06.06.2013 Views

Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2. 1. Das pesquisas sobre a persistência da visão à produção <strong>de</strong> imagens<br />

mutáveis<br />

No século XVIII, alguns indivíduos partiram em busca <strong>de</strong> explicações para um<br />

fenômeno conhecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Antigüida<strong>de</strong> 24 como “persistência da visão”. Por meio <strong>de</strong>le,<br />

aparentemente, uma imagem se perpetua em nossa visão ainda por alguns segundos,<br />

mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua fonte causadora, ou estímulo visual, ser eliminada ou retirada <strong>de</strong><br />

nosso campo <strong>de</strong> visão. Uma <strong>de</strong>monstração clássica <strong>de</strong>sse fenômeno resi<strong>de</strong> na observação<br />

<strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> luz a girar rapidamente no escuro: a uma <strong>de</strong>terminada velocida<strong>de</strong>, não se<br />

percebe mais um ponto <strong>de</strong> luz se <strong>de</strong>slocando no espaço, mas a imagem <strong>de</strong> um círculo,<br />

resultante da trajetória do objeto luminoso. Na tentativa <strong>de</strong> medir a duração <strong>de</strong>sse efeito<br />

visual, o alemão Johannes Segner reproduziu um experimento similar. Segundo o<br />

pesquisador David Robinso (1996), ele pôs a girar um carvão incan<strong>de</strong>scente no escuro,<br />

“variando e contabilizando a velocida<strong>de</strong> das voltas efetuadas”. Com isto, ele concluiu que,<br />

para que o fenômeno <strong>de</strong> persistência da visão produzisse a ilusão <strong>de</strong> um círculo fechado, o<br />

carvão <strong>de</strong>veria completar cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z voltas por segundo. 25<br />

Meio século <strong>de</strong>pois, no ano <strong>de</strong> 1821, é publicado em um jornal um artigo que tece<br />

novos comentários sobre o fenômeno. Nele, afirma-se que, quando os raios <strong>de</strong> uma roda<br />

giratória são “observados através <strong>de</strong> uma cerca ou <strong>de</strong> qualquer outro tipo <strong>de</strong> grelha”,<br />

produz-se um efeito <strong>de</strong> “distorção”. Segundo Robinson (1996), quem assinava o artigo era<br />

“J.M.”, que se supõe tratar-se do editor do periódico, John Murray. Cerca <strong>de</strong> quatro anos<br />

<strong>de</strong>pois, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1824, o médico Peter Mark Roget propõe uma explicação para<br />

este fenômeno visual. Em um documento apresentado à Royal Society of London,<br />

intitulado Explanation of an optical <strong>de</strong>ception in the appearance of the spokes of a wheel<br />

seen through vertical apertures, Peter Roget faz o seguinte comentário:<br />

24<br />

Segundo Aumont (1993), há relatos <strong>de</strong> Aristóteles, Lucrécio, Ptolemeu e Al-Hazen sobre esse fenômeno<br />

visual.<br />

25<br />

Mais tar<strong>de</strong>, o irlandês Chevalier Patrice d‟Arcy retomou as experiências <strong>de</strong> Segner e conseguiu obter um<br />

resultado mais preciso, concluindo, então, que seriam necessárias sete voltas por segundo para que se<br />

produza a imagem <strong>de</strong> um círculo fechado. David Robinson (1996, p. 124) nos fala sobre a experiênica<br />

realizada pelo irlandês: “Numa plataforma com <strong>de</strong>zoito pés <strong>de</strong> altura, construiu um mecanismo semelhante a<br />

um relógio acionado por um peso que <strong>de</strong>scia até um poço situado junto à máquina. Esse mecanismo servia<br />

para fazer girar uma cruz em ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, semelhantes às asas <strong>de</strong> um moinho <strong>de</strong> vento. A<br />

velocida<strong>de</strong> era controlada por volantes, e uma campainha, acionada pela engrenagem em intervalos regulares,<br />

permitia contabilizar as voltas com exatidão.”<br />

71

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!