Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...
Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...
Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
O funcionamento da câmera e do projetor<br />
Em uma <strong>de</strong>scrição bem simplificada do funcionamento da câmera, po<strong>de</strong>-se<br />
observar que, quando o obturador está aberto, a luz externa atravessa o orifício, preenchido<br />
pela objetiva, penetra na caixa escura e atinge a superfície do material sensível a ela, on<strong>de</strong><br />
se produz uma imagem latente que será posteriormente revelada e fixada no laboratório por<br />
processos químicos. No caso do projetor, a luz age em um percurso inverso. Uma fonte <strong>de</strong><br />
luz interna ao aparato é acionada, atinge a película, com imagens já reveladas e fixadas,<br />
atravessa <strong>de</strong>pois a objetiva e, finalmente, <strong>de</strong>ixa o aparato, seguindo em direção à tela, em<br />
ambiente escuro, on<strong>de</strong> será projetada uma imagem luminosa com dimensões bem maiores<br />
do que aquelas impressas em cada fotograma.<br />
Do que foi dito, po<strong>de</strong>-se inferir, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, que os processos óticos e químicos<br />
envolvidos no funcionamento da câmera cinematográfica reproduzem a estrutura básica do<br />
dispositivo fotográfico. Mas há um aspecto peculiar no modo <strong>de</strong> produção da imagem<br />
cinematográfica. Uma diferença fundamental que se concentra no processo mecânico da<br />
câmera cinematográfica, responsável pelo movimento intermitente da película. Vejamos<br />
como ele funciona: esse mecanismo movimenta a película por <strong>de</strong>ntro da câmera e<br />
imobiliza a mesma por algumas frações <strong>de</strong> segundo diante do obturador, o qual se abre<br />
para permitir que a película seja exposta à luz por um <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo e,<br />
logo em seguida, volta a se fechar, interrompendo a exposição do negativo; o mecanismo<br />
volta a mover essa película, carregando a parte exposta para um outro compartimento do<br />
dispositivo, uma caixa escura on<strong>de</strong> será armazenado o negativo já exposto; o mecanismo<br />
volta a imobilizar a película, o obturador se abre novamente, permitindo a produção <strong>de</strong><br />
uma nova imagem latente, o obturador se fecha, o mecanismo volta a puxar a película,<br />
avançando-a para diante e disponibilizando uma outra parte <strong>de</strong>la ainda não exposta à luz, e<br />
assim prossegue ininterruptamente, enquanto o dispositivo se mantiver acionado. Produz-<br />
se assim uma sucessão <strong>de</strong> instantâneos fotográficos, cuja composição visual distingue o<br />
anterior do posterior por aquilo que Jean-Louis Baudry (1983) chama <strong>de</strong> “diferença<br />
mínima”.<br />
Contudo, ainda assim, temos apenas várias imagens fixas impressas na película.<br />
Sabemos que, para que a imagem cinematográfica surja, não basta a utilização da câmera.<br />
É preciso ainda inserir essa película naquele outro instrumento: o projetor. É justamente<br />
17