Livro Contadores de Histórias Encantadas
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94 A Lenda da Rede No povoado onde eu moro as pessoas contam várias histórias como um homem de capa preta, um homem vestido todo de branco e um outro homem que andava com as mãos e os pés virados para trás. De tantas histórias que já me contaram eu vou contar a que mais me chamou a atenção. É a história de uma rede que era vista passando pela estrada nas noites de quinta-feira. Segundo a lenda, quem se deitava na rede desaparecia. As pessoas do povoado dizem que essa rede aparecia debaixo de um pé de azeitona que ficava perto da estrada. Ela passava por toda a estrada e depois desaparecia. Lá, tinha um senhor que se chamava João Pernambucano que morava perto desse pé de azeitona. Um dia, ele não estava com sono e ficou acordado até tarde da noite quando, de repente, ele viu a rede aparecendo debaixo do pé de azeitona. Ela começou a passar na frente da casa e ele ficou assustado. No outro dia, ele contou para seus parentes, vizinhos e amigos o que tinha acontecido e todo mundo acreditou nele porque ele era um homem que não gostava de mentir. Lá também tinha um outro senhor muito conhecido que morava na casa de João Pernambucano. O nome dele era Zé de Barro. Uma certa noite, Zé de Barro saiu para beber uma cachacinha e quando voltava, umas 10 horas da noite, ele desapareceu. Os parentes de João Pernambucano foram à delegacia perguntar por ele e depois foram aos jornais, mas não encontraram ele nunca mais. Todo mundo acredita que Zé de Barro foi levado por essa rede misteriosa. No povoado de Maguari, perto de Santa Luzia-MA, onde eu moro, essa história é muito conhecida e João Pernambucano e Zé de Barro existiram de verdade e moraram no nosso povoado. Já a rede, a rede é misteriosa. Maria Regina Sousa Borges 10 anos, 5° ano Unidade Escolar Travassos Furtado Professor Eurivan Almeida da Silva Santa Luzia - MA 95
96 Minha bisavó gostava de me contar histórias e ela me contou uma que aconteceu para os lados do Maranhão. Certo dia, um homem que era agricultor saiu de casa antes do sol nascer. A sua roça ficava perto de um rio que desembocava no rio São Francisco e foi quando, de repente, ouviu uma voz cantando uma música suave e bonita que podia encantar qualquer pessoa. Então, o homem pensou: - Será que é alguma lavadeira no rio lavando roupa? O homem ficou muito curioso e então bem devagar e com calma saiu seguindo a música que foi parar perto de umas grandes pedras que ficavam parte delas dentro da água e outra fora. A mulher estava na parte das pedras que estava fora da água. Ela estava penteando seus cabelos, que eram tão pretos e longos que cobriam todo o seu corpo. O homem ficou admirado com a beleza daquela mulher e pensou: - Ah, essa deve ser a mulher que mora no fundo dos rios! Eu vou pegá-la! Então, o homem, com cuidado, desceu até as pedras onde a mulher estava e rapidamente a pegou por seus cabelos e com muita força saiu arrastando-a em direção à terra firme. A pobre da mulher começou a chorar e, suplicando, disse: - Por favor, me solte! E o homem, sem dó nem piedade, disse que não. - Eu te dou muitas riquezas se você me soltar. O homem parou e disse: - Você não vai me enganar? - Não, eu prometo – respondeu a mulher. - Está bem, eu te solto. Quando ele soltou o cabelo da mulher rapidamente ela correu em direção ao rio e tibum... Pulou na água. Dizem que nunca mais se viu o homem e sua família por aqueles lados. Enquanto a mulher... Ela sumiu. Nunca mais ninguém a viu. Gabriele Monteiro Nascimento 10 anos, 5° ano EM Cantinho do Saber Professora Simone Loiola Lima Tauá - CE A mulher que sumiu no rio 97
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Minha bisavó gostava <strong>de</strong> me contar histórias e ela me contou uma que<br />
aconteceu para os lados do Maranhão.<br />
Certo dia, um homem que era agricultor saiu <strong>de</strong> casa antes do sol nascer.<br />
A sua roça ficava perto <strong>de</strong> um rio que <strong>de</strong>sembocava no rio São Francisco e foi<br />
quando, <strong>de</strong> repente, ouviu uma voz cantando uma música suave e bonita que<br />
podia encantar qualquer pessoa. Então, o homem pensou:<br />
- Será que é alguma lava<strong>de</strong>ira no rio lavando roupa?<br />
O homem ficou muito curioso e então bem <strong>de</strong>vagar e com calma saiu<br />
seguindo a música que foi parar perto <strong>de</strong> umas gran<strong>de</strong>s pedras que ficavam parte<br />
<strong>de</strong>las <strong>de</strong>ntro da água e outra fora. A mulher estava na parte das pedras que estava<br />
fora da água. Ela estava penteando seus cabelos, que eram tão pretos e longos<br />
que cobriam todo o seu corpo. O homem ficou admirado com a beleza daquela<br />
mulher e pensou:<br />
- Ah, essa <strong>de</strong>ve ser a mulher que mora no fundo dos rios! Eu vou pegá-la!<br />
Então, o homem, com cuidado, <strong>de</strong>sceu até as pedras on<strong>de</strong> a mulher estava<br />
e rapidamente a pegou por seus cabelos e com muita força saiu arrastando-a em<br />
direção à terra firme. A pobre da mulher começou a chorar e, suplicando, disse:<br />
- Por favor, me solte!<br />
E o homem, sem dó nem pieda<strong>de</strong>, disse que não.<br />
- Eu te dou muitas riquezas se você me soltar.<br />
O homem parou e disse:<br />
- Você não vai me enganar?<br />
- Não, eu prometo – respon<strong>de</strong>u a mulher.<br />
- Está bem, eu te solto.<br />
Quando ele soltou o cabelo da mulher rapidamente ela correu em direção<br />
ao rio e tibum... Pulou na água.<br />
Dizem que nunca mais se viu o homem e sua família por aqueles lados.<br />
Enquanto a mulher... Ela sumiu. Nunca mais ninguém a viu.<br />
Gabriele<br />
Monteiro<br />
Nascimento<br />
10 anos, 5° ano<br />
EM Cantinho do Saber<br />
Professora Simone Loiola Lima<br />
Tauá - CE<br />
A mulher<br />
que sumiu<br />
no rio<br />
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