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Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

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A câmara obscura<br />

O princípio do aparato já era conhecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Antigüida<strong>de</strong>. Mas a aplicação <strong>de</strong>sse<br />

conhecimento óptico na construção <strong>de</strong> um aparato capaz <strong>de</strong> colaborar na produção <strong>de</strong><br />

imagens pictóricas só viria a acontecer no século XVI. Leonardo da Vinci escreveu sobre<br />

ela em seus Livros <strong>de</strong> Notas, mas estes só seriam publicados em 1797. Antes disso, porém,<br />

um discípulo seu, Cesare Cesarino, a <strong>de</strong>screveu em um informe impresso no ano <strong>de</strong> 1521.<br />

No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste mesmo século, várias outras publicações divulgariam a câmara obscura<br />

como mais um interessante e útil dispositivo óptico, capaz <strong>de</strong> facilitar o trabalho dos<br />

pintores na produção <strong>de</strong> imagens em perspectiva. Dentre eles, <strong>de</strong>staca-se a obra Magiae<br />

Naturalis, <strong>de</strong> Giovanni <strong>de</strong>lla Porta, na qual, pela primeira vez, recomenda-se seu uso como<br />

ajuda para o <strong>de</strong>senho em perspectiva.<br />

Arlindo Machado a <strong>de</strong>screve:<br />

“Tais aparelhos eram caixas negras inteiramente lacradas, que <strong>de</strong>ixavam<br />

vazar luz apenas por um pequeno orifício, <strong>de</strong> forma que os raios luminosos<br />

penetravam no seu interior fazendo projetar numa das pare<strong>de</strong>s o „reflexo‟<br />

invertido dos objetos iluminados.” (id., 1984, p. 30)<br />

Mas até que se tornasse um instrumento suficientemente prático e eficiente na<br />

produção <strong>de</strong> imagens em perspectiva, a câmara obscura viria ainda a sofrer sucessivos<br />

aperfeiçoamentos técnicos. Segundo Helmut Gernsheim (1996), em 1550, o físico milanês<br />

Girolamo Cardano recomendaria a inserção <strong>de</strong> uma lente na abertura para que a imagem se<br />

tornasse mais brilhante. Em 1568, o veneziano Danielo Barbaro acrescentaria diafragmas<br />

<strong>de</strong> vários tamanhos ao dispositivo, os quais permitiriam obter imagens mais nítidas. Em<br />

1573, o matemático e astrônomo florentino Egnatio Danti acrescentaria um espelho<br />

côncavo para corrigir a posição da imagem, que até então se mantinha invertida. E os<br />

aperfeiçoamentos não cessaram, seguindo-se nos séculos posteriores. Em 1606, Friedrich<br />

Risner publicaria Optics on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>screveriam as câmaras portáteis. Em 1636, o professor<br />

<strong>de</strong> matemática Daniel Schwenter criaria um elaborado sistema <strong>de</strong> lentes que combinava<br />

três distâncias focais diferentes. Em 1646, o padre e jesuíta Athanasius Kircher <strong>de</strong>screve,<br />

em seu tratado Arts Magna Lucis et Umbrae, uma câmara que po<strong>de</strong> ser movida por dois<br />

homens. (fig.1) Helmut Gernsheim (1996, p. 13) a <strong>de</strong>screve: “Consistia em um tubo<br />

exterior construído com um metal sólido, mas <strong>de</strong> pouco peso, com uma lente no centro <strong>de</strong><br />

cada lado, em um cubo interior <strong>de</strong> papel transparente on<strong>de</strong> se podia <strong>de</strong>senhar. O artista<br />

entrava por uma porta falsa situada no solo.”<br />

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