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Edição 11 - Faculdade Cantareira

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D ireito<br />

E<br />

stamos diante de três áreas do<br />

conhecimento humano, que,<br />

apesar de serem distintas, muitas<br />

vezes se confundem e até se<br />

sobrepõem umas às outras, sendo<br />

usadas de formas múltiplas,<br />

confundindo-se sempre com<br />

significados muito próximos.<br />

Definamos, ainda que não se trate de<br />

fácil tarefa, esses institutos sociais:<br />

Ética – Princípios gerais que<br />

sustentam as relações sociais,<br />

possibilitando uma qualificação da<br />

conduta humana determinada pela<br />

sociedade, ou para o bem, ou para o<br />

mal, devendo esses aludidos<br />

princípios serem a base para a<br />

análise de cada situação social<br />

fática.<br />

Moral – São as normas de conduta<br />

estabelecidas por cada grupo social;<br />

modelo a ser seguido; são os<br />

costumes, os hábitos, os<br />

comportamentos dos seres humanos,<br />

as regras de comportamento<br />

adotadas pelas comunidades.<br />

A tarefa de definir o Direito é<br />

ainda mais complexa, inconclusa<br />

desde os primórdios da filosofia<br />

grega até os dias atuais. Porém, o<br />

que podemos de antemão considerar<br />

essencial para se obter uma<br />

definição razoável é que nela haja<br />

uma grande carga de moral e ética,<br />

uma vez que o Direito deve<br />

representar o conjunto de normas<br />

reguladoras da sociedade, com<br />

caráter de obrigatoriedade, que<br />

objetivem a cooperação entre os<br />

indivíduos, e a previsão e resolução<br />

de conflitos.<br />

Ocorre que ética também pode<br />

ser definida em sentido estrito como<br />

conjunto de normas que<br />

regulamentam o comportamento de<br />

um grupo particular de pessoas,<br />

como, por exemplo, advogados,<br />

médicos, psicólogos, psicanalistas<br />

FIC<br />

Ligado! 12<br />

[visite<br />

Ética,<br />

moral e direito<br />

Definir esses institutos sociais não é tarefa fácil<br />

etc., uma vez que é necessário que<br />

esses grupos tenham o seu próprio<br />

código de ética, normatizando suas<br />

ações específicas.<br />

TEMPOS CONTURBADOS<br />

Via de regra, moral e ética são<br />

usadas como sinônimos e de forma<br />

geral são distinguidas quando nos<br />

referimos à ética profissional.<br />

Essa é uma questão irrelevante,<br />

desde que esses termos sejam usados<br />

para designar uma necessidade<br />

intrínseca do ser humano em todos<br />

os tempos, de estabelecer e seguir<br />

parâmetros de comportamento que<br />

demonstrem de fato qualidades que<br />

atendam a moral e a ética,<br />

independentemente de essa conduta<br />

estar regrada pelo Direito (e aí ser<br />

obrigatória).<br />

“<br />

Em nome de uma<br />

”<br />

pretensa evolução, o<br />

campo moral e ético<br />

vem sendo espoliado<br />

Vivemos, infelizmente, tempos<br />

muito conturbados em que, em nome<br />

de uma pretensa evolução, o campo<br />

moral e ético vem sendo espoliado,<br />

ignorado, não havendo mais por<br />

parte do homem essa avaliação<br />

axiológica tão necessária e natural<br />

do que é bom ou ruim para si e para<br />

o outro. A expressão “os fins<br />

justificam os meios” nunca foi tão<br />

utilizada e aceita, para justificar<br />

atitudes que deveriam ser<br />

naturalmente consideradas erradas<br />

até mesmo para o mais simplório dos<br />

homens.<br />

Não se preocupa mais o homem<br />

em agir com justiça, eqüidade,<br />

bondade ou justeza, advindo desse<br />

comportamento quase animalesco o<br />

atual estágio em que nos<br />

encontramos na Terra se estendendo<br />

à maioria das culturas e lugares. E o<br />

que causa ainda maior espanto é que<br />

quanto mais evoluída a sociedade,<br />

mais nos parece se distanciar dessas<br />

duas pequenas palavras, mas de<br />

significado e importância<br />

indispensáveis para a evolução e<br />

mesmo a sobrevivência do homem e<br />

da sociedade.<br />

A ética e a moral devem integrar<br />

de forma definitiva e indelével o<br />

caráter humano, não devendo ser<br />

discutida a sua existência ou<br />

necessidade, mas no máximo sua<br />

extensão e profundidade como<br />

valores essenciais, sendo o Direito<br />

um instrumento, um subconjunto da<br />

moral, um espelho fiel dos valores<br />

primordiais para a sociedade<br />

verdadeiramente evoluída.<br />

O homem deve agora mais do que<br />

nunca e com caráter de urgência<br />

desenvolver e aprimorar sua<br />

eticidade, ou seja, sua aptidão de<br />

depreender e exercer a função ética<br />

em qualquer campo da sua atuação<br />

social, ficando assim desnecessária,<br />

por exemplo, a seguinte pergunta:<br />

“É ético e moral um indivíduo, ou<br />

melhor, um ser humano, nascer,<br />

crescer e morrer analfabeto?”<br />

É hora de agregarmos<br />

definitivamente como valores<br />

imprescindíveis os conceitos morais e<br />

éticos como expressão do bem,<br />

correto e do justo a nosso próprio<br />

benefício.<br />

Pedro Henrique Martins Trione<br />

Professor de Código de Ética<br />

Profissional, do curso de<br />

Direito da FIC<br />

[visite nosso site: www.cantareira.br]

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