DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UPIS
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UPIS
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA - UPIS
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong><strong>DE</strong>PARTAMENTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>MEDICINA</strong> <strong>VETERINÁRIA</strong><br />
TRABALHO <strong>DE</strong> CONCLUSÃO DO CURSO<br />
<strong>DE</strong> <strong>MEDICINA</strong> <strong>VETERINÁRIA</strong><br />
Área: Acupuntura Veterinária<br />
Acadêmico: Thatiana Padilha Garrido<br />
Orientador: Profª. MSc. Marilia Viviane Snel de Oliveira<br />
Supervisores: Dr. Rodrigo Gonzalez<br />
Dr. Rodrigo Fagundes<br />
MV Dharana Mendonça<br />
Brasília – DF<br />
Novembro, 2007
Aos meus pais, Ivanhoé e Tania, meus<br />
irmãos, Daniel e Rodrigo, meus amigos,<br />
e principalmente aos animais, dedico.<br />
3
AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />
Agradeço aos meus pais, Ivanhoé e Tania, que sempre estiveram ao meu<br />
lado, pelo amor, pela amizade, educação, esforço e sacrifícios, que foram decisivos<br />
em todo caminho que trilhei em minha vida.<br />
Aos meus irmãos, Daniel e Rodrigo, que juntamente com meus pais me<br />
apoiaram e incentivaram incondicionalmente.<br />
A todos meus amigos, que assim como minha própria família, colaboraram<br />
com meu crescimento e serviram como minha base e alicerce, dos quais tantas<br />
vezes precisei para seguir em frente. Agradeço especialmente à Cíntia Lopes Braga,<br />
Michelle Oliveira Carvalho, Thiago Guedes e Tiago Rollemberg Santin, por toda<br />
força, convivência, companheirismo, alegrias e tristezas compartilhadas, vocês não<br />
tem idéia do que fizeram por mim.<br />
A minha orientadora, Marilia Viviane Snel de Oliveira, pela amizade,<br />
paciência, pelos ensinamentos e dedicação profissional, que com certeza serão<br />
levados com muito carinho por mim como exemplo para minha vida.<br />
Aos professores, em especial Adriana Silva, Rafael Mondadori, Helvécio Leal,<br />
Alan Kardec e Julio Roquete Cardoso e profissionais da veterinária, pela disposição,<br />
o saber compartilhado e amizade.<br />
Ao Rodrigo Fagundes, Dharana Mendonça e dona Eliane, pela disposição,<br />
apoio, ensinamentos, exemplo profissional e amizade.<br />
E principalmente aos animais que, sem ao menos entender o que faziam,<br />
contribuíram na minha formação profissional, me ensinado sempre a amar e<br />
valorizar ainda mais minha profissão e o prazer da convivência com eles,<br />
estimulando-me a lutar e aprender pela sua saúde e bem estar.<br />
4
SUMÁRIO<br />
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10<br />
2 ATIVIDA<strong>DE</strong>S <strong>DE</strong>SENVOLVIDAS...........................................................................12<br />
2.1 Atividades desenvolvidas na Universidade Anhembi Morumbi...................12<br />
2.1.1 Atendimento clínico .........................................................................12<br />
2.1.2 Seções de fisioterapia .....................................................................15<br />
2.2 Atividades desenvolvidas no Consultório Veterinário CAANES..................16<br />
2.2.1 Atendimento clínico/cirúrgico...........................................................16<br />
2.2.2 Seções de acupuntura.....................................................................19<br />
3 ACUPUNTURA ......................................................................................................20<br />
3.1 Filosofia da Medicina Tradicional Chinesa - Acupuntura ............................21<br />
3.1.1 A teoria do Yin - Yang .....................................................................21<br />
3.1.2 Qi.... .. ..............................................................................................23<br />
3.1.3 Meridianos ou Canais de Energia....................................................25<br />
3.1.4 A teoria dos cinco movimentos ou cinco elementos ........................27<br />
3.2 A desarmonia entre Yin-Yang.....................................................................30<br />
3.3 Vasos Maravilhosos....................................................................................31<br />
3.4 Mecanismos de ação da acupuntura ..........................................................31<br />
3.5 Agulhas de acupuntura ...............................................................................33<br />
3.6 Inserção, seqüência, direção e localização das agulhas ............................34<br />
3.7 Tonificação e sedação pela agulhada.........................................................35<br />
3.8 Métodos de acupuntura usados em animais...............................................36<br />
3.8.1 Moxabustão.....................................................................................36<br />
3.8.2 Auriculoterapia.................................................................................38<br />
3.8.3 Eletroacupuntura .............................................................................39<br />
3.8.4 Laser acupuntura.............................................................................41<br />
3.8.5 Farmacopuntura ..............................................................................42<br />
3.8.6 Escarificação da pele ou sangria.....................................................43<br />
3.8.7 Implantes de ouro............................................................................44<br />
3.9 Diagnóstico chinês......................................................................................44<br />
3.9.1 Pulsologia........................................................................................45<br />
3.9.2 Diagnóstico chinês pela língua........................................................46<br />
5
3.10 Indicações da acupuntura.........................................................................48<br />
3.11 Tempos de duração da terapia e freqüência.............................................49<br />
3.12 Efeitos colaterais da acupuntura...............................................................49<br />
3.13 Cuidados na aplicação da acupuntura......................................................49<br />
3.14 Fitoterapia chinesa associada à acupuntura.............................................50<br />
4 CASOS CLÍNICOS.................................................................................................52<br />
4.1 Artrose ........................................................................................................52<br />
4.1.1 Identificação ....................................................................................52<br />
4.1.2 Histórico ..........................................................................................53<br />
4.1.3 Sinais Clínicos.................................................................................53<br />
4.1.4 Diagnóstico......................................................................................53<br />
4.1.5 Tratamento ......................................................................................54<br />
4.1.6 Evolução do quadro durante o tratamento com acupuntura............58<br />
4.2 Displasia coxofemoral.................................................................................59<br />
4.2.1 Identificação ....................................................................................60<br />
4.2.2 Histórico ..........................................................................................60<br />
4.2.3 Sinais Clínicos.................................................................................61<br />
4.2.4 Diagnóstico......................................................................................61<br />
4.2.5 Tratamento ......................................................................................61<br />
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................67<br />
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................68<br />
6
LISTA <strong>DE</strong> ILUSTRAÇÕES<br />
Figura 1 - Símbolo do Yin-Yang. ...............................................................................22<br />
Quadro 1 - Diferentes tipos de Qi e seus conceitos ..................................................24<br />
Figura 2 - Fotografia de antebraço obtida pela técnica de Termografia Infravermelha<br />
mostrando a semelhança existente entre as imagens e os trajetos dos<br />
canais energéticos no membro superior...................................................26<br />
Figura 3 - Fotografia de um paciente que apresenta nervo linear liquenóide cujo<br />
trajeto se assemelha com o do canal energético dos rins (Shen). ...........26<br />
Figura 4 - Diagrama do ciclo de controle dos cinco elementos mostrando as relações<br />
de geração (Ciclo Sheng), inibição e contra-inibição (Ciclo Ko) entre eles.28<br />
Quadro 2 - Relação dos cinco elementos com o corpo humano...............................29<br />
Quadro 3 - Relação dos cinco elementos com a natureza........................................29<br />
Quadro 4 - Emissão de líquidos pelo corpo humano e perigosos tipos de tempo<br />
relacionados com cada um dos cinco elementos .....................................29<br />
Quadro 5 - Relação entre sentimento e órgão afetado segundo a MTC ...................30<br />
Quadro 6 - Vasos maravilhosos com seus pontos e propriedades correspondentes31<br />
Figura 5 - Esquema das ações do ponto de acupuntura...........................................33<br />
Figura 6 - Ângulos de inserção da agulha - (A) perpendicular; (B) inclinado ou<br />
angular e; (C) paralelo ou transverso. ......................................................35<br />
Figura 7 - Bastão da erva Artemísia vulgaris para realizar moxabustão. ..................37<br />
Figura 8 - Aplicação de moxa....................................................................................38<br />
Figura 9 - Aparelho de eletroacupuntura...................................................................40<br />
Figura 10 - Aplicação de eletroacupuntura, no membro anterior de um gato............40<br />
Figura 11 - Paciente em uma seção de laser acupuntura. ........................................42<br />
Quadro 7 - Diagnóstico pelo pulso ............................................................................46<br />
Quadro 8 - Desequilíbrios associados a determinados grupos de pulsos.................46<br />
Figura 12 - Localização dos Zang (Órgãos) em língua sem alterações. ...................47<br />
Figura 13 - Pontos de acupuntura em camelo vista lateral, e pontos (E36 - Zu San Li,<br />
VB34 - Yang Ling, B60 - Kun Lun) adaptados de pequenos animais para o<br />
camelo......................................................................................................54<br />
Quadro 9 - Localização e Indicação de uso dos acupontos estimulados no<br />
tratamento do animal Camila....................................................................55<br />
7
Quadro 10 - Pontos de acupuntura usados na Camila nos dias 30/08, 06/09, 13/09 e<br />
21/09 ........................................................................................................57<br />
Figura 14 - Camila no dia 30/08, anoréxica e em decúbito, na primeira seção de<br />
acupuntura. ..............................................................................................58<br />
Figura 15 - Camila no dia 13/09, no dia da 3ª seção de acupuntura.........................59<br />
Figura 16 - Aplicador de fio de ouro para implante de ouro. .....................................62<br />
Quadro 11 - Localização e indicação de uso dos acupontos estimulados no<br />
tratamento do animal Judith .....................................................................63<br />
Figura 17 - Vista lateral esquerda do corpo do cão, mostrando a localização de<br />
pontos de acupuntura usados no implante de ouro da paciente. .............65<br />
Figura 18 - MP, vista plantar, mostrando a localização do ponto R1 (Yang Quan)...65<br />
Figura 19 - Vista dorsal do corpo do cão, mostrando a localização dos pontos: B20<br />
(Pi Shu), B23 (Shen Shu) e VG3 (Bai Hui). ..............................................66<br />
Figura 20 - Demonstração do implante de ouro na paciente.....................................66<br />
Figura 21 - Paciente voltando da anestesia. .............................................................66<br />
8
LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />
Tabela 1 - Atendimentos clínicos oncológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007 ...........12<br />
Tabela 2 - Atendimentos clínicos oftalmológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007 ...........13<br />
Tabela 3 - Atendimentos clínicos dermatológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007 ...........13<br />
Tabela 4 - Atendimentos clínicos cardiológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007 ...........13<br />
Tabela 5 - Atendimentos clínicos diversos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007 ...........14<br />
Tabela 6 - Retorno e encaminhamento cirúrgico acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007 ...........15<br />
Tabela 7 - Casos de fisioterapia acompanhados no Hospital da Universidade<br />
Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007.................................16<br />
Tabela 8 - Atendimentos clínicos acompanhados no Consultório Veterinário<br />
CAANES, no período de 06 ago. a 30 out. 2007......................................17<br />
Tabela 9 - Atendimentos cirúrgicos acompanhados no Consultório Veterinário<br />
CAANES, no período de 06 ago. a 30 out. 2007......................................18<br />
Tabela 10 - Problemas comportamentais com prescrição de floral de Bach<br />
acompanhados no Consultório Veterinário CAANES, no período de 06<br />
ago. a 30 out. 2007...................................................................................18<br />
Tabela 11 - Tratamentos realizados com acupuntura acompanhados no Consultório<br />
Veterinário CAANES, no período de 06 ago. a 30 out. 2007....................19<br />
9
1 INTRODUÇÃO<br />
O Estágio Supervisionado Obrigatório, um dos pré-requisitos para conclusão<br />
do Curso de Medicina Veterinária, foi realizado em duas etapas.<br />
A primeira etapa ocorreu na cidade de São Paulo, na Universidade Anhembi<br />
Morumbi, nas áreas de clínica médica de pequenos animais e reabilitação<br />
veterinária, sob a supervisão do Médico Veterinário Rodrigo Gonzalez, no período<br />
de 02/07/2007 a 27/07/2007, totalizando 190 horas de atividade.<br />
Na parte da clínica de pequenos animais, as atividades desenvolvidas<br />
contaram com auxílio de Médicos Veterinários, foram realizados atendimentos<br />
clínicos, encaminhamentos e retornos cirúrgicos, exames ultra-sonográficos e<br />
internamentos. A Unidade Hospital conta com farmácia, banco de sangue, seis<br />
consultórios para atendimento, um local de internação para doenças infecciosas,<br />
com suporte para seis animais, e para casos não infecciosos, com capacidade para<br />
seis animais, uma maca para emergências médicas, uma sala de ultra-sonografia,<br />
uma sala de radiologia, e um laboratório de patologia clínica.<br />
Na reabilitação veterinária, as atividades desenvolvidas contam com o auxílio<br />
de uma equipe composta por uma Médica Veterinária e cinco estagiários. A Unidade<br />
da Reabilitação dispõe de uma piscina para hidroterapia, aparelho de Estimulação<br />
Elétrica Funcional (FES), aparelho de Estimulação Elétrica Transcutânea (TENs),<br />
aparelho de raio laser, aparelho de ultra-som e Cinesioterapia.<br />
A equipe médica veterinária é formada por residentes, Médicos Veterinários e<br />
professores capacitados em áreas específicas como: fisioterapia, dermatologia,<br />
cardiologia e oftalmologia. O horário de atendimento na Unidade Hospital durante o<br />
período de férias acadêmicas (julho) é das 08:00 às 18:00 horas.<br />
A segunda etapa do estágio ocorreu no Consultório Veterinário CAANES,<br />
localizado na cidade de Brasília, durante o período de 01/08/2007 à 30/09/2007,<br />
totalizando 424 horas de atividade. Durante esse período foram realizados<br />
atendimentos clínicos, cirúrgicos, seções de acupuntura e internações. Todo o<br />
estágio teve o acompanhamento de Médicos Veterinários, sendo supervisionado<br />
pelo Dr. Rodrigo Fagundes, no período da tarde, e pela Médica Veterinária Dharana<br />
Mendonça, especialista em acupuntura, no período da manhã. A clínica possui sala<br />
de espera, farmácia, dois consultórios, sala de cirurgia, sala de internação com<br />
10
suporte para seis animais (caninos ou felinos) e uma gaiola para ferret. O horário de<br />
funcionamento de segunda-feira a sexta-feira é de 8:30 até 18:00 horas, e aos<br />
sábados de 8:30 até 14:00 horas.<br />
O Trabalho de Conclusão de Curso foi orientado pela Médica Veterinária,<br />
Profª MSc. Marilia Viviane Snel de Oliveira e teve por objetivo trazer conhecimentos<br />
nas áreas de Reabilitação: Fisioterapia e Acupuntura Veterinária. A opção por estas<br />
especialidades foi devido à eficácia de tratamentos realizados em pacientes, e a<br />
oportunidade de novos mercados de trabalho, que ainda não são muito utilizados na<br />
Medicina Veterinária e, estão em expansão.<br />
11
2 ATIVIDA<strong>DE</strong>S <strong>DE</strong>SENVOLVIDAS<br />
2.1 Atividades desenvolvidas na Universidade Anhembi Morumbi<br />
2.1.1 Atendimento clínico<br />
Os atendimentos no hospital veterinário são realizados sobre uma mesa de<br />
alumínio. Primeiro o estagiário faz a anamnese do animal, depois chama o<br />
veterinário e o coloca a par do caso clínico. O Médico Veterinário toma as decisões<br />
dos exames ou tratamentos e o estagiário auxilia em todos os procedimentos, da<br />
contenção até coleta de exames, tratamento ou internação. Nas Tabelas de 1 a 5<br />
estão relacionados os atendimentos clínicos, acompanhados durante o estágio e na<br />
Tabela 6 estão relacionados os casos em que foram acompanhados somente o<br />
retorno e os que foram encaminhados para cirurgia.<br />
Tabela 1 - Atendimentos clínicos oncológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
DIAGNÓSTICO OU ACHADO CLÍNICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Adenocarcinoma da glândula hepática 02<br />
Carcinoma da tireóide 01<br />
Linfoma 02<br />
Mastocitoma grau 2 02<br />
Metástase pulmonar 02<br />
Neoformação hepática 01<br />
Neoformação intestinal 01<br />
Neoplasia mamária de células redondas com<br />
alto grau de malignidade<br />
Neoplasia óssea 01<br />
Neoplasia pancreática 01<br />
Tumor de mama 02<br />
Tumor Venéreo Transmissível (TVT) 03<br />
TOTAL 19<br />
01<br />
12
Tabela 2 - Atendimentos clínicos oftalmológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
DIAGNÓSTICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Ceratite endotelial crônica idiopática /Edema<br />
de córnea<br />
Flórida Spots 01<br />
Queratoconjuntivite Seca bilateral (QCS) 01<br />
TOTAL 03<br />
Tabela 3 - Atendimentos clínicos dermatológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
DIAGNÓSTICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Atopia 01<br />
Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP) 02<br />
Foliculite recidivante 03<br />
Otite mista por Malassezia pachydermatis e<br />
bacteriana<br />
Otite ceruminosa bilateral 01<br />
TOTAL 13<br />
Tabela 4 - Atendimentos clínicos cardiológicos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
DIAGNÓSTICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Hipertensão / Hiperadrenocorticismo 01<br />
Insuficiência da Valva Cardíaca Mitral (IVCM) 04<br />
Insuficiência da Valva Cardíaca Mitral (IVCM)<br />
/Bloqueio Atrioventricular (BAV)- 1ºgrau<br />
TOTAL 06<br />
01<br />
06<br />
01<br />
13
Tabela 5 - Atendimentos clínicos diversos acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
DIAGNÓSTICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Abscesso periapical 01<br />
Cálcuo dentário 02<br />
Cálculo vesical 01<br />
Cistite 01<br />
Criptorquidismo 02<br />
Diabete Melito (DM) 07<br />
Diarréia crônica por enterite a esclarecer 02<br />
Doença Degenerativa do Disco Intervertebral (DDDIV) 04<br />
Doença do Trato Urinário Inferior de Felinos (DTUIF) 04<br />
Erliquiose 05<br />
Esporotricose 01<br />
Ferida séptica 01<br />
Fecaloma 01<br />
Fístula anal ulcerada 01<br />
Hepatite crônica ativa 01<br />
Hiperadrenocorticismo 03<br />
Hipoadrenocorticismo 01<br />
Hipotireoidismo 01<br />
Inflamação do coxim 01<br />
Monorquidismo 01<br />
Pneumonia 01<br />
Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial (RLCC)<br />
/Osteoartrose<br />
Vermifugação 01<br />
TOTAL 45<br />
02<br />
14
Tabela 6 - Retorno e encaminhamento cirúrgico acompanhados no Hospital da<br />
Universidade Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
RETORNO/ENCAMINHAMENTO CIRÚRGICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Artroplastia 01<br />
Ceratotomia em grade e recobrimento da 3º<br />
pálpebra<br />
Criocirurgia nasal e palpebral 01<br />
Curativo - biópsia 01<br />
Esplenectomia 01<br />
Fratura completa de tíbia 01<br />
Gastrotomia parcial 01<br />
Laparotomia exploratória 03<br />
Mastectomia 06<br />
Neoformação hepática 01<br />
Ovário-histerectomia (OSH) 04<br />
Piometra 02<br />
Gastrectomia / Exérese de tumor 01<br />
Exérese de fibrossarcoma 01<br />
Exérese de cálculo dentário 02<br />
Uretrostomia 02<br />
TOTAL 29<br />
2.1.2 Seções de fisioterapia<br />
Os atendimentos na área de fisioterapia são realizados sobre mesas de<br />
alumínio forradas com colchonete e uma toalha sobre essa. Cada animal tem sua<br />
mesa e é atendido pelos estagiários e pelo Médico Veterinário conforme o problema<br />
clínico que apresenta.<br />
Os animais da hidroterapia possuem uma bancada separada, para preparalos<br />
para a entrada na piscina, onde também há um secador para prepará-los para<br />
saída da fisioterapia, ou para a realização de outros procedimentos.<br />
Os casos de fisioterapia acompanhados durante o estágio estão relacionados<br />
na Tabela 7.<br />
01<br />
15
Tabela 7 - Casos de fisioterapia acompanhados no Hospital da Universidade<br />
Anhembi Morumbi, no período de 02 a 27 jul. 2007<br />
CASOS DA FISIOTERAPIA NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Anormalidade congênita da coluna (cifose) 01<br />
Artrose /DDDIV cervical /Síndrome compressiva da<br />
cauda eqüina<br />
Cinomose /DDDIV 01<br />
Displasia coxo-femoral 01<br />
DDDIV cervical e tóraco-lombar 01<br />
DDDIV tóraco-lombar 08<br />
DDDIV tóraco-lombar /Neoplasia pancreática 01<br />
Espondilose deformante 01<br />
Fratura de fêmur (pós-cirúrgico) 02<br />
Luxação de patela /Espondilose deformante 01<br />
Obesidade 01<br />
Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial (RLCC) 01<br />
RLCC /Luxação de patela 01<br />
TOTAL 21<br />
2.2 Atividades desenvolvidas no Consultório Veterinário CAANES<br />
2.2.1 Atendimento clínico/cirúrgico<br />
Assim como no estágio anterior, os atendimentos no CAANES são realizados<br />
sobre uma mesa de alumínio, primeiro o Médico Veterinário faz a anamnese do<br />
animal, depois toma as decisões dos exames ou tratamentos e o estagiário auxilia<br />
em todos os procedimentos, da contenção até coleta de exames, tratamento ou<br />
internação.<br />
Os casos cirúrgicos não emergenciais são acumulados para uma tarde da<br />
semana, onde os dois veterinários trabalham juntos na cirurgia, um como cirurgião e<br />
outro como anestesista, contando com ajuda de um funcionário e do estagiário.<br />
Os atendimentos clínicos e cirúrgicos acompanhados durante o estágio estão<br />
relacionados nas Tabelas 8 e 9 respectivamente, e os problemas comportamentais<br />
com prescrições de floral de Bach na Tabela 10.<br />
01<br />
16
Tabela 8 - Atendimentos clínicos acompanhados no Consultório Veterinário<br />
CAANES, no período de 06 ago. a 30 out. 2007<br />
DIAGNÓSTICO NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Aspergilose 01<br />
Atopia 02<br />
Conjuntivite 01<br />
Diarréia /Estertor pulmonar 01<br />
Displasia coxo-femoral 01<br />
Doença do trato urinário inferior dos felinos<br />
(DTIF)<br />
01<br />
Dor muscular 01<br />
Êmese 01<br />
Êmese /Diarréia 01<br />
Obstrução do ducto naso-lacrimal 01<br />
Espondilose deformante 01<br />
Exame de rotina 01<br />
Hipotireoidismo 02<br />
Inflamação intestinal 01<br />
Lesão no ouvido 01<br />
Lesões pustulares com colarete epidérmico 01<br />
Malassezia pachydermatis generalizada 01<br />
Micoplasmose 01<br />
Otite 02<br />
Piodermite bacteriana 01<br />
Pseudociese 02<br />
Queratoconjuntivite seca /Úlcera de córnea 01<br />
Trauma por mordedura 01<br />
Vacinação 37<br />
TOTAL 64<br />
17
Tabela 9 - Atendimentos cirúrgicos acompanhados no Consultório Veterinário<br />
CAANES, no período de 06 ago. a 30 out. 2007<br />
CIRURGIA NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Amputação do 5º dedo 01<br />
Blefarotomia/ Exérese de tumor / Exérese de<br />
cálculo dentário<br />
01<br />
Mastectomia 02<br />
Ovário-histerectomia (OSH eletiva) 03<br />
Piometra (OSH terapêutica) 01<br />
Exérese de dente canino decíduo 01<br />
Exérese de fibrose na mama/Papiloma na<br />
pálpebra<br />
Exérese de tumor cutâneo 03<br />
Exérese de tumor no fígado /Hipoglicemia 01<br />
Exérese de cálculo dentário 05<br />
Exérese de cálculo dentário / Exérese de<br />
tumor cutâneo<br />
TOTAL 20<br />
Tabela 10 - Problemas comportamentais com prescrição de floral de Bach<br />
acompanhados no Consultório Veterinário CAANES, no período de<br />
06 ago. a 30 out. 2007<br />
PROBLEMA NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Ansiedade /Mudança de comportamento 01<br />
Agressividade /Animal vingativo com outros<br />
animais<br />
Ciúmes / Animais brigando 01<br />
Covardia /Submissão 01<br />
Possessividade / Falta de asseio/ Inadequação 01<br />
Territorialismo /Agressividade/ Dificuldade de<br />
mudanças<br />
TOTAL 06<br />
01<br />
01<br />
01<br />
01<br />
18
2.2.2 Seções de acupuntura<br />
Os atendimentos na área de acupuntura também são realizados sobre mesas<br />
de alumínio onde o Médico Veterinário manipula o animal, conforme a prescrição<br />
para o caso. Em média cada seção dura de vinte a trinta minutos por paciente, os<br />
casos acompanhados durante o estágio estão relacionados na Tabela 11.<br />
Tabela 11 - Tratamentos realizados com acupuntura acompanhados no Consultório<br />
Veterinário CAANES, no período de 06 ago. a 30 out. 2007<br />
CASOS <strong>DE</strong> ACUPUNTURA NÚMERO <strong>DE</strong> CASOS<br />
Artrose 01<br />
Artrose /Espondilose deformante 01<br />
Artrose /Espondilose deformante /Síndrome<br />
compressiva da cauda eqüina<br />
Artrose /Síndrome compressiva da cauda<br />
eqüina<br />
Atrofia de membro torácico /Lesão no membro<br />
anterior direito<br />
Displasia coxo-femoral 01<br />
DDDIV 06<br />
Fratura de escápula 01<br />
Incontinência urinária 01<br />
Osteófitos (torácicos) 01<br />
Osteófitos /Esclerose (tóraco-lombar e sacral) 01<br />
Paralisia de laringe 01<br />
Paralisia de membro posterior /Descontrole de<br />
defecação e micção<br />
Problema dermatológico 05<br />
Raquitismo /Fratura de pelve 01<br />
Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial<br />
(RLCC)<br />
Traumatismo no globo ocular 01<br />
TOTAL 26<br />
01<br />
01<br />
01<br />
01<br />
01<br />
19
3 ACUPUNTURA<br />
A acupuntura é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), praticada<br />
desde épocas remotas. As opiniões sobre a sua idade e origem têm divergências.<br />
Pressupõe-se, com a descoberta de agulhas de pedras, que a acupuntura humana<br />
iniciou-se no final do período neolítico (16.000 - 4.000 a.C.). A descoberta concreta<br />
de agulhas de acupuntura de ouro e de prata ocorreu no túmulo de Lieu Scheng,<br />
que morreu por volta de 200 a.C., sendo que as referências sobre acupuntura<br />
veterinária podem ser encontradas por volta de 900 a.C. (DRAEHMPAEHL e<br />
ZOHMANN, 1994).<br />
A palavra acupuntura deriva do latim (acus: agulha e punctura: puntura). A<br />
acupuntura consiste na estimulação de pontos, também denominados tsubos ou<br />
acupontos, de área de aproximadamente um mm², determinados e precisos na<br />
superfície corporal (TORRO, 1997).<br />
O ponto de acupuntura pode ser estimulado por vários agentes de estresse<br />
tais como agulha metálica, calor, massagem e gota de ácido. O importante é criar<br />
um sinal que será transmitido aos centros nervosos para ser decodificado,<br />
analisado, memorizado, integrado em outros sistemas e causar, conforme sua<br />
intensidade, local e natureza, uma resposta benéfica orientada e específica (RUBIN,<br />
1983).<br />
Apesar dos pontos serem pequenos, com área de máximo efeito de tamanho<br />
similar ao tamanho da cabeça de um alfinete, qualquer pressão num pequeno raio<br />
em torno desta área já é suficiente para atingir o ponto (PRADIPTO, 1986).<br />
A Acupuntura Veterinária tem ao todo 112 pontos selecionados usados em<br />
pequenos animais, 32 pontos simples e 40 bilaterais. Cada ponto tem uma ou várias<br />
funções que são estimuladas, podendo estes ser combinados, modificando assim a<br />
ação no órgão a tratar. A seleção inadequada dos acupontos pode anular ou piorar a<br />
sintomatologia clínica do animal (MOIRONª, 2007).<br />
A acupuntura também tem capacidade de mascarar ou modificar a<br />
sintomatologia, o que pode complicar a precisão do diagnóstico, por isso deve-se<br />
tomar cuidado com o seu uso. Outro fator a considerar nos casos agudos, é que a<br />
eliminação da dor, pode fazer com que o animal volte a ter uma atividade normal ou<br />
excessiva, o que pode dificultar ou agravar o quadro do paciente (MOIRON c , 2007).<br />
20
Os manuais de acupuntura iniciam por esquemas e estudos de sinapses,<br />
neurônios, arcos reflexos, repartição metamérica dos nervos periféricos, de<br />
potenciais evocados nas diversas áreas corticais e subcorticais e de fenômenos de<br />
facilitação ou inibição interneurônios (RUBIN, 1983).<br />
O tratamento de um paciente pela MTC baseia-se em um diagnóstico<br />
realizado pelo Qi, que estabelece a etiologia, fisiologia e patogenia do desequilíbrio<br />
apresentado no organismo. Por isto, o paciente sempre deve ser analisado como um<br />
todo. Dois animais com a mesma doença podem receber tratamentos diferentes,<br />
pois doenças iguais podem exprimir desequilíbrios distintos (TORRO, 1997).<br />
3.1 Filosofia da Medicina Tradicional Chinesa - Acupuntura<br />
Na filosofia da MTC o organismo é constituído pela matéria que obedece a<br />
teoria do Yin-Yang e pelo Qi, que representa energia. A matéria é caracterizada pela<br />
estrutura orgânica do corpo, e a energia, que está agregada à matéria, promove o<br />
dinamismo da parte material/orgânica (YAMAMURA, 2001).<br />
A filosofia da Medicina Tradicional Chinesa também é constituída pela teoria<br />
ou conceito dos cinco movimentos e dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras). É embasada<br />
nestes conceitos, que constituem o alicerce para a compreensão da fisiologia e<br />
propedêutica energética e da fisiopatologia das doenças e seu tratamento<br />
(YAMAMURA, 2006).<br />
3.1.1 A teoria do Yin - Yang<br />
Os chineses acreditam que todo universo seja governado por dois princípios,<br />
Yin e Yang, classificados em negativo e positivo, e consideram que tudo exista em<br />
virtude da constante influência mútua dessas forças, sejam seres animados ou até<br />
os inanimados. O equilíbrio do organismo depende do balanceamento no organismo<br />
desses dois opostos complementares, que nunca estão completamente<br />
balanceados, sempre estão em constante mudança, indicando a interdependência<br />
entre o Yin e o Yang e suas reações e interações (MANN, 1971).<br />
O conceito de Yin-Yang é importante para a teoria da Medicina Tradicional<br />
Chinesa. Toda fisiologia médica chinesa, patologia e tratamento podem ser<br />
traduzidos em Yin-Yang. O conceito de Yin-Yang e o do Qi são totalmente diferentes<br />
da filosofia ocidental que em geral é baseada na oposição dos contrastes, onde os<br />
21
opostos não podem ambos ser verdadeiros. Já, no conceito chinês de Yin-Yang isto<br />
é diferente: Yin e Yang representam qualidades opostas, porém complementares.<br />
Cada coisa ou fenômeno poderia existir por si mesmo ou pelo seu oposto. Sendo<br />
que Yin contém a semente do Yang e vice-versa, podendo um ser o contrário do<br />
outro (MACIOCIAª, 1996).<br />
A harmonia entre o Yang e o Yin do universo é representada pelo símbolo do<br />
Yin-Yang (Figura 1). Onde a parte preta corresponde ao Yin e a branca ao Yang e<br />
observamos que quando Yang atinge seu máximo, Yin começa a surgir e que<br />
quando Yin atinge seu máximo Yang começa a surgir. As bolas pretas e brancas<br />
dentro de Yin e Yang significam que no apogeu do Yin (preto) encontramos uma<br />
semente Yang (branco), e vice-versa (FERREIRA, 1991).<br />
Figura 1 - Símbolo do Yin-Yang.<br />
Fonte: Schoen, 2006.<br />
O Yang representa o céu, o masculino, a luminosidade, o sol, o brilho, a<br />
atividade, o redondo, o tempo, o leste, o sul, a esquerda, o imaterial, a produção de<br />
energia, a geração, o não-substancial, a expansão, a ascendência, o acima, o fogo,<br />
o superior, as costas, a cabeça, o exterior (pele - músculos), tudo acima da cintura, a<br />
superfície póstero-lateral dos membros, a função dos órgãos (MACIOCIAª, 1996).<br />
Já o Yin representa a terra, o feminino, a escuridão, a lua, a sombra, o<br />
descanso, o plano, o espaço, o oeste, o norte, a direita, o material, a produção de<br />
forma, crescimento, o substancial, a matéria, a contração, a descendência, abaixo, a<br />
água, o inferior, frente (tórax - abdômen), o corpo, o interior (órgãos), abaixo da<br />
cintura, superfície ântero-medial dos membros, estrutura dos órgãos, o sangue (xue)<br />
- fluído corpóreo (Jin Ye), o Qi nutritivo (Yin Qi) (MACIOCIAª, 1996).<br />
22
3.1.2 Qi<br />
Qi pode ser traduzido como “força vital” ou “energia da vida”, ou simplesmente<br />
“energia”, que ativa e mantém o processo da vida e é o que controla a harmonia no<br />
corpo. Essa energia é derivada do ambiente, por processos como a nutrição e a<br />
respiração, são convertidas numa forma absorvível para alguns órgãos,<br />
armazenadas no corpo e distribuídas ao sistema por outros órgãos. Filosoficamente<br />
pode ser classificada como a matéria que está prestes a se tornar energia, e como a<br />
energia que está prestes a se tornar matéria. O Qi tem função de transporte,<br />
transformação, sustentação, proteção, aquecimento e nutrição para o organismo<br />
(SCHOEN, 2006).<br />
No indivíduo existem três fontes de energia, uma de origem ancestral (Jing),<br />
legada por nossos progenitores, transportadas nos gametas masculino e feminino<br />
(informação genética); as outras duas são a respiração e a alimentação. Para que a<br />
energia da alimentação (Gu Qi) e da respiração (Zang Qi) possam ser aproveitadas<br />
e exercer suas funções necessitam ser recuperadas, purificadas, transformadas e<br />
armazenadas pelos órgãos. Esses são classificados em dois grandes grupos:<br />
órgãos Yang e órgãos Yin (SUSSMANN, 1972).<br />
Os órgãos Yang (Vísceras ou Fu) transformam em xue os alimentos<br />
ingeridos, são representados pelo intestino grosso, estômago, intestino delgado,<br />
bexiga e vesícula biliar, eles possuem relação mais ou menos direta com o exterior.<br />
Os órgãos Yin (Órgãos ou Zang) purificam e armazenam o xue que provém do<br />
alimento, e são: pulmão, baço-pâncreas, coração, rim e fígado (SUSSMANN, 1972).<br />
Além dos 10 órgãos e vísceras há também duas funções totalizadoras uma<br />
Yang e uma Yin, triplo aquecedor e pericárdio, respectivamente. A primeira possui<br />
tripla função incluindo os sistemas respiratório, digestivo e genito-urinário. A<br />
segunda, também chamada de circulação-sexualidade ou constritor do coração, é<br />
responsável pela circulação do sangue junto com hormônios, enzimas e produtos do<br />
metabolismo intermediário (SUSSMANN, 1972).<br />
O Qi não pode ser visto, mas está ativando, transportando, protegendo e<br />
aquecendo. Esta fonte de energia pode ser direcionada para onde é necessária e<br />
por conseguinte mais benéfica para o bem estar do indivíduo. Há 14 diferentes<br />
conceitos de energia ou Qi, demonstrados no Quadro 1 (FREIBERG, 2002).<br />
23
Quadro 1 - Diferentes tipos de Qi e seus conceitos<br />
Tipo de Qi Conceito<br />
Jing Qi<br />
É a energia composta das essências vitais que se combinam para formar<br />
o feto, chamada Yin Jing e Yang Jing.<br />
Qi Pré-Natal. Potencial hereditário constitucional do corpo, realçando a<br />
Xian Tian Qi verdadeira saúde e a dinâmica potencial. Também chamada de essência<br />
dos rins.<br />
Yuan Qi<br />
Hou Tian Qi<br />
Ying Qi<br />
Jing Luo Qi<br />
Zong Qi<br />
Da Qi<br />
Gu Qi<br />
Zhen Qi.<br />
Zang-Fu Qi<br />
Zhong Qi<br />
Essência. O aspecto cinético do Qi pré natal circula pelos meridianos e<br />
participam de todos processos de transformação. É também chamado de<br />
Essência Ativa dos Rins. Yuan Qi é a energia que mais ativa a circulação<br />
de Qi nos meridianos. Atua como um catalisador de todos os processos de<br />
criação de energia através da digestão, bem como do ciclo de energia<br />
usado e geração dos órgãos. Energia Pré-Natal armazenada pelos rins.<br />
Qi Pós-Natal, ou Qi Adquirido. Durante inspiração, o pulmão sob estímulo<br />
do Yuan Qi, extrai Da Qi ou Qi das substâncias inaladas do ar, e combina<br />
isto com o Qi dos grãos/sementes (Gu Qi) para formar o Qi Adquirido.<br />
Qi Nutriente ou Qi Alimento. Esse aspecto nutri as estruturas anatômicas<br />
grosseiras e circula nos vasos sanguíneos com o sangue, bem como nos<br />
meridianos. Energia que nutre os sistemas internos.<br />
Qi do Canal. É o Qi Nutriente que percorre nos canais (meridianos).<br />
Energia que percorre os meridianos.<br />
Qi Peitoral. A primeira manifestação do Qi Adquirido e o precursor de<br />
todas as outras transformações de Qi no corpo. Energia no tórax usada<br />
pelo pulmão para a respiração e ativação da voz, e no coração para<br />
circulação do sangue nos vasos. Essa energia muitas vezes é bloqueada<br />
por fatores emocionais que afetam as funções do coração e pulmão.<br />
Energia proveniente do ar age juntamente com Gu Qi.<br />
Qi do ar, o qual é extraído e combinado com Gu Qi (Qi dos<br />
grãos/sementes) e são usados em conjunto com Qi Pré-Natal, para formar<br />
o conteúdo total de Qi do organismo.<br />
Qi dos Grãos/Sementes. É extraído dos alimentos sob a ação do<br />
estômago, seguindo o conceito de MTC, em direção ao baço. O baço<br />
então transmite o Gu Qi para o pulmão, para a produção do Zhen ou Qi<br />
Verdadeiro. Energia proveniente dos alimentos.<br />
Qi Verdadeiro. É o Qi resultante da transformação do Qi Ancestral, que<br />
catalisa a ação do Yuan Qi. Pode ser usado para várias necessidades do<br />
organismo, assim como o Qi Nutritivo e o Qi de Proteção. Energia que<br />
circula nos meridianos e nutre os sistemas.<br />
Qi do Órgão. Está presente nas vísceras e órgãos para manter suas<br />
funções. Energia dos órgãos e vísceras.<br />
Centro ou meio do Jiao Qi. Esse é o Qi do baço e estômago e transforma<br />
o Qi Pós-Natal.<br />
Qi de Proteção ou Qi Defensivo. Como o Qi flui através do ciclo dos<br />
órgãos, cada órgão usa o que é necessário para suas funções e<br />
Wei Qi<br />
acrescenta energia para o fluxo geral. Bem como alguns dos órgãos<br />
geram seu Qi Defensivo o qual flui nos canais músculo-tendíneos. Este é o<br />
mais superficial e responsável pela proteção do corpo de patógenos<br />
externos. Energia defensiva.<br />
Zheng Qi<br />
Energia Antipatogênica. Qi Correto. É o termo usado para descrever o Qi<br />
de proteção que defende o corpo das invasões por influências perniciosas.<br />
Fonte: Adaptado de FREIBERG (2002).<br />
24
A base de tudo é o Qi, outras substâncias vitais são manifestações do Qi em<br />
diferentes graus de materialidade, variando do totalmente material (fluídos corpóreos<br />
- Jin Ye), para o totalmente imaterial (mente - Shen) (ROSS, 1994).<br />
O Qi circula pelos meridianos e, conforme esta energia se mobiliza o sangue<br />
(Xue) o acompanha. A circulação de Qi pode ser dificultada por fatores externos,<br />
como vento, calor, umidade, secura e frio, ou internos, como sentimentos e<br />
emoções, que acarretam em bloqueio e estagnação de Qi e de sangue, o que<br />
origina processos álgicos, dolorosos, ou mau funcionamento dos Zang Fu e dos<br />
tecidos (YAMAMURA, 2006).<br />
Filósofos e médicos chineses observam o relacionamento entre o universo e<br />
os seres humanos, o Qi dos seres humanos é considerado resultado da interação<br />
entre Qi do céu e da terra, o que enfatiza a interação entre o Qi dos seres humanos<br />
e as forças da natureza. A MTC enfatiza essa interação entre o ser vivo e seu meio<br />
ambiente, e leva isso em consideração para determinar etiologia, diagnóstico e<br />
tratamento (ROSS, 1994).<br />
3.1.3 Meridianos ou Canais de Energia<br />
Os meridianos de acupuntura ou canais energéticos são os trajetos por onde<br />
circula o Qi, muito usados em acupuntura. Cada órgão ou víscera tem seu meridiano<br />
próprio, e em cada meridiano existem vários pontos cutâneos com funções<br />
específicas. Quando a agulha de acupuntura é inserida em algum destes pontos,<br />
ocorre uma estimulação mecânica e inflamatória, desencadeando reações<br />
bioquímicas no nosso organismo (AGOSTINHO b , 2005).<br />
Os meridianos são o meio usado pelo corpo para associar as várias unidades<br />
funcionais entre si. O organismo pode ser descrito como o conjunto de funções que<br />
se relacionam através dos meridianos. Estes podem ser vistos como linhas<br />
abstratas, sem estrutura concreta, que compreendem diversos pontos (acupontos),<br />
onde o Qi é mais superficial, tornando-se capaz de ser estimulado pelas agulhas<br />
(FERREIRA, 1991).<br />
Os meridianos costumam ter o nome dos órgãos ou vísceras a eles<br />
relacionados, são representados por uma grande “linha” de energia, que sobe e<br />
desce da cabeça aos pés, formando “trilhas” que podem ser aprendidas e utilizadas.<br />
A linha é dividida em 12 partes, sendo cada parte um meridiano que se relaciona a<br />
25
determinadas funções orgânicas, características psicológicas e emocionais<br />
(PRADIPTO, 1986).<br />
Os meridianos ainda não podem ser elucidados pela ciência, porém,<br />
pesquisas sobre eles mostram pela Termografia Infravermelha e por lesões da pele<br />
a existência desses meridianos, como podemos ver nas Figuras 2 e 3 (YAMAMURA,<br />
2006).<br />
Figura 2 - Fotografia de antebraço obtida pela técnica de Termografia<br />
Infravermelha mostrando a semelhança existente entre as<br />
imagens e os trajetos dos canais energéticos no membro<br />
superior.<br />
Fonte: Yamamura, 2006.<br />
Figura 3 - Fotografia de um paciente que apresenta nervo linear<br />
liquenóide cujo trajeto se assemelha com o do canal<br />
energético dos rins (Shen).<br />
Fonte: Yamamura, 2006.<br />
26
3.1.4 A teoria dos cinco movimentos ou cinco elementos<br />
A teoria dos cinco movimentos constitui outro pilar da filosofia da Medicina<br />
Tradicional Chinesa, e como os vários aspectos que compõem a natureza geram e<br />
dominam uns aos outros (YAMAMURA, 2001).<br />
Metaforicamente a MTC afirma que a Madeira, o Fogo, a Terra, o Metal e a<br />
Água são os materiais básicos que existem e constituem o mundo material. Existe<br />
uma interdependência e um controle recíproco, com interação entre eles (Ciclo Ko e<br />
Ciclo Sheng), eles fazem parte de um ciclo de cinco fases de transformação e<br />
representam o contínuo fluxo de energia e nutrição do organismo (SNOW e<br />
ZIDONIS, 1999).<br />
Os chineses ao usarem os termos dos cinco elementos não o faziam no<br />
sentido físico, real e restrito e sim como arquétipo de uma idéia. Na MTC existe um<br />
ciclo de criação descrito por Mann (1971, p.120-121):<br />
A ‘Madeira’ será queimada para criar o ‘Fogo’ que, ao terminar de<br />
arder, deixará atrás de si as cinzas, a ‘Terra’; desta, virão os ‘Metais’ que, se<br />
aquecidos, serão fundidos, serão como a ‘Água’ que, por sua vez, é<br />
necessária ao crescimento das plantas e, portanto, da ‘Madeira. ’<br />
‘Madeira’ destrói ‘Terra’, isto é, as raízes das plantas podem partir as<br />
rochas e perfurar o solo. ‘Terra’ destrói ‘Água’, isto é, um jarro de barro<br />
(terra) impede a água de seguir a sua lei natural, ou seja, fluir, correr. ‘Água’<br />
destrói ‘Fogo’, isto é, a água lançada sobre um fogo o fará extinguir-se;<br />
‘Fogo’ destrói ‘Metal’, ou seja, levando-o a fusão. ‘Metal’ destrói ‘Madeira’, ou<br />
seja, porque pode cortá-la.<br />
A teoria dos cinco elementos apresenta duas regras básicas: de geração<br />
(Ciclo Sheng), que representa a força propulsora do ciclo e; de dominância (Ciclo<br />
Ko), que é a força de interdependência entre os elementos (SIDORAK, 1984).<br />
As relações de geração, inibição e contra-inibição entre os cinco elementos<br />
estão esquematizadas na Figura 4.<br />
Na prática real da acupuntura, quando fígado (madeira) é tonificado, o<br />
coração (fogo) também é automaticamente tonificado, enquanto o baço (terra) é<br />
sedado ou, se os rins (água) são sedados, o fígado (madeira) é automaticamente<br />
sedado, enquanto o coração (fogo) é tonificado (MANN,1971).<br />
Segundo Maciociaª (1996), cada sistema possui influência sobre os tecidos do<br />
organismo, havendo um relacionamento entre tecidos e sistema, de forma que o<br />
estado do sistema pode ser deduzido pela observação do tecido correspondente.<br />
Cada sistema se relaciona funcionalmente a um dos órgãos dos sentidos, a saúde e<br />
27
a acuidade de um determinado órgão do sentido depende da nutrição do sistema<br />
interno e; diferentes condições climáticas influenciam determinados sistemas. Sendo<br />
que um excesso de fatores externos por um período prolongado pode afetar<br />
adversamente os Zang Fu (órgãos e vísceras) e desequilibrar o Qi.<br />
Figura 4 - Diagrama do ciclo de controle dos cinco elementos mostrando as relações de geração<br />
(Ciclo Sheng), inibição e contra-inibição (Ciclo Ko) entre eles.<br />
Fonte: Wenn, 1985.<br />
O coração (Xin) controla e governa os vasos sanguíneos (Xue Mai), é<br />
relacionado com a língua e o paladar e é influenciado pelo calor; o fígado (Gan)<br />
controla os tendões e ligamentos, manifesta-se nas unhas, é relacionado com os<br />
olhos e a visão e é influenciado pelo vento; o pulmão (Fei) controla a pele,<br />
manifesta-se nos pêlos, é relacionado com nariz e olfato e é influenciado pela<br />
secura; o baço (Pi) controla os músculos, manifesta-se nos lábios, é relacionado<br />
com boca e o paladar e é influenciado pela umidade e o rim (Shen) controla os<br />
ossos e medula, manifesta-se no cabelo, é relacionado com ouvido e audição e é<br />
influenciado pelo frio (MACIOCIAª, 1996).<br />
Os Quadros 2 e 3 demonstram a relação dos cinco elementos com o corpo<br />
humano e com a natureza, respectivamente.<br />
28
Quadro 2 - Relação dos cinco elementos com o corpo humano<br />
Cinco<br />
elementos<br />
Madeira Fígado<br />
Fogo Coração<br />
Terra<br />
Órgãos Vísceras<br />
Baço-<br />
pâncreas<br />
Metal Pulmão<br />
Vesícula<br />
biliar<br />
Intestino<br />
delgado<br />
Estômago<br />
Intestino<br />
grosso<br />
Órgãos<br />
dos<br />
sentidos<br />
Olhos<br />
Tecidos Emoções Sons<br />
Tendão e<br />
ligamento<br />
Raiva Grito<br />
Língua Vascular Alegria Riso<br />
Boca Músculo<br />
Nariz<br />
Água Rins Bexiga Ouvidos<br />
Fonte: Wen, 1985.<br />
Pele e<br />
pêlos<br />
Osso e<br />
medula<br />
Pensamento <br />
Preocupação<br />
Canto<br />
Choro<br />
Medo Gemido<br />
Quadro 3 - Relação dos cinco elementos com a natureza<br />
Cinco<br />
elementos<br />
Direção Estação Fator clima Cor Gosto<br />
Madeira Leste Primavera Vento Verde Azedo<br />
Fogo Sul Verão Calor Vermelho Amargo<br />
Terra Centro<br />
Inicio e fim<br />
de verão<br />
Úmido Amarelo Doce<br />
Metal Oeste Outono Seco Branco Apimentado<br />
Água Norte Inverno Frio Preto Salgado<br />
Fonte: Wen, 1985.<br />
Na MTC os cinco elementos também têm relação com a emissão de líquidos<br />
do corpo humano e perigosos tipos de tempo, como podemos ver no Quadro 4<br />
(ROSS, 1994).<br />
Quadro 4 - Emissão de líquidos pelo corpo humano e perigosos tipos de tempo<br />
relacionados com cada um dos cinco elementos<br />
Elemento Madeira Fogo Terra Metal Água<br />
Emissão de<br />
líquidos<br />
Perigosos tipos<br />
de tempo<br />
Fonte: Ross, 1994.<br />
Lagrimas Suor Saliva Muco Urina<br />
Vento Calor Umidade Seca Frio<br />
29
3.2 A desarmonia entre Yin-Yang<br />
O adoecimento começa com a desarmonia de Yin-Yang, que leva a uma<br />
deficiência, estagnação, rebelião ou colapso de Qi, pode ser devido à alimentação<br />
desregrada, estresse, intoxicações, fadiga, fatores que enfraquecem a Energia Vital<br />
dos Zang Fu (Órgãos/Vísceras) (YAMAMURA, 2001).<br />
O Yang está associado à patologia aguda; de início rápido; mudanças<br />
patológicas rápidas; calor; agitação, insônia; retirada de lençol; preferência por<br />
deitar-se esticado; membros e organismos quentes; rubor facial; preferência por<br />
líquidos frios; voz alta e verborragia; dispnéia; sede; urina escassa, escura;<br />
constipação; língua vermelha com saburra amarela; pulso cheio (MACIOCIAª, 1996).<br />
E o Yin está associado à patologia crônica; de início gradual; patologias<br />
lentas; frio; sonolência, apatia; gosta de dormir coberto; preferência por deitar-se<br />
encolhido; membros e organismo frios; face pálida; preferência por líquidos quentes;<br />
voz fraca e fala pouco; respiração lenta e superficial; ausência de sede; urina<br />
profusa e pálida; perda de fezes; língua pálida; pulso vazio (MACIOCIAª, 1996).<br />
Existe relação entre os sentimentos e os órgãos do corpo, determinada<br />
emoção influencia um órgão, e este também tem influência sobre a emoção<br />
relacionada, como se pode observar no Quadro 5. A desarmonia entre Yin-Yang<br />
pode ocorrer por fatores endógenos tais como raiva, preocupação, pensamento<br />
excessivo (obsessão), pesar, medo, tristeza ou exógenos como o excesso de frio ou<br />
calor, alimentação inadequada, acidentes, poluição, entre outros. E o tratamento<br />
com acupuntura é indicado para reverter estes desequilíbrios e estabilizar o Qi<br />
(AGOSTINHO b , 2005).<br />
Quadro 5 - Relação entre sentimento e órgão afetado segundo a MTC<br />
Órgão Sentimento<br />
Pulmão Tristeza, preocupação<br />
Coração Alegria<br />
Fígado Raiva<br />
Baço Concentração, pensamento<br />
Rim Medo<br />
Fonte: Agostinho b , 2005.<br />
30
3.3 Vasos Maravilhosos<br />
Os vasos maravilhosos representam os transbordamentos de energia da<br />
circulação, no seu estado normal, o seu conteúdo de energia serve como uma<br />
reserva energética, e é importante o conhecimento destes para tratamentos de<br />
alguns estados patológicos muito rebeldes (SUSSMANN, 1972).<br />
Esses meridianos ou vasos maravilhosos são chamados assim por não terem<br />
relações e comunicações com o sistema Zang Fu. A principal atuação deles é<br />
reforçar as energias dos meridianos principais, como reserva de energia, a fim de<br />
regularizar o Qi e o sangue (Xue) (INADA, 2000).<br />
Segundo Inada (2000), os oito vasos maravilhosos seguem linhas irregulares,<br />
podem se apresentar em duplas, porém, não se organizam necessariamente em<br />
pares, não se relacionam com o sistema Zang Fu e são agrupados em quatro vasos<br />
Yang e quatro vasos Yin, como se pode observar no Quadro 6.<br />
Quadro 6 - Vasos maravilhosos com seus pontos e propriedades correspondentes<br />
Vaso Maravilhoso Ponto Propriedade<br />
Dai Mai VB41 Yang<br />
Du Mai ID3 Yang<br />
Yang Wei Mai TA5 Yang<br />
Yang Qiao Mai B62 Yang<br />
Chong Mai BP4 Yin<br />
Ren Mai P7 Yin<br />
Yin Wei Mai PC6 Yin<br />
Yin Qiao Mai R6 Yin<br />
Fonte: Adaptado de Inada, 2000.<br />
3.4 Mecanismos de ação da acupuntura<br />
De acordo com Yamamura (2001), o mecanismo de ação da acupuntura é<br />
explicado de maneira diferente pela filosofia chinesa e pela ciência:<br />
A filosofia chinesa acredita que a estimulação adequada dos pontos de<br />
acupuntura regulam a corrente de Qi circulante nesses canais de energia e nos<br />
Zang Fu (órgãos e vísceras), distribuindo o Qi pelo corpo. Havendo estimulação<br />
31
intensa de determinado ponto de acupuntura, por um longo período, ocorre efeito<br />
sedativo e o esvaziamento da energia da região ou do órgão que é regido por este<br />
ponto, provocando a analgesia (YAMAMURA, 2001).<br />
Já, a ciência, procura descrever e dar explicações anatômicas e fisiológicas.<br />
Explica que os estímulos dos pontos de acupuntura transmitem-se por via nervosa,<br />
mais especificamente nas fibras nervosas A-delta e C, isso pelo fato da maior parte<br />
dos acupontos estarem situados sobre ou nas proximidades de nervos periféricos.<br />
Em estudos mais recentes também se observou liberação de substâncias como<br />
endomorfinas, encefalinas, betalipotropina, betaendorfina, gamaendorfina, ACTH<br />
(hormônio adenocorticotrófico), acetilcolina, íons magnésio e cálcio, que explicariam<br />
o efeito analgésico (YAMAMURA, 2001).<br />
Os acupontos geralmente são definidos como pontos de pele com<br />
sensibilidade espontânea ao estímulo, e são caracterizados por uma resistência<br />
elétrica reduzida. Os pontos de acupuntura estão localizados em articulações e<br />
bainhas tendíneas; vasos e nervos de septos intramusculares; ligação músculotendínea;<br />
no local de maior diâmetro do músculo e em concordância com as zonas<br />
de Head – região de penetração dos feixes vaso-nervosos da pele (DRAEHMPAEHL<br />
e ZOHMANN, 1994).<br />
As combinações das características dos acupontos os tornam extremamente<br />
reativos ao pequeno estímulo causado pela inserção das agulhas (KENDAL, 1989).<br />
Dependendo do local, da profundidade e do tipo de estímulo fornecido em<br />
determinado acuponto obtêm-se diferentes efeitos. Draehmpaehl e Zohmann (1994)<br />
relacionam os efeitos provocados pela agulhada como: indução de uma inflamação<br />
asséptica; estímulo direto de nervos da pele; liberação de excreções; estímulo do<br />
tecido perivascular; estímulo direto de fusos tendíneos e musculares; influencia o<br />
tônus da musculatura esquelética; ativação do mecanismo inibitório da dor; apoio do<br />
fluxo de linfa local; estímulo direto ou elétrico dos vasos linfáticos que se encontram<br />
nos acupontos; melhora a circulação local; indução de efeitos pisoelétricos – pela<br />
movimentação do tecido conjuntivo colagênico, induzindo a liberação de fosfatase<br />
alcalina que ativa os fibrócitos, estimula a colagênese e melhora o metabolismo;<br />
liberação de serotonina; indução de efeitos humorais; imunomodulação trombocitária<br />
e efeitos termorregulatórios (Figura 5).<br />
32
Ativação do sistema<br />
imune próprio<br />
Estimulação de nervos<br />
periféricos e<br />
vegetativos<br />
Efeitos humorais<br />
centrais e periféricos<br />
(ação de minutos a<br />
horas)<br />
Liberação de<br />
trombocininas<br />
Extravasar (terapia<br />
imunológica de excitação)<br />
PONTO <strong>DE</strong> ACUPUNTURA<br />
Movimentação do tecido<br />
conjuntivo colagênico (efeito<br />
pizoelétrico)<br />
Figura 5 - Esquema das ações do ponto de acupuntura.<br />
Fonte: Adaptação de Draehmpaehl e Zohmann, 1994.<br />
3.5 Agulhas de acupuntura<br />
33<br />
Excitação do plexo<br />
perivascular na adventícia<br />
Indução de reflexos nos<br />
músculos (fusos<br />
musculares e tendíneos) e<br />
no vegetativo (em<br />
segundos)<br />
Inflamação asséptica com<br />
liberação de substâncias<br />
vasoativas (melhora da<br />
circulação local e<br />
hipertermia)<br />
Apoio mecânico do fluxo de<br />
linfa<br />
Definição da agulha de acupuntura segundo Yamamura (2006, p. 34): “A<br />
agulha de acupuntura é o meio pelo qual a energia do meio ambiente (ondas<br />
eletromagnéticas) ou a de um ser humano é transmitida para outro ser humano a fim<br />
de mobilizar a circulação de energia (Qi) de seu corpo”.<br />
As agulhas de acupuntura agem principalmente sobre as fibras nervosas Adelta<br />
e C, desencadeando potenciais de ação na membrana dessas fibras. As<br />
agulhas de acupuntura, quando inseridas em seres vivos, agem como uma antena<br />
receptora e transmissora de energia (Qi), sendo que quanto maior for seu<br />
comprimento a captação das ondas eletromagnéticas do meio ambiente é mais<br />
intensa (YAMAMURA et al., 1996).<br />
A agulha de acupuntura é diferente das outras agulhas, o corpo e o cabo da<br />
agulha de acupuntura têm composição metálica diferente (o corpo e a ponta da<br />
agulha são de aço, e o cabo é de cobre ou outro metal), o que confere a esta agulha<br />
propriedade de gerar potencial elétrico em sua ponta. O fio metálico enrolado no<br />
cabo gera efeito sonelóide, que provoca maior intensidade da corrente elétrica e<br />
direcionamento para ponta da agulha (YAMAMURA, 2006).
Existem vários tipos de agulhas de acupuntura filiformes, de diversos calibres<br />
e comprimentos, para diversas finalidades. Os principais tipos são: Capilar cilíndrica,<br />
de 0,10 a 0,50 mm de calibre e de 1,5 a 10 cm de comprimento, compostas por<br />
ponta, corpo e cabo; Triangular, com ponta trifacetada, com finalidade de provocar<br />
pequena sangria para efetuar punção rápida e superficial; Agulha de acupuntura de<br />
retenção. É curta, em forma de caracol, mais usada em auriculoterapia humana, tem<br />
finalidade de permanecer no paciente por vários dias, reestimulando o ponto durante<br />
todo o período (YAMAMURA, 2006).<br />
As agulhas podem ser descartáveis ou reaproveitáveis, para isso é<br />
necessário verificar o estado da ponta da agulha, que deve estar em perfeitas<br />
condições e, as agulhas devem ser esterilizadas em auto-clave ou imersas em<br />
álcool comum ou iodado por no mínimo 60 minutos (YAMAMURA, 2001).<br />
3.6 Inserção, seqüência, direção e localização das agulhas<br />
A inserção da agulha deve ser suave e rápida, quando lenta causa dor e<br />
desconforto ao paciente. O cabo da agulha deve ser mantido entre o polegar, o dedo<br />
indicador e o dedo médio e a agulha deve ser inserida com impulso curto, rápido e<br />
movimento de rotação em sentido horário e anti-horário até a penetração da agulha<br />
na profundidade adequada. Sendo comum observar ligeira reação do paciente<br />
quando a agulha alcança o acuponto, o que é chamado Deqi, que se manifesta por<br />
uma inspiração rápida, ligeiro recuo do animal ou movimento rápido de orelhas<br />
(SCHOEN, 2006).<br />
Para começar uma seção de acupuntura deve-se sempre inserir a agulha<br />
primeiramente no meridiano Yang para posteriormente se inserir no Yin; primeiro no<br />
ponto mais alto e posteriormente no baixo; esquerda e depois direita; região dorsal e<br />
depois peito e abdômen. Se iniciar a inserção por pontos inferiores deve-se começar<br />
no sentido caudocranial e obedecer à mesma seqüência na retirada das agulhas<br />
(YAMAMURA, 2001).<br />
A direção e o posicionamento da agulha (Figura 6) dependem da patologia,<br />
da localização, do ponto e do objetivo que se deseja alcançar (tonificar ou sedar).<br />
Segundo Wen (1985) são mais usadas: Perpendicularmente: fazendo ângulo de 90º<br />
com a superfície cutânea; Obliquamente: fazendo ângulo de 30º a 60º com a<br />
superfície cutânea; Horizontalmente: fazendo ângulo de 10º a 20º com a superfície<br />
cutânea.<br />
34
Figura 6 - Ângulos de inserção da agulha - (A)<br />
perpendicular; (B) inclinado ou<br />
angular e; (C) paralelo ou transverso.<br />
Fonte: Yamamura, 2006.<br />
Para localizar os pontos de acupuntura, usa-se o Tsun, também denominado<br />
cun, que é descrito como uma medida individual, que determina a distância entre<br />
duas estruturas anatômicas fixas. Várias estruturas podem ser utilizadas para<br />
determinar o Tsun, maneiras de localizar os pontos de acupuntura, uma é com base<br />
nos dedos do paciente, na largura do polegar ao nível dos ângulos da unha (uma<br />
polegada), ou no comprimento do antebraço dividindo-o em 12 partes, ou a distância<br />
entre os mamilos, dividindo-a em 8 partes (CRICENTI, 2001; WEN, 1985).<br />
Entretanto estas medidas são de difícil aplicação nos animais, usando-se para estes,<br />
em alguns casos, como para encontrar a localização do meridiano de bexiga no<br />
dorso do paciente, a medida da largura de uma costela deste mesmo animal<br />
(informação verbal) 1 .<br />
3.7 Tonificação e sedação pela agulhada<br />
Os chineses preconizam que para tonificar um ponto de acupuntura deve-se<br />
fazer um movimento giratório da agulha inserida no sentido horário ou direcioná-la<br />
obliquamente no sentido do Canal de Energia e, para sedar proceder de forma<br />
inversa. A tonificação ou sedação dos órgãos internos se devem a fórmula de<br />
estímulo gerado pela manipulação da agulha, que pode liberar neurotransmissores,<br />
que pode excitar ou inibir sinapses em todo sistema nervoso promovendo respostas<br />
também específicas (YAMAMURA, 2001).<br />
1 Dados fornecidos pelo Dr. Rodrigo Fagundes nas aulas de Pós Graduação de Acupuntura<br />
Veterinária na <strong>UPIS</strong>, em Brasília, no ano de 2007.<br />
35
Pode se conseguir a tonificação pela rotação lenta da agulha se fazendo um<br />
arco de 90º, ou simplesmente quando a agulha entra em contato com o acuponto.<br />
Enquanto para a sedação são necessários movimentos giratórios, com a agulha, de<br />
180º a 270º, vigorosos e rápidos (FERGUSONª, 2007).<br />
3.8 Métodos de acupuntura usados em animais<br />
A estimulação dos pontos de acupuntura também pode ser realizada por<br />
alguns métodos além do agulhamento dos acupontos (SCHOEN, 2006).<br />
Como exemplo do uso da acupuntura com agulha seca e efeito em animais<br />
existe o trabalho de Park et al. (2003) que relata os efeitos da acupuntura no<br />
tratamento de suínos, leitões com diarréia provocada por Escherichia Coli. Para o<br />
experimento foram utilizados 32 leitões, de 4 a 5 Kg, com 21 dias de idade, mesma<br />
dieta e água à vontade. Para o estudo foram inoculados E. Coli 6k987P em 30<br />
leitões e, 48 horas depois da inoculação os animais apresentaram diarréia e alguns<br />
apresentaram depressão, letargia e desidratação. Os animais foram divididos em 4<br />
grupos: G1- sem inoculação (n=2); G2 - Controle - sem tratamento (n=10); G3 -<br />
acupuntura 1 vez ao dia, no acuponto GV1 (Jiao Chao) por 3 dias consecutivos<br />
(n=10); G4 - 25 a 30 mg, IM, por dia de enrofloxacina, durante 3 dias (n=10). Para<br />
observação dos resultados de cada tratamento foi realizada a necropsia de todos os<br />
animais e foram feitas lâminas do estômago, colon ascendente e descendente,<br />
coradas por hematoxilina e eosina e, a leitura dessas indicou que a terapia por<br />
acupuntura é tão efetiva no tratamento de diarréia por E. Coli quanto o tratamento<br />
com antibiótico.<br />
3.8.1 Moxabustão<br />
A moxabustão é a estimulação pelo calor (moxa = queima de ervas, para a<br />
produção de calor) dos acupontos. Pode ser realizada isoladamente ou em conjunto<br />
com a introdução de finas agulhas metálicas (TORRO, 1997).<br />
A moxabustão geralmente é realizada com uma erva, a Artemísia vulgaris,<br />
que é prensada, normalmente em formato de bastão, como um charuto (Figura 7). E,<br />
quando queimada, a Artemísia fornece estímulo térmico para os acupontos<br />
(TORRO, 1997).<br />
36
Figura 7 - Bastão da erva Artemísia vulgaris<br />
para realizar moxabustão.<br />
A aplicação da moxa tem por objetivo circular o Qi e aquecer o Xue dos<br />
Meridianos, aumentando a velocidade de circulação energética e potencializando a<br />
nutrição e a atividade dos Zang Fu, restabelecendo o equilíbrio energético nos<br />
quadros de deficiência dos canais de energia Yang. Também objetiva fazer circular e<br />
regularizar os fluídos orgânicos dos canais e levar água para nutrir e regularizar o<br />
Yang dos Zang Fu. O calor desprendido pela queima da Artemísia vulgaris se<br />
caracteriza por possuir temperatura ideal para promover essas funções energéticas<br />
(YAMAMURA, 2001).<br />
Os principais mecanismos de ação da moxabustão são: remoção de Qi<br />
estagnado nos meridianos, regulação da circulação de xue, tonificação ou<br />
revitalização do Yang, ou ativação da circulação de Qi e xue, o que em termos<br />
médicos ocidentais podem ser interpretados como: estimulação do sistema nervoso<br />
central, estimulação da circulação sanguínea, estimulação das funções corticais,<br />
promoção do metabolismo orgânico ou estimulação imunológica (SILVA, 2007).<br />
O bastão de moxa é aceso em uma das pontas e mantido cerca de um<br />
centímetro da superfície da pele, essa distância varia de acordo com a tolerância do<br />
paciente e da quantidade de estímulo térmico desejada. O tempo de permanência<br />
da moxa também é variável, normalmente o bastão é queimado alguns segundos<br />
em cada ponto de acupuntura (SIQUEIRA e RODRIGUES, 2007).<br />
37
A moxa geralmente é indicada para problemas musculares crônicos ou<br />
processos álgicos como os das síndromes Bi (obstrução) e Wei (flácido), que são<br />
tipos de distúrbios crônicos, como artralgias, fibrosites, fibromialgias, azotúrias e<br />
reumatismos (SCHOEN, 2006). E é contra-indicada para tratamentos de doenças<br />
com quadros de febre, lesões traumáticas na pele, problemas psíquicos, filhotes,<br />
idosos debilitados, doentes muito enfraquecidos, sobre abdômen de pacientes<br />
prenhes, áreas próximas aos genitais, mamilos e face, sobre grandes vasos<br />
sanguíneos, tendões proeminentes ou grandes dobras na pele (SIQUEIRA e<br />
RODRIGUES, 2007; SCHOEN, 2006).<br />
A aplicação da moxa, em animais, geralmente é feita pelo método indireto,<br />
onde não ocorrem queimaduras de pele. Os bastões de moxa inteiros são mantidos<br />
diretamente sobre o ponto de acupuntura, com uma distância de meio a um<br />
centímetro do animal durante cinco a dez minutos (Figura 8). Outra forma é queimar<br />
pedaços dos bastões de moxa (de um a dois centímetros) colocados sobre as<br />
agulhas de acupuntura, durante cinco a dez minutos (DRAEHMPAEHL e<br />
ZOHMANN, 1994).<br />
3.8.2 Auriculoterapia<br />
Figura 8 - Aplicação de moxa.<br />
Pode ser usada como diagnóstico e como terapia (do mesmo modo que a<br />
acupuntura no corpo). Ao contrário dos pontos de acupuntura no corpo, não<br />
apresenta resistência elétrica da pele reduzida, ou seja, nenhuma sensibilidade à<br />
pressão. Somente quando existe um órgão afetado em sua função apresentam<br />
38
pontos sensíveis na orelha, estes pontos podem descamar, estar avermelhados ou<br />
edematosos e/ou sensíveis à pressão (DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1994).<br />
3.8.3 Eletroacupuntura<br />
Segundo Gilchrist (2007), o tratamento com eletroacupuntura pode ser usado<br />
em problemas agudos como infecções ou ferimentos frescos, optando-se pelo<br />
método de sedação, e em circunstâncias crônicas a opção é um tratamento de<br />
tonificação.<br />
Para a sedação usam-se pulsações de alta freqüência (80 a 120 Hz) por 15-<br />
45 minutos e para a tonificação usa-se de baixa freqüência (2-20 Hz) por um tempo<br />
curto (5-15 minutos) (FERGUSON b , 2007; GILCHRIST, 2007).<br />
A eletroacupuntura é utilizada para controlar a dor e, com menor freqüência,<br />
como estímulo muscular e regulação do sistema de meridianos. É indicada em<br />
casos de paralisia, havendo controvérsia em casos agudos, como em ruptura de<br />
disco; condições dolorosas crônicas graves, como neoplasias; condições dolorosas<br />
não responsivas ao estímulo normal e; indução de analgesia cirúrgica pela<br />
acupuntura (SCHOEN, 2006).<br />
As contra-indicações são em casos de: arritmias cardíacas; epilepsia; choque;<br />
febre; fraqueza; hipotensão; lesões agudas; infecções agudas ou ativas; fraturas, a<br />
não ser que se trate fratura não unida; gravidez, a não ser que se induza trabalho de<br />
parto ou trate distocia; em animais com processos malignos ativos; e animais<br />
extremamente nervosos ou esgotados (SCHOEN, 2006).<br />
A técnica consiste em conectar dois pares de agulhas em dois grampos de<br />
jacaré, ou fios condutores de energia, a cada circuito do aparelho de eletro, a<br />
freqüência é selecionada, a intensidade é ajustada de acordo com o conforto do<br />
paciente e, a espera é de acordo com o tempo prescrito para tratamento sendo que,<br />
quando o paciente acostuma com a intensidade esta pode ser ajustada (Figuras 9 e<br />
10) (GILCHRIST, 2007).<br />
Os aparelhos usados para eletroacupuntura fornecem corrente galvânica com<br />
intensidade de até 200 microamperes e corrente alternada com pulsos elétricos que<br />
possuem 1 milésimo de duração com freqüência de 1 até 10 ciclos a cada segundo.<br />
A aplicação da corrente elétrica através das agulhas tem por objetivo reforçar a<br />
excitação mecânica produzida pela introdução das agulhas de acupuntura nos<br />
acupontos (IMAMURA, 1995).<br />
39
Figura 9 - Aparelho de eletroacupuntura.<br />
Figura 10 - Aplicação de eletroacupuntura,<br />
no membro anterior de um gato.<br />
Como exemplo de seu uso e efeito em animais existe o trabalho de Kim et al.<br />
(2007) que relata um estudo com 4 ratos em que foi induzida hipertensão renal com<br />
anestesia por pentobarbital. Dois dos ratos foram tratados com eletroacupuntura<br />
durante 5 dias, por 30 minutos no ponto E36 (Zu San Li) e dois ficaram como grupo<br />
controle. No final o estudo demonstra que os ratos tratados com acupuntura tiveram<br />
redução da hipertensão renal.<br />
40
3.8.4 Laser acupuntura<br />
Segundo Agostinhoª (2005), a sigla LASER significa Light Amplification by<br />
Stimulated Emission of Radiation (Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de<br />
Radiação).<br />
O laser acupuntura é uma forma de estimulação dos acupontos utilizando-se<br />
o raio laser ao invés da inserção de agulhas (Figura 11). Os lasers são classificados<br />
segundo sua potência e emissão em Power laser, radiação de alta potência; Midlaser,<br />
potências medianas, sem potencial destrutivo, com indicações para<br />
tratamentos mais profundos como articulações e músculos; Soft-laser, radiações<br />
com baixas potências e também sem potencial destrutivo, com indicações para<br />
lesões superficiais, dermatológicas, estéticas e cicatrização. Na acupuntura são<br />
utilizados laser de média a baixa potência, com potência inferior a 1 W, sem<br />
potencial destrutivo (AGOSTINHOª, 2005).<br />
A radiação com laser provoca diferentes efeitos terapêuticos: efeito<br />
analgésico por diminuir os níveis de bradicinina e ativar liberação de endorfinas;<br />
interfere na síntese de prostaglandina; é antiinflamatório, anti-edematoso e facilita<br />
circulação; cicatrizante; favorece o equilíbrio energético local (AGOSTINHOª, 2005).<br />
A estimulação do laser ocorre devido à absorção da radiação luminosa pelas<br />
células cutâneas. O uso do laser na acupuntura tem algumas vantagens em relação<br />
às agulhas, como em pacientes muito agitados (AGOSTINHOª, 2005).<br />
De acordo com Gilchrist (2007) o laser é importante para acupuntura por diversas<br />
razões: Evita o ligeiro desconforto da introdução de agulhas de aço inoxidável nos<br />
animais; O operador não precisa ter habilidades em técnicas de inserção de agulha;<br />
O tratamento com laser, em especial do Helium-Neon é seguro ao tecido, sendo os<br />
infravermelhos, tipos de laser mais obsoletos, porém igualmente seguros; Não há<br />
perigo de introduzir infecção; Geralmente consome menos tempo que o tratamento<br />
com agulhas e; Os lasers para acupuntura são relativamente baratos.<br />
41
Figura 11 - Paciente em uma seção de laser acupuntura.<br />
Como exemplo de seu uso e efeito em animais existe o trabalho de Bagnato<br />
(2007), que realizou uma pesquisa de acupuntura tradicional associada a laser<br />
acupuntura no tratamento de lesões neurais em cães. Bagnato tratou de um canino<br />
da raça labrador retrivier, de 4 anos de idade, 36 quilos que foi atropelado em agosto<br />
de 2003 e submetido à cirurgia de colocação de pino intramedular em membro<br />
anterior esquerdo. Em outubro do mesmo ano, o animal apresentou inflamação<br />
cirúrgica, com rejeição do pino, acompanhada de claudicação do membro pélvico<br />
como provável compensação. O pino intramedular foi retirado cirurgicamente e a<br />
lesão cirúrgica tratada convencionalmente. A claudicação em membro posterior<br />
esquerdo continuou e foi recomendada aplicação de acupuntura associada ao laser.<br />
Foram realizadas 5 sessões semanais de acupuntura e laser em justaposição às<br />
agulhas, nos pontos: B36 (Cheng Fu), B37 (Yin Men), B23 (Shen Shu), VG20 (Bai<br />
Hui), R3 (Tai Xi), E36 (Zu San Li) e E32 (Fu Tu), mantidas por aproximadamente 20<br />
minutos. A recuperação do animal foi observada a partir da terceira sessão, com<br />
diminuição da claudicação. O animal recebeu alta médica na quinta sessão se<br />
locomovendo sem claudicar e a evolução clínica foi acompanhada durante 6 meses,<br />
após a aplicação do tratamento, sem recidiva.<br />
3.8.5 Farmacopuntura<br />
Farmacopuntura é a aplicação intradérmica de substâncias medicinais<br />
(vitamina, homeopatia, solução fisiológica) nos pontos de acupuntura, dando apoio a<br />
42
estimulação das agulhas por fornecer estímulo durante alguns dias<br />
(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1994).<br />
Como exemplo de seu uso e efeito em animais existe o trabalho de Luna et al.<br />
(2006) que relata um estudo da farmacopuntura, de aquapuntura e de Acepromazina<br />
para o sedação de cavalos. A aquapuntura usada com o objetivo de administrar<br />
doses subclínicas em acupontos para redução dos efeitos adversos indesejáveis das<br />
drogas, redução de resíduos nos produtos animais de consumo e diminuição de<br />
custos para tratamento em grandes animais. Oito cavalos foram submetidos<br />
aleatoriamente a quatro protocolos de tratamento diferentes: no 1º foi injetado no<br />
subcutâneo 0,1 ml/kg de substância salina na região cervical, no 2º foi injetado no<br />
subcutâneo 0,1 ml/kg de acepromazina na região cervical, no 3º foi injetado 0,01<br />
ml/kg de substância salina no acuponto VG1 (Hou Hai - aquapuntura) e no 4º foi<br />
injetado no acuponto VG1 (Hou Hai - farmacopuntura) 0,1 ml/kg de magnésio por kg<br />
da acepromazina injetada no subcutâneo. A freqüência cardíaca, a freqüência<br />
respiratória e o grau de sedação foram medidos antes e em 30, 60 e 90 minutos<br />
após tratamentos. Os sinais de sedação foram observados em todos os grupos<br />
tratados em 30 minutos e somente no grupo 4 em 60 minutos após os tratamentos.<br />
Somente o grupo que tratou com o 0,1 ml/kg de magnésio para 1 ml/kg de<br />
acepromazina subcutânea teve valores significativamente mais baixos de sedação<br />
em 30 minutos. A freqüência respiratória que tende a reduzir-se em todos os grupos<br />
era significativamente mais baixa apenas nos cavalos tratados com o magnésio e, a<br />
freqüência cardíaca com o uso de acepromazina permaneceu sem alterações em<br />
todos os grupos. A acepromazina induzida no VG1 (Hou Hai) nos cavalos produziu<br />
uma sedação suave quando comparado com a dose convencional da acepromazina.<br />
Porém, mais investigações são necessárias para determinar a dose ótima de<br />
acepromazina para sedação nos cavalos.<br />
3.8.6 Escarificação da pele ou sangria<br />
É empregada uma microssangria por intermédio de agulhas trifacetadas<br />
(DRAEHMPAEHL e ZOHMANN, 1994).<br />
A finalidade da sangria é restabelecer o equilíbrio Yin-Yang, regular o fluxo de<br />
Qi, desobistruir e promover a circulação nos meridianos e atenuar ou eliminar os<br />
fatores patogênicos endógenos ou exógenos. A freqüência desse método de<br />
43
tratamento depende do tipo de patologia, pode variar entre sangrias diárias e até<br />
mensais (SILVA, 2007).<br />
Os materiais mais utilizados nas terapêuticas sangrativas são: agulhas<br />
lanceoladas, agulhas filiformes, agulhas triangulares com pontas trifacetadas ou<br />
estreladas de sete pontas (SILVA, 2007).<br />
3.8.7 Implantes de ouro<br />
O implante de ouro é usado para se obter um estímulo mais prolongado do<br />
acuponto. Além do ouro, também é possível se implantar outros materiais como fio<br />
de sutura do tipo categute, contas metálicas de aço inoxidável ou prata (SCHOEN,<br />
2006).<br />
O paciente é preparado como se fosse para uma cirurgia invasiva, sob<br />
anestesia. Para implantar o fio ou contas usa-se uma agulha hipodérmica inserida<br />
no acuponto apropriado e através do lúmen da agulha insere-se o material<br />
(SCHOEN, 2006).<br />
O problema mais comum decorrente do implante é uma infecção grave no<br />
local implantado causada por assepsia cirúrgica imprópria antes da realização do<br />
procedimento. Ou, o treinamento inadequado do médico e a técnica mal executada,<br />
como colocação de contas de ouro dentro de cápsulas articulares, causando<br />
conseqüente dor ao paciente, ou implantes colocados inadequadamente, lesionando<br />
nervos, podendo causar paralisias temporárias ou permanentes (SCHOEN, 2006).<br />
Como exemplo de seu uso e efeito em animais existe o trabalho de Jaeger et<br />
al. (2007) que relata um estudo com 73 cães com displasia coxofemoral, sendo<br />
realizado implante de ouro em 66 dos animais e 7 animais foram separados para um<br />
grupo controle. Os cães foram analisados durante dois anos e os resultados ao<br />
longo do tempo foram bons, os animais implantados com ouro apresentaram<br />
significativa melhora, e o grupo controle, com a progressão da doença nos animais,<br />
serviu para confirmar que esta melhora se deve ao implante de ouro nos pontos de<br />
acupuntura.<br />
3.9 Diagnóstico chinês<br />
De acordo com Gilchrist (2007), o diagnóstico na acupuntura tem por objetivo<br />
saber em que área do corpo se encontra o problema, e o tratamento requer<br />
44
conhecimentos de: Quais meridianos têm relação com esta área; Qual parte desse<br />
meridiano deve ser estimulada; Qual método de estimulação deve ser usado e; Se<br />
pontos especiais em outros meridianos podem ter efeito benéfico para o problema.<br />
A MTC realiza primeiro um diagnóstico da doença, porém, o tratamento se<br />
fundamenta mais num padrão de diferenciação, mediante quatro exames: inspeção,<br />
interrogatório, escuta/olfação e palpação. Sendo que, nos manuais clínicos mais<br />
modernos da MTC, é descrito que além dessa combinação é sugestiva uma análise<br />
dos sintomas principais, exame de língua, e exame do pulso. Nenhum sinal ou<br />
sintoma indica alguma coisa, apenas significa algo quando considerados todos os<br />
outros sinais e sintomas, incluindo exames de língua e do pulso (FLAWS, 2005).<br />
Na acupuntura não se classifica as doenças restritamente, como é costume<br />
se fazer no Ocidente, para a MTC não existe uma doença e sim um padrão de<br />
desequilíbrio ou desarmonia, que necessita de um tratamento geral, visando o<br />
equilíbrio como um todo. A exceção para isso é a analgesia por acupuntura, que visa<br />
exclusivamente tirar a sensibilidade à dor do paciente para uma cirurgia<br />
(AGOSTINHO b , 2007).<br />
3.9.1 Pulsologia<br />
O diagnóstico chinês pelo pulso pode ser usado para confirmação de<br />
diagnósticos por métodos clínicos e laboratoriais, ou em caso de doença sem<br />
diagnóstico conclusivo. É um método tão acurado que, freqüentemente, registra<br />
moléstias passadas e ainda previne doenças futuras (MANN, 1971).<br />
Segundo Nöthlich (2006), o método do pulso é denominado de Pressão dos<br />
Grãos de Arroz e, somente através da prática o acupunturista desenvolve as<br />
habilidades necessárias para executar a técnica do pulso. O método consiste em<br />
pressionar uniformemente com os dedos (indicador, médio e anelar),<br />
progressivamente até atingir o pulso do paciente em cinco níveis (pele, vasos,<br />
músculos, tendões e ossos). Sendo que, cada nível é medido por pressão de três,<br />
seis, nove e doze grãos de arroz e, no caso do osso, até senti-lo.<br />
Existe também a técnica, que é oposta e complementar ao método do grão de<br />
arroz. A técnica consiste em pressionar alternadamente com os dedos sobre o pulso<br />
do paciente, primeiro fazendo pressão leve, depois moderada e posteriormente<br />
profunda, com intuito de encontrar a profundidade do pulso. E, para distinção da<br />
45
natureza da moléstia comparar o pulso esquerdo e o direito, além de pressionar<br />
alternadamente sobre as posições para verificar as nuanças de ritmo e pulsação. E,<br />
encontrando o pulso, identificando a tipologia deste e, sabendo como está a<br />
desarmonia de Qi e Xue, pode-se proceder ao diagnóstico através do pulso<br />
(NÖTHLICH, 2006).<br />
Segundo Mann (1971), o pulso é dividido em três zonas, tendo uma posição<br />
superficial e uma posição profunda, cada posição ocupa cerca de meia polegada da<br />
artéria, sendo este espaço exato julgado somente com a prática desta arte, variando<br />
de indivíduo para indivíduo, como se pode observar no Quadro 7.<br />
De acordo com Ross (2003), existem quatro desequilíbrios que podem ser<br />
associados com um grupo de pulsos, esses estão demonstrados no Quadro 8.<br />
Quadro 7 - Diagnóstico pelo pulso<br />
Mão esquerda<br />
Posições<br />
Mão direita<br />
Superficial Profundo<br />
Superficial Profundo<br />
Intestino delgado Coração 1 Pulmão Intestino grosso<br />
Vesícula biliar Fígado 2 Baço Estômago<br />
Bexiga<br />
Fonte: Mann, 1971.<br />
Rins 3 Circulaçãosexo<br />
Quadro 8 - Desequilíbrios associados a determinados grupos de pulsos<br />
Triploaquecedor<br />
Desequilíbrios Grupos de pulsos<br />
Deficiência Vazio, fino, instável, mínimo<br />
Excesso Cheio, largo<br />
Estagnação Em corda, retardado<br />
Irregularidade Irregular, móvel, disperso<br />
Fonte: Ross, 2003.<br />
3.9.2 Diagnóstico chinês pela língua<br />
O exame da língua também é um importante método de informação sobre o<br />
estado de saúde, a língua é a exteriorização do coração (Xin), que é considerado<br />
imperador dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras), ou seja, recebe todas as informações<br />
dos outros órgãos e as transmite à língua (YAMAMURA, 2006).<br />
46
Os cinco Zang (Órgãos) são representados na língua: a raiz da língua<br />
corresponde aos rins (Shen); as bordas laterais ao fígado (Gan); o centro ao baço e<br />
pâncreas (Pi) e a ponta, ao coração (Shen) e ao pulmão (Fei), como demonstrado<br />
na Figura 12. Sendo que o estado de Qi de um ser vivo alterado acarreta inúmeras<br />
características diferentes da língua como: cor, tamanho e revestimento (saburra)<br />
(YAMAMURA, 2006).<br />
Figura 12 - Localização dos Zang<br />
(Órgãos) em língua sem<br />
alterações.<br />
Fonte: Yamamura, 2006.<br />
A coloração normal da língua é vermelho clara ou vermelho-amarelada com<br />
brilho (ligeiramente vermelha nas estações quentes e ligeiramente vermelho-pálida<br />
em estações frias). Quando a língua está pálida é chamada de she bai e é indicativo<br />
de padrão de deficiência de xue ou de Qi, geralmente na deficiência de Qi a língua<br />
fica ligeiramente úmida e aumentada, e no padrão de deficiência de xue a língua fica<br />
seca. A coloração da língua vermelha chama-se she hong e indica um padrão de<br />
calor: vermelha com saburra quer dizer calor por excesso, como em casos de<br />
infecção, inflamação ou febre e; vermelha sem saburra significa calor por deficiência<br />
como em inflamações e infecções crônicas. Língua vermelho escura é chamada de<br />
she jiang e indica um padrão mais intenso de calor e indica lesão ou deficiência do<br />
Yin no curso de uma doença exógena. Língua arroxeada é chamada de she zi e<br />
indica estagnação de sangue e padrão de dor, relacionados com frio (pálido-<br />
47
arroxeada e úmida) ou calor (azul-arroxeada e seca). A língua amarela é chamada<br />
de she huang e indica um padrão de umidade relacionado principalmente com<br />
acúmulo de umidade e calor no fígado. E a cor preto-azulada ou preto-arroxeada é a<br />
cor da morte, que é chamada de jue she e é manifestação prévia de morte<br />
(SCHOEN, 2006).<br />
A saburra normal da língua deve ser fina, branca ou ligeiramente amarelada,<br />
com umidade adequada. A saburra fina é chamada de bao tai e indica um padrão<br />
superficial ou normal e, a saburra espessa, chamada de hou tai, refere-se à retenção<br />
de umidade e fleuma, é usada para determinar a progressão e gravidade da doença.<br />
Saburra pegajosa é denominada tai ni, é brilhante, enegrecida, difícil de escovar e<br />
indica acúmulo de fleuma, umidade e estase de alimentos, também podemos<br />
encontrar uma saburra com crosta amolecida, solta e espessa sobre a língua, que é<br />
chamada de fu tai, e é facilmente retirada com escova, que indica indigestão e<br />
retenção de fleuma ou de alimentos. Quanto à coloração, quando a saburra está<br />
branca é chamada de bai tai e indica um padrão de frio, tem relação com infecções<br />
respiratórias. A saburra amarela é chamada de huang tai e é indicativa de um<br />
padrão de calor, é encontrada no curso crônico de uma infecção ou inflamação. Uma<br />
saburra preto-acizentada é chamada de hui hei tai e é associada a padrão de calor,<br />
frio-umidade e frio por deficiência: Quando seca refere-se a calor extremo e<br />
deficiência de Yin e, quando úmida indica um padrão de frio decorrente de<br />
deficiência de Yang (SCHOEN, 2006).<br />
3.10 Indicações da acupuntura<br />
A acupuntura possui grande efeito sobre os sistemas autônomo, nervoso,<br />
endócrino, bem como efeito imunoestimulante, imunossupressor, analgésico e<br />
antiinflamatório. Sua indicação é principalmente para problemas funcionais como:<br />
paralisia, processos inflamatórios não infecciosos, como alergias e dor<br />
(MALMEGRIN, 2007).<br />
Segundo Malmegrin (2007) a acupuntura na Medicina Veterinária tem sido<br />
muito utilizada em pequenos animais e cavalos esportistas:<br />
• Na clínica de pequenos animais no tratamento de problemas músculos<br />
esqueléticos e ortopédicos (artrites e patologias de disco intervertebral); dermatites<br />
(alergias); problemas respiratórios (asma felina); problemas gastro-intestinais<br />
(diarréia) e; alguns problemas reprodutivos.<br />
48
• Na clínica do cavalo a acupuntura pode ser usada para alívio da dor<br />
(analgesia) e desordens funcionais do sistema músculo-esquelético. As indicações<br />
mais comuns são: desordens no aparelho locomotor, claudicações ou queda de<br />
desempenho; problemas musculares, articulares, tendíneos ou ligamentosos, além<br />
de desordens no sistema nervoso (paralisia do nervo facial), sistema respiratório<br />
(Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC), aparelho reprodutor, sistema<br />
endócrino, aparelho digestivo (cólicas), dermatites (alergias), alterações na sudorese<br />
e alterações de comportamento.<br />
3.11 Tempos de duração da terapia e freqüência<br />
A duração e a freqüência dos tratamentos de acupuntura dependem das<br />
condições do animal e do método de estimulação usado pelo acupunturista. A<br />
estimulação de um ponto pode ser rápida, como 10 segundos, ou levar 30 minutos.<br />
Problemas simples e agudos podem necessitar de apenas uma seção, enquanto<br />
doenças mais severas e crônicas podem necessitar de várias aplicações.<br />
Normalmente se inicia com uma a três seções semanais, havendo resposta positiva<br />
e o animal ficando bem, as aplicações são espaçadas, de forma que os sinais<br />
clínicos permaneçam ausentes, por períodos cada vez maiores. Muitos animais com<br />
problemas crônicos podem passar a ser tratados de duas a quatro vezes ao ano,<br />
como terapia de manutenção do bem estar e qualidade de vida do animal<br />
(MALMEGRIN, 2007; MOIRON b , 2007).<br />
3.12 Efeitos colaterais da acupuntura<br />
Com o tratamento pela acupuntura pode haver exacerbação dos sintomas<br />
clínicos nas primeiras seções, o que se deve à mobilização de energia (Qi) que<br />
ainda está desarmonizada, causando assim, um tumulto energético. Ou, em caso de<br />
energias nocivas (tosse, asma), o fortalecimento do órgão pela acupuntura faz com<br />
que a sintomatologia aumente para promover expulsão dessas energias nocivas<br />
(YAMAMURA, 2006).<br />
3.13 Cuidados na aplicação da acupuntura<br />
Moiron d (2007) ressalta a importância de alguns cuidados na aplicação da<br />
acupuntura, devendo-se evitar a seção nas seguintes situações: Logo após<br />
49
alimentação intensa; Com o animal cansado ou logo após realização de exercício;<br />
Imediatamente após o ato sexual; Sobre animal medroso, zangado ou emotivo;<br />
Paciente com sede ou jejum; Banhos recentes; Posteriormente a tratamentos com<br />
atropina, narcóticos antagonistas ou corticosteróides; Ausência de contenção<br />
conveniente do animal, quando este não pode ser observado com tranqüilidade<br />
durante as seções; Quando o clima estiver turbulento (tempestade, trovão,<br />
relâmpago).<br />
Além disso, segundo Yamamura (2001), algumas atividades não devem<br />
acontecer imediatamente após a seção de acupuntura: Ato sexual; Molhar os pontos<br />
estimulados; Irritar-se; Realizar trabalhos pesados; Comer em excesso; Permanecer<br />
faminto ou com sede.<br />
Durante a gestação há algumas restrições para o uso da acupuntura.<br />
Yamamura (2001) sita que na gravidez não podem ser estimulados os pontos IG4<br />
(He Gu); BP6 (San Yin Jiao), F3 (Tai Chong), B60 (Kun Lun), B67 (Zhi Yin). No<br />
primeiro terço da gestação não podem ser estimulados os acupontos situados na<br />
parte inferior do abdômen e no terço médio não podem ser estimulados os<br />
acupontos situados no abdômen e na cintura. Sendo que no início e no fim da<br />
gestação deve-se evitar a acupuntura. Schoen (2006) afirma que não pode ser<br />
utilizada a eletroacupuntura em animais prenhes, a não ser para indução do trabalho<br />
de parto ou com objetivo de tratar distocia.<br />
E, em qualquer condição de saúde que o paciente esteja, no tórax, nos<br />
hipocôndrios, na cintura, no dorso e abdômen não se pode fazer inserção<br />
perpendicular e profunda para se evitar lesão dos órgãos e vísceras (YAMAMURA,<br />
2001).<br />
3.14 Fitoterapia chinesa associada à acupuntura<br />
A acupuntura tem sido em diversos casos associada à fitoterapia, sendo que<br />
nesta é empregado o uso oral de compostos a base de plantas, substâncias<br />
minerais e animais (TORRO, 1997).<br />
As ervas são usadas para colaborar a reorganizar os constituintes do corpo<br />
(Qi, xue e fluídos) dentro de meridianos e órgãos internos, além de ajudar a lidar<br />
com o estresse. As ervas são preparadas e ministradas na forma de comprimidos,<br />
tinturas, cápsulas ou frescas (ROTHEFELD; LE VERT, 2007).<br />
50
Segundo Maciocia b (1996), na tradução do Guia Clínico de Ervas e Fórmulas<br />
na Medicina Tradicional Chinesa, de Chen Song Yu e Li Fei, a essência da<br />
fitoterapia está na arte de adaptar a fórmula para cada tipo de desarmonia de Qi do<br />
paciente, e essa combinação de ervas dentro de uma fórmula pode ser comparada à<br />
escolha de pontos de acupuntura dentro de um tratamento. Sendo necessário ter em<br />
mente para a escolha das ervas a constituição do paciente, o estado do sistema<br />
digestivo, mental e emocional deste, além da combinação de sabores das ervas e de<br />
Qi dentro da fórmula.<br />
Deve-se tomar cuidado com o uso da fitoterapia associada a medicamentos,<br />
porque pode haver somatória ou oposição de efeitos (YAMAMURA, 2006).<br />
Segundo Ferguson b (2007), da mesma forma que a medicina oriental a<br />
medicina chinesa só deve ser usada com treinamento apropriado. Os efeitos<br />
adversos também podem ocorrer com a manipulação imprópria de medicamentos,<br />
porém a prescrição errada de ervas ou, inserção imprópria de agulhas em tecidos do<br />
corpo, tem raros relatos em literatura, o que torna a Medicina Tradicional Chinesa<br />
um dos sistemas médicos mais seguros.<br />
Como exemplo de seu uso e efeito em animais existe o trabalho de Hayashi<br />
et al. (2007) que relata o caso de um cão com tetraparesia devido a doença<br />
degenerativa do disco intervetebral C3-C4 e compressão extradural em C1-C2 e C3-<br />
C4 diagnosticada através de mielografia e tomografia computadorizada. O animal<br />
apresentou significativa melhora após 10 tratamentos com eletroacupuntura<br />
associada a fitoterapia e 6 meses após, o animal continuava estável, sem<br />
recorrência dos sinais.<br />
51
4.1 Artrose<br />
4 CASOS CLÍNICOS<br />
A artrose, também chamada de osteoartrose, é uma doença articular<br />
degenerativa progressiva crônica, que geralmente é de lenta evolução e está<br />
associada ao envelhecimento orgânico natural e não tem tratamento curativo. O<br />
tratamento existente preconiza minimizar os sinais clínicos e retardar a progressão<br />
da doença (PEDRO, 2006).<br />
A osteoartrose envolve a fragmentação e perda da cartilagem articular,<br />
podendo ocorrer fissura e posterior fragmentação desta cartilagem, que se torna<br />
menos eficiente na proteção do osso subcondral, o que acelera alterações de<br />
remodelação nas superfícies articulares e neoformação óssea, enteseófitos e<br />
osteófitos ao redor das margens da articulação (KEALY e MCALLISTER, 2005).<br />
Os principais fatores predisponentes para a lesão osteoarticular são:<br />
sobrecarga mecânica ou instabilidade articular. Os sinais clínicos são: dores nas<br />
articulações e alterações posturais com dificuldade de locomoção e movimento<br />
articular de amplitude diminuída, podendo haver derrame e inflamação local em<br />
graus variáveis. Pode haver claudicação leve até severa, levando a impotência de<br />
membros. O diagnóstico pode ser embasado em exames clínicos e fisiológicos e a<br />
confirmação se dá por achados radiográficos (PEDRO, 2006).<br />
A doença articular degenerativa geralmente responde bem ao tratamento com<br />
acupuntura. Em um estudo realizado com 65 cães, que não estavam mais<br />
respondendo a medicação convencional ou a cirurgia, revelou-se que 70% dos cães<br />
apresentaram melhora de mais de 50% na mobilidade e ambulação após tratamento<br />
com acupuntura. A técnica de acupuntura mais simples é o uso apenas de agulhas<br />
tradicionais chinesas nos acupontos, mas também se pode usar eletroacupuntura<br />
ocasionalmente, e há possibilidade de uso de aquapuntura, moxabustão e terapia a<br />
laser (SCHOEN, 2006).<br />
4.1.1 Identificação<br />
Camelo (Camelus bactrianus), fêmea, de aproximadamente 6 anos de idade,<br />
chamada Camila.<br />
52
4.1.2 Histórico<br />
Animal de circo que vivia em ambiente pequeno, com espaço apenas para se<br />
deitar e se levantar, com outros 5 camelos. Deu entrada no zoológico de Brasília no<br />
dia 27/06/2007, pesando em torno de 600 kg de peso vivo, com leve claudicação do<br />
membro posterior esquerdo.<br />
Foi introduzida em ambiente espaçoso, onde poderia até correr, junto com 3<br />
outros animais desconhecidos e de outra espécie (Lhamas - Lama Glama). Em<br />
seguida desenvolveu comportamento de correr incessantemente o que se creditou a<br />
estresse de mudança de local e companhia, especialmente por ser uma espécie<br />
muito sociável. E este comportamento levou a uma rabdomiólise e a um agravo da<br />
claudicação, que manteve o animal em decúbito durante 7 dias (de 3 a 10 de<br />
agosto), durante os quais foi tratada com flunexin meglumine 2 e reidratada.<br />
No inicio do 7º dia o animal levantou-se, entretanto no final do mesmo dia<br />
voltou a ficar em decúbito e foi então diagnosticada artrose na articulação fêmurtibio-patelar,<br />
através de punção de líquido que macroscopicamente se mostrava não<br />
infeccioso. Foi tratada com massagem local com dimetilsulfóxido (DMSO) e 2-<br />
4mg/kg de cefalosporina 3 , a cada 24h durante 4 dias. Dando-se alta para o animal<br />
no dia 15 (18 de agosto) quando o animal finalmente voltou a pastar e levantar sem<br />
auxílio.<br />
4.1.3 Sinais Clínicos<br />
Em 30 de agosto de 2007 apresentava dor e edema na articulação fêmurtibio-patelar<br />
do membro posterior esquerdo, anorexia, adipsia, desidratação,<br />
prostração, decúbito e recusa em levantar-se.<br />
4.1.4 Diagnóstico<br />
O diagnóstico foi feito a partir do histórico do animal, da presença de dor na<br />
articulação, dificuldade de locomoção e movimento articular de amplitude diminuída<br />
e posterior recusa a levantar-se levando o animal a ficar em decúbito, prostrado,<br />
2 Banamine injetável - Schering-Plough Veterinária - Estrada dos Bandeirantes, 3.091 - Rio de<br />
Janeiro.<br />
3<br />
Ceftiofur ou excenel - Pfizer - Rio de Janeiro.<br />
53
anoréxico e desidratado e, pela extrema sensibilidade nos pontos diagnósticos de<br />
acupuntura.<br />
4.1.5 Tratamento<br />
O tratamento indicado para o caso da Camila foi o uso da acupuntura. Os<br />
acupontos escolhidos foram os diretamente relacionados com artrose e analgesia e<br />
pontos para melhorar a condição geral da paciente. Os acupontos escolhidos estão<br />
entre os esquematizados na Figura 13, onde se mostra a localização de cada<br />
acuponto no camelo (KLI<strong>DE</strong> e KUNG, 1982) e 3 pontos adaptados para este animal<br />
baseado nos pontos descritos para pequenos animais (DRAEHMPAEHL e<br />
ZOEHMANN, 1994; SCHOEN, 2006). Os pontos utilizados durante o tratamento<br />
estão relacionados no Quadro 9 juntamente com a localização e a indicação de uso<br />
de cada um.<br />
Figura 13 - Pontos de acupuntura em camelo vista lateral, e pontos (E36 - Zu San Li, VB34 - Yang<br />
Ling, B60 - Kun Lun) adaptados de pequenos animais para o camelo.<br />
Fonte: Adaptado de Klide e Kung, 1982; Draehmpaehl e Zoehmann, 1994; Schoen,<br />
2006.<br />
E36<br />
VB34<br />
B60<br />
54
Quadro 9 - Localização e Indicação de uso dos acupontos estimulados no tratamento do animal Camila.<br />
Acuponto Localização Indicação<br />
HN9 Chiu Wei (9 HN9A- 3 tsun atrás do ouvido<br />
reumatismo cervical<br />
divisões de A a I) HN9I- 1,5 tsun cranial ao ângulo cranial da escápula<br />
A distância entre estes 2 pontos é dividida em 8 partes iguais no pescoço,<br />
o que localiza 7 pontos ao longo da margem inferior do músculo rombóide<br />
FL1 Po Chien ângulo cranial da escápula artrite e reumatismo do<br />
FL3 Ch’ang Feng depressão 4 tsun abaixo da articulação do ombro, na frente da costela<br />
membro anterior (MA)<br />
artrite e reumatismo do MA<br />
T1 Ch’ien Fen<br />
T2 T’an T’ien<br />
T3 Pai Hui<br />
T5 Pi Shu<br />
cranial e ventral a 1º corcova e 3 tsun caudal e dorsal à FL1, ângulo<br />
cranial da escapula 1,5 tsun<br />
linha média dorsal entre as corcovas, na 2º depressão cranial à corcova<br />
posterior, 1,5 tsun<br />
55<br />
artrite e reumatismo do MA e<br />
pescoço<br />
artrite na coluna e<br />
reumatismo da região lombar<br />
linha media dorsal entre a última vértebra lombar e o sacro, 2 tsun artrite na coluna e nos<br />
membros pélvicos (MP)<br />
no 3º espaço intercostal, contando de trás para frente, na fossa muscular indigestão; dor abdominal;<br />
distensão gasosa<br />
T6 Shen Shu base da 2º corcova 1 tsun, 2 tsun lateral e levemente cranial e ventral a T3 artrite e reumatismo lombar<br />
T7 Shen Cha 2 tsun cranial à T6 artrite e reumatismo lombar<br />
T8 Yao Hou 2 tsun cranial à T7 artrite e reumatismo lombar<br />
T9 Tai Mai<br />
2 tsun atrás do cotovelo na via lateral à costela indigestão e enterite; pode<br />
ser usado para sangria
HL1 Huan Hou depressão atrás do trocânter maior do fêmur, 1,5 à 2 tsun reumatismo do MP<br />
HL2 Hsia K’ua 4 tsun abaixo de HL1, caudal e ventral ao trocânter maior do fêmur reumatismo do MP<br />
HL3 Yi Wa fossa muscular cerca de 3 tsun caudal e ventral à HL2 reumatismo do MP<br />
HL4 Hon Kou fossa muscular, 2 tsun dorsal a HL3 reumatismo do MP<br />
HL6 Lueh Ts’ao cranial e lateral à patela reumatismo do MP<br />
HL7 Hou Hai 1 tsun entre a cauda e o ânus dor lombo-pélvica<br />
HL8 Wei Pang 1 tsun do ânus, lateral à base da cauda, 1 tsun, direção ventral e cranial dor lombo-pélvica<br />
HL9 Wei Pen meia superfície ventral da cauda. Ponto de sangria dor lombo-pélvica<br />
a E36 Zu San Li -<br />
ponto mestre, ponto<br />
de tonificação<br />
a<br />
VB34 Yang Ling<br />
Quan - ponto mestre<br />
dos músculos,<br />
tendões e<br />
articulações.<br />
a<br />
B60 Kun Lun<br />
em um aprofundamento lateral à tuberosidade tibial, na base do músculo<br />
tibial cranial<br />
ativação motora e psíquica<br />
em geral, ponto de<br />
tonificação geral para<br />
qualquer condição de<br />
deficiência, paralisia do MP,<br />
analgesia por acupuntura<br />
no espaço interósseo, na depressão cranial e ventral à cabeça da fíbula edemas e dores na<br />
articulação do joelho,<br />
fraqueza, distúrbios dos<br />
músculos e tendões, paresia<br />
ou paralisia dos MP<br />
na depressão entre o maléolo lateral da fíbula e a inserção do tendão dor ou paralisia do MP<br />
calcâneo (tuberosidade calcânea)<br />
Fonte: Adaptado de Klide e Kung, 1982; Draehmpaehl e Zoehmann, 1994 e Schoen, 2006.<br />
Nota: a Acupontos descritos em pequenos animais e adaptados para o tratamento deste animal.<br />
56
No Quadro 10 estão relacionados os pontos estimulados em cada uma das<br />
seções de acupuntura realizadas nos dias 30/08, 06/09, 13/09 e 21/09.<br />
Quadro 10 - Pontos de acupuntura usados na Camila nos dias 30/08,<br />
06/09, 13/09 e 21/09<br />
Data<br />
Pontos<br />
30/08 06/09 13/09 21/09<br />
HN9 Chiu Wei X<br />
FL1 Po Chien X<br />
FL3 Chang Feng X<br />
T1 Ch’ien Fen X X X X<br />
T2 T’an T’ien X X X X<br />
T3 Pai Hui X X X X<br />
T5 Pi Shu X X X<br />
T6 Shen Shu X X X X<br />
T7 Shen Cha X X X X<br />
T8 Yao Hou X<br />
T9 Tai Mai X X X<br />
HL1 Huan Hou X X X X<br />
HL2 Hsia K’ua X X X X<br />
HL3 Yi Wa X X X X<br />
HL4 Hon Kou X X X X<br />
HL6 Lueh Ts’ao<br />
HL7 Hou Hai X X X X<br />
HL8 Wei Pang X X X X<br />
HL9 Wei Pen X<br />
E36 Zu San Li X<br />
VB34 Yang Ling X<br />
B60 Kun Lun X X X<br />
57
4.1.6 Evolução do quadro durante o tratamento com acupuntura<br />
A condição física do animal no dia 30/08 momentos antes da primeira seção<br />
de acupuntura pode ser visualizado na Figura 14.<br />
Figura 14 - Camila no dia 30/08, anoréxica e em decúbito, na primeira seção de acupuntura.<br />
Um dia após a primeira seção, os tratadores do animal relataram que ainda<br />
no dia 30/08 o animal voltou a se levantar, a se alimentar e a ingerir água, o membro<br />
pélvico esquerdo continuava edemaciado e dolorido, a paciente ainda claudicava,<br />
porém se apresentava menos apática.<br />
No dia 06/09 o animal não estava mais desidratado, havia ganhado peso e<br />
começava a interagir com os outros animais do recinto. A claudicação do membro<br />
posterior esquerdo persistia, mas o edema havia diminuído.<br />
Em 13/09 a paciente se encontrava no mesmo quadro da seção anterior<br />
(Figura 15).<br />
No dia 21/09 o estado de saúde do animal era bom, mas, os tratadores<br />
relataram que o animal havia tido timpanismo durante a semana.<br />
Depois deste dia não se teve mais notícia da paciente.<br />
58
Figura 15 - Camila no dia 13/09, no dia da 3ª seção de acupuntura.<br />
4.2 Displasia coxofemoral<br />
A displasia coxofemoral é um distúrbio genético evolutivo e, associada a ela<br />
estão a osteoartrite coxofemoral, a mobilidade e amplitude limitadas da articulação,<br />
dor e claudicação em graus variáveis. Pode ser considerada como uma moléstia<br />
causada pela associação de vários fatores, como: hereditariedade, excesso de peso,<br />
excesso de atividade física e ambientes impróprios para os animais (piso de<br />
superfície lisa e escadas). A displasia pode ser acetabular ou femoral (ALVARENGA<br />
et al., 2006).<br />
Acomete cães jovens, de idade próxima a cinco - dez meses de idade,<br />
geralmente de evolução congênita e ocorrência súbita, caracterizada pela redução<br />
repentina na atividade associada à intensa dor nos membros pélvicos. O animal<br />
sente dificuldade em levantar e diminui a disposição de andar, pular, correr, subir<br />
escadas, pode notar-se atrofia muscular dos membros pélvicos e o animal começa a<br />
“andar como coelho”, saltando com os membros pélvicos (BRINKER, PIERMATTEI e<br />
FLO, 1999).<br />
No exame físico observam-se pacientes jovens com claudicação, dor durante<br />
rotação e abdução da articulação coxofemoral, musculatura pélvica atrofiada e<br />
59
intolerância a exercícios. Ao examinar o quadril, sob anestesia geral, percebe-se<br />
frouxidão maior da articulação coxofemoral, pelos ângulos anormais de redução da<br />
articulação e subluxação (FOSSUM, 2001).<br />
O tratamento convencional, alopático, se faz com o uso de analgésicos,<br />
antiinflamatórios, condroprotetores e, se necessário, terapia cirúrgica (osteotomia<br />
dentre outras) (BRINKER, PIERMATTEI e FLO, 1999).<br />
A displasia coxofemoral costuma responder bem ao tratamento com<br />
acupuntura com implante de ouro. Em um estudo realizado com 250 cães dividiu-se<br />
a taxa de êxito do tratamento em 3 grupos: em cães com menos de 7 anos de idade<br />
houve uma taxa de êxito de 99% com o tratamento, havendo melhora completa da<br />
mobilidade e da maneira de andar; nos cães entre 7 a 12 anos, 80% mostraram<br />
resolução total do distúrbio e 10% tiveram melhora de 50 a 75% na amplitude de<br />
movimento e forma de andar, 1% mostrou menos de 50% de melhora e 10% não<br />
apresentaram resultado algum; nos animais entre 12 a 16 anos, 50% tiveram<br />
melhora de 75% ou mais e os outros 50% não tiveram melhora alguma. Também<br />
podem ocorrer descalcificações da articulação artrítica em alguns cães, que podem<br />
ser observadas radiograficamente de 6 a 12 meses após o implante (SCHOEN,<br />
2006).<br />
4.2.1 Identificação<br />
Fêmea da raça labrador retriever, chamada Judith, com cinco anos de idade.<br />
4.2.2 Histórico<br />
Com menos de um ano de idade animal apresentou sinais clínicos de<br />
displasia coxofemoral, que foi confirmada com o exame clínico e radiográfico. Desde<br />
então o animal é levado para nadar freqüentemente, com a finalidade de fortalecer a<br />
musculatura do animal evitando a hipotrofia, para que com o fortalecimento muscular<br />
o animal tenha uma maior estabilidade para locomoção e melhores condições de<br />
vida.<br />
O animal foi encaminhado para a acupuntura com o objetivo de retardar o<br />
processo degenerativo ósseo, fortalecer musculatura, proporcionar analgesia e<br />
garantir melhor qualidade de vida para a paciente.<br />
60
4.2.3 Sinais Clínicos<br />
No primeiro dia de tratamento com acupuntura o animal apresentava-se num<br />
quadro estável, sem presença de dor ou outros problemas.<br />
4.2.4 Diagnóstico<br />
O diagnóstico foi por exame radiográfico, realizado previamente por outro<br />
Médico Veterinário.<br />
4.2.5 Tratamento<br />
O tratamento da Judith foi iniciado no dia 07/03/2007 com a realização de<br />
acupuntura nos acupontos: VB34 (Yang Ling Quan); VB29 (Ju Liao); VB30 (Huan<br />
Tiao); VB31 (Feng Xi); VG3 (Bai Hui); BP6 (San Yin Jiao) e; R3 (Tai Xi). Para casa<br />
foi indicada fitoterapia à base de Mi Jin Ran, 20 gotas duas vezes por dia e, Jin Kui<br />
Ran, 20 gotas duas vezes ao dia. Houve mais 5 seções de acupuntura nos dias<br />
23/03, 03/04, 11/05, 18/05 e 29/05, onde foram utilizados os mesmos pontos. No dia<br />
03/09 os pontos usados foram o VB29 (Ju Liao); VB31 (Feng Xi); VB34 (Yang Ling<br />
Quan); E36 (Zu San Li); B20 (Pi Shu); VG3 (Bai Hui); B60 (Kun Lun) e; R3 (Tai Xi).<br />
Após estas 7 seções, optou-se pelo implante de ouro, devido a dificuldade dos<br />
proprietários em levar o animal para a acupuntura. Como relatado por Schoen<br />
(2006) o implante mantém a estimulação dos acupontos implantados por tempo<br />
prolongado.<br />
Para realização do implante de ouro a cadela recebeu fluidoterapia a base de<br />
soro fisiológico (500 mL) e foi realizada anestesia desta com RKV (xilazina 4 ,<br />
cloridrato de cetamina 5 e diazepan 6 ) intravenoso (IV), como recomendado por<br />
Schoen (2006). Com a paciente anestesiada fez-se anti-sepsia cutânea no local dos<br />
acupontos com algodão embebido em álcool, os fios de ouro eram mantidos em uma<br />
travessa de alumínio submersos em iodo. Para cada implante um fio era colocado<br />
no aplicador de ouro (Figura 15), era coberto por uma camada de pomada<br />
antibiótica, para evitar posteriores infecções e manter o fio de ouro no aplicador. Em<br />
seguida a agulha do aplicador (40x12; 18G) era introduzida no acuponto e o fio era<br />
4<br />
Coopazine - Schering-Plough Veterinária - Estrada dos Bandeirantes, 3.091 - Rio de Janeiro.<br />
5<br />
Vetaset - Fort Dodge - Residencial Parque Via Norte e Parque Universal em Campinas/SP.<br />
6<br />
Diazepan N. Q. - Novaquímica Natures Plus - Rod. SP 101, Km 08, Hortolândia/SP - CEP:<br />
13186481.<br />
61
implantado pressionando-se o êmbolo do aplicador. Na literatura consultada não se<br />
obteve nenhum informação sobre o uso de pomada antibiótica durante o implante,<br />
entretanto Schoen (2006) recomenda realização de tricotomia da área, o que não foi<br />
realizado, porém, com o uso de assepsia correta e da pomada antibiótica, isso não<br />
revelou problemas posteriores para a paciente.<br />
Êmbolo<br />
Agulha<br />
Figura 16 - Aplicador de fio de ouro para implante de ouro.<br />
Os acupontos escolhidos para receber o implante de ouro estão relacionados<br />
no Quadro 11, juntamente com a localização e a indicação de uso de cada um,<br />
segundo Draehmpaehl e Zoehmann, (1994) e Schoen, (2006).<br />
A localização dos pontos de acupuntura escolhidos para o implante de ouro<br />
podem ser observada nas Figuras 17, 18 e 19. E o implante de ouro na paciente e a<br />
sua volta da anestesia podem ser vistas nas Figuras 20 e 21.<br />
Os pontos ID3 (Hou Xi) e B62 (Shen Mai) são uma dupla de vasos<br />
maravilhosos indicados nos tratamentos de poliartrites e hemiplegia. Sendo<br />
conveniente, com o uso desses vasos maravilhosos, tonificar rins (INADA, 2000).<br />
62
Quadro 11 - Localização e indicação de uso dos acupontos estimulados no tratamento do animal Judith<br />
Acupontoª Localização Indicação<br />
ID3 Hou Xi - ponto de tonificação<br />
e de abertura<br />
B62 Shen Mai – ponto mo de<br />
conexão<br />
B60 Kun Lun<br />
R1 Yang Quan - 1º ponto de<br />
sedação e ponto jing<br />
R3 Tai Xi<br />
VB29 Ju Liao<br />
VB30 Huan Tiao<br />
VB31 Feng Shi<br />
lateralmente a 5º articulação metacarpofalangeana, proximal<br />
a cabeça do 5º osso metacarpiano<br />
depressão distal, diretamente abaixo do maléolo lateral da<br />
fíbula<br />
na depressão entre o maléolo lateral da fíbula e a inserção<br />
do tendão calcâneo (tuberosidade calcânea)<br />
na perna, entre 3º e 4º articulação metacarpofalangeana, no<br />
terço superior dos ossos metatársicos<br />
medial, na depressão entre o maléolo medial e a<br />
tuberosidade calcânea<br />
ponto médio entre a protusão óssea de espinha ilíaca ventral<br />
cranial e o trocânter maior do fêmur. Na depressão rasa<br />
entre os músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata<br />
ponto médio, em uma depressão entre o trocânter maior do<br />
fêmur e a tuberosidade isquiática, ligeiramente dorsal, entre<br />
os músculos glúteo superior e bíceps femoral<br />
no aspecto lateral da coxa, entre o músculo quadríceps<br />
femoral e o músculo bíceps femoral, no meio de uma linha<br />
entre o trocânter maior e o epicôndilo lateral femoral<br />
dor no ombro<br />
dor no membro pélvico<br />
63<br />
dor ou paralisia do membro<br />
pélvico<br />
emergências, problemas de<br />
micção<br />
distúrbios urogenitais, dores<br />
locais, inchaços e inflamação<br />
do jarrete<br />
doença da articulação do<br />
quadril, dores e paralisias na<br />
extremidade posterior<br />
dores e paralisia do quarto<br />
posterior, displasia do quadril,<br />
artrite coxofemoral, inchaços<br />
da extremidade, dores<br />
isquiáticas<br />
dores e paralisia do quarto<br />
posterior, displasia do quadril,<br />
artrite coxofemoral, inchaços<br />
da extremidade, dores<br />
isquiáticas
VB34 Yang Ling Quan - ponto<br />
mestre dos músculos, tendões e<br />
articulações.<br />
E36 Zu San Li - ponto mestre,<br />
ponto de tonificação<br />
BP6 San Yin Jiao - ponto de<br />
cruzamento dos três meridianos<br />
Yin<br />
B20 Pi Shu - ponto de<br />
associação do baço.<br />
B23 Shen Shu - ponto de<br />
associação do rim<br />
VG3 Bai Hui<br />
no espaço interósseo, na depressão cranial e ventral à<br />
cabeça da fíbula<br />
em um aprofundamento lateral à tuberosidade tibial, na base<br />
do músculo tibial cranial<br />
atrás da extremidade medial da tíbia, deve-se repartir em 4<br />
uma linha do côndilo medial ao maléolo medial, o ponto é o<br />
limite do quarto inferior<br />
uma largura de costela (1 tsun), lateral a extremidade inferior<br />
do processo espinhoso da 12º vértebra torácica<br />
um tsun lateral à extremidade inferior do processo espinhoso<br />
da 2º vértebra lombar<br />
dorsomedial, entre o processo espinhoso do sacro e a última<br />
vértebra lombar (espaço lombossacral)<br />
Fonte: Adaptado de Draehmpaehl e Zoehmann, 1994 e de Schoen, 2006.<br />
Nota: a ID=intestino delgado; B=bexiga; R=rim; VB=vesícula biliar; E=estômago; BP=baço e pâncreas; VG=vaso governador.<br />
64<br />
edemas e dores na articulação<br />
do joelho, fraqueza, distúrbios<br />
dos músculos e tendões,<br />
paresia ou paralisia dos<br />
membros pélvicos<br />
ativação motora e psíquica em<br />
geral, ponto de tonificação<br />
geral para qualquer condição<br />
de deficiência, paralisia do<br />
membro pélvico, analgesia por<br />
acupuntura<br />
distúrbios do membro pélvico,<br />
fraqueza<br />
dorsalgias, ponto local para<br />
doença de disco intervertebral<br />
dorsalgias, ponto local para<br />
doença de disco intervertebral<br />
problemas<br />
posteriores<br />
nos membros
ID3<br />
Figura 17 - Vista lateral esquerda do corpo do cão, mostrando a localização de pontos de<br />
acupuntura usados no implante de ouro da paciente.<br />
Fonte: Adaptado de Moironª, 2007.<br />
E36<br />
BP6<br />
VB29<br />
Figura 18 - MP, vista plantar, mostrando a localização do ponto R1 (Yang Quan).<br />
Fonte: Schoen, 2006.<br />
R3<br />
B62<br />
B60<br />
VB30<br />
VB31<br />
VB34<br />
65
Figura 19 - Vista dorsal do corpo do cão, mostrando a localização dos pontos: B20 (Pi Shu), B23<br />
(Shen Shu) e VG3 (Bai Hui).<br />
Fonte: Schoen, 2006.<br />
Figura 20 - Demonstração do implante de ouro Figura 21 - Paciente voltando da anestesia<br />
na paciente.<br />
66
5 CONCLUSÃO<br />
O Estágio Supervisionado Obrigatório contribuiu para o aprendizado de<br />
técnicas importantes para reabilitação e saúde animal, técnicas estas que não<br />
foram aprendidas no decorrer da faculdade. Foi possível ampliar os horizontes<br />
para métodos novos de cura, ou ao menos, para melhor convívio com doenças de<br />
difícil tratamento que ainda não possuem cura.<br />
Com a realização do Estágio Supervisionado Obrigatório foi possível<br />
adquirir experiência profissional, conhecer métodos e pensamentos, distintos dos<br />
aprendidos na faculdade, para lidar com diversos problemas, porém visando<br />
sempre o mesmo resultado, a saúde e o bem estar animal.<br />
67
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
AGOSTINHOª, G. Entrevista demonstrando o uso do laser. Dia 27/10/2005.<br />
Disponível em: . Acesso em 25 ago. 2007.<br />
AGOSTINHO b , G. Matéria – Acupuntura tradicional. Disponível em:<br />
. Acesso em 25 ago. 2007.<br />
ALVARENGA, J.; PEDRO, C. R. Afecções da articulação coxofemoral. In: MIKAIL,<br />
S. e PEDRO, C.R. Fisioterapia Veterinária. São Paulo: Manole, p. 121-129,<br />
2006.<br />
BAGNATO, V. S. Acupuntura tradicional associada à laserpuntura no<br />
tratamento de lesões neurais em cães. Disponível em:<br />
. Acesso<br />
em 25 ago. 2007.<br />
BRINKER, PIERMATTEI e FLO. Manual de ortopedia e tratamento das<br />
fraturas dos pequenos animais. 3 ed. São Paulo: Manole, p. 406-417, 1999.<br />
CRICENTI, S. V. Acupuntura e moxabustão-localizaçao anatômica dos<br />
pontos. São Paulo: Manole, p. XI-XV, 2001.<br />
DRAEHMPAEHL, D.; ZOEHMANN, A. Acupuntura no cão e no gato: Princípios<br />
básicos e prática científica. São Paulo: Roca, p. 01-246, 1994.<br />
FERGUSONª, B. Techniques of Veterinary Acupuncture and Moxibustion. In: XIE,<br />
H.; PREAST, V. Xie’s Veterinary Acupuncture. Blackwell Publishing, p. 329-339,<br />
2007.<br />
FERGUSON b , B. Traditional Chinese Medicine. Disponível em:<br />
. Acesso em: 14 set. 2007.<br />
FERREIRA, M. V. O que é acupuntura. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, p. 34-49,<br />
1991.<br />
FLAWS, B. O segredo do diagnóstico chinês pelo pulso. São Paulo: Roca, p.<br />
4, 2005.<br />
FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. São Paulo: Roca, p. 1042-1045,<br />
2001.<br />
68
FREIBERG, R. A. HIV-AIDS Dietary Treatment in Chinese Medicine. Hiv<br />
Nutrition Update, v.6, n. 5, p. 1- 7, 2002. Disponível em:<br />
http://www.hivresources.com/Newsletter/Issue35/Final35.PDF. Acesso em 07 dez.<br />
2007.<br />
GILCHRIST, D. J. An Introducion to Veterinary Acupunture. Disponível em:<br />
. Acesso em: 14 set. 2007.<br />
HAYASHI, A. M.; MATERA, J. M.; SILVA, T. S.; CAMPOS, A. C. B.; PINTO, F.;<br />
CORTOPASSI, R. G. Eletro-acupuncture and chinese herbs for treatment of<br />
cervical invertebral disk disease in a dog. Journal of Veterinary Science, v. 8, n.<br />
1, p. 95-98, 2007.<br />
IMAMURA, S. T. Eletroacupuntura Ryodoraku. São Paulo: Sarvier, p. 3-5, 1995.<br />
INADA, T. Vasos Maravilhosos e Cronoacupuntura. São Paulo: Roca, p. 5-46,<br />
2000.<br />
JAEGER, G. T.; LARSEN, S.; SOLI, N.; MOE, L. Two years follow-up study of<br />
the pain-relieving effect of gold bead implantation in dogs whit hip-joint<br />
arthritis. Disponível em: < F:\Two years follow-up study of the pain-relieving effect<br />
of gold bead implantation in dogs with hip-joint arthritis.htm>. Acesso em 06 nov.<br />
2007.<br />
KEALY, J. K. e MCALLISTER, H. Radiologia e Ultra-sonografia do Cão e do<br />
Gato. 3 ed. São Paulo: Manole, p. 261-288, 2005.<br />
KENDALL, D. E. A scientific model for acupunture. Part I. American Journal of<br />
Acupunture, v. 17, n. 3, p. 251-268 1989.<br />
KIM, D. D.; PICA, A. M.; DURAM, R. G.; DURAN, W. N. Acupuncture reduces<br />
experimental renovascular hypertension through mechanisms involving<br />
nitric oxide synthases. Disponível em: < F:\Acupuncture Reduces Experimental<br />
Renovascular Hypertension Through Mechanisms Involving Nitric Oxide<br />
Synthases.htm>. Acesso em 06 nov. 2007.<br />
KLI<strong>DE</strong>, A. M. e KUNG, S. H. Veterinary Acupuncture. 2 ed. United States of<br />
America, p. 110-112; 174-175, 1982.<br />
LUNA, S. P. L.; ANGELI, A. L.; FERREIRA, C. L.; LETTRY, V.; SCOGNAMILLO-<br />
SZABÓ, M. Comparison of Pharmacopuncture, aquapuncture and<br />
acepromazine for sedation of horses. eCAM Advance Access published, 2006.<br />
MALMEGRIN, P. V. Redação - Acupuntura Veterinária. Disponível em:<br />
. Acesso em 09 set. 2007.<br />
MANN, F. Acupuntura: A Arte Chinesa de Curar. São Paulo: Hemus, p. 24; 29;<br />
51; 62; 99-121; 130, 1971.<br />
69
MACIOCIAª, G. Os fundamentos da medicina chinesa. São Paulo: Roca, p. 1-9;<br />
89-92, 1996.<br />
MACIOCIA b , G. In: Yu, C. S.; Fei, L. Guia Clínico de Ervas e Fórmulas na<br />
Medicina Chinesa. São Paulo: Roca, p. 1-310, 1996.<br />
MOIRONª, A. Artigo - Apresentação da acupuntura na clínica de pequenos<br />
animais. Disponível em: . Acesso em:<br />
11 jul. 2007.<br />
MOIRON b , A. Artigo – As seqüelas e técnicas da medicina tradicional<br />
chinesa em medicina veterinária. Disponível em:<br />
. Acesso em: 11 jul. 2007.<br />
MOIRON c , A. Artigo – O crescimento da acupuntura em medicina veterinária,<br />
na clínica de animais pequenos. Disponível em:<br />
. Acesso em: 11 jul. 2007.<br />
MOIRON d , A. Artigo – O interesse alopático pela acupuntura. Disponível em:<br />
. Acesso em: 11 jul. 2007.<br />
NÖTHLICH. Pulsologia chinesa: o estudo moderno e a prática clássica. In:<br />
Simpósio Brasileiro de Aperfeiçoamento em Acupuntura e Terapias Orientais do<br />
Centro Nacional de Estudos em Fitoterapia, Acupuntura e Terapias Orientais ,4<br />
(CIEFATO), 2006. Disponível em: .<br />
Acesso em: 11 jul. 2007.<br />
PARK, E.; SEONA-JO; SEONG, J.; NAM, T.;YANG, I.; CHOI, M.; YOON, Y. Effect<br />
of acupuncture in the treatment of young pigs with induced Escherichia coli<br />
diarrhea. Journal of Veterinary Science, v. 4, n. 2, p. 125-128, 2003.<br />
PRADIPTO, M. J. Zen shiatsu- equilíbrio energético e consciência do corpo.<br />
São Paulo: Summus, p.13-41, 1986.<br />
PEDRO, C. R. Osteoatrose. In: MIKAIL, S. e PEDRO, C. R. Fisioterapia<br />
Veterinária. São Paulo: Manole, p.153-155, 2006.<br />
ROSS, J. Zang Fu: Sistemas de Órgãos e Vísceras da Medicina Tradicional<br />
Chinesa. 2 ed. São Paulo: Roca, p. 3; 27, 1994.<br />
ROSS, J. Combinações dos pontos de acupuntura: A chave para o êxito<br />
clínico. São Paulo: Roca, p. 23-44, 2003.<br />
ROTHFELD, G.; LE VERT, S. A força vital e a medicina chinesa. Disponível<br />
em: < http://www.lupusonline.com.br/Alterna.asp>. Acesso em 25 ago. 2007.<br />
RUBIN, M. Manual de Acupuntura Veterinária. São Paulo: Andrei, p. 9-13,<br />
1983.<br />
70
SCHOEN, A. M. Acupuntura Veterinária: Da Arte Antiga à Medicina Moderna.<br />
São Paulo: Roca, p. 17-588, 2006.<br />
SIDORAK, M. Porque acupuntura. Rio de Janeiro: Colina, p. 47-55, 1984.<br />
SILVA, F. C. Moxibustão, sucção e sangria. Disponível em:<br />
. Acesso em 25 ago. 2007.<br />
SIQUEIRA e RODRIGUES. Moxabustão. 28/03/2007. Disponível em:<br />
. Acesso em<br />
02 set. 2007.<br />
SNOW, A.; ZIDONIS, N. The well – connected. A guide to canine dog<br />
acupressure. United States of America: Talgrass, p. 9- 25, 1999.<br />
SUSSMANN, D. G. Que é a acupuntura? As doenças que pode curar. Como<br />
age sobre o organismo. Rio de Janeiro: Record, p. 54-57; 167;177, 1972.<br />
TORRO, C. A. Atlas prático de acupuntura do cão. São Paulo: Varela, p. 7-34,<br />
1997.<br />
WEN, T. S. Acupuntura clássica chinesa. São Paulo: Cultrix, p. 22-23; 47- 50;<br />
197, 1985.<br />
YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional: A Arte de Inserir. São Paulo: Roca,<br />
p. XLIV-LIX; 10-24, 2001.<br />
YAMAMURA, Y. Entendendo Medicina Chinesa Acupuntura. São Paulo:<br />
Center AO, p. 01-200, 2006.<br />
YAMAMURA, Y; MELLO, L. E. A. M.; NOVO, N, F.; GUIMARÃES, C. M.;TABOSA,<br />
A. Aspectos elétricos das agulhas de acupuntura/Eletric aspects of the<br />
acupunture needles. 1996. Disponível em: . Acesso em 11 jul.<br />
2007.<br />
71