Livro Contadores de Histórias Encantadas

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Certa vez, na pequena cidade da Lapa, um homem morreu num acidente de bicicleta.
O povo do lugar dizia que ele vivia vagando pela cidade.
Todo sábado à noite quando o dono da loja de bicicleta estava fechando sua loja ele
vinha gritando numa bicicleta vermelha, na qual ele morreu:
- Arruma o pneu! Arruma o pneu!
Passados alguns anos, chegou um homem na cidade chamado Zé Oliveira da Silva e
abriu outra loja de bicicletas.
Logo ao chegar, seu vizinho lhe falou do homem amaldiçoado, mas seu Zé nem ligou.
No dia seguinte, seu Zé foi para a loja. Era um sábado de manhã. A loja estava botando
gente pelo ladrão.
No começo da noite, seu Zé, cansado, estava fechando a loja quando escutou:
- Arruma o pneu! Arruma o pneu!
Assustado, o homem olhou para trás e não viu nada. Terminava de fechar a loja quando
escutou novamente:
- Arruma o pneu! Arruma o pneu!
Por mais corajoso que fosse, ele ficou com medo e correu para casa.
O fantasma ficou um tempão parado em frente à casa do lojista e, de repente, sumiu.
O tempo foi passando e todo sábado o homem aparecia e desaparecia do mesmo jeito.
Algum tempo depois, o fantasma sumiu e seu Zé, curioso, queria saber o que havia
acontecido. Por isso, no sábado à noite, ficou esperando o homem encantado.
Seu Zé estava quase dormindo quando escutou:
- Arruma o pneu! Arruma o pneu!
Na manhã seguinte, seu Zé foi à biblioteca pesquisar o que fazer para acabar com a
maldição do fantasma e descobriu num jornal antigo uma reportagem sobre o ocorrido.
No jornal dizia que para acabar com a maldição do fantasma da bicicleta alguém com muita
coragem devia arrumar o pneu para ele.
Na noite seguinte, seu Zé ficou na loja esperando o homem. O coitado chegou gritando:
- Arruma o pneu! Arruma o pneu!
Seu Zé saiu ligeiro e gritou:
- Arrumo sim. Trás aqui que eu arrumo.
O homem da bicicleta entrou na loja assustado e disse:
- O senhor arruma mesmo?
- Sim, é claro, respondeu seu Zé.
O dono da loja perguntou ao homem como ele havia morrido. O homem respondeu
que morreu porque estava com o pneu furado e perdendo a direção bateu num poste, vindo
a falecer.
Depois daquele dia, o homem desapareceu para sempre. Seu Zé arrumou o pneu e o
destino daquela pobre alma que vagava sem rumo.
O fantasma da bicicleta
Janielem Eni
Pettres
11 anos, 5º ano
EEB Professor Gustavo
Friedrich
Professora Claudete Krüeger
Mafra - SC
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