Cristina Toshie Lucena Nishio - Biblioteca Digital de Teses e ...
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Introdução<br />
Os primeiros contatos com o cinema costumam acontecer na sala escura, quando,<br />
por um toque <strong>de</strong> mágica, imagens começam a cintilar na tela, como vaga-lumes. O fascínio<br />
nos impressiona a todos, ainda hoje, quando a razão nos diz que não é mágica, mas<br />
resultado <strong>de</strong> pesquisa humana e <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico o que possibilita a aparição<br />
daquelas imagens. Ainda assim, que magia!<br />
Não posso negar que ainda hoje essa imagem me fascina, me inebria. Po<strong>de</strong>ria<br />
mesmo me imaginar, qual uma criança, seguindo, sorrateira, em direção à tela, e esticando<br />
uma olha<strong>de</strong>la bem disfarçada, na tentativa <strong>de</strong> flagrar os seres fantásticos que, por ventura,<br />
haveria por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong>la. On<strong>de</strong> estão eles? Para on<strong>de</strong> vão quando a luz do projetor se<br />
<strong>de</strong>sliga? Que magia é essa que me faz ter a certeza <strong>de</strong> que não é apenas uma ilusão visual a<br />
vida que se projeta com aqueles simples feixes <strong>de</strong> luz?<br />
Para muitos, esse será o único tipo <strong>de</strong> contato direto com o cinema. E que contato!<br />
Para outros, contudo, esse encanto os levará a brincar <strong>de</strong> Deus, apropriando-se dos<br />
instrumentos que o viabilizam e tornando-se magos e bruxas produtores <strong>de</strong> imagens-luz.<br />
Quanto a mim, algo muito especial ainda viria a acontecer. Os caminhos que fui seguindo,<br />
no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> anos ainda recentes <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong>ram-me a chance <strong>de</strong> passar por uma<br />
experiência muito especial: a animação <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos. Foi então que <strong>de</strong>scobri o fotograma.<br />
Mais que isso, <strong>de</strong>scobri algo entre os fotogramas. Algo sobre o qual já lera a respeito, mas<br />
que jamais imaginara ser tão mágico. Descobri o movimento.<br />
Uma Casa Muito Engraçada é o curta metragem que tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar<br />
em parceria com minha irmã Yoko, em 1996, quando ainda era aluna da graduação do<br />
Departamento <strong>de</strong> Cinema e Ví<strong>de</strong>o da UFF. Na época, ela estudava na faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belas<br />
Artes e eu alimentava o sonho <strong>de</strong> realizar um trabalho em conjunto. Uma cria nossa. Não<br />
pu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar escapar a oportunida<strong>de</strong>, quando o então professor <strong>de</strong> cinema <strong>de</strong> animação,<br />
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