Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...
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2. Entre os fotogramas, o movimento<br />
Cada fotograma traz consigo uma imagem fotográfica. São marcas visuais <strong>de</strong>ixadas<br />
na película por um procedimento técnico sofisticado no qual o uso da câmera ganha<br />
<strong>de</strong>staque especial. Salvo em casos particulares – como a intervenção direta na película para<br />
a produção <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos animados, por exemplo – , o que sustenta a aparição da imagem<br />
cinematográfica na tela são essas fotografias impressas na película. Pu<strong>de</strong>mos avaliar o<br />
quanto o uso da câmera <strong>de</strong>termina a configuração da imagem cinematográfica, sobretudo<br />
no que diz respeito ao arranjo espacial. Responsável pela produção das imagens presentes<br />
em cada fotografa, esse aparato técnico, na verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>termina o modo <strong>de</strong> configuração da<br />
parte visível da imagem cinematográfica. Pois são esses fotogramas que vão fornecer as<br />
informações visuais necessárias para que a imagem cinematográfica se apresente enquanto<br />
tal para o espectador, o qual se responsabilizará, por outro lado, pela passagem do visível<br />
ao visual, através do seu olhar, dando sentido e or<strong>de</strong>m à imagem. No que diz respeito ao<br />
visível, portanto, o dispositivo técnico será manipulado pelo produtor da imagem com<br />
vistas a traçar diretrizes para esse olhar que o público passa, então, a disponibilizar como<br />
condição essencial para a aparição da imagem. E, como pu<strong>de</strong>mos constatar, todo o<br />
processo <strong>de</strong> codificação da imagem ten<strong>de</strong> a se concentrar no modo como o espaço da<br />
representação será configurado. Como nos diz Aumont (1993, p.31), “a visão é antes <strong>de</strong><br />
tudo um sentido espacial.” A temporalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa imagem, por outro lado, ten<strong>de</strong> a se<br />
estabelecer <strong>de</strong> uma outra maneira. Vejamos, inicialmente, como ela se viabiliza na imagem<br />
por aquilo que o dispositivo <strong>de</strong>termina previamente.<br />
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