Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...
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Resumo Este trabalho analisa o processo de formação da imagem cinematográfica através de uma abordagem que abarca tanto as técnicas que viabilizam sua materialidade, quanto a participação do público no momento de projeção das imagens, quando se instaura o movimento. Dentre os dispositivos técnicos envolvidos no processo de produção dessa imagem, são priorizados a câmera e o projetor. A análise sobre os processos óticos que ocorrem na câmera evidencia a operacionalização do código visual que sustenta a configuração espacial da imagem cinematográfica, o qual é comungado ainda por outros tipos de imagem, tais como a pintura renascentista e a fotografia, além de ser responsável pelo realismo na representação. Já no processo químico de fixação da imagem na película, define-se o que há de fotográfico no cinematográfico: seu vínculo existencial com o real. O instante fotográfico é avaliado como uma marca do tempo real que foi deixada na imagem, mas que não se confunde com sua parte visível, ou seja, com o espaço visual da representação. No processo mecânico, enfim, avalia-se as condições técnicas necessárias para aparição da imagem cinematográfica, a partir da decomposição do movimento em instantes fotográficos. Contudo, como se compreende que a temporalidade dessa imagem só se instaura através da participação do público no processo de aparição da imagem móvel – ou seja na “situação cinematográfica” – , propõe-se, então, uma reflexão sobre o tempo que leva em conta os fenômenos psíquicos vivenciados por ele, a partir de noções formuladas pelo filósofo Henri Bergson, sobretudo em sua tese sobre a matéria e a memória. Conclui-se, então, que a atuação do público concentra-se na parte invisível da imagem cinematográfica, enquanto que a técnica manipula sua visibilidade através dos processos que determinam sua materialidade. O recurso à perspectiva histórica visa contextualizar cada uma dessas imagens, bem como o desenvolvimento das técnicas que possibilitam sua produção, enquanto que a abordagem fenomenológica visa explicitar o modo como o público participa de sua constituição. O trabalho abarca, enfim, tanto a parte visível da imagem cinematográfica, quanto sua parte invisível e imprevisível, oriunda da vida interior de cada espectador. Palavras-chave: 1. Cinema – antecedentes históricos 2. Cinema – fenomenologia 3. Cinema – origem técnica 4. Cinema – semiótica 8
Résumé Ce travail analyse le processus de formation de l‟image cinématographique par le biais d‟une approche qui englobe les techniques permettant sa matérialité, ainsi que la participation du public au moment de la projection des images, quand le mouvement s‟instaure. Parmi les outils techniques concernés dans le processus de production de cette image, on privilégie la caméra et le projecteur. L‟analyse des processus optiques qui se produisent dans la caméra révèle la mise en place du code visuel qui soutient la configuration spatiale de l‟image cinématographique, régissant aussi d‟autres types d‟image, tels que la peinture de la Renaissance et la photographie, outre qu‟il est responsable du réalisme dans la représentation. Quant au processus chimique de la fixation de l‟image sur la pellicule, on définit ce qu‟il y a de photographique dans le cinématographique: son lien existentiel avec le réel. L‟instant photographique est évalué comme une marque du temps réel qui a été laissée dans l‟image, mais qui ne se confond pas avec sa partie visible, c‟est-à-dire, avec l‟espace visuel de la représentation. Dans le processus mécanique, enfin, on analyse les conditions techniques nécessaires à l‟apparition de l‟image cinématographique, à partir de la décomposition du mouvement en instants photographiques. Toutefois, puisqu‟on pense que la temporalité de cette image ne s‟instaure qu‟à travers la participation du public dans le processus d‟apparition de l‟image mobile – c‟est-à-dire dans la “situation cinématographique”– , on se propose, alors, une réflexion sur le temps qui tient compte des phénomènes psychiques vécus par lui, à partir des notions formulées par le philosophe Henri Bergson, notamment dans sa thèse sur la matière et la mémoire. Il s‟ensuit alors que la participation du public est centrée sur la partie invisible de l‟image cinématographique, pendant que la technique manipule sa visibilité à travers les processus qui déterminent sa matérialité. Le recours à la perspective historique vise non seulement à replacer chacune de ces images dans leur contexte, mais aussi au développement des techniques permettant leur production, tandis que l‟approche phénoménologique vise à expliciter la manière dont le public participe à leur constitution. Le travail comprend, enfin, tant la partie visible de l‟image cinématographique que sa partie invisible et imprévisible, issue de la vie intérieure de chaque spectateur. Mots-clés: 1. Cinéma – antécédents historiques 2. Cinéma – phénoménologie 3. Cinéma – origine technique 4. Cinéma – sémiotique 9
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Resumo<br />
Este trabalho analisa o processo <strong>de</strong> formação da imagem cinematográfica através <strong>de</strong><br />
uma abordagem que abarca tanto as técnicas que viabilizam sua materialida<strong>de</strong>, quanto a<br />
participação do público no momento <strong>de</strong> projeção das imagens, quando se instaura o<br />
movimento. Dentre os dispositivos técnicos envolvidos no processo <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>ssa<br />
imagem, são priorizados a câmera e o projetor. A análise sobre os processos óticos que<br />
ocorrem na câmera evi<strong>de</strong>ncia a operacionalização do código visual que sustenta a<br />
configuração espacial da imagem cinematográfica, o qual é comungado ainda por outros<br />
tipos <strong>de</strong> imagem, tais como a pintura renascentista e a fotografia, além <strong>de</strong> ser responsável<br />
pelo realismo na representação. Já no processo químico <strong>de</strong> fixação da imagem na película,<br />
<strong>de</strong>fine-se o que há <strong>de</strong> fotográfico no cinematográfico: seu vínculo existencial com o real. O<br />
instante fotográfico é avaliado como uma marca do tempo real que foi <strong>de</strong>ixada na imagem,<br />
mas que não se confun<strong>de</strong> com sua parte visível, ou seja, com o espaço visual da<br />
representação. No processo mecânico, enfim, avalia-se as condições técnicas necessárias<br />
para aparição da imagem cinematográfica, a partir da <strong>de</strong>composição do movimento em<br />
instantes fotográficos. Contudo, como se compreen<strong>de</strong> que a temporalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa imagem<br />
só se instaura através da participação do público no processo <strong>de</strong> aparição da imagem móvel<br />
– ou seja na “situação cinematográfica” – , propõe-se, então, uma reflexão sobre o tempo<br />
que leva em conta os fenômenos psíquicos vivenciados por ele, a partir <strong>de</strong> noções<br />
formuladas pelo filósofo Henri Bergson, sobretudo em sua tese sobre a matéria e a<br />
memória. Conclui-se, então, que a atuação do público concentra-se na parte invisível da<br />
imagem cinematográfica, enquanto que a técnica manipula sua visibilida<strong>de</strong> através dos<br />
processos que <strong>de</strong>terminam sua materialida<strong>de</strong>. O recurso à perspectiva histórica visa<br />
contextualizar cada uma <strong>de</strong>ssas imagens, bem como o <strong>de</strong>senvolvimento das técnicas que<br />
possibilitam sua produção, enquanto que a abordagem fenomenológica visa explicitar o<br />
modo como o público participa <strong>de</strong> sua constituição. O trabalho abarca, enfim, tanto a parte<br />
visível da imagem cinematográfica, quanto sua parte invisível e imprevisível, oriunda da<br />
vida interior <strong>de</strong> cada espectador.<br />
Palavras-chave:<br />
1. Cinema – antece<strong>de</strong>ntes históricos 2. Cinema – fenomenologia<br />
3. Cinema – origem técnica 4. Cinema – semiótica<br />
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