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Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

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“Um conjunto <strong>de</strong> roldanas com engrenagem, colocadas numa plataforma,<br />

permitia fazer girar dois discos paralelos, sobre o mesmo eixo, mas em<br />

sentidos opostos e a velocida<strong>de</strong>s diferentes. O disco da frente era um<br />

obturador negro com quatro ranhuras radicais em forma <strong>de</strong> cruz. O segundo<br />

disco, situado por traz do primeiro, movendo-se quatro vezes mais <strong>de</strong>pressa e<br />

em sentido oposto, era feito <strong>de</strong> papel translúcido e continha imagens<br />

anamorficamente distorcidas. O dispositivo era observado numa sala escura,<br />

havendo uma luz clara por trás do disco translúcido. Quando a máquina<br />

começava a funcionar, e vistas através das ranhuras do obturador em<br />

movimento, as imagens distorcidas pareciam imóveis e até corrigidas para<br />

formas reconhecíveis. O processo <strong>de</strong> distorção era invertido.” (Robinson,<br />

1996, p. 128)<br />

Segundo Robinson, um outro pesquisador, o físico inglês Michael Faraday, mesmo<br />

<strong>de</strong>sconhecendo o trabalho <strong>de</strong> Plateau, <strong>de</strong>senvolveu investigações similares.<br />

“Tal como Plateau, observou que uma roda <strong>de</strong>ntada giratória, vista através<br />

dos espaços existentes entre os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma segunda roda, parece estar<br />

imóvel. Este efeito podia ser <strong>de</strong>monstrado <strong>de</strong> forma ainda mais simples<br />

fazendo girar uma única roda <strong>de</strong>ntada frente a um espelho, „<strong>de</strong> modo a que os<br />

nossos olhos conseguissem ver o espelho através ou por entre os <strong>de</strong>ntes da<br />

roda, parecendo então que a imagem refletida era a <strong>de</strong> uma roda <strong>de</strong>ntada,<br />

com o mesmo número <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes, mas completamente imóvel e sendo visíveis<br />

todos os <strong>de</strong>ntes‟.” (Robinson., op. cit, p. 128)<br />

Segundo Robinson, Faraday tomou conhecimento das publicações <strong>de</strong> Plateau. Este,<br />

por outro lado, uniu suas forças a Faraday, propondo assim substituir os <strong>de</strong>ntes da roda por<br />

estreitas ranhuras. Além disso, ele observou que:<br />

“Se em vez <strong>de</strong> dividir o círculo em faixas concêntricas, como Faraday, se<br />

<strong>de</strong>senhasse numa das partes uma figura qualquer, repetindo essa figura<br />

sempre na mesma posição em cada uma das outras partes, seria óbvio que<br />

quando se submetesse o círculo à experiência do espelho, distinguir-se-iam<br />

todas essas pequenas figuras perfeitamente imóveis. (...) Mas se em vez <strong>de</strong><br />

ter apenas figuras idênticas, se proce<strong>de</strong>sse <strong>de</strong> forma a que, seguindo a série<br />

<strong>de</strong>ssas figuras, elas passassem através <strong>de</strong> várias fases, <strong>de</strong> uma forma ou<br />

posição para outra, é evi<strong>de</strong>nte que cada uma das partes, cuja imagem<br />

ocuparia sucessivamente no espelho o mesmo lugar relativamente ao olhar,<br />

conteria uma figura que seria ligeiramente diferente da anterior; <strong>de</strong> forma<br />

que, se a velocida<strong>de</strong> fosse suficientemente gran<strong>de</strong> para que todas as imagens<br />

sucessivas se ligassem entre si, mas não excessiva <strong>de</strong> modo a confundi-las,<br />

ver-se-ia cada uma das pequenas figuras mudar gradualmente <strong>de</strong> estado.”<br />

(ibi<strong>de</strong>m, p. 129)<br />

Assim surgiu, em 1832, o primeiro fenacistioscópio <strong>de</strong> Plateau, com imagens<br />

animadas <strong>de</strong> “um dançarino a fazer piruetas” (Robinson). Este é consi<strong>de</strong>rado, <strong>de</strong> fato, o<br />

primeiro <strong>de</strong>senho animado do mundo.<br />

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