Curso de Verão em FARMACOLOGIA - Insight Equipamentos ...
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capacida<strong>de</strong> da droga <strong>de</strong> diminuir sensações <strong>de</strong>sagradáveis. Em muitos casos é<br />
difícil separar qual o tipo <strong>de</strong> reforço predomina <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminada situação<br />
(ALMEIDA, 2006). Por ex<strong>em</strong>plo, o etanol apresenta reforço positivo pela sua<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir euforia e reforço negativo pelo seu efeito ansiolítico e<br />
por evitar a síndrome <strong>de</strong> abstinência.<br />
Essas drogas com proprieda<strong>de</strong> reforçadora, por induzir<strong>em</strong> a<br />
autoadministração, po<strong>de</strong>m levar a estados <strong>de</strong> uso abusivo, <strong>de</strong>pendência e<br />
adição. O termo adição é usado no DSM-IV (APA, 1994) preferencialmente ao<br />
termo <strong>de</strong>pendência, para evitar confusão com o termo <strong>de</strong>pendência física.<br />
Dependência física se refere às adaptações que levam a sintomas <strong>de</strong><br />
abstinência na interrupção abrupta do uso <strong>de</strong> uma droga, que recebe a<br />
<strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Síndrome <strong>de</strong> Abstinência. Essas adaptações são diferentes<br />
das adaptações que ocorr<strong>em</strong> na adição, na qual a principal característica é a<br />
perda <strong>de</strong> controle sobre o uso da droga, mesmo sob consequências adversas<br />
intensas (VOLKOW; LI, 2005). No padrão <strong>de</strong> comportamento abusivo, exist<strong>em</strong>,<br />
<strong>de</strong> forma recorrente e significativa, consequências negativas do uso da droga,<br />
mas ainda não existe a presença <strong>de</strong> tolerância, síndrome <strong>de</strong> abstinência e<br />
perda do controle sobre o uso da droga (KAPLAN; SADOCK, 1995).<br />
A progressão do uso inicial à adição é influenciada por muitos fatores.<br />
Entre eles, a droga <strong>em</strong> si, a personalida<strong>de</strong> do usuário, e influências <strong>de</strong> outras<br />
pessoas e ambientais. A interação entre esses fatores é complexa e <strong>de</strong>termina<br />
por que alguns indivíduos apresentam comportamentos aditivos e outros não.<br />
O uso inicial da droga po<strong>de</strong> ser voluntário, na busca <strong>de</strong> prazer, das suas<br />
proprieda<strong>de</strong>s reforçadoras, mas, para a pessoa que apresenta adição, a<br />
escolha pelo uso da droga não é mais voluntária. Ocorre uma neuroadaptação<br />
s<strong>em</strong>elhante ao que ocorre no aprendizado <strong>de</strong> uma tarefa e o indivíduo procura<br />
a droga mesmo na evidência <strong>de</strong> consequências pessoais negativas e graves<br />
(CHOU; NARASIMNHAN, 2005). No entanto, os mecanismos neurobiológicos<br />
que <strong>de</strong>terminam essa transição do uso controlado para o <strong>de</strong>scontrolado ainda<br />
não estão totalmente esclarecidos. As recaídas no uso das drogas é o fator<br />
clínico mais difícil <strong>de</strong> ser controlado no tratamento da adição. Após longo<br />
período <strong>de</strong> abstinência, o craving (<strong>de</strong>sejo compulsivo) pela droga ou a recaída<br />
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