Livro Contadores de Histórias Encantadas
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54 As histórias de medo mais medonhas que conheço ganhei de presente dos medrosos. Eles sim sabem contá-las! Quando um medroso derrama sua história de medo na frente de todo mundo ele conta um segredo. Encontra as palavras certinhas pra contar o terrível mistério vivido. É possível ver em seus olhos a escuridão do corredor de luz apagada. Dá até pra sentir um arrepio fino dentro de sua voz. O medroso, seja grande ou menino, esteve ali, viveu, e veio contar a história. Então ele pode nos dizer como tudo aconteceu junto com as palavras da história que nos conta em uma porção de medos. Os medos se aninham ali do nosso lado pedindo uma beirinha do cobertor. E só adormecem depois de um abraço. Vou te contar um segredo: aqui na minha casa o medo quando abraçado vira travesseiro. Se for medo grande dentro do abraço vira calor de coração protegido. Os medos adoram dormir no colo. As histórias a seguir foram presentes de medrosos para os narradores que com os medos contados e com os seus mesmos escreveram. Dá até pra sentir nas palavras o arrepio! Se você ler e sentir medo que tal um abraço? Capítulo 6 Contos de medo Foi ele quem me contou 55
56 A mulher que já morreu Esta história é nordestina Um acredita, outro não Ela é muito assustadora Mas atrai nossa atenção Era uma noite escura E estava dando trovão. Um taxista dirigia Viu uma mulher acenando Ele parou para ela E lá vinham conversando Quando viu um negócio estranho Porém, ficou disfarçando. Nas “ventas” tinha algodão Então falava esquisito Os dois iam pelo caminho Dizendo coisas de espírito Mas ele não se assustou Pois achava que era mito. Chegando ao Vergel do Lago Em sua casa quis ficar Descendo de seu automóvel Pediu para ele esperar Mas ficou sem paciência E decidiu ir até lá. Ao chegar na residência Vendo um caixão se assustou Devido à curiosidade Ele pro caixão olhou Para seu espanto A mulher ele encontrou. Ele quis, então, saber O que foi que aconteceu Foi quando a mãe dela disse Que de acidente morreu Ele teve um “piripaque” E foi assim que sucedeu. Karlene da Silva Severo 10 anos, 5º ano EM Dom Miguel Fenelon Câmara Professora Carla Viana da Silva Maceió - AL 57
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A mulher<br />
que já morreu<br />
Esta história é nor<strong>de</strong>stina<br />
Um acredita, outro não<br />
Ela é muito assustadora<br />
Mas atrai nossa atenção<br />
Era uma noite escura<br />
E estava dando trovão.<br />
Um taxista dirigia<br />
Viu uma mulher acenando<br />
Ele parou para ela<br />
E lá vinham conversando<br />
Quando viu um negócio estranho<br />
Porém, ficou disfarçando.<br />
Nas “ventas” tinha algodão<br />
Então falava esquisito<br />
Os dois iam pelo caminho<br />
Dizendo coisas <strong>de</strong> espírito<br />
Mas ele não se assustou<br />
Pois achava que era mito.<br />
Chegando ao Vergel do Lago<br />
Em sua casa quis ficar<br />
Descendo <strong>de</strong> seu automóvel<br />
Pediu para ele esperar<br />
Mas ficou sem paciência<br />
E <strong>de</strong>cidiu ir até lá.<br />
Ao chegar na residência<br />
Vendo um caixão se assustou<br />
Devido à curiosida<strong>de</strong><br />
Ele pro caixão olhou<br />
Para seu espanto<br />
A mulher ele encontrou.<br />
Ele quis, então, saber<br />
O que foi que aconteceu<br />
Foi quando a mãe <strong>de</strong>la disse<br />
Que <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte morreu<br />
Ele teve um “piripaque”<br />
E foi assim que suce<strong>de</strong>u.<br />
Karlene<br />
da Silva Severo<br />
10 anos, 5º ano<br />
EM Dom Miguel Fenelon<br />
Câmara<br />
Professora Carla Viana da Silva<br />
Maceió - AL<br />
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