a importância do projeto político pedagógico na edificação de uma ...

este assunto, Ataíde e Morais (2003) alertam que esta situação força as crianças e
jovens em formação a negarem-se enquanto indivíduos que são culturais na sua
essência, detentores de ancestralidade, cultura, maneiras diferenciadas de conviver
e que se relacionam com sua origem étnica, guardando representações e relações
que os edifica como indivíduos plurais.
Um segmento que convive de maneira constante com a desvalorização
de sua cultura é o segmento negro. Na escola, além de um currículo fundamento em
valores eurocêntricos, os livros didáticos e os cartazes que são fixados nas escolas
desqualifica e exclui este grupo social. Nestes materiais, o uso de imagens
representadas por pessoas que apresentam características européias, como o
cabelo liso e a pele clara reforçam as atitudes depreciativas sobre a figura do negro
(GOMES, 2001).
Cavalleiro (2001) questiona essas práticas ao destacar que uma
educação anti-racista busca a erradicação de todas as ações que são
preconceituosas e de tratamento diferenciado. Nela, qualquer tipo de preconceitos e
estereótipos presentes no meio de comunicação e materiais didáticos deve ser
eliminado, para a condução de atitudes de igualdade.
De maneira convergente, Gomes defende que
A superação de práticas racistas veladas e explicitas no cotidiano escolar,
que vão desde a escolha do professor ao tratamento dado aos pais/mães e
aos/às alunos/as negros/as. Significa rever as enunciações e a maneira
como o segmento negro é retratado nos cartazes, nos livros didáticos, nas
festas e nos auditórios. Representa, também, desvelar o silencio sobre a
questão racial da escola. (GOMES, 2001, p. 89)
Assim, faz-se necessário a realização de um trabalho que busque
resgatar a auto-estima das crianças e que pode ser realizado por meio de “falas
explicitas” que contenham elogios por seu desenvolvimento, sua aparência física e
ainda pelo seu comportamento. Trata-se de proporcionar às crianças pertencentes a
grupos inferiorizados, estímulos que sejam concretizados de maneira clara e
objetiva. As “falas diretas” de caráter positivo a respeito da família do individuo e de
seu pertencimento étnico possibilita a criança o sentimento de pertencer ao convívio
escolar (CAVALLEIRO, 2001).
As argumentações apresentadas vão de encontro ao parecer das
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) que institui a
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