessoas<br />
(heterónimos) <strong>de</strong> Pessoa, sábado,<br />
26, às 22 horas, no Centro <strong>de</strong><br />
Activida<strong>de</strong>s Recreativas <strong>de</strong><br />
Casais do Júlio, Peniche, no<br />
âmbito do projecto A poesia anda<br />
por aí…da Câmara Municipal <strong>de</strong><br />
Peniche<br />
Quintas com música no Museu é o<br />
título da nova iniciativa do Museu<br />
Municipal <strong>de</strong> Ourém (Casa do<br />
Administrador), a ter lugar hoje,<br />
24, às 19 horas. Com entrada livre,<br />
o evento <strong>de</strong>corre na última quintafeira<br />
<strong>de</strong> cada mês<br />
O Projecto Fádo com Alma vai<br />
estar na FNAC <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> a<br />
apresentar o disco Nós, domingo,<br />
27, pelas 17 horas<br />
Tremoço no Telhado, grupo<br />
formado em Maio do ano passado,<br />
(rock com influência <strong>de</strong> outros<br />
estilos musicais) em concerto<br />
domingo, 27, pelas 16 horas, no<br />
Espaço O Nariz (Recreio dos<br />
Artistas), em <strong>Leiria</strong><br />
Ex-pianista do tenor Luciano<br />
Pavarotti, o maestro Stefano<br />
Nanni dá um concerto amanhã, 25,<br />
pelas 22 horas, no Teatro Chaby<br />
Pinheiro, Nazaré. Como<br />
convidados especiais, participam<br />
no espectáculo Abel Dias (actor e<br />
cantor), Yolanda Soares (soprana)<br />
e Daniel Tapadinha (trompete)<br />
Concerto <strong>de</strong> bandas (Homens da<br />
Luta, Meio Cru, Iodine, Homem <strong>de</strong><br />
Marte e Os Invasores), sábado, 25,<br />
pelas 22 horas, no Sport Império<br />
Marinhense, Marinha Gran<strong>de</strong>. O<br />
preço da entrada é <strong>de</strong> dois euros.<br />
A organização é do<br />
Sindicato dos Trabalhadores da<br />
Indústria Vidreira, no<br />
âmbito das comemorações das<br />
comemorações do 18 <strong>de</strong><br />
Janeiro <strong>de</strong> 1934<br />
Crianças<br />
Cinema
Depois <strong>de</strong> Jojo, o reinci<strong>de</strong>nte<br />
(2011), o Teatro da Rainha realiza<br />
um novo espectáculo para a<br />
infância (maiores <strong>de</strong> 6 anos),<br />
agora com O Teatro dos Papás,<br />
do autor francês Joseph Danan e<br />
com encenação <strong>de</strong> Fernando<br />
Mora Ramos. A estreia <strong>de</strong>corre<br />
no Centro Cultural e <strong>de</strong><br />
Congressos (CCC), Caldas da<br />
Rainha, amanhã, 25, às 21:30<br />
horas e continua em cena<br />
sábado, 26, e 2 <strong>de</strong> Fevereiro, à<br />
mesma hora, e domingo, 27 às<br />
16h30. Entre os dias 28 e 8 <strong>de</strong><br />
Fevereiro, durante a semana, há<br />
sessões para público escolar<br />
Realizado por Francisco Manso<br />
e João Correa, o filme Aristi<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> Sousa Men<strong>de</strong>s – o Cônsul <strong>de</strong><br />
Bordéus, é apresentado a partir<br />
<strong>de</strong> hoje, 24, até dia 30, no<br />
Teatro Miguel Franco (TMF),<br />
<strong>Leiria</strong>, com sessões às 21:30<br />
horas e nos dias 24, 25, 26 e 29,<br />
também às 15:30 horas e no dia<br />
30 também às 18:30 horas. Para<br />
maiores <strong>de</strong> 16 anos e com os<br />
actores Vítor Norte, Carlos<br />
Paulo e João Monteiro<br />
CALDAS DA RAINHA<br />
Vivacine Tel.262 840 197<br />
De quinta a quarta-feira<br />
Django Sala 1. 15:05, 18:20 e<br />
21:35<br />
horas; Guia Para Um Final Feliz<br />
Sala 2. 13:15, 15:50 ,<br />
18:30, 21:25 e 00:05 horas; O<br />
Impossível Sala 3. 13:10, 15:45,<br />
18:20, 21:20 e 23:55 horas;<br />
Zambézia 2D VP<br />
Sala 4. 11:00, 13:25 e 15:40<br />
horas; Os Miseráveis<br />
Sala 4. 18:00 e 21:20 horas;<br />
Argo<br />
Sala 5. 13:20, 16:00, 18:35, 21:30<br />
e 00:10 horas<br />
LEIRIA<br />
Teatro Miguel Franco<br />
Tel: 244 839 680<br />
Quinta e sexta-feira, Segunda a<br />
quarta-feira, às 18:30 e 21:30<br />
horas<br />
Aristi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sousa Men<strong>de</strong>s<br />
- O Cônsul <strong>de</strong> Bordéus<br />
Sábado e domingo, às 21:30<br />
horas<br />
Castello Lopes Cinemas<br />
Tel: 244845870<br />
De quinta a quarta-feira<br />
O Impossível - Digital<br />
Sala 1. 13:20, 15:50, 19:00, 21:50<br />
e 00:20 horas; Django<br />
Libertado - Digital Sala 2.<br />
14:40, 18:10 e 21:30 horas; Argo<br />
- Digital Sala 3. 18:50 horas;<br />
Guia para um Final Feliz -<br />
Digital Sala 3. 13:10, 16:10, 21:20<br />
e 23:50 horas; A Vida <strong>de</strong> Pi Sala<br />
4. 12:55, 15:20, 18:00, 21:00 e<br />
23:30 horas; Jack Reacher Sala<br />
5. 13:00, 16:00, 18:30, 21:10 e<br />
00:00 horas; Decisão <strong>de</strong> Risco<br />
Sala 6. 12:50, 15:30, 18:20, 21:15<br />
e 00:10 horas; Os Miseráveis<br />
Sala 7. 12:40, 15:40, 18:40 e<br />
21:40 horas<br />
Cinema City<br />
Tel. 244845071<br />
De quinta a quarta-feira<br />
Sammy 2 VP Sala 1. 11:10 horas;<br />
Django Libertado Sala 1. 13:10,<br />
18:35 e 00:05 horas; Django<br />
Libertado Sala VIP 4. 15:30 e<br />
21:35 horas; O Impossivel Sala<br />
1. 16:25 e 21:50 horas; O<br />
Impossivel Sala VIP 4. 11:10,<br />
13:20 e 18:45horas; O<br />
Impossivel Sala 7. 00:10 horas;<br />
Hotel Transylvânia VP Sala 2-K.<br />
11:30, 13:30, 15:30 e 17:30 horas;<br />
Zambézia VP 3D Sala 2-K. 19:30<br />
horas; Zambézia VP Sala 7.<br />
11:40, 13:40 e 15:40 horas;<br />
Decisão <strong>de</strong> Risco Sala 2-K.<br />
15:50, 19:00, 21:45 e 00:0 horas;<br />
Guia Para um Final Feliz Sala 3.<br />
11:20, 13:40, 16:10, 18:50, 21:30<br />
e 00:00 horas; A Origem Dos<br />
Guardiões VP Sala 5-L. 11:20 e<br />
13:20 horas; Os Miseráveis Sala<br />
5-L. 15:20, 18:20, 21:20 e 00:20<br />
horas; A Vida <strong>de</strong> Pi 3D Sala 6-S.<br />
13:30, 16:05 e 21:40 horas; Argo<br />
Sala 6-S. 18:40 horas. Argo Sala<br />
7. 21:40 horas; Jack Reacher<br />
Sala 6-S. 00:15 horas.<br />
Hobbit: Uma Viagem<br />
Inesperada Sala 7.<br />
17:30 horas<br />
POMBAL<br />
Pombalcine Tel.236 218 801<br />
Sexta, sábado e segunda-feira<br />
Terapia a Dois21:00 horas;<br />
Domingo Terapia a Dois 16:00 e<br />
21:00 horas;<br />
Eventos<br />
Feira dos Pinhões, sábado,<br />
26, na Praça do<br />
Município, Ansião,<br />
com ven<strong>de</strong><strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />
toda a região para<br />
ven<strong>de</strong>r, aos molhos<br />
ou em fiadas, o<br />
famoso fruto do<br />
pinheiro manso. Este<br />
ano as ruas serão<br />
animadas pelo grupo <strong>de</strong><br />
gaiteiros Amigos <strong>de</strong> Alfafar e,<br />
pelas 15 horas, há folclore na Praça<br />
do Município<br />
Turismo em Fátima é o nome da<br />
mesa redonda, que <strong>de</strong>corre<br />
amanhã, 25, pelas 21:30 horas, no<br />
Museu <strong>de</strong> Arte Sacra e Etnologia,<br />
Fátima, com a participação <strong>de</strong><br />
Francisco Vieira (director da<br />
Insignare), António Nabais<br />
(museólogo), Jorge Heleno<br />
(hoteleiro), Nadine Guénou<br />
(ceramista) e Paulo Sametti, com<br />
experiência em acolhimento a<br />
peregrinos. A mo<strong>de</strong>ração é <strong>de</strong><br />
Gonçalo Cardoso, director daquele<br />
museu<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 41<br />
O Pão é o tema da segunda<br />
edição da Ucharia <strong>de</strong> Sabores, a<br />
<strong>de</strong>correr sábado, 26, na Ucharia<br />
do Con<strong>de</strong>, no Centro Histórico<br />
<strong>de</strong> Ourém, com mostras e<br />
<strong>de</strong>gustações <strong>de</strong> pão <strong>de</strong> trigo,<br />
centeio, <strong>de</strong> milho e <strong>de</strong> alfarroba,<br />
produzido um pouco por todo o<br />
concelho<br />
Oficina <strong>de</strong> Escrita em<br />
Comunicação e Ciência,<br />
orientada por António Pieda<strong>de</strong><br />
(doutorando em Tecnologia<br />
Bioquímica) sábado, 26, das 10<br />
às 12:30 e das 14 às 17 horas, na<br />
Biblioteca Municipal <strong>de</strong> Ourém<br />
O Carnaval está à porta na<br />
Nazaré, este ano sob o mote Ai<br />
qu’inganes c’mó Tó Tó, com<br />
reinado <strong>de</strong> Alex Veríssimo e<br />
Maria Victor Mafra. A animação<br />
já arrancou pelas salas <strong>de</strong> baile:<br />
dia 26 <strong>de</strong>corre no Circulo<br />
Cultural Mar-Alto<br />
e dia 2 <strong>de</strong> Fevereiro no Casino<br />
Salão <strong>de</strong> Festas, a partir das<br />
21:30 horas<br />
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42 <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013<br />
Gente&lustre<br />
Assuntos Políticos<br />
Jovem <strong>de</strong> Peniche é<br />
assessor <strong>de</strong> Cavaco Silva<br />
❚ A<strong>de</strong>mar Vala Marques é o novo<br />
assessor para assuntos políticos na<br />
Casa Civil <strong>de</strong> Cavaco Silva. Antigo<br />
adjunto do gabinete do secretário<br />
<strong>de</strong> Estado, Feliciano Barreiras<br />
Duarte, este advogado, 30 anos<br />
(ex-lí<strong>de</strong>r da concelhia <strong>de</strong> Peniche<br />
do PSD e ex-<strong>de</strong>putado municipal),<br />
assumiu o cargo na Presidência da<br />
República, imediatamente após<br />
exoneração das suas funções no<br />
Governo.<br />
Tecnologia Miguel<br />
Silvestre assume<br />
Parque <strong>de</strong> Óbidos<br />
❚ Miguel Silvestre assumiu o cargo<br />
<strong>de</strong> director executivo do Parque<br />
Tecnológico <strong>de</strong> Óbidos, em<br />
substituição <strong>de</strong> Filipe Montargil<br />
que regressou à sua activida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
docente na Escola Superior <strong>de</strong><br />
Comunicação Social, em Lisboa.<br />
Miguel Silvestre é também o<br />
coor<strong>de</strong>nador da área da Economia,<br />
Criativida<strong>de</strong> e Inovação da<br />
empresa municipal Óbidos<br />
Criativa.<br />
História<strong>de</strong>Vida Julieta Fernan<strong>de</strong>s<br />
Socorro Comandante<br />
<strong>de</strong> Alcobaça é adjunto<br />
<strong>de</strong> comando nacional<br />
❚ O segundo comandante <strong>de</strong><br />
Operações <strong>de</strong> Socorrro Distrital <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>, Carlos Guerra, assumiu o<br />
lugar <strong>de</strong> adjunto do Comando<br />
Nacional <strong>de</strong> Operações <strong>de</strong> Socorro,<br />
comandado por José Manuel<br />
Moura, ex-comandante distrital e<br />
recentemente nomeado para o<br />
cargo nacional. Ex-comandante<br />
dos Bombeiros <strong>de</strong> Benedita, Carlos<br />
Guerra foi membro da Liga dos<br />
Bombeiros Portugueses.<br />
Banca Carlos Courelas<br />
presi<strong>de</strong> a conselho<br />
geral da CCAM<br />
❚ Carlos Courelas, da Caixa <strong>de</strong><br />
Crédito Agrícola Mútuo <strong>de</strong><br />
Pombal (CCAM) foi reeleito<br />
presi<strong>de</strong>nte do Conselho Geral e<br />
<strong>de</strong> Supervisão <strong>de</strong>sta instituição,<br />
<strong>de</strong> acordo com escolha em<br />
Assembleia Geral, pelas Caixas<br />
associadas do País. Entre outros,<br />
este órgão <strong>de</strong> gestão integra<br />
também Afonso <strong>de</strong> Sousa Marto<br />
(CCAM da Batalha) e Jorge<br />
Volante (CCAM <strong>de</strong> Porto <strong>de</strong> Mós).<br />
“Posso dizer que levei a vida a brincar”<br />
Graça Menitra<br />
graca.menitra@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Julieta Fernan<strong>de</strong>s (Mimi para os amigos), 81 anos,<br />
é uma mulher alegre e feliz, para quem a vida tem<br />
<strong>de</strong> ser levada a brincar. No seu “currículo maluco, a<br />
puxar à categoria”, como refere, apresenta-se como<br />
pedinte, pintora, coralista, escritora, mo<strong>de</strong>lo,<br />
dramaturga, actriz, directora <strong>de</strong> cena, gestora,<br />
industrial <strong>de</strong> lanifícios, artífice, cozinheira,<br />
costureira, jardineira, entre outras profissões. Com<br />
efeito, meio a brincar, meio a sério, esta professora<br />
reformada do ensino básico já foi, ou ainda é, isto<br />
tudo e muito mais. Apesar <strong>de</strong> viúva há 18 anos e<br />
doente, teve e continua a ter uma vida plena <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong>s. Católica por convicção e educação, foi<br />
a terceira mulher servita <strong>de</strong> N. S. <strong>de</strong> Fátima e<br />
sempre colaborou em peditórios para as mais<br />
diversas causas (Cruz Vermelha, Cáritas ou Luta<br />
contra o cancro). Esteve na direcção da Casa do<br />
Trabalho (ACISJF), que pertencia a uma associação<br />
católica internacional ao serviço da juventu<strong>de</strong><br />
feminina e foi membro do grupo sócio-caritativo da<br />
Cruz da Areia. Criou em <strong>Leiria</strong> o Guidismo (nome<br />
português da secção das raparigas escuteiras), a<br />
que estiveram ligadas as suas filhas e a ex-<br />
-presi<strong>de</strong>nte da Câmara, Isabel Damasceno.<br />
Porque sempre se viu <strong>de</strong> lápis na mão a fazer<br />
<strong>de</strong>senhos, já <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> reformada, Mimi cursou<br />
pintura na Socieda<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Belas-Artes, em<br />
Lisboa, on<strong>de</strong> curiosamente teve um dos seus<br />
quatro filhos como professor. Colectiva ou<br />
individualmente, já mostrou os seus trabalhos<br />
(cada vez menos figurativos e mais abstractos) em<br />
cerca <strong>de</strong> 20 exposições, a mais recente na se<strong>de</strong> da<br />
Associação <strong>de</strong> Solidarieda<strong>de</strong> Social dos<br />
Professores, em <strong>Leiria</strong>. Canta no Coro Sénior do<br />
Orfeão <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e no Corális (do qual uma sua irmã<br />
Julieta<br />
Fernan<strong>de</strong>s só<br />
lamenta não<br />
saber tocar um<br />
instrumento,<br />
nem que fosse<br />
pífaro<br />
GRAÇA MENITRA<br />
é directora), criado há 26 anos por um grupo <strong>de</strong><br />
professores, com o maestro Guy Stoffel e que hoje<br />
tem como maestrina uma ucraniana Larisa<br />
Babenko. Já editou alguns livros (escrita e<br />
ilustração), como por exemplo Contos para os meus<br />
netos (infantil) e Ao longo dos anos (poesia). E em<br />
mãos tem muitos outros. Sempre que tem<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar o palco, não regateia e já<br />
representou pelo menos duas operetas das sete que<br />
escreveu, sempre com recurso a músicas<br />
conhecidas. Sexta filha <strong>de</strong> 12, nunca faltaram na<br />
casa dos pais (ele <strong>de</strong> Urqueira (Ourém), ela dos<br />
Pousos (<strong>Leiria</strong>) os teatros e os teatrinhos, com a<br />
manjedoura do burro a servir <strong>de</strong> palco. E, enquanto<br />
professora na escola primária do Centro Paulo VI<br />
(on<strong>de</strong> leccionou 17 anos), tirava partido do palco do<br />
salão para uns teatros mais a sério. Aquando do<br />
início do Coralis, fez a sua primeira passagem <strong>de</strong><br />
Música Trompetista<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> integra<br />
orquestra mundial<br />
❚ João Gaspar, <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, estudante<br />
na Aca<strong>de</strong>mia Superior da<br />
Orquestra Metropolitana (on<strong>de</strong><br />
integrou o Quinteto <strong>de</strong> Sopros), é<br />
um dos músicos <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
seleccionados para a Orquestra<br />
Mundial, a par <strong>de</strong> Mickael<br />
Faustino. Trompetista da<br />
Filarmónica das Chãs, 21 anos,<br />
João Gaspar prestoudo provas em<br />
2012, mas ainda não foi chamado<br />
para as digressões mundiais.<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> chapéus e, no 10º aniversário do<br />
mesmo coral, os professores apresentaram um<br />
espectáculo no José Lúcio da Silva, com uma<br />
opereta sua, sobre o 1º Dezembro.<br />
Durante muitos anos, Julieta Fernan<strong>de</strong>s geriu o<br />
restaurante A Barraca, organizado durante a Feira<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e cujos lucros revertiam para a obra social<br />
do Lar <strong>de</strong> Santa Isabel. Tricotava também<br />
camisolas, ao serão, para os filhos, numa máquina<br />
que o marido lhe ofereceu. Ainda hoje faz tricot<br />
mas à mão para si e para oferecer. Durante alguns<br />
anos, fez igualmente centenas <strong>de</strong> arranjos <strong>de</strong> Natal,<br />
todos diferentes, que <strong>de</strong>pois vendia na Gráfica <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong>. Passava o Outono à procura <strong>de</strong> materiais pelos<br />
campos, já que sempre foi apaixonada pelo contacto<br />
com a natureza. “Posso dizer que a minha vida<br />
sempre foi <strong>de</strong> muito trabalho. Mas tudo o que fiz me<br />
<strong>de</strong>u prazer, até quando apanhava erva no campo para<br />
os coelhos”, lembra. E porque se habituou na<br />
quintinha dos pais (actual Casa Episcopal <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>), a<br />
apanhar azeitona ou fazer as <strong>de</strong>scamisadas, ainda<br />
hoje não dispensa a jardinagem, num pequeno<br />
terreno da sua habitação.<br />
Muita cuidadosa com a saú<strong>de</strong> e para manter a<br />
mente em activida<strong>de</strong>, Julieta Fernan<strong>de</strong>s não abdica<br />
do crapô (cartas), que joga com uma amiga e<br />
sempre que po<strong>de</strong> (embora hoje menos), adora fazer<br />
viagens. Organizou também algumas (sobretudo a<br />
espectáculos a Lisboa) mas aproveitou sobretudo as<br />
excursões que o seu cunhado (Manuel Crespo,<br />
director do Mensageiro) fazia ao estrangeiro.<br />
Durante uma viagem à Rússia, não abdicou <strong>de</strong><br />
estudar o alfabeto russo (cirilico) que, entretanto,<br />
resolveu acrescentar ao seu nome no cartão <strong>de</strong><br />
visita. Mimi não quer “agarrar-se” à internet, por<br />
temer ficar sem tempo para fazer outras coisas e só<br />
lamenta não saber tocar um instrumento, nem que<br />
fosse pífaro.
Aconteceu<br />
Sala cheia para ouvir o Chefe Cozinheiro do Ano<br />
Louis Anjos, Chefe Cozinheiro do Ano 2012, regressou<br />
no passado dia 15 à Escola <strong>de</strong> Hotelaria <strong>de</strong> Fátima,<br />
on<strong>de</strong> tirou o curso. O objectivo era uma entrevista<br />
com Paulo Amado, director da Intermagazine, revista<br />
especializada nas áreas da restauração e da hotelaria,<br />
mas o encontro transformou-se numa partilha <strong>de</strong><br />
experiências e conhecimentos, com Louis Anjos a<br />
falar para uma plateia <strong>de</strong> alunos do curso técnico <strong>de</strong><br />
Cozinha/Pastelaria. A escola convidou também<br />
alguns chefs <strong>de</strong> cozinha da região para trocarem<br />
experiências e conhecimentos relativamente à<br />
profissão.<br />
Nazaré discutiu educação, trabalho<br />
e empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
A segunda sessão do ciclo <strong>de</strong> seminários <strong>de</strong>dicados à<br />
temática Educação, Trabalho e Empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
para o Século XXI <strong>de</strong>correu no passado dia 16, na<br />
Biblioteca Municipal da Nazaré, com a participação<br />
<strong>de</strong> Joaquim Meneses, da Iberomol<strong>de</strong>s, José Manuel<br />
Silva, do IP<strong>Leiria</strong>, e Miguel Silvestre, da Câmara<br />
Municipal <strong>de</strong> Óbidos. Joaquim Meneses apresentou a<br />
comunicação Atitu<strong>de</strong> Empreen<strong>de</strong>dorista, em que<br />
falou do sector dos mol<strong>de</strong>s, que emprega em Portugal<br />
8500 pessoas.<br />
Rotary Clube <strong>de</strong> Pombal discute novas regras<br />
<strong>de</strong> facturação<br />
Organizado pela Junta <strong>de</strong> Freguesia da Guia, em<br />
parceria com o Rotary Club <strong>de</strong> Pombal, <strong>de</strong>correu no<br />
passado dia 11, no Quartel da 5ª Companhia Oeste dos<br />
Bombeiros Voluntários <strong>de</strong> Pombal, mais uma edição<br />
do Fórum Empresarial, com o tema, Novas regras na<br />
facturação e na circulação <strong>de</strong> mercadorias. A<br />
apresentação coube a José Lourenço Gante, membro<br />
do Rotary Club <strong>de</strong> Pombal e director adjunto da<br />
Direcção <strong>de</strong> Finanças <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.<br />
DR<br />
DR<br />
DR<br />
Ponto Fuga Sal Nunkachov<br />
Camisa<br />
Roberta<br />
Biagi<br />
Casaco<br />
Maison Scotch<br />
Camisa<br />
Roberta Biagi<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> 24 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2013 43<br />
Mo<strong>de</strong>lo - Ana Rita Pinheiro<br />
(Acting Mo<strong>de</strong>ls)<br />
Guarda roupa - Pull Over<br />
Fotografia - Sal Nunkachov<br />
Casaco<br />
Adidas<br />
Vestido<br />
Nolita
Empresas municipais <strong>de</strong> Ourém<br />
Arquivado processo contra<br />
administradores<br />
❚ O Tribunal <strong>de</strong> Contas (TC) arquivou<br />
um processo movido contra actuais<br />
e antigos administradores <strong>de</strong> empresas<br />
municipais <strong>de</strong> Ourém. Em<br />
causa, estava a acumulação <strong>de</strong> funções<br />
<strong>de</strong> quatro secretárias do executivo<br />
que, durante vários meses,<br />
eram também remuneradas pelas<br />
empresas municipais pelo apoio administrativo<br />
que prestavam aos seus<br />
órgãos sociais.<br />
A Inspecção-Geral da Administração<br />
Local (IGAL) consi<strong>de</strong>rou “ilegal”<br />
essa acumulação, com os auditores<br />
a proporem a aplicação <strong>de</strong> sanções<br />
pecuniárias aos administradores<br />
das empresas municipais. O caso<br />
foi remetido ao Ministério Público<br />
junto do (TC), que <strong>de</strong>cidiu agora arquivar<br />
o processo, por enten<strong>de</strong>r que<br />
“os requisitos necessários para que se<br />
consi<strong>de</strong>re existir uma infracção financeira<br />
estão comprometidos”.<br />
“Na verda<strong>de</strong>, os pagamentos<br />
efectuados pelas empresas municipais<br />
às trabalhadoras foram realizados<br />
apenas após as autorizações<br />
emitidas pelo órgão competente,<br />
Viagens (fora) da minha terra<br />
E que tal aplicar na região um pouco da receita que o<br />
governo autónomo do País Basco aplicou a Bilbau,<br />
tornando a cida<strong>de</strong> numa das mais interessantes e vivas<br />
cida<strong>de</strong>s da “Espanha Ver<strong>de</strong>”? Dir-me-ão: “mas, por<br />
aqui, não há uma gran<strong>de</strong> obra <strong>de</strong> um arquitecto<br />
famoso, como o Guggenheim!” Sim e não. O Estádio<br />
Municipal Dr. Magalhães Pessoa foi “<strong>de</strong>senhado” por<br />
um arquitecto famoso... ou por alguém do seu<br />
gabinete. É certo que o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> Tomás Taveira não<br />
é certamente um candidato à originalida<strong>de</strong> ou sequer à<br />
unicida<strong>de</strong>, como se po<strong>de</strong> comprovar pelas receitas<br />
aplicadas nos estádios <strong>de</strong> Aveiro e <strong>de</strong> Alvala<strong>de</strong>. Mas,<br />
caramba, é, e vou repetir-me, uma obra <strong>de</strong> um<br />
nos termos previstos na lei”, po<strong>de</strong><br />
ler-se no <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> arquivamento<br />
do processo.<br />
A maioria dos casos <strong>de</strong> acumulação<br />
<strong>de</strong> funções começou em Novembro<br />
<strong>de</strong> 2010 e terminou em Julho<br />
<strong>de</strong> 2011, quando, já no <strong>de</strong>correr da<br />
inspecção da IGAL, o presi<strong>de</strong>nte da<br />
câmara emitiu um <strong>de</strong>spacho a <strong>de</strong>terminar<br />
o fim da autorização para a<br />
acumulação <strong>de</strong> funções. Com esse<br />
<strong>de</strong>spacho, os inspectores da IGAL<br />
consi<strong>de</strong>raram que foi “reposta a legalida<strong>de</strong>”.<br />
Apesar disso, os auditores<br />
<strong>de</strong>fendiam a aplicação <strong>de</strong> sanções financeiras<br />
aos envolvidos, mas o TC<br />
<strong>de</strong>cidiu em sentido contrário.<br />
Entre os envolvidos estavam José<br />
Alho, enquanto presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
<strong>de</strong> Administração (CA) do Centro<br />
<strong>de</strong> Negócios <strong>de</strong> Ourém (já extinto),<br />
João Heitor, enquanto presi<strong>de</strong>nte<br />
da extinta VerOurém, Gisela Cid,<br />
como administradora da AmbiOurém<br />
(também já extinta) e <strong>de</strong> Nazareno<br />
do Carmo, enquanto presi<strong>de</strong>nte<br />
da administração da SRU <strong>de</strong> Fátima.<br />
MAS<br />
A humanida<strong>de</strong> não é um estado a que se<br />
ascenda. É uma dignida<strong>de</strong> que se<br />
conquista<br />
Vercors<br />
Bilbau<br />
Jaime<br />
Matmoros<br />
arquitecto famoso. Está bem, foi implantada no pior<br />
lugar possível, <strong>de</strong>stoando em termos <strong>de</strong> antípodas da<br />
beleza com um dos mais belos castelos <strong>de</strong> Portugal.<br />
Admito, como também dou o braço a torcer se me<br />
disserem que ter um imóvel <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse, como<br />
é o Guggenheim, também não chega. Bilbau começou a<br />
sofrer, há anos, uma revolução nos transportes e em<br />
toda a sua zona ribeirinha. A cida<strong>de</strong> percebeu que tem<br />
um rio. Por <strong>Leiria</strong>, e na maior parte das cida<strong>de</strong>s da<br />
região, talvez a excepção seja Coimbra. Por cá um rio é<br />
apenas um aci<strong>de</strong>nte orográfico, usado por alguns<br />
porcos como sua coutada pessoal. Pura e<br />
simplesmente, não é usufruído.<br />
Jorlis - Edições e Publicações, Lda.<br />
Parque Movicortes<br />
2404-006 Azoia - <strong>Leiria</strong><br />
Tel. 244 800 400 Fax 244 800 401<br />
geral@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
Administração garante que foi restabelecida a normallida<strong>de</strong><br />
Serviço <strong>de</strong> Urgência do Hospital<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> inundado<br />
Elisabete Cruz<br />
elisabete.cruz@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
❚ Uma "fuga <strong>de</strong> água" numa das torres<br />
<strong>de</strong> internamento do Hospital <strong>de</strong> Santo<br />
André <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> (HSA), do Centro<br />
Hospitalar <strong>Leiria</strong>-Pombal (CHLP), provocou<br />
uma inundação na zona 'laranja'<br />
do serviço <strong>de</strong> Urgências, ao final da noite<br />
<strong>de</strong> terça-feira. A partir das 8 horas <strong>de</strong><br />
ontem, o serviço <strong>de</strong> Urgência Geral já<br />
se encontrava a “trabalhar a 100 por<br />
cento, em todas as zonas”.<br />
O Conselho <strong>de</strong> Administração (CA)<br />
do CHLP explica que que a urgência se<br />
manteve em “funcionamento normal,<br />
com excepção da zona laranja [cor<br />
atribuída na triagem <strong>de</strong> Manchester],<br />
que integra a sala <strong>de</strong> observação”. Os<br />
doentes que estavam internados neste<br />
local foram “transferidos para outros<br />
serviços do hospital”.<br />
Segundo o CHLP, a fuga <strong>de</strong> água terá<br />
sido provocada "pela cedência <strong>de</strong> uma<br />
junta <strong>de</strong> ligação na tubagem interna,<br />
numa das pare<strong>de</strong>s da biblioteca, no primeiro<br />
andar, que por estar fechada im-<br />
Hospital e bombeiros tentaram minimizar consequências<br />
pediu a <strong>de</strong>tecção precoce do inci<strong>de</strong>nte".<br />
A água "acumulou-se na biblioteca<br />
e <strong>de</strong>pois drenou para o tecto da zona<br />
'laranja' das urgências, causando uma<br />
inundação", sem provocar “quaisquer<br />
danos pessoais”. O CA revelou ainda<br />
que “foram reagendadas todas as cirurgias<br />
não urgentes”, que estavam<br />
previstas para ontem, iniciando-se já<br />
RICARDO GRAÇA<br />
hoje a “activida<strong>de</strong> cirúrgica programada<br />
na Cirurgia do Ambulatório”, e<br />
amanhã a “restante activida<strong>de</strong> cirúrgica<br />
no Bloco Central”.<br />
O serviço <strong>de</strong> urgências do Hospital<br />
<strong>de</strong> Santo André foi inaugurado a 8 <strong>de</strong><br />
Maio <strong>de</strong> 2012. A nova urgência mo<strong>de</strong>rnizou-se<br />
e passou a ter capacida<strong>de</strong><br />
para aten<strong>de</strong>r 250 utentes por dia.<br />
O <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Leiria</strong> convida<br />
os seus<br />
leitores a<br />
partilharem<br />
i<strong>de</strong>ias para a<br />
região<br />
observadas<br />
noutros locais<br />
do País ou do<br />
estrangeiro.<br />
Basta<br />
enviarem<br />
duas ou três<br />
fotografias e<br />
um texto com<br />
1500<br />
caracteres<br />
para<br />
direccao@jor<br />
nal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
E quanto a transportes... Em Caldas e <strong>Leiria</strong>, o comboio,<br />
que po<strong>de</strong>ria ser transformado numa mais-valia,<br />
continua nas mãos da CP e Refer, em vez <strong>de</strong> servir o<br />
bem comum. Há alguma razão para que seja impossível<br />
ir <strong>de</strong> Lisboa a Coimbra e Porto pela Linha do Oeste?<br />
Nenhuma. Nem sequer uma razão técnica. Bastava<br />
mudar uma agulha um pouco <strong>de</strong>pois do Louriçal. E o<br />
que dizer das três <strong>de</strong>snecessárias e caras auto-estradas?<br />
Po<strong>de</strong>riam ser muito úteis para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
regional... se não fossem pagas. Acreditem. É precisa<br />
uma revolução no or<strong>de</strong>namento do território, como a<br />
que chegou há décadas a Bilbau. Mas é possível fazer<br />
melhor.