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Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...

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nova imagem. Mas o que é o movimento? De on<strong>de</strong> ele se origina? Qual a sua natureza? Por<br />

mais que se vasculhe e manipule a imagem, ainda assim, ele escapa a qualquer tentativa <strong>de</strong><br />

captura. No entanto, está ali, na própria constituição da imagem. Não se po<strong>de</strong>, contudo,<br />

apontar o <strong>de</strong>do para a imagem e indicar on<strong>de</strong> ele se localiza. Ele transcen<strong>de</strong> qualquer<br />

tentativa <strong>de</strong> espacialização. Ele surge ali, entre os fotogramas, mas po<strong>de</strong>mos enfiar o nariz<br />

por lá, insistentemente, que não o acharemos. On<strong>de</strong> está, então, o movimento? Antes<br />

mesmo <strong>de</strong> começar a pensar sobre o movimento expresso em cada plano <strong>de</strong> imagem, como<br />

pensá-lo em cada intervalo, entre um fotograma e outro? Esse enigma, como <strong>de</strong>svendá-lo?<br />

O que é o movimento, fotograma a fotograma? O corte entre os fotogramas que antece<strong>de</strong> o<br />

corte entre os planos? A montagem que antece<strong>de</strong> a montagem?<br />

Não posso fugir ao <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> tentar respon<strong>de</strong>r a essas questões. As linhas que se<br />

seguem tentarão dar cabo a essa busca. Se antes meu esforço era conseguir imprimir na<br />

película imagens que correspon<strong>de</strong>ssem, em algum nível, àquilo que se passava em minha<br />

mente, agora o esforço é por conseguir fazer essa tradução para a palavra. Agora, a matéria<br />

<strong>de</strong> trabalho é o conceito. É com ele que tentarei ensaiar alguma dança. Estaremos juntos<br />

nos esforçando por conseguir <strong>de</strong>senvolver algum movimento, alguma evolução que, por<br />

ventura, nos revele algo <strong>de</strong> novo, <strong>de</strong> novo.<br />

Propomos, então, uma investigação sobre a imagem cinematográfica que se<br />

concentre no seu processo <strong>de</strong> constituição, que focalize as condições que <strong>de</strong>terminam a<br />

formação da imagem. Por meio <strong>de</strong> uma abordagem que leve em conta, por um lado, as<br />

<strong>de</strong>terminações do dispositivo técnico, e, por outro, a intervenção humana, seja ela oriunda<br />

do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> manipulação criadora <strong>de</strong> seu produtor, seja ela advinda da participação afetiva<br />

e intelectual do público. Nesse sentido, a análise <strong>de</strong> formas fílmicas específicas será<br />

evitada, em prol <strong>de</strong> uma abordagem que priorize uma reflexão sobre o processo <strong>de</strong><br />

formação da imagem. Na primeira parte do nosso trabalho, abordamos a imagem<br />

cinematográfica a partir <strong>de</strong> um recorte maior no qual ela se encontraria vinculada a outros<br />

tipos <strong>de</strong> imagens, que, por suposição, compartilhariam, com ela, características similares.<br />

Para tanto, utilizaremos as categorias <strong>de</strong>senvolvidas por Santaella (1994, 1998), nas quais<br />

as imagens se distinguiriam entre aquelas pertencentes ao paradigma “pré-fotográfico”,<br />

“fotográfico” e “pós-fotográfico”. Por meio <strong>de</strong>ssa abordagem, preten<strong>de</strong>mos analisar<br />

algumas características básicas da imagem cinematográfica, que também po<strong>de</strong>m ser<br />

encontradas em outros tipos <strong>de</strong> imagens, tais como o efeito <strong>de</strong> “realismo” na imagem e sua<br />

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