06.06.2013 Views

Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“gênese automática”, e que autores como Barthes (1980) e Bazin (1958) consi<strong>de</strong>ram como<br />

responsáveis pela viabilização da “inscrição do real” na imagem. Por outro lado,<br />

colocamo-nos a seguinte questão: o que singulariza a imagem cinematográfica? O que a<br />

distingue <strong>de</strong> todas as outras? Nossa hipótese principal é <strong>de</strong> que a essência <strong>de</strong>ssa imagem,<br />

sua singularida<strong>de</strong>, está vinculada ao movimento, à temporalida<strong>de</strong>. Para averiguar essa<br />

hipótese, <strong>de</strong>senvolvemos, na segunda parte do trabalho, uma reflexão sobre o movimento<br />

que leva em conta o funcionamento do dispositivo técnico, por um lado, e a participação<br />

do público no processo <strong>de</strong> aparição da imagem móvel, por outro. Com este procedimento,<br />

preten<strong>de</strong>mos distinguir a noção clássica <strong>de</strong> tempo que, por hipótese, fundamenta o<br />

funcionamento do dispositivo técnico, <strong>de</strong> uma outra noção <strong>de</strong> tempo completamente<br />

distinta, <strong>de</strong>finida por Bergson como “duração”. Desse modo, visamos alcançar uma melhor<br />

compreensão sobre o movimento que singulariza a imagem cinematográfica. Optamos,<br />

enfim, por uma postura metodológica que integra a visão diacrônica à visão sincrônica,<br />

pois acreditamos que o recurso à perspectiva histórica, quando e o quanto for pertinente,<br />

po<strong>de</strong> nos ajudar a compreen<strong>de</strong>r melhor os aspectos inerentes ao modo como a imagem se<br />

constitui. No que tange às técnicas <strong>de</strong> produção da imagem, cabe-nos ainda tecer alguns<br />

últimos comentários esclarecedores. Na primeira parte, <strong>de</strong>senvolvemos uma reflexão que<br />

se fundamenta sobretudo nos dois processos que se operam no dispositivo responsável pela<br />

produção da imagem cinematográfica: os processos óticos e os químicos, pois acreditamos<br />

que esses dois processos <strong>de</strong>terminam as condições <strong>de</strong> configuração formal da imagem. Na<br />

segunda parte, priorizamos o processo mecânico <strong>de</strong> produção do movimento aparente na<br />

imagem, por um lado, e a expressão da duração na imagem, por outro. Acreditamos, enfim,<br />

que esse tipo <strong>de</strong> abordagem po<strong>de</strong> nos permitir uma compreensão mais aprofundada sobre<br />

as diferentes maneiras com que essas imagens vêm sendo pensadas pelos teóricos da<br />

imagem, levando, evi<strong>de</strong>ntemente, a conclusões distintas, mas que não necessariamente se<br />

excluem, nem se negam, po<strong>de</strong>ndo vir mesmo a potencializar, na verda<strong>de</strong>, a manifestação<br />

<strong>de</strong> diferentes aspectos sobre as mesmas.<br />

14

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!