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Capítulo - Editora IBEP

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SERES VIVOS: a vida maravilhosa na Terra<br />

Helvio Nicolau Moisés<br />

7° ano<br />

ENSINO FUNDAMENTAL<br />

CIÊNCIAS


Helvio Nicolau Moisés<br />

CIÊNCIAS - ENSINO FUNDAMENTAL<br />

Helvio Nicolau Moisés<br />

Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Bacharel e<br />

licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.<br />

Professor de Ciências e Biologia em escolas públicas e particulares. Coordenador de projetos<br />

visando ao desenvolvimento sustentável local e regional. Autor de coleções didáticas de Biologia<br />

para o Ensino Médio e de artigos sobre políticas públicas, gestão ambiental e sustentabilidade.<br />

SERES VIVOS: a vida maravilhosa na Terra<br />

3a edição<br />

São Paulo - 2012<br />

7 0<br />

ano<br />

MANUAL DO PROFESSOR


Coleção Ciências da Natureza<br />

Seres vivos: a vida maravilhosa na Terra – 7 o ano<br />

© <strong>IBEP</strong>, 2012<br />

Diretor superintendente Jorge Yunes<br />

Gerente editorial Célia de Assis<br />

Editor Célia de Assis<br />

Assistente editorial Mariana R. Penteado<br />

Preparação e revisão Maria Inez de Souza<br />

Produção editorial Paula Calviello<br />

Produção gráfica José Antonio Ferraz<br />

Assistente de produção gráfica Eliane M. M. Ferreira<br />

Coordenadora de iconografia Maria do Céu Pires Passuello<br />

Assistente de iconografia Adriana Neves<br />

Coordenadora de Arte Karina Monteiro<br />

Assistente de Arte Marilia Vilela<br />

Tomás Troppmair<br />

Ilustrações Cecília Ywashita<br />

Cícero Soares<br />

Luis Moura<br />

Projeto gráfico Ulhôa Cintra<br />

Capa Departamento de arte <strong>IBEP</strong><br />

Diagramação N-Publicações<br />

M724s<br />

3.ed.<br />

CIP BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE<br />

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ<br />

Moisés, Helvio Nicolau<br />

Seres vivos : a vida maravilhosa na Terra : 7 o ano / Helvio Nicolau Moisés. - 3.ed. -<br />

São Paulo : <strong>IBEP</strong>, 2012.<br />

il. ; 28 cm. (Ciências da natureza)<br />

ISBN 978-85-342-3104-6 (aluno) - 978-85-342-3108-4 (mestre)<br />

1. Ciências - Estudo e ensino (Ensino fundamental). I. Título. II. Série.<br />

12-1832. CDD: 372.35<br />

CDU: 373.3.016:5<br />

23.03.12 04.04.12 034251<br />

3 a edição – São Paulo – 2012<br />

Todos os direitos reservados<br />

Av. Alexandre Mackenzie, 619 – Jaguaré<br />

São Paulo – SP – 05322-000 – Brasil – Tel.: (11) 2799-7799<br />

www.ibep-nacional.com.br editoras@ibep-nacional.com.br


Prezado estudante<br />

Nosso planeta é compartilhado por milhões de espécies de seres<br />

vivos, cada uma com sua aparência e sua maneira de viver. Este livro é<br />

um convite ao conhecimento dessa vida maravilhosa.<br />

Estudaremos como eles são, como vivem e se reproduzem.<br />

Conheceremos suas relações com o ambiente, o que representam<br />

uns para os outros e qual sua importância para a espécie humana.<br />

Ao terminar seus estudos, você vai ver com outros olhos os seres<br />

vivos que estão à sua volta.<br />

O autor


Como é o seu livro<br />

Unidades e capítulos<br />

Este livro é formado por unidades e estas são<br />

divididas em capítulos.<br />

Em cada capítulo, há várias seções.<br />

Trocando ideias<br />

Nesta seção você encontrará perguntas que vão conduzir à troca<br />

de ideias com seus colegas e o professor ou professora. Anote suas<br />

respostas e volte a elas quando terminar o capítulo, para ver o que<br />

aprendeu.<br />

Pense e responda<br />

No decorrer do capítulo, você encontrará perguntas para reflexão.<br />

Você deve resolver a questão antes de prosseguir.<br />

Saiba mais<br />

São momentos de leitura com informações sobre o meio ambiente,<br />

saúde, novas descobertas tecnológicas etc.<br />

Professor, ao iniciar este livro, folheie as páginas com<br />

os alunos mostrando como é sua organiza-ção desde<br />

o sumário até as últimas páginas. Certifique-se de que<br />

eles compreendam o que se espera deles em cada<br />

seção. No Manual do Professor você encontrará detalhamento<br />

das seções de como conduzir os conteúdos<br />

de cada uma delas


Analise (a foto,<br />

a tabela, a ilustração,<br />

o gráfico)<br />

Analisando gráficos, tabelas,<br />

ilustrações e fotos,<br />

você aprenderá muitas<br />

coisas.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

Nesta seção, você vai<br />

encontrar palavras<br />

cujo significado, talvez,<br />

você não conheça.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Esta seção é um convite<br />

para você aplicar seus conhecimentos<br />

para resolver<br />

uma questão em uma nova<br />

situação.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Ao final de cada unidade,<br />

propomos atividades para<br />

analisar a qualidade de vida<br />

na escola, no bairro, em sua<br />

cidade e na sua casa.<br />

Chame a atenção dos alunos para estes fatos:<br />

1. O tamanho dos seres vivos geralmente está escrito na legenda.<br />

2. Nos esquemas, as figuras não são proporcionais ao tamanho real, e<br />

as cores são fantasia, isto é, não correspondem às cores reais.<br />

Investigue e<br />

relate<br />

Esta seção propõe uma<br />

pesquisa para você obter<br />

dados por meio de experiências,<br />

observações do<br />

ambiente, entrevistas,<br />

levantamento de opinião.<br />

Revise seus conhecimentos<br />

Nesta seção, você vai responder<br />

à questões sobre os<br />

assuntos do capítulo.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Você pode trabalhar com<br />

seus colegas de equipe<br />

sempre que quiser. Mas,<br />

nesta seção, você terá<br />

de trabalhar sempre em<br />

grupo.<br />

No final do livro, a seção<br />

Ciência em revista<br />

trata mais a fundo um<br />

assunto da atualidade.<br />

Você também encontrará<br />

uma lista de livros<br />

para sua leitura.


Sumário<br />

Unidade 1 Descobrindo os seres vivos<br />

<strong>Capítulo</strong> 1 Como são os seres vivos ................................................................... 10<br />

Composição dos seres vivos ......................................................................12<br />

Organização dos seres vivos .....................................................................12<br />

<strong>Capítulo</strong> 2 Ciclo vital e reprodução .................................................................... 19<br />

Ciclos de vida ............................................................................................ 20<br />

Dois modos de reprodução ...................................................................... 22<br />

Hereditariedade: transmissão de informações ....................................... 22<br />

<strong>Capítulo</strong> 3 Energia: sem ela não há vida ........................................................... 26<br />

O combustível dos seres vivos .................................................................. 27<br />

Produtores e consumidores ..................................................................... 27<br />

<strong>Capítulo</strong> 4 As diversas formas de vida ............................................................... 32<br />

A diversidade da vida ............................................................................... 33<br />

Classificação: organizando a diversidade ............................................... 34<br />

Os reinos ................................................................................................... 36<br />

<strong>Capítulo</strong> 5 Explicando a diversidade: a Teoria da Evolução ............................. 41<br />

A história da vida ..................................................................................... 42<br />

A escala de tempo geológico .................................................................. 44<br />

Como ocorrem as adaptações ...................................................................46<br />

Unidade 2 O mundo dos micróbios<br />

<strong>Capítulo</strong> 6 As bactérias ......................................................................................... 56<br />

Bactérias .................................................................................................... 57<br />

<strong>Capítulo</strong> 7 As algas .............................................................................................. 65<br />

Como são as algas .................................................................................... 66<br />

Ecologia das algas .................................................................................... 68<br />

<strong>Capítulo</strong> 8 Os protozoários .................................................................................. 72<br />

Como são os protozoários ....................................................................... 73<br />

Ecologia dos protozoários ....................................................................... 74<br />

<strong>Capítulo</strong> 9 Os fungos ............................................................................................ 81<br />

Como são os fungos ................................................................................. 82<br />

Ecologia dos fungos ................................................................................. 84<br />

Relações com a espécie humana ............................................................. 85<br />

Unidade 3 Animais invertebrados<br />

<strong>Capítulo</strong> 10 Os poríferos ....................................................................................... 90<br />

Como são os poríferos ............................................................................. 91<br />

Relações com a espécie humana ............................................................. 93<br />

<strong>Capítulo</strong> 11 Os cnidários ....................................................................................... 96<br />

Como são os cnidários .............................................................................. 97<br />

Os recifes de corais ................................................................................. 101<br />

<strong>Capítulo</strong> 12 Vermes planos ................................................................................. 104<br />

Como são os platelmintos ...................................................................... 105<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 107<br />

Prevenção aos vermes parasitas ............................................................ 109<br />

<strong>Capítulo</strong> 13 Vermes cilíndricos ............................................................................ 113<br />

Como são os nematódeos ...................................................................... 114<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 116<br />

<strong>Capítulo</strong> 14 Vermes segmentados ...................................................................... 119<br />

Como são os anelídeos ........................................................................... 120<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 123


<strong>Capítulo</strong> 15 Os moluscos ..................................................................................... 126<br />

Como são os moluscos ........................................................................... 127<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 128<br />

<strong>Capítulo</strong> 16 Invertebrados com pernas .............................................................. 134<br />

Como são os artrópodes ........................................................................ 135<br />

Insetos ..................................................................................................... 135<br />

Aracnídeos .............................................................................................. 139<br />

Crustáceos ............................................................................................... 142<br />

Os artrópodes e a espécie humana ....................................................... 143<br />

<strong>Capítulo</strong> 17 Os esquimodermos ......................................................................... 148<br />

Como são os esquimodermos ................................................................ 149<br />

Um sistema exclusivo de locomoção ..................................................... 150<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 151<br />

Unidade 4 Animais vertebrados<br />

<strong>Capítulo</strong> 18 Os peixes .......................................................................................... 156<br />

Como são os peixes ................................................................................ 157<br />

Ciclo vital dos peixes .............................................................................. 161<br />

Ecologia dos peixes ................................................................................ 164<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 166<br />

<strong>Capítulo</strong> 19 Os anfíbios ....................................................................................... 168<br />

Como são os anfíbios ............................................................................. 169<br />

Ecologia dos anfíbios ............................................................................. 172<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 173<br />

<strong>Capítulo</strong> 20 Os répteis ......................................................................................... 175<br />

Como são os répteis ............................................................................... 176<br />

Ecologia dos répteis ............................................................................... 178<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 181<br />

<strong>Capítulo</strong> 21 As aves ............................................................................................. 183<br />

Como são as aves .................................................................................... 184<br />

Ecologia das aves .................................................................................... 187<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 191<br />

<strong>Capítulo</strong> 22 Os mamíferos .................................................................................. 193<br />

Como são os mamíferos ......................................................................... 194<br />

Ecologia dos mamíferos ......................................................................... 197<br />

Relações com a espécie humana ........................................................... 201<br />

Unidade 5 O reino das plantas<br />

<strong>Capítulo</strong> 23 Como são as plantas ....................................................................... 208<br />

Classificação das plantas ........................................................................ 209<br />

As plantas e a fotossíntese .................................................................... 210<br />

Obtenção de matéria-prima .................................................................. 211<br />

Transporte de materiais ......................................................................... 212<br />

<strong>Capítulo</strong> 24 Briófitas: musgos e hepáticas ......................................................... 217<br />

Como são as briófitas ............................................................................. 218<br />

Ecologia e diversidade ........................................................................... 220<br />

<strong>Capítulo</strong> 25 Pteridófitas: samambaias e avencas .............................................. 221<br />

Como são as pteridófitas ....................................................................... 222<br />

Ecologia das pteridófitas ....................................................................... 223<br />

<strong>Capítulo</strong> 26 Gimnospermas: pinheiros e ciprestes ............................................ 226<br />

Como são as gimnospermas .................................................................. 227<br />

Ecologia e diversidade ........................................................................... 229<br />

<strong>Capítulo</strong> 27 Angiospermas: plantas frutíferas .................................................. 231<br />

Como são as angiospermas .................................................................... 232<br />

Ecologia e diversidade ........................................................................... 235<br />

Ciência em revista ......................................................................................... 246<br />

Referências bibliográficas ........................................................................ 258


Unidade 1<br />

Onça-pintada e frutos do guaraná,<br />

da Amazônia. Fotos reproduzidas<br />

em escalas diferentes de tamanho.<br />

Descobrindo os seres vivos<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

Existe uma grandeza no modo de se ver a vida (...)<br />

como sendo inicialmente criada em algumas formas<br />

ou em uma só; e que, enquanto este planeta foi girando<br />

de acordo com as leis fi xas da gravidade, de um come-<br />

ço tão simples, infi nitas e maravilhosas formas tenham<br />

evoluído e continuem a evoluir.<br />

Charles Darwin<br />

Leia com os alunos essa frase e peça que expliquem o que compreenderam. No Manual do<br />

Professor, você encontrará mais informações sobre Charles Darwin e seu trabalho.<br />

Getty Images


10<br />

Eric Grave/Science Photo Library<br />

<strong>Capítulo</strong> 1<br />

Como são os seres vivos<br />

Parece não haver difi culdade em identifi car diversos seres vivos que encontramos ao nosso<br />

redor.<br />

Insetos, animais domésticos, plantas, pragas urbanas... Mas, o que eles têm em comum que<br />

nos faz considerá-los vivos?<br />

Essa foi a primeira pergunta feita pelos cientistas dos programas espaciais que buscam vida<br />

em outros astros. Como reconhecer seres vivos em um ambiente provavelmente diferente do<br />

nosso?<br />

Nas fotos que seguem estão os representantes dos principais grupos de seres vivos.<br />

O paramécio é um ser unicelular.<br />

Ampliação: 342 vezes. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Fungo. Espécie de 3 cm de altura.<br />

AbleStock


Alga. Espécie com 20 cm de altura.<br />

Planta. Cada folha tem cerca de 10 cm de largura.<br />

Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Que tipos de substâncias entram na composição de um animal?<br />

E de um fungo?<br />

Um animal é feito de células? E uma planta?<br />

Fabio Colombini<br />

Animal. Tigre, com 2,5 m de comprimento, mais<br />

80 cm de cauda.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes de tamanho.<br />

Respostas pessoais para os alunos verbalizar o que sabem. Existem<br />

várias possibilidades de respostas e elas estão comentadas no Manual<br />

do Professor.<br />

Troque ideias com seus colegas e escreva em seu caderno uma frase sobre a composição e a<br />

estrutura dos seres vivos.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 11<br />

Fotos: AbleStock


12<br />

Composição dos seres vivos<br />

Do que são feitos os seres vivos? A análise química revela que todos são compostos dos<br />

mesmos tipos básicos de substâncias, tais como, água, sais minerais, proteínas, carboidratos,<br />

gorduras e ácidos nucleicos.<br />

A água e os sais minerais são encontrados no seres vivos, mas também estão presentes em<br />

elementos do meio físico, como as rochas, o ar, o solo e a água.<br />

As proteínas, os carboidratos, as gorduras, os ácidos nucleicos são sintetizados pelos seres<br />

vivos. Daí vem o nome de substâncias orgânicas. A água e os sais minerais são substâncias inorgânicas.<br />

Embora sejam feitos dos mesmos tipos de substâncias, os seres vivos têm quantidades<br />

variadas de cada uma delas. Confira os dados na tabela a seguir.<br />

Analise<br />

a tabela<br />

1. A alface tem mais carboidratos do que o camarão?<br />

Sim. A alface tem um pouco mais de carboidratos.<br />

2. O camarão tem mais proteínas do que a alface? Sim. O camarão tem muito mais proteínas do que a alface.<br />

3. Qual deles contém mais água? A alface.<br />

4. Qual apresenta maior quantidade de em sais minerais? O camarão.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Composição da alface e do camarão<br />

Alimento (100 g)<br />

Substância<br />

Alface Camarão<br />

Água<br />

Sais minerais<br />

Proteínas<br />

Carboidratos<br />

Gorduras<br />

Organização dos seres vivos<br />

Há muito tempo se percebe que cada organismo individual é uma unidade composta de<br />

partes diferenciadas. Na pré-história conhecia-se as partes dos corpos de animais utilizados<br />

na alimentação, e há registros de dissecação de corpos humanos que remontam a 2 500 anos,<br />

realizadas por Alcmeon, um médico grego.<br />

95,4<br />

0,2<br />

1,3<br />

2,9<br />

0,2<br />

76,4<br />

0,7<br />

20,3<br />

0,9<br />

1,7


O encontro de partes semelhantes em<br />

animais diversos levou à identificação de<br />

órgãos, tais como o coração, o estômago<br />

e os pulmões. Séculos depois, o estudo<br />

microscópico dos órgãos revelou as menores<br />

unidades estruturais dos seres vivos,<br />

as células.<br />

Em 1838, o botânico alemão Mathias<br />

Schleiden (1804-1881) afirmou, em artigo,<br />

que todos os tecidos vivos de plantas<br />

seriam constituídos de células. No ano seguinte,<br />

um compatriota seu, o zoólogo<br />

Theodor Schwann (1810-1882), declarou o<br />

mesmo sobre os tecidos animais. Foi assim,<br />

proposta a chamada Teoria Celular: “Todos<br />

os seres vivos são formados por células<br />

e seus produtos”. Essa teoria foi complementada em 1855, quando o médico polonês Rudolf Virchow<br />

(1821-1902) sugeriu, que “toda célula se origina de células preexistentes”.<br />

Saiba mais<br />

Corte de cortiça ao microscópio: pequenas caixas (células, em latim).<br />

A ampliação da foto é de cerca de 600 vezes.<br />

O microscópio e a Ciência desvendam o mundo das células<br />

Há registros já em 1249 do uso de óculos feitos com lentes de aumento tanto na Europa<br />

como na China. O uso de lentes para investigar os seres vivos, entretanto, só acontece<br />

quatro séculos depois, época do nascimento da ciência moderna.<br />

A fabricação de óculos tornou-se um negócio e estava muito adiantada na Holanda<br />

no final do século XVI, quando os irmãos Jansen os produziam em oficina própria. Por<br />

volta de 1600, Zacharias Jansen (1580-1628) teve a ideia de colocar uma lente em cada<br />

extremidade de um tubo e percebeu que efetivamente obtinha um aumento maior do<br />

que cada lente produzia isola damente. Esse tubo com duas lentes é tido como o primeiro<br />

microscópio composto, mas a qualidade da imagem não era muito boa e também<br />

não há registro de seu uso para finali dades científicas.<br />

Com a melhoria das imagens do microscópio composto e o aumento do interesse na<br />

pesquisa de microestruturas biológicas, em 1658 foram descobertos os glóbulos vermelhos<br />

do sangue e, em 1660, foram vistos os capilares sanguíneos.<br />

Em 1665, foi publicada a obra Micrographia, do físico e botânico inglês Robert<br />

Hooke (1635-1703), em que foram apresentados diversos desenhos feitos por ele, baseados<br />

nas imagens vistas por um microscópio aperfeiçoado que ele mesmo construiu. Entre os<br />

desenhos, tornou-se famoso o que mostra a estrutura de uma fatia muito fina de cortiça.<br />

Hooke relatou que esse material era formado por “pequenas caixas, semelhantes a um favo<br />

de mel”, às quais deu o nome de células. Esse foi o nome escolhido para designar a unidade<br />

microscópica estrutural de todos os seres vivos.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 13<br />

Andrew Syred/Science Photo Library


14<br />

Pouco depois, em 1676, usando um microscópio de uma lente com excelente qualidade,<br />

o comerciante e cientista amador holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723) estudou<br />

a água de um lago e descobriu que continha inúmeros organismos muito pequenos,<br />

nunca vistos anteriormente. São de sua autoria as primeiras descrições de protozoários,<br />

bactérias e espermatozoides.<br />

Os microscópios ópticos modernos são descendentes sofisticados do microscópio composto<br />

e produzem imagens ampliadas até mil vezes. Como a luz deve atravessar o objeto<br />

estudado para chegar aos nossos olhos, é necessário que ele seja translúcido e é desejável<br />

que seja colorido. Por essa razão, é comum se fazer fatias bem finas de materiais opacos<br />

e se colorir artificialmente os tecidos observados.<br />

O microscópio eletrônico, inventado em 1932, não utiliza raios de luz, e sim feixes de<br />

elétrons, de maneira semelhante ao que acontece num tubo de televisão. Atualmente é<br />

possível obter ampliações de até mais de 500 mil vezes com esse equipamento.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

AbleStock<br />

O microscópio óptico antigo foi substituído pelo microscópio óptico moderno. Já o microscópio eletrônico permite observar com<br />

melhor precisão as células.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes de tamanho.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Se em sua escola houver microscópio, organize com seus colegas e seu professor uma<br />

investigação para examinar um pouco de água retirada de um lago ou uma poça, um pedaço<br />

bem fino de casca de cebola ou de uma folha.<br />

Desenhe suas observações e anote quantas vezes a imagem foi ampliada. Você tinha ideia<br />

do que havia em uma gota de água de um lago ou poça? Resposta pessoal.<br />

AbleStock


Os níveis de integração das células<br />

O nível de organização mais simples é o unicelular. Em algumas espécies, cada ser vivo é<br />

formado de uma única célula independente. Em outras espécies, os organismos são constituídos<br />

de muitas células intimamente ligadas e trabalhando em conjunto.<br />

Bactérias (em laranja) sobre a mucosa do nariz. Ampliada<br />

cerca de 2 000 vezes.<br />

O corpo de um ser pluricelular é uma unidade organizada em vários níveis estruturais, cada um<br />

dos quais é integrado pelos níveis que estão abaixo. Eis um exemplo: organismos individuais, sistemas<br />

de órgãos, órgãos, tecido e células, que são as menores unidades estruturais dos organismos<br />

pluricelulares.<br />

O organismo é o resultado do funcionamento<br />

integrado dos sistemas que realizam as<br />

funções vitais: sustentação, respiração, circulação,<br />

digestão, reprodução etc.<br />

Cada um desses sistemas é composto de<br />

órgãos que contribuem para a função realizada.<br />

Assim, a boca, o estômago e os intestinos<br />

são órgãos do sistema digestório que cooperam<br />

para a digestão dos alimentos.<br />

Olhando um pedacinho do órgão ao microscópio,<br />

notamos que ele é constituído por tecidos<br />

celulares diferentes. O estômago, por<br />

exemplo, mostra-se recoberto por tecido epitelial<br />

de revestimento e apresenta tecido muscular<br />

e tecido nervoso.<br />

A vida do organismo depende do funcionamento<br />

integrado de seus sistemas, do bom<br />

desempenho dos órgãos que o compõem, de<br />

seus tecidos e células.<br />

Em algumas espécies, os indivíduos vivem<br />

associados, formando colônias ou sociedades.<br />

As colô nias se caracterizam pela ligação física<br />

entre seus componentes. Nas sociedades, os<br />

indivíduos dependem uns dos outros, mas vivem<br />

separados.<br />

NYT Photos<br />

A vorticela é um ser unicelular aquático que vive em<br />

colônia, unida a outras vorticelas por uma base. Na foto,<br />

ela está ampliada cerca de 200 vezes.<br />

Os corais são seres ligados uns aos outros, formando<br />

colônias.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes de tamanho.<br />

As abelhas vivem em sociedade, cada uma colaborando<br />

para a vida de todas.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 15<br />

Andrew Syred/Science Photo Library<br />

NYT Photos<br />

AbleStock


16<br />

Níveis de organização acima do indivíduo<br />

Muitos organismos não sobrevivem por muito tempo se um de seus sistemas para de funcionar;<br />

não vivem sem água, ar e outras substâncias do ambiente e não se reproduzem se forem<br />

separados de outros seres de sua espécie. Isso nos faz perceber níveis de organização que vão<br />

além do organismo. Os níveis mais altos de organização incluem: população, comunidade biológica,<br />

bioma e biosfera.<br />

População é o conjunto de indivíduos da mesma espécie que convivem em um mesmo local,<br />

durante determinado período de tempo. Os integrantes de uma população têm mais chances<br />

de reproduzir entre si do que com indivíduos da mesma espécie que vivem em populações vizinhas.<br />

População de borboletas-estaladeiras que podem ser encontradas no pátio da escola é<br />

um exemplo.<br />

Comunidade biológica é o conjunto de populações de diferentes espécies que convivem em<br />

uma mesma localidade. Um exemplo é “a comunidade de insetos (borboletas, abelhas, formigas,<br />

percevejos, besouros etc.) que podem ser encontrados no pátio da escola”.<br />

Ao conjunto formado por uma comunidade biológica mais o seu ambiente físico (incluindo<br />

fatores como insolação, disponibilidade de água e temperatura) dá-se o nome de ecossistema.<br />

Biomas são grandes extensões de paisagens que se caracteriza pela semelhança fisionômica,<br />

como as florestas (Floresta Amazônica e Floresta Atlântica), as savanas (Pantanal, Cerrado e<br />

Caatinga) e os campos ( Campo Sulinos).<br />

Biosfera é o conjunto de todos os seres vivos encontrados na Terra, o que equivale a dizer<br />

que o termo abrange todos os biomas do planeta.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

população<br />

Cores-fantasia.<br />

Níveis de organização biológica<br />

ecossistema<br />

sistema<br />

órgão<br />

comunidade<br />

biológica<br />

tecido<br />

indivíduo<br />

biosfera<br />

célula<br />

Esquema representativo dos diferentes níveis de organização biológica.<br />

Cecília Iwashita


Analise<br />

a ilustração<br />

1. Qual a menor unidade dos seres vivos representada na ilustração? A célula.<br />

2. Qual o mais alto nível de organização representado na ilustração? A biosfera.<br />

3. Qual o mais alto nível de organização da vida que contém uma única espécie?<br />

4. Quantas populações estão representadas na comunidade da ilustração?<br />

5. Qual a diferença entre comunidade biológica e ecossistema?<br />

População.<br />

São seis (árvore, veado, ave,<br />

capivara, jacaré e onça).<br />

Comunidade leva em conta apenas os seres vivos que convivem em certa região; já ecossistema contempla também os elementos não vivos.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

biólogo: cientista que estuda os seres vivos.<br />

célula: menor unidade de um ser vivo.<br />

espécie: Conjunto de seres vivos que têm o potencial de se reproduzir e gerar descendentes<br />

férteis.<br />

microscópio: aparelho que amplia a imagem do objeto observado.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. O que são substâncias orgânicas?<br />

2. O que estabelece a Teoria Celular?<br />

3. Por que a célula tem esse nome?<br />

4. O que são seres vivos unicelulares?<br />

5. Quando um ser vivo pode ser chamado de colonial?<br />

1. Substâncias orgânicas são sintetizadas pelos<br />

seres vivos.<br />

2. Todos os seres vivos são feitos de células e seus<br />

produtos se originam de células.<br />

3. O nome usado por Hooke para designar as<br />

unidades do tecido de cortiça que observou foi<br />

adotado por outros microscopistas para nomear<br />

a unidade de qualquer tecido vivo.<br />

4. São aqueles formados por uma única célula.<br />

5. Quando é formado por vários indivíduos unidos<br />

fisicamente.<br />

6. Na colônia, os indivíduos estão unidos fisicamente;<br />

na sociedade, não estão.<br />

7. Célula óssea, osso, sistema esquelético.<br />

8. A principal relação entre organismos de uma<br />

população é a reprodução, que perpetua a vida<br />

da espécie.<br />

9. Resposta pessoal.<br />

6. Qual a diferença entre colônia de seres vivos e sociedade de seres vivos?<br />

7. Quais são os níveis de organização que podem ser identificados no sistema esquelético?<br />

8. Qual a principal relação que se estabelece entre os organismos de uma população?<br />

9. Escreva, com suas palavras, o que são: uma comunidade, um ecossistema, um bioma e<br />

a biosfera.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 17


18<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Nas cidades encontramos muitas espécies<br />

de seres vivos. Eles vivem nas árvores,<br />

nos bueiros e nas construções.<br />

1. Que espécies de seres vivos podem ser<br />

encontradas nas cidades?<br />

Pardais, baratas, minhocas, gatos, ratos e muitas outras.<br />

2. Essas espécies interagem entre si? Dê<br />

Sim. Os pardais comem insetos, os<br />

um exemplo.<br />

3. Com base no que foi estudado dê<br />

exemplos de Seres vivos que inte-<br />

gram um jardim.<br />

gatos comem ratos.<br />

Formigas, minhocas, tatuzinho, plantas, caramujo, borboleta,<br />

pulgões, percevejos, besouros, etc.<br />

4. Diferentes espécies de seres vivos<br />

encontradas em um jardim formam<br />

uma população ou uma comunidade<br />

biológica?<br />

5. Que recursos não vivos das cidades<br />

são utilizados pelos seres que nelas<br />

vivem?<br />

Ar, água, gás oxigênio, gás carbônico, sais minerais.<br />

4. Uma comunidade. População biológica é, por defi nição,<br />

um conjunto formado por indivíduos de uma mesma espécie;<br />

comunidade, por sua vez, é o conjunto formado pelas<br />

diversas populações, de diferentes espécies, que vivem em<br />

um mesmo local.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Os pombos são comuns em cidades. Eles se alimentam de<br />

sementes, frutos e migalhas que encontram pelo chão.<br />

Foto não proporcional do tamanho real.<br />

Faça uma pesquisa em livros, jornais e na internet para descobrir quais são os principais<br />

biomas de nosso país.<br />

Identifi que no material pesquisado a qual bioma pertence a região onde você mora.<br />

AbleStock


<strong>Capítulo</strong><br />

2<br />

Ciclo vital e reprodução<br />

Choveu e o feijão germinou.<br />

Ele cresceu e formou um feijoeiro.<br />

O feijoeiro cresceu e fl oresceu.<br />

As fl ores formaram vagens com feijões.<br />

As vagens abriram e os feijões caíram na terra.<br />

Será que os seres humanos passam por um<br />

processo semelhante a esse?<br />

Começou a crescer. As folhas se abriram.<br />

O feijoeiro formou fl ores.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

O feijão germinou.<br />

As fl ores formaram vagens com<br />

feijões.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 19<br />

Fotos: Fabio Colombini


20<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Bebê.<br />

Adolescência.<br />

!<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

AbleStock<br />

Laureni Fochetto<br />

A semente germina e forma um pé de feijão, que cresce, floresce, frutifica e forma<br />

sementes que germinam.<br />

Qual é o ciclo de vida do feijoeiro?<br />

Qual é a fase jovem desse ciclo? É a plantinha que se formou da semente.<br />

Quando o feijoeiro fica adulto?<br />

Escreva em seu caderno outro exemplo de ciclo de vida.<br />

Nesta troca de ideias não se espera que os alunos respondam às questões corretamente. O importante é que verbalizem o que sabem.<br />

Ciclos de vida<br />

Quando produz as primeiras flores, tornando-se assim capaz de gerar seus próprios descendentes<br />

O ciclo de vida de uma espécie começa quando o indivíduo se forma e recomeça quando ele<br />

se reproduz e gera um novo indivíduo.<br />

O ser humano, por exemplo, tem um ciclo de vida que começa no nascimento e se prolonga<br />

pela infância, adolescência e idade adulta. Quando o adulto tem filhos, o ciclo recomeça.<br />

Infância.<br />

Idade adulta: nascem os filhos.<br />

Renata Meloo / Pulsar Imagens<br />

Iara Venanzi / Kino


Existem muitos seres vivos, como os insetos, cujas fases do ciclo de vida são muito diferentes<br />

umas das outras. Uma fêmea adulta da borboleta-monarca, por exemplo, bota ovos nas folhas<br />

e deles saem lagartas. Elas comem folhas durante certo tempo e crescem. Quando chegam a<br />

determinado tamanho, elas se prendem a uma superfície e transformam-se em pupa, também<br />

chamada de crisálida. Ocorrem, nesse momento, modificações em que a lagarta se transforma<br />

em borboleta adulta: é a metamorfose. Ela então acasala, bota ovos e outro ciclo se inicia.<br />

Borboleta-monarca adulta. Mede 8 cm da ponta de uma asa a outra.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Lagarta pronta<br />

para empupar.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Fotos da página: Fabio Colombini<br />

Lagarta.<br />

Pupa ou crisálida. Borboleta adulta pronta<br />

para a reprodução.<br />

Pituca é uma cachorrinha que não para de se coçar. Coitada, ela está cheia de pulgas.<br />

Somente as pulgas fêmeas sugam sangue para maturar os ovos. Quando eles estão maduros,<br />

elas fazem a postura no chão, nas poltronas e em cantos empoeirados. Nesses lugares,<br />

dos ovos saem larvas e as larvas formam pupas, de onde saem as jovens pulgas, machos e<br />

fêmeas. Elas se acasalam e as fêmeas pulam na Pituca para maturar os ovos. Quando eles<br />

estão prontos, fazem a postura no chão, entre vãos dos tacos, atrás dos móveis.<br />

Com base no relato escreva no caderno o ciclo de vida da pulga.<br />

Depois pense qual é o melhor meio de acabar com as pulgas da Pituca.<br />

Ovo, larva, pupa, pulga jovem, adultos (macho e fêmea), acasalamento, maturação dos ovos, postura, ovo. Matar as pulgas que estão no ani-<br />

-mal, matar as pulgas do ambiente. Existem remédios que são anticoncepcionais para pulgas.<br />

Ovo.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 21


22<br />

Dois modos de reprodução<br />

No ciclo vital do feijoeiro, do ser humano e da borboleta,<br />

a reprodução ocorre do encontro e da fusão entre uma célula<br />

sexual feminina e outra masculina. Essas células são os gametas.<br />

Mas há outra forma de reprodução. Na hidra, por exemplo,<br />

um broto se forma do corpo da hidra adulta. Nesse caso,<br />

a reprodução acontece sem a participação de gametas.<br />

A reprodução sexuada ocorre quando há união de dois<br />

gametas, um masculino e outro feminino. Nesse caso, os descendentes<br />

são semelhantes aos pais.<br />

A reprodução assexuada ocorre quando o indivíduo produz<br />

descendentes sem a participação de gametas de um parceiro.<br />

Nesse caso, os descendentes são idênticos ao organismo<br />

que os originou.<br />

Nos dois tipos de reprodução, o novo ser apresenta características<br />

herdadas de seus antepassados. Por isso, elas são<br />

chamadas de características hereditárias.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Os filhotes de um casal de cães são em geral mais parecidos com os pais do que com outros<br />

indivíduos da mesma espécie?<br />

Como as características dos cães passam dos pais para os filhos?<br />

Anote a sua resposta no caderno.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Hidra com brotamento. Esse<br />

animal vive em água doce, fixo em<br />

pedras e na vegetação. Tem cerca<br />

de 2 cm de altura.<br />

Registre na lousa as respostas dos alunos e discuta esse aspecto com eles, questionando-os sobre as semelhanças que apresentam com<br />

seus familiares.<br />

Hereditariedade: transmissão de informações<br />

Cada célula possui um conjunto de informações, armazenadas no seu genoma e expressa<br />

por meio de genes, que orientam o seu funcionamento. Quando uma célula se divide, o seu<br />

genoma é transmitido para as célula-filhas. De acordo com o tipo de divisão, as células-filhas<br />

herdarão todo o genoma da célula-mãe ou apenas a metade.<br />

Na reprodução sexuada, um gameta masculino (espermatozoide) se funde com um gameta<br />

feminino (óvulo). Esse é o momento da fecundação. Dessa união, surge a primeira célula do<br />

indivíduo: a célula-ovo, cujo genoma é uma herança da combinação que houve entre o óvulo<br />

e o espermatozoide que se fundiram.<br />

Em seres pluricelulares, a célula-ovo divide-se e produz células que também se dividem.<br />

Assim, a multiplicação celular produz o embrião de um novo organismo.<br />

Science Pictures Limited/Science Photo Library


O embrião se desenvolve e forma um filhote com características semelhantes às dos pais,<br />

mas ligeiramente diferentes das de seus irmãos.<br />

Na reprodução assexuada, as células do novo organismo têm somente os genes daquele<br />

que o originou. Por isso, nesse tipo de reprodução, os filhos são idênticos ao ser que lhes<br />

deu origem.<br />

fêmea<br />

macho<br />

Hereditariedade: passagem dos genes de pais para filhos<br />

óvulo<br />

fecundação<br />

espermatozoide<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Saiba mais<br />

célula-ovo célula-ovo<br />

se multiplica<br />

Clones<br />

filhote<br />

Muita gente pensa que os clones são sempre idênticos àquele de quem recebeu os genes.<br />

A verdade é que eles são geneticamente idênticos, mas nem sempre têm aparência idêntica.<br />

Isso ficou evidente com a primeira gatinha clonada em 2001 por pesquisadores da Faculdade<br />

de Medicina Veterinária da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.<br />

Embora tenha o nome de Cc (abreviação de copycat, que quer dizer papel carbono em<br />

inglês), ela tem pelagem de cores diferentes da pelagem da mãe que lhe doou os genes.<br />

A técnica usada pelos pesquisadores foi a mesma usada para clonar a maioria dos outros<br />

animais até agora, inclusive camundongos, vacas, porcos e cabras. O núcleo de um óvulo<br />

não fecundado é substituído pelo núcleo de uma célula do corpo do indivíduo que se quer<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 23<br />

Luis Moura


24<br />

clonar. Esse óvulo com novo núcleo é colocado no útero de uma mãe de aluguel, ou seja,<br />

uma mãe diferente daquela que gerou o material genético.<br />

Análises genéticas confirmam que Cc é geneticamente idêntica à mãe. No entanto, seus<br />

pelos têm cores diferentes dos pelos dela. Segundo os pesquisadores, a pigmentação dos<br />

pelos dos gatos é determinada não apenas pelos genes, mas também pela alimentação, pela<br />

temperatura do útero da mãe e por outros fatores.<br />

O resultado dessa experiência é desapontador, pois os laboratórios de clonagem querem<br />

utilizar essa técnica comercialmente, vendendo cópias de gatos que morreram.<br />

A Sociedade Protetora dos Animais é contra a clonagem de animais e sua comercialização.<br />

E você, o que pensa sobre isso? Resposta pessoal.<br />

A primeira gatinha clonada ao lado de sua mãe de aluguel.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

célula-ovo: célula resultante da fusão entre um gameta feminino e um masculino também<br />

chama-se de zigoto.<br />

espermatozoide: célula reprodutora masculina.<br />

gameta: célula reprodutora.<br />

genoma: conjunto de seres de um indivíduo, e que é representativo da espécie a que ele<br />

pertence<br />

óvulo: célula reprodutora feminina.<br />

fecundação: união entre um espermatozoide e um óvulo.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

“ ”<br />

NYT Photo


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Se retirarmos as batatas de um pé de batata<br />

resistente a um parasita e enterrarmos, os pés<br />

que nascerem terão a mesma resistência ao mesmo<br />

parasita.<br />

1. Com base no que estudamos e na afirmação acima<br />

explique: por que todos os pés de batata descendentes<br />

da planta-mãe têm a mesma resistência?<br />

Porque eles são geneticamente idênticos.<br />

2. O que acontecerá na plantação caso ela seja<br />

atacada pelo parasita? Todas as plantas resistirão.<br />

3. Se os pés de batata tivessem se desenvolvido de<br />

sementes, todos resistiram igualmente?<br />

Talvez não, pois a resistência de um pé de batata não seria idêntica à de outro pé.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

Um pé de batata que se desenvolve de uma batata é<br />

um clone. Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

1. Quais as fases do ciclo vital dos indivíduos de uma espécie?<br />

2. O que quer dizer metamorfose? Metamorfose quer dizer mudança de forma.<br />

3. Dê dois exemplos de seres vivos que apresentam metamorfose em seu ciclo vital.<br />

4. O que são características hereditárias?<br />

5. Defina reprodução sexuada. Na reprodução sexuada, uma célula sexual feminina se<br />

une a uma célula sexual masculina formando um ovo.<br />

6. O que é reprodução assexuada? É a realizada sem a presença de gametas.<br />

7. Quais as diferenças entre a reprodução assexuada e a reprodução sexuada?<br />

8. Qual a relação entre os genes e a hereditariedade?<br />

Nascimento, crescimento, reprodução.<br />

3. A lagarta se transforma em borboleta,<br />

o girino se transforma em sapo.<br />

Características hereditárias são aquelas que passam de pais para filhos<br />

por meio da reprodução.<br />

7. Na reprodução assexuada,<br />

os filhos são<br />

idênticos entre si e<br />

Os genes são as estruturas químicas que transmitem o código genético que determina as características hereditárias.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

idênticos aos pais. Na<br />

reprodução sexuada,<br />

existe variabilidade.<br />

Pesquise com seus colegas, em livros, jornais e na internet, como se dá a reprodução<br />

do cão e do gato. Descubram quanto tempo demora sua gestação. Depois de escolhida as<br />

informações discutam o tempo de gestação dos dois animais comparativamente ao dos seres<br />

humanos. A gestação do gato e do cachorro dura em média 60 dias. Dos seres humanos 40 semanas.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 25<br />

Fabio Colombini


26<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Energia: sem ela não há vida<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

3<br />

Usamos a palavra energia em muitas situações. É uma ideia relacionada a poder, vigor,<br />

dinamismo, vibração, trabalho.<br />

Fala-se em energia elétrica que acende uma lâmpada, como em energia psíquica que mobiliza<br />

o pensamento e as emoções.<br />

Mas não é fácil defi nir energia. Você quer tentar?<br />

Alimentação variada é o segredo de comer bem.<br />

Os ovos são ricos em proteínas e em lipídios.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes de tamanho.<br />

AbleStock<br />

As frutas nos fornecem vitaminas e sais minerais.<br />

AbleStock<br />

AbleStock


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Qual a origem da palavra energia?<br />

A energia tem peso?<br />

É possível medir a energia?<br />

É possível criar energia?<br />

Os alunos não saberão responder a essas questões, mas podem ter hipóteses sobre elas. Registre na lousa o que responderem,<br />

para orientar a discussão preliminar do assunto.<br />

O combustível dos seres vivos<br />

As células dependem de fontes externas de matéria e energia para viver, de modo semelhante ao<br />

motor de um automóvel que precisa de combustível para funcionar. Sem álcool ou gasolina, o automóvel<br />

não anda. Sem os nutrientes obtidos do mundo exterior, as células não vivem muito tempo.<br />

No automóvel, a queima do combustível consome oxigênio, produz gás carbônico, água e<br />

libera energia que faz o motor funcionar. A queima do combustível é uma reação química de<br />

combustão ou oxidação.<br />

combustível + oxigênio gás carbônico + água (liberação de energia)<br />

O combustível principal nos seres vivos é a glicose. A oxidação desse carboidrato acontece<br />

em cada célula e recebe o nome de respiração celular. A respiração celular também se deve a<br />

reações químicas. A energia liberada nessas reações é usada nas atividades das células.<br />

glicose + oxigênio gás carbônico + água (liberação de energia)<br />

Produtores e consumidores<br />

Nós comemos plantas; já as plantas não comem porque sintetizam a glicose necessária para<br />

sua sobrevivência. As plantas são produtoras e nós somos consumidores.<br />

A ilustração mostra o que aconteceu com duas plantas que foram cultivadas na mesma terra<br />

e com igual quantidade de água. Observe a ilustração.<br />

A<br />

B<br />

Planta em<br />

ambiente claro<br />

Planta em<br />

ambiente escuro<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

1<br />

1<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 27<br />

Luis Moura


28<br />

Pense<br />

e responda<br />

Por que a planta da cena B morreu?<br />

Ela morreu porque as plantas precisam de luz para fazer fotossíntese, palavra que quer dizer “síntese em presença da luz”.<br />

A fotossíntese<br />

O ponto de partida da síntese de substâncias nutritivas pela planta é a fotossíntese (foto = luz;<br />

síntese = construção, montagem). Para realizar a fotossíntese, a planta usa: o gás carbônico do ar, que<br />

entra pelas folhas, e a água que as raízes absorvem do solo. A partir dessas substâncias inorgânicas<br />

simples, as plantas conseguem produzir glicose. Durante esse processo, há liberação de oxigênio.<br />

Usando a glicose produzida na fotossíntese e os sais minerais absorvidos do solo com a<br />

água, as plantas sintetizam proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas.<br />

A clorofila, pigmento verde, capta a energia luminosa e essa energia fica armazenada na<br />

glicose produzida na fotossíntese.<br />

A equação abaixo resume a fotossíntese.<br />

energia<br />

luminosa<br />

Cores-fantasia.<br />

clorofila<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

absorção de energia luminosa<br />

pela clorofila<br />

gás carbônico + água glicose + oxigênio<br />

energia<br />

armazenada<br />

Representação de um corte de folha para mostrar onde ocorre a fotossíntese.<br />

Esquema da fotossíntese<br />

água<br />

oxigênio<br />

gás carbônico<br />

glicose<br />

Esta seta representa<br />

a circulação da seiva<br />

que contém glicose<br />

para outras partes<br />

da planta.<br />

Luis Moura


As plantas são alimentos para os animais herbívoros, que são, por sua vez, alimentos para os<br />

carnívoros. Portanto, as plantas sustentam todos os animais com as substâncias que sintetizam.<br />

Assim, podemos classificar os seres vivos em dois grandes grupos, de acordo com o seu tipo<br />

de metabolismo:<br />

Autótrofos ou produtores: sintetizam alimentos a partir de substâncias inorgânica simples;<br />

Heterótrofos: capturam substâncias nutritivas, alimentando-se de corpo ou de parte dos<br />

autótrofos ou de outros heterótrofos.<br />

Os heterótrofos podem ser convenientemente subdivididos em consumidores e detritívoros.<br />

Os primeiros se alimentam de tecidos vivos de outros organismos enquanto os últimos se<br />

alimentam de tecidos mortos, restos ou refugos.<br />

Tal distinção tem importantes implicações biológicas; tratar todos os heterótrofos como consumidores resulta em dificuldades lógicas desnecessárias.<br />

Analise<br />

o esquema<br />

Analise o esquema para responder às questões abaixo.<br />

energia luminosa<br />

gás carbônico + água<br />

Energia para as<br />

atividades celulares<br />

fotossíntese<br />

(autótrofos)<br />

Respiração celular<br />

(autótrofos e heterótrofos)<br />

glicose + oxigênio<br />

1. Que seres absorvem energia luminosa? Os seres autótrofos.<br />

2. Quais substâncias participam da respiração celular? A glicose e o oxigênio.<br />

3. Sem energia solar, que seres morrem: os autótrofos ou os heterótrofos?<br />

4. O que são seres autótrofos? Os autótrofos produzem seu próprio alimento.<br />

5. Qual outro nome os autótrofos recebem?<br />

Ambos morrem. Sem energia solar, os autótrofos não vivem, e, sem os autótrofos, os heterótrofos não vivem.<br />

Saiba mais<br />

Os autótrofos também são chamados de produtores.<br />

Por que temos de comer?<br />

Para os especialistas em nutrição, a boa alimentação é aquela que equilibra os nutrientes<br />

de que o corpo necessita. No nosso caso, inclui: carboidratos (pães, massas, batatas),<br />

vitaminas e sais minerais (frutas, legumes e verduras), proteínas (carnes, ovos e leite) e<br />

lipídios (azeite, manteiga e óleos). Ao longo do dia, é preciso combinar esses grupos de<br />

alimentos para evitar qualquer deficiência. Mas em que quantidade?<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 29


30<br />

A quantidade de alimentos necessária para cada um de nós depende de fatores como<br />

sexo, idade e atividade física. Quem passa muito tempo sentado à frente do computador,<br />

televisão ou videogame, por exemplo, tem necessidade menor de energia do que aquele<br />

que pratica esportes, joga bola ou brinca de pique. O momento biológico também é muito<br />

importante. Isso quer dizer que, quando se está doente, esperando bebê ou na fase do<br />

chamado estirão de crescimento, é preciso uma alimentação adequada. Por isso podemos<br />

dizer que os planos alimentares devem respeitar os hábitos e as necessidades de cada um.<br />

Como você já descobriu, precisamos comer para manter o corpo em equilíbrio. Lembre-se:<br />

comer menos faz mal da mesma forma que comer demais. Seja comedido com biscoitos, doces,<br />

sorvetes, chocolates... Essas guloseimas não substituem as refeições nem fazem bem se consumidas<br />

em excesso.<br />

Ah! E não se esqueça de beber bastante água. Esse líquido [...] compõe a maior parte<br />

do nosso organismo. Saúde!<br />

Mônica Valle de Carvalho. Departamento de Nutrição Aplicada. Universidade do Rio de Janeiro.<br />

Disponível em: . Acesso em: Março/2012.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

autótrofos: seres vivos que sintetizam seu alimento e por isso também são chamados de<br />

produtores.<br />

fotossíntese: processo de síntese da glicose que tem a luz como fonte de energia.<br />

glicose: principal açúcar do qual os seres vivos obtém energia.<br />

heterótrofos: seres vivos que digerem autótrofos ou heterótrofos para conseguir nutrientes.<br />

Podem ser consumidores ou detritívoros.<br />

metabolismo: todas as reações químicas que ocorrem em uma célula.<br />

respiração celular: processo de oxidação da glicose que acontece nas células.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

“ ”<br />

1. Qual o principal combustível dos seres vivos? A glicose.<br />

2. Onde esse combustível libera sua energia? Que nome recebe esse processo?<br />

3. Escreva a reação que representa a respiração celular.<br />

Ela fornece energia para a célula realizar<br />

4. Qual é a importância da respiração celular? outras reações que mantêm a vida.<br />

5. Qual o nome do processo da síntese da glicose com energia luminosa?<br />

6. Em que parte da célula vegetal acontece a fotossíntese?<br />

7. Faça um esquema que represente a fotossíntese. Resposta pessoal.<br />

luz<br />

8. Escreva a reação química da fotossíntese. Água + gás carbônico glicose + oxigênio.<br />

9. Compare a respiração e a fotossíntese.<br />

A glicose libera<br />

energia na célula.<br />

Esse processo é a<br />

respiração celular.<br />

Glicose + oxigênio gás carbônico + água<br />

Esse processo é a fotossíntese.<br />

A fotossíntese acontece nos cloroplastos<br />

presentes nas partes verdes dos vegetais.<br />

A respiração acontece em todas as células e a fotossíntese acontece<br />

somente naquelas que têm clorofila.<br />

A respiração libera energia e a fotossíntese armazena energia.


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Um atleta se prepara para as competições durante muito<br />

tempo.<br />

Uma das coisas mais importantes do seu condicionamento<br />

físico é a manutenção do ritmo respiratório, ou seja, a<br />

inspiração e a expiração de ar em intervalos regulares, mantendo<br />

a boca fechada.<br />

Perto da competição, o atleta come alimentos ricos em carboidratos<br />

para ter disponível no sangue a glicose de que precisa<br />

para conseguir a energia que move suas células musculares.<br />

Durante a competição, os batimentos cardíacos do atleta<br />

aumentam e ele tem um suprimento adequado de oxigênio.<br />

Se a competição for uma corrida de longa distância, o<br />

atleta recebe água para beber de tempos em tempos. Assim,<br />

ele transpira bastante e mantém a temperatura do corpo<br />

constante.<br />

Rosicler Martins Rodrigues. Ciências para crianças. São Paulo: <strong>IBEP</strong>, 2005.<br />

1. Por que um atleta precisa de energia para correr?<br />

Porque suas células consomem muita energia.<br />

2. De onde vem a energia que suas células usam?<br />

Vem das reações químicas que ocorrem entre a glicose e o oxigênio dentro das células.<br />

3. O que é inspirar? O que é expirar?<br />

Inspirar é colocar o ar para dentro dos pulmões. Expirar é colocar o ar para fora dos pulmões.<br />

4. O que o sangue retira do ar inspirado?<br />

Oxigênio.<br />

5. O que o sangue elimina com o ar expirado?<br />

Gás carbônico.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Atleta treinando para corrida.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Provavelmente os alunos encontrarão a hipótese mais aceita de que um<br />

meteoro teria caído na Terra há 65 milhões de anos, matando muitos seres<br />

com o impacto e causando a morte de muitos outros depois que a Terra ficou<br />

encoberta por fuligem e poeira durante alguns anos após a catástrofe.<br />

De acordo com os cientistas, os dinossauros foram extintos após a queda de um meteoro<br />

em nosso planeta há 65 milhões de anos. O choque com o planeta teria levantado uma grande<br />

nuvem de poeira que encobriu o Sol durante muito tempo. Depois disso, apenas animais<br />

de pequeno porte teriam sobrevivido.<br />

Como essa situação poderia ter levado à extinção desse grupo de animais?<br />

Pesquisem em livros e na internet o que poderia ter acontecido para responder a questão.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 31<br />

AbleStock


32<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

4<br />

As diversas formas de vida<br />

Observe as imagens a seguir.<br />

Albatroz (Diomedea melanophris)<br />

O tamanduá tem focinho alongado e língua comprida,<br />

bem pegajosa, com a qual captura formigas e cupins no<br />

formigueiro e no cupinzeiro. Esse animal mede cerca de 1<br />

metro e meio de comprimento e mais 1 metro de cauda.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Raldi Somers<br />

Os cactos são plantas típicas de regiões<br />

áridas. A capacidade de armazenar<br />

grande quantidade de água ajuda<br />

na sobrevivência desses seres vivos.<br />

O guepardo tem patas almofadadas que fazem pouco ruído<br />

quando ele se aproxima da presa. As unhas semirretráteis<br />

só saem na hora da captura. Ele é ágil, corre velozmente e<br />

salta a grande distância, com seus 2 metros de comprimento,<br />

do focinho à cauda.<br />

Fotos: AbleStock


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Que diferenças existem entre os seres vivos das fotos?<br />

Eles são da mesma espécie ou de espécies diferentes?<br />

As plantas também apresentam diferentes formas?<br />

Quantas espécies de seres vivos você acha que existem na Terra?<br />

Em que regiões você acha que existem mais espécies de animais: no deserto ou na floresta<br />

ou no mar? Respostas pessoais, que devem ser registradas na lousa. Os alunos descrevem as diferenças entre os animais, baseados<br />

nas fotos e nas legendas. Devem concluir que são de espécies diferentes. É provável que os alunos respondam que há<br />

mais espécies na floresta, mas esclareça depois da discussão que os mares abrigam milhares de espécies de animais,<br />

muitos ainda desconhecidas.<br />

A diversidade da vida<br />

Existem cerca de 1,7 milhão de espécies catalogadas pelos cientistas, cada uma com suas<br />

características, como aspecto, tamanho e modo de vida.<br />

Estima-se que existam muitas outras espécies ainda não catalogadas que vivem em regiões<br />

pouco exploradas, como o fundo dos oceanos, as florestas tropicais, o cume das altas montanhas,<br />

as encostas dos vulcões. Calcula-se que existam cerca de 30 milhões de espécies em<br />

nosso planeta.<br />

Apesar de tanta diversidade, as espécies apresentam certas características em comum, o que<br />

permite arranjá-las em grupos e subgrupos mais ou menos semelhantes entre si.<br />

AbleStock<br />

O pinguim e a coruja são espécies diferentes de ave, mas têm várias características em comum: penas, asas, bico, postura de ovos.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 33<br />

AbleStock


34<br />

Pense<br />

e responda<br />

A mosca doméstica (Musca domestica) e a barata grande das cidades (Periplaneta americana)<br />

são espécies diferentes do grupo dos insetos. Que semelhanças existem entre essas<br />

espécies? Esses animais têm asas, esqueleto externo, seis pernas, botam ovos e têm sexos separados.<br />

O ser humano (Homo Sapiens) e o rato comum (Rattus rattus) são espécies diferentes do<br />

grupo dos mamíferos. Que semelhanças existem entre essas espécies?<br />

Nós somos mais semelhantes a uma mosca e a um rato ou a um chimpanzé?<br />

Somos mais parecidos com um chimpanzé.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

AbleStock<br />

O ser humano e o rato têm pelos, quatro<br />

membros, alimentam os filhotes com leite.<br />

Classificação: organizando a diversidade<br />

Para facilitar o estudo dos seres vivos, foram estabelecidas normas para agrupá-los de acordo<br />

com as semelhanças. Assim foi estabelecida a classificação dos seres vivos.<br />

O naturalista sueco Carl Von Linné (1707-1778) – também conhecido Lineu – propôs um sistema<br />

hierárquico de classificação usada ainda hoje. Nesse sistema, os seres vivos são reunidos<br />

em agrupamentos que abrangem outros cada vez menores. A unidade básica desse sistema é<br />

a espécie.<br />

Fazem parte da mesma espécie indivíduos que se cruzam na natureza e geram filhotes que também<br />

se cruzam com outros da mesma espécie. Assim, a vida da espécie continua ao longo do tempo.<br />

O coiote (à esqueda) e o lobo (à direita) são espécies semelhantes e vivem no mesmo hábitat, mas a fêmea de uma espécie não<br />

aceita o macho de outra espécie para cruzamento. Ambos têm o tamanho aproximado ao de seu parente doméstico, o pastor alemão.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

O agrupamento de espécies semelhantes forma um gênero. Gêneros com características<br />

semelhantes formam uma família. Famílias semelhantes formam ordens e estas são agrupadas<br />

em filos. Filos semelhantes formam um reino.<br />

Vamos analisar a classificação de três espécies do gênero Leopardus: jaguatirica, gato-maracajá<br />

e gato-do-mato.<br />

AbleStock


Analise<br />

a ilustração A rigor, os cordados possuem três características comuns:<br />

a) um cordão nervoso dorsal, que dá origem ao cérebro e à<br />

medula espinhal; b) uma notocorda, que nos vertebrados dá<br />

origem à coluna vertebral; e c) fendas branquiais na faringe.<br />

Reino<br />

Animalia<br />

Filo<br />

Chordata<br />

Classe<br />

Mammalia<br />

Ordem<br />

Carnivora<br />

Família<br />

Felidae<br />

Gênero<br />

Leopardus<br />

Classificação de animais do gênero Leopardus<br />

jaguatirica<br />

maracajá<br />

rã<br />

jabuti<br />

gato-do-mato<br />

onça<br />

caracol<br />

bonito<br />

minhoca<br />

ariranha<br />

1. Os animais do gênero Leopardus fazem parte da família Felidae. Que outro animal dessa<br />

família está representado na ilustração? A onça.<br />

2. Que outros felídeos você conhece? Leão, gato, leopardo.<br />

3. Em qual ordem são agrupados os animais da família Felidae? Na ordem Carnívora.<br />

4. Cite dois exemplos de animais que poderiam ser incluídos na ordem Carnivora, mas que<br />

não são felídeos. Cão, lobo, ariranha.<br />

5. Na ilustração, representamos seis animais da classe Mammalia. Cite outros exemplos.<br />

6. Os mamíferos são cordados (chordata),isto é, têm coluna vertebral. Também são cordados<br />

os peixes, os anfíbios, os répteis e as aves. Que animais dessas classes estão representados<br />

na ilustração? Rã (anfíbio), jabuti (réptil), bonito (peixe).<br />

rato<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 35<br />

Luis Moura<br />

5. Resposta pessoal


36<br />

Nomenclatura das espécies<br />

Segundo as regras estabelecidas por Lineu, cada espécie deve ter dois nomes.<br />

O primeiro nome, escrito com inicial maiúscula, indica o gênero.<br />

O segundo nome, escrito com inicial minúscula, completa o nome da espécie.<br />

No exemplo que apresentamos, os animais classificados são: Leopardus pardalis (jaguatirica),<br />

Leopardus weidii (maracajá) e Leopardus tigrinus (gato-do-mato).<br />

Analise<br />

a tabela<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

1. As espécies do mesmo reino e filo, da mesma<br />

classe e ordem. Portanto, o chimpanzé e o<br />

homem.<br />

2. As espécies do mesmo reino, do mesmo filo,<br />

da mesma classe, da mesma ordem e da mesma<br />

família. Portanto, o feijoeiro e o pé de soja.<br />

Na tabela está representada a classificação biológica de seis espécies cujos nomes estão<br />

escritos de acordo com as regras da nomenclatura criadas por Lineu.<br />

1. Quais espécies animais têm maior número de semelhanças?<br />

2. Quais espécies vegetais têm maior número de semelhanças?<br />

3. Que categoria de classificação agrupa maior número de seres vivos: a espécie ou o gênero?<br />

Por quê? O gênero, pois agrupa indivíduos de muitas espécies.<br />

4. Observando o nome das espécies, escreva que regras devem ser obedecidas quando os<br />

cientistas nomeiam uma espécie.<br />

Nome<br />

popular<br />

chimpanzé<br />

homem<br />

mosca<br />

feijoeiro<br />

pé de soja<br />

pé de milho<br />

Os reinos<br />

Espécie<br />

Pan<br />

troglodytes<br />

Homo sapiens<br />

Musca<br />

domestica<br />

Phaseolus<br />

vulgaris<br />

Glycine max<br />

Zea mays<br />

Gênero<br />

Pan<br />

Homo<br />

Musca<br />

Phaseolus<br />

Glycine<br />

Zea<br />

O nome da espécie deve apresentar o nome do gênero, com inicial maiúscula e o<br />

nome específico. No texto, geralmente é distinguida em itálico.<br />

Classificação de alguns seres vivos<br />

Família<br />

Pongidae<br />

Hominidae<br />

Muscidae<br />

Leguminosae<br />

Leguminosae<br />

Gramínea<br />

Ordem<br />

Primata<br />

Primata<br />

Díptera<br />

Rosales<br />

Rosales<br />

Graminales<br />

Classe<br />

Mammalia<br />

Mammalia<br />

Insecta<br />

Dycotyledoneae<br />

Dycotyledoneae<br />

Monocotyledoneae<br />

Filo<br />

Chordata<br />

Chordata<br />

Arthropoda<br />

Spermaphyta<br />

Spermaphyta<br />

Spermaphyta<br />

Reino<br />

Animalia<br />

Animalia<br />

Animalia<br />

Plantae<br />

Plantae<br />

Plantae<br />

Os seres vivos são atualmente agrupados em cinco reinos: Bactéria, Protista, Fungi, Plantae<br />

e Animalia.<br />

No reino Bactéria (ou Monera) estão as bactérias, incluindo as arqueiras. São seres vivos<br />

cujas célula é desprovida de uma estrutura membranosa em volta do cromossomo.


Nos demais reinos, os seres vivos têm células nas<br />

quais o material genético cromossomo fica envolto<br />

por uma membrana, formando o núcleo.<br />

Os cogumelos, o mofo e o bolor formam o Reino<br />

Fungi.<br />

Eles parecem vegetais, mas são heterótrofos.<br />

As algas e os protozoários formam o Reino Protista. As<br />

algas são autótrofas e os protozoários são heterótrofos.<br />

As plantas e os animais formam os demais reinos.<br />

Reino Fungi<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Os reinos dos seres vivos<br />

Reino Animalia<br />

Reino Protista<br />

Reino Bactéria<br />

• estrutura das células procariontes (células sem núcleo)<br />

eucariontes (células com núcleo)<br />

Célula da bactéria Escherichia coli, que vive no<br />

intestino humano. Ampliação de 20 mil vezes em<br />

microscópio eletrônico. Cores-fantasia.<br />

Reino Plantae<br />

Portanto, a classificação dos seres vivos em cinco reinos baseia-se em dois critérios:<br />

• nutrição dos seres vivos autótrofos (fazem fotossíntese)<br />

heterótrofos (alimentam-se de autótrofos e heterótrofos)<br />

Dr. Klaus Boller/<br />

Science Photo Library<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 37<br />

Cícero Soares


38<br />

Reinos<br />

Características<br />

Bactéria<br />

Protista<br />

Fungi<br />

Plantae<br />

Animalia<br />

Saiba mais<br />

Estrutura da<br />

célula<br />

Procarionte<br />

Eucarionte<br />

Eucarionte<br />

Eucarionte<br />

Eucarionte<br />

Na ilustração abaixo está representada a ação de um vírus que ataca bactérias e se<br />

multiplica.<br />

Ao invadir a bactéria, o vírus libera seu ácido nucleico, que passa a comandar as atividades<br />

da bactéria. Ela deixa de produzir as substâncias essenciais ao seu funcionamento e<br />

começa a produzir ácidos nucleicos e cápsulas de proteínas virais.<br />

Em poucas horas, a bactéria se rompe e libera novos vírus.<br />

Cada vírus, então, vai invadir outra bactéria e comandar a produção de novos vírus.<br />

vírus<br />

5. novos vírus<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Os reinos dos seres vivos<br />

Nutrição<br />

autótrofo ou<br />

heterótrofo<br />

autótrofo e/ou<br />

heterótrofo<br />

heterótrofo<br />

autótrofo<br />

heterótrofo<br />

Vírus: seres muito vivos!<br />

Número de<br />

células<br />

unicelular<br />

unicelular<br />

pluricelular ou<br />

unicelular<br />

pluricelular com<br />

tecidos<br />

pluricelular com<br />

tecidos<br />

Multiplicação dos vírus<br />

cápsula de<br />

1. aproximação e contato<br />

proteína<br />

bactéria<br />

ácido nucleico<br />

da bactéria<br />

6. liberação de novos vírus<br />

2. infecção<br />

Organismos<br />

bactérias e<br />

cianofíceas<br />

algas e<br />

protozoários<br />

cogumelos e<br />

bolores<br />

musgo<br />

samambaia,<br />

pinheiro, plantas com<br />

flores<br />

invertebrados,<br />

vertebrados<br />

ácido nucleico<br />

do vírus<br />

3. multiplicação do<br />

ácido nucleico<br />

4. síntese das cápsulas<br />

Cícero Soares


Você pode imaginar seres que não crescem, não reagem a estímulos e se reproduzem dentro<br />

da célula de outro ser vivo? Parece impossível... mas os vírus são assim!<br />

De organização extremamente simples, os vírus não passam de uma capa de proteína,<br />

dentro da qual fica o ácido nucleico, que é a substância química que forma os genes.<br />

Embora muitos discordem de que eles sejam seres vivos, os vírus revelam uma propriedade<br />

fundamental dos seres vivos: produzem cópias de si mesmos, ou seja, reproduzem-se.<br />

Aliás, eles têm fantástica capacidade de reprodução: em poucas horas, um único vírus<br />

pode originar milhões de outros vírus. Para isso, usam as substâncias das células de outros<br />

seres vivos! Portanto, são parasitas e provocam doenças no organismo hospedeiro. Os<br />

sintomas da doença vão depender do tipo de vírus, do tipo de célula que eles atacam e da<br />

resistência do organismo. Entre as doenças provocadas no homem por vírus estão as gripes,<br />

o sarampo, a poliomielite e a aids.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

ácido nucleico: substância química da qual são formados os genes.<br />

cordado: animais providos de notocorda, um cordão dorsal flexível que, em muitas espécies,<br />

dá origem ao cérebro e à medula espinhal.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

Os seres de todos os reinos são<br />

1. Qual a característica comum aos seres de todos os reinos? formados por células.<br />

2. Em relação à estrutura da célula, quais os dois tipos de seres vivos existentes?<br />

São unicelulares ou<br />

3. Em relação ao número de células, como são os diferentes seres vivos? pluricelulares.<br />

Os heterótrofos comem autótrofos.<br />

4. Como se diferenciam os seres vivos em relação à nutrição? Os autótrofos sintetizam glicose.<br />

5. O que é uma espécie? É um conjunto de indivíduos que se reproduzem na natureza.<br />

6. Qual a importância da classificação dos seres vivos?<br />

7. Por que o nome das espécies é em latim? em diferentes partes do mundo.<br />

8. Quais são as categorias do sistema de classificação de Lineu?<br />

9. Quais são as regras para escrever um nome científico? Nome em latim, primeira letra maiúscula.<br />

10. Quais são os cinco reinos em que os biólogos agrupam os seres vivos?<br />

11. Considere os principais critérios usados pelos biólogos para definir os cinco reinos.<br />

É possível determinar se um ser vivo pertence ou não ao Reino Monera com base<br />

em apenas um desses critérios? Justifique sua resposta. Os moneras têm célula sem núcleo.<br />

12. Qual desses critérios diferencia o Reino Animal do Reino Vegetal? A nutrição.<br />

13. Por que os vírus são considerados parasitas?<br />

Procariontes e<br />

eucariontes.<br />

A classificação torna mais fácil o estudo dos seres vivos.<br />

Para facilitar a comunicação de cientistas que falam diferentes línguas<br />

Os seres vivos são agrupados em reinos,<br />

filos, classes, ordem, gênero, espécie.<br />

Animalia, Plantae, Fungi,<br />

Monera, Protista.<br />

São parasitas porque precisam de uma célula para se reproduzir.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 39


40<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Reino Animalia<br />

Filo Chordata<br />

Classe Mammalia<br />

Ordem Primata<br />

Família Hominidae<br />

Gênero Homo<br />

Espécie<br />

Homo sapiens<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Homo erectus<br />

Classifi cação da espécie humana<br />

Australopithecus<br />

(duas espécies)<br />

gorila<br />

chimpanzé<br />

lêmur<br />

Com base na análise da ilustração, responda:<br />

1. Somos mais parecidos com o Homo erectus ou com os Australopithecus?<br />

2. Entre os mamíferos, a que ordem pertencemos? Primatas.<br />

3. Que outros representantes dessa ordem estão representados no esquema?<br />

4. Escreva a classifi cação completa do Homo sapiens.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Hominidae, Primata, Mammalia,<br />

Chordata, Animalia.<br />

Somos mais parecidos<br />

com o Homo erectus.<br />

Cecília Ywashita<br />

O chimpanzé, o gorila, o<br />

lêmur, o Australopitecus<br />

e o Homo erectus.<br />

Façam uma lista das espécies de cinco plantas e cinco animais comuns na sua região.<br />

Depois, pesquisem seus nomes científi cos e sua classifi cação.<br />

Anotem exemplos de seres que compartilham com essas espécies o mesmo gênero.<br />

Afi xem suas descobertas no mural da classe.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.


<strong>Capítulo</strong><br />

5<br />

Explicando a diversidade:<br />

a Teoria da Evolução<br />

Talvez a característica mais notável da vida na Terra seja sua grande diversidade. Há uma profusão<br />

de espécie, de sorte que em cada lugar nos deparamos com uma combinação particular de<br />

plantas, animais e microrganismos.<br />

O coqueiro tem folhas partidas que não rasgam com<br />

o vento. O fruto do coqueiro fl utua na água do mar e<br />

é levado para longe. Brota na areia da praia.<br />

A arara vive em árvores nos ambientes fl orestais.<br />

Seu bico é efi ciente para quebrar os frutos dos<br />

quais se alimenta.<br />

A vitória-régia tem folha larga, caule longo e raízes no fundo<br />

do rio. A folha absorve a luz, o caule sustenta a folha e as<br />

raízes fi xam a planta no solo.<br />

O jacaré vive na água, mas bota ovos na terra fi rme.<br />

O ovo tem casca dura e bastante alimento para formar os<br />

fi lhotes.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 41<br />

Fotos: AbleStock


42<br />

Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Que características o coqueiro tem para formar novas plantas longe do lugar onde nasceu?<br />

E a vitória-régia, que características permitem sua sobrevivência nos rios?<br />

A derrubada de árvores na floresta prejudica a vida do tucano?<br />

O jacaré vive na transição terra/água. Se os rios do Pantanal secassem, o que aconteceria com<br />

esse animal?<br />

Que relação existe entre um animal ou uma planta e seu ambiente?<br />

Registre na lousa os comentários dos alunos, sejam quais forem, para orientar a discussão preliminar do tema.<br />

A história da vida<br />

Em cada região de nosso planeta existem condições ambientais especiais de solo, temperatura,<br />

quantidade de chuva, alimento e abrigo. Por isso, há uma relação entre a distribuição dos<br />

seres vivos na superfície da Terra e as diferenças ambientais de cada região. As características<br />

hereditárias favorecem a sobrevivência e reprodução em determinados locais, embora não em<br />

todos. Por exemplo, as características que facilitam o voo, pouco ou nada contribuem para a<br />

vida embaixo da água; as características que facilitam em lugares quentes e úmidos, pouco ou<br />

nada contribuem para a vida em lugares frios e secos.<br />

Algumas dessas características favoráveis, embora não todas evoluíram por seleção natural.<br />

Essas são chamadas de adaptações.<br />

Os seres que hoje vivem na Terra devem enfrentar os desafios impostos pelos seus ambientes<br />

atuais. Mas nem eles nem os fatores ambientais permanecem interligados ao longo do tempo.<br />

Muitas transformações ocorreram no passado e outras continuam acontecendo. A evolução<br />

é um processo bastante lento, mas ocorre de maneira contínua.<br />

A existência, no passado, de formas de vida diferentes das atuais é rotineiramente demonstrada<br />

por restos e impressões de seres vivos encontrados em rochas das mais variadas partes do<br />

mundo: os fósseis.<br />

A maioria dos registros fósseis são partes mineralizadas do esqueleto, dentes, escamas, pegadas,<br />

ovos, rastros e fezes. Com base nessas evidências, os cientistas fazem reconstituições que<br />

mostram como os seres vivos provavelmente eram.<br />

Fóssil de dinossauro encontrado no Brasil.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Fabio Colombini<br />

Modelos de dinossauros que viveram na América do Norte há<br />

100 milhões de anos.<br />

Figura não proporcional ao tamanho real.<br />

Cores-fantasia.<br />

NYT photos


Saiba mais<br />

Pesquisadores gaúchos acham novo “dinossauro-bisavô”<br />

Pesquisadores gaúchos encontraram, em São João do Polêsine (a 267 km de Porto Alegre),<br />

fósseis de um dinossauro com 228 milhões de anos. O animal, segundo os cientistas, é<br />

o maior já encontrado com essa idade.<br />

A descoberta foi feita por pesquisadores da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) de<br />

Cachoeira do Sul. Os fósseis estão em rochas do período triássico (que vai de 245 milhões a<br />

200 milhões de anos atrás), o primeiro da era mesozoica (ou era dos dinossauros).<br />

Os fósseis foram encontrados no dia 13 de junho. A conclusão de que se trata do maior<br />

dinossauro já encontrado do final do triássico se deve ao tamanho dos ossos e ao desenvolvimento<br />

das articulações. Seus dentes, serrilhados, chegam a 5 centímetros. O paleontólogo<br />

Sérgio Cabrera, coordenador da equipe, diz que a descoberta foi “uma surpresa”. O animal<br />

era um bípede com até 5 metros de comprimento e 2 metros de altura, com dentes grandes,<br />

típicos de carnívoros. A presença de um certo tipo de fusão de ossos da pata também indica<br />

que o animal era um saurísquio (linhagem que originou tanto os carnívoros quanto os<br />

gigantes comedores de plantas).<br />

Foram encontrados vértebras, dentes, falanges, ossos das patas e outros ossos ainda não<br />

identificados, todos reconstituídos em laboratório pelo grupo da Ulbra. Os restos são semelhantes<br />

aos encontrados em Santa Maria em 1936 (o Staurikosaurus pricei, que atualmente<br />

está no Museu da Universidade Harvard, nos EUA), em Candelária em 1998 (Guaibasaurus<br />

candelariensis) e na Argentina em 1963 (Herrerasaurus ischigualastensis).<br />

De acordo com Cabrera, o dinossauro, que ainda não tem nome, pesava em torno de 400<br />

quilos e tinha pelo menos 20 anos de idade quando morreu. Trata-se possivelmente de um<br />

predador, com grande poder de perfuração das presas.<br />

Léo Gerchmann, Agência Folha, Porto Alegre, 27 out. 2005.<br />

Supondo que os seres vivos se originam de espécies ancestrais, usando métodos para<br />

determinar a idade dos fósseis e elaborando teorias sobre as transformações que aconteceram<br />

nas regiões onde eles foram encontrados, os cientistas vão reconstituindo a história da vida na<br />

Terra. A cada novo achado essa história se amplia um pouco mais.<br />

A história geológica da Terra, desde sua origem até os dias atuais, é em geral apresentada<br />

como escala formada por segmentos sobrepostos, cada um correspondendo a um intervalo de<br />

tempo.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 43


44<br />

A escala de tempo geológico<br />

Uma escala de tempo geológico pode ser estendida como uma sequência cronológica de<br />

intervalos sucessivos de tempo, cujos limites são definidos em virtude de eventos notáveis na<br />

história do planeta. Eis uma versão recente:<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

As eras geológicas<br />

Éon Era Sistema Milhões de anos atrás<br />

FANEROZOICO<br />

PROTEROZOICO<br />

Cenozoica<br />

Mesozoica<br />

Paleozoica<br />

Neoproterozoico<br />

Mesoproterozoico<br />

Paleoproterozoico<br />

Quaternário 1,806<br />

Neogeno 23,03<br />

Paleogeno 65,5<br />

Cretáceo 145,5<br />

Jurássico 199,6<br />

Triássico 251<br />

Permiano 299<br />

Carbonífero 359,2<br />

Devoniano 416<br />

Siluriano 443,7<br />

Ordoviciano 488,3<br />

Cambriano 542<br />

Ediacarano 630<br />

Criogeniano 850<br />

Toniano 1.000<br />

Steniano 1.200<br />

Ectasiano 1.400<br />

Calymmiano 1.600<br />

Statheriano 1.800<br />

Orosiriano 2.050<br />

Rhyaciano 2.300<br />

Sideriano 2.500<br />

TRANSIÇÃO (2.600)<br />

ARQUEANO<br />

Neoarqueano 2.800<br />

Mesoarqueano 3.200<br />

Paleoarqueano 3.600<br />

Eoarqueano (4.000)<br />

HADEANO (4.510)<br />

(GÊNESE) (4.560)<br />

Fonte: GRADSTEIN, Felix M. et al. A new Geologic Time Scale, with Special Reference to Precambrian and Neogene. Episodes 27: 83-100, 2004.<br />

Disponível em: http://www.episodes.co.in//www/backissues/272/272.htm. Acesso em: 19 mar. 2012.


A maioria dos estudiosos reconhece três grandes éons: Arqueano, Proterozoico e Fanero-<br />

zoico. Os dois primeiros costumam ser apresentados sem muitos detalhes ou subdivisões, enquanto<br />

o Fanerozoico aparece cuidadosamente fatiado em uma série de subdivisões. Em parte,<br />

isso tem a ver com a riqueza do acervo fóssil, que tende a escassear à medida que recuamos no<br />

tempo – o acervo fóssil do Fanerozoico é muito mais rico e variado do que o dos éons anteriores<br />

(Proterozoico e Arqueano).<br />

Pré-Cambriano<br />

Os dois primeiros éons da história geológica da Terra, que costumam ser coletivamente referidos<br />

como “Pré-Cambriano” (isto é, tudo aquilo que ocorreu antes do Cambriano, o primeiro<br />

sistema da primeira era do Fanerozoico), podem ser caracterizados da seguinte maneira:<br />

• Éon Arqueano (Pré-Cambriano): durou os primeiros 2,1 bilhões de anos da história<br />

da Terra. Formação do planeta. Continentes pequenos. Hidrosfera definida há 3,8<br />

bilhões de anos, atmosfera sem oxigênio livre. Fósseis mais antigos datados de 3,5<br />

bilhões de anos.<br />

• Éon Proterozoico (Pré-Cambriano): durou outros 2 bilhões de anos. Formação de<br />

grandes massas continentais. Oxigênio presente na atmosfera. Primeiros eucariontes<br />

há 2 bilhões de anos; primeiros multicelulares há 1 bilhão de anos; primeiros animais<br />

há 600 milhões de anos.<br />

Fanerozoico<br />

As três grandes eras que formam o éon mais recente da história geológica da Terra podem<br />

ser caracterizados da seguinte maneira:<br />

• Era Paleozoica (Éon Fanerozoico): durou 292 milhões de anos. Massas continentais do<br />

fim do Proterozoico se dividiram em blocos menores (Laurência, Báltica, Casaquistânia,<br />

Sibéria, Mongólia e, o maior de todos, Gondwana), cobertos por mares rasos. Primeiras<br />

plantas vasculares terrestres. A era termina com o agrupamento dos blocos menores<br />

em uma única massa continental, a Pangeia.<br />

• Era Mesozoica (Éon Fanerozoico): durou 186 milhões de anos. O continente mundial<br />

era relativamente alto, com poucos mares rasos. A vegetação terrestre passa a ser<br />

dominada por árvores, no lugar das pteridófitas. O continente mundial começou a<br />

fragmentar-se (primeiro em Laurásia e Gonduana), com formação do oceano Atlântico.<br />

A era termina com o desaparecimento em massa de muitas espécies, inclusive<br />

os dinossauros.<br />

• Era Cenozoica (Éon Fanerozoico): os últimos 65 milhões de anos. Clima quente no início,<br />

mas depois começa a esfriar. Formação das calotas polares (Antártida e, depois,<br />

Ártico). Diversos eventos (separação da América do Sul da Antártida, colisão da Índia<br />

com a Eurásia etc.) fazem com que os continentes assumam gradativamente a configuração<br />

atual. Diversificação dos mamíferos.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 45


46<br />

Como ocorrem as adaptações<br />

A única explicação para a diversidade dos seres vivos foi, por muito tempo, sua criação por<br />

uma entidade divina. Em meados do século XIX, outra explicação foi proposta nos meios científicos<br />

e criou grande polêmica na sociedade. A Teoria da Evolução explicava a diversidade dos<br />

seres vivos e sua adaptação ao ambiente como resultantes da seleção natural.<br />

O fato que narramos a seguir é um exemplo de como isso acontece na natureza.<br />

Analise<br />

a foto<br />

A Biston betularia é uma espécie de mariposa comum na Inglaterra. Existem duas variedades<br />

dessa espécie: uma variedade<br />

mais clara e outra mais escura.<br />

Ambas costumam pousar no tronco<br />

de árvores.<br />

Observe a foto e responda:<br />

1. Se um predador que se orienta<br />

visualmente, como uma ave insetívora,<br />

estivesse à procura de mariposas<br />

para comer, qual das duas<br />

variedades ele veria com mais facilidade<br />

sobre o tronco das árvores?<br />

2. Se as mariposas vivessem em um<br />

local poluído e o tronco das árvores<br />

ficasse escuro de fuligem,<br />

qual das variedades ele veria com<br />

mais facilidade?<br />

3. Depois de algum tempo, qual das<br />

variedades seria predominante na região?<br />

A mariposa clara estava bem camuflada enquanto não havia poluição. Depois, ela passou a ser mais visível e por isso mais capturada<br />

pelos pássaros. Depois de algum tempo, a mariposa escura se tornou mais numerosa do que a mariposa clara.<br />

Veja agora o comentário de um estudioso sobre esse caso (grafia de acordo com o original):<br />

“A mariposa sarapintada, Biston betularia, fornece uma das melhores histórias conhecidas<br />

da biologia evolutiva. Em coleções feitas na Inglaterra no século XVIII, a forma da<br />

mariposa era sempre de uma coloração clara com algumas pintas escuras (sarapintada). Uma<br />

forma com muitas pintas escuras (melânica) foi primeiramente registrada em 1848, próxima<br />

a Manchester. A forma melânica, então, aumentou em frequência até se constituir em mais<br />

de 90% das populações em áreas poluídas na metade do século XX. Em áreas não poluídas,<br />

a forma clara permaneceu comum. Leis de purificação do ar foram criadas na metade do<br />

século XX, e a frequência da forma melânica diminuiu nas áreas originalmente poluídas.”<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Duas variedades da mariposa Biston betularia: uma clara, mais acima,<br />

e outra escura, logo abaixo. Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

RIDLEY, Mark. Evolução, 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 138.<br />

Claude Nuridsany& Marie Perennou/Science Photo Library


A seleção natural<br />

Na Inglaterra, as mariposas de cor clara eram mais numerosas do que a variedade escura.<br />

Isso acontecia porque eram menos visíveis pelos predadores quando pousavam nos troncos<br />

claros.<br />

No entanto, com a industrialização, o ambiente na Inglaterra tornou-se poluído. Como<br />

conse quência, os liquens que recobriam os troncos tornando-os claros morreram e os troncos<br />

das árvores se tornaram escuros. Nessa nova situação, a variedade de cor clara ficou mais visível<br />

para os pássaros e acabou se tornando menos numerosa na população de mariposas.<br />

A seleção do ambiente não cria organismos novos. Ela somente favorece alguns tipos de<br />

indivíduos, entre os diversos já existentes na população. Os mais adaptados ao novo ambiente<br />

sobrevivem, reproduzem-se e têm descendentes que herdam as características favoráveis<br />

à sobrevivência.<br />

A maioria dos cientistas argumenta que a seleção natural é o principal fator a promover a evolução.<br />

A ideia básica por trás da teoria da evolução por seleção natural, criada independentemente<br />

pelos naturalistas britânicos Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913),<br />

é relativamente simples: as chances de sobrevivência e reprodução não estão distribuídas ao<br />

acaso entre os integrantes de uma população.<br />

Ao contrário, sob determinadas circunstâncias, os portadores de certas características têm<br />

chances sistematicamente maiores de sobrevivência e reprodução do que os portadores de<br />

características alternativas (coloração melânica versus coloração clara; tamanho da galhada;<br />

grau de tolerância à escassez de alimentos ou a extremos de temperatura; resistência aos<br />

parasitas etc.).<br />

A seleção artificial<br />

Há 14 mil anos, quando os seres humanos começaram<br />

a criar animais, teve início a seleção artificial das<br />

variedades das espécies. Essa seleção continua sendo<br />

realizada para melhorar a alimentação humana.<br />

Agricultores e criadores de animais escolhem<br />

para reprodução as variedades mais produtivas,<br />

nutritivas, saborosas, maiores, mais resistentes.<br />

Assim, foram selecionadas sementes de milho que<br />

produzem espigas de grãos maiores, que não se<br />

soltam da espiga quando amadurecem. Também<br />

foram selecionadas sementes de café de diferentes<br />

sabores, vacas que produzem mais leite, galinhas<br />

que botam ovos o ano todo, carneiros de pelagem<br />

farta, porcos que en gordam rapidamente.<br />

Mas é entre os cães e os gatos que convivem<br />

em nossas casas que se pode ver o resultado da<br />

seleção das variedades.<br />

Os cães e os gatos foram selecionados para cruzamento<br />

desde sua domesticação. O resultado é que há muita<br />

variedade nessas espécies.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 47<br />

Fotos: AbleStock


48<br />

A origem das variedades na espécie<br />

Variedades surgem naturalmente em populações por causa das mutações genéticas que acontecem<br />

ao acaso.<br />

O indivíduo mutante nasce com características que podem ou não ser herdadas por seus<br />

descendentes. O albinismo (ausência de pigmentação na pele) é um exemplo de mutação.<br />

O albinismo é uma mutação presente em muitas espécies de<br />

animais. No caso, vemos um pavão totalmente branco.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Filhotes têm semelhanças com os pais, mas não são idênticos a eles. Na<br />

foto, a fêmea do guepardo com o filhote.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

A nectarina é um fruto resultante de mutações de células reprodutivas<br />

de um pessegueiro, ocorridas na Inglaterra em 1741.<br />

O destino dos mutantes depende da seleção natural ou, então, da seleção artifical promovida<br />

por criadores e agricultores.<br />

Na natureza, permanecem os mutantes (e seus descendentes) cujas características são mais favoráveis<br />

à sobrevivência e/ou à reprodução. Entre os criadores e agricultores, permanecem os mutantes<br />

(e descendentes) que apresentam vantagens para a sua criação.<br />

AbleStock<br />

Fotos: Fabio Colombini


Outra fonte de variabilidade é a reprodução sexuada. Nesse tipo de reprodução, tanto<br />

o sexo masculino como o feminino contribuem para formar os descendentes, com a união<br />

entre o espermatozoide e o óvulo. Todas as demais células do novo ser se formam a partir<br />

dessa primeira célula. Dentro dela, estão os genes com as características do pai e os com as<br />

da mãe.<br />

Cada óvulo e cada espermatozoide são diferentes dos outros óvulos e dos outros espermatozoides.<br />

Por isso, não há dois indivíduos geneticamente iguais, a não ser que sejam gêmeos<br />

univitelinos, isto é, derivado de um único zigoto.<br />

As variedades das espécies nunca param de surgir. Elas favorecem a sobrevivência nos diferentes<br />

ambientes da Terra, que estão sempre se modificando.<br />

A formação de uma nova espécie<br />

Quando a população de uma espécie fica isolada por muito tempo, as mutações e a reprodução<br />

sexuada podem criar uma subespécie, que poderá se transformar em uma nova<br />

espécie.<br />

Foi o que aconteceu nas 15 ilhas que formam o Arquipélago de Galápagos, que fica a mil<br />

quilômetros da costa do Equador. Há 14 milhões de anos, essas ilhas se formaram por erupções<br />

vulcânicas e começaram a ser povoadas por várias espécies de animais e de plantas. Entre elas,<br />

estão os iguanas, as tartarugas terrestres e os pássaros chamados tentilhões.<br />

Depois de séculos de mutações e cruzamentos, em cada ilha se formou uma espécie de tartaruga,<br />

uma espécie de iguana e uma de tentilhão.<br />

Iguanas marinhos, do Arquipélago de Galápagos. Medem quase 1 metro de comprimento.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 49<br />

Rebecca Cooney/NYT photos


50<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

A Teoria da Evolução<br />

A Teoria da Evolução tornou-se amplamente conhecida com a<br />

publicação do livro<br />

A origem das espécies, em 1859, do naturalista inglês Charles<br />

Darwin.<br />

Ainda jovem, Darwin foi convidado para participar da viagem<br />

do navio Beagle ao redor do mundo, para coletar espécies e desenhar<br />

o litoral da América do Sul. Durante a viagem, que durou<br />

quatro anos e nove meses, Darwin visitou várias regiões da costa<br />

da América do Sul, as Ilhas Galápagos, a Nova Zelândia, a Austrália,<br />

a Tasmânia e as Ilhas Maldivas. Em cada lugar coletou fósseis,<br />

observou espécies animais e vegetais. No Brasil, Darwin esteve em Salvador, na Bahia, e<br />

permaneceu três meses no Rio de Janeiro, em 1832.<br />

À medida que passava de uma região para outra, notou que uma mesma espécie apresentava<br />

características diferentes em cada região. Observou que existiam traços comuns entre<br />

espécies extintas e atuais. Isso o levou à suposição de que os seres vivos se transformam no<br />

decorrer do tempo, fato que outros pesquisadores já tinham notado.<br />

As observações feitas durante a viagem levaram Darwin a formular sua teoria, que se<br />

baseia na sobrevivência dos mais aptos, sendo que a natureza se encarrega de fazer essa<br />

seleção entre as variedades de uma espécie.<br />

Depois que voltou à Inglaterra, Darwin continuou seus estudos. Até que um dia recebeu<br />

o trabalho enviado por outro pesquisador, Alfred Wallace, que tinha chegado às mesmas<br />

conclusões. Então, os trabalhos dos dois foram divulgados.<br />

Science Photo Library<br />

Charles Robert Darwin.<br />

Desenho feito por Charles Darwin<br />

em 1889. Observando os bicos<br />

de quatro espécies de tentilhão<br />

do arquipélago das Galápagos,<br />

ele concluiu que esses pássaros<br />

descendem de uma população<br />

que veio do continente, cada grupo<br />

se isolou em uma das ilhas e<br />

formou uma nova espécie.<br />

Julia Margaret Cameron /<br />

Wellcome Library, London


Por que dois ou mais cientistas, sem prévio conhecimento dos respectivos<br />

trabalhos, muitas vezes chegam à mesma teoria ao mesmo tempo?<br />

A resposta mais simples a essa pergunta é a de que os cientistas não trabalham num<br />

vácuo. Estão todos imersos, por assim dizer, na estrutura e no curso do desenvolvimento da<br />

ciência, deparando-se com os mesmos problemas numa mesma época.<br />

Assim, na primeira metade do século XIX, o tema evolução das espécies estava “no ar”.<br />

Alguns biólogos opunham-se ardorosamete à própria ideia de evolução, ao passo que outros<br />

especulavam com avidez suas consequências, buscando evidências a seu favor. O caso é que,<br />

de uma forma ou de outra, quase todos os biólogos estavam refletindo a respeito do assunto.<br />

O problema básico era: se a evolução ocorre, quais são suas causas?<br />

Enquanto Charles Darwin, na Inglaterra, refletia acerca dessa questão, outro inglês,<br />

Alfred Wallace, nas Índias Orientais, fazia o mesmo. Ambos viajaram pelo mundo, fazendo<br />

observações semelhantes e, num momento crucial do desenvolvimento de suas ideias,<br />

devem ter lido um livro de Thomas Malthus, que descrevia os efeitos da pressão populacional<br />

sobre os seres humanos. Tanto Darwin como Wallace começaram a pensar a propósito<br />

desses mesmos efeitos sobre todas as espécies. Quais os indivíduos que sobreviveram<br />

e quais não? Enfim, ambos chegaram à teoria da evolução por seleção natural.<br />

Na verdade, este fato não é de todo surpreendente. Duas pessoas trabalhando no mesmo<br />

problema e do mesmo modo, defrontando-se com os mesmos fatos em suas observações e a<br />

par dos mesmos livros muito provavelmente chegariam às mesmas soluções.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

“ ”<br />

Isaac Asimov. Asimov explica. São Paulo: Francisco Alves, 1990.<br />

ancestrais: antepassados, muito antigos.<br />

carnívoros: animais que se alimentam de seres heterótrofos.<br />

datação: processo científico de determinação da data.<br />

herbívoros: animais que se alimentam de seres autótrofos.<br />

mutante: indivíduo portador de genes mutantes que lhe conferem características particulares.<br />

predadores: organismos que matam outros organismos para se alimentar.<br />

sedimentares: rochas formadas por material depositado em camadas.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Que característica têm as folhas do coqueiro para suportar o vento? Ele tem folhas partidas.<br />

2. Que relação existe entre as raízes da vitória-régia e o meio onde ela vive?<br />

A vitória-régia tem raízes profundas que chegam ao solo do fundo do rio.<br />

3. Qual a contribuição do estudo dos fósseis para reconstruir a história da vida na Terra?<br />

Estudando os fósseis, os paleontólogos descobrem como eram os seres vivos do passado.<br />

4. Explique, de forma resumida, como as alterações ambientais podem provocar mudanças<br />

nas populações.<br />

5 O que você entende por seleção natural?<br />

As alterações ambientais selecionam, entre os indivíduos de uma população, quais são mais aptos a sobreviver e<br />

a se reproduzir, transmitindo suas características aos descendentes.<br />

A seleção feita pelo ambiente.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 51


52<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS<br />

Formação de duas espécies<br />

No vale fresco, vivia uma espécie de ave.<br />

O vale se tornou quente. As aves migraram para o alto das montanhas.<br />

Muitas gerações depois, cada grupo havia formado uma espécie.<br />

O vale se tornou fresco novamente. Nele passaram a viver duas espécies de aves.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

1. Quantas espécies viviam no vale fresco? No vale vivia uma espécie de pássaro.<br />

2. O que ocorreu para os pássaros migrarem para as montanhas?<br />

3. A migração dos passáros ocorreu para o mesmo lugar?<br />

4. Como você explica a formação de duas espécies?<br />

5. Por que os pássaros não se cruzaram depois que voltaram a viver no vale?<br />

Porque os indivíduos de uma espécie não reconheciam mais os indivíduos da outra espécie.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Para mais detalhes a respeito do processo de especiação, ver<br />

Manual do Professor.<br />

Porque o vale se tornou muito quente e o<br />

alto das montanhas é mais fresco.<br />

Não. Alguns voaram para montanhas de um lado<br />

do vale e os demais voaram para o outro lado.<br />

De cada lado, os pássaros se reproduziram e novas características<br />

foram selecionadas pelo ambiente.<br />

Faça uma pesquisa e descubra pelo menos dez espécies brasileiras que correm risco de<br />

extinção. A seguir, faça um desenho do mapa do Brasil e localize nele essas espécies. Depois,<br />

em sala, compare suas informações com as de seus colegas e discutam quais as causas de<br />

essas espécies estarem em risco.<br />

Cícero Soares


Olhar de<br />

cidadania<br />

Proteção aos animais de estimação<br />

Esta atividade foi desenvolvida com grande sucesso em várias<br />

cidades. Leia mais informações no Manual do Professor.<br />

É atributo do cidadão participar das decisões que afetam a todos, exercer plenamente os<br />

seus direitos, cumprir os deveres sociais, agir para melhorar as condições de convivência e<br />

assegurar os direitos a quem não tem como fazê-lo. Entre os que vivem essa última situação,<br />

estão os animais de estimação.<br />

Há muito tempo, a sociedade humana agregou ao seu cotidiano cães, gatos, pássaros e<br />

muitos outros animais, que passaram a conviver com pessoas e a delas depender. Eles não<br />

têm como expressar ou defender seu direito à vida e a bons cuidados.<br />

Em 1978, a Unesco – Organização<br />

das Nações Unidas para a Educação, Ciência<br />

e Cultura – editou a Declaração<br />

Universal dos Direitos dos Animais.<br />

Viola esses direitos quem maltrata um<br />

animal de estimação, priva-o da liberdade<br />

ou o abandona à própria sorte.<br />

O abandono do animal de estimação<br />

afeta toda a comunidade. Muitos<br />

perambulam durante meses, famintos<br />

e doentes, podendo transmitir doenças.<br />

Em muitas comunidades, as pessoas<br />

se organizam para recolher os animais<br />

É um ato de crueldade abandonar na rua filhotes como este. das ruas e dar a eles um lar. Você pode<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

iniciar uma ação assim em sua escola,<br />

organizando um Clube do Bicho.<br />

Esse clube deve ser criado para reunir quem gosta de cães e gatos. Vocês podem fazer<br />

muita coisa:<br />

• encontrar quem queira adotar um cão ou um gato;<br />

• achar um animal para quem quer adotar;<br />

• reunir pessoas que queiram levar seus<br />

animais ao veterinário e conseguir o serviço<br />

a um preço baixo.<br />

Reúna-se com seus colegas e planejem a<br />

criação do Clube do Bicho.<br />

Para iniciar, cadastrem os membros do<br />

clube em fichas em que constem: o nome da<br />

pessoa, telefone, endereço, animal que gostaria<br />

de ter, animal que gostaria de doar, animal<br />

que gostaria de adotar.<br />

AbleStock<br />

Veja no Manual como abordar o tema da castração<br />

com seus alunos.<br />

UNIDADE 1 • DESCOBRINDO OS SERES VIVOS 53<br />

AbleStock


Unidade 2<br />

O mundo dos micróbios<br />

Fotomicrogra a de Escherichia<br />

coli, bactéria do intestino.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

Leia a frase abaixo para seus alunos. Peça a alguns deles que contem o<br />

que compreenderam.<br />

A humanidade é parte da natureza, uma espécie<br />

que evoluiu ao lado de outras espécies.<br />

Quanto mais nos identifi carmos com o restante da<br />

vida, mais rapidamente seremos capazes de desco-<br />

brir as origens da sensibilidade humana e de adquirir<br />

o conhecimento sobre o qual fundamentar uma ética<br />

durável e um senso de direção.<br />

Microscópio<br />

AbleStock<br />

Edward O. Wilson


56<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

As bactérias<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRÓBIOS<br />

6<br />

Os lactobacilos e os estreptococos podem ser vistos ao microscópio eletrônico depois de<br />

coloridos artifi cialmente.<br />

Os estreptococos formam colônias em forma de cordão. São bactérias termófi las, isto é,<br />

conseguem viver em temperaturas elevadas, de 50 a 60 graus Celsius, valores que estão além<br />

dos limites de tolerância de outros seres vivos.<br />

Os lactobacilos têm forma de bastão e sobrevivem em meio ácido. São bactérias que produzem<br />

ácido lático a partir da fermentação de carboidratos.<br />

Essas duas bactérias são usadas para produzir iogurte. Para obter esse alimento apreciado<br />

por muitas pessoas, a indústria de alimentos adiciona essas bactérias ao leite.<br />

Lactobacilos (em forma de bastão) e estreptococos (em forma de bolinhas) ampliados cerca de 23 mil vezes pelo microscópio<br />

eletrônico.<br />

Andrew Syred/Science Photo Library


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

As bactérias vivem em nossa boca? E no intestino?<br />

As bactérias estão no ar?<br />

Elas passam de uma pessoa para outra?<br />

Todas as bactérias causam doenças?<br />

Bactérias<br />

As bactérias são microscópicas. Vivem<br />

no solo, na água, no interior de<br />

outros seres vivos, em restos orgânicos.<br />

O modo mais comum de multiplicação<br />

das bactérias é a divisão simples:<br />

uma bactéria se divide ao meio, dando<br />

origem a duas células-filhas. Sob condições<br />

adversas. Algumas espécies se<br />

transformam em esporos (endosporos),<br />

uma forma inativa e altamente resistente<br />

às variações ambientais. Carregados<br />

pelo vento ou pela água, chegam<br />

aos mais diferentes ambientes e, quando<br />

encontram condições favoráveis,<br />

tornam-se ativos. Esse fato é observado<br />

na bactéria que provoca o tétano,<br />

o Clostridium tetani. Ela vive na terra,<br />

no esterco, em pregos e outros objetos<br />

enferrujados. Permanece inativa na<br />

forma de esporo. Quando nos ferimos,<br />

pode entrar pelo ferimento e passar a<br />

viver em nosso corpo, produzindo substâncias<br />

que provocam fortes contrações<br />

musculares e podem levar à morte.<br />

Como é impossível matar os esporos<br />

causadores do tétano com substâncias<br />

químicas, precisamos tomar uma dose<br />

de vacina antitetânica a cada dez anos.<br />

Assim, nos tornamos imunes à doença.<br />

Nesta troca de ideias, os alunos dizem o que pensam e sabem<br />

sobre o assunto. Deixe que falem livremente.<br />

Bactéria responsável por doença de pele e pulmão. Vista ao microscópio<br />

eletrônico com aumento de 25 mil vezes. As cores são artificiais.<br />

Colônia de estafilococos, bactéria comum em nossa pele.<br />

Geralmente não causam mal algum. Vista ao microscópio<br />

eletrônico com ampliação de 3 480 vezes e colorida artificialmente.<br />

Dr. Gary Gaugler/Science Photo Library<br />

Eye of Science/Science Photo Library<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 57


58<br />

Ecologia das bactérias<br />

Em termos ecológicos a maioria das bactérias se comporta como decompositores. Junto com<br />

os fungos, elas degradam os restos de plantas e animais. Durante esse processo, vários elementos<br />

de íons minerais contidos nesses restos são liberados, voltando á cadeia alimentar.<br />

Boa parte dos íons liberados é absorvida pelas raízes das plantas, que os utilizam na síntese<br />

de substâncias orgânicas.<br />

Todos os seres vivos e os materiais que eles fornecem (madeira, algodão, couro, lã, papel)<br />

podem servir de alimentos para bactérias e fungos. É por isso que todos esses materiais são<br />

chamados de biodegradáveis.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

1. O que são restos orgânicos?<br />

São folhas, galhos, frutos, flores que caem das árvores,<br />

animais mortos ou seus pedaços, fezes, urina.<br />

2. O que acontece com os cadáveres?<br />

Eles se decompõem, apodrecem.<br />

3. Que seres fazem a decomposição<br />

dos cadáveres?<br />

As bactérias e os fungos.<br />

4. O que acontece com os íons minerais<br />

que ficam no solo?<br />

Eles se dissolvem na água e são absorvidos<br />

pelas plantas.<br />

5. A decomposição é importante<br />

para a vida das plantas? Por quê?<br />

A decomposição é importante porque fornece<br />

sais minerais para as plantas.<br />

6. Por que estrume de galinha e de<br />

gado são usados para adubar o<br />

solo?<br />

Porque as fezes se decompõem e enriquecem o<br />

solo com sais minerais.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Decomposição e a ciclagem de nutrientes<br />

minerais dissolvidos na<br />

água são absorvidos<br />

pelas raízes<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores fantasia.<br />

restos de plantas<br />

e de animais<br />

decomposição por<br />

bactérias e fungos<br />

Cecília Iwashita


Algumas espécies de bactérias são parasitas de animais ou vegetais. Elas são patogênicas.<br />

São exemplos de bactérias patogênicas as que causam a tuberculose, a hanseníase, a meningite<br />

meningocócica e várias outras doenças.<br />

No entanto há bactérias que favorecem os seres habitados por elas e, ao mesmo tempo,<br />

saem ganhando com a associação. Esse tipo de relação entre seres vivos é chamado de mutualismo.<br />

Um exemplo é o das bactérias que vivem no intestino do boi, auxiliando a digestão dos<br />

vegetais. Outro são as bactérias que vivem nas raízes das leguminosas, como o feijoeiro e o pé<br />

de soja. As plantas abrigam as bactérias e estas fornecem nitrato para as plantas.<br />

Raiz de feijão com nódulos, causados pela bactéria nitrificante Rhizobium leguminosarum.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Várias espécies de bactérias são autótrofas. Entre elas, algumas realizam fotossíntese.<br />

Outras sintetizam alimento usando energia de reações químicas, em um processo chamado<br />

quimiossíntese.<br />

As bactérias que usam oxigênio para obter energia da glicose são aeróbias. É o caso da bactéria<br />

que causa a tuberculose.<br />

Há bactérias anaeróbias. Elas usam outro processo de aproveitamento da energia da glicose:<br />

a fermentação. Os lactobacilos e os estreptococos que estão na foto que abre este capítulo<br />

são exemplos de bactérias que fazem fermentação. Elas são usadas na produção de queijos e<br />

iogurte. Durante a fermentação, transformam o açúcar do leite em ácido láctico. O leite acidificado,<br />

cremoso, é o iogurte.<br />

Há dois tipos de bactérias anaeróbicas: as que não utilizam oxigênio, mas toleram a sua<br />

presença, e as que não utilizam e não toleram. As primeiras são chamadas de anaeróbicas facultativas;<br />

as últimas de anaeróbicas obrigatórias.<br />

As bactérias ditas anaeróbicas obrigatórias morrem na presença de oxigênio. É o caso da<br />

bactéria que provoca o tétano, o Clostridium tetani. É por isso que o risco de contrair tétano<br />

tem a ver com a profundidade do ferimento: arranhões superficiais no braço, por exemplo,<br />

representam muito menos perigo que um furo profundo na perna.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 59


60<br />

Pense<br />

e responda<br />

Existe uma espécie de bactéria – Clostridium botulinum – que pode decompor alimentos<br />

enlatados. Essas bactérias, que vivem sem oxigênio, produzem uma toxina fatal para nosso<br />

organismo.<br />

Esporos dessas bactérias, muito resistentes, contaminam os<br />

Como essas bactérias vão parar dentro da lata? alimentos antes de eles serem enlatados.<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Plástico biodegradável<br />

Plásticos biodegradáveis são decompostos por microrganismos quando descartados no<br />

solo, em aterros. A diferença dos plásticos de origem do petróleo está no tempo de degradação.<br />

O tempo para degradar vai depender do que foi adicionado à resina considerada<br />

biodegradável, mas a ordem de grandeza é de meses (6 a 12 meses) contra 40 a 50 anos,<br />

ou até 200 anos no caso de PET.<br />

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado ao governo do Estado de São Paulo,<br />

identificou uma nova bactéria, a Burkholderia sacchari, isolada em solo de plantação de<br />

cana, que produz esse tipo de plástico. “Agora estamos trabalhando para aumentar a produtividade<br />

da bactéria”, diz a pesquisadora Luiziana Ferreira da Silva, do IPT, que coordenou<br />

as atividades de microbiologia do projeto.<br />

“Há nichos importantes que poderão usar o produto a curto prazo, como a área de medicina,<br />

por exemplo.“ Cápsulas que liberam remédio lentamente na corrente sanguínea, próteses<br />

ósseas e fios de sutura que podem ser absorvidos pelo organismo serão fabricados em<br />

plástico, num futuro bem próximo, desse novo organismo, que substitui o plástico derivado<br />

de petróleo em suas diversas aplicações, como sacos de lixos, embalagens de alimentos,<br />

cosméticos, produtos de limpeza e outros vilões da poluição ambiental.<br />

O grupo de cientistas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que iniciou as pesquisas<br />

nesta área, em 1992, é liderado por Celso Lellis Bueno Netto e inclui José Gregório<br />

Gomez, Marilda Keico Taciro, Luiziana Ferreira da Silva e o engenheiro Carlos Rossell, da<br />

Copersucar. Eles descobriram em 1994 uma nova espécie bacteriana capaz de transformar<br />

açúcar em plástico. Ela alimenta-se diretamente de açúcar, transformando o excedente do<br />

seu metabolismo em um plástico biodegradável chamado PHB (polihidroxibutirato). Sua<br />

vantagem é levar de um a dez anos para se degradar no ambiente, enquanto o plástico de<br />

origem petroquímica pode levar centenas de anos para se degradar. Esta bactéria, denominada<br />

Burkholderia sacchari, está sendo testada na Usina da Pedra, em Serrana (SP).<br />

Disponível em: .


Relações com a espécie humana<br />

Somente há cerca de 130 anos foi demonstrado que as bactérias são a causa de diversas<br />

doenças humanas, embora o microscópio as tivesse revelado desde o século XVII. Até então,<br />

o tratamento dessas doenças não visava atacar as bactérias, o que só se iniciou com o uso de<br />

sulfanilamidas e antibióticos.<br />

Há espécies de bactérias que causam infecções simples, como a formação de espinhas no rosto.<br />

Outras causam doenças graves, como os vibriões do cólera e os pneumococos da pneumonia.<br />

A gravidade de uma infecção bacteriana depende muito da resistência da pessoa parasitada.<br />

Essa infecção, numa pessoa resistente, é passageira, mas em outra pessoa sem resistência<br />

pode ser fatal.<br />

A resistência às infecções bacterianas depende da alimentação, do repouso e até das condições<br />

emocionais da pessoa. Nas crianças pequenas, o leite materno ajuda a criar resistência.<br />

Muitas mortes de crianças pequenas decorrem de disenterias bacterianas, causadas pelo consumo<br />

de água ou de alimentos contaminados. No caso de crianças subnutridas, a infecção bacteriana<br />

pode se tornar um problema particularmente grave.<br />

Relação das infecções bacterianas comuns em populações humanas<br />

Doença Bactéria<br />

Meningite<br />

meningocócica<br />

Neisseria meningitidis;<br />

outras formas de<br />

meningite podem<br />

ser causadas por<br />

Haemophilus influenzae<br />

ou Streptococcus<br />

pneumoniae<br />

Cólera Vibrio cholerae<br />

Tuberculose<br />

clássica<br />

Hanseníase<br />

(lepra)<br />

Mycobacterium<br />

tuberculosis e M. bovis<br />

Sistema ou órgão<br />

afetado<br />

Sistema nervoso<br />

Sistema<br />

digestório<br />

Sistema<br />

respiratório<br />

Mycobacterium leprae Sistema nervoso<br />

Tétano Clostridium tetani Sistema nervoso<br />

Leptospirose<br />

Leptospira interrogans e<br />

Leptospira biflexa<br />

Sistema urinário<br />

(ou fígado)<br />

Botulismo Clostridium botulinum Sistema nervoso<br />

Analise<br />

a tabela<br />

Sintomas Contágio<br />

Febre alta, rigidez no<br />

pescoço.<br />

Forte diarreia.<br />

Tosse, lesões pulmonares,<br />

febre.<br />

Coceiras, manchas e insensibilidade<br />

na pele.<br />

Contração violenta,<br />

fortes dores e febre.<br />

Icterícia (pele amarelada).<br />

Dificuldade para falar,<br />

engolir e respirar.<br />

Contato direto com o<br />

doente.<br />

Ingestão de água ou alimentos<br />

contaminados.<br />

Tosse, saliva, expectoração.<br />

Contato com o<br />

doente.<br />

Contato direto, mas é<br />

preciso ser susceptível<br />

Ferimentos profundos<br />

causados por objetos<br />

contaminados.<br />

Contato com urina de<br />

rato contaminada.<br />

Contato direto, mas é<br />

preciso ser susceptível.<br />

Para realizar a atividade, os alunos devem ficar atentos ao modo<br />

de contágio. Veja exemplos no Manual.<br />

Analise a tabela e escreva uma lista de atitudes que você pode tomar para prevenir essas doenças.<br />

Compare sua lista com a de seus colegas de grupo.<br />

Discuta as ideias com os demais colegas.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 61


62<br />

Combatendo as doenças<br />

Para proteger a coletividade da ação patogênica das bactérias, os governos devem:<br />

• manter sistemas de vigilância sanitária que fiscalizem a produção de alimentos e os estabelecimentos<br />

que comercializam alimentos;<br />

• promover campanhas de vacinação;<br />

• oferecer saneamento básico em todos os bairros: coleta de lixo, tratamento de água (nas<br />

estações de tratamento de água, a água é filtrada e clorada: o cloro mata as bactérias); coleta<br />

e tratamento de esgoto.<br />

• alertar a população sobre contaminações que possam agredir sua saúde.<br />

Para cada pessoa se proteger das bactérias patogênicas, a higiene pessoal é importante:<br />

tomar banho, cortar as unhas, trocar de roupa, lavar as mãos antes das refeições e após o uso<br />

do banheiro. Sem esquecer de uma das medidas preventivas mais importantes: jamais tomar<br />

antibióticos desnecessariamente.<br />

Se no lugar onde você mora não houver estação de tratamento de água, ferva a água e<br />

filtre-a antes de bebê-la.<br />

Cianobactérias<br />

Um grupo particularmente importante de bactérias são as cianobactérias ou bactérias verde-azuladas<br />

(outrora também chamadas de algas azuis).<br />

As cianobactérias têm pigmentos espalhados no interior da célula. A mistura desses pigmentos<br />

dá a elas determinada cor: vermelho, preto, verde-azulado. O nome cianobactéria vem<br />

da cor ciano, um verde-azulado, de uma espécie de cianobactéria.<br />

As cianobactérias são autótrofas, isto é, fazem fotossíntese. Vivem em hábitats aquáticos,<br />

participando da comunidade aquática flutuante chamada plâncton. São encontradas principalmente<br />

em água doce, mas há espécies que vivem no mar ou mesmo no solo.<br />

As cianobactérias são microscópicas, unicelulares, e algumas espécies formam colônias.<br />

Como as demais bactérias, propagam-se por simples divisão: uma cioanobactéria divide-se em<br />

duas células menores e iguais. As células-filhas realizam fotossíntese, aumentam de volume e<br />

então tornam a se dividir.<br />

Ecologia das cianobactérias<br />

As cianobactérias constituem fonte de alimento para muitos seres vivos. Ao realizar fotossíntese,<br />

liberam gás oxigênio.<br />

São poucos exigentes em relação ao hábitat. Bastando, para elas, luz, água e sais minerais. Algumas<br />

espécies vivem até em lugares pobres em nitrato – um sal mineral necessário aos autótrofos. Elas<br />

produzem nitrato usando o gás nitrogênio do ar. Somente algumas bactérias têm essa capacidade.<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

A descoberta da penicilina<br />

Em 1928, o cientista escocês Alexander Fleming (1881-1955) observou que uma das<br />

culturas de bactérias estafilococos com que trabalhava estava contaminada com bolor da<br />

espécie Penicillium chrysogenum. Fleming notou que, ao redor do bolor, os estafilococos<br />

haviam desaparecido completamente.


Dr Jeremy Burgess/Science Photo Library<br />

Intrigado com os primeiros<br />

resultados, fez experimentos<br />

controlados e concluiu que<br />

esse bolor produz uma substância<br />

que impede a reprodução<br />

dos estafilococos e de<br />

outras bactérias. Ele batizou<br />

a substância de penicilina.<br />

Esse foi o primeiro antibiótico<br />

descoberto. (Fleming posteriormente<br />

foi agraciado com<br />

o Prêmio Nobel em reconhecimento<br />

à importância de sua<br />

descoberta).<br />

O uso de antibióticos exige<br />

cautela. Deve-se usar um antibiótico<br />

que comprovadamente<br />

mate aquela bactéria específica,<br />

causadora da infecção, durante<br />

o tempo recomendado.<br />

Populações naturais de bactérias apresentam grande variabilidade, e certo antibiótico<br />

não mata todas elas, mas apenas as bactérias sensíveis à sua ação. Por essa razão,<br />

pode ser necessária a realização de um antibiograma – exame que mostra qual o antibiótico<br />

mais efetivo para determinada infecção –, se o que foi inicialmente receitado não<br />

surtir o efeito desejado.<br />

Além disso, o uso de um antibiótico por um tempo menor do que o recomendado<br />

pode matar todas as bactérias que causam a doença, menos as bactérias mais resistentes<br />

à sua ação. Assim, elas se multiplicam e formam as gerações seguintes, mais difíceis de<br />

combater com esse mesmo antibiótico.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Colônia de Penicillium chrysogenum utilizada para a produção comercial<br />

de penicilina. Colônia com aproximadamente 2 cm. A parte amarela é<br />

o meio de cultura. O círculo cinzento são as hifas e no centro estão os<br />

esporos. Veja essas estruturas no capítulo 9, sobre os fungos.<br />

“ ”<br />

aeróbias: que usam oxigênio na respiração celular.<br />

anaeróbias: que não usam oxigênio na respiração celular.<br />

bolor: denominação popular de certos fungos.<br />

esporos bacterianos: formas inativas e resistentes.<br />

parasitas: seres que se alimentam de partes do corpo de outro ser vivo, prejudicando-o.<br />

patogênicas: que causam doenças.<br />

plâncton: seres microscópicos que flutuam sobre a água.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 63


64<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. O que diferencia a célula de uma bactéria<br />

A célula da bactéria não<br />

de uma célula eucariota? tem núcleo.<br />

2. Onde vivem as bactérias? Elas vivem em toda parte.<br />

3. Como se multiplicam? Elas se dividem sucessivamente.<br />

É a transformação de substân-<br />

4. O que é decomposição? cias orgânicas em inorgânicas.<br />

5. Qual é a importância ecológica da decomposição?<br />

Ela libera sais minerais dos organismos.<br />

6. Por que as fl orestas não precisam ser<br />

Porque os restos dos vegetais e ani-<br />

adubadas? mais estão sempre em decomposição.<br />

7. O que são bactérias patogênicas?<br />

São as bactérias que causam doenças.<br />

8. Todas as bactérias autótrofas fazem fotossíntese?<br />

Não.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Com o fi nal da Segunda Guerra Mundial, a produção de antibióticos fi cou mais barata e<br />

seu uso começou a ser cada vez mais frequente.<br />

À medida que o tempo passou, alguns antibióticos foram se tornando menos efetivos<br />

no combate às bactérias, pois o número de bactérias resistentes a eles foi aumentando.<br />

Como esse fenômeno se relaciona com a seleção natural?<br />

O antibiótico mata as bactérias sensíveis, mas não as bactérias naturalmente resistentes a ele. O ambiente seleciona as bactérias resistentes<br />

e elas se reproduzem rapidamente.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Há milhares de anos produzimos derivados de leite, como iogurtes e queijos. São as<br />

bactérias que realizam o processo de fermentação lática.<br />

Procurem uma receita simples de iogurte e tentem prepará-lo. Peçam ajuda a algum adulto.<br />

Se a receita der certo e o iogurte fi car gostoso, coloquem a receita da equipe no mural<br />

de sua classe.<br />

Tragam o iogurte para todos experimentarem e experimentem o iogurte de outras equipes.<br />

Mas tomem cuidado com a higiene. Lembrem-se como é fácil contaminar-se com bactérias!<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

São substâncias químicas que<br />

9. O que são antibióticos? matam bactérias.<br />

10. O que é mutualismo?<br />

11. Cite exemplos de mutualismo entre<br />

bactérias e outro ser vivo.<br />

12. Quais são as características comuns a<br />

todas as cianobactérias? Elas não têm núcleo.<br />

13. Por que elas têm o nome de cianobactéria?<br />

Por causa da cor verde-azulada (ciano) de algumas espécies.<br />

14. Onde vivem as cianobactérias?<br />

Elas vivem na água, principalmente na água doce.<br />

15. Qual é a importância das cianobactérias<br />

no ambiente aquático?<br />

Elas são fotossintetizantes, são fonte de alimento a outros<br />

seres vivos.<br />

É uma associação entre seres vivos<br />

em que ambos obtêm benefícios.<br />

Um exemplo de bactéria mutualista é a que vive no intestino do boi.


<strong>Capítulo</strong><br />

As algas<br />

7<br />

Se você pegar um pouco d’água de uma poça em qualquer lugar iluminado, certamente<br />

carregará uma porção delas! E também é feito delas o tapete escorregadio que recobre o fundo<br />

dos riachos. As encontramos, ainda, sobre as pedras e o costão rochoso batidos pelas ondas<br />

das praias. E em vários pratos da cozinha oriental. Do que estamos falando?<br />

Sushi.<br />

Boris Ryzhkov<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 65


66<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

!<br />

Em todo aquário de água doce encontramos algas, mas elas não são aquelas plantas compradas<br />

em lojas, flutuantes ou com raízes fixas entre as pedras. Onde elas ficam, então?<br />

Você já viu algas nas rochas banhadas pelas ondas? Se as viu, que cores tinham? Eram<br />

opacas ou semitransparentes? Moles ou rígidas? Estavam nas partes da rocha sempre secas<br />

ou nas úmidas?<br />

Você já experimentou algas? Se sim, em qual comida?<br />

Como são as algas<br />

As algas têm muitas formas, tamanhos e cores. O sargaço é pluricelular e pode atingir vários<br />

metros de comprimento, já as diatomáceas são unicelulares e microscópicas.<br />

Embora as algas tenham clorofila, que é um pigmento verde, elas também podem ter pigmentos<br />

amarelos, azuis e castanhos. Todas as algas fazem fotossíntese, por isso todas elas são autótrofas.<br />

Diferentes espécies de algas unicelulares do grupo<br />

das diatomáceas. Todas elas têm as paredes celulares<br />

com sílica. Observação ao microscópio com ampliação<br />

de 3 mil vezes.<br />

Reprodução das algas<br />

Manfred Kage/Science Photo Library<br />

Sargaço, alga pluricelular marinha. Ocorre desde o nível<br />

do mar até profundidades de 20 a 30 metros.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Muitas espécies de algas produzem gametas que se unem e formam o zigoto. Este se desenvolve<br />

e forma uma nova alga.<br />

Fabio Colombini


Na reprodução sexuada da<br />

Spyrogira, os filamentos se tocam<br />

e o conteúdo das células de<br />

um filamento é transferido para<br />

as células do outro filamento.<br />

A união dos núcleos das células<br />

forma um zigoto que se desenvolverá<br />

em nova alga.<br />

Analise a<br />

letra da música<br />

Fotomicrofia da reprodução sexuada em Spyrogira sp.<br />

Spyro gyra<br />

Spyro gyra é spyro gyra<br />

É um bichinho bonito, verdinho<br />

Que dá na água<br />

Que plâncton é esse?<br />

É spyro gyra<br />

É spyro gyra<br />

Você sabe o que é um plâncton?<br />

Um plâncton é uma alga<br />

De água doce ou de água salgada<br />

Mas o spyro gyra é doce<br />

Doce, doce, doce, doce<br />

De água doce<br />

Um encontro amoroso do zigoto masculino<br />

Com o gameta feminino<br />

Formam novas células<br />

Um fio vegetal<br />

Brilhoso e esverdeado<br />

Igual à cor da esperança<br />

É o encontro amoroso do zigoto masculino com o gameta feminino<br />

Formam novas células um fio vegetal<br />

Brilhoso e esverdeado igual à cor da esperança<br />

Igual à cor da esperança<br />

Spiro Giro...<br />

Jorge Benjor. Spyro Gyro.<br />

Musisom <strong>Editora</strong> Musical, 1992.<br />

Claude Nuridsany & Marie Perennou/<br />

Science Photo Library<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 67


68<br />

1. O Spyro gira é um bichinho bonito e verdinho que dá na água. O autor está se referindo<br />

à alga Spyrogira? Justifique sua resposta.<br />

2. A Spyrogira faz parte do plâncton?<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Deve estar se referindo a ela, pois a espirógira é verde e aquática,<br />

embora não seja um animal.<br />

Sim, ela faz parte do plâncton.<br />

3. Na frase “Um encontro amoroso do zigoto masculino com o gameta feminino”, o emprego<br />

da palavra zigoto está correto? Justifique sua resposta.<br />

4. O que é um zigoto?<br />

organismo<br />

maduro<br />

É o resultado da união de um gameta masculino com um gameta feminino.<br />

esporos<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Não, o autor da letra provavelmente quis dizer<br />

gameta masculino.<br />

As algas unicelulares se reproduzem assexuadamente quando se partem ao meio. As algas<br />

coloniais filamentosas se dividem em pedaços e cada um deles forma novas células.<br />

Muitas algas também formam esporos. Essas células resistem às condições ambientais desfavoráveis<br />

e dão origem a novas algas.<br />

Ecologia das algas<br />

Esquema do ciclo de vida de uma alga<br />

esporo<br />

filamento<br />

jovem<br />

A maioria das algas é aquática e habita as regiões iluminadas dos mares, lagos e rios. Algumas<br />

vivem em hábitats terrestres, sobretudo em locais úmidos. Outras vivem associadas a<br />

fungos, formando os liquens.<br />

As algas constituem a base alimentar de muitos ecossistemas aquáticos, pois são as maiores<br />

produtoras de alimento do planeta. A maior parte do oxigênio consumido pelos seres vivos é<br />

produzida por elas.<br />

Luis Moura


Saiba mais<br />

A multiplicação das algas<br />

Em condições favoráveis, as algas se reproduzem com tamanha velocidade que em pouco<br />

tempo podem somar vários milhares de células por litro.<br />

Quando isso acontece, se as algas são vermelhas, a água se torna vermelha.<br />

Esse fenômeno tem sido chamado de maré vermelha. Mas os biólogos recomendam aos<br />

jornalistas que chamem o fenômeno de florações de algas, uma vez que nem sempre a<br />

tonalidade da água com florações é vermelha.<br />

Existem lagos e represas que recebem adubo usado na lavoura, que chega a eles com a<br />

água das chuvas. Também recebem esgoto doméstico, rico em substâncias orgânicas que<br />

são decompostas, liberando sais minerais na água. Desse modo, a água fica adubada.<br />

Com tanto adubo, as algas reproduzem-se intensamente, formando uma camada que<br />

dificulta a entrada de luz, o que impede a fotossíntese das algas submersas. Estas morrem<br />

e são decompostas por bactérias que se multiplicam rapidamente e consomem o oxigênio<br />

da água. Como consequência, morrem os peixes e outros seres vivos.<br />

Esse fenômeno tem ocorrido em diversos locais do Brasil, como na Represa Guarapiranga,<br />

na cidade de São Paulo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, e na Bahia de<br />

todos os Santos, na Bahia<br />

Líquen: associação entre algas e fungos<br />

Existem espécies de fungos que, associadas a<br />

algas unicelulares, formam os liquens, comuns<br />

sobre as árvores e as rochas. O fungo oferece<br />

umidade e proteção às algas e estas fornecem<br />

ao fungo matéria orgânica produzida por elas.<br />

Essa associação entre fungos e algas é um caso<br />

de mutualismo.<br />

Os liquens crescem lentamente e liberam<br />

fragmentos que são transportados pelo vento.<br />

Caindo em local adequado para sua sobrevivência,<br />

esses fragmentos formam novos liquens.<br />

Os liquens são uma associação entre algas e fungos.<br />

Os liquens são os primeiros seres a colonizar<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

os solos em formação. Também estão entre os primeiros a desaparecer quando o ar se torna<br />

poluído. Por essa razão, a sua presença é usada como indicador da qualidade do ar, quanto<br />

maior a poluição, menor a quantidade de liquens encontrada em uma região.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 69


70<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Observe os troncos das árvores do lugar onde você mora.<br />

Se você encontrar liquens, desenhe alguns deles com lápis de cor.<br />

Se possível, observe os liquens com uma lupa.<br />

Algas como alimento e matéria-prima<br />

As algas fornecem matéria-prima para a indústria alimentícia, para produtos de pesquisa<br />

científica e para a construção civil.<br />

Das algas vermelhas, por exemplo, obtém-se uma substância gelatinosa, utilizada em laboratórios<br />

de microbiologia: o agar. Essa gelatina, misturada com substâncias nutritivas, é usada<br />

como meio de cultura de bactérias e outros microrganismos.<br />

Das algas pardas, extrai-se a algina, utilizada na fabricação de sorvetes e outros alimentos<br />

cremosos.<br />

A carapaça de sílica das diatomáceas não é decomposta e se acumula no fundo do mar,<br />

originando os diatomitos. Cortados em blocos ou triturados, os diatomitos são usados na fabricação<br />

de tijolos, filtros, polidores e isolantes térmicos.<br />

Existem algas que são apreciadas como alimento e são muito nutritivas.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

adubada: que recebeu adubo natural ou químico; o adubo contém sais minerais.<br />

liquens: associações mutualísticas de fungos com algas.<br />

mutualismo: associação entre dois seres vivos, na qual ambos são beneficiados, resultando<br />

frequentemente em dependência mútua.<br />

sílica: material cristalino, duro e resistente que também compõe o vidro.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

“<br />


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Construa uma tabela em seu caderno que contenha as características das algas quanto<br />

a número de células, nutrição, hábitat e reprodução.<br />

2. A que se deve a riqueza de coloração das algas? Aos pigmentos que elas têm.<br />

3. Faça um desenho para representar a reprodução assexuada das algas.<br />

4. Faça um desenho para representar a reprodução sexuada.<br />

5. Em que tipo de hábitats podemos encontrar algas? Na água e na terra úmida.<br />

6. Por que a iluminação é um fator importante para a sobrevivência das algas?<br />

Porque as algas são fotossintetizantes.<br />

7. O que aconteceria com os peixes de um lago se todas as algas fossem eliminadas? Por<br />

quê? Haveria grande mortandade por falta de alimento. As algas são as produtoras de um lago.<br />

8. Que influencia as algas tem na composição química da atmosfera terrestre?<br />

Elas são produtoras de oxigênio, muito mais do que as plantas.<br />

9. O que são liquens? O líquen é uma associação de alga com fungo.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Muitos ambientalistas que lutam contra o desflorestamento ainda alegam que a Floresta<br />

Amazônica é o pulmão do mundo, responsável pela produção da maior parte de oxigênio<br />

da Terra.<br />

Isso é verdade? Não. Isso não é verdade. Os principais produtores de oxigênio são as algas.<br />

Justifique sua resposta.<br />

Investigue com<br />

seus colegas<br />

Pesquise em livros, jornais ou internet os efeitos da poluição da água sobre as algas.<br />

Faça cartazes, explicando as consequências dos efeitos dessa poluição, e proponha soluções.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 71


72<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os protozoários<br />

Nas fotos, vemos imagens<br />

de dois protozoários<br />

de água doce: uma ameba,<br />

à direita, e uma blefarisma,<br />

abaixo.<br />

A ameba se locomove<br />

por expansões do corpo<br />

chamadas pseudópodes. O<br />

movimento também pode<br />

ser feito para englobar alimento<br />

que é armazenado<br />

dentro da ameba para ser<br />

digerido.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

8<br />

A ameba ampliada 267 vezes. Cores-fantasia.<br />

Manfred Kage/Science Photo Library<br />

A blefarisma se locomove<br />

movendo os cílios que recobrem<br />

seu corpo. Ela tem uma<br />

cavidade por onde entram<br />

bactérias e matéria orgânica<br />

dissolvida na água, que são<br />

seu alimento.<br />

Blefarisma. Ampliada cerca de 400 vezes.<br />

Astrid & Hans-Frieder Michler/Science Photo Library


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Os protozoários são unicelulares ou pluricelulares? Unicelulares.<br />

Como os protozoários retratados nas fotos se movimentam?<br />

Os protozoários são prejudiciais à nossa saúde?<br />

bipartição<br />

conjugação<br />

Por pseudópodes e batimento dos cílios.<br />

Algumas espécies são patogênicas, como a ameba.<br />

Como são os protozoários<br />

Os protozoários são unicelulares e heterótrofos, com grande diversidade de formas.<br />

Vivem em hábitats aquático ou no interior de outros seres vivos.<br />

Os protozoários têm vários modos de locomoção. De acordo com a maneira como se locomovem,<br />

costumam ser classificados em três grandes grupos: rizópodes, ciliados e flagelados.<br />

Os rizópodes se deslocam com expansões chamadas pseudópodes, que também são usadas<br />

para englobar partículas de alimento que são digeridas dentro da célula. Esse modo de alimentação<br />

é a fagocitose.<br />

Os ciliados têm cílios envolvendo externamente seu corpo. O batimento coordenado desses<br />

cílios permite seu deslocamento.<br />

Os flagelados se locomovem com o batimento de um filamento semelhante a um chicote,<br />

chamado flagelo.<br />

Há ainda um quarto grupo, o dos esporozoários, cujos integrantes são desprovidos de<br />

estruturas locomotoras.<br />

Reprodução dos protozoários<br />

Os protozoários se reproduzem assexuadamente<br />

por simples divisão celular (bipartição).<br />

Alguns protozoários sésseis também<br />

se reproduzem assexuadamente por<br />

brotamento.<br />

A reprodução sexuada pode ser por<br />

conjugação, quando ocorre troca de material<br />

hereditário entre dois indivíduos.<br />

Muitos protozoários produzem uma<br />

cápsula protetora chamada cistos. Trata-se<br />

de uma forma inativa e extremamente resistente<br />

às condições desfavoráveis (escassez<br />

de água ou temperaturas muito baixas,<br />

por exemplo), capaz de se tornar novamente<br />

ativa quando as condições ambientais<br />

voltam a ser favoráveis. O cisto possibilita,<br />

por exemplo, que uma espécie parasita sobreviva<br />

fora do hospedeiro.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 73


74<br />

Ecologia dos protozoários<br />

A maioria dos protozoários vive em hábitats aquáticos, como preparadores de outro micro-<br />

-organismo ou como detritívoros, nutrindo-se de restos de outros seres vivos. Muitos se locomovem<br />

ativamente, mas alguns vivem presos a um substrato. Outros vivem no interior de<br />

plantas e animais, parasitando-os, isto é, alimentando de tecidos do corpo dos hospedeiros ou<br />

explorando parte de seus itens alimentares. E há também os que vivem em mutualismo com<br />

outros seres vivos, em uma relação de trocas benéficas entre o protozoário e o hospedeiro.<br />

Os protozoários constituem importante elo das cadeias alimentares aquáticas, servindo de<br />

alimento para diversos organismos de níveis mais altos.<br />

O ciclo de vida dos protozoários parasitas transcorre no interior de outros seres vivos. Saber<br />

como eles conseguem penetrar nesses organismos é particularmente importante no caso de<br />

doenças humanas, pois, conhecendo como eles chegam até nós, podemos evitá-los.<br />

Transmissão por meio de vetores<br />

Duas doenças graves são causadas por protozoários que penetram no organismo humano<br />

durante a picada de um inseto: a malária e a doença de Chagas. Nesses casos, os insetos são<br />

chamados de vetores (transmissores) das doenças.<br />

O protozoário causador da malária é o plasmódio (Plasmodium). Ele é transmitido pela picada<br />

do mosquito Anopheles. No mosquito (hospedeiro definitivo), ocorre a reprodução sexuada do<br />

plasmódio e, nos seres humanos (hospedeiros intermediários), a reprodução assexuada. Os plasmódios<br />

invadem os glóbulos vermelhos causando anemia. Ali se multiplicam assexuadamente. O indivíduo<br />

sofre acessos de febre sempre que os glóbulos vermelhos se rompem e liberam os plasmódios<br />

no sangue, junto com substâncias tóxicas produzidas por eles. Os plasmódios liberados invadem<br />

novos glóbulos vermelhos.<br />

A doença de Chagas, descoberta pelo cientista brasileiro Carlos Chagas (1879-1934), é causada<br />

pelo Trypanosoma. Ele é transmitido por um inseto conhecido como barbeiro, porque<br />

geralmente pica as pessoas no rosto.<br />

De hábitos noturnos o barbeiro se esconde durante<br />

o dia nas frestas das casas de barro ou entre<br />

tijolos de paredes sem reboco. À noite suga o sangue<br />

de pessoas, tatus, macacos, cães, gatos e outros<br />

mamíferos. Enquanto se alimenta, pode defecar.<br />

O percevejo Triatoma, conhecido como barbeiro, vetor do protozoário<br />

causador da doença de Chagas. Esse inseto tem cerca de 4 cm,<br />

quando adulto.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Fabio Colombini<br />

O mosquito Anopheles, responsável pela transmissão<br />

da malária, em sua posição característica: o abdome<br />

levantado durante a picada. Mede cerca de 1 cm.<br />

Fabio Colombini<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.


Se as fezes estiverem contaminadas e penetrar no local da picada, o protozoário pode atingir<br />

a corrente sanguínea do indivíduo, transformando-o em um novo hospedeiro.<br />

Alguns dias depois de ser picado pelo barbeiro infectado, surgem os primeiros sintomas:<br />

o indivíduo tem febre e aparecem ínguas. Em pouco tempo, porém, os sintomas regridem, e<br />

ele volta a se sentir bem, No entanto, o protozoário continua em seu corpo e acaba causando<br />

problemas graves no coração, que inflamam e aumentam o tamanho. É uma doença ainda incurável,<br />

contra o que só podemos adotar medidas preventivas.<br />

O barbeiro suga o sangue do<br />

doente e adquire o protozoário<br />

glóbulo<br />

vermelho<br />

Os tripanossomos<br />

entram na<br />

circulação<br />

Esquema do ciclo da doença de Chagas<br />

vaso de sangue<br />

da pele<br />

Os tripanossomos se reproduzem<br />

no coração ou em outro órgão<br />

As fezes com tripanossomos<br />

entram<br />

na circulação da pessoa<br />

picada<br />

Contágio através de água e de alimentos<br />

O barbeiro contaminado suga o<br />

sangue de uma pessoa e defeca<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Alguns protozoários como a Entamoeba histolytica, a Giardia lamblia e o Balantidium coli<br />

causam distúrbios no sistema digestório humano, podendo ser descobertos com o exame microscópico<br />

das fezes.<br />

O indivíduo com amebíase, giardíase ou balantidíase elimina protozoários e cistos com as<br />

fezes. Se os cistos alcançarem um rio, uma represa ou alimentos, a pessoa que beber dessa água<br />

ou ingerir esses alimentos poderá contrair as doenças provocadas por esses protozoários.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 75


76<br />

Analise as<br />

ilustrações<br />

1. Como ocorreu a contaminação da malária?<br />

2. O que se pode fazer para prevenir a malária?<br />

3. Como a pessoa adquiriu a doença da segunda ilustração?<br />

4. Como ocorreu a contaminação da água e dos alimentos?<br />

5. O que se pode fazer para combater a amebíase?<br />

1<br />

O mosquito infectado<br />

pica o homem.<br />

2<br />

O homem foi picado por um inseto contaminado pelo plasmódio.<br />

Usar repelente de mosquito, proteger o corpo ao entardecer, dormir com mosquiteiro.<br />

Ela comeu verdura regada com água contaminada e mal lavada.<br />

As fezes de pessoas doentes contaminaram a água usada para regar a horta.<br />

Nós devemos lavar bem as verduras e o governo deve cuidar do saneamento básico.<br />

Menino com<br />

amebas.<br />

doença: amebíase<br />

sintoma: disenteria<br />

parasita: ameba<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Amebas eliminadas<br />

com as fezes.<br />

Os plasmódios entram<br />

no sangue.<br />

doença: malária<br />

sintomas: acessos de febre, anemia<br />

parasita: plasmódio.<br />

Contaminação de<br />

água e alimentos.<br />

O homem está<br />

parasitado por<br />

plasmódios.<br />

Água contaminada<br />

com amebas.<br />

Mulher ingere verduras<br />

com amebas.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Os plasmódios<br />

entram nas<br />

hemácias.<br />

Ilustrações: Luis Moura


Combatendo as doenças<br />

As doenças causadas por protozoários exigem programas governamentais que melhorem as<br />

condições sanitárias e a educação da população.<br />

• saneamento básico: redes de distribuição de água tratada, recolhimento e tratamento de<br />

esgoto;<br />

• combate aos parasitas: tratamento médico das pessoas parasitadas, impedindo a contaminação<br />

de novos indivíduos;<br />

• combate aos insetos vetores: eliminação dos insetos e dos locais onde eles possam se abrigar<br />

e reproduzir, como buracos nas paredes de casas, águas paradas;<br />

• educação sanitária: divulgação de informações sobre os modos de contágio e também sobre<br />

como evitá-lo.<br />

Saiba mais<br />

Carlos Chagas<br />

A 22 de abril de 1909, Oswaldo Cruz anunciou formalmente à Academia Nacional de Medicina<br />

a descoberta, por Carlos Chagas, de uma nova doença: a tripanossomíase americana<br />

ou moléstia de Chagas.<br />

O processo da descoberta se iniciou em 1907, quando Chagas, pesquisador de Manguinhos,<br />

chegou a Lassance, no norte de Minas Gerais, com a missão de combater a malária<br />

entre os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Lá, teve sua atenção despertada<br />

por um inseto que proliferava nas frestas das paredes de pau a pique das casas,<br />

alimentando-se à noite do sangue de seus moradores. Por atacar preferencialmente o rosto,<br />

era chamado de barbeiro pela população local.<br />

Ao examinar estes insetos, Chagas encontrou neles um novo parasita, que chamou de<br />

Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. Verificou que este era patogênico para<br />

animais de laboratório e descobriu sua presença em animais domésticos.<br />

Paralelamente, já havia detectado nos habitantes da região alterações patológicas<br />

inexplicáveis. Começou então a pesquisar as ligações entre o novo parasita e a condição<br />

de doença daquela população. A 23 de abril de 1909, Chagas descobriu pela primeira<br />

vez o protozoário no sangue de um ser humano: uma menina de três anos, Berenice, em<br />

plena fase aguda.<br />

Era um feito único na história da medicina: Chagas descobriu o parasita – o Trypanosoma<br />

cruzi – e seu ciclo evolutivo; o vetor – o barbeiro – e seus hábitos; o reservatório<br />

doméstico – o gato; e a moléstia – a doença de Chagas.<br />

Ana Maria Palma.<br />

Museu da Vida/COC/Fiocruz.<br />

Disponível em: . Acesso em: Março/2012<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 77


78<br />

Em outras<br />

palavras<br />

cistos: estrutura em forma de saco ou vesícula.<br />

flagelo: estrutura filamentosa com função de locomoção.<br />

pseudópodes: expansões do citoplasma com função de locomoção e captura de alimento.<br />

vetor: ser vivo que transmite o parasita para outro ser vivo.<br />

1. Quais as características comuns a todos os protozoários?<br />

Eles são unicelulares, heterótrofos.<br />

2. Cite a característica usada para classificar os protozoários.<br />

O modo de locomoção.<br />

3. Os protozoários têm reprodução sexuada, assexuada ou ambas?<br />

Ambas.<br />

4. Em que hábitats podemos encontrar protozoários?<br />

Em ambiente aquático, de vida livre ou dentro de outros seres vivos.<br />

5. Cite duas formas de contaminação das pessoas com protozoários parasitas.<br />

Contaminação por insetos, contaminação pela água e alimentos.<br />

6. Que cuidados devemos tomar para evitar o contágio com protozoários transmitidos<br />

pela água?<br />

Beber água tratada, ferver a água quando ela não for tratada, lavar bem frutas e verduras.<br />

7. Onde vive o protozoário que provoca a malária?<br />

Vive nas pessoas e em determinado inseto.<br />

8. Qual a importância do combate ao mosquito anófeles na prevenção da malária?<br />

Quanto menor for a quantidade de anófeles, menor será o número de pessoas contaminadas.<br />

9. Essa espécie de mosquito oferece perigo em região onde não há pessoas com malária?<br />

Não. Nesse caso a picada do mosquito é inofensiva.<br />

10. Quais os hospedeiros do tripanossomo?<br />

O inseto chamado barbeiro, pessoas e outros animais.<br />

11. Como se chama a doença provocada pelo tripanossomo no homem?<br />

Ela tem o nome de doença de Chagas.<br />

12. Que medidas você sugere para a prevenção da doença de Chagas?<br />

Tratar os doentes, eliminar o barbeiro da área onde há doentes, eliminar os locais onde os insetos se abrigam.<br />

13. Construa uma tabela comparativa em seu caderno. Faça uma coluna para a doença de<br />

Chagas e outra para a malária. A seguir coloque nas linhas as seguintes informações:<br />

formas de contágio, hospedeiros, sintomas da doença, prevenção.<br />

14. Os protozoários causadores dessas doenças podem ser transmitidos por transfusão de<br />

sangue de uma pessoa doente para outra sadia. Como evitar que isso aconteça?<br />

Fazendo exame de sangue nos doadores de sangue.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

“<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Os cupins são insetos sociais, ou seja, estão organizados numa grande sociedade que é<br />

o cupinzeiro ou termiteiro. O principal alimento dos cupins é a celulose, uma molécula que<br />

faz parte das células dos vegetais e, portanto, está presente nas madeiras e nos papéis.<br />

A celulose é um carboidrato que os cupins não conseguem digerir. Para isso dependem<br />

de protozoários que vivem no intestino dos cupins adultos e digerem essa substância. Os<br />

protozoários também se alimentam da celulose digerida.<br />

Os cupins não nascem com esses protozoários no intestino. Durante a fase em que são<br />

imaturos, eles adquirem os protozoários durante a transmissão de fluído alimentar (trofolaxia)<br />

por parte de indivíduos adultos.<br />

1. Sem esses protozoários,<br />

os cupins sobreviveriam?<br />

Justifique sua resposta.<br />

Não, porque não poderiam digerir<br />

a celulose.<br />

2. Que tipo de relação há<br />

entre o cupim e os protozoários<br />

que existem<br />

no seu intestino?<br />

Mutualismo, a relação em que as<br />

espécies associadas se beneficiam.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Cupim, inseto que se nutre de madeira. Mede cerca de 5 mm.<br />

Neste capítulo, vocês aprenderam que no Brasil há doenças graves transmitidas por<br />

protozoários.<br />

Procurem em livros e na internet em que regiões do Brasil há maior número de pessoas<br />

com essas doenças. Ou seja, descubram onde essas doenças são endêmicas.<br />

Façam um mapa do Brasil mostrando as áreas mais infectadas e descubram se a cidade<br />

onde vocês vivem se encontra numa dessas áreas de risco.<br />

Caso sua região esteja numa área de risco de endemia causada por protozoário, pesquise<br />

que medidas preventivas estão em prática na região. Pesquise na Internet ou em postos de<br />

saúde.<br />

Oriente os alunos nessa pesquisa para que possam aplicar as<br />

informações colhidas na orientação dos familiares e comunidade.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 79


80<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Doenças sexualmente transmissíveis – DST<br />

Você já ouviu falar em DST? São as chamadas doenças sexualmente transmissíveis que<br />

acometem milhares de pessoas. Elas são provocadas por vírus, bactérias, protozoários e<br />

fungos. São conhecidas dos seres humanos há milênios; da sífi lis, por exemplo, há registros<br />

de sua ocorrência de mais de 500 anos.<br />

As principais DSTs são sífi lis, gonorreia, infecção por clamída, tricomoníase, candidiáse,<br />

herpes genital, condiloma acuminado (crista de galo) e Aids (em sua transmissão sexual). A<br />

maneira segura de não se contaminar com elas é usando preservativo nas relações sexuais.<br />

Conhecer as suas manifestações e formas de prevenção é uma atitude importante para<br />

uma vida sexual saudável.<br />

doença<br />

Sífi lis<br />

Gonorreia<br />

Clamídia<br />

Tricomoníase<br />

Candidíase<br />

Herpes genital<br />

Condiloma<br />

Acuminado<br />

“Crista de galo”<br />

agente<br />

causador<br />

Bactéria<br />

(Treponema<br />

pallidum)<br />

Bactéria<br />

(Neisseria gonorrhoeae)<br />

Bactéria<br />

(Chlamydia trachomatis)<br />

Protozoário<br />

(Trichomonas vaginalis)<br />

Fungo<br />

(Candida albicans)<br />

Vírus<br />

(Herpes Simplex II<br />

(HS-II)<br />

Vírus HPV<br />

(papilomavírus)<br />

Aids Vírus HIV<br />

Fonte: . Acesso em: Abril/2012.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Ver orientações no Manual do Professor<br />

sintomas<br />

nos homens<br />

O primeiro sintoma é uma pequena<br />

ferida nos órgãos sexuais, com<br />

caroços (ínguas) na virilha que<br />

surgem de 15 a 21 dias após a<br />

relação sexual com a pessoa infectada.<br />

Ardência na hora de urinar e corrimento<br />

amarelo e purulento no<br />

pênis.<br />

Ardência e secreção clara saindo<br />

do pênis antes de urinar.<br />

Dor durante o ato sexual, difi culdade<br />

em urinar e coceira nos<br />

órgãos genitais ou nenhum sintoma.<br />

Vermelhidão, manchas brancas e<br />

coceira no pênis ou nenhum sintoma.<br />

Apresenta bolhas ou feridas doloridas<br />

nos órgãos genitais ou no<br />

ânus. Aparece de tempos em tempos.<br />

Aparecem verrugas em volta dos<br />

órgãos genitais ou do ânus. O<br />

aspecto dessas verrugas lembra a<br />

crista de um galo ou nenhum sintoma.<br />

Após o período de incubação do<br />

vírus, que dura de algumas semanas<br />

a alguns meses, a pessoa pode apresentar<br />

sintomas que variam desde<br />

a vermelhidão, dor de garganta,<br />

dor nas juntas, caroços no pescoço,<br />

debaixo do braço e na virilha. A<br />

doença progride deixando o doente<br />

com imunidade baixa e sujeito a<br />

outras infecções e debilidade geral,<br />

mesmo com tratamento a doença<br />

pode levar a morte<br />

sintomas<br />

nas mulheres<br />

O primeiro sintoma é<br />

uma pequena ferida<br />

nos órgãos sexuais, com<br />

caroços (ínguas) na virilha<br />

que surgem de 15 a 21<br />

dias após a relação sexual<br />

com a pessoa infectada.<br />

Não apresentam sintomas<br />

no início da doença, só depois<br />

de um tempo sentem<br />

dores ao urinar, corrimentos<br />

e dor na barriga.<br />

Às vezes, os sintomas<br />

nem aparecem.<br />

Corrimento amarelo-esverdeado<br />

com cheiro ruim;<br />

dor no ato sexual; difi culdade<br />

em urinar e coceira<br />

nos órgãos genitais.<br />

Corrimento branco,<br />

parecido com leite talhado,<br />

que dá coceira nos<br />

órgãos genitais.<br />

Apresenta bolhas ou feridas<br />

doloridas nos órgãos<br />

genitais ou no ânus.<br />

Aparece de tempos em<br />

tempos.<br />

Aparecem verrugas semelhantes<br />

à couve-fl or<br />

na vulva e há uma camada<br />

grossa que lembra<br />

verrugas comuns.<br />

Os sintomas são idênticos<br />

para as mulheres<br />

sequelas e outras<br />

informações<br />

A ferida desaparece mesmo sem tratamento,<br />

mas a doença continua, pois a<br />

bactéria continua existindo no sangue<br />

e, se não for tratada, pode trazer complicações<br />

para o sistema nervoso, ossos,<br />

coração, olhos e pode até matar.<br />

Se não tratada poderá atacar o<br />

coração e os ossos e pode impossibilitar<br />

a mulher de ter fi lhos, pois atinge<br />

o colo do útero. Pode provocar<br />

aborto ou adiantar a hora do parto.<br />

O bebê pode nascer com problemas.<br />

A mulher pode fi car estéril ou, no<br />

caso de uma gravidez, o bebê poderá<br />

nascer com infecções.<br />

A proliferação do protozoário pode<br />

ser provocada, também, por algum<br />

desequilíbrio do organismo. O<br />

homem pode ser portador, sem apresentar<br />

sintoma algum.<br />

A candidíase pode aparecer quando<br />

o organismo está enfraquecido por<br />

outras doenças, na gravidez ou durante<br />

o uso de antibióticos.<br />

Essas feridas desaparecem sozinhas,<br />

mas, passado algum tempo, reaparecem<br />

nos mesmos lugares. Nos períodos<br />

de feridas, a pessoa está transmitindo<br />

a doença.<br />

Esse vírus está relacionado com o<br />

surgimento de um tipo de câncer<br />

de colo do útero. É importante ir ao<br />

médico ao primeiro sinal, senão, as<br />

verrugas crescem, se multiplicam e o<br />

tratamento fi ca bastante doloroso.<br />

Desde o momento que a pessoa é<br />

infectada ela pode transmitir a doenças<br />

para outras


<strong>Capítulo</strong><br />

Os fungos<br />

9<br />

Você já deve ter encontrado alimentos embolorados até mesmo dentro da geladeira.<br />

Quando isso acontecer de novo, observe esses seres vivos que estão se nutrindo do seu<br />

alimento. Verá que o alimento vai se desfazendo pouco a pouco enquanto as espécies de<br />

fungo se sucedem, de cores diferentes.<br />

Experimente colocar alguns alimentos dentro de um vidro com terra. Arranje esses alimentos<br />

de modo que possa vê-los através do vidro. Anote o que observar e também faça<br />

desenhos.<br />

Você vai descobrir muitas coisas interessantes...<br />

Fungos sobre uma laranja.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 81<br />

Fabio Colombini


82<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

!<br />

Por que os alimentos emboloram?<br />

O que acontece com a matéria desses alimentos?<br />

Como o bolor aparece nos alimentos?<br />

Os alimentos colocados na geladeira emboloram no mesmo tempo que fora da<br />

geladeira? Por quê?<br />

Como são os fungos<br />

Os fungos se alimentam de outros seres vivos. Há<br />

espécies que se alimentam de matéria orgânica animal<br />

ou vegetal morta. Outras vivem dentro ou sobre organismos<br />

vivos (animais ou vegetais), deles retirando os<br />

nutrientes.<br />

Há fungos unicelulares, como os do fermento, mas a<br />

maioria é pluricelular, como o cogumelo-de-chapéu e a<br />

orelha-de-pau.<br />

Os fungos pluricelulares são formados por finíssimos<br />

tubos celulares, chamados hifas, que se entrelaçam e<br />

formam uma massa, chamada micélio.<br />

Entre os fungos unicelulares, é comum a produção<br />

de descendentes a partir de um broto que cresce e se<br />

destaca da célula-mãe. Esse tipo de reprodução assexuada<br />

é chamado de brotamento.<br />

Saccharomyces cerevisiae em brotamento. Ampliado 5514 vezes<br />

aproximadamente. Vista em microscópio eletrônico e em cor-fantasia.<br />

David Scharf/Science Photo Library<br />

Fungos pluricelulares comuns sobre<br />

troncos. São de tamanhos variados,<br />

dependendo da espécie.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

NYT Photo


A principal forma de reprodução dos fungos<br />

é pela formação de esporos, que se acumulam na<br />

ponta das hifas. Eles são células resistentes à falta<br />

de alimento e umidade, suportando também<br />

grandes variações de temperatura. Quando caem<br />

em um local favorável, cada esporo pode dar origem<br />

a um novo fungo.<br />

Se um fungo produz esporos diretamente,<br />

então o processo é assexuado e os descendentes<br />

serão idênticos ao fungo do qual se originaram.<br />

Entretanto, se os esporos são produzidos como resultado<br />

da troca de material genético entre dois<br />

micélios diferentes, o processo é sexuado e os fungos<br />

originados por esses esporos apresentarão diferenças<br />

entre si.<br />

cogumelo-de-chapéu<br />

cogumelo jovem<br />

Ciclo de vida de um cogumelo<br />

formação de<br />

novo fungo<br />

Aspergillus fumigatus. Ampliado 430 vezes<br />

aproximadamente. Vista em microscópio eletrônico.<br />

Na ponta das hifas estão os esporos.<br />

esporos debaixo<br />

do chapéu<br />

mistura dos micélios<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

esporos levados<br />

pelo vento<br />

micélio<br />

Eye of Science/Science Photo Library<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 83


84<br />

Ecologia dos fungos<br />

Há espécies que se alimentam de matéria orgânica animal ou vegetal morta. Outras vivem<br />

dentro de organismos vivos ou sobre eles (animais ou vegetais), deles retirando os nutrientes.<br />

Sendo saprófagos em sua maioria, os fungos são geralmente encontrados nos restos de<br />

seres vivos ou material orgânico em decomposição. Ao digerir esses materiais, os transformam<br />

em substâncias mais simples, água e sais minerais. Os sais minerais enriquecem o solo. Portanto,<br />

esses seres vivos cumprem importante papel em sua comunidade: degradam a matéria orgânica<br />

morta, liberando íons minerais que são capturados pelas raízes das plantas e assim voltam<br />

à cadeia alimentar.<br />

Existem fungos que se nutrem de organismos vivos, parasitando-os. São exemplos os que<br />

causam doenças como “ferrugem” e “carvão” em cereais e frutas cultivadas, além daqueles<br />

que causam micoses nos seres humanos, como frieiras e sapinho.<br />

Fungos como o Penicillium chrysogenum liberam uma substância que impede o crescimento<br />

de bactérias no substrato que lhes serve de alimento. Substâncias assim produzidas, como a<br />

penicilina, foram as precursoras dos antibióticos utilizados no combate a infecções bacterianas.<br />

Há os fungos que servem de alimento para outros seres vivos. As saúvas, por exemplo, cultivam<br />

fungos, fornecendo-lhes tecidos vegetais (pedaços de folhas e flores, por exemplo) como<br />

alimento e mantendo-os em locais úmidos dentro do formigueiro. Esses fungos são o alimento<br />

dessas formigas.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Pegue um pedaço de casca de laranja.<br />

Em uma folha de papel sulfite desenhe o contorno da casca.<br />

Coloque sobre uma folha de jornal o pedaço de casca de laranja levemente umedecida.<br />

Deixe a casca em local sombreado.<br />

Quando os fungos crescerem, marque onde estão localizados no desenho do contorno da<br />

casca de laranja. Use lápis de cor e anote o dia da observação.<br />

A cada dois ou três dias, registre novamente suas observações no contorno com lápis de outra<br />

cor diferente, identificando sempre em que dia se refere cada cor usada na observação.<br />

Quando a casca de laranja for totalmente digerida pelos fungos, verifique em seus apontamentos<br />

quantos dias levou para ocorrer o processo.<br />

Qual a função de umedecer a casca de laranja para o experimento?<br />

Criar condições mais favoráveis para o crescimento do fungo.<br />

Se a casca de laranja estivesse na geladeira, o tempo de o fungo digerir toda a casca da<br />

laranja seria o mesmo?<br />

Não, pois o metabolismo e a reprodução dos fungos diminui em ambientes com temperaturas mais baixas.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

Evite conduzir esta atividade com itens consumíveis,<br />

como pedaços de pães ou bolos.


Relações com a espécie humana<br />

Os fungos que parasitam os vegetais cultivados<br />

e aqueles que decompõem alimentos armazenados<br />

causam grande prejuízo às fontes de alimentação<br />

humana.<br />

Outros, que parasitam tecidos humanos, causam<br />

doenças que exigem tratamento. É o caso das micoses.<br />

Existem fungos que são utilizados em nosso benefício.<br />

É o caso dos fermentos biológicos, usados<br />

na produção de pães e bebidas. Também se encaixam<br />

aqui os fungos utilizados na produção de queijos<br />

de sabor característico.<br />

Os cogumelos comestíveis são usados na culinária.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Champignon, usado na culinária ocidental.<br />

Shimeji, usado na culinária japonesa.<br />

Os fungos que crescem entre os dedos do pé formam um tipo de micose popularmente<br />

chamada de frieira. Durante o verão, principalmente nas pessoas que frequentam a praia e<br />

piscinas, é comum o aparecimento de micose na pele.<br />

Considerando que os fungos preferem lugares úmidos, qual é a melhor maneira de evitar<br />

as micoses? Manter a pele seca, enxugando bem os vãos dos dedos e não ficando muito tempo com maiô molhado.<br />

Saiba mais<br />

A fermentação<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

O fermento biológico é um tipo de fungo utilizado desde a Antiguidade na produção de<br />

pães e bebidas alcoólicas. Somente com o uso do microscópio verificou-se que o fermento<br />

é constituído de seres vivos unicelulares.<br />

O fungo colocado na massa do pão utiliza a glicose para obter energia. Nesse processo<br />

produz gás carbônico e álcool etílico. Com a formação de bolhas de gás carbônico no interior<br />

da massa, esta aumenta de volume e se torna porosa, originando um pão macio. Quanto<br />

ao álcool, ele evapora quando o pão é assado.<br />

A técnica de produção de bebidas alcoólicas é semelhante. O fungo presente no caldo de<br />

cana, no suco de uva ou em outro líquido açucarado utiliza o açúcar como alimento e realiza<br />

sua fermentação. Nesse processo são liberados gás carbônico e álcool. Assim, do suco de uva<br />

produz-se o vinho e do caldo de cana produz-se a cachaça.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 85


86<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS<br />

“<br />

”<br />

micoses: doenças causadas por fungos.<br />

saprófagos: seres que se alimentam de restos de outros seres vivos ou de seus cadáveres.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Cite exemplos de fungos.<br />

2. Todos os fungos são pluricelulares?<br />

1. Cogumelo-de-chapéu, orelha-de-pau, fermento biológico, fungos da<br />

pele (micose), bolores.<br />

2. Não. Há fungos pluricelulares e unicelulares.<br />

3. Os esporos são uma forma de reprodução assexuada ou sexuada.<br />

4. Os esporos germinam sobre os alimentos.<br />

5. Os fungos digerem restos de seres vivos e o que resta da decomposição<br />

são sais minerais para as plantas.<br />

6. Em ambientes úmidos e ricos em matéria orgânica.<br />

7. São fungos que decompõem seres ainda em vida; fungos que crescem<br />

sobre a pele e as folhas.<br />

8. Dessa espécie foi feita a penicilina, o primeiro antibiótico.<br />

9. Nós comemos vários tipos de cogumelos: shimeji, champignons.<br />

10. Os fungos fermentam a uva na produção de vinho e a cevada na<br />

produção de cerveja.<br />

3. Os fungos têm reprodução sexuada, assexuada ou ambas?<br />

4. Quando deixamos alimentos expostos, como os fungos surgem sobre eles?<br />

5. Qual a importância ecológica da atividade saprofágica dos fungos?<br />

6. Em que tipo de hábitat podemos encontrar cogumelos e bolores?<br />

7. O que são fungos parasitas? Cite dois exemplos.<br />

8. Qual a contribuição de determinada espécie de fungo (Penicillium) no combate às bactérias<br />

patogênicas?<br />

9. Dê exemplo de fungos que comemos.<br />

10. Qual a importância dos fungos para a indústria de bebidas?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

O fermento biológico é constituído de fungos unicelulares. Quando o fermento<br />

é colocado na farinha com água, ele começa a se reproduzir assexuadamente, ou<br />

seja, cada célula se divide em duas, que também se dividem. Em pouco tempo, a<br />

massa está cheia de fungos. A respiração dessas células libera gás carbônico, que<br />

faz a massa crescer. O volume aumenta, a densidade diminui e a massa flutua.<br />

Quando dona Cláudia faz pão, primeiro ela prepara a massa de farinha de trigo com fermento<br />

biológico e água. Depois, molda os pães e os cobre com um pano.<br />

Em seguida, faz uma bolinha com a massa e a coloca em copo com água. A bolinha vai<br />

para o fundo.<br />

Passado algum tempo (que depende da temperatura do dia), a bolinha sobe e flutua.<br />

Dona Cláudia então já sabe que os pães estão crescidos e prontos para assar.<br />

O que ocorre para a bolinha de massa de pão colocada no copo com água subir?<br />

O que é o fermento biológico?


Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Você pesquisou uma receita de iogurte. Então agora é a vez de pesquisar uma receita<br />

de pão. Junto com seus colegas, prepare a receita. Tentem descobrir o papel de cada ingrediente<br />

e façam um relatório para o professor. No final, organizem um lanche comunitário<br />

e experimentem os resultados das suas receitas.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Agora, mãos à obra! Você sabe que todos somos responsáveis pela higiene do local onde<br />

vivemos, trabalhamos ou estudamos. Mas o que podemos fazer para manter a higiene e a<br />

qualidade de vida nesses lugares?<br />

É preciso que as pessoas tomem conta do espaço onde vivem, para evitar que fiquem<br />

sujos e abandonados. Existem pessoas que trabalham para isso. Elas são como os zeladores<br />

que cuidam do seu prédio ou de sua escola, porém cuidam do planeta, colaborando com a<br />

organização e a limpeza das cidades, estados e países.<br />

Que tal fazer o mesmo na sua escola? Criar a zeladoria da escola?<br />

Então, organize-se com seus colegas de classe para vistoriá-la.<br />

Selecionem itens importantes a observar:<br />

• se há cestos de lixo na sala, no pátio, nos banheiros; se estão sendo usados; quem<br />

os esvazia;<br />

• como está a limpeza do pátio; se jogam lixo no chão;<br />

• como está a limpeza das salas e dos banheiros;<br />

• como está a limpeza nas calçadas em volta da escola;<br />

• se a descarga do banheiro está funcionando e se todos a usam;<br />

Para cada item a ser fiscalizado, atribuam uma nota de 1 a 3. A nota 1 equivale a Bom,<br />

2 a Razoável e 3 a Ruim. As notas virão da observação e do julgamento de cada grupo que<br />

ficar encarregado de cada item. Sejam rigorosos e exigentes.<br />

Depois da análise dos dados, criem um projeto para uma ação na escola. Esse projeto<br />

deve sugerir soluções e mudanças de hábito. Façam cartazes, usem o mural de cada classe,<br />

conversem com colegas de outras classes e os convidem para participar do projeto.<br />

UNIDADE 2 • O MUNDO DOS MICRóBIOS 87


Unidade 3<br />

Borboleta da Mata de<br />

Araucária e caracol.<br />

Fotos não proporcionais ao<br />

tamanho real.<br />

Animais invertebrados<br />

Fabio Colombini<br />

As maravilhas da natureza não estão confi nadas<br />

a lugares exóticos, como as fl orestas tropicais do<br />

mundo. São também acessíveis em um jardim. Basta<br />

procurar por elas.<br />

Gerald Durrell<br />

Fabio Colombini


90<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os poríferos<br />

UNIDADE 3 • ANIMAIS INVERTEBRADOS<br />

10<br />

Muito provavelmente, você nunca viu um porífero. Num aquário de água doce, difi -<br />

cilmente aparecem. Num de água salgada, podem se desenvolver se as condições forem<br />

muito adequadas. Principalmente no mar, vivem fi xos a rochas, mergulhados em água<br />

sem muitos sedimentos.<br />

Em uma loja especializada em produtos de banho, você poderá encontrar esponja<br />

originada de um porífero marinho à venda. Eram muito comuns, até que epidemias que<br />

aconteceram em 1938 e 1947, causadas por um agente indeterminado, quase acabaram<br />

com as populações de poríferos coletados comercialmente. Hoje quase só se encontram<br />

esponjas de banho de fi bra sintética ou de fi bra vegetal, de bucha.<br />

Esponja vermelha. Tem apenas alguns centímetros de altura.<br />

Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (SP).<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Luciano Candisani/ Kino


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Que esponja você já viu?<br />

Você já viu uma esponja de banho natural?<br />

Como são os poríferos<br />

Quando retiramos um recurso da natureza e não o repomos, ele acaba.<br />

Isso não é ecologicamente correto. No entanto, se retiramos um recurso,<br />

mas cuidamos para que ele se renove, isso é ecologicamente correto.<br />

A diversidade entre os animais que povoam a Terra é muito grande. Uma das maneiras de<br />

organizar tamanha quantidade de espécies foi separá-las em dois grupos: os vertebrados e os<br />

invertebrados.<br />

Os vertebrados têm um eixo de sustentação do corpo. Os invertebrados podem ter esqueleto<br />

externo, como o caranguejo, ou esqueleto interno, como a lula. Muitos não têm esqueleto.<br />

Com base nas semelhanças e diferenças existentes entre todos os invertebrados, é possível<br />

classificá-los em vários filos. Um deles é o filo dos poríferos.<br />

Os poríferos são animais aquáticos, principalmente marinhos. Vivem presos a rochas,<br />

conchas ou plantas aquáticas. Portanto, são animais sésseis, que dependem das correntes de<br />

água para obter oxigênio e alimentos. Nela, lançam restos de alimento, gás carbônico e produtos<br />

de excreção.<br />

O alimento das esponjas consiste de substâncias nutritivas, dissolvidas na água, além de<br />

organismos microscópicos que possam penetrar através de seus poros. São por isso chamados<br />

de animais filtradores.<br />

De estrutura simples, os poríferos surgiram na Terra há muito tempo. Vivem fixos a substratos<br />

e suas células não se organizam em tecidos.<br />

As esponjas têm vários predadores. Como são animais sésseis, incapazes de fugir ou se<br />

esconder, os seus sistemas de defesa estão fundamentados principalmente na síntese de compostos<br />

químicos tóxicos ou repelentes, de modo<br />

semelhante ao que acontece com as plantas.<br />

Em linhas gerais, o corpo das esponjas tem a<br />

forma de saco, é poroso, com uma grande abertura<br />

(ósculo) comunicando a cavidade central<br />

com o ambiente aquático. A parede do corpo é<br />

formada por três camadas: revestimento interno,<br />

camada gelatinosa e revestimento externo.<br />

O revestimento interno tem células com flagelo<br />

(coanócitos), que ao bater criam correntes<br />

de água que entram pelos poros e saem pelo<br />

ósculo. Essas correntes de água trazem partículas<br />

alimentares que são digeridas pelos coanócitos.<br />

Eles fagocitam o alimento, do mesmo modo como<br />

as amebas englobam e digerem o alimento.<br />

Esponja. Essa espécie tem cerca de 5 cm altura.<br />

Luciano Candisani / Kino<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 91


92<br />

Além da função de nutrição,<br />

a circulação de água garante as<br />

trocas gasosas, a eliminação de<br />

resíduos e a reprodução.<br />

A esponja tem células (amebócitos)<br />

que participam da digestão<br />

e do transporte de alimentos.<br />

Na época da reprodução, elas se<br />

transformam em gametas. A estrutura<br />

de sustentação das esponjas<br />

é formada por um conjunto<br />

de pequenos espinhos (espículas)<br />

mergulhados em uma camada<br />

gelatinosa ou por fibras de espongina,<br />

um material flexível.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

fluxo de<br />

água<br />

poro<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Quadro-resumo das funções vitais dos poríferos<br />

Sustentação<br />

O esqueleto é formado por<br />

pequenos espinhos mergulhados<br />

em tecido gelatinoso ou<br />

então por fibras de espongina<br />

(um material flexível).<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Reprodução<br />

Nutrição<br />

Os alimentos são fagocitados<br />

pelos coanócitos. A<br />

digestão é intracelular (ocorre<br />

dentro das células).<br />

Estrutura de um porífero<br />

ósculo<br />

átrio<br />

T C<br />

E<br />

espícula<br />

coanócito<br />

Trocas gasosas, circulação<br />

e excreção<br />

As trocas gasosas e a eliminação<br />

de resíduos realizam-<br />

-se através da superfície do<br />

corpo. O transporte dentro<br />

do organismo é feito célula a<br />

célula, com a participação dos<br />

amebócitos.<br />

Os espongiários são animais hermafroditas, que podem se reproduzir sexuada ou assexuadamente.<br />

A reprodução assexuada ocorre por brotamento, ou seja, uma nova esponja cresce<br />

aderida ao corpo daquela que lhe deu origem. Também pode ser por formação de gêmulas, ou<br />

seja, o broto se desprende e se fixa sobre uma rocha.<br />

Os poríferos possuem capacidade de regeneração de partes danificadas, que é outra forma<br />

de reprodução assexuada.<br />

Cícero Soares<br />

Ilustrações: Cícero Soares


esponja A<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Reprodução sexuada nas esponjas<br />

liberação de<br />

espermatozoides<br />

espermatozoide<br />

óvulo<br />

ovo<br />

Corte para mostrar o<br />

interior da esponja<br />

esponja B<br />

fecundação<br />

esponja<br />

jovem<br />

Cícero Soares<br />

larva<br />

As esponjas são hermafroditas sequenciais, o que significa dizer que um mesmo indivíduo ora<br />

se comporta como macho, ora se comporta como fêmea. Na reprodução sexuada, a fecundação<br />

em geral é externa: os gametas (espermatozoides e óvulos) são lançados para fora do corpo pelo<br />

ósculo; como isso é feito de modo mais ou menos sincronizado por vários indivíduos de uma mesma<br />

população, muitos gametas se encontram. O zigoto assim formado dá origem a uma larva<br />

livre-natante.<br />

Em algumas espécies, contudo, a fecundação é interna. Nesse caso, os espermatozoides entram<br />

pelos poros, são capturados e, após sofrerem algumas transformações, são então encaminhados<br />

até os óvulos do indivíduo que está se comportando como fêmea. Assim como no caso<br />

anterior, o zigoto dá origem a uma larva livre-natante: sai nadando pelo ósculo, fixa-se a um<br />

substrato, cresce e se transforma num indivíduo adulto.<br />

Relações com a espécie humana<br />

As espécies de poríferos que não possuem espículas em seu esqueleto são macias e muito<br />

apreciadas como esponjas de banho.<br />

Além dessa utilização, tem-se notícia de seu emprego medicinal, no tratamento de doenças<br />

da tireoide. Um triturado de esponjas seria de uso comum para esse fim entre os chineses da<br />

Antiguidade. Sabe-se que os remédios atualmente utilizados para a tireoide são ricos em derivados<br />

de iodo. E as esponjas possuem, na constituição de seu organismo, grande quantidade<br />

de sais dessa substância.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 93


94<br />

Saiba mais<br />

Cientistas pesquisam possíveis aplicações das esponjas do mar<br />

As esponjas do mar são uma fonte de novas descobertas em diversas áreas da Ciência, da<br />

farmacologia às pesquisas sobre células-tronco e ao desenvolvimento de novos materiais.<br />

Substâncias produzidas pelas esponjas podem levar a medicamentos, e sua estrutura<br />

inspira, por exemplo, a produção de fibras ópticas para telecomunicações.<br />

No Brasil, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) vem<br />

apostando no estudo das poríferas por meio da concessão de bolsas e de auxílio-pesquisa,<br />

os quais vão descrever pelo menos 50 espécies de esponjas marinhas brasileiras que podem<br />

ser a fonte de novos produtos farmacológicos.<br />

Outro objetivo é coletar ao menos 200 espécies de novas amostras de poríferos para a descoberta<br />

de compostos bioativos que possam ajudar no tratamento de câncer e tuberculose.<br />

O projeto é audacioso, cuja meta é testar ao menos 300 extratos de esponja.<br />

O Laboratório de Poríferas do Museu Nacional do Rio de Janeiro recebe da Faperj um<br />

auxílio à sua pesquisa intitulada Produtos Bioativos de Esponjas Marinhas – Probem.<br />

O grupo de poríferos do Museu Nacional também estuda as esponjas como forma de medir<br />

a poluição do litoral. Como elas filtram a água do mar, funcionam como indicadoras do<br />

impacto da poluição. Quanto maior a poluição, menor a quantidade de esponjas. Na Baía de<br />

Guanabara, quase não há mais esponjas ou os ecossistemas associados a elas, como algas,<br />

ouriços, anêmonas e estrelas-do-mar.<br />

As esponjas podem se regenerar por toda a vida porque dispõem de um estoque considerável<br />

de células equivalentes às células-tronco humanas. Essas células dos embriões<br />

originam todas as células do corpo humano, cada uma com sua função. Portanto, podem<br />

ser úteis para regenerar tecidos perdidos.<br />

Como os poríferos não se movem, eles dependem de substâncias químicas que são verdadeiras<br />

armas biológicas para espantar os predadores. Essas substâncias são extremamente<br />

úteis para a farmacologia. O primeiro agente antiviral contra herpes foi isolado de uma<br />

esponja. Estão em testes remédios contra câncer, malária e antibióticos baseados nesses<br />

animais. Seu esqueleto de sílica inspirou novas estratégias para o design de fibra óptica e<br />

semicondutores. E já se investiga a possibilidade de produzir um chip de sílica de esponja.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

excreção: processo ativo de eliminação de substâncias tóxicas ou potencialmente nocivas.<br />

fagocitar: englobar com pseudópodes.<br />

sésseis: animais que vivem presos ao substrato.<br />

substrato: superfície de apoio.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Boletim da Faperj, 23/5/2005. Disponível em: .<br />

Acesso em: Março/2012.


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Em que hábitat vive a maioria das esponjas? As esponjas vivem principalmente em ambiente marinho.<br />

2. As esponjas se locomovem? Não. Elas são animais que vivem fixos aos substratos.<br />

3. Como é a sustentação das esponjas? Elas têm espículas que dão firmeza ao corpo.<br />

4. O que esses animais comem? Eles ingerem seres microscópicos da água.<br />

5. O que são coanócitos? São as estruturas responsáveis pela captura de alimento.<br />

6. Faça um esquema da esponja e indique o caminho das correntes de água que penetram<br />

em seu corpo.<br />

7. Qual a importância das correntes de água criadas pelo batimento dos flagelos dos coanócitos?<br />

8. Como as esponjas se defendem de seus predadores? Elas lançam produtos químicos na água.<br />

7. O fluxo de água faz passar pela esponja grande volume de água com alimentos.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Imagine que você está mergulhando na costa<br />

da Ilha da Juventude, em Cuba, e encontra a<br />

espécie de esponja, da foto ao lado. Ao chegar ao<br />

seu laboratório, você decide contar a um amigo que<br />

pesquisa esponjas como é essa espécie que você encontrou.<br />

Relate qual é o formato e a cor da esponja,<br />

quantos tubos ela tem, qual o lugar onde ela está<br />

fixada e a que profundidade ela se encontra.<br />

Parte do relato do aluno pode se basear na foto ao lado e no que aprenderam. Esponja. Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Investiguem em livros e na internet quais são os animais invertebrados.<br />

Façam uma lista desses animais, escolhendo alguns de cada grupo.<br />

Depois, perguntem a seus familiares quais desses animais listados eles conhecem.<br />

Classifiquem os animais colocando-os em ordem crescente: dos mais aos menos conhecidos.<br />

Luciano Candisani/Kino<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 95


Fabio Colombini<br />

96<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os cnidários<br />

Caravela, animal marinho fl utuante.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

11<br />

A caravela (Physalia physalis) fl utua<br />

no mar e, quando venta, é jogada<br />

na praia pelas ondas. O animal<br />

possui um fl utuador que mede cerca<br />

de 25 centímetros de comprimento e<br />

os tentáculos chegam a 30 metros.<br />

Os tentáculos da caravela possuem<br />

células produtoras de veneno<br />

utilizado para captura de presas e<br />

para defesa. Se os seus tentáculos<br />

entram em contato com a pele do<br />

ser humano, as toxinas liberadas podem<br />

causar grande irritação e dor,<br />

provocando infl amação extensa e<br />

até necrose da área atingida. Pode,<br />

também, ter uma ação sobre o sistema<br />

nervoso, levando à ansiedade,<br />

náuseas, vômitos, desmaios, convulsões,<br />

arritmias cardíacas e problemas<br />

respiratórios. Mesmo os tentáculos<br />

de animais recém-encalhados na<br />

praia oferecem risco.<br />

As caravelas são mais frequentes<br />

nas praias nos meses de verão.<br />

Em caso de acidentes provocados<br />

por esses animais, devem ser utilizadas<br />

imediatamente compressas de<br />

água do mar gelada para controle<br />

da dor e banhos de vinagre no local<br />

atingido para anular o veneno.


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Você já viu uma caravela? Se viu, conte como foi esse acontecimento.<br />

O que será que a caravela come?<br />

Você conhece algum outro animal do grupo da caravela?<br />

Como são os cnidários<br />

Os cnidários são animais predominantemente marinhos. Podem ser sésseis e livre-natantes; solitários<br />

ou coloniais. O grupo inclui as águas-vivas, as anêmonas-do-mar, os corais, as gorgônias e as hidras.<br />

Embora o aspecto geral e o padrão de organização dos cnidários sejam incrivelmente variáveis,<br />

podemos dizer que o corpo deles tem a forma de um saco sem fundo, com uma abertura única: a boca.<br />

No revestimento interno, encontramos células musculares que permitem a movimentação do animal.<br />

No revestimento externo, além das células musculares, existem os cnidócitos, células cuja presença<br />

é uma característica desses animais. Existem vários tipos de cnidócitos ou cnidoblastos, muitos dos quais<br />

são perfurantes e tóxicos (‘células urtigantes’).<br />

Os indivíduos adultos apresentam duas formas: pólipo e medusa.<br />

O pólipo, de formato cilíndrico, vive, geralmente, com a base fixa a um substrato, e sua boca localiza-se<br />

na parte superior do corpo.<br />

A medusa tem formato de guarda-chuva e nada com a boca voltada para baixo, soltando jatos de<br />

água.<br />

Em todos os cnidários, a boca é rodeada por tentáculos.<br />

tentáculo<br />

cavidade<br />

digestiva<br />

Pólipo<br />

boca<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Estrutura dos cnidários<br />

Medusa<br />

cavidade<br />

digestiva<br />

boca<br />

revestimento<br />

interno<br />

revestimento<br />

externo<br />

célula muscular<br />

célula urticante<br />

(cnidoblasto)<br />

Os cnidários são invertebrados exclusivamente aquáticos, com espécies marinhas e de água<br />

doce. De ampla distribuição geográfica, o grupo tem representantes que habitam desde águas tropicais<br />

até os oceanos polares. As formas fixas podem ser encontradas em grandes profundidades, mas há<br />

muitas espécies que vivem presas a algas e rochas de águas litorâneas.<br />

Tanto os pólipos quanto as medusas podem apresentar-se como indivíduos isolados ou coloniais.<br />

Em algumas espécies coloniais, pode ocorrer divisão de trabalho: enquanto alguns indivíduos se especializam<br />

na reprodução, outros se encarregam da movimentação ou flutuação, e outros ainda<br />

se especializam na defesa.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 97


98<br />

A água-viva é um cnidário com<br />

forma de medusa. As espécies<br />

são de muitos tamanhos e muitas<br />

cores, algumas delas, luminosas.<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

AbleStock<br />

Os cnidoblastos são encontrados principalmente na superfície dos tentáculos dos cnidários.<br />

Há vários tipos. Os tipos urticantes são dotados de uma cápsula que contém toxinas e<br />

um filamento perfurante enovelado. Na superfície externa do cnidoblasto há um cnidocílio<br />

que, quando estimulado, provoca a abertura da cápsula; o filamento perfurante sai de dentro<br />

dela e descarrega suas toxinas sobre a presa.<br />

cnidocílio<br />

filamento<br />

enrolado<br />

cápsula<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

As anêmonas-do-mar têm o<br />

corpo em forma de pólipo e vivem<br />

fixas. A espécie da foto tem cerca<br />

de 6 cm de diâmetro.<br />

Estrutura do cnidoblasto<br />

Fabio Colombini<br />

filamento<br />

desenrolado<br />

Coral-mole formado por uma colônia<br />

de indivíduos. Cada um tem cerca<br />

de 2 cm de diâmetro.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

líquido<br />

urticante<br />

A figura mostra dois momentos do cnidoblasto: antes e depois de liberar o líquido urticante<br />

por meio do filamento enrolado em seu interior. Esse filamento desenrolou quando<br />

o cnidocílio foi tocado ou percebeu substâncias liberadas por caranguejos, vermes e larvas,<br />

dos quais o cnidário se alimenta.<br />

Os cnidoblastos têm função de defesa ou de nutrição para os cnídários?<br />

Os cnidoblastos têm função de defesa e de captura de alimentos.<br />

Cícero Soares<br />

Fabio Colombini


Quadro-resumo das funções vitais dos cnidários<br />

Digestão<br />

O alimento começa a<br />

ser digerido na cavidade<br />

digestiva, fora<br />

das células (digestão<br />

extracelular), e depois<br />

é absorvido pelas células,<br />

onde se completa<br />

a digestão (digestão<br />

intracelular).<br />

Pela boca entram os<br />

alimentos e saem os<br />

restos não digeridos<br />

(sistema digestivo<br />

incompleto).<br />

Locomoção<br />

Trocas gasosas<br />

As trocas gasosas entre<br />

a água e as células<br />

do revestimento interno<br />

ocorrem na cavidade<br />

digestiva.<br />

As células usam oxigênio<br />

dissolvido na<br />

água na respiração<br />

celular e devolvem<br />

gás carbônico.<br />

Excreção<br />

Os produtos de excreção<br />

são lançados na<br />

cavidade digestiva e<br />

desta para o ambiente.<br />

Locomoção da hidra<br />

Circulação<br />

Não há sistema circulatório,<br />

e o transporte<br />

de nutrientes é feito de<br />

uma célula para ou tra.<br />

Sistema nervoso<br />

O sistema nervoso<br />

é formado por uma<br />

rede difusa de células<br />

nervosas; as células<br />

sensoriais estão distribuídas<br />

na superfície<br />

do corpo.<br />

Os cnidários se locomovem ou movimentam partes do corpo quando as células musculares<br />

se contraem e distendem.<br />

As anêmonas-do-mar vivem fixas, mas movem os tentáculos. Quando um pequeno peixe<br />

toca neles, é capturado. A anêmona fecha<br />

Locomoção da medusa<br />

a entrada da boca e recolhe os tentáculos<br />

enquanto faz a digestão.<br />

As medusas contraem o corpo e expulsam<br />

jatos de água, alternando contrações<br />

e relaxamentos. Assim, deslocam-se no<br />

sentido oposto ao do jato.<br />

A hidra dá cambalhotas: curva o corpo,<br />

fixa a região da boca ao substrato; em seguida,<br />

solta a base para então se fixar em<br />

outro ponto.<br />

Figuras nõa proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 99


100<br />

Reprodução<br />

Os cnidários são animais predominantemente de sexos separados, embora alguns sejam<br />

hermafroditas; em geral, ocorre tanto a reprodução assexuada quanto a sexuada.<br />

A reprodução assexuada é característica da fase de pólipos. Eles desenvolvem brotos, que<br />

podem ou não se destacar. Quando os brotos não se destacam, criam-se grandes colônias de<br />

pólipos. É o caso dos corais, cujas colônias chegam a formar verdadeiras ilhas ou recifes.<br />

Os pólipos também se reproduzem sexuadamente quando os gametas masculinos de um<br />

pólipo fecundam os gametas femininos de outro pólipo, formando um zigoto. Este dá origem<br />

a uma larva livre-natante.<br />

espermatozoides<br />

fecundação<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

colônia de pólipos<br />

(assexuada)<br />

brotos de<br />

medusas<br />

Reprodução sexuada em pólipos<br />

embrião<br />

pólipo jovem<br />

embrião se<br />

desprende<br />

Algumas espécies de cnidários apresentam somente a forma de pólipo durante todo o seu<br />

ciclo vital, como acontece com as anêmonas-do-mar. Outras espécies só ocorrem sob a forma de<br />

medusa. Entretanto, há espécies que alternam no ciclo vital as formas de pólipo e de medusa. Esse<br />

é um fenômeno raro no reino animal, pois nele uma geração se reproduz sexuadamente, dando<br />

origem a outra formada por pólipos, que se reproduz assexuadamente, originando medusas.<br />

Alternância de geração<br />

colônia em<br />

formação<br />

medusas<br />

sexuadas fecundação<br />

pólipo<br />

jovem<br />

fixação da larva<br />

larva<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares


Investigue<br />

e relate<br />

O peixe-palhaço vive entre os tentáculos da anêmona. Ele atrai outros peixes para a anêmona e ela o protege com seus dardos<br />

urticantes, além de prover-lhe restos de alimento. Medem de 6 cm a 8 cm e pesam entre 30 g e 50 g.<br />

Manter animais marinhos em aquário não é fácil, mas é um passatempo apreciado por<br />

muitas pessoas, e a lojas especializadas vendem equipamentos para esse tipo de aquário e<br />

também animais marinhos.<br />

Procure no lugar onde você mora alguém que mantenha animais marinhos ou alguma<br />

loja que venda essas espécies.<br />

Se for bem-sucedido em sua procura, descubra o que se deve fazer para manter anêmonas-do-mar<br />

no aquário: qual é o tipo de alimento delas, que cuidados se deve ter ao<br />

manipulá-las, se é importante ter algas no aquário, que peixes de aquário costumam<br />

viver entre seus tentáculos etc.<br />

Os recifes de corais<br />

Os recifes de corais são colônias de pólipos. Cada pólipo tem um esqueleto externo calcário,<br />

que permanece na colônia após a morte do animal. Sobre esse esqueleto cresce outro pólipo.<br />

Os milhares de esqueletos reunidos por suas bases formam os recifes.<br />

Alguns recifes são gigantescos. Essas estruturas oferecem abrigo e alimento para muitas<br />

outras espécies de animais, incluindo peixes, caramujos, ouriços-do-mar, estrelas e crustáceos.<br />

Juntos, esses animais constituem comunidades biológicas características.<br />

As formações coralinas podem originar grandes ilhas ou recifes de corais, com muitos quilômetros<br />

de extensão.<br />

Encontram-se em águas marinhas das mais diversas temperaturas, mas as maiores formações<br />

são observadas em regiões de água quente.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 101


102<br />

Saiba mais<br />

A Grande Barreira de Corais da Austrália<br />

é uma das maravilhas da vida em<br />

nosso planeta. Com cerca de 2,5 km, é<br />

formada por recifes de corais de várias<br />

espécies.<br />

A Grande Barreira tem três fileiras<br />

de recifes, sendo uma longe da costa,<br />

outra mais perto e uma intermediária.<br />

Essas formações coralíneas servem<br />

de moradia a uma grande comunidade:<br />

algas, peixes, camarões, estrelas-<br />

-do-mar, polvos. É um espetáculo que<br />

atrai milhares de turistas para mergulhos<br />

de observação da natureza.<br />

Na América do Sul, apenas o Brasil<br />

possui recifes, especialmente na costa<br />

do Nordeste. Recife, a capital de Pernambuco,<br />

tem esse nome por causa<br />

das formações que ficam próximas à<br />

sua costa.<br />

Os recifes dependem de fatores ambientais para manter a vida dos pólipos. A temperatura<br />

da água, a salinidade, a transparência e os seres vivos são alguns desses fatores.<br />

Recentemente os biólogos começaram a observar que está ocorrendo um branqueamento<br />

dos corais em todo o mundo. Isso acontece quando as algas que vivem em mutualismo<br />

com os pólipos dos corais vivos desaparecem e o coral fica branco. Esse fato aparentemente<br />

está relacionado com o aumento da acidez da água do mar em decorrência do aumento na<br />

quantidade de gases dissolvidos, sobretudo o dióxido de carbono.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

basal: da base; parte inferior; em contato com o substrato.<br />

difusa: espalhada; não concentrada.<br />

salinidade: quantidade de sal dissolvido na água.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

“<br />

”<br />

A Grande Barreira de Coral da Austrália hoje está protegida da<br />

pesca. Mas não está livre do aumento da temperatura da água.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

NYT Photos


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Os cnidários são solitários ou coloniais? Existem os dois tipos.<br />

2. A caravela é um cnidário colonial? Sim.<br />

3. Existem cnidários de água doce? Sim. A hidra é de água doce.<br />

4. Onde se realiza a digestão nos cnidários? Dentro da cavidade central do corpo e do interior das células.<br />

5. Qual a função dos tentáculos da anêmona-do-mar?<br />

6. Qual a relação do peixe-palhaço com a anêmona?<br />

7. Como agem os cnidoblastos?<br />

8. O que são os recifes de corais? São colônias de pólipos.<br />

9. O que é a alternância de gerações?<br />

10. Construa uma tabela comparando os poríferos e celenterados quanto a: digestão, trocas<br />

gasosas, circulação, excreção e sistema nervoso.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Os tentáculos têm dardos para paralisar a presa e<br />

também a aprisionam.<br />

O peixe-palhaço atrai outros peixes e animais dos quais a<br />

anêmona se alimenta. E ela protege esse peixe.<br />

Do cnidoblasto sai um filamento que libera toxinas.<br />

É o processo que ocorre quando uma geração sexuada se alterna com outra de<br />

reprodução assexuada.<br />

Faça de conta que você é o monitor de uma expedição de jovens que vão mergulhar em<br />

um recife de corais. Lembre-se de que os corais são organismos vivos que sofrem impactos<br />

irreversíveis ao menor contato com seres humanos e embarcações.<br />

Considerando esse fato, escolha quais destes procedimentos você passaria para o grupo:<br />

• Jogar a âncora da embarcação no fundo da areia e não nos recifes.<br />

• Não coletar nenhum organismo encontrado nos recifes.<br />

• Ao mergulhar, tomar cuidado com as nadadeiras, evitando bater nos corais.<br />

• Não pisar ou tocar nos corais.<br />

• Não jogar lixo perto dos corais. Todos eles, pois visam proteger os recifes de corais.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

O Brasil possui o único atol do oceano Atlântico, o Atol das Rocas.<br />

Descubram o que é e como se forma um atol e sua relação com os cnidários.<br />

Procurem no mapa onde o Atol das Rocas se localiza.<br />

Se vocês vivem à beira-mar, onde há um costão rochoso, observem, com a ajuda de um<br />

adulto, se há anêmonas sobre as rochas.<br />

Existindo, façam desenhos de como são, mostrando suas cores e formas. Toquem nas<br />

anêmonas para perceber a movimentação de seus tentáculos.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 103


104<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Vermes planos<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

12<br />

No sistema de classifi cação de Lineu, proposto em meados do século XVIII, o mundo<br />

animal era dividido em seis categorias: mamíferos, répteis, aves, peixes, insetos e vermes.<br />

Os vermes eram todos os invertebrados de aspecto vermiforme, “sangue frio” e desprovidos<br />

de membros articulados como os insetos.<br />

O estudo do corpo e do desenvolvimento do embrião desses animais mostrou, porém,<br />

que eles têm muitas diferenças. Alguns têm uma cavidade interna onde se alojam os órgãos,<br />

mas outros não a possuem. Alguns são segmentados, outros não.<br />

Esta espécie de geoplana chega a ter 10 cm de comprimento. Na foto ela está pondo ovos, que saem<br />

em meio à espuma.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini


Os animais incluídos neste filo exibem algumas novidades importantes em relação aos integrantes<br />

dos dois filos anteriores. Uma delas é a presença de um eixo ântero-posterior. Quer<br />

dizer, ao contrário do que acontece com as esponjas e os cnidários, o corpo dos platelmintos é<br />

organizado de tal modo que é possível identificar uma região anterior (“cabeça”) e uma região<br />

posterior (“cauda”).<br />

Platelmintos são comumente chamados de “vermes chatos”. Essa expressão tem a ver com<br />

o aspecto achatado do corpo. O “achatamento” ocorre ao longo do eixo dorso-ventral.<br />

Eric Grave/Science<br />

Photo Library<br />

Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Que vermes assim você conhece?<br />

Você já viu uma planária terrestre?<br />

Olhando a foto anterior, é possível identificar onde está a região anterior?<br />

O animal da foto é um macho ou uma fêmea? Justifique sua resposta.<br />

Como são os platelmintos<br />

Planária de água doce vista ao microscópio.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Poucas pessoas conhecem as planárias terrestres, embora elas sejam<br />

bastante comuns em quintais, preferindo lugares úmidos, debaixo de<br />

tijolos e tábuas.<br />

Cabeça de uma solitária. Esse platelminto tem<br />

ganchos que se prendem ao intestino do hospedeiro.<br />

Existem platelmintos de vida livre e platelmintos parasitas. Os de vida livre são aquáticos ou terrestres.<br />

Entre os platelmintos de água doce encontramos planárias bem menores do que as terrestres.<br />

Elas vivem presas às rochas e plantas aquáticas, evitando a luz.<br />

Os platelmintos marinhos habitam desde a zona das marés até as grandes profundidades. As<br />

grandes planárias terrestres vivem em ambientes úmidos.<br />

De hábitos carnívoros, os platelmintos aquáticos se alimentam de caranguejos, ostras e mariscos.<br />

Algumas espécies são comensais de crustáceos e outros pequenos animais.<br />

Entre os platelmintos parasitas vamos encontrar também alguns importantes parasitas do<br />

corpo humano, como a tênia e o esquistossomo.<br />

Science Photo Library<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 105


106<br />

Alguns platelmintos que são endoparasitas de vertebrados exibem certas particularidades, como<br />

a ausência de tubo digestivo, pois eles absorvem alimento já digerido pelo organismo parasitado.<br />

Outra particularidade associada ao estilo de vida parasitário é a presença de uma grossa<br />

cutícula revestindo o corpo. Tal estrutura impede que o verme seja morto pelos sucos digestivos<br />

do hospedeiro, isto é, ao organismo que está sendo parasitado.<br />

Os platelmintos parasitas também são armados com ventosas e ganchos, utilizadas para fins<br />

de fixação e ancoragem em locais apropriados.<br />

O sistema nervoso dos platelmintos exibe algum grau de centralização. Na região da cabeça,<br />

por exemplo, existem gânglios nervosos (“cérebros”), de onde partem cordões nervosos para todo<br />

o corpo. Quando as estruturas sensíveis à luz captam alguma luminosidade, o sistema nervoso central<br />

alerta os músculos para que reajam – por exemplo, afastando o animal da fonte de luz.<br />

Quadro-resumo das funções vitais dos platelmintos<br />

Sustentação e locomoção<br />

Três camadas de músculos,<br />

cílios ventrais e produção<br />

de muco possibilitam locomoção<br />

por deslizamento.<br />

Excreção<br />

Células especiais (células-<br />

-flama) recolhem produtos<br />

de excreção dissolvidos e<br />

eles saem por poros.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Ciclo de vida dos platelmintos<br />

A planária adulta é hermafrodita, produzindo tanto óvulos como espermatozoides. A fecundação<br />

é interna.<br />

Na época da reprodução, cada planária procura um parceiro. Ao se encontrarem, elas encostam<br />

a região ventral e realizam a fecundação cruzada: os espermatozoides de uma fecundam os óvulos<br />

da outra. Depois, elas se separam. Passado algum tempo, ambas botam ovos. O desenvolvimento é<br />

direto: as jovens planárias são semelhantes às adultas. Elas crescem e se reproduzem.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Digestão<br />

A faringe sai do corpo, digere<br />

o alimento e o aspira.<br />

O tubo digestivo é bastante<br />

ramificado.<br />

Circulação<br />

Os gases respiratórios e os<br />

nutrientes são transportados<br />

célula a célula.<br />

Trocas gasosas<br />

O oxigênio entra através da<br />

pele, por onde sai o gás carbônico<br />

produzido na respiração<br />

celular.<br />

Coordenação<br />

O sistema nervoso tem um<br />

par de gânglios na parte anterior,<br />

de onde partem nervos<br />

para o corpo inteiro; os ocelos<br />

são órgãos sensoriais que<br />

percebem variações de intensidade<br />

luminosa.<br />

Cícero Soares


O ciclo vital dos platelmintos parasitas ocorre em diferentes hospedeiros. Eles passam os estágios<br />

jovens em um organismo – o hospedeiro intermediário – e abandonam esse hospedeiro ainda<br />

na fase larval, instalando-se no hospedeiro definitivo. Nele atingem a fase adulta e se reproduzem.<br />

É notável o poder de reconstituição de partes do corpo apresentado pelas planárias de água<br />

doce. Se seu corpo for cortado em vários pedaços, cada pedaço reconstitui um animal completo!<br />

A regeneração é uma forma de reprodução assexuada.<br />

As planárias trocam espermatozoides e as<br />

duas formam ovos.<br />

Reprodução nas planárias de água doce<br />

Regeneração nas planárias<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia. Essas planárias têm cerca de 2 centímetros de comprimento.<br />

Relações com a espécie humana<br />

Dos ovos postos<br />

saem as jovens<br />

planárias.<br />

As tênias e o esquistossomo são platelmintos que parasitam um grande número de brasileiros.<br />

Causam muitos transtornos, mas normalmente não levam o hospedeiro à morte.<br />

Para erradicar esses parasitas, são necessárias mudanças, tanto nas condições sanitárias do ambiente<br />

de grande parte da população brasileira, além de mudanças comportamentais. Essas providências<br />

envolvem a construção de estações de tratamento de água a ser distribuída à população,<br />

bem como uma rede de canos para escoamento da água suja que sai das moradias e outros edifícios.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 107


108<br />

As tênias<br />

Existem duas espécies de tênia que parasitam os seres humanos: Taenia solium, que tem o porco<br />

como hospedeiro intermediário, e Taenia saginata, que tem o boi como hospedeiro intermediário.<br />

Esses dois vermes têm o nome popular de solitária, pois apenas uma tênia vive no intestino<br />

do indivíduo parasitado, causando a teníase. Eles chegam a medir vários metros de comprimento,<br />

pois crescem produzindo novos anéis por brotamento.<br />

Os anéis maduros de uma solitária adulta produzem óvulos e espermatozoides. Pela fecundação,<br />

formam-se os ovos. Os anéis com ovos são eliminados junto com as fezes.<br />

Quando os anéis contaminam a comida do porco, eles são engolidos e liberam os ovos. De<br />

cada ovo sai uma larva, que entra na circulação e vai para os músculos do porco. Instalada, ela<br />

assume aspecto duro e fibroso, como um pequeno grão, sendo chamada de cisticerco.<br />

Quando o ser humano se alimenta de carne de porco contaminada crua ou malcozida, ela<br />

pode ingerir cisticercos vivos. No intestino, a larva forma um verme que cresce e produz anéis<br />

com ovos quando fica maduro.<br />

A pessoa com solitária pode se contaminar com esses ovos. Uma pessoa sadia também pode<br />

comer alimentos contaminados com ovos de solitária. Nesses casos, as larvas vão se instalar<br />

nessa pessoa, formando os cisticercos. Então, ela adquire a cisticercose, uma doença que pode<br />

ser grave se o cisticerco se formar no cérebro.<br />

A Taenia saginata, que tem o boi como hospedeiro intermediário, não provoca a cisticercose.<br />

anel maduro<br />

solitária no<br />

intestino<br />

O esquistossomo<br />

Essa espécie de platelminto – Schistosoma mansoni – apresenta dimorfismo sexual, ou seja,<br />

o macho é diferente da fêmea. Ele se parece com a uma folha larga e curta, com uma dobra<br />

onde se abriga a fêmea – longa e fina.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Ciclo de vida da Taenia solium<br />

hospedeiro definitivo<br />

anel saindo<br />

com as fezes<br />

porco comendo<br />

os anéis<br />

cisticerco na carne<br />

de porco<br />

larva no<br />

intestino<br />

do porco<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura


Os adultos acasalam-se nas veias do fígado do indivíduo parasitado. Após a fecundação,<br />

a fêmea migra para as veias do intestino, onde coloca centenas de ovos, que são eliminados<br />

junto com as fezes.<br />

Atingindo a água, os ovos dão origem à larva miracídio, que nada até encontrar o caramujo<br />

que lhe serve de hospedeiro intermediário. No interior do caramujo as larvas dão origem às<br />

cercárias, que, quando eliminadas na água, podem infestar novos indivíduos, penetrando através<br />

da pele.<br />

A pessoa infestada por esse verme apresenta os sintomas da esquistossomose.<br />

larva entra<br />

através da pele<br />

hospedeiro definitivo<br />

cercária<br />

hospedeiro intermediário<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Infestação e sintomas das doenças<br />

Ciclo de vida do esquistossomo<br />

vermes no<br />

fígado<br />

ovos saem<br />

com as fezes<br />

Doença Infestação Sintoma<br />

Teníase<br />

Ingestão de cisticercos<br />

em carne malcozida<br />

Cisticercose Ingestão de ovos de Taenia solium<br />

Esquistossomose<br />

Cercárias que penetram através<br />

da pele<br />

Prevenção aos vermes parasitas<br />

miracídeo<br />

Os vermes que parasitam os seres humanos ainda constituem um grave problema de saúde<br />

pública. Para combatê-los, é preciso impedir a infestação de pessoas sadias e tratar os indivíduos<br />

parasitados com medicamentos que matem o verme instalado dentro do seu corpo. Ocorre<br />

que esses medicamentos podem provocar também alguns efeitos negativos na pessoa que os<br />

toma. Por isso, devem ser administrados com cuidado e sempre sob supervisão médica.<br />

Luis Moura<br />

Dores abdominais, enjoos,<br />

alterações no apetite e fadiga<br />

Depende do local de instalação do<br />

cisticerco.<br />

Problemas digestivos; inchaço do<br />

fígado; barriga-d’água; cólicas<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 109


110<br />

Saiba mais<br />

A geoplana é um animal achatado, plano, que rasteja no solo. Por isso, tem esse nome.<br />

Ela é um platelminto, que quer dizer verme chato.<br />

Vive em lugares úmidos, debaixo de pedras e tábuas. Come caracol-de-jardim e outros<br />

pequenos animais. Sua boca fica no ventre. Para se alimentar, coloca a faringe para fora do<br />

corpo, digere o alimento e depois suga o caldo que se formou.<br />

As geoplanas são macho e fêmea ao mesmo tempo. Quando se acasalam, os dois parceiros<br />

botam ovos.<br />

Ao se deslocar, a geoplana deixa um rastro brilhante de muco e, por isso, é confundida<br />

com as lesmas, que deixam rastros semelhantes. No entanto, a lesma tem quatro tentáculos<br />

na parte anterior, e a geoplana não tem nenhum.<br />

Infelizmente, muitas pessoas se divertem jogando sal sobre esse animal inofensivo, que<br />

acaba desidratando e morrendo.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Que medidas você deve tomar<br />

para evitar essas doenças?<br />

E o governo de sua cidade: o que<br />

deve fazer para evitar que seus cidadãos<br />

fiquem doentes?<br />

A principal forma de prevenção<br />

está na adoção de medidas de higiene<br />

que impeçam a infestação de<br />

pessoas sadias.<br />

Entre essas medidas estão as<br />

seguintes:<br />

1. Construir fossas e sistemas de coleta<br />

e tratamento de esgotos para evitar<br />

que os ovos do parasita – presentes<br />

nas fezes do indivíduo doente – cheguem até o hospedeiro intermediário. Interrompe-se,<br />

assim, o ciclo do parasita.<br />

2. Inspecionar rigorosamente as carnes vendidas em açougues e supermercados.<br />

3. Cozinhar os alimentos, matando ovos ou larvas de parasitas que por acaso estejam neles<br />

instalados. Esse cuidado é particularmente importante no caso da carne de porco e de<br />

boi, que pode conter cisticercos de tênia.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Hospedeiro intermediário da larva do esquistossomo.<br />

Tem cerca de 3 cm.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini


4. Evitar o contato com água de lagoas que possam abrigar os caramujos hospedeiros intermediários<br />

do Schistosoma.<br />

5. Combater as populações de caramujos. Isso já é realizado em várias regiões do Brasil<br />

por meio do controle biológico. Essa técnica consiste em introduzir nos lagos onde se<br />

desenvolvem as larvas do parasita uma espécie de peixe que se alimenta do caramujo.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

“ ”<br />

comensais: parceiros de uma relação comensal, na qual uma das espécies envolvidas é<br />

beneficiada, enquanto a outra permanece indiferente.<br />

dimorfismo sexual: macho e fêmea da mesma espécie são muito diferentes.<br />

muco: substância viscosa, lubrificante.<br />

óvulo: célula reprodutiva feminina, gameta feminino.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Em que hábitats podemos encontrar platelmintos? Na terra, na água, em outros seres vivos.<br />

2. Quais são as características dos platelmintos que representam “inovações” em relação<br />

aos poríferos e aos cnidários? Simetria bilateral, diferenciação de frente e atrás, dorso e ventre, excreção<br />

por célula especial.<br />

3. Como é a digestão dos platelmintos? A faringe sai do corpo, digere o alimento e aspira o que foi digerido.<br />

4. Como é a excreção nesses animais? Células especiais recolhem produtos de excreção dissolvidos e eles saem<br />

por poros.<br />

5. Como é feita a distribuição dos gases respiratórios e dos alimentos dentro do corpo dos<br />

platelmintos? São transportados célula a célula.<br />

Com eles, o parasita se prende ao<br />

6. Qual é a função das ventosas e dos ganchos dos parasitas? hospedeiro.<br />

A reprodução é sexuada e, depois da troca de espermatozoides, ambos os<br />

7. Como se reproduzem as planárias? parceiros botam ovos.<br />

8. Indique os hospedeiros da Taenia solium e o modo como são infestados.<br />

O ser humano e o porco. O ser humano come carne infectada e o porco come os ovos das fezes.<br />

9. Em que situação o homem se torna hospedeiro intermediário da Taenia solium?<br />

Quando ele se contamina com os ovos do verme.<br />

10. Como ocorre a infestação dos hospedeiros do Schistosoma?<br />

Uma larva entra no caramujo e depois sai dele e entra nas pessoas através da pele.<br />

11. Que tipos de medidas são necessários para combater as verminoses provocadas por platelmintos?<br />

A principal medida é o saneamento básico, pois evita que as fezes com ovos contaminem o ambiente.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 111


112<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

A difi lobotríase é uma infecção intestinal causada pelo verme Diphyllobothrium latum<br />

adulto, que pode atingir 15 metros de comprimento.<br />

O indivíduo doente elimina ovos. Se eles contaminarem a água, liberam larvas que são<br />

ingeridas por pequenos artrópodes; estes, por sua vez, são ingeridos por peixes, e as larvas<br />

infestam o organismo do peixe. Se alguém comer esse peixe cru, também se infesta.<br />

A pessoa infestada sente dor de estômago, fome, falta de ar, náuseas, vômitos e perda de peso.<br />

Uma complicação é a anemia, pois o parasita adulto tem a capacidade de absorver in-<br />

tensamente a vitamina B12 do intestino do hospedeiro.<br />

Como podemos evitar essa doença?<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Façam uma pesquisa sobre a esquistossomose na região onde vocês vivem.<br />

Descubram se há alguma pessoa com essa doença.<br />

Procurem saber se nos rios e lagos vive o caramujo transmissor dessa doença.<br />

Verifi quem também o que as pessoas sabem sobre essa doença, como o verme é transmitido<br />

e como é possível evitar a contaminação com esse parasita.<br />

A esquitossomose ainda é uma doença que causa mortalidade em nosso país. Uma análise<br />

publicada em 2007 dá um levantamento das mortes causadas pela doença nos períodos<br />

de 1986 a 2003. Nesse período foram registrados 14.463 óbitos pela doença. O estudo<br />

também analisou as regiões onde ocorreram os óbitos, conforme mostra o gráfi co a seguir.<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Não comer peixe cru, comum na culinária japonesa. Exigir fi scalização<br />

da vigilância sanitária.<br />

0%<br />

Norte Nordeste Sudeste<br />

Sul<br />

Centro-Oeste<br />

Região<br />

Distribuição percentual do número de óbitos por esquistossomose segundo região brasileira,<br />

no período de 1980 a 2003.<br />

Fonte: FERREIRA, I. L. M.; SILVA, T. P. T., Mortalidade por esquistossomose no Brasil : 1980-2003. Revista de Patologia<br />

Tropical. Vol. 36 (1): 67-74. jan.-abr. 2007, p. 67-74.<br />

Caso vocês fossem estabelecer um plano para combate da doença no país, em quais regiões<br />

brasileiras ele deveria ser aplicado imediatamente. Justifi que.<br />

O gráfi co aponta as regiões Nordeste e Sudeste como as de maiores incidência da doença.


<strong>Capítulo</strong><br />

13<br />

Vermes cilíndricos<br />

Em muitos lugares, as verminoses são tão comuns em crianças muito pequenas, que<br />

há pessoas que acham que elas já nascem com vermes nos intestinos. Acham, ainda,<br />

que os vermes surgem continuamente de forma espontânea, por isso é coisa que todo<br />

mundo tem.<br />

Veja a foto abaixo. O que têm a ver com verminose?<br />

Moradias sobre córrego contaminado com fezes.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 113<br />

Jacek/Kino


114<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

!<br />

Você sabe se tem ou se já teve lombriga ou outra verminose?<br />

Os bebês já nascem com verminoses?<br />

Como se percebe a presença de uma verminose?<br />

Cachorro também pode ter lombriga? Se tiver, é da mesma espécie que parasita as pessoas?<br />

A verminose é um problema pessoal ou deve ser tratado coletivamente?<br />

Qual a principal diferença entre o sistema digestório da lombriga e o da planária?<br />

Como são os nematódeos<br />

Os nematódeos são vermes de corpo cilíndrico e alongado, com as pontas afiladas. Embora<br />

existam muitos representantes de vida livre, os mais conhecidos são aqueles que parasitam o<br />

homem, como a lombriga e o ancilóstomo.<br />

Os nematódeos de vida livre são abundantes no solo, alimentando-se de micro-organismos<br />

ou de pequenos animais, incluindo outros nematódeos. Há espécies que vivem na areia de<br />

praias banhadas por água marinha ou doce, margens e fundos de rios e lagos. Distribuem-se<br />

desde as altas montanhas até os mares gelados dos polos. Alguns são diminutos – não passam<br />

de 0,5 mm –, enquanto outros chegam a atingir quase 1 m de comprimento.<br />

Muitos são exclusivamente endoparasitas de animais ou plantas. Entre os parasitas de<br />

animais, quase 50 espécies atacam o ser humano, enquanto outros parasitam animais de<br />

criação.<br />

São muito comuns aqueles que vivem em diferentes partes da planta – sementes, frutos,<br />

raízes e folhas –, alimentando-se de diferentes tecidos vegetais. As raízes são muito visadas,<br />

mas o caule, as folhas e outras partes do corpo das plantas também são atacados. A presença<br />

desses vermes às vezes provoca a formação de nódulos ou mesmo galhas.<br />

Os nematódeos parasitas de plantas são muito resistentes a grandes variações de temperatura.<br />

Suportam bem a dessecação e os agentes químicos normalmente usados como defensivos<br />

agrícolas. Entre eles estão os parasitas que atacam o trigo, a alfafa, a cebola e algumas outras<br />

plantas cultivadas.<br />

Reprodução<br />

Os nematódeos são animais de sexos separados, apresentando dimorfismo sexual: o macho é<br />

geralmente menor que a fêmea.<br />

Os órgãos reprodutores, tanto no macho como na fêmea, ligam-se a canais que se comunicam<br />

com o exterior através de poros. A fecundação é sempre interna e o desenvolvimento é indireto:<br />

dos ovos saem pequenas larvas que passam por diferentes estágios de desenvolvimento antes de<br />

chegar à forma adulta.


Quadro-resumo das funções vitais dos nematódeos<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Sustentação/locomoção<br />

Como em outros grupos de vermes (platelmintos e anelídeos,<br />

por exemplo), o sistema de sustentação é do tipo hidrostático:<br />

uma cavidade do corpo é preenchida com líquido e envolta<br />

por uma cobertura flexível, formada de músculos. A ação coordenada<br />

de diferentes músculos sobre essa cavidade resulta<br />

em locomoção ou na movimentação de partes do corpo.<br />

Digestão<br />

É extracelular e intracelular, ocorrendo dentro do sistema<br />

digestório completo. A boca é anterior (entrada de alimentos);<br />

o ânus é posterior (saída de restos alimentares).<br />

Troca gasosa<br />

É cutânea; não há sistema respiratório.<br />

Circulação<br />

Não há sistema circulatório; o alimento é distribuído por<br />

um líquido que preenche a cavidade em torno do sistema<br />

digestório.<br />

Excreção<br />

Dois canais excretores laterais recolhem excretas que são<br />

eliminados nos poros excretores ao longo da superfície do<br />

corpo.<br />

Coordenação<br />

Há um anel nervoso próximo à boca e dois cordões nervosos<br />

ao longo do corpo, um dorsal e um ventral.<br />

Se você comparar esse quadro com os quadros dos grupos já estudados, vai perceber nos<br />

nematódeos duas características muito importantes:<br />

1 o Presença de sistema digestório completo: trata-se do primeiro grupo a exibir esta característica<br />

e, com isso, a digestão se torna mais eficiente, pois não ocorre mistura entre o<br />

alimento e os restos a serem eliminados.<br />

2 o Centralização do sistema nervoso: a presença de anel nervoso próximo à boca evidencia<br />

uma maior concentração de células nervosas na região anterior do corpo.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 115


116<br />

Relações com a espécie humana<br />

Você já deve ter percebido que o estudo dos nematódeos parasitas de plantas cultivadas, de<br />

animais domésticos e do organismo humano é de grande importância, tanto em termos de saúde<br />

como econômicos. Alguns desses parasitas causam pequenos danos, mas outros retardam o desenvolvimento,<br />

provocam graves doenças ou até mesmo a morte do hospedeiro, tornando-se necessário<br />

seu controle. Entre os animais domésticos parasitados por esses vermes estão o cavalo, o carneiro, o<br />

porco, o cachorro e a galinha, sendo atingidas principalmente as vias digestivas e respiratórias.<br />

Entre os parasitas de raízes de plantas estão aqueles que atacam árvores frutíferas, arbustos<br />

e plantas de jardim. A infestação acentuada pode levar ao enfraquecimento ou morte da planta.<br />

Nas regiões em que o solo está infestado por esses vermes, as colheitas diminuem, comprometendo<br />

a colheita.<br />

Nas ilustrações seguintes, você poderá acompanhar o ciclo de vida de dois nematódeos que atacam<br />

os seres humanos.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

as larvas circulam<br />

por diversos órgãos<br />

até chegarem ao<br />

intestino<br />

vermes no<br />

intestino<br />

Ciclo de vida da lombriga<br />

fezes com ovos<br />

UNIDADE 3 • ANIMAIS INVERTEBRADOS<br />

ingestão de água ou de<br />

alimento contaminado<br />

ovo se rompe<br />

no intestino<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

ovo com<br />

larva<br />

verdura regada com<br />

água contaminada<br />

verme adulto<br />

no intestino<br />

1. Como o indivíduo sadio adquire a lombriga?<br />

2. Onde os ovos se rompem?<br />

3. Para onde vão as larvas liberadas dos ovos?<br />

4. Onde as larvas se instalam e formam vermes adultos?<br />

5. Onde ocorre a reprodução da lombriga?<br />

6. Descreva com suas palavras o ciclo do ancilóstomo.<br />

Eles se rompem no intestino e liberam as larvas.<br />

Ciclo de vida do ancilóstomo<br />

ovo com embrião<br />

ovo se<br />

desenvolvendo<br />

fezes<br />

com ovos<br />

ovo no<br />

solo<br />

larva<br />

larvas<br />

entrando<br />

através da<br />

pele<br />

Ingerindo água ou alimento contaminado com ovos desse verme.<br />

As larvas circulam por diversos órgãos.<br />

Elas se instalam e crescem no intestino.<br />

A reprodução ocorre no intestino humano.<br />

Fezes de pessoas doentes contaminam o solo com ovos. Em cada um deles está um embrião, que forma uma larva. As larvas entram pelo<br />

pé de pessoas sadias e formam vermes adultos no intestino.<br />

Ilustrações: Luis Moura


Existem outras parasitoses causadas por nematódeos. Uma delas é a filariose, também conhecida<br />

como elefantíase, pois provoca inchaço, com aumento desproporcional das regiões do<br />

corpo onde se instalam as filárias: o sistema linfático dos seios, da bolsa escrotal ou das pernas.<br />

Essa parasitose é transmitida pela picada de um mosquito, chamado Culex, o hospedeiro<br />

intermediário da filária.<br />

O oxiúro é um verme bem pequeno, sendo frequentemente encontrado no intestino de<br />

crianças, mas pode ocorrer em adultos também. O acasalamento dos vermes adultos se dá no<br />

intestino humano e, na época da postura, as fêmeas migram para o ânus, onde colocam seus<br />

ovos. A intensa movimentação dos vermes provoca irritação e coceira na região anal.<br />

Com exceção da filariose, todas as outras parasitoses por nematódeos se concentram no sistema<br />

digestório do hospedeiro. Os indivíduos parasitados apresentam fraqueza e anemia, pois os<br />

vermes consomem parte dos alimentos ingeridos ou mesmo provocam hemorragias intestinais.<br />

O combate a essas verminoses inclui, além de medicação capaz de matar os vermes presentes<br />

no indivíduo parasitado, a adoção de medidas de higiene muito semelhantes àquelas apontadas<br />

para combater os platelmintos. A questão fundamental é interromper o ciclo de vida do parasita,<br />

dificultando assim que ele atinja novos hospedeiros e reinicie o processo. No caso da filariose, o<br />

combate a seu hospedeiro intermediário – o mosquito Culex – soma-se às medidas já conhecidas.<br />

Saiba mais<br />

O amarelão é uma doença que ainda castiga muitos brasileiros. Ataca principalmente as<br />

crianças que andam descalças e brincam na terra.<br />

Essa doença serviu de tema para Monteiro Lobato, o criador da Turma do Sítio do Pica-pau<br />

amarelo, criar um personagem chamado Jeca-Tatu, um caipira que vivia cansado, sem ânimo<br />

para nada, mas que se recupera depois de tomar um vermífugo e ganhar um par de botas.<br />

De fato, a sola do pé é o principal local de penetração da larva do ancilóstomo nas<br />

pessoas. O tratamento consiste em tomar vermífugo, mas a maioria das crianças acaba<br />

contraindo novamente os vermes.<br />

Para acabar com essa doença, é preciso o saneamento básico nos locais onde ela ocorre,<br />

políticas públicas que melhorem as condições de habitação e educação em saúde.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

dessecação: ressecamento, perda excessiva de água.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 117


118<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Qual o aspecto geral de um nematódeo? Eles são animais cilíndricos, alongados, de pontas afi ladas.<br />

2. Todos os nemateódeos são parasitas? Não. Existem muitas espécies de vida livre.<br />

3. Cite duas características importantes desses vermes. Sistema digestório completo e início de centralização<br />

do sistema nervoso.<br />

4. O que signifi ca dizer que há dimorfi smo sexual entre os nematódeos?<br />

São tecidos de proteção que os vegetais produzem quando são parasitados.<br />

5. O desenvolvimento dos nematódeos é direto ou indireto? Explique sua resposta.<br />

Porque o macho é menor do que a fêmea.<br />

6. Faça uma tabela com os principais nematódeos parasitas do ser humano, indicando o nome da<br />

parasitose que provocam e as medidas que podem evitar o contágio de pessoas sadias.<br />

É indireto, porque do ovo sai uma larva.<br />

7. Construa uma tabela comparando os quatro fi los de invertebrados já estudados, levando em<br />

conta a forma geral do corpo, a locomoção, digestão, circulação, troca gasosa, excreção e sistema<br />

nervoso.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

O Culex, popularmente chamado de mosquito ou pernilongo,<br />

é um inseto que nos aborrece com o zunir de suas asas e<br />

sua picada dolorida.<br />

Somente a fêmea pica e o sangue humano ajuda a formação<br />

dos ovos.<br />

Ela desova na água e do ovo se origina uma larva que fi ca<br />

suspensa e presa à superfície por um tubo. Depois de várias<br />

transformações, a larva se transforma em mosquito.<br />

Esse mosquito é hospedeiro intermediário do verme que<br />

causa a elefantíase.<br />

Imagine que você é um profi ssional da saúde que vive em<br />

uma região onde há grande número de pessoas com elefantíase. Você quer acabar com essa doença.<br />

O que faria em relação aos doentes?<br />

E quanto aos mosquitos transmissores das larvas?<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Façam uma pesquisa com os colegas de escola e familiares e descubram quem já teve<br />

alguma verminose.<br />

Criem um quadro para anotar o número de casos para cada doença e determinem quais são as<br />

mais comuns.<br />

Identifi quem também quantas pessoas estão curadas e quantas continuam infectadas.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

O mosquito Culex sp.<br />

O combate efi caz consiste em matar os mosquitos e<br />

tratar os doentes.<br />

Natalia Filimonova


<strong>Capítulo</strong><br />

14<br />

Vermes segmentados<br />

A minhoca nunca é lembrada quando se fala em respeito e amor à natureza.<br />

Talvez ela seja esquecida porque vive embaixo da terra, não tem cores bonitas, é fria<br />

e parece estranha, a muita gente. Embora estejam perto de nós, na terra dos jardins e<br />

até nos vãos das casas, poucas pessoas sabem como ela vive e como é importante para<br />

nós e para a natureza.<br />

O respeito e o amor à natureza crescem quando aprendemos a observar e conhecer<br />

os animais que dela fazem parte. Todos os animais precisam ser conhecidos para serem<br />

respeitados – as minhocas também!<br />

Minhoca em sua galeria no solo. O tamanho das minhocas varia nas diferentes espécies.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 119<br />

Fabio Colombini


120<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Poliqueta ou verme-de-fogo com aproximadamente 10 cm<br />

de comprimento.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

!<br />

Você já pegou uma minhoca na mão?<br />

Você tem nojo de minhoca?<br />

A minhoca é importante para a natureza?<br />

O que significa dizer que a minhoca é um anelídeo?<br />

O que você sabe sobre a vida da minhoca?<br />

Como são os anelídeos<br />

A característica comum a todos os vermes anelídeos, e que dá nome ao grupo, é a segmentação<br />

do corpo em anéis. Tal segmentação, facilmente reconhecível externamente, ocorre<br />

também internamente: a maioria dos órgãos internos se repete em cada anel ou segmento.<br />

Os anelídeos costumam ser arranjados em três grupos, com base principalmente no número<br />

e na distribuição das cerdas.<br />

Poliquetas são os anelídeos com muitas cerdas. Há os que andam sobre os corais e sobre a areia,<br />

como o verme-de-fogo. Outros vivem dentro de tubos e capturam pequenos animais, que são trazidos<br />

para dentro do tubo junto com a corrente de água criada pela movimentação de suas cerdas.<br />

Oligoquetas são os anelídeos com poucas cerdas, como a minhoca. Esse animal passa a<br />

maior parte do tempo no interior de túneis que cava no solo. Alimenta-se principalmente de<br />

restos orgânicos de animais e vegetais mortos que estão na terra. A atividade das minhocas<br />

promove aeração e drenagem do solo, tornando-o mais adequado para o crescimento e cultivo<br />

de plantas.<br />

Há ainda os anelídeos que não possuem cerdas, classificados no grupo dos hirudíneos. Entre<br />

os anelídeos que não possuem cerdas está a sanguessuga, bastante conhecida por ser parasita<br />

externo de muitos vertebrados, inclusive do próprio ser humano. Esses vermes apresentam ventosas<br />

nas extremidades do corpo; com uma delas se fixam ao hospedeiro e com a outra sugam<br />

seu sangue.<br />

Luciano Candisani/Kino<br />

Sanguessuga. Mede cerca de 4 cm de comprimento.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini


ânus<br />

clitelo<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Estrutura da minhoca<br />

boca<br />

Quadro-resumo das funções vitais dos anelídeos<br />

segmento<br />

nefrídeos<br />

Sustentação e locomoção<br />

Possuem músculos em duas camadas, circular e longitudinal,<br />

e cerdas – projeções da parede do corpo em forma de<br />

fio – que permitem o apoio e o deslocamento do animal.<br />

intestino<br />

Digestão<br />

Seu sistema digestório é completo, com boca e ânus, e<br />

regiões especializadas no armazenamento, na trituração e<br />

na digestão dos alimentos.<br />

Circulação<br />

O sistema circulatório é fechado, com o sangue circulando<br />

o tempo todo dentro de tubos (vasos sanguíneos). Há vasos<br />

dorsais que funcionam como coração, pois agem como<br />

bombas.<br />

Trocas gasosas<br />

Têm respiração cutânea (os terrestres) e através de<br />

brânquias externas (os aquáticos).<br />

Excreção<br />

A excreção é feita por nefrídios (estruturas que filtram os<br />

líquidos do corpo), que ficam dispostos aos pares nos anéis,<br />

abrindo-se para o exterior por meio de poros por onde é<br />

eliminada a urina.<br />

Coordenação<br />

Possuem sistema nervoso, com um par de gânglios cerebroides,<br />

e cordão nervoso ventral, com um par de gânglios<br />

a cada segmento.<br />

Ilustrações: Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 121


122<br />

Reprodução<br />

A reprodução dos anelídeos é sexuada. A maioria das espécies tem sexos separados, e a<br />

fecundação é externa: macho e fêmea soltam seus gametas no ambiente, onde eles se unem e<br />

formam os ovos. Nesses casos, o desenvolvimento é indireto: do ovo sai uma larva que origina<br />

uma forma adulta.<br />

As minhocas e sanguessugas, entretanto, são hermafroditas, pois cada indivíduo apresenta<br />

estruturas masculinas e femininas. Apesar disso, precisam de um parceiro para a reprodução,<br />

pois não conseguem se autofecundar.<br />

A reprodução de um par de minhocas começa quando elas encostam sua face ventral e<br />

trocam espermatozoides, que são depositados em espermatecas, onde ficam armazenados. Alguns<br />

dias depois, forma-se no corpo de cada uma delas um anel gelatinoso, que se desloca em<br />

direção à sua extremidade anterior, conforme ela se movimenta. À medida que esse anel passa<br />

pelo poro genital feminino, ocorre a liberação de óvulos para o seu interior. Ao passar pelas<br />

espermatecas, os espermatozoides fecundam os óvulos. O casulo com ovos é eliminado no solo,<br />

e dele nascem pequenas minhocas, semelhantes às formas adultas: o desenvolvimento é direto.<br />

clitelo<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Reprodução das minhocas<br />

poro genital masculino<br />

casulo<br />

No texto acima, foi descrita a reprodução das minhocas. Leia-o novamente e responda:<br />

1. Que tipo de reprodução esses animais têm: sexuada ou assexuada?<br />

2. E a fecundação: é interna ou externa?<br />

3. O desenvolvimento das minhocas é direto ou indireto?<br />

4. Escreva uma redação contando como as minhocas se reproduzem.<br />

Fecundação externa, na superfície do corpo.<br />

poro genital feminino<br />

Sexuada.<br />

Direto, pois dos ovos saem pequenas minhocas.<br />

Luis Moura


Relações com a espécie humana<br />

É conhecida a contribuição das minhocas para a fertilidade do solo. Conforme revolvem<br />

a terra, as minhocas aumentam a porosidade desta e promovem a infiltração de ar e água,<br />

favorecendo a respiração das raízes e a umidade do solo. Além disso, como se alimentam dos<br />

detritos orgânicos do solo, elas produzem o húmus de minhoca, que enriquece o solo com<br />

grande quantidade e variedade de bactérias, substâncias em decomposição e sais minerais.<br />

Atualmente o húmus de minhoca é produzido comercialmente, para uso na agricultura,<br />

a partir de esterco de animais, bagaço de cana-de-açúcar, frutas e verduras, restos de poda,<br />

composto orgânico etc.<br />

Saiba mais<br />

A minhoca é considerada um arado natural, revolvendo a terra sem parar.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

A Hirudo medicinalis tem esse nome porque vem sendo usada para fins medicinais desde<br />

a Antiguidade. Médicos das civilizações egípcia, grega e romana utilizavam a sanguessuga<br />

para fazer sangrias, colocando muitas delas sobre a pessoa, pois a perda de sangue teria<br />

efeitos benéficos sobre a saúde.<br />

Atualmente, esses animais voltaram a ser usados para fins medicinais, mas para curar<br />

feridas e em reimplantes de dedo, por exemplo. Nesse caso, é muito importante a ação de<br />

uma substância anticoagulante produzida por essa sanguessuga. Essa substância impede<br />

que sejam formados coágulos que entopem os vasos sanguíneos e matam os tecidos.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 123


124<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Já ouviu falar em minhocário?<br />

Que tal montar um?<br />

Colete material orgânico como palha, folhas secas, capim (estes são os materiais secos),<br />

restos de frutas e hortaliças (lixo orgânico doméstico).<br />

Prepare uma mistura com três partes de material seco e uma de lixo orgânico. Misture<br />

formando camadas. Deixe agora fermentar por até 45 dias. Somente depois desse tempo,<br />

coloque as minhocas.<br />

Deixe as minhocas agir sobre esse material durante algum tempo – o ideal são dois a<br />

três meses.<br />

Passado esse tempo, use esse material para adubar vasos ou a horta.<br />

Faça um relato da sua investigação e fixe-o no mural da classe.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

brânquias: estruturas capazes de absorver o gás oxigênio dissolvido na água.<br />

dorsais: localizadas nas costas (no dorso).<br />

gânglios: aglomerado de células nervosas.<br />

húmus: matéria em decomposição que faz parte do solo fértil.<br />

1. Qual é a característica dos anelídeos que dá nome ao grupo?<br />

2. Em que hábitats podemos encontrar anelídeos?<br />

3. De que se alimentam as minhocas? Elas se alimentam de resíduos orgânicos da terra.<br />

4. Como os anelídeos realizam as trocas gasosas com o ambiente?<br />

5. Que estruturas são responsáveis pela excreção no corpo dos anelídeos?<br />

6. Que importância tem a atividade das minhocas para a agricultura?<br />

7. Cite um exemplo de anelídeo usado para fins medicinais. A sanguessuga.<br />

8. Os poliquetas são anelídeos marinhos. Por que têm esse nome?<br />

9. Dê um exemplo de oligoqueta. A minhoca.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

“<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

”<br />

No Manual do Professor, há uma sugestão de como<br />

montar um cesto de compostagem, cujo produto pode ser<br />

usado para enriquecer solos pobres ou empobrecidos.<br />

Nos ambientes aquáticos e terrestres.<br />

Os anelídeos têm o corpo formado por anéis.<br />

As trocas gasosas são feitas pela pele.<br />

Os nefrídeos.<br />

Elas adubam e arejam o solo.<br />

Porque têm muitas cerdas.


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Minhocas conhecidas como vermelhas-da-califórnia, as mais<br />

usadas na minhocultura.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Minhocuçu, que chega a medir 1,5 m de comprimento.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

Suponha que você comprou um<br />

sítio e quer fazer uma horta. Mas a<br />

terra é pouco fértil. Então, você vai<br />

a uma loja de produtos agrícolas e o<br />

vendedor lhe oferece três produtos:<br />

• húmus de minhoca, ou seja, a terra<br />

onde as minhocas viviam;<br />

• terra com minhocas;<br />

• adubo químico.<br />

Se você está pensando em uma<br />

solução definitiva para a fertilidade<br />

da terra, qual produto compraria?<br />

Compraria terra com minhocas, pois elas se reproduziriam,<br />

fertilizando a terra.<br />

Faça com seus colegas uma investigação<br />

sobre o minhocuçu, uma espécie<br />

de minhoca que está amea çada<br />

de extinção. Descubram onde ela<br />

vive e por que está desaparecendo<br />

do solo brasileiro.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 125


126<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os moluscos<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

15<br />

Os animais das fotos são caracóis.<br />

Todos eles são moluscos, ou seja, têm corpo mole.<br />

Na cabeça eles apresentam quatro tentáculos táteis. Dois deles possuem olhos nas extremidades,<br />

com os quais o animal percebe a luz do ambiente; os outros dois possuem sensores químicos.<br />

Muitos caracóis são herbívoros, mas há também espécies carnívoras. Eles são parentes das<br />

lesmas, dos polvos e das lulas.<br />

AbleStock<br />

Existem muitas espécies de caracol, cada uma com seu tipo de concha. As conchas diferem pelo formato, pela cor, pelo tamanho.<br />

Cada espécie tem seu ambiente preferido e come determinados alimentos. Todos se recolhem na concha para se proteger dos<br />

predadores e da falta de umidade. Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

AbleStock<br />

AbleStock


Trocando<br />

ideias<br />

Você já viu um caracol?<br />

Qual é a função da concha desse animal?<br />

Qual é a função dos tentáculos presentes na cabeça do caracol?<br />

Que outros moluscos você conhece?<br />

Todos os moluscos têm concha?<br />

Como são os moluscos<br />

Os moluscos são animais de corpo mole e não segmentado. Muitas espécies têm uma ou<br />

mais conchas externas. Algumas espécies, como as lulas, possuem uma concha interna.<br />

O polvo não tem concha. Ele tem tentáculos locomotores na cabeça e forma o grupo dos<br />

cefalópodes.<br />

O mexilhão e a ostra têm conchas com duas metades chamadas valvas. Eles são os bivalves.<br />

O caracol tem uma concha espiralada de onde sai o pé, no qual está localizado o intestino<br />

dessa espécie. Por isso, são chamados de gastrópodes. Desse grupo também faz parte a lesma.<br />

O polvo não tem concha. Esta espécie pode chegar<br />

a 60 cm de comprimento.<br />

O pécten é bivalve, ou seja, um molusco com<br />

concha de duas metades. Ele pode chegar a 8 cm.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

!<br />

A lula tem concha interna. Na foto, a concha está<br />

sendo retirada. Esta espécie chega a 15 cm.<br />

A lesma é um gastrópode sem concha. Esta<br />

espécie chega a medir 15 cm de comprimento.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 127


128<br />

A maioria dos moluscos vive em hábitats marinhos: polvos, lulas, ostras, mariscos. Algumas espécies<br />

vivem em água doce. Entre os representantes terrestres estão os caracóis-de-jardim e as lesmas.<br />

Embora sejam diferentes uns dos outros, os moluscos têm a mesma organização básica<br />

do caracol.<br />

Na região da cabeça, concentram-se os órgãos sensoriais.<br />

Na massa visceral, alojam-se órgãos internos.<br />

O pé é uma expansão ventral, muscular, cujas contrações e distensões deslocam o animal.<br />

O manto é uma dobra da pele que envolve a massa visceral e que produz a concha.<br />

Características distintivas de três grupos de moluscos<br />

Concha<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

pé<br />

Gastrópodes Bivalves Cefalópodes<br />

Dorsal, espiralada<br />

ou ausente<br />

Estrutura do caracol<br />

ânus<br />

orifício<br />

respiratório<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

manto<br />

Dupla (duas partes)<br />

Pé Desenvolvido, musculoso Desenvolvido, musculoso<br />

tentáculo<br />

ocular<br />

tentáculo tátil<br />

Os diferentes grupos de moluscos exibem certas particularidades do corpo propícias ao seu<br />

estilo de vida, além de exibir formas e estruturas variadas de conchas. Essas particularidades<br />

são usadas pelos biólogos para arranjar as diferentes espécies de moluscos em grupos distintos.<br />

boca<br />

Interna, reduzida<br />

ou ausente<br />

Em forma de tentáculos<br />

ligados à cabeça<br />

Cabeça Desenvolvida Não diferenciada Desenvolvida<br />

Quanto ao tipo de alimentação, os moluscos podem ser herbívoros ou carnívoros.<br />

As espécies terrestres de caramujos e as lesmas alimentam-se de plantas. Vivem em locais úmidos,<br />

escondidos sob objetos do solo ou em buracos, protegendo-se da luz e contra a perda de água.<br />

Os bivalves vivem enterrados no lodo ou na areia, no fundo de rios e mares; outros se prendem<br />

a rochas batidas pelas ondas do mar. Alimentam-se principalmente de microrganismos em<br />

suspensão; estes são filtrados da água que entra pelas brânquias. Sob as brânquias o alimento<br />

fica preso a uma secreção de muco, sendo depois levado à boca.<br />

Entre os cefalópodes vamos encontrar predadores vorazes. Os polvos e as lulas, capazes de<br />

rápido e eficiente deslocamento, alimentam-se de outros moluscos, pequenos crustáceos e até<br />

mesmo de peixes. Quando ameaçados, soltam um pigmento que fica guardado em uma bolsa<br />

(“bolsa de tinta”) localizada próximo ao ânus. A água fica turva e eles escapam dos predadores.<br />

Luis Moura


Quadro-resumo das funções vitais dos caracóis<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Reprodução<br />

Todos os moluscos apresentam reprodução<br />

sexuada, embora cada grupo<br />

possua características próprias em<br />

seu ciclo vital. Vamos descrever a reprodução<br />

dos gastrópodes terrestres<br />

para, em seguida, indicar as particularidades<br />

do processo reprodutivo dos<br />

outros grupos.<br />

Os caracóis são hermafroditas: o<br />

mesmo indivíduo produz óvulos e espermatozoides.<br />

Na época da reprodução,<br />

dois caracóis se aproximam,<br />

unem seus poros genitais e trocam es-<br />

Digestão<br />

Possuem sistema digestório completo. Nos gastrópodes e cefalópodes<br />

há uma rádula, estrutura encontrada na boca, semelhante a uma lixa,<br />

usada para raspar os alimentos.<br />

Trocas gasosas<br />

As trocas gasosas ocorrem nas brânquias nos moluscos aquáticos e<br />

nos pulmões nos moluscos terrestres.<br />

Circulação<br />

Seu sistema circulatório é aberto (os vasos sanguíneos são abertos<br />

nas extremidades), com coração dorsal. Nos cefalópodes, porém, o<br />

sistema circulatório é fechado.<br />

Excreção<br />

Possuem nefrídios semelhantes aos dos anelídeos.<br />

Coordenação<br />

Possuem sistema nervoso composto de um par de gânglios cefálicos<br />

(na região da cabeça), um par na massa visceral e um par no pé;<br />

órgãos sensoriais: tentáculos (gastrópodes), olhos bem desenvolvidos<br />

(nos cefalópodes).<br />

1. aproximação<br />

dos adultos<br />

5. filhotes<br />

Reprodução nos caracóis<br />

3. separação<br />

4. postura de ovos<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

2. início<br />

do acasalamento<br />

Luis Moura<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 129


130<br />

permatozoides. Em seguida se afastam, ocorrendo a fecundação interna, e cada caracol deposita<br />

os ovos no solo. O desenvolvimento é direto.<br />

Nos bivalves, os sexos são separados, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto.<br />

Nos cefalópodes – também de sexos separados – a fecundação é interna, com os tentáculos<br />

do macho sendo utilizados para introduzir os espermatozoides no corpo da fêmea. Nesses moluscos<br />

o desenvolvimento é direto, sendo os jovens cefalópodes capazes de nadar e capturar<br />

alimentos assim que saem dos ovos.<br />

macho<br />

espermatozoides<br />

fêmea<br />

Investigue<br />

e relate<br />

óvulos<br />

É fácil criar o caracol-de-jardim para observar seu ciclo de vida.<br />

Você pode mantê-los em uma caixa plástica com um pedaço de telha como abrigo e uma<br />

tampinha com água. Dentro da caixa, ponha um recipiente com terra para eles fazerem a postura.<br />

Coloque vários caracóis no recipiente. Como alimento você pode dar alface, cenoura<br />

picada, ração para aves, casca de ovo para fortalecer a concha.<br />

Mantenha o recipiente limpo.<br />

Os caracóis vão acasalar, botar ovos e você vai ver os pequenos caracóis sair dos ovos.<br />

Anote suas observações e afixe no mural da classe.<br />

Atenção: proteja as mãos com luvas ou com sacos plásticos e lave bem as mãos<br />

depois de mexer no recipiente.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Reprodução nos mexilhões<br />

transformação em adulto<br />

fecundação<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Relações com a espécie humana<br />

Todos os grupos de moluscos constituem importante fonte de alimento para o ser humano.<br />

Mariscos, ostras, lulas, polvos e até mesmo algumas espécies de caracol são muito apreciados<br />

pelo seu sabor característico, além de constituir fonte rica em proteínas, fosfatos e cálcio.<br />

Além de ser utilizados como alimento, os moluscos têm também importância econômica<br />

por seu uso como matéria-prima na indústria de bijuterias. Suas conchas, de colorido e formas<br />

variados, são empregadas na confecção de colares, pulseiras, anéis e brincos.<br />

ovo<br />

larva<br />

Cícero Soares


AbleStock<br />

A camada interna de certas conchas é feita de madrepérola, material<br />

usado na produção de joias. Na foto, um corte da concha de<br />

um molusco marinho, o náutilo, para mostrar a camada interna.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Saiba mais<br />

As pérolas são produzidas pelas ostras como<br />

um mecanismo para isolar qualquer corpo estranho<br />

que se instale entre o manto e a concha.<br />

Quando acontece essa invasão, o corpo estranho<br />

é envolvido por camadas de madrepérola<br />

secretadas pelo manto – um processo semelhante<br />

àquele que forma as conchas.<br />

Como você pode perceber, pedacinhos de<br />

concha, pequenos vermes, ou até mesmo grãos<br />

de areia – objetos que as ostras normalmente<br />

expulsariam de seu corpo – podem provocar a<br />

formação de uma espécie de cisto, altamente<br />

valorizado.<br />

Em muitas regiões da Ásia, estimula-se artificialmente<br />

a produção de pérolas introduzindo-<br />

-se pequenas partículas no manto. As ostras são<br />

mantidas em engradados por vários anos; depois<br />

as pérolas são retiradas e comercializadas, sendo<br />

então chamadas de pérolas cultivadas.<br />

Há espécies de bivalves que se fixam a cascos<br />

de barcos ou então nos pilares de madeira<br />

de portos e ancoradouros, perfurando esses<br />

materiais e provocando sérios danos.<br />

Há também aqueles que servem de hospe-<br />

deiros intermediários de vermes parasitas humanos<br />

– como o caso do caramujo que abriga<br />

as formas jovens do esquistossomo.<br />

O caracol-gigante da África invade o Brasil<br />

Em 1983, criadores de caracóis comestíveis importaram o caracol-gigante da África,<br />

que chega a medir 20 centímetros de comprimento. O objetivo era criá-lo e vendê-lo como<br />

alimento. Isso, porém, não deu certo porque os brasileiros não estão habituados a comer<br />

caracóis. Então os criadores resolveram soltá-los na natureza e em terrenos baldios, onde<br />

proliferaram rapidamente. Esses animais são vorazes, alimentando-se de 41 espécies diferentes<br />

de plantas, entre elas a mandioca e o feijão, e são hoje uma praga para a agricultura.<br />

Descobriu-se também que esse molusco pode ser hospedeiro do verme causador de uma<br />

grave doença, podendo levar o indivíduo parasitado à morte.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 131


132<br />

O caracol-gigante-africano (Achatia fulica), com cerca de 20 cm de comprimento.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Esse caracol não tem predadores naturais no Brasil. Portanto, tende a se proliferar com<br />

facilidade, caso alguma coisa não seja feita.<br />

Fazer uma campanha para eliminar esse invasor é desaconselhável porque existem espécies<br />

nativas do Brasil que são muito semelhantes a ele.<br />

Devido a esse problema, os biólogos estão alertando as pessoas que criam animais de<br />

outros países como bichos de estimação, para que não os soltem na natureza, pois eles<br />

podem ocupar o lugar das espécies que aqui vivem.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

“<br />

”<br />

sensoriais: que percebem sensações; que captam estímulos do ambiente.<br />

visceral: relativo às vísceras ou órgãos internos.<br />

vorazes: que devoram, comem com rapidez; esfomeados.<br />

Fabio Colombini


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1 Quais as características comuns a todos os moluscos?<br />

2. O que quer dizer gastrópode? Cite um exemplo de gastrópode.<br />

3. Qual é a classificação do polvo? O polvo é um cefalópode.<br />

4 Em que tipo de hábitat podemos encontrar moluscos? Dê exemplos.<br />

Há espécies carnívoras e<br />

5. Como são os hábitos alimentares dos moluscos? outras herbívoras.<br />

6. Que estrutura especial existe na boca dos caracóis? Para que serve?<br />

7 Como os moluscos realizam as trocas gasosas com o ambiente?<br />

8. Nos caracóis a fecundação é interna ou externa? É interna.<br />

9. Há caracol fêmea e caracol macho? Não. Os caracóis têm ambos os sexos.<br />

10. A fecundação nas lulas é interna ou acontece na água? É interna.<br />

11. Qual é a importância econômica dos moluscos?<br />

12. Em que situação as ostras produzem pérolas?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

O escargot é um caracol europeu muito apreciado por seu delicado sabor. Por isso, existem<br />

muitos criadores de escargot.<br />

Aplicando seus conhecimentos sobre os caracóis, imagine:<br />

1. Como é o ambiente que os criadores preparam para os escargots?<br />

2. Como os escargots são alimentados?<br />

3. Como eles se acasalam?<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Os criadores dão verduras para os escargots.<br />

Os moluscos têm corpo mole, não segmentado.<br />

Gastrópode quer dizer estômago no pé.<br />

O caracol é um gastrópode.<br />

Os escargots são criados em ambientes<br />

úmidos, debaixo de telhas ou em<br />

prateleiras com esponjas úmidas.<br />

Eles encostam os pés, um no outro, e soltam espermatozoides. Os dois botam ovos.<br />

A lesma é terrestre, a lula é<br />

aquática.<br />

Na boca está a rádula, usada<br />

pelo animal para raspar os<br />

alimentos.<br />

As trocas gasosas são feitas nas<br />

brânquias, nos pulmões ou na pele.<br />

Os moluscos são fonte de alimentos e produzem pérolas.<br />

Quando algum corpo estranho entra nelas.<br />

O caracol-gigante-africano (Achatina fulica) foi deliberadamente introduzido<br />

no Brasil como se fosse uma espécie de escargot – um equívoco, pois todos os<br />

verdadeiros escargots pertencem ao gênero Helix.<br />

Façam uma pesquisa para verificar que moluscos existem em sua região.<br />

Reúnam informações conversando com as pessoas, pesquisando em revistas e na internet.<br />

Juntem seus dados com os dos demais colegas e procurem montar um quadro com desenhos,<br />

figuras e fotos desses animais.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 133


134<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Invertebrados com pernas<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

16<br />

Na foto, parece que o animal é uma aranha. Mas, olhando bem, você verá que não<br />

é. A aranha já foi embora e largou para trás seu esqueleto externo velho. Dizemos que<br />

a aranha fez uma muda.<br />

Todos os artrópodes têm esqueleto externo rígido. Para crescer, eles trocam de esqueleto.<br />

Por isso, quanto maior for a aranha, maior será o número de mudas que ela já<br />

teve na vida.<br />

Na época da muda, a aranha fi ca imóvel, sem se alimentar. A pele nova mole está pregueada<br />

por baixo do exoesqueleto. Quando o exoesqueleto se rompe, a aranha estica a<br />

pele nova e cresce. A pele nova endurece e forma um exoesqueleto um pouco maior.<br />

A muda pode demorar horas em uma aranha grande. Enquanto “troca de roupa”<br />

ela se torna presa fácil, pois não consegue fugir ou se defender. Muitas são devoradas<br />

durante a muda.<br />

Exoesqueleto ou carapaça de uma aranha-caranguejeira. O tamanho é real.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini


Trocando<br />

ideias<br />

Você já encontrou alguma muda de cigarra, de aranha, de grilo ou de outro artrópode?<br />

Os caranguejos também fazem mudas?<br />

E os insetos?<br />

Por que os artrópodes têm esse nome?<br />

Faça uma lista dos artrópodes que você conhece. Depois, some a sua lista às dos outros<br />

colegas de classe.<br />

Como são os artrópodes<br />

Embora os artrópodes exibam uma grande variedade de formas, é possível identificar algumas<br />

características externas comuns a todos eles:<br />

• Pernas articuladas: característica que dá nome ao grupo (artros: articulação + podos: pé).<br />

As pernas de todos os artrópodes são compostas de várias partes que se articulam umas às outras,<br />

como se tivessem dobradiças; são também articulados as antenas (estruturas sensoriais) e<br />

os diferentes tipos de apêndices.<br />

• Exoesqueleto: todos os artrópodes possuem o revestimento externo do corpo composto<br />

de material rígido e impermeável, que, nas regiões de articulação, mantém-se fino e flexível.<br />

• Corpo segmentado: o corpo da maioria dos artrópodes está dividido em três regiões:<br />

cabeça, tórax e abdome, podendo haver fusão da cabeça com o tórax (cefalotórax).<br />

Os artrópodes são agrupados em classes de acordo com suas características.<br />

Insetos<br />

!<br />

Características das classes de artrópodes<br />

Características Crustáceos Insetos Aracnídeos<br />

Divisões do corpo<br />

Cefalotórax (cabeça<br />

e tórax fundidos)<br />

Cabeça, tórax<br />

e abdome<br />

Cefalotórax<br />

e abdome<br />

Número de pernas 5 pares ou mais 3 pares 4 pares<br />

Número de antenas 2 pares 1 par ausentes<br />

Exemplos<br />

Camarão, siri,<br />

tatuzinho-de-jardim<br />

Barata, mosca,<br />

gafanhoto<br />

Aranha, escorpião,<br />

carrapato<br />

Os insetos têm três pares de pernas. A maioria tem um ou dois pares de asas, sendo os únicos<br />

invertebrados capazes de voar.<br />

Não existe no Reino Animal uma classe com maior número de espécies do que a dos insetos!<br />

É também um dos grupos que exibe maior diversidade quanto a tipos de formas, cores e mesmo<br />

de peças bucais (estruturas usadas para obter seus alimentos), que refletem seus variados hábitos<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 135


136<br />

alimentares. Gafanhotos e saúvas têm aparelho bucal do tipo mastigador, com o qual cortam<br />

folhas e pequenos galhos. Os pernilongos, com seu aparelho bucal longo e pontudo, picam a<br />

pele de vertebrados e sugam o seu sangue. Abelhas e borboletas, que se alimentam do néctar<br />

de flores, possuem delicado aparelho bucal lambedor.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Tipos de aparelho bucal dos insetos<br />

mastigador picador-sugador lambedor<br />

gafanhoto pernilongo borboleta<br />

Imagens sem proporção em relação à realidade. Cores-fantasia.<br />

A diversidade dos insetos<br />

Em qualquer jardim, no solo, entre as árvores,<br />

os insetos estão presentes: borboletas, cigarras,<br />

besouros, libélulas, joaninhas, gafanhotos,<br />

vespas. Em poças de água, em lagoas e riachos,<br />

podemos encontrar muitas larvas de insetos.<br />

Os insetos estão presentes em todos os principais<br />

tipos de hábitats, havendo inclusive muitas<br />

espécies que vivem sobre outros seres vivos.<br />

O único lugar onde são raros é no mar, onde os<br />

artrópodes dominantes são os crustáceos.<br />

Qualquer um de nós pode encontrar muitos<br />

insetos perto ou dentro de casa – moscas,<br />

baratas, formigas, cupins, mariposas, traças,<br />

pulgas, piolhos.<br />

Libélula (8 cm da ponta de uma asa a outra).<br />

Borboleta (10 cm de uma asa a outra).<br />

Besouro (7 cm de comprimento).<br />

Abelha. Cada inseto mede cerca e 1,2 cm<br />

Luis Moura<br />

Fotos: AbleStock


Embora a maioria dos insetos tenha vida<br />

solitária, são bastante conhecidos os insetos sociais,<br />

como formigas, abelhas, vespas e cupins.<br />

As sociedades de insetos estão organizadas<br />

em castas, que são grupos de indivíduos com<br />

funções determinadas. Na sociedade das abelhas,<br />

a rainha é a única fêmea fértil: todos os<br />

membros da colmeia, quase todos fêmeas, são<br />

descendentes dessa abelha.<br />

A rainha, geralmente alojada em local que<br />

não lhe permite muitos movimentos e onde<br />

é muito bem-alimentada, passa a vida a pôr<br />

ovos. Dos ovos fecundados nascem as abelhas<br />

Rainha e duas operárias da abelha manduri, da Mata Atlântica.<br />

fêmeas; os ovos não fecundados dão origem<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

aos machos ou zangões.<br />

As abelhas fêmeas formam a casta das operárias, encarregadas de construir e defender a colmeia,<br />

coletar néctar das flores, produzir mel e geleia real, alimentar as larvas. Nenhuma delas se reproduz.<br />

Quando uma nova colmeia vai ser iniciada, ou quando morre a rainha, as operárias criam<br />

uma nova rainha a partir de uma larva. Alimentada com geleia real, em vez de mel, ela se transforma<br />

em uma fêmea fértil, reprodutiva.<br />

Os insetos vistos por dentro<br />

Apesar da enorme diversidade, todos os insetos possuem estruturas internas semelhantes,<br />

encarregadas das diferentes funções vitais.<br />

Esquema da estrutura interna de um inseto (gafanhoto)<br />

glândula salivar<br />

antenas<br />

cordão nervoso<br />

ventral<br />

cecos<br />

gástricos<br />

coração ovário<br />

intestino<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

túbulos filtradores<br />

O sistema respiratório é formado por pequenos tubos – as traqueias – que se ramificam por<br />

todo o corpo. O ar penetra nas traqueias pelos espiráculos, pequenos orifícios que podem ser<br />

observados externamente nas laterais do abdome.<br />

O oxigênio do ar é levado pelas traqueias diretamente até as células, e o gás carbônico é<br />

eliminado das células para o ar exterior também por meio desses sistema de tubinhos. Isso significa<br />

que o sangue dos insetos – um líquido incolor denominado linfa – não tem a função de<br />

transporte dos gases respiratórios.<br />

ânus<br />

Luis Moura<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 137


138<br />

Como os insetos se reproduzem<br />

Os insetos são animais de sexos separados.<br />

Na época da reprodução, é comum observarmos<br />

os dois insetos fortemente unidos um ao<br />

outro: assim o macho introduz espermatozoides<br />

no corpo da fêmea.<br />

A fecundação é interna: ocorre dentro do<br />

corpo da fêmea. Após algum tempo as fêmeas<br />

põem seus ovos, que irão se desenvolver<br />

até atingir a forma adulta.<br />

Você já deve ter visto pequenos casulos pendurados em galhos de árvores ou, então, pequenas<br />

lagartas se movimentando dentro de frutas, como a goiaba. Tanto os casulos quanto<br />

os bichos de fruta são fases de desenvolvimento de insetos.<br />

Após a fecundação, a fêmea de um inseto procura um local para colocar seus ovos. Dependendo<br />

da espécie, o lugar escolhido pode ser uma fruta, o caule de uma planta, ou mesmo o<br />

corpo de outros animais.<br />

Após a postura dos ovos, os insetos podem seguir diferentes etapas de desenvolvimento,<br />

dependendo da espécie.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

1. As ilustrações representam três formas<br />

de desenvolvimento de insetos após a<br />

postura dos ovos. Quais são elas?<br />

Sem metamorfose, com metamorfose incompleta e<br />

com metamorfose completa.<br />

2. Qual é o exemplo de inseto com metamorfose<br />

completa? A borboleta.<br />

3. Que etapa existe entre a larva da borboleta<br />

(lagarta) e o adulto?<br />

A pupa ou crisálida.<br />

4. Qual é a diferença entre a metamorfose<br />

do gafanhoto e da borboleta?<br />

O gafanhoto não tem a fase de pupa.<br />

5. Que inseto é citado como exemplo de<br />

inseto sem metamorfose? A traça.<br />

6. A forma jovem da traça é semelhante<br />

ao adulto? Sim. É muito parecida com o adulto.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Joaninhas em acasalamento. Essa espécie tem cerca<br />

de 1 cm de comprimento.<br />

sem<br />

metamorfose<br />

Desenvolvimento dos insetos<br />

metamorfose<br />

incompleta<br />

metamorfose<br />

completa<br />

ovos ovos ovos<br />

forma jovem ninfa larva<br />

adulto adulto<br />

pupa<br />

adulto<br />

traça gafanhoto borboleta<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura<br />

Fabio Colombini


Fotos: Fabio Colombini<br />

Aracnídeos<br />

Os aracnídeos representados por aranhas, carrapatos, escorpiões e ácaros são predominantemente<br />

terrestres. Vivem geralmente entre pedras e madeiras, em buracos que lhes servem de<br />

esconderijos ou então entre a vegetação.<br />

Muitos aracnídeos, como os escorpiões e as aranhas, possuem glândulas de peçonha, que,<br />

se injetada, paralisa ou mata pequenos animais que lhes servem de alimento. O ataque à espécie<br />

humana ocorre geralmente quando se sentem prestes a uma agressão. É o caso do aracnídeo<br />

que, dentro do sapato, pica o pé que vai esmagá-lo.<br />

A aranha captura a presa e prende-a entre suas peças bucais, semelhantes a uma pinça. A<br />

vítima recebe uma dose de substância paralisante e então a aranha lança sobre ela seus sucos<br />

digestivos. Isso quer dizer que as aranhas iniciam a digestão fora do corpo; depois de parcialmente<br />

dissolvido, o alimento é aspirado.<br />

Aranhas perigosas para os seres humanos<br />

Armadeira.<br />

Aranha-marrom.<br />

Viúva-negra.<br />

Nome popular: Aranha-armadeira (dá saltos de até 30 cm)<br />

Gênero: Phoneutria<br />

Picada: Dor intensa e imediata, além de vermelhidão.<br />

Perigo: De 600 a 800 casos no Brasil, por ano. Crianças e idosos devem usar soro.<br />

Hábitos e características: Não constrói teias, prefere ambientes úmidos e<br />

escuros. Agressiva, “arma-se” para o ataque a qualquer aproximação.<br />

Tamanho: 8 cm a 12 cm<br />

Nome popular: Aranha-marrom<br />

Gênero: Loxosceles<br />

Picada: Dor pouco intensa ou imperceptível; depois de 12 horas, dor e<br />

arroxeamento, com mal-estar e náuseas.<br />

Perigo: No Brasil, 50 casos por ano. Crianças e idosos devem tomar soro.<br />

Hábitos e características: Vive em teias irregulares, tem hábitos noturnos e<br />

costuma se esconder em entulho. Pica apenas quando não tem possibilidade<br />

de fuga.<br />

Tamanho: 3 cm<br />

Nome popular: Viúva-negra<br />

Gênero: Latrodectus<br />

Picada: Dolorida<br />

Hábitos: Constrói teias tridimensionais em meio a plantações, beiras de<br />

barrancos, entre as folhas de arbustos; costumam construir seus refúgios em<br />

batentes de portas e beirais das janelas.<br />

Perigo: Pequena ocorrência de picadas. Exige uso de soro.<br />

Tamanho: 1 cm<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 139


Fotos: Fabio Colombini<br />

140<br />

Muito temidas e pouco venenosas<br />

Tarântula.<br />

Caranguejeira.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Escorpiões<br />

Entre os escorpiões, são poucas as espécies<br />

realmente perigosas para os seres humanos.<br />

Aqueles que têm toxinas muito poderosas<br />

vivem na África ou no México. No Brasil, há poucas<br />

espécies que podem causar acidentes graves.<br />

Uma delas é o escorpião-amarelo, cuja picada<br />

provoca dores intensas, suor, vômitos, variações<br />

na pressão e na circulação.<br />

O escorpião-amarelo pode ser encontrado<br />

em vários Estados brasileiros. Onde houver presas<br />

em potencial (baratas, por exemplo) e abrigo<br />

adequado (entulhos, por exemplo) onde passar o<br />

dia, os escorpiões poderão se proliferar. A melhor<br />

maneira de evitar que ele viva na casa ou perto<br />

dela é eliminar lixo e entulho desses locais.<br />

Os carrapatos podem ser perigosos para o ser<br />

humano e os animais domésticos. Alimentando-<br />

-se do sangue desses animais, além de provocar<br />

irritações na pele, podem ser transmissores de<br />

microrganismos que provocam doenças.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Nome popular: Tarântula ou aranha de grama<br />

Gênero: Lycosa<br />

Picada: Irritação ou dor no local, pouco intensa e de curta duração.<br />

Hábitos e características: Diferencia-se por um desenho de flecha no abdome.<br />

Além de buracos em jardins, que reveste com o fio, pode ser encontrada mais<br />

raramente em roupas. Em geral foge da aproximação.<br />

Tamanho: 4 cm a 5 cm<br />

Nome popular: Caranguejeira<br />

Gênero: As mais comuns são Pamphobeteus e Acanthoscurria.<br />

Picada: Provoca apenas dor local. Seus pelos também podem provocar<br />

irritação. Os acidentes são raros porque o veneno é pouco ativo no homem.<br />

Hábitos e características: Prefere os ambientes quentes e úmidos. Um de seus<br />

hábitats mais comuns é a Serra do Mar, onde não é raro encontrar suas teias<br />

brancas afuniladas.<br />

Tamanho: 10 cm a 30 cm<br />

Escorpião-amarelo (7 cm de comprimento).<br />

Carrapato da Mata Atlântica.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini


Saiba mais<br />

Artesanato de primeira<br />

Da porção final do abdome da aranha sai um fiozinho<br />

branco que é feito a partir de uma substância pegajosa,<br />

produzida por um conjunto de tubinhos: as glândulas<br />

fiandeiras. À medida que essa substância sai das fiandeiras,<br />

a aranha utiliza suas pernas para tecer a teia.<br />

Algumas aranhas tecem teias irregulares, outras<br />

mostram desenho elaborado e simétrico, formando<br />

verdadeiras armadilhas, que servem para capturar<br />

pequenos insetos dos quais as aranhas se alimentam.<br />

Ajudam também a proteger os ovos até que<br />

completem seu desenvolvimento.<br />

O fio da seda, mais fino que o fio de cabelo, mais<br />

leve do que o fio do algodão, mais resistente que o fio<br />

de aço, tem chamado a atenção de muitos cientistas<br />

que pesquisam suas propriedades. A criação de um fio<br />

sintético com essas características poderia ter aplica-<br />

Teia de aranha.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

ção em vários campos, pois é resistente e impermeável.<br />

Os cientistas também estão pesquisando o uso popular da teia de aranha para estancar<br />

hemorragia de ferimentos e evitar infecção. A teia realmente tem propriedades que impedem<br />

o desenvolvimento de micróbios sobre ela. Por isso, estão pesquisando seu uso como<br />

linha para costurar cortes cirúrgicos, isto é, feitos durante as operações.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

Observe atentamente o esquema<br />

ao lado.<br />

Ela representa a estrutura interna<br />

do corpo de uma aranha.<br />

Compare esse esquema com aquele<br />

que mostra a anatomia de um inseto.<br />

Escreva em seu caderno três semelhanças<br />

entre os esquemas.<br />

Esquema da estrutura interna da aranha<br />

glândula de<br />

veneno<br />

estômago intestino coração<br />

ânus<br />

palpo cérebro ovário<br />

boca “pulmão” glândula de cera<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

AbleStock<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 141


142<br />

Reprodução dos aracnídeos<br />

Aranhas e escorpiões são animais de sexos separados<br />

e apresentam fecundação interna.<br />

Antes do acasalamento, observa-se uma dança nupcial,<br />

após a qual o macho introduz os espermatozoides<br />

no corpo da fêmea.<br />

Entre as aranhas é comum a fêmea – quase sempre<br />

maior que o macho – se alimentar do corpo do parceiro<br />

logo após a fecundação. Passado algum tempo ela<br />

tece um casulo onde os ovos ficam abrigados até que se<br />

rompam e liberem novos indivíduos, semelhantes aos<br />

adultos. O desenvolvimento é, portanto, direto.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Tarântula com filhotes nas costas. Tamanho<br />

entre 6 cm e 7 cm.<br />

Nos escorpiões, o desenvolvimento dos ovos também é direto, com a diferença de ocorrer<br />

dentro do corpo da fêmea. Após alguns dias ela dá origem a vários escorpiõezinhos.<br />

Em algumas espécies de aracnídeos, os filhotes se instalam sobre o dorso da fêmea até chegar<br />

a certo tamanho em que possam sobreviver sozinhos.<br />

Crustáceos<br />

A maioria dos crustáceos é de tamanho muito pequeno:<br />

são os microcrustáceos, que vivem em lagos e<br />

ambientes marinhos, geralmente flutuando como parte<br />

do plâncton. Nas comunidades onde vivem, esses microcrustáceos<br />

costumam ser os principais consumidores<br />

primários, constituindo fonte de alimento para muitos<br />

vertebrados, desde pequenos peixes até grandes mamíferos<br />

– como as baleias.<br />

As cracas são crustáceos que vivem presas a rochas<br />

ou a qualquer substrato sólido. Ao se fixar desenvolvem<br />

um exoesqueleto em forma de cone, com uma<br />

pequena tampa, que se fecha quando a maré baixa.<br />

Cracas em rochas da praia.<br />

Quando estão cobertas pela água, abrem sua tampa<br />

para capturar alimento.<br />

Embora a maioria dos crustáceos seja de hábitats aquáticos, sobretudo marinhos, alguns<br />

têm hábitos terrestres. Certos caranguejos passam a maior parte do tempo fora da água, locomovendo-se<br />

sobre a areia ou sobre o lodo que fica na região entre marés.<br />

Um crustáceo exclusivamente terrestre é o tatuzinho-de-jardim, que se encolhe todo, formando<br />

uma bolinha, quando é incomodado ou quando a umidade do lugar onde vive se torna muito baixa.<br />

Maria-farinha, que cava buracos na areia da praia. Tem o<br />

Tatuzinho-de-jardim. (1 cm de comprimento)<br />

tamanho da palma da mão de um adulto. Fotos da página não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Fotos: Fabio Colombini


Investigue<br />

e relate<br />

Hábitos da maria-farinha<br />

Quando você for à praia, procure buracos da maria-farinha. Na verdade, esse pequeno<br />

crustáceo é que vai mostrar a você onde ele vive. Geralmente eles vivem correndo pela areia<br />

à procura de alimento, e se assustam com as pessoas.<br />

A maria-farinha carrega tudo que encontra para sua toca. Lá, vai inspecionar se o que<br />

recolheu é alimento ou não. Investigue esse fato e observando o comportamento da maria-<br />

-farinha quando tiver oportunidade de ir à praia.<br />

Como a maioria dos animais, permite que a pessoa chegue perto dela até certa distância.<br />

Quanto mais cautelosa for a pessoa, mais perto consegue chegar desse gracioso animal. Experimente<br />

descobrir, com seus colegas, até que ponto vocês conseguem se aproximar dela.<br />

Hábitos do tatuzinho<br />

É relativamente fácil criar tatuzinhos-de-jardim em uma caixa de plástico com furinhos<br />

na tampa. Ponha terra e esconderijos (pedrinhas, galhos, folhas) no recipiente. Como alimento,<br />

coloque pedaços de cenoura. Não esqueça de pôr uma tampinha com água.<br />

Experimente umedecer a terra apenas de uma metade da caixa. Veja de qual lado os<br />

ta tu zinhos preferem ficar.<br />

Os artrópodes e a espécie humana<br />

Entre os artrópodes vamos encontrar muitos exemplos de animais com os quais a espécie<br />

humana se relaciona de diferentes maneiras.<br />

Os crustáceos constituem rica fonte de alimento e sua comercialização representa uma atividade<br />

bastante lucrativa. Há também os microcrustáceos, que são usados como alimento para<br />

muitas espécies de peixes criadas com finalidade comercial.<br />

Os aracnídeos alimentam-se de muitos tipos de insetos e assim exercem controle sobre aquelas<br />

espécies que atacam plantações.<br />

O ácaro da sarna irrita a pele ao cavar pequenos túneis e sugar sangue de seu hospedeiro.<br />

Eles parasitam pessoas e animais domésticos.<br />

Uma atividade comercial importante, principalmente na Europa e na Ásia, é a criação do<br />

bicho-da-seda para obtenção dos fios usados para tecer a seda pura.<br />

Esse inseto é uma mariposa. Depois do acasalamento elas botam ovos em folhas da planta<br />

hospedeira (amoreira). As lagartas saem dos ovos e se alimentam dessas folhas. Depois de crescidas,<br />

tecem um casulo, que é recolhido pelos cultivadores.<br />

Os casulos são fervidos, o que provoca a morte das larvas. Após a fervura, milhares de<br />

casulos são submetidos a um processo de extração das fibras, resultando na produção do fio<br />

de seda, que, graças à sua resistência e maciez, é muito utilizado na confecção de roupas e<br />

complementos do vestuário.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 143


144<br />

Mariposas do bicho-da-seda se acasalando.<br />

Espécies de insetos que se alimentam de restos de animais mortos fazem o papel de “faxi-<br />

neiros da natureza”. É o caso de muitas espécies de moscas, cujas larvas são capazes de devorar<br />

cadáveres e restos de animais em poucos dias, além de besouros dos mais variados tipos, que<br />

aceleram a reciclagem de restos orgânicos.<br />

Muitas espécies destroem as plantações e até mesmo alimentos estocados. Formigas, baratas,<br />

percevejos, gafanhotos constituem verdadeiras pragas. Traças e besouros podem danificar<br />

seriamente roupas, tapetes e livros.<br />

Há também inúmeras espécies de insetos transmissores de parasitas que atacam o ser humano<br />

e os animais domésticos, caso em que agem como hospedeiros intermediários. Você se<br />

lembra do barbeiro (vetor da doença de Chagas) e do mosquito transmissor da malária?<br />

Muitos insetos são temidos por produzir substâncias tóxicas, normalmente utilizadas como<br />

defesa contra seus predadores. Certas toxinas podem provocar dores e irritação no local da<br />

picada, além de destruição de tecidos e reações alérgicas muito fortes. São bem conhecidos os<br />

casos de pessoas atacadas por certas espécies de abelhas ou vespas.<br />

Além dos insetos adultos, muitas formas larvais são também responsáveis por acidentes<br />

de intoxicação. Você certamente já viu uma taturana – em geral a lagarta de uma mariposa<br />

– com o corpo coberto por pequenas cerdas, entre as quais há numerosas glândulas que liberam<br />

uma toxina capaz de provocar irritação e queimadura da pele, acompanhadas de fortes<br />

reações alérgicas.<br />

Entre os insetos, as abelhas, ao se alimentar<br />

do néctar das flores, polinizam as flores e<br />

elas formam frutos. Por isso, é comum colocar<br />

colmeias em pomares para assegurar a polinização<br />

e aumentar a produção de frutos. Além<br />

das abelhas, várias espécies de vespas, moscas,<br />

marimbondos e borboletas desempenham<br />

esse importante papel.<br />

Das abelhas retiramos o mel para alimentação.<br />

A cera com que constroem suas colmeias A borboleta bebe o néctar das flores e carrega pólen de<br />

é usada na produção de velas e para polimento uma flor para outra.<br />

de madeira.<br />

Fotos da página não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Lagarta tecendo casulos em armações preparadas pelos<br />

criadores de bicho-da-seda.<br />

AbleStock<br />

Fotos: Fabio Colombini


Analise<br />

o texto<br />

Febre do carrapato assusta cidade<br />

Um aposentado de 69 anos elevou para 305 o número de casos suspeitos de febre maculosa<br />

registrados neste ano em Piracicaba (162 km de São Paulo). O aposentado está internado<br />

na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa da cidade.<br />

O município apresenta o maior índice de casos confirmados no Estado de São Paulo:<br />

sete, sendo que cinco resultaram em morte. No ano passado, foram notificados 72 casos,<br />

seis foram confirmados e não ocorreu morte. Neste ano, foram registrados 411 suspeitas da<br />

doença na cidade, mas 99 foram descartadas e 305 aguardam o resultado de exames.<br />

Piracicaba vive uma infestação de carrapato-estrela (principal hospedeiro da bactéria<br />

causadora da febre maculosa). Placas e cartazes de aviso estão sendo instalados e folhetos<br />

distribuídos para orientar a população. Pescadores são orientados a evitar a margem do rio<br />

Piracicaba. O trecho próximo à rua do Porto – um dos principais pontos turísticos do município<br />

– também deve ser evitado, segundo a Vigilância Epidemiológica. A capivara, que<br />

vive nas margens de rios, é um dos principais hospedeiros do carrapato.<br />

A cidade tem pelo menos nove pontos de infestação do carrapato-estrela. Um dos mais<br />

críticos é o Campus da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que<br />

quer aplicar carrapaticida no campus. Técnicos da universidade estiveram ontem em Brasília<br />

para tentar licença da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para usar o<br />

produto, que implica risco ambiental.<br />

O infectologista e chefe da disciplina de clínica médica da Unifesp (Universidade Federal<br />

de São Paulo), Paulo Olzon Monteiro da Silva, disse que a febre maculosa só é detectada<br />

por meio do teste sorológico. ”O diagnóstico às vezes pode se confundir com o de outras<br />

doenças como a leptospirose e a dengue. Se não tiver tratamento rápido e adequado, a<br />

doença evolui para um quadro de infecção generalizada, com complicações pulmonares,<br />

vasculares, desidratação, coma e morte“, disse o infectologista. O tratamento é realizado<br />

com antibióticos.<br />

Maurício Simionato. Folha de S.Paulo, 2 nov. 2005.<br />

No texto que você leu, há notícia de que uma nova doença está atingindo nosso país.<br />

Originária da América do Norte, a febre maculosa é facilmente tratável, mas, como seu<br />

diagnóstico não é muito fácil, está havendo uma alta porcentagem de mortalidade.<br />

1. Como se dá a transmissão dessa doença?<br />

2. Que tipo de organismo provoca essa doença?<br />

3. Qual é o principal hospedeiro do carrapato?<br />

4. Por que é difícil diagnosticar a doença?<br />

5. O que você pode fazer para evitar essa doença?<br />

Ela é transmitida pelo carrapato.<br />

Uma bactéria.<br />

A capivara que vive nas margens dos rios é um dos principais<br />

hospedeiros do carrapato.<br />

Ela é muito parecida com a leptospirose e a dengue.<br />

Evitar os lugares onde vivem os carrapatos.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 145


146<br />

Em outras<br />

palavras<br />

articulado: que permite ser dobrado no local da articulação.<br />

casta: grupo com determinada função entre os insetos sociais.<br />

exoesqueleto: esqueleto externo presente nos artrópodes e em outros invertebrados.<br />

muda: troca de “pele” pelos artrópodes. Outros animais, como as serpentes, também trocam<br />

de pele.<br />

néctar: líquido adocicado produzido pelas flores.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Você vai acompar numa área de campo. Na área dos banheiros há um aviso sobre a presença<br />

de aranhas no local.<br />

Após uma boa noite de sono, você acorda bem-disposto, pronto para se vestir, tomar<br />

café e sair para passear.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

“ ”<br />

Esqueleto externo, patas articuladas, corpo<br />

1. Quais as características externas comuns aos artrópodes? dividido em cabeça, tórax e abdome.<br />

2. O que é o fenômeno da muda? O animal troca de exoesqueleto para crescer.<br />

3. Em que hábitats podemos encontrar os artrópodes? Praticamente em todos os ambientes.<br />

4. A pulga é um inseto que se alimenta do sangue de animais vertebrados. Que tipo de<br />

aparelho bucal ela possui? Aparelho bucal sugador.<br />

5. Que inseto tem aparelho bucal com uma tromba enrolada? A borboleta.<br />

São aqueles entre os quais os indivíduos dividem as tarefas, como no caso das<br />

6. O que são insetos sociais? formigas e das abelhas.<br />

7. Os insetos têm pulmões, brânquias ou traqueias para as trocas gasosas?<br />

8. Cite um exemplo de inseto que passa por metamorfose incompleta e outro que passa<br />

por metamorfose completa.<br />

9. As aranhas são temidas por seu veneno. Quais delas são perigosas para as pessoas?<br />

A aranha-marrom, a viúva-negra e a armadeira.<br />

10. O que são as glândulas fiandeiras? São as glândulas que produzem os fios para fazer as teias.<br />

11. Dê exemplos de crustáceos. Caranguejo, tatuzinho-de-jardim, siri.<br />

12. O tatuzinho-de-jardim (Armadillidium vulgare) é uma espécie introduzida em nosso<br />

país. Você sabe o significado da expressão “espécie introduzida”?<br />

Eles possuem traqueias.<br />

Metamorfose incompleta: baratas, gafanhotos, grilos, percevejos e cigarras, entre outros.<br />

Metamorfose completa: besouros, moscas, mariposas, borboletas, vespas, abelhas e formigas.<br />

Resposta pessoal, mas o aluno deveria perceber que a expressão alude ao fato de a espécie não ser nativa do Brasil, tendo sido<br />

trazida – deliberadamente ou por acidente – de outro país.


1. Que medida preventiva você deve tomar durante essas ações para evitar levar uma picada<br />

de aranha ou de escorpião? Examinar a roupa antes de vestir, bater os sapatos.<br />

2. Se você encontrar uma aranha no banheiro, que atitude vai tomar?<br />

Chamar um adulto. O ideal é capturá-la e levá-la para longe da residência. Se for a armadeira, não é recomendável a aproximação,<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Agora chegou a hora de fazer uma investigação dos artrópodes de sua região. Procure<br />

descobrir quais são os insetos, aracnídeos e crustáceos mais comuns.<br />

Construa uma tabela na qual você e seus colegas, durante um mês, marcarão cada um<br />

desses animais que você, seus familiares e vizinhos encontrarem. Não os capturem. No final<br />

desse tempo, façam uma contagem para determinar os mais comuns.<br />

Importante: para não confundir esses três grupos de animais, lembre-se de usar as características<br />

estudadas neste capítulo.<br />

Abelha, três vezes maior do que o tamanho natural.<br />

Aranha-da-grama. Mede cerca de 4 cm de comprimento,<br />

contando as pernas esticadas.<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini<br />

Libélula – Tamanho natural.<br />

Maria-farinha. A carapaça mede cerca de 3 cm de largura.<br />

Fotos da página não proporcionais ao tamanho real.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 147


148<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os equinodermos<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

17<br />

Os ouriços-do-mar vivem sobre pedras, em pouca profundidade, nas áreas de arrebentação,<br />

justamente onde as pessoas costumam andar e mergulhar.<br />

Os ouriços-do-mar pretos são responsáveis por cerca de 50% dos acidentes atendidos em<br />

Pronto-Socorros nas cidades litorâneas brasileiras.<br />

Ao pisar ou tocar nos espinhos, eles penetram na pele e quebram.<br />

Os problemas mais graves ocorrem pela difi culdade de remoção dos espinhos, que deve<br />

ser feita por um médico ou enfermeiro. Quando os espinhos não são retirados completamente,<br />

muitos dos indivíduos acidentados apresentam febre, dor local, nódulos dolorosos e<br />

outras complicações.<br />

Ouriço-do-mar de espinhos grossos e curtos.<br />

Fotos da página não proporcionais ao tamanho real.<br />

Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Você já pisou em um ouriço-do-mar ou caiu sobre ele?<br />

Conhece alguém que tenha sofrido um acidente com esse animal?<br />

Onde vivem os ouriços-do-mar?<br />

Que outros animais são equinodermos?<br />

AbleStock<br />

Ouriço-do-mar de espinhos fi nos e longos.<br />

Os ouriços vivem na zona costeira, nos buracos das pedras ou na areia.<br />

Outros equinodermas são a estrela-do-mar a bolacha-da-praia, o<br />

pepino-do-mar, o lírio-do-mar etc.<br />

AbleStock


Delmar Correa/Kino<br />

Como são os equinodermos<br />

O nome desse grupo significa “pele espinhosa” ou “áspera”. Seus<br />

representantes mais conhecidos são as estrelas e ouriços-do-mar, mas<br />

há outros tipos vivendo exclusivamente no mar, desde as regiões litorâneas<br />

até os grandes abismos oceânicos.<br />

Os ouriços-do-mar vivem nos buracos que cavam nas rochas ou<br />

semienterrados no lodo ou na areia das praias. As bolachas-da-praia<br />

vivem enterradas na areia banhada pelas ondas. Ambos animais alimentam-se<br />

de algas marinhas, restos de animais, pequenos organismos.<br />

Entre os seus inimigos estão várias espécies de peixes, estrelas-<br />

-do-mar, caranguejos, aves e mamíferos.<br />

Deslocando-se no fundo do mar ou vivendo em buracos cava-<br />

Bolacha-da-praia, que cabe na<br />

palma da mão.<br />

dos no lodo ou na areia, vamos encontrar os pepinos-do-mar. Seu alimento pode ser matéria<br />

orgânica misturada ao lodo, que empurram para a boca, ou então organismos planctônicos trazidos<br />

com as correntes de água.<br />

Há muitos casos de organismos comensais dos pepinos: anelídeos<br />

e caranguejos, sobre a superfície de seu corpo, ou mesmo um<br />

pequeno peixe que, para se proteger, se abriga dentro do corpo do<br />

pepino, junto à saída de seus órgãos genitais.<br />

As serpentes-do-mar ou ofiúros vivem sobre as pedras, movendo-se<br />

com seus cinco braços. Algumas são pequenas, e outras chegam<br />

ao tamanho da nossa mão.<br />

As estrelas-do-mar, também com cinco braços, passam a maior<br />

parte do tempo presas a objetos sólidos e limpos. Sua alimentação<br />

consiste de alguns moluscos, pequenos crustáceos e outros invertebrados.<br />

Embora tenham uma aparência passiva, as estrelas são<br />

predadoras de grande atividade, podendo acabar com uma população<br />

de bivalves em pouco tempo. São capazes de abrir as valvas<br />

do molusco e lançar o estômago para fora do corpo. Sobre o corpo<br />

da presa, o estômago libera sucos digestivos e recolhe o alimento<br />

parcialmente digerido.<br />

Os lírios-do-mar vivem desde a região das marés<br />

até profundidades superiores a 3 mil metros. Geralmente<br />

fixos ao fundo lodoso ou aos corais, formam<br />

verdadeiros “jardins”. Alimentam-se de detritos<br />

orgânicos ou de microrganismos planctônicos. Seus<br />

principais predadores são pequenos gastrópodes,<br />

que lhes perfuram o corpo, alimentando-se das<br />

partes moles.<br />

Lírio-do-mar, cujos braços podem chegar a 30 cm.<br />

Pepino-do-mar, que tem a forma<br />

e o tamanho de um pepino.<br />

Serpente-do-mar, que cabe na palma da mão.<br />

Estrela-do-mar, com diâmetro de 25 cm.<br />

Fotos da página não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 149


Cícero Soares<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

150<br />

Estrutura do corpo<br />

O corpo dos equinodermos organiza-se como os raios de uma roda: há uma região central à<br />

qual se ligam todas as partes. Essa organização se repete internamente, por isso dizemos que esses<br />

animais têm simetria radial. Seu endoesqueleto é formado por placas calcárias, onde se apoiam os<br />

espinhos que se projetam para a superfície do corpo. A distribuição dessas placas – determinando a<br />

forma do corpo além do tipo de espinhos – são características que variam dentro do grupo.<br />

Entre os espinhos dos equinodermos encontramos as pedicelárias e os pés ambulacrais. As pedicelárias<br />

são estruturas em forma de pinça, utilizadas pelos equinodermos para retirar resíduos<br />

que se prendem entre os espinhos, limpando assim a superfície de seu corpo. Os pés ambulacrais<br />

fazem parte de um sistema de tubos relacionados com a locomoção do animal.<br />

Os ouriços-do-mar e as bolachas-da-praia apresentam ao redor da boca um conjunto de cinco<br />

dentes fortes e afiados, utilizados para a trituração do alimento: é a “Lanterna de Aristóteles”.<br />

Esquema da estrutura do<br />

sistema ambulacral<br />

superfície<br />

ventosa<br />

do corpo<br />

pé<br />

ambulacral<br />

ovário<br />

espinho<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

Esquema da estrutura do ouriço-do-mar<br />

Um sistema exclusivo de locomoção<br />

placa<br />

calcária<br />

ampola<br />

com água<br />

dente<br />

placa madrepórica<br />

ânus<br />

boca<br />

pedicelaria<br />

pé ambulacral<br />

canal principal<br />

intestino<br />

canal circular<br />

O sistema ambulacral é um conjunto de tubos cheios<br />

de água que percorrem o interior do corpo dos equinodermos.<br />

Desses tubos, projetam-se, para fora do corpo,<br />

os pés ambulacrais, que são tubos que se distendem ou<br />

retraem conforme o movimento de água em seu interior.<br />

A água do mar penetra pela placa, entra pelo canal<br />

principal, distribui-se para os canais circulares e<br />

ambulacrais, chegando finalmente aos pés ambulacrais.<br />

Os movimentos de retração e distensão desses<br />

pés permitem a locomoção do animal e auxiliam a<br />

captura e a manipulação de itens alimentares.<br />

É também através do sistema ambulacral que<br />

ocorrem as trocas gasosas.<br />

A organização interna é muito simples. Esses animais<br />

não possuem sistema circulatório nem excretor.<br />

Os alimentos, uma vez digeridos, passam de uma célula<br />

a outra e os produtos de excreção são eliminados<br />

diretamente na água. O sistema nervoso é composto<br />

de um anel na região da boca, de onde partem os<br />

nervos para o restante do corpo.<br />

Cícero Soares


Analise<br />

a ilustração<br />

Esquema da reprodução no ouriço-do-mar<br />

macho<br />

espermatozoides<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Liberação de<br />

gametas<br />

Fecundação<br />

externa<br />

ovos<br />

óvulos<br />

larva<br />

fêmea<br />

desenvolvimento<br />

1. Que tipo de reprodução ocorre no ouriço-do-mar: sexuada ou assexuada? Justifique sua<br />

resposta. Sexuada, pois o espermatozoide se une ao óvulo.<br />

2. A fecundação é interna ou externa? É externa.<br />

3 O ovo forma um adulto ou uma larva? O ovo forma uma larva.<br />

4. Qual é seu tipo de desenvolvimento: direto ou indireto? Indireto.<br />

Relações com a espécie humana<br />

Alguns equinodermos são utilizados como alimento pelo ser humano. Em certas regiões<br />

do Mediterrâneo e da América do Sul, as gônadas dos ouriços são muito apreciadas, sendo<br />

servidas dentro de sua carapaça. Populações orientais costumam retirar a parede do corpo de<br />

pepinos-do-mar, fervê-la e, após secagem ao sol, utilizá-la na preparação de sopas.<br />

As estrelas-do-mar podem causar graves perdas em culturas comerciais de ostras, sendo combatidas<br />

intensamente pelos proprietários dessas culturas. Alguns criadores tentaram se livrar das estrelas<br />

cortando-as em pedaços, mas cada pedaço se regenera e origina outra estrela, agravando a situação.<br />

As estrelas-do-mar regeneram um braço se ele for arrancado. E existem algumas espécies<br />

de estrelas-do-mar, comuns no Havaí, que têm extraordinária capacidade de regeneração. De<br />

um braço pode se originar uma estrela-do-mar completa. Esse novo indivíduo começa a vida<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 151


152<br />

com um braço grande e quatro pequenos. Há outras espécies que precisam de um pouco mais<br />

do que um braço para regenerar o restante do corpo. Outras se partem ao meio e cada pedaço<br />

regenera a parte que falta.<br />

Os ovos de equinodermos, particularmente os do ouriço, são muito utilizados em pesquisas<br />

experimentais. Como é relativamente fácil acompanhar o seu desenvolvimento, é importante o<br />

seu uso para esclarecer os mecanismos de desenvolvimento do embrião a partir da fecundação.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

endoesqueleto: esqueleto interno debaixo da pele.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Cite exemplos de equinodermos. Estrela-do-mar, lírio-do-mar, bolacha-da-praia.<br />

2. O esqueleto desses animais é externo ou interno? É um esqueleto interno.<br />

3. O que significa o nome do grupo? Pele com espinhos.<br />

4. Quais as projeções da superfície do corpo dos equinodermos? Espinhos.<br />

5. Qual a função das pedicelárias? São usadas para limpeza do corpo.<br />

6. Que estruturas esses animais usam para se locomover? Os pés ambulacrais.<br />

7. O que é a “Lanterna de Aristóteles”?<br />

8. A boca da estrela-do-mar e a do ouriço-do-mar ficam para baixo ou para cima?<br />

9. Onde encontramos ouriços-do-mar? Nas pedras ou na areia do mar.<br />

10. A estrela-do-mar é capaz de refazer um braço partido? Sim.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados<br />

É um conjunto de cinco dentes que os equinodermos têm na boca.<br />

Ficam para<br />

baixo.<br />

Criadores de pérolas do Havaí estavam perdendo suas ostras por causa das vorazes estrelas-do-mar<br />

da região. Revoltados, resolveram coletar o maior número possível de indivíduos.<br />

Depois da coleta, partiram essas estrelas em pedaços e jogaram de volta no mar.<br />

Passado um ano, o número de estrelas-do-mar havia triplicado, sem que os criadores<br />

compreendessem a razão.<br />

Explique o que aconteceu!


Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Se você vive próximo ao litoral, deve conhecer alguns dos animais citados. Junte informações<br />

sobre eles em sua região.<br />

Se você não vive no litoral, procure em livros e na internet figuras dos animais desse<br />

grupo e coloque-as em seu mural.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Nesta unidade você estudou muitos grupos de animais que vivem no solo: vermes<br />

nematóides, minhocas, caracóis, insetos, aracnídeos e tatuzinhos-de-jardim são alguns<br />

exemplos. Nós também usamos ou ocupamos o solo para muitas finalidades. Uma delas é<br />

construir cidades.<br />

No entanto, poucas cidades brasileiras tiveram planejamento para crescer. Atualmente, de<br />

acordo com as normas do governo brasileiro, todas as cidades com mais de 20 mil habitantes<br />

têm de elaborar um plano diretor participativo, ou seja, com a participação dos cidadãos.<br />

Esta é, portanto, uma grande oportunidade para a sociedade organizada corrigir injustiças<br />

no espaço urbano. Para isso, em muitas cidades os cidadãos vão se reunir para discutir<br />

seus problemas.<br />

A primeira etapa de um plano diretor é identificar os problemas e diagnosticar que<br />

projetos a prefeitura poderá realizar para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Como<br />

vocês são jovens e as cidades onde vivem podem ser grandes, propomos que o olhar de cidadania<br />

que vocês devem desenvolver esteja dirigido para o bairro onde está a escola. Muito<br />

provavelmente esse também é o bairro onde a maioria dos alunos da classe vive.<br />

Portanto, nossa proposta de olhar de cidadania desta unidade é investigar como o bairro<br />

onde vocês moram mudou nos últimos anos.<br />

Para esse levantamento, vocês podem fazer as seguintes ações:<br />

• observar fotos antigas do bairro com as pessoas que nele vivem ou nos jornais da cidade;<br />

• entrevistar pessoas que vivem há muito tempo no lugar;<br />

• visitar casas antigas do bairro;<br />

• visitar ruas antigas do bairro;<br />

• visitar estabelecimentos comerciais que funcionam há muito tempo no bairro;<br />

• fazer o levantamento do número de escolas públicas e particulares que existiam no<br />

bairro há dez anos e as que existem agora;<br />

• investigar como é o Posto de Saúde local;<br />

• investigar como é o serviço de segurança pública, isto é, o policiamento e as delegacias.<br />

Enfim, procurem saber o máximo possível sobre o bairro onde moram. Em uma segunda<br />

etapa, já com o levantamento pronto, vocês poderão apresentar sugestões de melhoria.<br />

UNIDADE 3 • animais invertebrados 153


Unidade 4<br />

Perereca e um<br />

peixe ósseo.<br />

Animais vertebrados<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Nós nos tornamos, pelo poder de um glorioso aci-<br />

dente evolutivo chamado inteligência, os guardiões da<br />

continuidade da vida na Terra. Nós não pedimos para<br />

exercer esse papel, mas não podemos negá-lo. Talvez<br />

não sejamos talhados para ele, mas aqui estamos.<br />

Stephen Jay Gould<br />

Luis Moura<br />

Ilustração não proporcional ao tamanho real.


156<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os peixes<br />

UNIDADE 4 • ANIMAIS VERTEBRADOS<br />

18<br />

Como pode o peixe vivo<br />

Viver fora da água fria?<br />

Como pode o peixe vivo<br />

Viver fora da água fria?<br />

Como poderei viver<br />

Como poderei viver<br />

Sem a tua, sem a tua<br />

Sem a tua companhia?<br />

Peixe-palhaço. Encontrado nos oceanos Atlântico e Pacífi co.<br />

Os pastores desta aldeia<br />

Já me fazem zombaria<br />

Os pastores desta aldeia<br />

Já me fazem zombaria<br />

Por me ver andar sozinho<br />

Por me ver andar sozinho<br />

Sem a tua, sem a tua<br />

Sem a tua companhia?<br />

Canção popular<br />

“Como pode o peixe vivo viver fora da água fria?”<br />

Essa frase, de uma canção popular, pode nos remeter a outra questão: como<br />

pode o peixe viver dentro d’água?<br />

E há muitas outras perguntas que nos fazemos sobre eles.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

AbleStock


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Por que os peixes morrem fora d’água?<br />

Há alguma espécie de peixe que sobrevive fora d’água?<br />

Os peixes dormem? Bebem água? Fazem xixi?<br />

Por que muitos nadam em cardumes?<br />

Um peixe de água salgada pode viver na água doce?<br />

Como são os peixes<br />

nadadeira<br />

caudal<br />

linha<br />

lateral<br />

Figura não proporcional ao tamanho real.<br />

Esquema da estrutura externa de um peixe<br />

nadadeira<br />

anal<br />

escama<br />

nadadeira<br />

dorsal<br />

nadadeira<br />

pélvica<br />

nadadeira<br />

peitoral<br />

opérculo<br />

Você já deve ter observado o vaivém dos peixes em um aquário, riacho ou lago. Enquanto<br />

nadam, movimentam as nadadeiras, determinando assim a direção e o sentido de seu deslocamento.<br />

A locomoção por nadadeiras é uma das características dos peixes.<br />

Quando retiramos um peixe da água e passamos o dedo sobre o animal, podemos verificar<br />

que seu corpo é coberto de escamas encaixadas, uma atrás da outra, de forma semelhante às<br />

telhas de um telhado. Todos os peixes têm o corpo coberto de escamas. Sobre elas existe um<br />

muco produzido por glândulas da pele. É por isso que o peixe escorrega quando o seguramos.<br />

Nos dois lados do corpo de um peixe, existe uma linha formada por pequenos poros: é a<br />

linha lateral. Esses poros comunicam-se com canais que ficam sob as escamas. Nesses canais<br />

existem células especiais que captam estímulos criados pela variação da pressão da água. Assim,<br />

essa estrutura permite ao peixe perceber sons e movimentos de outros peixes, facilitando<br />

o deslocamento dentro de cardumes e alertando para a presença de predadores.<br />

olho<br />

boca<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 157


158<br />

Há peixes ósseos e peixes cartilaginosos. A cartilagem é um material mais flexível que o<br />

osso, que também serve de sustentação.<br />

A arraia é um exemplo de peixe cartilaginoso. Pode chegar até 4 metros de comprimento.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

O tucunaré, das águas do Centro-Oeste brasileiro e da Amazônia, é um peixe ósseo. Esse peixe<br />

pode chegar a 1 metro de comprimento.<br />

Fotos não proporcionais aos tamanhos reais.<br />

Os peixes têm brânquias com muitos vasos de sangue. Por elas entra o gás oxigênio dissolvido<br />

na água. Nos peixes ósseos, as brânquias estão protegidas pelos opérculos, que são duas placas<br />

que se movimentam como tampas, abrindo e fechando. Os movimentos de abrir e fechar dos<br />

opérculos e da boca fazem a água entrar pela boca e sair pelos opérculos. O sangue que percorre<br />

as brânquias retira o gás oxigênio da água e ao mesmo tempo libera nela gás carbônico.<br />

Nos peixes cartilaginosos, como o tubarão, as brânquias abrem-se para o exterior por meio de<br />

cinco fendas branquiais de cada lado da cabeça. Como esses peixes não têm opérculo, eles estão<br />

em constante movimentação para que a água realize o trajeto boca-brânquias-fendas branquiais.<br />

Nos peixes ósseos, a boca é terminal, com uma fileira de dentes pequenos; os peixes cartilaginosos<br />

têm boca ventral e mais de uma fileira de dentes pontiagudos.<br />

Nos peixes ósseos, as escamas são visíveis e, nos peixes cartilaginosos, as escamas são diminutas.<br />

AbleStock<br />

AbleStock


oca ventral<br />

muitas fileiras de<br />

dentes pontiagudos<br />

boca terminal<br />

uma fileira de<br />

dentes pequenos<br />

Características externas do peixe cartilaginoso e do peixe ósseo<br />

fendas branquiais<br />

brânquias cobertas<br />

por opérculo<br />

Peixe cartilaginoso<br />

Peixe ósseo<br />

A maioria dos peixes tem dentro do corpo uma bolsa que aumenta e diminui de volume,<br />

aumentando e diminuindo a quantidade de ar em seu interior. Quando essa bolsa se enche de<br />

gás, o peixe sobe à superfície da água; quando se esvazia, o peixe desce. Esse verdadeiro órgão<br />

de flutuação é chamado de bexiga natatória.<br />

A temperatura do corpo dos peixes depende de fontes externas de calor. Por isso, eles são<br />

chamados de ectotérmicos. Também são ectotérmicos os sapos, as serpentes, os lagartos, entre<br />

muitos outros. Seres vivos cuja temperatura corporal depende de fontes internas de calor são<br />

chamados de endotérmico. Entre as espécies viventes, os principais grupos de endotérmicos<br />

são as aves e os mamíferos.<br />

Peixes ósseos mantêm a flutuação por meio da bexiga natatória. O pirarucu atinge até 2 m de comprimento.<br />

Figuras não proporcionais aos tamanhos reais.<br />

Luis Moura<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 159


160<br />

Os peixes apresentam outra característica que permite distingui-los dos demais vertebrados:<br />

são os únicos que possuem o coração composto por apenas duas camadas, um átrio e um<br />

ventrículo. As duas câmaras estão dispostas em sequência: o átrio recebe o sangue venoso (pobre<br />

em gás oxigênio e rico em gás carbônico) vindo do corpo e conduz para o ventrículo. Este<br />

bombeia o sangue para as brânquias, onde se realizam as trocas gasosas. O sangue rico em gás<br />

oxigênio é então distribuído para todo o corpo.<br />

Cícero Soares<br />

Investigue<br />

e relate<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Sistema circulatório de peixes<br />

ventrículo<br />

brânquia<br />

aurícula<br />

tecidos<br />

sangue com gás carbônico<br />

sangue oxigenado<br />

Na feira ou no supermercado, observe um peixe e faça um esquema indicando com setas<br />

e legendas as principais estruturas. Observe as brânquias debaixo do opérculo.<br />

Descubra o nome desse peixe, se ele é ósseo ou cartilaginoso, da água doce ou do mar.<br />

Investigue também os demais peixes que estão à venda, como são chamados, se são de<br />

água doce, do mar, ósseos ou cartilaginosos.<br />

Procure descobrir como se prepara um peixe de sua escolha e quanto custa o quilo.<br />

Compare suas descobertas com as de seus colegas.<br />

Incentive os alunos para que façam esta atividade. O contato<br />

direto com o peixe, mesmo que morto, traz novas informações<br />

para o estudo desses animais.


Ciclo vital dos peixes<br />

Os peixes apresentam sexos separados, havendo espécies em que o dimorfismo sexual, isto<br />

é, as diferenças entre o macho e a fêmea são evidentes, seja na forma do corpo ou das nadadeiras,<br />

no tamanho, no colorido etc.<br />

A fecundação e o desenvolvimento variam conforme a espécie estudada. A fecundação<br />

externa é mais comum, e o desenvolvimento em geral é indireto, ou seja, há formação de uma<br />

larva chamada alevino.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

As ilustrações representam dois ciclos de vida. No primeiro, a fecundação acontece na<br />

água e, no segundo, o macho introduz os espermatozoides na fêmea com uma nadadeira<br />

modificada. Analise as ilustrações e responda às perguntas que seguem.<br />

adultos<br />

peixe jovem<br />

macho<br />

fêmea<br />

alevino começa<br />

a alimentar-se<br />

Ciclo de vida (fecundação externa)<br />

óvulos<br />

alevino<br />

espermatozoides<br />

fecundação<br />

nutrição para o alevino<br />

ovo<br />

desenvolvimento<br />

do embrião<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 161


162<br />

macho<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Ciclo de vida (fecundação interna)<br />

fecundação<br />

fêmea grávida<br />

alevino<br />

fêmea<br />

1. Na fecundação externa, onde os machos expelem os espermatozoides?<br />

2. E na fecundação interna?<br />

Dentro da fêmea.<br />

3. Onde o ovo se forma quando a fecundação é externa?<br />

Na água.<br />

4. Onde o embrião se desenvolve quando a fecundação é interna?<br />

5. O que a fêmea elimina na água quando há fecundação externa?<br />

6. O que a fêmea elimina na água quando a fecundação é interna?<br />

7. Do que os alevinos se alimentam nos primeiros dias de vida?<br />

Figuras não proporcionais entre si.<br />

Na água.<br />

Dentro da fêmea.<br />

Ela elimina óvulos.<br />

Os alevinos.<br />

Eles se alimentam do saco de gema.<br />

8. Descreva no seu caderno o ciclo de vida com fecundação externa e com fecundação interna.<br />

Luis Moura


Pense<br />

e responda<br />

Na Amazônia e no Pantanal, as águas de<br />

alguns rios transbordam e meses depois retraem,<br />

deixando pequenas poças.<br />

A piramboia é uma espécie que sobrevive<br />

nessas poças barrentas. Ela é um peixe ósseo<br />

que absorve oxigênio diretamente do ar através<br />

da bexiga natatória que funciona nesse<br />

caso como um pulmão.<br />

Além da piramboia, há outras espécies de<br />

peixes ósseos que absorvem oxigênio do ar e<br />

são chamados peixes pulmonados.<br />

Como você responderia agora à questão:<br />

“Como pode o peixe vivo viver fora da<br />

água fria?”<br />

Comportamento dos peixes<br />

Muitas espécies de peixes mostram comportamento<br />

curioso durante a reprodução.<br />

O salmão, por exemplo, quando adulto vive no<br />

mar. Durante a época da reprodução, machos e fêmeas<br />

sobem rios, nadando contra a correnteza, em direção<br />

à nascente. Esse fenômeno, que também ocorre com<br />

peixes de água doce, é conhecido como piracema (do<br />

tupi-guarani pira = peixe e cema = agitação). Após a<br />

fecundação, que é externa, a maioria dos adultos morre<br />

de exaustão. Os ovos se desenvolvem, originando novos<br />

salmões, que migram para o mar, onde viverão até a<br />

idade adulta. Estudos indicam que os salmões, aos 5<br />

anos, na época da desova, retornam exatamente para o<br />

mesmo rio em que nasceram.<br />

O macho do cavalo-marinho possui uma bolsa na região<br />

ventral. Ele solta espermatozoides na bolsa e nela<br />

a fêmea solta os óvulos. Acontece a fecundação e o macho<br />

abriga os ovos até eles completarem o desenvolvimento.<br />

Os filhotes são expulsos da bolsa por contrações<br />

do corpo do pai e logo se prendem nas algas.<br />

Piramboia, um peixe com “pulmões”. Tem 70 cm de<br />

comprimento.<br />

Cavalo-marinho. O macho abriga os ovos na<br />

bolsa que tem no ventre.<br />

Fotos da página não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 163<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock


Luciano Candisani/Kino<br />

164<br />

Existem espécies de peixes que<br />

produzem descargas elétricas. Eles<br />

vivem em águas barrentas ou turbulentas.<br />

Possuem órgãos que<br />

formam um campo elétrico ao<br />

redor de seu corpo. Tal mecanismo<br />

é usado tanto para a defesa<br />

contra predadores quanto para a<br />

captura de presas.<br />

Ecologia dos<br />

peixes<br />

A garoupa é um pacífico peixe vegetariano. O tamanho médio desta espécie é de 50 cm.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

No Brasil, a espécie de peixe-elétrico com a descarga mais violenta é o poraquê,<br />

que chega a 2 metros de comprimento. Seu choque pode derrubar um homem.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Os peixes vivem em diferentes tipos de hábitat: praias de fundo rochoso ou arenoso, recifes<br />

de corais, baías e estuários, cavernas e fontes termais.<br />

A maioria dos peixes cartilaginosos vive no mar. As arraias, com seu corpo achatado, alimentam-se<br />

de diferentes espécies de invertebrados que vivem no lodo ou na areia. Há espécies<br />

de tubarões que comem lulas e crustáceos. Há uma espécie que se alimenta de plâncton. Outras<br />

devoram focas e leões-marinhos.<br />

Embora os tubarões sejam solitários, na época da reprodução é comum formarem cardumes<br />

de machos em regiões de águas frias. Esses cardumes, temidos por sua capacidade de devorar<br />

grandes presas, desfazem-se na época de reprodução.<br />

Os peixes ósseos são herbívoros, carnívoros ou onívoros dependendo da espécie. Consomem<br />

desde pequenos animais e vegetais do plâncton até alguns invertebrados, havendo espécies<br />

maiores que se alimentam de outros peixes, pequenos mamíferos e aves.<br />

Um peixe ósseo famoso pelos seus hábitos alimentares e sua<br />

agressividade é a piranha, que vive em rios brasileiros. Seus dentes<br />

afiados e o hábito de viver em grandes cardumes são características<br />

que lhe permitem devorar presas em poucos minutos.<br />

Por outro lado, os peixes servem de alimento para muitas espécies<br />

de animais. Aves e mamíferos também são seus predadores.<br />

A piranha vive em cardumes que<br />

consomem um boi em alguns<br />

minutos. O tamanho varia com a<br />

espécie. A maior não passa de 45 cm<br />

e a menor, 18 cm.<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock


Saiba mais<br />

Tubarões: até que nem tão terrível assim<br />

Ataques de tubarões contra homens<br />

acontecem, mas não são comuns. Calcula-<br />

-se que sejam pouco mais de 50 ataques<br />

por ano em todo o mundo. Isso é nada se<br />

a gente lembrar que, por ano, milhares de<br />

pessoas são picadas por cobras.<br />

Entre os tubarões mais perigosos para o<br />

homem está o tubarão-branco (Carcharodon<br />

carcharias), que serviu de inspiração para<br />

os filmes de cinema. Ele pode atingir até<br />

sete metros de comprimento e é mais comum<br />

lá pela Austrália, África do Sul e Califórnia.<br />

No Brasil, é bem raro.<br />

Muito comum no litoral brasileiro,<br />

principalmente no Nordeste, onde as águas<br />

são mais quentes durante o ano inteiro,<br />

é a tintureira ou tubarão-tigre (Galeocerdo<br />

cuvier), uma espécie considerada perigosa.<br />

Deve ter sido um desses que andou mordendo<br />

uns surfistas por lá, tempos atrás.<br />

Uma coisa que quase ninguém fala é<br />

que os homens estão matando muitos tubarões.<br />

Hoje em dia, já existem pesquisadores<br />

preocupados com este problema,<br />

porque os tubarões comem grande quan-<br />

tidade de animais marinhos, ajudando a<br />

manter o equilíbrio do ecossistema.<br />

O tubarão, um dos mais temíveis predadores dos mares.<br />

Mas não é só por isso que devemos proteger os tubarões. Eles são também uma fonte<br />

rica em proteína animal. Ultimamente, estuda-se a utilização dos tubarões na medicina,<br />

pois parecem resistentes a muitas doenças. O certo é controlar a exploração de tubarões na<br />

indústria pesqueira, para se evitar um massacre.<br />

Não podemos esquecer que os tubarões são como os tigres, os leões, as baleias, os<br />

peixes-bois, os micos-leões, enfim, como todos esses animais que hoje estão protegidos por<br />

leis porque um dia foram perseguidos pelo homem.<br />

Otto Bismarck Fazzano Gadig. Ciência Hoje na Escola, v. 2 (Bichos).<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 165


166<br />

Relações com a espécie humana<br />

Os peixes são a fonte mais acessível de proteínas para muitas populações humanas. São<br />

saborosos e geralmente a carne é pouco gordurosa, leve e de fácil digestão.<br />

A pesca em grande escala, a poluição e a destruição de áreas de reprodução são responsáveis<br />

pela contínua diminuição do tamanho e da quantidade dos pescados.<br />

As leis que proíbem a pesca nas épocas de desova e obrigam o uso de redes de malhas abertas,<br />

que deixam passar os peixes menores, são formas de evitar esses problemas.<br />

Algumas espécies de peixes são cultivadas comercialmente para uso na alimentação humana,<br />

como as trutas, as carpas, as tilápias, os pacus, os tambaquis e outras. Algumas espécies são<br />

criadas com objetivos ornamentais, graças à diversidade e beleza de formas e colorido.<br />

“ Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

alevino: fase larval do ciclo de vida dos peixes.<br />

linha lateral: conjunto de células sensíveis à pressão e aos movimentos da água.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Quais as características comuns a todos os animais vertebrados?<br />

Pelo menos em uma fase da vida, eles têm coluna vertebral.<br />

2. Cite três características dos peixes.<br />

Corpo coberto de escamas, nadadeiras, respiração branquial.<br />

3. Quais os dois principais grupos de peixes mencionados neste capítulo? Qual a principal<br />

diferença entre eles?<br />

Peixes cartilaginosos, com esqueleto de cartilagem, e peixes ósseos, com esqueleto de osso.<br />

4. Como é possível diferenciar externamente um peixe ósseo de um peixe cartilaginoso?<br />

O peixe cartilaginoso tem fendas laterais e boca ventral. O peixe ósseo tem boca terminal e opérculo.<br />

5. Por que os peixes são considerados animais ectotérmicos?<br />

Porque a temperatura interna é regulada pela temperatura do ambiente em que estão.<br />

6. O que é bexiga natatória? Qual sua função?<br />

A bexiga natatória é uma bolsa de gases que regula a profundidade em que o peixe nada.<br />

7. Qual a função da linha lateral?<br />

Com ela o peixe percebe as variações de temperatura e de pressão da água.<br />

8. O que é a piracema?<br />

É o fenômeno de subida dos peixes rio acima para a desova.<br />

9. Construa uma tabela indicando as principais diferenças entre peixes ósseos e cartilaginosos.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Carlos e Pedro encontraram o animal da foto preso na areia da praia por causa da maré<br />

baixa. Carlos olhou o animal e falou:<br />

– Puxa, é um tubarão!<br />

– Não, respondeu Pedro, ele não é um tubarão.<br />

– Como é que você sabe disso? Você já viu algum tubarão?<br />

– Não vi, mas já estudei como eles são.<br />

Agora responda:<br />

Quem está certo: Pedro ou Carlos? Pedro.<br />

O tubarão tem boca ventral com muitos dentes e<br />

fendas laterais onde estão as brânquias. O animal da<br />

O que Pedro lembrou de seu estudo sobre os tubarões? foto não tem essas características. Ele é um golfinho,<br />

que é mamífero.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Fabio Colombini<br />

Ver orientações no Manual do Professor<br />

Os manguezais são considerados berçários de diversas espécies de peixes. No Brasil, apesar<br />

de protegidas, essas áreas continuam sendo destruídas, hoje principalmente por conta<br />

de ocupações irregulares.<br />

Pesquise e descubra o que são os manguezais, que características têm para serem tão<br />

importantes para a reprodução dos seres vivos do mar.<br />

Procure figuras e fotografias para ilustrar o trabalho da sua equipe.<br />

Você pode montar um blog sobre os manguezais e divulgar informações sobre esse importante<br />

ecossistema.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 167


168<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Os anfíbios<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

19<br />

Uma rã adulta é bem diferente da sua larva, chamada de girino. O mesmo acontece<br />

com os sapos e as pererecas: na fase adulta, eles são bem diferentes de quando eram<br />

girinos. Esses animais pertencem à classe dos anfíbios.<br />

O grupo recebeu o nome de anfíbio porque tem, na maioria dos casos, um ciclo de<br />

vida dividida em duas fases: uma se passa na água, na forma de larva; outra na terra,<br />

como sapos e rãs.<br />

Tanto a rã quanto o sapo ora estão na água, ora estão na terra. Eles pulam para se<br />

movimentar fora da água e são excelentes nadadores.<br />

Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a pisar em terra fi rme, cerca de 350 milhões<br />

de anos atrás. Mas, quase todos continuaram dependendo da água para se reproduzir.<br />

Os anfíbios são animais muito interessantes, que aguçam nossa curiosidade.<br />

Rã adulta. Essa espécie chega a 20 cm de comprimento.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

Girino de rã, com cerca de 2,5 cm.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

O que a larva come?<br />

Como os sapos conseguem capturar presas em voo?<br />

Qual o resultado do seu coaxar? Como fazem isso?<br />

Por que as populações de anfíbios estão desaparecendo em todo o planeta?<br />

Como são os anfíbios<br />

Os anfíbios passam parte da vida na água e parte em terra.<br />

As espécies viventes são arranjadas em diferentes grupos, de acordo com certas características.<br />

Salamandras e tritões, por exemplo, formam o grupo dos urodelos caracterizados pela presença<br />

de uma cauda longa.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

As cobras-cegas ou cecílias formam o<br />

grupo dos ápodes, que se caracteriza pelo<br />

corpo alongado e desprovido de pernas.<br />

Por fim, temos o grupo dos anuros ( sapos,<br />

rãs, pererecas) que saltam, andam e<br />

nadam. As pererecas têm discos adesivos<br />

nas patas e com eles se prendem em qualquer<br />

superfície.<br />

A pele dos anfíbios é úmida, lisa em<br />

algumas espécies e áspera em outras, com<br />

Perereca: anfíbio sem cauda. O corpo deste animal<br />

tem cerca de 8 cm.<br />

AbleStock<br />

Salamandra: anfíbio com cauda. Tem 25 cm de comprimento.<br />

Cobra-cega: anfíbio sem perna, que pode chegar a 90 cm.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 169


170<br />

pigmentos que dão a eles um padrão variado.<br />

Muitos têm cores vivas, como as<br />

pererecas vermelhas e amarelas.<br />

Na história da vida na Terra, os anfíbios<br />

foram os primeiros vertebrados a colonizar a<br />

terra firme. Mas eles nunca se afastaram da<br />

água completamente, pois na maioria das<br />

espécies, a fecundação acontece na água.<br />

Os anfíbios têm o maior número de<br />

opções para as trocas gasosas: a pele, a<br />

mucosa da boca, os pulmões. Os girinos<br />

respiram por intermédio de brânquias.<br />

O coração dos girinos possui apenas duas<br />

câmaras e funciona de modo semelhante ao<br />

dos peixes. Após a metamorfose, o coração<br />

dos adultos passa a ter três câmaras.<br />

A circulação de sangue nos anfíbios<br />

adultos é um tanto complexa, mas em linhas<br />

gerais podemos dizer o seguinte: O<br />

sangue oxigenado vem dos pulmões, entra<br />

no átrio esquerdo e em seguida, passa<br />

para o ventrículo. Enquanto isso, o sangue<br />

rico em gás carbônico que vem do restante<br />

do corpo entra no átrio direito, em seguida,<br />

também passa para o ventrículo e<br />

se contrai, o sangue rico em oxigênio é<br />

bombeado para o restante do corpo, enquanto<br />

o sangue pobre de oxigênio vai<br />

separadamente para os pulmões.<br />

Ciclo vital dos anfíbios<br />

Os adultos vivem em terra firme, geralmente próximos a um corpo de água doce (lagoa,<br />

córrego etc.).<br />

Na época da reprodução, os machos entram na água e atraem as fêmeas com seu ruidoso<br />

coaxar. Elas também entram na água e os machos sobem em suas costas, abraçando-as. Assim,<br />

estimulam as fêmeas a soltarem seus óvulos na água. Em seguida lançam seus espermatozoides<br />

sobre os óvulos, ocorrendo a fecundação.<br />

Os ovos fecundados são envolvidos em uma massa gelatinosa e, após alguns dias, dão<br />

origem às larvas: são os girinos, com formato semelhante ao de um peixe, uma longa cauda,<br />

munida de nadadeiras.<br />

O girino se transforma em adulto. Durante essa metamorfose, a cauda vai encurtando, as<br />

pernas traseiras começam a se formar, o corpo vai adquirindo a forma de adulto, as brânquias<br />

atrofiam.<br />

Quando o girino completa seu desenvolvimento, nele já se formaram os pulmões para as<br />

trocas gasosas com o ar atmosférico.<br />

Há espécies em que o macho enrola fios de ovos na perna até que os girinos saiam. Em<br />

outras, a fêmea carrega os ovos no dorso até o momento da eclosão.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

sangue<br />

arterial<br />

+<br />

venoso<br />

sangue<br />

venoso<br />

Sistema circulatório de anfíbios<br />

sangue arterial + venoso<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

sangue<br />

arterial<br />

sangue<br />

arterial<br />

+<br />

venoso<br />

Cícero Soares


Analise<br />

a ilustração<br />

A ilustração abaixo mostra o ciclo vital de uma rã.<br />

Quando o macho chega na época da reprodução, ele coaxa à beira da lagoa para atrair as<br />

fêmeas. Quando uma delas aceita o macho, ele sobe no dorso dela e segura em sua barriga.<br />

A fêmea então solta os óvulos e ele solta os espermatozoides sobre os óvulos.<br />

Cada espermatozoide que entra em um óvulo forma um ovo e começa a vida de uma rã.<br />

desenvolvimento<br />

dos pulmões<br />

nascem as pernas<br />

dianteiras (3 meses)<br />

1 ano<br />

nascem as<br />

pernas traseiras<br />

(2 meses)<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores fantasia<br />

Ciclo de vida da rã<br />

fêmea<br />

ovos<br />

1. Qual das rãs da figura é o macho? O macho está sobre a fêmea.<br />

2. O que ele elimina na água? Ele elimina espermatozoides.<br />

3. O que ele faz para a fêmea liberar os óvulos?<br />

4. Onde se formam os ovos?<br />

5. Quanto tempo o girino leva para se transformar em rã? Cerca de um ano.<br />

6. Enquanto é girino, ele tem brânquias. E quando sai da água?<br />

7. Com base na ilustração, explique com suas palavras o que é metamorfose.<br />

macho<br />

girino<br />

(6 dias)<br />

ovo<br />

Ele envolve o abdome da fêmea com as pernas da frente.<br />

Eles se formam na água, quando cada espermatozoide entra em um óvulo.<br />

Quando sai da água ele tem pulmões.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 171


172<br />

Investigue<br />

e relate<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Observando o girino virar sapo ou rã<br />

Acompanhado de um adulto, colete girinos em um lago ou à beira de um rio não poluído.<br />

Coloque-os em um saco plástico limpo, com a água do lugar e as plantas aquáticas<br />

que encontrar.<br />

Coloque sua coleta em um aquário ou uma bacia funda. Deixe em lugar sombreado.<br />

Alimente os girinos com gema de ovo cozida. Não pode sobrar alimento no aquário.<br />

De vez em quando, troque a água do recipiente para renovar o oxigênio.<br />

Anote o que observar.<br />

Quando os girinos tiverem quatro pernas, coloque uma pedra chata na água, parcialmente<br />

fora dela. Assim, o girino poderá subir nela quando completar a metamorfose. Você<br />

também pode criar sapos e rãs alimentando-os com minhocas, lagartas e insetos.<br />

Observe os acontecimentos, anote sua observação, faça desenhos.<br />

Ecologia dos anfíbios<br />

Os anfíbios vivem próximos ou dentro de corpos de água doce. O fato de ter uma cobertura<br />

do corpo parcialmente permeável impõe limites à presença deles em certos hábitats.<br />

Por exemplo, relativamente poucas espécies vivem em regiões de temperaturas extremas.<br />

Rãs e salamandras de regiões muito frias hibernam no fundo de lagos e rios que não congelam.<br />

Durante esse período, as atividades são reduzidas ; até mesmo o batimento cardíaco torna-se<br />

mais lento. O animal sobrevive de material nutritivo armazenado no corpo. Espécies de região<br />

muito quentes e secas apresentam comportamento semelhante.<br />

Os anfíbios são animais de hábitos carnívoros, alimentando-se, principalmente de insetos,<br />

A longa língua dos anfíbios possibilita a captura de insetos em pleno voo. Presa na região anterior<br />

da boca, a língua pode ser desenrolada para fora e atingir seu alvo.<br />

Alguns anfíbios aquáticos, de tamanho<br />

muito grande, podem se alimentar<br />

de pequenos peixes, aves ou mamíferos,<br />

ou ainda de outros anfíbios.<br />

Os girinos de sapos e rãs, ao contrário<br />

dos adultos, exibem hábitos herbívoros,<br />

alimentam-se principalmente de algas.<br />

Os principais predadores dos anfíbios<br />

são répteis como tartarugas e<br />

serpentes, certas aves, como as garças<br />

e os gaviões, e grandes peixes. Suas<br />

larvas constituem alimento para diversas<br />

espécies de insetos aquáticos como<br />

larvas de besouros e ninfas de libélulas<br />

e percevejos.<br />

Rã comendo minhoca. Essa espécie tem cerca de 20 cm de comprimento.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini


Saiba mais<br />

O medo de sapo não tem razão de ser.<br />

Os argumentos invocados pelas pessoas que têm medo desse animal são: o sapo é feio,<br />

frio e espirra veneno.<br />

Se é feio e frio, é questão de gosto. Quanto ao veneno, os grandes sapos do gênero Bufo<br />

possuem numerosas glândulas com um líquido espesso, leitoso e com veneno extremamente<br />

potente, mais até do que a peçonha de muitas serpentes.<br />

Quase todos os animais são sensíveis a essa toxina, e o próprio sapo sucumbe a uma<br />

dose 300 vezes menor à quantidade de veneno que ele próprio fornece.<br />

Mas o sapo não é capaz de utilizar esse veneno terrível como arma de ataque porque<br />

não consegue lançá-lo a distância. Este apenas surge dos poros, quando se faz pressão sobre<br />

as glândulas. Então, e só assim, o líquido pode ser projetado até quase meio metro de<br />

distância.<br />

Ainda assim não há motivo para temer os sapos. Mas é preciso ter cuidado para não<br />

passar o veneno nas mucosas da boca ou nos olhos.<br />

Relações com a espécie humana<br />

Os sapos e as rãs exercem controle sobre algumas espécies de insetos que são pragas para a<br />

agricultura, como os gafanhotos.<br />

Esses animais são usados em pesquisas biológicas.<br />

Outras são apreciadas como especialidade culinária, como a rã, cuja carne tem gosto semelhante<br />

à do frango. Devido à procura por esse tipo de carne, há muitos criadores de rãs no Brasil.<br />

A destruição de hábitats e a poluição de rios e mananciais resultam no declínio numérico de<br />

muitas populações de anfíbios, colocando várias espécies sob risco de extinção.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

“<br />

”<br />

brânquias: estruturas respiratórias de muitos animais aquáticos.<br />

eclosão: rompimento dos ovos; aparecimento; nascimento.<br />

girino: forma larval de muitas espécies de anfíbios.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 173


174<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Como os anfíbios são arranjados em grupos?<br />

2. A qual grupo pertencem o sapo e a rã?<br />

Ao grupo dos anuros.<br />

3. Como os anfíbios trocam gases com o<br />

As trocas gasosas acontecem nos pulmões e<br />

hábitat? através da pele. O girino tem brânquias.<br />

4. Em que tipo de ambiente é mais comum<br />

encontrar anfíbios?<br />

5. Descreva o ciclo vital dos anfíbios anuros.<br />

6. A cobra-cega é uma serpente?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Em ambientes úmidos ou na água.<br />

1. Eles são agrupados em: sem cauda (anuros), com cauda longa (urodelos) e sem<br />

pernas (ápodes).<br />

Não, é um anfíbio.<br />

Autoridades da Austrália estão oferecendo uma recompensa<br />

para quem tiver a melhor ideia para controlar a praga de sapos-<br />

-cururu (Bufo marinus).<br />

Esses anfíbios, nativos da América do Sul, foram importados<br />

do Havaí, na década de 1930, para combater os besouros que<br />

atacavam a lavoura de cana-de-açúcar.<br />

Desde aquele tempo, não pararam de se multiplicar, e calcula-se<br />

que cerca de 100 milhões de sapos-cururu vivam por lá.<br />

7. A salamandra é um anfíbio com cauda ou<br />

sem cauda? A salamandra tem cauda.<br />

8. Que característica dos anfíbios explicam<br />

sua distribuição geográfi ca tão dependente<br />

da presença de corpos d’água?<br />

Eles dependem da água para a reprodução.<br />

9. O sapo é venenoso? Sim, ele é venenoso.<br />

10. Ele consegue injetar o veneno para se defender?<br />

Não, ele não consegue injetar o veneno.<br />

Sapo-cururu: uma praga na Austrália.<br />

Tem 25 cm de comprimento.<br />

Nem mesmo animais ferozes como crocodilos de água doce e dingos (espécie de cão<br />

selvagem) estão a salvo diante dos sapos. Há relatos de que outros animais nativos, como<br />

serpentes e cangurus, morreram depois de engolir a pele venenosa desses anfíbios.<br />

Há alguns sapos nativos do sul da Austrália que comem os girinos do sapo-cururu. Nessa<br />

região, também algumas aves estão atacando esses sapos gigantescos.<br />

Com base nesses dados, o que você faria para diminuir a população de sapos-cururu da Austrália?<br />

Uma possibilidade é espalhar os sapos nativos e as aves predadoras nas regiões onde a população de sapo-cururu está crescendo cada vez mais.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Antes da atividade, comente com os alunos que as aves e os mamíferos<br />

são às vezes chamados de animais de “sangue quente”, uma alusão<br />

ao fato de que a temperatura do corpo deles permanece mais ou<br />

menos inalterada, a despeito de fl utuações na temperatura externa.<br />

Os demais animais (répteis, anfíbios, peixes etc.) são chamados de<br />

animais de sangue frio.<br />

Os peixes e os anfíbios são chamados de animais de “sangue frio”.<br />

Você acha essa expressão correta? Discuta com seus colegas de grupo, anote as opiniões<br />

e compare-as com as dos outros grupos.<br />

Existem outros animais de “sangue frio”?<br />

Faça uma pesquisa com seus colegas, anotando o nome de outros animais que sejam de<br />

sangue frio. Depois faça um mural com fotos ou desenhos de todos os animais de “sangue frio”.<br />

Fabio Colombini


<strong>Capítulo</strong><br />

Os répteis<br />

20<br />

Se existem animais que as pessoas temem, esses são os lagartos. Imaginam que são<br />

ferozes e perigosos. Pouca gente sabe que a maioria desses répteis se alimenta de pequenos<br />

animais, sobretudo insetos, ou plantas. Alguns deles se alimentam de pequenos<br />

animais maiores, como ratos ou serpentes, mas saem correndo de seres humanos.<br />

Ao lado de serpentes, os lagartos formam o grupo mais numeroso de répteis viventes.<br />

Lagartos variam bastante em aspecto, tamanho e coloração, cada um adaptado a um<br />

estilo de vida.<br />

Os iguanas vivem em árvores, na terra e nadando no mar.<br />

Uns são imensos, alcançam até três metros de comprimento, como os dragões-de-<br />

-komodo, que de dragão só têm o nome e o tamanho.<br />

Outros são pequenos, como as lagartixas-de-parede que moram em nossas casas.<br />

Mas o lagarto mais surpreendente de todos é o camaleão.<br />

Esse animal tem três características incríveis:<br />

• a língua sai quase 1 metro da boca e com ela captura insetos;<br />

• a cor de sua pele muda de acordo com a cor do ambiente em que está, o que confunde<br />

os predadores;<br />

• seus olhos viram para todas as direções.<br />

Camaleão, réptil que pode chegar a até 60 cm de comprimento.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 175


176<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Você já viu algum lagarto?<br />

Em que tipo de hábitat ele estava?<br />

Você conhece alguma lenda sobre lagartos?<br />

Quando uma pessoa fica tomando banho de sol, diz-se que ela está lagarteando. Qual o<br />

motivo dessa expressão?<br />

Como são os répteis<br />

Tracajá, uma tartaruga típica da Amazônia, que tem 50 cm<br />

de comprimento.<br />

A palavra réptil vem do latim reptare e se refere ao<br />

modo de locomoção dos animais desse grupo: andar com o<br />

abdome junto ao chão.<br />

Jiboia, com 5 m de comprimento.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Na história da vida na Terra, os répteis representam o<br />

primeiro grupo de vertebrados adaptados à vida distante da água, embora algumas espécies<br />

tenham retornado a um estilo de vida aquático. Todos representavam a pele revestida por<br />

estruturas queratinizada e impermeáveis que protegem o animal contra perdas excessivas de<br />

água e danos mecânicos. Assim, as tartarugas e ao cágados possuem o corpo revestidos por<br />

uma carapaça dura formada por placas soldadas. As serpentes e os lagartos têm o corpo revestido<br />

por escamas. Os jacarés e os crocodilos possuem o corpo revestido por placas córneas.<br />

A fecundação interna e a postura de ovos dotados de casca, com estruturas para alimentar<br />

e proteger o embrião, torna esses animais independentes da água para a reprodução.<br />

A cauda dos répteis desempenha papel fundamental no equilíbrio do corpo, na locomoção,<br />

na defesa e até mesmo como local para armazenar substâncias de reserva.<br />

Assim como os peixes e os anfíbios, os répteis também são ectotérmicos: a temperatura do<br />

corpo deles depende de fontes externas de calor.<br />

As trocas gasosas ocorrem nos pulmões, mesmo nos répteis aquáticos, que sobem até a superfície<br />

para renovar o suprimento de ar.<br />

O coração dos répteis viventes REM três ou quatro câmaras, dependendo do grupo. No primeiro<br />

caso, são dois átrios e um ventrículo; no segundo são dois átrios e dois ventrículos. Jacarés e crocodilos<br />

possuem coração com quatro câmaras; os demais répteis possuem coração com três câmaras.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

!<br />

Fotos: Fabio Colombini


Investigue<br />

e relate<br />

Em nossa casa ou ao redor dela, podemos encontrar uma lagartixa para observar.<br />

Tente fazer um desenho desse animal.<br />

Faça uma descrição de como ele é: formato do corpo, tamanho, cor, do que se alimenta,<br />

como captura suas presas, onde vive, como caminha, se sai da toca de noite ou de dia, se<br />

põe ovos, onde põe ovos.<br />

Anote tudo que observar.<br />

Afixe suas descobertas no mural da classe.<br />

A reprodução<br />

Os répteis são animais de sexos separados,<br />

e a fecundação é sempre no<br />

interior do corpo. Isto também tem a<br />

ver com a vida em terra: a fecundação<br />

não depende da água, como ocorre<br />

com os peixes e os anfíbios.<br />

A maioria dos répteis bota ovos, e<br />

dentro deles os embriões se desenvolvem.<br />

Esses são os ovíparos.<br />

Nas espécies ovovivíparas o embrião<br />

se desenvolve dentro de um<br />

ovo alojado no corpo materno. O ovo<br />

eclode no oviduto e o filhote sai pela<br />

abertura genital materna.<br />

Há também espécies em que os<br />

embriões se desenvolvem dentro da<br />

fêmea, sem produção de ovo com casca.<br />

São os répteis vivíparos.<br />

Os ovos dos répteis ovíparos são<br />

protegidos por uma casca grossa e<br />

dura, que evita dessecação e choques<br />

mecânicos. Dentro do ovo o embrião<br />

encontra alimento suficiente para o<br />

seu desenvolvimento, além de estruturas<br />

especiais que lhe permitem armazenar<br />

o material excretado e realizar<br />

as trocas gasosas com o ar exterior.<br />

Dos ovos saem os pequenos répteis,<br />

semelhantes aos adultos, tanto no aspecto<br />

quanto nas atividades.<br />

Tartaruga botando ovos na areia. Esta espécie pode chegar até<br />

2 m de comprimento.<br />

Eclosão de um ovo de tartaruga.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 177


AbleStock<br />

Fabio Colombini<br />

178<br />

Os répteis são encontrados em uma<br />

grande variedade de hábitats: buracos cavados<br />

no chão, fendas de rochas, árvores e<br />

casas, como também nas proximidades de<br />

rios e brejos. Algumas espécies vivem em<br />

hábitats marinhos e outras são habitantes<br />

de desertos.<br />

Sendo ectotérmicos, os répteis têm o<br />

ritmo de suas atividades influenciado pela<br />

temperatura do ar. Serpentes e lagartos<br />

que vivem em desertos geralmente são de<br />

Jacaré.<br />

hábitos noturnos, evitando as altas temperaturas<br />

do dia. Nos locais com inverno rigoroso,<br />

os répteis passam longos períodos<br />

recolhidos dentro de cavernas ou buracos<br />

no solo. É comum encontrarmos lagartos<br />

e jacarés parados ao sol, aquecendo-se antes<br />

de iniciar suas atividades.<br />

A maioria dos répteis é carnívora, alimentando-se<br />

principalmente de insetos,<br />

aranhas, moluscos e pequenos vertebrados,<br />

incluindo outros répteis. Algumas espécies,<br />

contudo, são herbívoras.<br />

O iguana-marinho tem como único alimento<br />

algas que encontra nas rochas e no<br />

A sucuri, que pode chegar a 9 m de comprimento.<br />

fundo do mar, percorrendo às vezes gran-<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

des distâncias a nado para se alimentar.<br />

Entre os répteis de hábitos aquáticos, as tartarugas marinhas alimentam-se de uma ampla<br />

variedade de espécie de invertebrados.<br />

Répteis de grande porte, como o jacaré e a sucuri, são capazes de ingerir presas grandes. Há<br />

contudo, muita fantasia em torno de casos envolvendo ataques a seres humanos.<br />

A sucuri imobiliza a presa enrolando-a, depois contrai seus fortes músculos e mata-a por asfixia,<br />

chegando a quebrar os ossos de grandes vertebrados. Outras espécies de serpentes ingerem<br />

ovos e aves. Há até mesmo uma espécie de serpente que se alimenta de outras. É a muçurana,<br />

imune à peçonha de suas presas.<br />

O peçonha dos répteis<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Ecologia dos répteis<br />

Alguns répteis, sobretudo, são peçonhentos: eles injetam peçonha que paralisa e ocasionalmente<br />

mata a presa ou algum potencial predador.<br />

No Brasil, as serpentes peçonhentas que oferecem riscos aos seres humanos podem ser reconhecidas<br />

com segurança pela presença de um pequeno orifício situado entre os olhos e a<br />

narina. Esse orifício é chamado de fosseta loreal e faz parte de um órgão que funciona como<br />

um radar de temperatura, que orienta o bote mesmo no escuro.


Como essas serpentes têm um par de narinas e um de fossetas loreais, são popularmente conhecidas<br />

como “cobras de quatro ventas”. Todas as serpentes brasileiras com “quatro ventas”<br />

são peçonhentas, embora o contrário não seja verdadeiro: nem todas as serpentes peçonhentas<br />

possuem fosseta loreal. A exceção fica por conta das cobras-corais, serpentes peçonhentas<br />

do gênero Micrurus, que não possuem fosseta e, portanto, não têm “quatro venta”.<br />

Cobra não peçonhenta<br />

Narina<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores ilustrativas.<br />

Cobra peçonhenta<br />

Fosseta loreal<br />

Narina<br />

Quando uma serpente peçonhenta pica um animal, as glândulas de peçonha lançam seu<br />

conteúdo para os dentes ou presas. Em algumas espécies, a substância inoculada por dentro de<br />

um canal existente nas presas, que funcionam assim como uma agulha de injeção.<br />

Entre os lagartos viventes, as únicas espécies peçonhentas são encontradas no México e nos<br />

desertos dos Estados Unidos. São conhecidas como monstros-de-gila. Diferentemente das serpentes,<br />

contudo, a peçonha desses lagartos é usado apenas para defesa, não para imobilizar<br />

suas presas.<br />

Algumas aves, como a ema, a seriema e os gaviões, se alimentam de serpentes e outros répteis.<br />

Entre os mamíferos, as raposas, os coiotes e os gambás são predadores de répteis. Alguns<br />

esquilos se alimentam de lagartos.<br />

Extração de veneno das presas de uma jararaca.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Monstro-de-gila, lagarto venenoso. Chega a 70 cm de comprimento.<br />

Luis Moura<br />

Keith Kent/Science Photo Library<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 179


180<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Como prevenir e tratar acidentes com cobras peçonhentas<br />

Prevenção de acidentes<br />

1. Usar botas de cano alto ou perneiras de couro,<br />

botinas e sapatos, quando caminhar por áreas<br />

em que é provável a presença de serpentes.<br />

2. Usar luvas de couro para manipular folhas secas,<br />

montes de lixo, lenha, palha, entulho.<br />

3. Não colocar as mãos em buracos ou tocas de<br />

animais.<br />

4. Ter cuidado ao revirar cupinzeiros, pois suas<br />

galerias oferecem abrigo às serpentes, principalmente<br />

na estação reprodutiva.<br />

5 Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas<br />

de feijão, milho ou cana.<br />

6. Limpar paióis, terreiros e celeiros, evitando assim<br />

a proliferação de ratos, presa muito visada<br />

por algumas serpentes peçonhentas.<br />

7. Fechar buracos nos muros, no chão ao lado das<br />

casas e frestas de portas.<br />

8. Evitar acumulo de lixo, entulho, pedras, tijolos,<br />

telhas e toras de madeira.<br />

9. Preservar os predadores naturais das serpentes<br />

tais como: corujas, gaviões, seriema, cachorro-<br />

-do-mato, gato-do-mato, cobra muçurana.<br />

Primeiros socorros<br />

1. Lavar o local da picada apenas com água ou com<br />

água e sabão.<br />

2. Manter o indivíduo acidentado calmo e em repouso.<br />

3. Dar água à vitima.<br />

4. Encaminhá-lo ao Posto de Saúde mais próximo.<br />

5. Se possível, fotografar ou anotar características<br />

da serpente que possam ajudar na identificação<br />

de qual espécie se trata.<br />

Disponível em: . Acesso em: Março/2012.<br />

Cascavel, com guizo na cauda. Chega a 1,5 m<br />

de comprimento.<br />

Urutu, com manchas em círculo. O tamanho<br />

varia de 1 metro a 1,60 m.<br />

Jararaca, com marca em V na cabeça. Tem cerca<br />

de 1,20 m de comprimento.<br />

Fotos: Fabio Colombini


Relações com a espécie humana<br />

Os lagartos e as serpentes que se alimentam de insetos e pequenos roedores combatem<br />

pragas que atacam as plantações.<br />

Outras espécies de répteis, como o conhecido teiú, comem ovos de aves domésticas ou de<br />

caça, competindo com o ser humano pelo mesmo alimento e prejudicando a produção. A carne<br />

de tartaruga é muito apreciada na culinária de diversas regiões do mundo.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

choques mecânicos: pancadas.<br />

dessecação: perda de água por transpiração.<br />

herbívoros: que se alimentam de plantas.<br />

insetívoros: que se alimentam de insetos.<br />

peçonhentos: que injetam substância tóxica ou peçonha.<br />

1. A que se deve o nome deste grupo de vertebrados?<br />

2. Na história da vida na Terra, que grupo de vertebrados foi o primeiro a conquistar a<br />

terra firme? Os répteis.<br />

3. A que se deve essa conquista?<br />

4. Qual a função da cauda dos répteis?<br />

5. Os répteis são endotérmicos ou ectotérmicos?<br />

6. Eles têm pulmões ou brânquias?<br />

7. Cite exemplos de répteis aquáticos.<br />

8. O que são serpentes peçonhentas?<br />

9. Qual a função da peçonha nessas serpentes?<br />

Eles têm a pele revestida de células mortas, impermeáveis, embriões protegidos pela casca<br />

do ovo contra dessecação, impermeável, têm fezes pastosas. A fecundação é interna.<br />

Ela desempenha papel fundamental no equilíbrio do<br />

seu corpo, na locomoção e na defesa.<br />

Eles têm pulmões.<br />

Jacaré e tartaruga.<br />

Eles são ectotérmicos.<br />

São aquelas que injetam veneno.<br />

O veneno é para a captura de presas.<br />

10. Cite os cuidados que devemos ter para não nos envolvermos em acidentes com serpentes.<br />

Ver página 178.<br />

“<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

”<br />

11. Cite o que devemos fazer se formos picados por uma serpente.<br />

O nome do grupo réptil vem do latim reptare e se<br />

refere à locomoção com o abdome junto do chão.<br />

Ver página 178.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 181


182<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Quando chegou no milharal, Tonho sentou calmamente para uma soneca. Havia lá um<br />

tanto de palha seca. Era hora de um descanso e Tonho achava que não havia nada melhor<br />

que dormir depois do almoço.<br />

Quando esticou o braço para agarrar a palha seca para fazer um travesseiro, sentiu uma<br />

dor cortante no braço. Olhou e estavam lá dois pontos por onde saíam duas gotas vermelhas.<br />

Tonho já tinha visto aquele tipo de mordida. Era de serpente.<br />

Tonho deitou e pediu socorro. Dona Chica logo veio, lavou a picada com água e sabão,<br />

deu água para o marido beber e mandou o fi lho buscar ajuda.<br />

Logo chegou um carro e levaram Tonho para o hospital, onde ele tomou o soro para a<br />

picada de jararaca.<br />

De acordo com este texto, diga:<br />

1. Tonho poderia ter evitado a picada da serpente?<br />

2. As medidas tomadas por Tonho e Chica foram corretas? Sim.<br />

3. O fato de Tonho saber que foi picado por uma serpente é importante? Por quê?<br />

Sim, assim ele poderá tomar o soro antiofídico.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Poderia ter examinado o monte de palha seca ou deitado<br />

em local mais seguro.<br />

Todos os anos, diversas tartarugas marinhas vêm à costa do Brasil para desovar. É nesse<br />

momento que elas fi cam mais vulneráveis e são caçadas. Pesquise com seu grupo quais as<br />

espécies de tartarugas que desovam no Brasil e o que se pode fazer para protegê-las.<br />

No Brasil existe um projeto para a proteção das tartarugas marinhas. Descubra na internet,<br />

revistas e livros qual é o nome desse projeto e o que fazem as pessoas que nele trabalham.<br />

Projeto Tamar.


<strong>Capítulo</strong><br />

Asa-delta.<br />

As aves<br />

21<br />

Águia-careca, que chega a ter 2 m da ponta de uma asa a outra.<br />

Se você observar uma ave voando, vai sentir até vontade de voar.<br />

Foi observando o voo das aves que o homem quis voar.<br />

E conseguiu. A asa-delta é como o pássaro que plana de asas abertas levado pelas<br />

correntes de ar.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Haroldo Palo Jr./Kino<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 183


184<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Você já observou uma ave planando?<br />

O que a asa-delta tem de parecido com uma ave que plana?<br />

Como o pássaro consegue voar?<br />

Como são as aves<br />

As aves são animais com o corpo coberto de penas, membros anteriores convertidos em asas<br />

e boca provida de um bico córneo. Essas características são suficientes para diferenciar as aves<br />

de todos outros animais.<br />

Além da aparência externa, as aves têm em comum certas características internas importantes.<br />

Os ossos, parcialmente ocos, tornam o esqueleto leve, Além disso, o osso do peito, esterno,<br />

é provido de uma projeção frontal (a quilha), aumentando a área de ancoragem para os<br />

Pinguim-de-adélia, o menor pinguim da Antártida, com 60 cm de altura.<br />

Periquitos, com 16 cm do bico até a cauda. Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Galo. Mede cerca de 40 cm de altura<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

!<br />

Coruja-das-neves. Mede 60 cm de<br />

altura. Vive no Ártico.<br />

Fotos: AbleStock


músculos peitorais, que são particularmente desenvolvidos nas aves voadoras. Entre as aves<br />

que não voam, como os pinguins, as emas e os avestruzes, o esterno é desprovido de quilha.<br />

Outra importante característica associada ao voo são os sacos aéreos, bolsas internas ligadas<br />

aos pulmões. O ar acumulado nesses sacos torna o volume das aves maior e, assim sua<br />

densidade é menor. Mas o principal papel dessas estruturas é fazer com que os pulmões sejam<br />

banhados por uma corrente de ar unidirecional, tanto na inspiração como na expiração, o que<br />

aumenta em muito o ritmo das trocas gasosas.<br />

Na base da traqueia, onde os dois<br />

brônquios se bifurcam, fica uma estrutura<br />

exclusiva das aves: a siringe. Conforme<br />

é atravessada pelo ar, a siringe<br />

pode vibrar e produzir sons.<br />

O coração das aves é composto de<br />

traqueia<br />

quatro câmaras, dois átrios e dois ventrículos,<br />

internamente separados entre si. É<br />

de costume dizer que o coração das aves,<br />

assim como o dos mamíferos, é dividido<br />

em duas metades, a direita e a esquerda.<br />

A primeira só trabalha com sangue<br />

desoxigenado, enquanto o segundo só<br />

trabalha com o sangue oxigenado.<br />

O aparelho digestório das aves é formado<br />

por: papo, que umedece e armazena alimentos;<br />

proventrículo, que digere os alimentos quimicamente;<br />

moela, que, por ser muito musculosa, é<br />

capaz de triturar os alimentos; cloaca, que serve<br />

não apenas de saída para as fezes e a urina, mas<br />

para o sistema reprodutor.<br />

As aves são animais endotérmicos, ou seja, a<br />

temperatura do seu corpo depende de fontes internas<br />

de calor. As penas contribuem para a região<br />

térmica, pois retêm junto do corpo uma camada<br />

de ar que funciona como isolante térmico.<br />

Mesmo quando a temperatura do ar cair abaixo<br />

de 0º C, a temperatura corporal de um animal endotérmico<br />

permanece elevada – dando a impressão<br />

de que ele tem “sangue quente”. Para conseguir<br />

isso, é necessário produzir calor constantemente, o<br />

que é feito queimando-se uma parcela apreciável<br />

do alimento ingerido.<br />

Uma vantagem evolutiva da endotermia<br />

pode ter sido a de permitir que seus portadores<br />

mantivessem as atividades vitais em um patamar<br />

elevado, a despeito da temperatura ambiente.<br />

Essa independência, porém, custa caro: basta dizer<br />

que a boa parte do alimento que ingerimos é<br />

gasto na produção metabólica de calor.<br />

pulmão<br />

Sistema respiratório<br />

sacos aéreos<br />

Figura não proporcional ao tamanho<br />

real. Cores-fantasia.<br />

Sistema circulatório<br />

pulmão<br />

AD: aurícula direita<br />

AE: aurícula esquerda<br />

VD: ventrículo direito<br />

VE: ventrículo esquerdo<br />

sangue venoso<br />

sangue arterial<br />

Luis Moura<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 185


186<br />

Mas também há vantagens. Por exemplo, é graças à endotermia que as galinhas conseguem<br />

chocar seus ovos em 21 dias, a despeito da estação do ano (verão ou inverno). No caso de um animal<br />

ectotérmico, isso não é possível: o período de choco varia conforme a estação, sendo mais curto<br />

no verão e mais longo no inverno.<br />

A glândula uropigial, localizada no<br />

dorso, próxima da cauda, produz um<br />

ma terial gorduroso que a ave espalha<br />

nas penas com o bico e, assim, as<br />

lubrifica e impermeabiliza. É por isso<br />

que as penas das aves não se molham.<br />

Vale ainda destacar que as aves<br />

têm os sentidos da visão e da audição<br />

altamente desenvolvidos. Os olhos das<br />

aves de rapina são capazes de ajustar<br />

rapidamente a focalização de objetos<br />

em diferentes distâncias, além de diferenciar<br />

nitidamente as cores.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

O joão-de-barro é uma ave bastante característica<br />

pela construção do seu ninho, que é<br />

feito em conjunto pelo macho e pela fêmea.<br />

De viagem em viagem eles transportam barro<br />

úmido do solo, palha e esterco para construir<br />

sua casa. Mas não é só no tipo de material e<br />

na paciência para a construção do ninho que o<br />

joão-de-barro surpreende. Você deve imaginar<br />

que não é só levando os materiais no bico que<br />

o ninho vai ficar pronto. Certo? Pesquise como<br />

o joão-de-barro constrói a sua casa, qual o tamanho<br />

que ela tem e que outras necessidades<br />

ele “arquiteta” no momento de construí-la.<br />

Feita a pesquisa, avance um pouco mais e<br />

procure saber se os materiais que o joão-de-<br />

-barro usa para fazer o seu ninho são empregados<br />

por outros animais e até mesmo pelo<br />

ser humano na construção de suas moradias.<br />

Discuta com os colegas os resultados de<br />

sua pesquisa<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

A ave de rapina voa a grande altura e vê uma pequena presa no chão, descendo<br />

para uma captura certeira. Na foto, a águia-de-asa-redonda, da Europa.<br />

Ver orientações no Manual do Professor.<br />

O ninho e seu proprietário, o joão-de-barro<br />

(Fumarius rufus).<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Luiz Cláudio Marigo<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

AbleStock


Ciclo vital das aves<br />

As aves, como todos os vertebrados, são animais de sexos separados, havendo espécies em<br />

que o dimorfismo sexual é bastante evidente, como no galo e na galinha.<br />

Em muitas espécies, os machos vocalizam e se exibem, visando atrair as fêmeas. Nesse caso,<br />

a qualidade da plumagem dos machos (penas inteiras e colorido vistoso, por exemplo) é importante<br />

fator de alteração para o acasalamento.<br />

A fecundação é interna, seguida de postura de ovos, ricos em substâncias nutritivas para o<br />

embrião. Os ovos são aquecidos pelo calor do corpo dos pais, que se sentam sobre eles.<br />

Algumas aves põem seus ovos no solo ou em rochas, como é o caso das aves marinhas ou<br />

das que vivem perto de lagos e rios. Entretanto, a maioria constrói um ninho para colocar os<br />

ovos e abrigar os filhotes.<br />

Os ninhos são feitos de ramos, folhas, fibras, ou qualquer tipo de fibra vegetal trançado cuidadosamente.<br />

Muitas espécies constroem ninhos de barro; outras cavam buracos no tronco de árvores.<br />

As aves chocam os ovos para que os embriões se desenvolvam. Quando os filhotes saem<br />

dos ovos, requerem cuidados especiais: alimentação, proteção contra predadores e contra as<br />

mudanças de temperatura do ambiente. Os pais, na maioria das espécies, dividem o trabalho,<br />

revezando-se na realização dessas tarefas.<br />

Ecologia das aves<br />

Essa gaivota vive na Ilha da Gaivota, nos Estados Unidos, onde se reúnem mais de<br />

12 mil dessas aves e quase todo o solo é ocupado por ninhos e gaivotas no choco.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

As aves têm ampla distribuição geográfica. Há espécies desse grupo em todos os continentes<br />

e na maioria das ilhas, desde o nível do mar até em altitudes superiores a 5000 metros.<br />

Para manter a temperatura do corpo e permanecer em constante atividade, elas necessitam<br />

de grandes quantidades de alimento, de alto valor energético. Esses animais não possuem reservas<br />

muito grandes de gordura, de onde poderiam retirar a energia necessária à sua manutenção.<br />

Por isso nenhuma ave sobrevive muito tempo sem comer.<br />

NYT Photos<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 187


188<br />

A maioria das espécies explora ricos nutrientes. Incluem-se na dieta das aves diversos tipos<br />

de presas, incluindo vermes, larvas de insetos, diferentes artrópodes, moluscos e vertebrados.<br />

Além de frutos e sementes. Raríssimas espécies se alimentam de tecidos vegetais fibrosos, como<br />

as folhas, que são relativamente pobres em nutrientes.<br />

É importante lembrar que o tipo de alimento é específico para cada tipo de ave. De modo<br />

geral, há uma estreita relação entre o formato do bico de uma ave e a sua dieta.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Observe o bico destas aves. Depois, leia as funções dos bicos e associe cada um deles à<br />

respectiva ave.<br />

Pato.<br />

Arara. Beija-flor.<br />

• Segura e filtra a água, retendo alimentos. Pato.<br />

• Parte e abre sementes e frutos. Arara.<br />

• Captura e armazena o peixe durante o mergulho.<br />

• Suga néctar do fundo das flores. Beija-flor.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Pelicano.<br />

Pelicano.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: AbleStock


Um exemplo bastante conhecido de ave com grande necessidade energética é o beija-flor,<br />

que se alimenta de insetos e néctar das flores, uma solução fortemente açucarada e, portanto,<br />

rica fonte de energia.<br />

Existem espécies, como os albatrozes, que vivem em oceano aberto, recolhendo-se em ilhas<br />

somente na época de reprodução. Muitas aves, como as gaivotas, vivem em regiões costeiras,<br />

alimentando-se de peixes. Além das gaivotas, o pelicano e o martim-pescador são exemplos de<br />

aves que se alimentam exclusivamente de peixes. As garças, além de comer peixes, se alimentam<br />

também de pequenas rãs.<br />

Serpentes, lagartos, pequenas aves, ratos e coelhos fazem parte da dieta de gaviões e corujas.<br />

Os urubus são conhecidos por se alimentar exclusivamente de animais mortos, material que<br />

chamamos de carniça. Os urubus são as aves com o sentido de olfato mais bem desenvolvido; é<br />

por meio dele que elas localizam fontes de alimento em potencial a centenas de metros.<br />

Entre os inimigos de muitas aves vamos encontrar os gaviões e as corujas, além de alguns<br />

mamíferos, como os gatos selvagens e domésticos, as raposas, os gambás e o próprio ser humano.<br />

Há também espécies de serpentes que se alimentam dos ovos de aves.<br />

A maior ameaça às aves – assim como a muitos animais – é a perda do hábitat, como resultado<br />

de empreendimentos humanos desastrosos. Além disso, os pássaros canoros e as aves de<br />

bela plumagem são caçadas para alimentar o tráfico de animais.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Uma das aves mais bonitas do Brasil é o guará. Ele vive<br />

nos manguezais onde sua coloração vermelho-vivo chama<br />

muito a atenção. Descobriu-se que sua cor é devido à sua<br />

alimentação. Essas aves comem caranguejos e o pigmento<br />

desses animais vai sendo acumulado em suas penas.<br />

Agora pense e responda:<br />

O que deve acontecer com a coloração das penas<br />

das aves quando ela é criada em cativeiro sem essa<br />

alimentação?<br />

O guará perde a cor quando para de comer caranguejos.<br />

Saiba mais<br />

Os guarás enfeitam Cubatão<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Até os anos 1980, os guarás sofreram com a poluição das indústrias químicas e petroquímicas<br />

de Cubatão, no litoral paulista. A contaminação dos manguezais matou peixes e<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 189


190<br />

caranguejos, os principais itens alimentares das aves, e tornou as cascas dos ovos finas e<br />

quebradiças, fazendo com que os filhotes fossem esmagados pela mãe quando ela se acomodava<br />

sobre eles para chocar.<br />

Morreram tantos guarás que eles foram colocados na lista das aves ameaçadas de extinção.<br />

Mas, em meio a toda essa poluição, os guarás resistiram.<br />

O tempo passou e Cubatão, considerada uma das cidades mais poluídas do mundo,<br />

melhorou devido às leis antipoluição. Pesquisadores começaram a estudar os guarás-vermelhos<br />

e avaliar o tamanho da população. Empresas da região financiaram vários projetos<br />

de conservação dessas aves.<br />

Essa preocupação ecológica tirou de Cubatão não só o título de cidade das mais poluídas<br />

do mundo como criou um movimento grande de turistas para observar os guarás.<br />

O guará-vermelho vive na Amazônia, no litoral do Maranhão, Pará e Amapá. Ele ainda<br />

corre riscos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, principalmente por causa de caçadores.<br />

Migração: longas viagens com rumo certo!<br />

Existem muitas espécies de aves que realizam longas viagens, em determinadas épocas do<br />

ano, geralmente com rotas definidas.<br />

Essas viagens são feitas em bandos que se deslocam à procura de alimento ou locais apropriados<br />

para a reprodução. Muitas espécies têm sua migração determinada pelas estações do<br />

ano, fugindo dos rigores do inverno.<br />

Exemplos familiares de aves migratórias são as andorinhas, diferentes espécies de patos e<br />

marrecos e algumas de garças.<br />

É possível reconhecer a espécie a que pertencem as aves magratórias pelas formações dos<br />

bandos. Estudos indicam que elas se orientam por marcas terrestres (rios, cadeias montanhosas)<br />

ou então pela posição do Sol, durante o dia, e das estrelas, durante a noite.<br />

Irerê, ave migratória, que voa do Rio Grande do Sul (região sul) e do Pantanal (região centro-oeste) para os estados do Sudeste.<br />

Seu tamanho pode chegar a 30 cm.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Fotos: Fabio Colombini


Relações com a espécie humana<br />

As aves constituem importante fonte de alimento humano. Sua carne, de sabor delicado, é rica<br />

em proteínas e relativamente pobre em gorduras, daí ser utilizada preferencialmente em regimes de<br />

emagrecimento ou de recuperação de pessoas doentes. Mas não é só nessas situações que se consome<br />

carne de aves.<br />

Aves selvagens, como patos, gansos e codornizes, são alvo de caçadores. Entretanto, a maior participação<br />

na dieta humana é de aves domesticadas. Galinhas, perus, gansos, patos, além de servir como<br />

alimento, nos dão seus ovos e também as penas, utilizadas para a confecção de travesseiros e colchões.<br />

Entre as populações indígenas de várias partes do mundo, as penas das aves são usadas no vestuário,<br />

na confecção de objetos de adorno e na ornamentação de arcos e flechas. As penas com o colorido<br />

diversificado das aves brasileiras – papagaios, araras – são utilizadas na confecção de artesanato apreciado<br />

em todo o mundo.<br />

Muitas aves se alimentam de insetos e sementes de plantas daninhas, agindo como fator de controle<br />

dessas pragas da agricultura. Algumas promovem a polinização entre plantas distantes, e outras são<br />

“semeadoras de florestas”, regurgitando ou defecando sementes dos frutos que consomem longe da<br />

planta-mãe, o que contribui para a manutenção de populações vegetais. Outras, ainda, ao se alimentar<br />

de sementes, plantas jovens ou frutos de plantas cultivadas, podem se tornar verdadeiras pragas.<br />

A captura e manutenção em cativeiro de certas aves infelizmente ainda são práticas muito comuns.<br />

As espécies mais visadas em geral são aquelas que cantam mais ou as que exibem colorido mais vistoso.<br />

Cabe lembrar que a comercialização e a manutenção em cativeiro de aves nativas são proibidas<br />

pela legislação brasileira.<br />

Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?<br />

Essa questão sugere um raciocínio circular: a galinha é que bota o ovo, mas foi de um ovo que ela<br />

nasceu.<br />

Para respondê-la corretamente, é necessário escapar do círculo, e uma das maneiras é recorrer à<br />

teoria da evolução.<br />

De acordo com o que sabemos hoje sobre a história da vida em nosso planeta, os primeiros vertebrados<br />

a aparecer na Terra foram os peixes. Com o tempo, certas linhagens de peixes passaram a viver<br />

em pequenas poças de água, mas não alcançam a plenitude da vida terrestre, pois tinham de retornar<br />

à água para reprodução. Uma dessas linhagens deu origem aos anfíbios.<br />

A barreira aquática foi superada pelos répteis, capazes de realizar fecundação interna e de formar<br />

ovos com casca, com embriões que se desenvolviam sem fases larvais. Assim se originaram os répteis.<br />

Deles se originaram dois grandes grupos homeotérmicos: as aves e os mamíferos. O ovo, portanto, já<br />

presente desde os primeiros répteis, é anterior ao aparecimento das aves, entre as quais a galinha.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

“ ”<br />

esterno: osso que se prende às costelas na parte anterior do tórax; nas aves voadoras, o esterno<br />

possui uma projeção, chamada de quilha, onde os grandes músculos peitorais se prendem.<br />

pigmento: substância química capaz de absorver a energia luminosa. Cada pigmento em geral<br />

absorve apenas alguns comprimentos de onda, refletindo os demais. Um pigmento verde, por<br />

exemplo, reflete o comprimento de onda relativo à luz verde, enquanto absorve os demais.<br />

siringe: é uma região da traqueia das aves, onde são produzidas as vibrações que formam os sons.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 191


192<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Qual a característica particular das aves?<br />

2. Somente as aves botam ovos?<br />

3. O que signifi ca dizer que as aves são<br />

vertebrados endotérmicos?<br />

4. O que são ossos pneumáticos? Que vantagem<br />

conferem às aves?<br />

5. O que são e qual a função dos sacos<br />

aéreos?<br />

6. Qual a função da siringe?<br />

7. Quais as funções do papo e da moela?<br />

8. Para que serve a glândula uropigial?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Produção de sons.<br />

1. Todas as aves têm penas.<br />

2. Não, os répteis também botam ovos e até um grupo de mamíferos.<br />

3. Elas têm temperatura corporal constante.<br />

4. São ossos cheios de ar, que dão leveza às aves.<br />

5. São bolsas ligadas aos pulmões e deixam a ave menos densa.<br />

7. O papo armazena comida e a moela mói.<br />

8. Essa glândula produz uma substância que torna as penas impermeáveis.<br />

9. A fecundação é interna, e os embriões se desenvolvem fora da mãe, dentro do ovo.<br />

10. As aves chocam os ovos e depois, em algumas espécies, alimentam os fi lhotes.<br />

11. Há espécies herbívoras e outras que são caçadoras; muitas são onívoras, como<br />

a galinha.<br />

12. A forma recurvada do bico e os dedos com garras.<br />

9. A fecundação das aves é interna ou externa?<br />

E o desenvolvimento dos embriões?<br />

10. Que tipos de cuidado se observam entre<br />

as aves quanto ao desenvolvimento dos<br />

embriões? E após a eclosão dos ovos?<br />

11. As aves são herbívoras ou carnívoras?<br />

12. Que adaptações dos gaviões refl etem<br />

seus hábitos alimentares?<br />

13. Por que as aves necessitam de grandes<br />

quantidades de alimento?<br />

14. Todas as aves voam?<br />

13. Porque seus músculos consomem muita energia para o voo.<br />

14. Não. O pinguim, a avestruz e a ema não voam.<br />

A foto mostra um atobá coberto de óleo bruto. Esse óleo saiu<br />

de um petroleiro que limpou seus tanques no mar.<br />

Quando isso acontece, é preciso lavar a ave com detergente<br />

para remover o óleo. Logo após a lavagem, a ave não pode fi car na<br />

chuva, caso contrário fi cará encharcada.<br />

Por que a ave perde a impermeabilização das penas depois que<br />

é lavada com detergente?<br />

O detergente remove a substância impermeabilizante que as aves retiram da glândula uropigiana<br />

e passam nas penas. Atobá coberto de óleo.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

O Brasil é um dos países com a maior biodiversidade de aves do mundo. Um dos locais<br />

onde isso é evidente é no Pantanal. Lá são encontradas cerca de 650 diferentes espécies,<br />

algumas que vivem lá e outras que migram para poder nidifi car. Tanta riqueza de fauna se<br />

deve às condições do Pantanal.<br />

Pesquisem quais são as características dessa região e descubram quais são as aves típicas<br />

do Pantanal. Para isso procurem em livros, internet, revistas. Procurem também por<br />

fi guras a fi m de criar cartazes para ilustrar sua pesquisa.<br />

Fabio Colombini


<strong>Capítulo</strong><br />

22<br />

Os mamíferos<br />

Desde o tempo das cavernas, as mulheres amamentam seus fi lhos. O leite materno é<br />

o melhor alimento para os recém-nascidos. Tem todas as vitaminas e proteínas, protege<br />

contra doenças e é feito “na medida” de cada mãe para o seu bebê.<br />

Mas aí veio a civilização e, por volta de 1870, foi criado o leite em pó. A partir daí<br />

esse alimento pôde começar a ser estocado. Logo a produção crescia e seus fabricantes<br />

procuravam novos compradores para ela. Tiveram então uma ideia ótima para eles, mas<br />

péssima para nós: transformar os bebês humanos em consumidores de leite de vaca...<br />

Mas como convencer as mulheres que o leite das vacas era melhor que o delas? Com<br />

propaganda, ora, muita propaganda, procurando tirar a confi ança das mães na sua capacidade<br />

de alimentar os fi lhos. Em poucas décadas, quase conseguiram acabar com um<br />

hábito que faz parte da natureza humana...<br />

O leite artifi cial não protege contra doenças. As mães pobres não têm dinheiro para<br />

comprar o sufi ciente para alimentar os bebês. A água pode ser poluída. Por falta de aleitamento<br />

materno, a cada ano morrem mais de 1 milhão e meio de crianças no mundo,<br />

segundo a Organização Mundial de Saúde!<br />

Além disso, cada vaca consome três toneladas e meia de vegetais por ano! Em busca<br />

de terras para pasto e produção de ração para o gado, milhões de árvores são abatidas.<br />

Florestas são incendiadas e muitos espécimes animais e vegetais são destruídos.<br />

O processo de fabricação do leite em pó e de outros alimentos infantis exige aquecimento<br />

a altas temperaturas, o que desperdiça muita energia elétrica. Toda essa energia,<br />

por sua vez, é produzida em usinas hidroelétricas ou nucleares, que costumam ser caras<br />

e prejudiciais ao meio ambiente. E, por vezes, muito perigosas!<br />

E tem mais... É imensa a quantidade de papel, papelão, metal e plástico desperdiçados<br />

nas embalagens de leite e nas mamadeiras e bicos. Depois de usados, a maior parte<br />

desses materiais não é reciclada e fi ca poluindo o planeta. Só os 550 milhões de latas de<br />

alimentos infantis vendidas a cada ano nos Estados Unidos, por exemplo, lado a lado,<br />

dariam mais de uma volta na Terra.<br />

Os veículos usados para transportar os alimentos para bebês, para lá e para cá, desperdiçam<br />

milhões e milhões de litros de combustível. E nas casas das pessoas, em todo<br />

o mundo, também se gasta uma enorme quantidade de água, gás, eletricidade e lenha,<br />

preparando e esterilizando mamadeiras.<br />

Fonte: CASTILHO, S. D.; BARROS FILHO, A. A.; COCETTI, M., A história dos utensílios na alimentação dos lactantes.<br />

Disponível em:.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 193


194<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Por que a amamentação com leite materno é importante para o bebê?<br />

Você acredita que é apenas a importância para o bebê que está relacionada ao aleitamento<br />

materno?<br />

Como são os mamíferos<br />

Nem é preciso perguntar se você conhece<br />

um mamífero. Você mesmo faz parte<br />

desse grupo de vertebrados que apresenta<br />

muitas características particulares.<br />

Os mamíferos são animais que mamam<br />

quando pequenos. Esta é uma das<br />

características que diferenciam os mamíferos<br />

de todos os outros animais: os<br />

filhotes, logo após o nascimento, são<br />

alimentados com leite produzido pelas<br />

glândulas mamárias da mãe. Desde os<br />

pequenos camundongos, até coelhos,<br />

morcegos, cavalos, elefantes e mesmo<br />

os mamíferos aquáticos, como a baleia, A espécie humana pertence ao grupo dos mamíferos.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

alimentam seus filhotes com leite.<br />

Todas as espécies de mamíferos têm pelos, umas mais, outras menos. Umas, pelos com cores<br />

e outras, sem cor alguma, longos ou curtos. Os pelos ajudam na regulação térmica da temperatura<br />

do corpo. Os mamíferos, tais como as aves, são endotérmicos.<br />

Também como as aves, os mamíferos possuem coração com quatro câmaras, o que impede<br />

a mistura entre o sangue com gás carbônico e aquele rico em oxigênio, que vem dos pulmões.<br />

Todos os mamíferos têm movimentos de encher e esvaziar os pulmões graças à ação do<br />

diafragma, músculo que separa a cavidade abdominal da cavidade torácica que somente os<br />

mamíferos possuem.<br />

Os órgãos dos sentidos são bem desenvolvidos, embora os sentidos mais usados variem de<br />

uma espécie para outra. Alguns grupos, como os morcegos e certas baleias desenvolveram capacidades<br />

sensoriais além dos padrões usuais.<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

!<br />

Faça uma lista de mamíferos que você conhece. Depois, tente agrupar os animais da sua<br />

lista de acordo com suas semelhanças.<br />

Fabio Colombini


Ciclo vital dos mamíferos<br />

Os mamíferos são animais de sexos separados, sendo o dimorfismo sexual evidente em muitas<br />

espécies.<br />

Os machos possuem órgão copulador, o pênis (com o qual os espermatozoides são introduzidos<br />

no corpo da fêmea), e dois testículos (geralmente alojados dentro de uma bolsa escrotal).<br />

Pelo pênis também sai a urina produzida nos rins. Ela fica armazenada na bexiga e chega ao<br />

pênis por um canal que é a uretra.<br />

As fêmeas apresentam órgãos genitais internos e externos. Os internos são os ovários, o<br />

útero e a vagina. Esta se abre para o exterior através do orifício vaginal. Bem ao lado desse<br />

orifício fica a saída da uretra, que traz urina da bexiga.<br />

próstata<br />

uretra<br />

macho<br />

Esquema do sistema reprodutor e urinário<br />

pênis<br />

bexiga<br />

testículo<br />

rins<br />

ureter<br />

vagina<br />

fêmea<br />

bexiga<br />

uretra<br />

ovário<br />

útero<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 195


196<br />

A fecundação é interna, e o desenvolvimento do embrião, na grande maioria das espécies,<br />

ocorre dentro do útero. Aninhado no útero, o embrião se desenvolve dentro da bolsa amniótica,<br />

cheia de líquido que amortece os impactos sobre o embrião enquanto a mãe se move. A<br />

placenta, por sua vez, traz nutrientes e oxigênio do sangue materno para o embrião.<br />

Há espécies de mamíferos que não possuem placenta (aplacentários), como os monotremados<br />

e os marsupiais.<br />

Os monotremados possuem bico e patas semelhantes às dos patos. Além disso, botam ovos<br />

de onde saem os filhotes. Um exemplo é o ornitorrinco, que vive à beira da água e é excelente<br />

nadador. Eles botam dois a três ovos no ninho. Os filhotes saem do ovo, sobem pelo corpo da<br />

mãe e ficam agarrados nela lambendo o leite que escoa das glândulas mamárias.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

O ornitorrinco é um monotremado da Austrália. Tem cerca de 55 cm de comprimento.<br />

Os marsupiais são assim chamados por possuírem uma bolsa ventral, chamada de marsúpio.<br />

Pela falta de placenta, os filhotes nascem precocemente, penetram no marsúpio e aí completam<br />

seu desenvolvimento, alimentando-se de leite. São exemplos de marsupiais o canguru e o<br />

coala, que vivem na Austrália, e o gambá e a cuíca, encontrados em diversas regiões do Brasil.<br />

O canguru é um marsupial da Austrália. O tamanho varia de<br />

30 cm a 2 m, conforme a espécie.<br />

O gambá é um marsupial do Brasil. É pouco menor que um gato.<br />

Keystone<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini


Uma característica dos<br />

mamíferos é o cuidado com<br />

a prole. A mãe protege e alimenta<br />

o filhote até ele ser<br />

capaz de cuidar de si mesmo.<br />

A dependência dos filhotes<br />

é relativamente maior<br />

nos animais que caçam, pois<br />

aprender a caçar demora<br />

um bom tempo.<br />

Onça-parda carregando o filhote. Mede cerca de 1 metro de comprimento, sem contar a cauda.<br />

Ecologia dos mamíferos<br />

Os mamíferos são encontrados em todas as partes do mundo, ocupando os mais variados tipos<br />

de hábitat. Vivem na água, ou em terra firme, em diferentes altitudes, em regiões geladas, desertos,<br />

campos e florestas, sobre as árvores ou restritos ao solo, no interior de cavernas, em troncos de árvores.<br />

Algumas características contribuem para a ampla distribuição desses animais, incluindo o<br />

corpo de grande porte, o sistema nervoso altamente desenvolvido e a endotermia. Graças a<br />

essas características, os mamíferos sofrem menos com as variações de temperatura, são hábeis<br />

na localização de alimento e na fuga de seus inimigos, além de ter grande capacidade de<br />

aprendizado e memória.<br />

O grupo dos mamíferos exibe grande diversidade, evidenciada pelo formato do corpo, tipos<br />

de membros locomotores, forma e número dos dentes, presença de cascos, unhas e chifres.<br />

Os morcegos voam orientados por sons de alta frequência que eles emitem. Esses sons, ao encontrarem um obstáculo, voltam como<br />

ecos que são captados pelos morcegos. A maioria come frutos, como a espécie da foto, que tem 20 cm de envergadura.<br />

Fotos da página não proporcionais aos tamanhos reais.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 197


Fabio Colombini<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

198<br />

A preguiça é um mamífero sem dentes. Chega a ter até<br />

60 cm de comprimento.<br />

O golfinho vive na água. Tem nadadeiras, como a baleia e o<br />

peixe-boi, e seu comprimento é de cerca de 2 m.<br />

O tigre tem garras e dentes afiados, e com eles dilacera<br />

suas presas. Ele é o maior dos felinos, chegando até 3,5 m<br />

de comprimento.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

A capivara usa os dentes da frente para roer materiais duros.<br />

É o maior roedor do mundo, com 1,30 m de comprimento.<br />

Os elefantes possuem o lábio superior e o nariz transformados<br />

em tromba, usada para a captura de alimentos. O elefante<br />

africano pode medir 6 m de comprimento.<br />

O gorila é um primata, grupo ao qual pertencem<br />

outros animais conhecidos: chimpanzé, orangotango,<br />

mico-leão e a espécie humana. A altura de um gorila<br />

chega a ser de 1,75 m.<br />

Fotos não proporcionais aos tamanhos reais.<br />

AbleStock AbleStock<br />

Fabio Colombini


Comportamento dos mamíferos<br />

A vida em grupo<br />

Muitas espécies de mamíferos formam<br />

agrupamentos permanentes.<br />

É comum encontrar lobos ou hienas<br />

caçando em grupo, esquilos vivendo<br />

juntos em cavernas, búfalos, antílopes,<br />

focas e leões-marinhos em rebanhos<br />

de muitos indivíduos.<br />

É no interior desses agrupamentos<br />

que se estabelecem as relações de reprodução,<br />

havendo muitos exemplos<br />

da existência de um líder. Também se<br />

verifica, em muitos casos, um trabalho<br />

coletivo na proteção dos filhotes.<br />

Esses bandos enfrentam de diferentes<br />

maneiras a escassez de alimentos ou<br />

água durante os períodos mais rigorosos<br />

do ano. Muitas espécies realizam<br />

migrações, principalmente nas regiões<br />

submetidas a invernos congelantes e<br />

secas prolongadas. Na Europa, grandes<br />

rebanhos de veados, cabras ou carneiros<br />

migram para os vales ao pé das<br />

montanhas, quando estas se acham cobertas<br />

de neve. Na África, muitos rebanhos<br />

de zebras e antílopes migram em<br />

busca de novos suprimentos de capim.<br />

Construção de abrigos<br />

Entre os mamíferos é comum a utilização<br />

de abrigos onde se agrupam,<br />

descansam, acasalam-se e criam seus filhotes<br />

até que se tornem independentes.<br />

Além dos abrigos naturais, como<br />

cavernas e buracos no solo ou em árvores,<br />

a construção de ninhos elaborados,<br />

sistemas de túneis, casas de gravetos<br />

e lama são algumas das formas<br />

desenvolvidas por esses animais para<br />

obter abrigo.<br />

No norte do Canadá, o lobo-cinzento forma matilhas.<br />

Zebras formam manadas nas planícies da África.<br />

O castor constrói diques com galhos e ali faz seu abrigo, onde<br />

se reproduz. Na foto, o castor americano, que mede 90 cm de<br />

comprimento e mais 30 cm de cauda.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: AbleStock<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 199


200<br />

Alimentação<br />

Os mamíferos herbívoros e a maioria dos roedores que se alimentam de sementes e grãos<br />

são consumidores primários. Alimentando-se de matéria vegetal, servem, por sua vez, de alimento<br />

para os carnívoros.<br />

Entre os carnívoros há aqueles que se alimentam de outros mamíferos. Incluem-se aqui os<br />

grandes predadores, como as onças, os leões, tigres e gatos selvagens. Além destes há os que<br />

se alimentam de peixes e aves, entre eles as focas e as raposas. Algumas espécies de morcegos<br />

e toupeiras são exclusivamente insetívoras.<br />

Os mamíferos onívoros são aqueles que se alimentam tanto de matéria vegetal quanto de<br />

animal, incluindo-se neste grupo os ratos caseiros, os porcos e o próprio ser humano.<br />

Muitas espécies armazenam o alimento de diferentes maneiras. Certos esquilos guardam<br />

sementes em bolsas na bochecha, outras espécies constroem abrigos durante o verão e estocam<br />

alimento para o inverno.<br />

Muitos mamíferos, como ursos,<br />

morcegos, marmotas e esquilos,<br />

resistem à escassez de alimento<br />

durante o inverno simplesmente<br />

reduzindo as atividades do corpo<br />

a um mínimo. Passam a estação<br />

fria em sono profundo, chamado<br />

de sono hibernal. Antes de entrar<br />

em hibernação, acumulam em seu<br />

corpo excesso de gordura, que vai<br />

servir como fonte de energia durante<br />

o período de repouso.<br />

Fugindo dos predadores<br />

Os mamíferos carnívoros são os<br />

grandes predadores dos mamíferos<br />

herbívoros, e estes têm como defesa<br />

principalmente a capacidade de<br />

correr. Além disso, como muitos vivem<br />

em grupo, a manada protege<br />

os filhotes, alvo preferido dos predadores.<br />

Gaviões, corujas e falcões alimentam-se<br />

de pequenos roedores. Estes<br />

não têm outra defesa a não ser a velocidade,<br />

o fato de viver em tocas e<br />

de sair principalmente à noite para se<br />

alimentar.<br />

Muitas serpentes também se alimentam<br />

de pequenos mamíferos.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

Os leões alimentam-se exclusivamente de carne.<br />

Cascavel comendo preá, um pequeno roedor.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini


Pense<br />

e responda<br />

Crie três cadeias alimentares contendo pelo menos dois mamíferos.<br />

Comece com uma planta. Depois, escreva o animal que se alimenta da planta. Em seguida,<br />

um segundo animal que se alimenta do primeiro. E talvez você se lembre de um terceiro<br />

animal que se alimenta do segundo.<br />

Relações com a espécie humana<br />

Diferentes tipos de mamíferos são alimento para as pessoas e fornecem matéria-prima para<br />

muitas das necessidades. A lã de ovelha, por exemplo, ainda é muito utilizada.<br />

Os mamíferos usados para alimentação e para aproveitamento de matéria-prima são criados<br />

em cativeiro. O uso de pele de animais como a marta, a foca, o castor e o arminho, para<br />

fazer casacos de luxo, tem sido intensamente combatido no mundo todo.<br />

Há mamíferos que competem com o ser humano, como aquelas espécies que se alimentam<br />

de animais domésticos, além de muitas espécies de roedores que danificam culturas e alimentos<br />

estocados. Há também os que servem de hospedeiro intermediário a parasitas que atacam<br />

a espécie humana: é o caso do boi e do porco, em cujo corpo ocorre parte do ciclo das tênias.<br />

Entre os mamíferos estão os velhos amigos do ser humano: o cão e o gato.<br />

Gato.<br />

Cão.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 201


202<br />

Em outras<br />

palavras<br />

bolsa ventral: prega no ventre, presente no canguru e no gambá.<br />

matilha: bando de lobos.<br />

onívoro: animal que se alimenta tanto de matéria vegetal como animal.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

Nos animais que caçam, os filhotes aprendem a caçar com os pais.<br />

Nos animais que pastam, os filhotes nascem e logo se alimentam de vegetais.<br />

Que animais têm seus filhotes em tocas: os herbívoros ou os carnívoros?<br />

Por que os filhotes que mamam em toca demoram para se tornar independentes dos pais?<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

7. Os mamíferos são herbívoros, carnívoros e há os que comem<br />

tanto plantas como animais.<br />

8. Eles hibernam, reduzindo a atividade ao mínimo.<br />

Todos os mamíferos têm pelos e amamentam os<br />

filhotes com leite.<br />

1. Quais as características comuns a todos os mamíferos?<br />

2. Os mamíferos são endotérmicos? Sim.<br />

3. Que filhotes estão mais protegidos dos predadores: os dos mamíferos ou os dos répteis<br />

Os filhotes dos mamíferos estão mais protegidos porque se desenvolvem no útero materno e durante a<br />

e aves? Por quê? amamentação permanecem próximos à mãe e ao grupo.<br />

4. Existem mamíferos que botam ovos? Sim.<br />

5. Dê exemplos de mamíferos aquáticos. Baleia, golfinho, foca.<br />

6. Muitas espécies de mamíferos formam agrupamentos permanentes. Que vantagens podem<br />

obter com esse comportamento? É mais fácil caçar e defender os membros do grupo.<br />

7. Quais os diferentes tipos de mamífero quanto aos hábitos alimentares?<br />

8. De que maneira os ursos enfrentam a escassez de alimentos durante o inverno?<br />

9. Que mamíferos foram domesticados para nossa alimentação? Boi, porco, ovelha, búfalo.<br />

10. Dê exemplo de um mamífero cujos filhotes se desenvolvem em uma bolsa do ventre.<br />

Canguru, gambá.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

“ ”


Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Quais são os mamíferos com os quais nos relacionamos de algum modo?<br />

Converse com seus colegas sobre os mamíferos.<br />

Quais nos dão alimento, seja carne, ou seus derivados?<br />

Quais fazem parte do lazer?<br />

Aos quais nos afeiçoamos?<br />

Depois, façam uma redação com este tema:<br />

“Os mamíferos humanos respeitam os outros mamíferos?”.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Diversas ações humanas ameaçam diretamente populações animais ou promovem alterações<br />

profundas e extensas no ambiente natural, sendo por isso responsabilizadas pelo<br />

aumento do risco de extinção de várias espécies:<br />

• introdução de populações exóticas que não são controladas por predadores e competem<br />

com populações nativas,<br />

• caça predatória, que não ocorre por necessidade de alimento mas para fins meramente<br />

recreativos ou para estabelecer o tráfico ilegal de animais,<br />

• alagamento de grandes áreas para construção de usinas hidrelétricas,<br />

• desmatamento para plantio de grãos ou para implantação de pasto,<br />

• derrubada de árvores para aproveitamento da madeira,<br />

• queimadas,<br />

• poluição de rios pelo despejo de esgoto sem tratamento,<br />

• poluição do ar e do solo por atividades agrícolas, industriais e urbanas.<br />

Por outro lado, várias iniciativas têm sido empreendidas com o objetivo de conservar a<br />

diversidade de espécies:<br />

• criação de unidades de conservação (parque, reserva biológica, reserva particular de patrimônio<br />

natural, reserva extrativista etc.)<br />

• exigência de licenciamento ambiental para a implantação de atividades potencialmente<br />

poluidoras, para minimizar o impacto ambiental,<br />

• fiscalização do cumprimento da Lei dos crimes ambientais,<br />

• movimento de responsabilidade social empresarial.<br />

Descubra se na sua região há unidades de conservação e se há áreas naturais preservadas<br />

que não são protegidas por lei mas deviam ser.<br />

Identifique quem são as autoridades responsáveis pela fiscalização dos crimes ambientais<br />

e descubra quais as ocorrências mais comuns em sua região.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados 203


204<br />

O poder público municipal desenvolve atividades direcionadas à conservação ambiental?<br />

Promova uma visita a uma grande empresa e pergunte quais ações de responsabilidade<br />

social ela realiza. Entre os objetivos das ações constam a conservação ambiental e o desenvolvimento<br />

sustentável?<br />

Discuta com colegas e professores se essas ações são suficientes ou não para garantir a<br />

conservação das espécies nativas de plantas e animais da região.<br />

Toras transportadas ilegalmente por uma estrada da Amazônia.<br />

Chaminé sem filtro emitindo gases poluentes. Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 4 • animais vertebrados<br />

NYT Photos<br />

AbleStock


Araras e um tamanduá aprisionados, descobertos como carga ilegal no aeroporto de Miami, EUA.<br />

Jaguatirica, também ameaçada de extinção.<br />

Araras-azuis. Ave em extinção devido ao tráfico ilegal - Pantanal, MT, 2010.<br />

NYT Photos<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Jamie Penner AbleStock<br />

NYT Photos<br />

UNIDADE 4 • ANIMAIS VERTEBRADOS 205


Unidade 5<br />

O reino das plantas<br />

Vista do interior da Mata Atlântica e detalhe de fl ores de bromélia.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

A Ciência não tem pátria.<br />

O conhecimento pertence à humanidade.<br />

Ele é a tocha que ilumina o mundo.<br />

Louis Pasteur<br />

Getty Images


208<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 5 • O REINO DAS PLANTAS<br />

23<br />

Como são as plantas<br />

Até por volta de 550 milhões de anos atrás, a superfície dos continentes permanecia sem vegetação.<br />

Mas na água proliferavam bactérias, algas e muitos tipos de animais.<br />

Foi nessa era, chamada<br />

Paleozoico, que os<br />

primeiros musgos colonizaram<br />

a terra fi rme. Eles<br />

surgiram a partir de linhagens<br />

ancestrais de algumas<br />

algas verdes que<br />

viviam na água. Pouco a<br />

pouco, os musgos invadiram<br />

diferentes hábitats<br />

terrestres, embora nunca<br />

tenham se afastado muito<br />

da água, pois dela dependem<br />

inclusive para<br />

fi ns reprodutivos.<br />

O grupo vegetal que<br />

reúne todas as plantas<br />

viventes similares<br />

aos musgos é chamado<br />

briófi tas. São plantas<br />

de pequeno porte que<br />

prosperam em hábitats<br />

úmidos, não têm vasos<br />

condutores de seiva<br />

nem fl ores, frutos ou sementes.<br />

Por volta de 400 milhões<br />

de anos atrás, linhagens<br />

primitivas de<br />

musgos derem origem<br />

às primeiras linhagens<br />

de plantas com vasos<br />

condutores (traqueófi-<br />

0<br />

100<br />

200<br />

300<br />

400<br />

mesozoico cenozoico<br />

500 paleozoico<br />

Esquema da evolução das plantas<br />

sem vasos<br />

condutores de seiva<br />

musgos samambaias<br />

plantas sem sementes<br />

milhões de anos atrás<br />

com vasos<br />

Moura<br />

condutores de seiva Luis<br />

primeiras plantas<br />

com sementes<br />

primeiras plantas com vasos<br />

condutores de seiva<br />

origem das plantas<br />

pinheiros plantas com fl ores<br />

plantas com sementes<br />

primeiras<br />

plantas com<br />

fl ores<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real.


tas) semelhante às samambaias. Algumas espécies chegaram a 40 metros de altura e formaram<br />

imensas florestas.<br />

O grupo que reúne as plantas viventes semelhantes às samambaias são as pteridófitas. São<br />

em geral plantas de médio a grande porte, mas ainda preferem hábitats úmidos. Assim como as<br />

briófitas, também são desprovidas de flores, sementes ou frutos.<br />

As primeiras plantas que já não dependiam mais de água para fins reprodutivos surgiram<br />

a cerca de 350 milhões de anos. São plantas de porte arborescentes, produtoras de sementes e<br />

semelhantes aos pinheiros atuais. Todos os seus representantes atuais fazem parte do grupo das<br />

gimnospermas.<br />

As primeiras linhagens de plantas produtoras de flores surgiram há “apenas” 140 milhões de<br />

anos. Logo ocuparam os principais tipos de hábitats terrestres, dominando a paisagem. Esse sucesso<br />

deve-se principalmente a duas inovações evolutivas: a presença de flores e a disposição de<br />

sementes dentro de frutos. Essas plantas formam o grupo das angiospermas.<br />

Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Você já viu os musgos que crescem em lugares úmidos?<br />

A que grupo de plantas eles pertecem?<br />

Que briófitas você conhece?<br />

Você conhece a samambaia-açu, que parece uma árvore?<br />

Que pteridófitas você conhece?<br />

A samambaia forma flores? E o pinheiro?<br />

O que é o pinhão que comemos nas festas juninas?<br />

Faça uma lista com dez angiospermas.<br />

Classificação das plantas<br />

As principais características usadas para classificar as plantas em quatro grandes grupos são as<br />

seguintes:<br />

Presença ou ausência de vasos condutores<br />

Há vasos condutores que transportam água e sais minerais para as folhas e outros que transportam<br />

água com substâncias orgânicas, sintetizadas pela planta. A água com sais minerais é chamada<br />

seiva bruta e a água com substâncias orgânicas é a seiva elaborada.<br />

Formação de sementes<br />

As sementes tornam a dispersão das plantas um processo mais seguro e eficaz. Elas são carregadas<br />

pelo vento ou pelos animais.<br />

Formação de frutos<br />

Os frutos se formam a partir de flores. Gimnosperma significa semente nua, pois como não têm<br />

flores, as gimnospermas não têm frutos e as sementes se formam nas pinhas. Angiosperma quer<br />

dizer semente coberta, protegida dentro do fruto. As sementes que se formam dentro de frutos são<br />

espalhadas principalmente pelos animais que se alimentam dos frutos.<br />

Todas as plantas, a despeito do grupo a que pertencem apresentam funções vitais semelhantes:<br />

realizam trocas de gases com o ar exterior, precisam de luz e substâncias inorgânicas simples para<br />

viver, reagem a estímulos e se reproduzem.<br />

A era<br />

Paleozóica<br />

durou pouco<br />

mais de 290<br />

milhões de<br />

anos, entre<br />

542 e 251 milhões<br />

de anos<br />

atrás. Para<br />

detalhes, ver<br />

Manual do<br />

Professor.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 209


210<br />

As plantas e a fotossíntese<br />

As plantas sintetizam seu próprio alimento por<br />

meios de um processo chamado fotossíntese.<br />

O termo fotossíntese significa, literalmente “síntese<br />

por meio de luz”. Os seres que fazem fotossíntese<br />

(certas bactérias, as algas e as plantas em geral)<br />

são capazes de produzir glicose (açúcar) a partir de<br />

gás carbônico e água, tendo luz solar como fonte<br />

de energia.<br />

Os produtos da fotossíntese (glicose e derivados),<br />

junto com substâncias inorgânicas obtidas do<br />

solo, são processados pelas células vegetais dando<br />

origem a uma variedade de outras substâncias de<br />

que elas necessitam (outros açúcares, proteínas,<br />

gordura e ácidos nucléicos). Essas substâncias matêm<br />

a vida da planta e garantem seu crescimento.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

As folhas são as estruturas da planta que têm<br />

maior exposição aos raios solares.<br />

A fotossíntese pode ocorrer em qualquer parte do corpo da planta que possua células com<br />

clorofila vivas e que esteja exposta à luz. Mas as folhas são as principais estruturas responsáveis<br />

pela fotossíntese. Além de serem formadas por células ricas em clorofila, sua forma laminar e<br />

sua disposição no corpo da planta permitem maior eficiência na absorção da energia luminosa<br />

e maior facilidade para as trocas gasosas.<br />

Analise<br />

as fotos<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Qual o aspecto da planta na foto da esquerda? Murcha, seca.<br />

Por que a planta tinha esse aspecto ao ser fotografada?<br />

Na foto da direita, a planta mudou de aspecto. O que mudou?<br />

Qual a sua hipótese para explicar tal mudança?<br />

Estava sem água.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Está mais verde, bonita, viçosa.<br />

A planta foi molhada. A água é importante para mantê-la túrgida.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

AbleStock


Obtenção de matéria-prima<br />

Absorção de água e sais minerais<br />

A importância da água para as plantas é conhecida de todos que já viram uma planta murchar<br />

por falta de água. Além de participar da fotossíntese, a água mantém ereta as plantas de<br />

caule delicado. Por isso, sem água, esse tipo de planta murcha. Fornecendo água para a planta<br />

murcha, em pouco tempo ela retorna à sua forma característica.<br />

A água é o meio de transporte para a entrada e a circulação dos sais minerais no corpo da<br />

planta. Sem esses sais, ela não vive. Por exemplo, o nitrato e o fosfato são sais minerais importantes<br />

para a composição de proteínas, o magnésio é parte integrante da clorofila e os sais de<br />

ferro, potássio, zinco e cobre são essenciais para o desenvolvimento das plantas.<br />

A água com os sais minerais entra na planta pelas raízes, na região dos pelos absorventes,<br />

que são finos e permeáveis. As plantas desprovidas de raízes como os musgos, absorvem água<br />

e sais por qualquer ponto da superfície do corpo.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Planta de alpiste com raiz coberta de pelos absorventes. Essa semente mede cerca de 2 milímetros<br />

de comprimento.<br />

Consiga três flores brancas: cravo, palma ou crisântemo.<br />

Dissolva anilina de cores diferentes na água de dois copos.<br />

Corte a ponta dos caules dentro da água e mergulhe dois ramos nas soluções de anilina.<br />

Mergulhe o terceiro ramo em um copo com água limpa. Ele servirá para você comparar<br />

com aqueles colocados nas soluções de anilina.<br />

Aguarde um tempo. Observe o que acontece com cada flor e anote no seu caderno.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 211


212<br />

Trocas gasosas<br />

A respiração celular e a fotossíntese exigem a troca constante de gases da planta com o ar exterior.<br />

Os musgos têm poros que permitem a entrada de água e gases. As samambaias, os pinheiros<br />

e as plantas com flores têm estômatos formados por células especiais. Pelos estômatos entra<br />

o gás carbônico e sai o oxigênio, assim como sai ou entra vapor de água.<br />

ostíolo<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Fechamento dos estômatos<br />

célula-guarda<br />

estômato aberto estômato fechando estômato fechado<br />

Os estômatos se abrem e fecham de acordo<br />

com as circunstâncias. Se há escassez de água,<br />

os estômatos se fecham, impedindo a perda de<br />

água.<br />

Na maioria das plantas, a abertura e o fechamento<br />

dos estômatos dependem também da intensidade<br />

luminosa. Como um aumento na insolação<br />

acelera a perda de vapor de água, as plantas<br />

costumam fechar os estômatos como uma medida<br />

econômica. É o que acontece, por exemplo, por<br />

volta do meio-dia, quando a insolação é maior.<br />

As plantas subaquáticas absorvem oxigênio<br />

dissolvido na água, cuja quantidade é relativamente<br />

baixa. Por sua vez, algumas plantas que<br />

vivem na superfície da água possuem flutuado-<br />

Planta do mangue com raízes respiratórias fora do solo lodoso.<br />

res, estruturas capazes de armazenar ar, fazendo Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

assim com que a planta flutue.<br />

Algumas plantas terrestres apresentam estruturas especiais, no caule e na raiz, que facilitam as<br />

trocas de gases com o ar. As plantas do mangue, por exemplo, têm raízes que saem do solo lamacen-<br />

to. Essas raízes são tubos esponjosos, formados por muitos espaços que se abrem para a atmosfera<br />

por meio de poros: os pneumatóforos.<br />

Transporte de materiais<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real.<br />

Muitas espécies lenhosas que vivem em solos encharcados ou<br />

sujeitos aos efeitos das marés (como é o caso dos manguezais)<br />

possuem um sistema radicular modificado, no qual partes das<br />

raízes permanecem temporária ou permanentemente acima do<br />

nível da água. Essas raízes, que são chamadas pneumatóforos<br />

(ou pneumorrizas), possuem uma anatomia especializada e<br />

estão envolvidas na realização de trocas gasosas com o exterior.<br />

Por isso mesmo também são chamadas raízes de aeração.<br />

A água e os sais minerais absorvidos pelas raízes chegam até as folhas, onde são usados na<br />

produção de compostos orgânicos que são distribuídos a todas as células da planta. Para efetuar<br />

esse transporte, as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas possuem sistemas de tubos,<br />

ou vasos, pelos quais circulam os materiais dentro da planta.<br />

A água com sais minerais absorvidos pelas raízes (seiva bruta) percorre os vasos lenhosos (ou<br />

xilema), que são longos e finíssimos tubos cercados por lignina, substância de grande resistência.<br />

Cícero Soares<br />

Fabio Colombini


O material orgânico misturado à<br />

água forma a seiva elaborada, que é<br />

distribuída a todos os órgãos da planta<br />

pelos vasos liberianos (ou floema)<br />

formados por uma sequência de<br />

células alongadas que apresentam<br />

poros em suas paredes.<br />

Nas briófitas, não há um sistema<br />

vascular especializado. Nelas, o transporte<br />

de matérias ocorre lentamente,<br />

célula a célula, por toda a planta.<br />

Analise<br />

o esquema<br />

Vasos condutores das plantas<br />

As plantas têm reprodução assexuada e sexuada.<br />

Na reprodução sexuada, a planta produz gametas masculino e feminino.<br />

Na reprodução assexuada, a planta produz esporos.<br />

O esquema abaixo representa esses dois tipos de reprodução.<br />

Reprodução assexuada Reprodução sexuada<br />

planta adulta esporo nova planta<br />

1. O que o esporo origina? Uma nova planta.<br />

2. O gameta masculino também origina uma nova planta? Não.<br />

3. O que acontece com o gameta masculino quando ele é liberado?<br />

4. O gameta feminino origina uma nova planta? Não.<br />

5. O que o gameta feminino precisa para gerar um zigoto?<br />

6. O que é fecundação? É a união do gameta masculino com o feminino.<br />

7. O que se forma na fecundação? Um ovo ou zigoto.<br />

8. O que o desenvolvimento do zigoto produz? Uma planta adulta.<br />

vaso lenhoso<br />

com seiva bruta<br />

vaso liberiano com<br />

seiva elaborada<br />

Planta masculina gameta masculino<br />

Planta feminino<br />

Figura não proporcional ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

fecundação zigoto nova planta<br />

gameta feminino<br />

Ele se une a um gameta feminino.<br />

Da união com um gameta masculino.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 213


214<br />

Reprodução<br />

A reprodução das plantas por meio de esporos é assexuada, pois depende apenas de divisões<br />

sucessivas de uma única célula. Já a formação de gametas e a fecundação caracterizam a<br />

reprodução sexuada.<br />

Todas as plantas se reproduzem dessas duas formas, que ocorrem dentro de um mesmo ciclo<br />

vital. Cada espécie de planta alterna uma geração que se reproduz sexuadamente com outra geração<br />

que se reproduz assexuadamente. Esse fenômeno é conhecido como alternância de gerações.<br />

gametófito<br />

masculino<br />

gametófito<br />

feminino<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

gameta<br />

masculino<br />

Alternância de gerações<br />

fecundação<br />

gameta<br />

feminino<br />

zigoto<br />

esporo<br />

esporo<br />

esporófito<br />

esporófito<br />

O ciclo vital de todas as plantas se realiza com alternância de gerações.<br />

• Reprodução sexuada: o gametófito produz gametas que formam o esporófito.<br />

• Reprodução assexuada: o esporófito produz esporos que formam o gametófito.<br />

O tamanho e a duração relativa das fases de gametófito e esporófito variam de acordo com<br />

o grupo vegetal.<br />

A dispersão dos esporos e as formas de encontro dos gametas também se diferenciam entre<br />

os grupos. Essas características representam adaptações que tornaram possível a propagação dos<br />

vegetais nos diversos tipos de hábitats terrestres.<br />

Saiba mais<br />

As sementes da civilização<br />

esporófito<br />

Dentre as 325 mil espécies de plantas conhecidas, apenas 200 são cultivadas e só 20<br />

formam a base da alimentação humana. As mais importantes são os cereais (trigo, cevada,<br />

centeio, aveia, arroz, milho) e as leguminosas (feijão, soja, lentilha, grão-de-bico, ervilha),<br />

que, além de nos alimentarem, alimentam os animais que criamos.<br />

As plantações de cereais ocupam metade das terras cultivadas do planeta. São ervas de<br />

pouca altura que formam flores que se transformam em frutos, chamados grãos, cada um<br />

com uma semente.


Os cereais alimentam os seres humanos há muito<br />

tempo, pois eram coletados na naturezas antes do início<br />

da agricultura. O trigo, a cevada, a aveia e o centeio<br />

começaram a ser cultivados há 10 mil anos por povos<br />

que viviam onde estão o Líbano, a Turquia, o Iraque e<br />

a Síria. O arroz começou a ser cultivado há 7 mil anos<br />

na China e o milho, há 5 mil, pelos astecas do México.<br />

As sementes das leguminosas também fazem parte<br />

da alimentação diária há muitos séculos e são originárias<br />

de várias partes do mundo. A ervilha é nativa da Europa;<br />

o feijão e o amendoim, das Américas; a soja, do Oriente. Estas são as hastes do trigo. Cada haste<br />

As sementes das leguminosas e os grãos dos cereais abriga vários grãos de trigo.<br />

são alimentos energéticos, pois contêm muito amido<br />

que, depois de digerido, se parte em moléculas de glicose que nossas células usam para obter<br />

energia. Além disso, contêm sais minerais e vitaminas. As leguminosas são ricas em proteínas.<br />

O sucesso desses alimentos deve-se ao fato de poderem ser armazenados por muito tempo<br />

sem estragar. E depois, moídos, formam farinha que se pode transformar na massa do pão.<br />

Adaptado de Rosicler Martins Rodrigues. O mundo das plantas. São Paulo: Moderna, 2001.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

alternância: ora um, ora outro.<br />

dispersão: distanciamento ou espalhamento em relação a um ponto de origem.<br />

lignina: substância resistente produzida pelas plantas.<br />

pneumatóforo: tipo especializado de raiz por meio da qual certas plantas realizam trocas<br />

gasosas com o ar atmosférico.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Cite ao menos uma característica comum a todas as plantas. Elas fazem fotossíntese.<br />

2. Que papel ecológico as plantas costumam desempenhar nos ecossistemas dos quais participam?<br />

Alimentam os consumidores.<br />

3. Quais as características usadas pelos biólogos para classificar as plantas em quatro grupos<br />

diferentes? Vasos condutores, sementes, fruto.<br />

4. Qual o critério utilizado para separar as briófitas das outras plantas?<br />

Elas não têm vasos condutores<br />

nem sementes.<br />

AbleStock<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 215


216<br />

Quer dizer semente<br />

5. O que signifi ca o termo gimnosperma? Dê um exemplo de gimnosperma. nua. Pinheiro.<br />

6. Qual o critério usado para separar as angiospermas de todas as outras plantas?<br />

7. Cite duas funções da água dentro do organismo vegetal. Transporte e fotossíntese.<br />

8. Dê dois exemplos da importância dos sais para as plantas. Formação de proteínas e da clorofi la.<br />

9. Cite as diferenças entre as briófi tas e os outros grupos de plantas em relação aos seguintes<br />

itens:<br />

a. absorção de água Absorvem água por todo o corpo; os outros, pela raiz.<br />

b. estruturas por onde ocorrem as trocas gasosas São os poros; os outros são estômatos.<br />

c. transporte de materiais<br />

10. Qual a diferença de função entre os vasos lenhosos e os liberianos?<br />

11. Nas plantas, o que são esporos e gametas?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Juca estava apaixonado por Cecília.<br />

Um dia resolveu levar um vaso com avenca para ela.<br />

– Ciça, aceite esta planta como prova do meu amor!<br />

Cecília, desapontada, respondeu:<br />

– Mas, Juquinha, os namorados dão fl ores para as<br />

namoradas.<br />

– Não se preocupe, disse Juca. Logo as fl ores vão<br />

nascer.<br />

A avenca vai ter fl ores um dia? Explique sua resposta.<br />

A resposta está na legenda da foto. Se a avenca<br />

é uma pteridófi ta, ela nunca forma fl ores.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

A avenca é uma pteridófi ta do grupo das samambaias.<br />

Elas têm fl ores<br />

e frutos.<br />

É feito célula a célula; os outros, por vasos condutores. Os vasos lenhosos transportam<br />

seiva bruta e os liberianos, seiva<br />

elaborada.<br />

Os esporos são células que formam uma nova planta. Os gametas se<br />

unem para formar uma nova planta.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Procurem exemplares de cada tipo de planta em quintais e jardins. Achem uma briófi ta,<br />

uma pteridófi ta, uma gimnosperma e uma angiosperma.<br />

Observem como é cada uma dessas plantas. Descrevam cada planta.<br />

Desenhem cada exemplar com lápis de cor. Nomeiem as diferentes partes das plantas<br />

que observaram.<br />

Afi xem as descobertas do grupo no mural da classe.<br />

Fabio Colombini


<strong>Capítulo</strong><br />

24<br />

Brió tas: musgos e hepáticas<br />

Muitas pessoas confundem musgos com limo, pois ambos são verdes e crescem sobre<br />

as rochas em locais úmidos.<br />

O limo é muito escorregadio. Ele é formado por algas verdes que se fi xam às pedras.<br />

Estas algas liberam substâncias gelatinosas que tornam as rochas escorregadias.<br />

O musgo também vive em regiões úmidas, às margens de cachoeiras, rios e lagos, De<br />

coloração esverdeada, os musgos são plantas de pequeno porte formadas por estruturas<br />

diminutas, como os fi lídios, caulídios e rizoides. Às vezes, o limo e o musgo vivem sobre<br />

a mesma rocha.<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Musgos cobrindo rochas.<br />

!<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Como podemos diferenciar o limo do musgo?<br />

A que reino pertencem as algas? E os musgos?<br />

As algas verdes fazem fotossíntese. E os musgos?<br />

O limo são algas de estrutura simples, e os musgos são organismos<br />

mais complexos, com uma estrutura defi nida e visíveis a olho nu.<br />

Ao reino das algas, e os musgos, ao reino das plantas.<br />

Ambas fazem.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 217


218<br />

Como são as briófitas<br />

As briófitas são plantas de pequeno porte e organização relativamente simples. Seus representantes<br />

mais conhecidos são os musgos e as hepáticas, que não ultrapassam alguns centímetros<br />

de altura.<br />

O corpo das briófitas é formado por estruturas semelhante a folhas, caules e raízes das plantas<br />

de grande porte. Mas que não possuem vasos condutores. Tais estruturas são chamadas filídios,<br />

caulídios e rizoide, respectivamente.<br />

Os musgos crescem como pequenos talos eretos sobre rochas, troncos ou o solo.<br />

As hepáticas crescem como folhas compridas contra substrato.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Musgos na Mata Atlântica. Ampliados cerca de 4 vezes.<br />

Hepáticas. Ampliadas cerca de 4 vezes.<br />

Fotos: Fabio Colombini


Analise<br />

a ilustração<br />

As briófitas, assim como as demais plantas, realizam o seu ciclo vital em duas gerações:<br />

uma sexuada, que produz gametas, e outra assexuada, que produz esporos.<br />

No caso das briófitas, o gametófito é a geração permanente, que faz fotossíntese. O esporófito,<br />

a geração temporária, forma-se sobre o gametófito feminino e dele obtém alimento.<br />

Observe com atenção o ciclo de vida de um musgo.<br />

gametas<br />

femininos<br />

(oosferas)<br />

gametófito<br />

feminino<br />

gametófito<br />

feminino<br />

Reprodução de musgos<br />

gametófito<br />

masculino<br />

zigoto<br />

1. O que os gametófitos masculinos produzem?<br />

2. O que os gametófitos femininos produzem?<br />

3. Qual é o nome do gameta feminino? Oosfera.<br />

4. Qual é o nome do gameta masculino? Anterozoide.<br />

5. Qual gameta se move: o masculino ou o feminino?<br />

gameta masculino<br />

anterozoide<br />

esporófito<br />

Gametas masculinos.<br />

Gametas femininos.<br />

O masculino.<br />

esporos<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real.<br />

Como você deve ter concluído, o gameta feminino, a oosfera, é imóvel, e o gameta masculino<br />

flagelado, o anterozoide, é móvel.<br />

A fecundação só ocorre se houver um meio líquido que permita a locomoção do anterozoide<br />

até a oosfera. Por isso, a reprodução sexuada das briófitas depende da água.<br />

Da fecundação, origina-se um zigoto que se desenvolve sobre o gametófito e forma um esporófito.<br />

Depois de algum tempo, produz esporos que germinam, gerando novos gametófitos.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 219


220<br />

Ecologia e diversidade<br />

As diferentes espécies de briófi tas são abundantes em fl orestas tropicais, como a Mata Atlântica.<br />

É difícil encontrar indivíduos isolados: os musgos e as hepáticas sempre formam grandes aglomerados<br />

em locais úmidos, madeiras, rochas e solo.<br />

Os “tapetes” de musgos que crescem sobre o solo são importantes na proteção contra a erosão.<br />

O tamanho e a distribuição das briófi tas são infl uenciados pela ausência de um sistema vascular<br />

especializado e pela necessidade de água para fecundação. O transporte de líquidos é feito<br />

de célula para célula. Como está forma é lenta e limitada, o porte elevado torna-se desvantajoso.<br />

Por isso, a maioria das briófi tas tem apenas alguns centímetros de altura. Elas também só prosperam<br />

em locais com muita umidade.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Qual a característica comum a todas as briófi tas que as diferencia dos demais grupos<br />

vegetais? As briófi tas não têm vasos condutores.<br />

2. Como é o corpo das briófi tas? É formado por estruturas semelhantes a folhas, caules e raízes.<br />

3. No ciclo de vida dessas plantas, qual a geração permanente? O gametófi to.<br />

4. Onde se desenvolve o esporófi to das briófi tas? Ele se forma sobre o gametófi to feminino.<br />

5. Em que tipo de hábitat podemos encontrar briófi tas? Sobre o solo, rochas, caules de árvores etc.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

A professora pediu que cada um dos alunos fi zesse um terrário de musgos que durasse<br />

bastante tempo, sem que fosse necessário molhar todos os dias.<br />

Lucas pensou, pensou e resolveu montar um terrário em um vidro largo, com tampa.<br />

Ajude Lucas a montar o terrário. Escreva, passo a passo, como você montaria esse terrário<br />

e como manteria o seu interior sempre úmido.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

O melhor jeito de conhecer as plantas é observá-las em seu hábitat natural.<br />

Procurem com atenção diferentes tipos de briófi tas. Lembrem-se de que essas plantas<br />

são pequenas e vivem em lugares úmidos.<br />

Desenhem ou fotografem o que encontrarem e afi xem no mural da classe.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas


<strong>Capítulo</strong><br />

25<br />

Pteridó tas: samambaias e avencas<br />

Em muitas casas brasileiras, encontramos samambaias e avencas que crescem em vasos<br />

feitos do caule do xaxim (Dicksonia sellowiana), uma samambaia arborescente da<br />

Mata Atlântica. Um pé de xaxim leva cem anos para atingir dois metros de altura.<br />

Atualmente é proibido abater, transportar e vender essa pteridófi ta, pois está ameaçada<br />

de extinção. Hoje, nas fl oriculturas e supermercados, vendem-se vasos de fi bra de coco.<br />

Xaxins, em Friburgo, Santa Catarina, com até 5 m<br />

de altura.<br />

Samambaia cultivada em vaso de xaxim.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 221


222<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

!<br />

Você já viu uma samambaia ou avenca cultivada em xaxim? Resposta pessoal.<br />

Você já viu um vaso de fibra de coco, que substitui muito bem o xaxim?<br />

O xaxim e a samambaia são pteridófitas. Você conhece outras plantas desse grupo?<br />

A samambaia e a avenca florescem? Não.<br />

Elas formam frutos? Não.<br />

Como são as pteridófitas<br />

De estrutura mais complexa do que as<br />

briófitas, as pteridófitas representam o primeiro<br />

grupo de plantas adaptadas à vida<br />

relativamente longe da água. Possuem folhas,<br />

caule e raízes percorridos por vasos lenhosos<br />

e liberianos, que transportam seiva<br />

bruta e elaborada, respectivamente, permitindo<br />

que alcancem alturas maiores, como é<br />

o caso do xaxim.<br />

A maioria das samambaias tem caule<br />

do tipo rizoma, que cresce paralelamente<br />

à superfície do solo e muitas vezes é subterrâneo.<br />

Do rizoma saem as raízes e as folhas.<br />

As folhas jovens são enroladas e vão<br />

se desenrolando à medida que crescem.<br />

Ciclo vital das pteridófitas<br />

Ao contrário das briófitas, entre as pteridófitas<br />

a geração mais duradoura é o esporófito.<br />

As samambaias e avencas são esporófitos.<br />

Na época da reprodução, na face inferior<br />

das folhas de samambaia formam-se<br />

pontos escuros: os soros. Eles são agrupamentos<br />

de estruturas produtoras de esporos.<br />

Estes esporos são lançados no ar e, se<br />

caírem em local úmido e sombreado, germinam,<br />

dando origem ao gametófito.<br />

O gametófito das pteridófitas tem cerca<br />

de 1 cm de altura e forma de coração; produz,<br />

em sua face inferior, gametas masculino<br />

(anterozoide) e feminino (oosfera).<br />

rizoma (caule)<br />

Esquema da samambaia<br />

Folha da samambaia com soros.<br />

Resposta pessoal.<br />

folha<br />

raízes<br />

Avenca,<br />

salvínia.<br />

Figura não proporcional ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real.<br />

Cícero Soares<br />

Fabio Colombini


A fecundação depende da<br />

água, pois nela o anterozoide<br />

flagelado se desloca até a oosfera.<br />

Ela é fecundada e forma-<br />

-se o zigoto, que origina o<br />

esporófito que se desenvolve<br />

sobre o gametófito, do qual<br />

depende para sobreviver.<br />

Em pouco tempo, o esporófito<br />

desenvolve raízes, fixa-se<br />

ao solo, passando a ter vida<br />

independente. Suas folhas desenvolvem<br />

esporos que podem<br />

germinar, dar origem a novos<br />

gametófitos e recomeçar o ciclo.<br />

Ecologia das<br />

pteridófitas<br />

Selaginela.<br />

anterozoide<br />

Ciclo na samambaia<br />

anterozoide<br />

fecundação zigoto<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real.<br />

Cores-fantasia.<br />

Salvínia, pteridófita aquática.<br />

esporos<br />

gametófito<br />

esporófito jovem<br />

germinação<br />

de esporo<br />

folhas com<br />

soros<br />

esporófito<br />

adulto<br />

Embora os representantes mais conhecidos das pteridófitas sejam as samambaias e avencas,<br />

esse grupo inclui espécies menos conhecidas, como a selaginela e a salvínia.<br />

As pteridófitas são encontradas em lugares úmidos e sombreados, como no interior de florestas<br />

e perto de lagos e rios. Muitas espécies são epífitas.<br />

A presença de um eficiente sistema de vasos condutores da seiva permite que algumas<br />

espécies de pteridófitas atinjam grande porte. É o caso do xaxim.<br />

Também eram de grande porte as pteridófitas que formaram as primeiras florestas da Terra,<br />

há mais de 300 milhões de anos. Muitas dessas plantas foram soterradas em pântanos e não<br />

foram decompostas. Depois de milhões de anos, esse material se converteu em depósitos de carvão<br />

mineral (hulha) usado como combustível nas indústrias.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Cícero Soares<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 223


224<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Faça uma entrevista com quem cultiva samambaias e avencas. Procure descobrir como<br />

deve ser a terra para o cultivo, onde as plantas devem ser colocadas, quanto tempo vivem.<br />

Pergunte se a pessoa já observou os soros das samambaias e a pequena planta em forma<br />

de coração que nasce nos vasos algum tempo depois que os soros se abrem.<br />

Se você encontrar samambaias com soros, recolha alguns em uma folha de papel e<br />

ponha o pozinho que sai deles (são os esporos) sobre um caco de telha colocado em um<br />

pires com água. Mantenha o pires sempre cheio e observe a germinação dos soros.<br />

Logo você terá um gametófito em forma de coração.<br />

Uma folha nova de samambaia, ainda se desenrolando.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

epífita: diz-se de planta que vive sobre outras plantas.<br />

subterrâneo: que está debaixo da terra.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

AbleStock


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Como se organiza o corpo das pteridófitas? Caule, folha e raízes.<br />

2. Como você justificaria o fato de as pteridófitas atingirem tamanho muito maior do que<br />

as briófitas? Deve-se à presença de um eficiente sistema de vasos condutores da seiva.<br />

3. Qual é a geração mais duradoura no ciclo de vida das pteridófitas? Esporófito.<br />

Agrupamento de estruturas produtoras<br />

4. O que são os soros, presentes nas folhas das samambaias? de esporos.<br />

5. Como é o gametófito das samambaias? Tem a forma de um coração.<br />

6. Considere os ciclos vitais de briófitas e pteridófitas. Aponte uma semelhança e uma di-<br />

Semelhança: ambas possuem alternância de gerações. Diferença:<br />

ferença entre os dois ciclos. o esporófito das pteridófitas é a fase mais duradoura.<br />

7. Em que tipo de hábitat encontramos pteridófitas? Úmidos e sombreados.<br />

8. Que pteridófita era utilizada para cultivo de outras plantas? O xaxim.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

João estava em um churrasco e no meio da conversa alguém disse que o carvão da churrasqueira<br />

era mineral, por isso era difícil de acender.<br />

Alguém perguntou qual o melhor carvão para churrasco e a pessoa respondeu que é o<br />

carvão vegetal, obtido pela queima da madeira em fornos fechados, com pouco oxigênio.<br />

Esse tipo de carvão logo pega fogo.<br />

Então, todos queriam saber como se formou o carvão mineral, mas ninguém sabia responder.<br />

Aplique seus conhecimentos e explique a todos como se formou o carvão mineral.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

O xaxim é uma pteridófita em extinção por causa da sua exploração para uso em<br />

jardinagem.<br />

Reúna seu grupo e pesquise que alternativas estão sendo encontradas para substituir<br />

essa planta na produção de vasos. Faça um mural com essas sugestões.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 225


226<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

26<br />

Gimnospermas: pinheiros e ciprestes<br />

João, nascido em Santa Catarina, colhe pinhas para vender os pinhões. Esta é uma tarefa<br />

difícil, porque a araucária tem uns 20 metros de altura.<br />

João derruba as pinhas com uma vara e depois recolhe cada uma. Um pinheiro rende umas<br />

80 pinhas, cerca de 50 quilos de pinhão.<br />

Não é só o João que está atrás das pinhas. O ouriço-caixeiro, por exemplo, sobe até a copa<br />

da árvore e rói a pinha, sem derrubá-la. A lista de animais que gostam de pinhão inclui também<br />

veados, capivaras, pacas, macacos, preás, esquilos, perdizes e cutias, papagaios e gralhas.<br />

As cutias e a gralha-azul são as principais responsáveis pela disseminação das araucárias.<br />

Os macacos justifi cam, inclusive, o nome das últimas pinhas que amadurecem, entre o fi m de<br />

julho e meados de agosto. Como essas pinhas não caem das árvores, só eles conseguem chegar<br />

até elas. Por isso, essas pinhas são chamadas de pinhão de macaco.<br />

Nas festas juninas, o pinhão faz parte das guloseimas apreciadas pelas pessoas. Cozida ou<br />

assada, ninguém rejeita essa deliciosa semente.<br />

Os pinhões alimentam muitos animais, que ajudam a dispersar essa árvore.<br />

Fabio Colombini<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Você já comeu pinhão?<br />

Você já viu uma pinha?<br />

Como é uma araucária?<br />

O que tem dentro do pinhão?<br />

Como são as gimnospermas<br />

As maiores e mais duradouras árvores conhecidas são as gimnospermas. Existem sequoias<br />

de até 112 metros de altura e pinheiros com 4 mil anos.<br />

Os pinheiros são representantes típicos das gimnospermas. Eles têm raízes, caule e folhas<br />

bem desenvolvidos e percorridos internamente por um sistema vascular eficiente. Apresentam<br />

crescimento em espessura: seu caule do tipo tronco atinge alguns metros de diâmetro. As<br />

estruturas reprodutivas são os estróbilos, que dão origem a sementes.<br />

As gimnospermas adultas produzem estróbilos na ponta dos ramos. Os estróbilos produzem<br />

esporos. Portanto, o pinheiro é um esporófito.<br />

O pinheiro-do-paraná tem estróbilos femininos em uma árvore e estróbilos masculinos em<br />

outra árvore. O pinheiro chamado pinheiro de Natal tem estróbilos masculinos e femininos na<br />

mesma árvore.<br />

Os estróbilos masculinos, menores do que os femininos, formam esporos, que germinam e<br />

originam grãos de pólen. Os estróbilos femininos produzem esporos que permanecem presos<br />

no esporófito e dão origem ao gametófito feminino, onde está a oosfera.<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

estróbilo masculino<br />

Estróbilos do pinheiro<br />

estróbilo feminino<br />

esporos<br />

grão de<br />

pólen<br />

gametófito<br />

feminino<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 227


228<br />

Os grãos de pólen são<br />

carregados pelo vento ou<br />

por animais. Se pousarem sobre<br />

gametófitos femininos,<br />

continuam a germinação e<br />

formam um pequeno tubo<br />

que cresce por dentro do<br />

gametófito feminino em direção<br />

à oosfera.<br />

Ocorrida a fecundação,<br />

desenvolve-se o embrião e<br />

forma-se a semente. Cada<br />

estróbilo feminino abriga<br />

várias sementes e passa a<br />

receber o nome de pinha<br />

ou cone, que, após algum<br />

tempo, rompe-se liberando<br />

as sementes.<br />

A semente das gimnospermas,<br />

rica em substâncias<br />

nutritivas, é revestida por<br />

um material resistente. Com<br />

isso o embrião fica protegido<br />

e alimentado. Caindo no<br />

chão, as sementes podem<br />

germinar e dar origem a novos<br />

esporófitos.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

1. No ciclo dos pinheiros, qual o nome da geração duradoura?<br />

2. Quanto tempo vive o esporófito dos pinheiros?<br />

3. Os gametófitos são pequenos ou grandes?<br />

4. Onde ocorre a fecundação?<br />

5. As gimnospermas precisam de um meio aquático para reprodução?<br />

6. Como os grãos de pólen são dispersados?<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

estróbilo masculino<br />

grãos de pólen<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Na oosfera do estróbilo.<br />

Ciclo de vida do pinheiro<br />

São pequenos.<br />

semente<br />

esporófito<br />

oosfera<br />

esporófito jovem<br />

Esporófito.<br />

estróbilo feminino<br />

oosfera fecundada<br />

Existem alguns pinheiros que chegam a 4 mil anos.<br />

Pelo vento e por pequenos animais.<br />

Não precisam.<br />

Cícero Soares


Fabio Colombini<br />

Ecologia e diversidade<br />

A presença de um eficiente sistema de vasos condutores<br />

e a independência da água para a reprodução são<br />

características que permitem às gimnospermas ocupar<br />

um amplo leque de hábitats mais variados do que aqueles<br />

ocupados por briófitas e pteridófitas.<br />

As diferentes espécies de pinheiros formam extensas<br />

florestas nas regiões temperadas: suas pequenas folhas<br />

em forma de agulha mantêm-se verdes mesmo durante<br />

invernos rigorosos. No Brasil, temos as araucárias, que<br />

formavam florestas extensas nas regiões Sul e Sudeste.<br />

Hoje, essas florestas estão bastante descaracterizadas,<br />

devido principalmente ao desflorestamento para a ex-<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

tração de madeira e a formação de pastos.<br />

Araucárias, também chamadas pinheiro-<br />

-brasileiro ou pinheiro-do-paraná.<br />

Os pinheiros de diferentes espécies servem de abrigo<br />

e fonte de alimento para muitos animais. Em seus galhos e troncos é comum encontrar ninhos<br />

de aves e tocas de pequenos animais mamíferos, como os esquilos. Esses animais utilizam suas<br />

sementes como alimento. Muitas delas caem em solo úmido e germinam. Assim, tanto as plantas<br />

como os animais se beneficiam dessa relação.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Embora o crescimento das araucárias seja um processo muito lento, a germinação<br />

de suas sementes (a pinha) é um processo simples e rápido. Se julgar<br />

pertinente, aproveite a época de colheita (abril-maio), quando as pinhas são<br />

encontradas no comércio com mais facilidade, e organize com os alunos uma<br />

atividade experimental envolvendo a germinação dessas sementes.<br />

Durante o Natal, muita gente decora as casas com pinhas e pinheiros de natal. Algumas<br />

pessoas até põem algodão ou isopor moído sobre os galhos para imitar a neve, embora, no<br />

Brasil, o Natal aconteça no verão.<br />

Nessa época, as pessoas do hemisfério Norte comem nozes e castanhas, alimentos energéticos<br />

que ajudam a suportar o frio intenso. No Brasil, algumas pessoas também têm esse<br />

costume, apesar do calor.<br />

Faça uma pesquisa para descobrir por que muitos brasileiros copiaram esses costumes<br />

de países de regiões frias. Afixe suas pesquisa no mural da classe.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

araucária: gimnosperma típica do Brasil.<br />

estróbilo: estrutura reprodutiva das gimnospermas, também chamadas cone.<br />

pinha: diz-se do estróbilo fecundado (com sementes) das gimnospermas.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 229


230<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Quais as características comuns a todas as gimnospermas?<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

3. O grão de pólen levado pelo vento encontra a oosfera do estróbilo. O<br />

grão de pólen germina, formando o tubo polínico, que cresce. A oosfera<br />

é fecundada e formam-se as sementes.<br />

A fase duradoura é a do esporófi to.<br />

Os gametófi tos têm forma de pinha e<br />

produzem grãos de pólen.<br />

Formação de tubo polínico.<br />

Formação de sementes.<br />

2. Como se chama a estrutura reprodutiva do esporófi to das gimnospermas?<br />

3. Como e onde ocorre a fecundação no ciclo vital das gimnospermas?<br />

4. Em comparação com o ciclo de vida de briófi tas e pteridófi tas, que características das<br />

gimnospermas seria uma inovação para enfrentar a falta de água? Justifi que.<br />

5. Qual é a gimnosperma que ocorre no sul do Brasil? Araucária, típica das fl orestas do sul de São Paulo até<br />

o Rio Grande do Sul.<br />

6. Existe uma relação positiva entre pinheiros e pequenos animais. Quais as vantagens de<br />

cada um nessa relação?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

A gralha-azul vive em fl orestas com araucária e<br />

se alimenta de pinhões.<br />

1. Por que a gralha-azul é a ave símbolo do Estado<br />

do Paraná?<br />

2. Qual a relação dessa ave com a araucária?<br />

3. A destruição da fl orestas com araucária afeta a<br />

sobrevivência da gralha-azul?<br />

4. A extinção da gralha-azul afeta a sobrevivência<br />

das araucárias?<br />

(4) Os gametas masculinos são transportados pelo<br />

vento ou por animais pequenos.<br />

Estróbilos.<br />

Enquanto os pinheiros servem de abrigo e fonte de alimento para pássaros e esquilos,<br />

estes animais são responsáveis pela dispersão das suas sementes e pólen.<br />

Esta ave é considerada um agente dispersor em<br />

potencial das sementes do pinheiro.<br />

Ela se alimenta, enterra os pinhões e colabora para a germinação<br />

das sementes.<br />

Sim, pois acaba com seu alimento.<br />

Sim, pois, sem o agente dispersor,<br />

fi cará mais difícil ocorrer a<br />

germinação das sementes.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Gralha-azul, ave símbolo do Paraná.<br />

Em algumas regiões do Brasil, planta-se Pinus elliotis para fi ns comerciais. São grandes<br />

extensões de terra plantadas somente com essa espécie de planta. A plantação resultante<br />

torna-se uma monocultura, com diversidade de espécies de animais. Pesquisem por que ela<br />

não atrai animais de espécies variadas.<br />

Fabio Colombini


<strong>Capítulo</strong><br />

27<br />

Angiospermas: plantas frutíferas<br />

Pepino e tomate são frutos, mas muitos os chamam de legumes.<br />

A vagem é um fruto que, em botânica, tem o nome de legume.<br />

As frutas são frutos de sabor adocicado.<br />

O caju parece fruto, mas não é. O abacaxi e o morango são conjuntos de frutos.<br />

Afi nal, o que é fruto?<br />

Pepino.<br />

Morango.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Em termos estritamente biológico,<br />

o fruto é um meio para as sementes<br />

serem espalhadas. Essa dispersão<br />

acontece quando os animais comem o<br />

fruto e levam as sementes para longe<br />

da planta-mãe. As sementes brotam e<br />

formam novas plantas.<br />

Tomate.<br />

Fotos: AbleStock<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 231


232<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

!<br />

Você gosta dos frutos das fotos? Resposta pessoal.<br />

Que outros frutos são conhecidos como legumes?<br />

Que frutas você come? Resposta pessoal.<br />

Qual a função dos frutos na planta?<br />

Como o fruto se forma?<br />

estame<br />

(androceu)<br />

estilete<br />

ovário<br />

óvulo<br />

antera<br />

estilete<br />

Abóbora, jiló, abobrinha, berinjela etc.<br />

Garantir a proteção e a dispersão das sementes.<br />

A partir da fecundação, os ovários das flores formam frutos.<br />

Como são as angiospermas<br />

As angiospermas são plantas herbáceas ou lenhosas, encontradas nos mais diferentes tipos<br />

de hábitats, como aquático, árido, de montanha, gelado, de litoral. Sua característica distintiva<br />

mais notável são as flores e os frutos.<br />

A flor é um ramo modificado, curto, com folhas especiais: as sépalas (geralmente verdes) e<br />

as pétalas (geralmente coloridas), os estames representam o aparelho reprodutor masculino da<br />

flor (androceu), os pistilos representam o aparelho reprodutor feminino (gineceu).<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Esquema das partes constituintes de uma flor<br />

Observar que nem todos os visitantes florais são polinizadores; ao contrário, muitos<br />

são apenas “ladrões” (pilhadores) de néctar ou pólen.<br />

estigma<br />

sépala<br />

pétala<br />

pistilo (gineceu)<br />

Material suplementar<br />

a respeito da biologia<br />

da polinização<br />

pode ser encontrado<br />

no Manual do<br />

Professor.<br />

Se achar apropriado,<br />

leia-o e discuta-o<br />

com os alunos.<br />

A maioria das flores é hermafrodita: tem ao mesmo tempo as estruturas masculina e feminina.<br />

Mas há também flores que apresentam apenas gineceu: as femininas; e aquelas que apresentam<br />

somente androceu: as masculinas. Assim, entre as angiospermas existem espécies com flores<br />

hermafroditas. Em outras, um pé tem só flores masculinas e outro, só flores femininas.<br />

Luis Moura


Figuras não proporcioais ao tamanho real.<br />

Planta de sexos separados<br />

flores masculinas flores femininas<br />

As pétalas protegem as estruturas reprodutivas. As pétalas, quando de colorido intenso e variado,<br />

desempenham também a função de atrair visitantes, como insetos e aves, alguns dos quais podem<br />

contribuir para a polinização. A polinização é a etapa da reprodução das angiospermas em que os<br />

grãos de pólen são liberados pelas anteras e levados até o estigma da flor. Esse transporte pode ser<br />

realizado pelo vento, pela água ou por animais, incluindo insetos, aves e morcegos.<br />

Após a polinização, o grão de pólen germina sobre o estigma produzindo o tubo polínico, que<br />

cresce em direção ao óvulo.<br />

No ciclo vital das angiospermas, a geração duradoura é o esporófito.<br />

Os gametófitos são microscópicos: o masculino está representado pelo tubo polínico, enquanto<br />

o feminino se constitui de poucas células dentro de óvulo.<br />

Além de muitos pequenos, os gametófitos duram somente<br />

o tempo necessário para que ocorra a fecundação.<br />

Na maioria das vezes a fecundação é cruzada: o grão<br />

de pólen de uma flor germina sobre o estigma de outra,<br />

da mesma planta ou de uma planta vizinha.<br />

Dentro do óvulo, um dos núcleos do tudo polínico fecunda<br />

a oosfera, formando o zigoto e daí o embrião.<br />

Na plantas, portanto, o que chamamos de óvulo não é<br />

um gameta. Dentro do óvulo, está o gametófito feminino<br />

com a oosfera, este sim o gameta feminino.<br />

Cada oosfera fecundada dá origem a um embrião.<br />

Uma semente típica é constituída por um embrião, um tecido<br />

nutritivo e um envoltório protetor. Ao mesmo tempo<br />

grão de pólen<br />

Figuras não proporcionais<br />

ao tamanho real.<br />

Cores-fantasia.<br />

ovário<br />

óvulo<br />

Esquema de fecundação na flor<br />

tubo polínico<br />

Fecundação<br />

gineceu fruto<br />

A abelha coleta pólen e néctar na flor e<br />

leva para a colmeia.<br />

em que os óvulos dão origem às sementes, o ovário também se desenvolve, originando o fruto, estrutura<br />

exclusiva das angiospermas.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real.<br />

semente<br />

Luis Moura<br />

Luis Moura<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 233


234<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

Na ilustração está representado<br />

o ciclo de vida do<br />

hibisco, também conhecido<br />

como sapateira.<br />

Observe a ilustração e<br />

descreva como é o ciclo de<br />

vida do hibisco.<br />

Troque sua descrição<br />

com seu colega de grupo e<br />

analise a descrição que ele<br />

fez desse ciclo.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

esporófito<br />

adulto<br />

esporófito<br />

jovem<br />

semente<br />

Figuras não proporcionais ao<br />

tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Ciclo de vida do hibisco<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

flor<br />

androceu<br />

gineceu<br />

grãos de<br />

pólen<br />

fecundação da<br />

oosfera<br />

Em sentido amplo, o fruto das angiospermas pode ser definido como toda e qualquer estrutura<br />

que contenha sementes. Nesse sentido, podemos dizer que os frutos compõem-se de duas partes: a(s)<br />

semente(s) e o “resto”. O “resto” é chamado pericarpo.<br />

Os frutos são classificados em vários tipos. Em linhas<br />

gerais, contudo, podemos agrupá-los em quatro catego-<br />

rias fundamentais, levando em conta dois critérios básicos:<br />

a consistência do pericarpo e a descência do fruto. No<br />

primeiro caso, os frutos podem ser secos ou carnosos; o<br />

segundo caso, eles podem ser deiscentes ou indeiscentes.<br />

Diz-se que um fruto é carnoso quando as suas sementes<br />

estão envolvidas por um pericarpo bem desenvolvido,<br />

formando uma polpa comestível. Diz-se que o fruto é seco<br />

quando as suas sementes estão envolvidas por um pericarpo<br />

simples e fibroso desprovido de polpa.<br />

Frutos deiscentes são aqueles que naturalmente se<br />

rompem na maturidade, expondo as sementes. Por sua<br />

vez, frutos indeiscentes são aqueles que nunca se rompem,<br />

mantendo assim as sementes sempre no interior do pericarpo.<br />

Quando estão maduros, os frutos do dente-de-leão<br />

são facilmente levados pelo vento.<br />

Os frutos carnosos em geral nunca se abrem na maturidade, enquanto os frutos secos se abrem,<br />

expondo as sementes. Frutos carnosos e indeiscentes costumam ser consumidos por animais, alguns<br />

dos quais podem funcionar como agentes dispersores. As sementes dos frutos secos e deiscentes, pelo<br />

contrário, costumam ser espalhadas pelo vento ou pela água.<br />

Luis Moura<br />

AbleStock


Ecologia e diversidade<br />

As angiospermas formam o grupo mais numeroso do Reino Vegetal. São cerca de 250 mil<br />

espécies com formas e tamanhos variados.<br />

Além das adaptações representadas pelos diferentes mecanismos de polinização e de distribuição<br />

de frutos e sementes, essas plantas exibem raízes, caules e folhas dos mais variados tipos.<br />

Diversidade de raízes<br />

A maioria das angiospermas possui raízes terrestres e<br />

subterrâneas. Mas também há plantas com raízes aéreas<br />

e aquáticas.<br />

As plantas terrestres podem ter uma raiz principal<br />

bem desenvolvida, que cresce verticalmente para baixo<br />

(raiz axial), ou um sistema de muitas raízes semelhantes<br />

(raiz fasciculada). O abacateiro, a laranjeira, o algodoeiro<br />

e a roseira são exemplos de plantas com raiz axial.<br />

Têm raiz fasciculada a cana-de-açúcar, o milho e diversos<br />

tipos de grama.<br />

Muitas angiospermas possuem raízes que acumulam<br />

grande quantidade de substâncias nutritivas. Essas<br />

raízes bastante desenvolvidas são chamadas tuberosas,<br />

e podem corresponder à raiz principal, como no caso da<br />

cenoura, da beterraba e do rabanete. Também podem<br />

originar-se raízes secundárias, como na mandioca e na<br />

batata-doce.<br />

Algumas plantas possuem raízes adventícias, como<br />

as raízes escoras encontradas em árvores que crescem<br />

em manguezais e as raízes tabulares comuns em árvores<br />

grandes, como as figueiras. As raízes grampiformes<br />

são encontradas em plantas trepadoras, como a hera.<br />

As raízes aéreas de plantas epífitas, como as bromélias<br />

e as orquídeas, crescem envolvendo o tronco das<br />

plantas que lhes servem de apoio. Por vezes essas raízes<br />

se desenvolvem tanto que chegam a matar, por estrangulamento,<br />

a planta hospedeira: é o caso de muitas espécies<br />

de cipó.<br />

As plantas parasitas, como o cipó-chumbo e a erva-<br />

-de-passarinho, possuem raiz sugadora, que penetra<br />

no caule de outra planta, sugando a sua seiva.<br />

Há também as raízes respiratórias (pneumatóforos),<br />

mencionadas no capítulo 23, encontradas em árvores<br />

que crescem no mangue.<br />

Ao contrário do que se costuma imaginar, o número de espécies de plantas que vivem<br />

como parasitas é expressivo. Calcula-se que ao menos 3 mil espécies viventes de angiospermas<br />

sejam parasitas. Algumas são inteiramente heterotróficas, vivendo exclusivamente<br />

dos nutrientes que conseguem drenar da planta hospedeira (como é o caso do<br />

cipó-chumbo), enquanto outras exploram uma hospedeira ao mesmo tempo em que<br />

continuam fazendo fotossíntese (como a erva-de-passarinho).<br />

Fotos nåo proporcionais ao tamanho real.<br />

Raízes que armazenam reservas: mandioquinha,<br />

beterraba, nabo, cenoura e mandioca.<br />

Raízes que escoram a planta do mangue.<br />

Espécie conhecida como mata-pau, com raízes<br />

que estrangulam a planta hospedeira.<br />

Cipó-chumbo, com raízes que sugam a seiva<br />

elaborada da planta sobre a qual vive.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 235


236<br />

Diversidade de caules<br />

O caule é a parte da planta que sustenta as<br />

folhas, as flores e os frutos. Além disso, conduz a<br />

seiva bruta da raiz até as folhas e a seiva elaborada<br />

das folhas para as demais partes de planta.<br />

A extremidade do caule, ou dos seus vários<br />

ramos, abriga uma região muito especial. É chamada<br />

de gema apical, cujas células estão sempre<br />

se dividindo, permitindo assim que o caule e os<br />

ramos cresçam em extensão.<br />

Levando em conta o local onde se desenvolvem,<br />

os caules podem ser aéreos, subterrâneos<br />

ou aquáticos. Em cada um desses meios ocorrem<br />

formas diversas.<br />

Os caules subterrâneos são geralmente armazenadores<br />

de substâncias de reserva. Eles podem<br />

ser rizomas, tubérculos ou bulbos.<br />

Os rizomas se desenvolvem próximo à superfície<br />

e originam ramos aéreos ou tufos de folhas.<br />

A bananeira e as diferentes espécies de grama<br />

possuem caule desse tipo. Os tubérculos são a<br />

batatinha e o cará, que acumulam grande quantidade<br />

de substâncias alimentares. Os bulbos incluem<br />

a cebola, o lírio, a palma-de-santa-rita e<br />

o alho.<br />

O tronco é o caule da maioria das árvores.<br />

Ele é bem desenvolvido e com ramificações em<br />

seu ápice. A estipe é um caule sem ramificações,<br />

com um tufo de folhas em sua extremidade superior,<br />

como no coqueiro. O colmo é um caule<br />

com nós e entrenós bem nítidos e sem ramificações,<br />

como no bambu. A haste é o caule das<br />

plantas pequenas e delicadas.<br />

O caule rastejante se desenvolve sobre o<br />

solo e dele saem raízes e ramos. A abóbora tem<br />

caule rastejante. O caule trepador é de plantas<br />

que crescem sobre suportes, como o chuchu.<br />

Podem apresentar gavinhas. As angiospermas<br />

aquáticas, como a vitória-régia e o aguapé,<br />

apresentam caule geralmente clorofilado e de<br />

estrutura esponjosa.<br />

Algumas plantas apresentam estruturas caulinares<br />

modificadas. O caule suculento dos cactos<br />

armazena água, permitindo que essas plantas<br />

sobrevivam em regiões áridas. Os espinhos<br />

do limoeiro são modificações do caule.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Fabio Colombini<br />

Fotos nåo proporcionais ao tamanho real.<br />

Caule tipo bulbo.<br />

Caule rastejante.<br />

Gavinha do chuchuzeiro.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Caule tipo estipe.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini


Diversidade de folhas<br />

Uma folha completa apresenta três<br />

regiões distintas: limbo, pecíolo e bainha.<br />

Em muitas espécies de plantas as folhas são<br />

incompletas e não apresentam todas essas<br />

partes.<br />

O limbo tem forma de lâmina achatada<br />

e é percorrido pelas nervuras, que são ramificações<br />

dos vasos condutores; o pecíolo<br />

liga o limbo ao caule e tem sua base alargada,<br />

a bainha.<br />

As folhas de milho não têm pecíolo, mas<br />

sua bainha é muito desenvolvida e abraça<br />

o caule.<br />

As folhas de fumo não têm bainha nem<br />

pecíolo, prendendo-se o limbo diretamente<br />

ao caule.<br />

A disposição das nervuras é uma outra<br />

característica usada para diferenciar as angiospermas.<br />

Plantas como o milho, a cana-<br />

-de-açúcar e o lírio possuem folhas com<br />

nervuras paralelas. O hibisco, o morango, a<br />

videira, o fumo, o sabugueiro – e uma infinidade<br />

de outras plantas – possuem folhas<br />

com nervuras ramificadas.<br />

Existem angiospermas com folhas compostas,<br />

nas quais o limbo se subdivide e forma<br />

estruturas foliares menores, chamadas<br />

folíolos.<br />

A diversidade de folhas também é grande<br />

em relação à forma, disposição no caule,<br />

tipos de bordo. Existem folhas que não<br />

parecem folhas: são as modificadas, adaptadas<br />

a condições ambientais ou a funções<br />

especiais. Os espinhos dos cactos são folhas<br />

modificadas que não transpiram e servem<br />

de proteção.<br />

A flor-de-papagaio e a primavera têm<br />

brácteas: folhas modificadas com a função<br />

de proteger as estruturas reprodutivas das<br />

flores. Sua coloração intensa atrai insetos e<br />

aves, importantes para a polinização.<br />

Fotos nåo proporcionais ao tamanho real.<br />

Partes da folha.<br />

Folha com nervuras paralelas.<br />

Folhas com folíolos.<br />

Pecíolo<br />

Bainha<br />

Limbo Fotos: AbleStock<br />

Folha com uma nervura central e nervuras que dela saem.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 237


238<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Plantas medicinais<br />

Supõe-se que as primeiras plantas cultivadas tenham sido<br />

escolhidas para fins medicinais. Afinal, eram o principal recurso<br />

que existia para aliviar as dores e tratar enfermidades.<br />

Hoje, cerca de 70 mil espécies estão catalogadas como<br />

curativas e de apenas 95 delas a indústria farmacêutica<br />

extrai 7 mil substâncias para produzir medicamentos.<br />

Uma das maiores reservas de plantas medicinais do planeta<br />

é a Floresta Amazônica, e ninguém conhece tão bem a<br />

utilidade de cada planta quanto os indígenas e caboclos da<br />

região. Se esse conhecimento for perdido e a floresta destruída,<br />

a humanidade vai desperdiçar substâncias preciosas<br />

para tratar seus problemas de saúde.<br />

Boldo. O chá feito de suas folhas é<br />

usado como tratamento auxiliar de<br />

problemas no fígado.<br />

Cientistas de todas as partes do mundo pesquisam das plantas medicinais da região e o<br />

seu uso.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Na região onde você vive, faça um levantamento das plantas medicinais utilizadas pela<br />

comunidade. Anote o nome e a função de cada uma delas.<br />

Peça para as pessoas um ramo de cada planta investigada. Coloque esse ramo entre<br />

folhas de jornal para secar. Antes, porém, faça um desenho de observação desse ramo.<br />

Com seus colegas de grupo, faça um cartaz ou livro sobre plantas medicinais da região.<br />

A folha relativa a cada planta deve conter o ramo seco, o desenho, o nome da planta e para<br />

que ela serve.<br />

Diversidade de flores<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

A flor contém o aparelho reprodutor das angiospermas. Depois da fecundação, que ocorre<br />

dentro do gineceu, caem as pétalas e os estames. Como vimos antes, o ovário se desenvolve e<br />

forma o fruto, enquanto os óvulos fecundados dão origem às sementes.<br />

As flores se diferenciam quanto à existência ou não de seus elementos e quanto ao número<br />

de elementos. Muitas flores se desenvolvem isoladas, sendo chamadas de flores simples, como<br />

Fabio Colombini


o lírio, a flor de laranjeira, a flor do hibisco, a violeta. Quando as flores se desenvolvem agrupadas<br />

no mesmo eixo, formam um conjunto chamado de inflorescência, que compõe arranjos diversos.<br />

Quando as flores não têm pedúnculo e se prendem diretamente ao eixo principal, cobrindo<br />

toda a sua superfície, formam inflorescências chamadas de espiga, como o trigo e o milho.<br />

O trigo também é uma inflorescência, mas do tipo espiga.<br />

Girassol.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

A margarida e o girassol são inflorescências chamadas capítulo, com o eixo achatado, em torno<br />

do qual se prendem brácteas parecidas com pétalas: as flores cobrem sua superfície superior.<br />

O cacho é uma inflorescência formada por flores pedunculadas, presas em alturas diferentes,<br />

em torno de um ramo.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

A salsinha e a erva-doce são plantas com inflorescência em forma de umbela (guarda-chuva).<br />

Do ramo principal saem ramificações de mesmo tamanho, que terminam em pequenas flores e<br />

ficam, assim, todas num mesmo nível.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 239


240<br />

Diversidade de frutos<br />

Como foi dito antes os frutos apresentam basicamente duas partes: pericarpo e semente. O<br />

pericarpo, originado a partir das paredes do ovário, diferencia-se em três camadas: epicarpo,<br />

mesocarpo e endocarpo. O epicarpo é mais externo, formando a casca do fruto.<br />

O mesocarpo, geralmente espesso, corresponde à camada comestível de frutos como o abacate<br />

e a azeitona.<br />

O endocarpo é a camada mais interna que envolve a semente: pode ser fibroso, como no abacate;<br />

ou duro, formando um caroço em torno da semente, como na azeitona; pode, ainda, como<br />

na laranja, ser espesso e comestível.<br />

feijão<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Estrutura de alguns frutos<br />

Azeitona Pêssego Laranja<br />

epicarpo<br />

endocarpo<br />

semente<br />

mesocarpo<br />

Figuras nåo proporcionais ao tamanho real.<br />

epicarpo<br />

endocarpo<br />

semente<br />

mesocarpo<br />

epicarpo<br />

endocarpo<br />

semente<br />

mesocarpo<br />

A espessura e a dureza do pericarpo permitem classificar os frutos em secos ou carnosos, como<br />

vimos antes. O milho, o arroz, castanha-do-pará, feijão e amendoim são exemplo de frutos secos. O<br />

abacate, mamão, laranja, tomate, manga e pêssego são exemplos de frutos carnosos, nos quais o<br />

mesocarpo ou endocarpo são desenvolvidos e comestíveis.<br />

Fruto seco Fruto carnoso<br />

Figuras nåo proporcionais ao tamanho real.<br />

tomate Luis Moura<br />

Nem toda fruta é originada de uma fecundação. É o caso da banana, cujo ovário se desenvolve<br />

sem que os óvulos sejam fecundados. Esse processo é chamado partenocarpia.<br />

Luis Moura


Cícero Soares<br />

Infrutescência<br />

abacaxi<br />

semente<br />

fruto<br />

Pseudofruto<br />

pedúnculo da flor<br />

Figura não proporcional ao tamanho real. Cores fantasia. Figura não proporcional ao tamanho real. Cores fantasia.<br />

Flores simples originam frutos simples. Inflorescências<br />

podem originar frutos compostos,<br />

como no caso do abacaxi.<br />

A semente<br />

Pseudofruto<br />

Estrutura de uma semente<br />

semente<br />

tegumento<br />

maçã<br />

endosperma<br />

(ou amêndoa)<br />

cotilédone<br />

embrião<br />

Luis Moura<br />

receptáculo floral<br />

fruto<br />

semente<br />

Luis Moura<br />

caju<br />

Há frutas que não são frutos, como o caju,<br />

que se origina a partir do pedúnculo da flor.<br />

A parte comestível da<br />

maçã é resultado do desenvolvimento<br />

do receptáculo<br />

floral. O fruto com sementes,<br />

originado a partir do ovário,<br />

é a parte que não comemos.<br />

Material suplementar a respeito da biologia de sementes pode ser encontrado no Manual<br />

do Professor. Se achar apropriado, leia-o e discuta-o com os alunos.<br />

A semente contém o embrião. No solo úmido a semente germina e, se houver boa oxigenação<br />

e temperatura adequada, o embrião origina nova planta.<br />

É possível identificar claramente duas partes em uma semente: o tegumento, ou casca,<br />

geralmente fino e seco; e a amêndoa, formada por um tecido nutritivo, chamado albúmen ou<br />

endosperma.<br />

Os cotilédones são órgãos foliares do em-<br />

Figura não proporcional ao tamanho real. Cores fantasia.<br />

Figura não proporcional ao tamanho real. Cores fantasia.<br />

brião, isto é, folhas modificadas responsáveis<br />

por sua nutrição. Em muitas plantas o cotilédone<br />

absorve alimento do albúmen e o transfere para<br />

o embrião, que se comporta como heterótrofo<br />

em suas primeiras fases de desenvolvimento.<br />

Certas sementes, como a do feijão, possuem<br />

albúmen pouco desenvolvido, reservando seu<br />

alimento no próprio cotilédone.<br />

O número de cotilédones da semente é usado<br />

como critério para a classificação das angiospermas<br />

em dois grupos: monocotiledôneas e<br />

dicotiledôneas.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 241


242<br />

As monocotiledôneas, além de apresentar somente um cotilédone, geralmente possuem<br />

folhas longas com nervuras paralelas, raiz fasciculada e caule sem ramificações. É o caso destas:<br />

milho, trigo, arroz, capim, palmeira, lírio e cravo. Plantas como feijão, amendoim, mamona,<br />

mandioca e rosa são dicotiledôneas: têm dois cotilédones e geralmente possuem folhas largas<br />

com nervuras ramificadas, raiz axial e ramificações no caule.<br />

Monocotiledônea (pé de milho) Dicotiledônea (feijoeiro)<br />

um cotilédone<br />

grão de milho<br />

Figuras não proporcionais ao tamanho real. Cores-fantasia.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

“ ”<br />

feijoeiro jovem<br />

dois cotilédones<br />

feijão<br />

herbácea: planta de pequeno porte.<br />

mangue: região do litoral de fundo lodoso, periodicamente inundada pelo mar na maré alta.<br />

oosfera: gameta feminino.<br />

penachos: filamentos leves como pena.<br />

suculento: cheio de suco.<br />

Luis Moura


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

3. Na estrutura masculina, produção de pólen, e na feminina, produção da oosfera<br />

e do óvulo.<br />

5. O óvulo começa a formar a semente. O ovário se desenvolve, formando o fruto.<br />

1. Quais são as características comuns a todas as angiospermas? Presença de flor e fruto.<br />

Proteção dos órgãos reprodutores e atração<br />

2. Que funções exercem as sépalas e as pétalas das flores? dos polinizadores.<br />

3. O que é produzido na estrutura reprodutiva masculina e feminina das plantas?<br />

4. O que é e como ocorre a polinização? Após a polinização, o que acontece com o grão de<br />

Transportados pelo vento ou por algum animal, os grãos de pólen encontram o gineceu. Forma-se então o tubo<br />

pólen? polínico, que é o gametófito masculino. O núcleo do tubo encontra-se com o óvulo, fecundando-o.<br />

5. O que ocorre com o óvulo e o ovário da flor após a fecundação?<br />

6. Localize, no ciclo vital das angiospermas, estruturas que representam esporófitos e<br />

Esporófitos são plantas propriamente ditas, e os gametófitos, quase invisíveis, são representados pelo tubo<br />

gametófitos. polínico, no caso masculino, e, no feminino, por algumas células do ovário.<br />

7. O que diferencia as flores hermafroditas, masculinas e femininas?<br />

8. O que diferencia os espinhos do limoeiro dos espinhos dos cactos?<br />

9. Se você oferecer um girassol a uma amiga, estará oferecendo uma ou várias flores?<br />

Explique sua resposta. Várias. O girassol é uma inflorescência em capítulo.<br />

10. Compare uma planta de feijão com uma planta de milho, indicando as diferenças relativas<br />

à raiz, ao caule, às folhas e à estrutura da semente.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

7. A presença ou ausência de uma das estruturas reprodutivas, androceu<br />

(masculina) e gineceu (feminina). Nas flores hermafroditas as duas<br />

estruturas estão presentes.<br />

8. Os espinhos do limoeiro são estruturas do caule, e os espinhos dos cactos<br />

são folhas modificadas.<br />

10. As raízes das monocotiledôneas são fasciculadas, nas dicotiledôneas<br />

as raízes são axiais. O caule das monocotiledôenas não apresenta<br />

ramificações, nas dicotiledôneas eles são ramificados. As folhas das<br />

monocotiledôneas são em geral alongadas e com nervuras paralelas.<br />

Já nas dicotiledôneas as folhas são de formas variadas e com nervuras<br />

ramificadas. As sementes das monocotiledôneas têm apenas um<br />

cotiledône, enquanto nas dicotiledôneas há dois cotiledones.<br />

Faça uma lista com as angiospermas que você usa como alimento. Indique qual é a parte<br />

da planta (raiz, caule, folha, flor, fruto ou semente) que você come. Cite pelo menos dois<br />

exemplos de cada parte.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Em muitos lugares há angiospermas. Procure com seus colegas o maior número possível<br />

dessas plantas e desenhe suas raízes e caules (quando possível), suas folhas, flores e frutos.<br />

Estudem sua variedade de formas e cores. Depois, pesquisem em livros e internet como se<br />

classificam essas raízes, caules, folhas, flores e frutos. O objetivo não é decorar uma porção<br />

de nomes, mas sim conhecer um pouco mais a respeito da diversidade do mundo das plantas.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 243


244<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

LEI N o 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 1967<br />

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA<br />

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:<br />

Art. 1 Os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento<br />

e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre,<br />

bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado,<br />

sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.<br />

Art. 2 É proibido o exercício da caça profissional.<br />

Art. 3 É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e<br />

objetos que impliquem na sua caça, perseguição, destruição ou apanha.<br />

Art. 27 Constitui crime punível com pena de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)<br />

anos a violação do disposto nesta Lei.<br />

Animal silvestre é aquele pertencente às espécies nativas do território<br />

brasileiro.<br />

Se ele for de criadouro comercial registrado no Ibama (Instituto Brasileiro<br />

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pode ser criado em<br />

casa. É o que acontece com os pássaros vendidos nas lojas de animais de estimação.<br />

Se o animal silvestre for capturado na natureza, podem ser presas as pessoas<br />

que o capturaram, venderam e aquelas que têm esse animal em casa.<br />

Para evitar o tráfico de animais silvestres, não compre esses animais.<br />

Se possível, denuncie às autoridades aqueles que vendem animais em feiras<br />

livres. Se for na beira da estrada, não compre e repreenda o vendedor dizendo<br />

que isso é ilegal e que, se ele for flagrado, pode sofrer as penalidades impostas<br />

pela lei.


Araponga e jabuti, animais silvestres<br />

comuns nas casas brasileiras, embora sua<br />

criação em cativeiro seja proibida por lei.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: Fabio Colombini<br />

Faça com seus colegas de<br />

classe uma campanha na escola<br />

e no seu bairro para divulgação<br />

do que aprenderam. Para isso,<br />

falem a esse respeito em todas<br />

as classes, afixem cartazes, distribuam<br />

folhetos.<br />

É dever de todo cidadão impedir<br />

que nossa flora e nossa<br />

fauna sejam destruídas.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 245


246<br />

Ciência em revista<br />

Biodiversidade:<br />

a riqueza de formas e relações<br />

Atualmente, os governos, a sociedade e as empresas do mundo inteiro já reconhecem<br />

que a variedade de seres vivos e de ambientes naturais da Terra é um patrimônio que deve<br />

ser muito bem cuidado. Veja um pouco do que os convenceu.<br />

• Fato 1: o uso acelerado das reservas naturais da Terra tende a esgotá-las, se a maneira<br />

de explorar e consumir essas reservas permanecer a mesma e no mesmo ritmo. As reservas<br />

de petróleo, metais e solo agricultável são finitas.<br />

• Fato 2: a poluição urbana e industrial causa efeitos globais, longe dos locais de produção.<br />

Há inseticidas no polo antártico, onde nunca houve plantações. A quantidade de<br />

gás carbônico está aumentando na atmosfera de todo o planeta.<br />

• Fato 3: a produção alimentícia e farmacêutica se abastece de variedades nativas de<br />

plantas e de animais para produzir novidades. As populações tradicionais, como os índios,<br />

são aquelas que mais conhecem características da flora e da fauna que podem ser<br />

aproveitadas para uso humano, e têm muito a nos ensinar.<br />

• Fato 4: o relacionamento entre as diferentes espécies que convivem num ecossistema é tão<br />

íntimo que o desaparecimento de uma influencia a sobrevivência de outras, assim como<br />

uma alteração ambiental drástica pode influenciar a sobrevivência de várias espécies. Muitas<br />

espécies são encontradas apenas em um pequeno território com condições ambientais<br />

específicas. Para cuidar das espécies, precisamos conservar o ambiente em que vivem.<br />

A palavra biodiversidade refere-se tanto à variedade de espécies e à diversidade entre<br />

os organismos de mesma espécie como às relações que ocorrem entre as diferentes formas<br />

de vida que convivem num mesmo ecossistema.<br />

O maracujá não frutifica se não houver insetos<br />

específicos, as mamangabas, que fertilizem<br />

suas flores.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

O Instituto Butantan, de São Paulo, desenvolveu um<br />

medicamento para regular a pressão alta a partir<br />

do veneno de jararaca. Ele não provoca os efeitos<br />

colaterais de remédios similares.<br />

Fotos: Fabio Colombini


Os índios secam a semente do guaraná e dela fazem<br />

pequenas bolas. Desfeitas na água, são usadas para<br />

tirar a fome, cãibras e dores de cabeça.<br />

A ocupação humana da Terra<br />

Fabio Colombini<br />

O esterco da vaca se decompõe mais depressa se<br />

houver besouros que o enterrem, como esse da foto.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

As sociedades humanas primitivas satisfaziam suas necessidades alimentares, de remédios,<br />

vestimenta e de energia por meio da coleta. Não se plantava nem se criava nada para<br />

a alimentação.<br />

Há 14 mil anos, iniciou-se em diversos lugares a domesticação de animais e, há 10 mil,<br />

a agricultura, gerando excedentes de alimentos e possibilitando a fixação das comunidades<br />

humanas, o que resultou num significativo crescimento populacional e desenvolvimento<br />

social.<br />

Os europeus chegaram ao continente americano há cerca de 500 anos e transformaram suas<br />

riquezas naturais em mercadorias, que cruzaram os oceanos e abasteceram as metrópoles do<br />

Hemisfério Norte. Algumas espécies acompanharam os grupos humanos. O trigo, o milho, o<br />

arroz, os cães, as ovelhas, as galinhas e também pulgas e ratos. Assim, apesar de sua riqueza<br />

em espécies nativas, a maior parte das plantas cultivadas e dos animais criados comercialmente<br />

no Brasil veio de fora. A cana-de-açúcar veio da Nova Guiné; o café, da Etiópia; o arroz,<br />

das Filipinas; a soja e a laranja, da China; o trigo, da Ásia Menor; os eucaliptos vieram da<br />

Austrália; e a maioria dos pinheiros, da América Central. Além deles, o gado bovino, originário<br />

da Índia; os equinos, da Ásia Central, e o dendê, que veio da África.<br />

Por outro lado, diversas espécies originárias da América do Sul e nativas do Brasil ganharam<br />

o mundo, como o abacaxi, o amendoim e a castanha do Brasil (ou castanha-do-pará), o<br />

caju, a seringueira e a carnaúba, a mandioca e o guaraná. Da Cordilheira dos Andes são nativos<br />

a batata, o milho, o feijão e o tomate.<br />

O cacau, fruto originário da Amazônia, espalhou-se pelas Américas e foi transformado no<br />

primeiro chocolate pelos povos asteca e maia – habitantes da América Central e do México –<br />

pela técnica de torrar, moer e amassar suas amêndoas.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 247


248<br />

A castanheira-do-pará e a mandioca são nativas da<br />

América do Sul.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Pé de mandioca.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

A revolução industrial se iniciou há cerca de 250 anos e foi marcada pela substituição<br />

da energia humana por máquinas e da produção artesanal por fábricas. As pessoas se concentraram<br />

em cidades e o capital, nas mãos das indústrias.<br />

Nos últimos cinquenta anos ocorreu a revolução verde: a agricultura se tornou mecanizada<br />

e alcançou altos níveis de produtividade pelo uso de sementes e mudas padronizadas,<br />

fertilizantes, inseticidas e praguicidas, gerando extensas monoculturas que substituíram<br />

as florestas em todo o mundo.<br />

Pouco a pouco foram sendo criadas leis para o controle da poluição industrial e iniciou-se<br />

o movimento social que busca a conservação ambiental. Regiões em que os elementos naturais<br />

estão muito preservados ou muito ameaçados foram transformadas em Reservas<br />

Públicas, para limitar seu uso econômico.<br />

Em 1972, a Organização das Nações Unidas – ONU – realizou um encontro de chefes de<br />

Estado para tratar do “meio ambiente humano”.<br />

Em 1992, aconteceu a segunda Conferência da ONU, no Rio de Janeiro, na qual as<br />

nações assinaram vários compromissos, inclusive a chamada Convenção da Biodiversidade,<br />

que têm como objetivo fazer com que o desenvolvimento econômico aconteça com conservação<br />

ambiental e justiça social.<br />

A biodiversidade brasileira<br />

Já foram descritos cerca de 1,7 milhão de espécies, mas essa quantidade deve ser muito<br />

maior, pois muitas vivem em regiões ainda inexploradas da Terra.<br />

Fotos: Fabio Colombini


O Brasil é o país com maior número de espécies de plantas e espécies de mamíferos, e<br />

está nas primeiras colocações quando se refere a anfíbios, répteis e aves. São cerca de 55 mil<br />

espécies de plantas superiores (aproximadamente 20% do total mundial); 524 espécies de mamíferos,<br />

1677 de aves, 517 de anfíbios e 2657 de peixes.<br />

Embora seu território corresponda a menos de 6% das terras emersas do planeta, aqui se<br />

encontram de 10% a 20% do número total de espécies vegetais, animais e de microrganismos<br />

da Terra. Isso pode ser explicado pelos seguintes fatores:<br />

• A extensão continental do território brasileiro.<br />

• A variabilidade de climas e de outras condições ambientais.<br />

• A sociodiversidade presente no país e seu inestimável conhecimento do meio ambiente<br />

natural: povos indígenas, descendentes de quilombos, colonos, caiçaras, ribeirinhos,<br />

extrativistas, assim como populações rurais e urbanas de diferentes origens étnicas e<br />

culturais.<br />

• A proteção de áreas importantes: cerca de 8% do território brasileiro é protegido legalmente<br />

em Unidades de Conservação. Além disso, áreas indígenas, que cobrem cerca de 12% do<br />

território e se situam quase totalmente na Amazônia Legal, também contribuem para a<br />

proteção da diversidade biológica e de outros recursos naturais.<br />

• A realização de projetos que utilizam produtos das florestas sem precisar derrubá-las,<br />

gerando renda para as comunidades que nelas vivem: látex, mel, frutos, folhas, cascas.<br />

• O desenvolvimento de tecnologias de produção agrícola e industrial poupadoras de energia<br />

e de recursos naturais.<br />

• A realização de estudos sobre os ecossistemas e os seres vivos que os animam.<br />

• O comportamento da sociedade, cada vez mais informada da importância da biodiversidade<br />

para o futuro do país, que exige que o crescimento econômico não aconteça a qualquer preço,<br />

com prejuízo ambiental.<br />

A distribuição de uma espécie<br />

no território depende de suas<br />

exigências de clima (umidade,<br />

temperatura, vento), de iluminação,<br />

de solo ou água, de alimentação<br />

e também depende de sua<br />

história: onde surgiu, por onde<br />

se deslocou, como se relaciona<br />

com as outras espécies. Portanto,<br />

uma série de fatores contribui<br />

para haver em certo lugar determinada<br />

composição de seres vivos<br />

– um bioma.<br />

Biomas Brasileiros<br />

No Brasil, são atualmente re-<br />

0 495<br />

conhecidos sete biomas. Cada um<br />

deles é um mosaico de comunidades<br />

biológicas, que têm uma<br />

identidade comum.<br />

Km<br />

Biomas brasileiros.<br />

Fonte: . Acesso em: Março/2012.<br />

Acervo da editora<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 249


250<br />

Biomas Costeiros: tudo o que vemos quando vamos à praia<br />

A costa brasileira se estende pelo Oceano<br />

Atlântico por mais de 7 mil km, abrigando uma<br />

grande variedade de ecossistemas que incluem<br />

praias arenosas amplamente utilizadas pelo turismo,<br />

dunas, manguezais, estuários, restingas,<br />

pântanos e recifes de corais.<br />

Na restinga encontramos o caju, a pitanga<br />

e a mangaba, além da árvore de caixeta, de<br />

madeira macia e leve, que já serviu para a produção<br />

de lápis e é usada para fazer bichinhos<br />

de artesanato. Entre os animais, os mais evidentes<br />

são os pássaros, como o tié-sangue, o<br />

sabiá-da-praia e a saíra, além de diversos tipos<br />

Manguezal. Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

de pererecas e muitos insetos.<br />

Os manguezais são berçários de muitas espécies marinhas, pois neles se alimentam e crescem<br />

as larvas de camarões e de grande variedade de peixes. Toda essa vida sustenta os peixes<br />

que nele penetram na maré cheia – como robalos e tainhas – e as aves que deles se alimentam,<br />

como garças, colhereiros, guarás, socós e martins-pescadores.<br />

Mata Atlântica:<br />

floresta tropical pluvial com elevadíssima biodiversidade<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Fabio Colombini<br />

Mata Atlântica.<br />

A Mata Atlântica desde há 10 mil anos<br />

se estendia da atual costa do Rio Grande do<br />

Norte até o Rio Grande do Sul, ocupando mais<br />

de 1 milhão de km2 Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

.<br />

Entre as espécies nativas da Mata Atlântica,<br />

destacam-se o pau-brasil e o pinheiro-<br />

-do-paraná, o jequitibá e o jacarandá, as<br />

quaresmeiras e a paineira, o ipê e o jatobá,<br />

a caviúna e a maçaranduba, o xaxim e o palmito,<br />

a imbaúba e a canela-amarela. No solo<br />

ou sobre as árvores encontramos inúmeras<br />

bromélias e orquídeas, lianas e samambaias,<br />

musgos e liquens.<br />

Entre os mamíferos encontramos a jaguatirica<br />

e a onça-pintada, a preguiça-de-coleira<br />

e o caxinguelê, além de diversos primatas, como o macaco-prego, o mono-carvoeiro, o mico-<br />

-leão-dourado e vários saguis.<br />

Fabio Colombini


Campos Sulinos: tapetes verdes do Sul do país<br />

Pampas.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Os campos da região Sul do Brasil são<br />

chamados de pampas, termo indígena que<br />

significa região plana, e revestem como um<br />

tapete de grama o Estado do Rio Grande do<br />

Sul, o Uruguai e a Argentina. A vegetação<br />

tem predominância de gramíneas, e as árvores<br />

são raras. Mas junto às montanhas há<br />

vegetação mais alta.<br />

Cerrado: a maior área de savanas em um único país<br />

Ocupa cerca de um quinto do território<br />

nacional e contém um terço das espécies<br />

de plantas e animais do Brasil. Há cerca<br />

de 5 mil espécies diferentes de plantas no<br />

Cerrado. Entre elas, encontramos barbatimão,<br />

pau-santo, guabiroba, pequizeiro,<br />

araçá, sucupira, catuaba e indaiá. Debaixo<br />

das árvores crescem diferentes tipos de capim,<br />

que secam quando não há umidade,<br />

mas conservam a vitalidade abaixo da terra,<br />

mesmo quando há incêndios. Nas primeiras<br />

chuvas, brotam com vigor.<br />

Margeando os cursos d’água, encontramos<br />

as matas ciliares, ou matas de galeria,<br />

Cerrado. Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

que são florestas densas de árvores maiores.<br />

Nos brejos, próximos às nascentes de água,<br />

o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.<br />

Essa grande variabilidade suporta uma enorme diversidade de espécies animais: mais de<br />

1200 de mamíferos, aves e répteis já foram identificadas, com destaque para a seriema e a<br />

gralha-do-cerrado, o tamanduá-bandeira, o tatu, o lobo-guará e o veado-campeiro. Há uma<br />

grande quantidade de insetos no Cerrado, em especial cupins e formigas.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 251


252<br />

Pantanal: a mais significativa planície inundável do mundo<br />

Pantanal.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini<br />

A maior planície alagável do<br />

continente americano – com quase<br />

14 mil km 2 – faz parte da bacia hidrográfica<br />

do Rio Paraguai.<br />

Nele se encontram mais de 340<br />

espécies diferentes de aves; 260 de<br />

peixes; 1100 de borboletas; 130 de<br />

mamíferos e 110 de répteis, além de<br />

1700 espécies de plantas.<br />

A elevada biodiversidade do Pantanal<br />

se deve às variações na umidade<br />

e à proximidade com ecossistemas<br />

diversos, como o Cerrado, os Campos<br />

Sulinos, a Amazônia e a Mata Atlântica.<br />

Caatinga: o único bioma<br />

exclusivamente brasileiro<br />

A Caatinga é a paisagem característica<br />

dos sertões nordestinos. Seus mais de<br />

700 mil km<br />

Caatinga.<br />

2 representam cerca de 70%<br />

da área do Nordeste e aproximadamente<br />

8% do território brasileiro.<br />

O clima da Caatinga é semiárido, com<br />

temperaturas elevadas e baixa umidade<br />

do ar.<br />

As espécies vegetais mais abundantes<br />

são a mimosa, a emburana, a catingueira,<br />

a palmatória, a aroeira, o umbu,<br />

a baraúna, a maniçoba, a macambira, o<br />

xique-xique, o mandacaru, a quixabeira<br />

e o sempre verde juazeiro.<br />

Na Caatinga vivem a ararinha-azul<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

e a arara-azul-de-lear, o gato-do-mato<br />

e o gato-maracajá, entre os animais ameaçados de extinção. Além deles, encontramos o<br />

sapo-cururu, a asa-branca, a cutia, o gambá, o preá, o bicho-preguiça, o veado-catingueiro, o<br />

tatupeba, o sagui-do-nordeste e o macaco-prego, entre outros.


Floresta Amazônica: a maior floresta tropical úmida<br />

remanescente da Terra<br />

Floresta Amazônica.<br />

Foto não proporcional ao tamanho real.<br />

Ameaças à biodiversidade brasileira<br />

Fabio Colombini<br />

Beneficiada pelo clima equatorial,<br />

quente e úmido, de temperatura estável,<br />

com média anual de 26 o C e chuvas<br />

pesadas e regulares, a Floresta Amazônica<br />

apresenta uma enorme diversidade<br />

biológica. Em um quadrado de cem metros<br />

de lado, são encontradas de cem a<br />

trezentas árvores diferentes.<br />

Em seus rios correm 20% de toda<br />

a água doce do planeta e neles vivem<br />

cerca de 1700 espécies de peixes. O Rio<br />

Amazonas despeja no oceano 175 milhões<br />

de litros de água por segundo.<br />

Os solos da Amazônia, porém, geralmente<br />

são muito pobres. A Floresta se<br />

sustenta da decomposição das próprias<br />

folhas e das árvores. A reciclagem dos<br />

nutrientes é muito rápida, favorecida<br />

pela umidade e pelo calor.<br />

Há diversas ameaças à manutenção da biodiversidade de nosso país. Veja alguns exemplos.<br />

• O território original da Mata Atlântica, que abriga atualmente 60% da população brasileira,<br />

teve 93% de sua área alterada.<br />

• Calcula–se que cerca de 80% das áreas originais da Caatinga e do Cerrado não apresentem<br />

mais a vegetação e a fauna naturais.<br />

• Já foram devastados mais de 16% da Floresta Amazônica, e grande parte foi abandonada<br />

assim que os recursos naturais se esgotaram. Em um ano, entre 2003 e 2004, foi desmatada<br />

uma área correspondente a 8600 campos de futebol por dia.<br />

• Embora haja proteção legal para algumas áreas muito importantes para a manutenção da<br />

biodiversidade, elas não são ainda suficientes, e os órgãos públicos nem sempre conseguem<br />

garantir o que a lei estabelece.<br />

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada<br />

na cidade do Rio de Janeiro, em junho de 1992, a Convenção sobre Diversidade Biológica<br />

(CDB) foi assinada pela maioria dos países e entrou em vigor no Brasil já em 1994.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 253


254<br />

A CDB busca proteger os recursos biológicos sem inviabilizar o desenvolvimento social e<br />

econômico e estabelecer uma repartição justa dos benefícios derivados dos usos diversos dos<br />

recursos.<br />

O texto da Convenção reconhece que os países têm direito soberano sobre a biodiversidade<br />

de seus territórios e o dever de conservá-la e usá-la, quando for o caso, de forma sustentável.<br />

Antes disso, a Constituição Brasileira de 1988 já protegia tanto a biodiversidade quanto a<br />

sociodiversidade do país.<br />

O artigo 225 da Constituição determina a preservação da “diversidade e da integridade do<br />

patrimônio genético do país” e o artigo 215 “protege as manifestações das culturas populares,<br />

indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório<br />

nacional”. Também consta do artigo 225, que “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica,<br />

a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e<br />

sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do<br />

meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.<br />

A biodiversidade foi tratada mais detalhadamente na Política Nacional da Biodiversidade<br />

(Lei 6938, de 31 de agosto de 2001) e em outras leis que estabelecem regras que devem ser<br />

cumpridas pelas empresas, comunidades tradicionais, sociedade e governo. As Constituições<br />

dos Estados e as Leis Orgânicas dos municípios brasileiros também se referiram a esses temas.<br />

Animais ameaçados de extinção<br />

Das espécies de seres vivos conhecidas no planeta, cerca de 25% estão ameaçadas de extinção<br />

em razão da captura e destruição do ambiente onde vivem.<br />

Pensando em preservar a riqueza da maior biodiversidade do planeta, o Ministério do Meio<br />

Ambiente (MMA) e o Ibama divulgaram uma lista de espécies da fauna brasileira que estão<br />

ameaçadas de extinção.<br />

No Brasil, cerca de 627 espécies estão ameaçadas, entre mamíferos, aves, répteis, anfíbios,<br />

insetos e invertebrados terrestres, sem contar os invertebrados aquáticos (caranguejos, camarões<br />

e lagostas, por exemplo).<br />

Para evitar que isso continue acontecendo, o Ministério do Meio Ambiente está ampliando<br />

seus programas de recuperação dos animais ameaçados, aumentando as unidades de conservação,<br />

e criou leis para diminuir os impactos ambientais, além de estimular programas de pesquisa<br />

sobre a flora e a fauna brasileiras.<br />

Essas medidas já surtiram efeitos, pois algumas espécies, como o jacaré-de-papo-amarelo<br />

e o gavião-real, deixaram de ser incluídas na lista das espécies ameaçadas de extinção, pois<br />

já estão sendo recuperadas na natureza. Para outras, bastante ameaçadas, já foi anunciada a<br />

criação de ações específicas. Outra ação importante é uma campanha na qual se pede a colaboração<br />

para conservar essas espécies.<br />

A vida do nosso planeta precisa ser conservada para nós e para as gerações futuras.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas


A jaguatirica é um felino com pouco mais de 1 m de<br />

comprimento. Essa espécie, encontrada em vários biomas<br />

brasileiros, nada bem e sobe em árvores; caça aves e<br />

pequenos mamíferos. Esse belíssimo animal é caçado para a<br />

obtenção da pele e porque as pessoas temem sua presença.<br />

No entanto, a jaguaratirica sempre prefere fugir a atacar.<br />

O lobo-guará tem o tamanho de um pastor-alemão: cerca<br />

de 1,5 m de comprimento. Muito arisco, vive solitário no<br />

Cerrado excetuando o período de acasalamento e de cuidado<br />

com os filhotes. A principal ameaça a essa espécie é a<br />

destruição do ambiente em que vive.<br />

O macaco-barrigudo pesa de 3 a 10 quilos e mede<br />

quase 1 m de altura. É um dos maiores macacos do<br />

mundo e sua alimentação consiste de folhas, insetos,<br />

frutos. É caçado para o aproveitamento do couro.<br />

O macaco-aranha tem uma cauda que funciona como<br />

um quinto braço que se enrola nos galhos. Tem 85 cm<br />

de altura e come frutos. Por ser manso e curioso, é<br />

capturado com facilidade. Além disso, seu hábitat está<br />

sendo destruído.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: CPG<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 255


256<br />

A anta, animal de 1 m de altura e 2 m de comprimento,<br />

chega a pesar 250 quilos; alimenta-se de frutos, folhagens,<br />

caules. Vive em bandos, desde a Amazônia até o Pantanal.<br />

É caçada para alimentação, mas o maior perigo que ronda<br />

essa espécie é a destruição do ambiente em que vive.<br />

O tamanduá-bandeira vive no Cerrado e no Pantanal.<br />

Quando em pé, atinge quase 1,5 m de altura. Come<br />

formigas e cupins. Sua carne não é saborosa e sua pele<br />

é muito dura para um bom aproveitamento. No entanto, é<br />

caçado por esporte, pois foge e se esconde, tornando a caça<br />

divertida para a crueldade daqueles que o perseguem.<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas<br />

A onça-pintada é um felino de 1,5 m de comprimento.<br />

Alimenta-se de porcos-do-mato, cutias, pacas,<br />

antas; também gosta de peixes, tartarugas e<br />

pequenos jacarés. Sua área de caça tem 4 km de<br />

circunferência e é um animal solitário, exceto na época<br />

da reprodução. É caçada por causa da pele, mas hoje,<br />

esse tipo de comércio está proibido. No entanto, a onça<br />

é perseguida pelos criadores de gado, principalmente<br />

quando ela alimenta-se de novilhos.<br />

Caçado por causa da carne, morto por atropelamento<br />

por barcos ou por asfixiamento pelas redes de<br />

pesca, o peixe-boi está desaparecendo de algumas<br />

regiões da Amazônia. Só vive protegido nas áreas de<br />

conservação, onde tem aumentado em número. Pesa<br />

600 quilos e tem, em média, 3 m de comprimento.<br />

Alimenta-se de plantas.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: CPG


Esta preguiça da Amazônia pesa 5 quilos<br />

e tem 70 cm de comprimento. Come<br />

folhas e frutos. Embora muito lenta nas<br />

árvores, seu ambiente favorito, ela nada<br />

bem. Sobre seus pelos vivem algas, que<br />

dão a ela uma cor esverdeada.<br />

Este animal é caçado por esporte e para alimentação.<br />

Facilmente domesticado, como os porcos, o caitetu serve<br />

de alimento para vários grupos indígenas. Tem 1 m de<br />

comprimento e pesa até 40 quilos.<br />

Puma, suçuarana, onça-parda: esses são os nomes populares<br />

deste felino pouco menor do que uma onça. Sua distribuição<br />

geográfica é similar à da onça, abrangendo vários biomas da<br />

América do Sul. É carnívora, de caça solitária.<br />

Com 1,5 m de comprimento e 30 quilos, a ariranha<br />

dos rios da Amazônia está ameaçada de extinção<br />

por causa de sua pele macia, usada para muitas<br />

finalidades. Alimenta-se de peixes.<br />

Fotos não proporcionais ao tamanho real.<br />

Fotos: CPG<br />

UNIDADE 5 • O reinO das plantas 257


258<br />

Leituras complementares<br />

BERTOLLI FILHO, C. Revolta da Vacina. São Paulo: Ática, 1995.<br />

CARRARO, F. Saúde e vida. São Paulo: FTD, 2011.<br />

Ciência Hoje na Escola: Sexualidade. Rio de Janeiro: SBPC Fundação Bradesco-Global, 1 ed,<br />

2001, v 11.<br />

Ciência Hoje na Escola: Conversando sobre saúde com adolescentes. Rio de Janeiro: SBPC<br />

Fundação Bradesco-Global, 1ª ed, 2008, v 13.<br />

GIMENEZ, K. Os oceanos o movimento da vida em um universo pouco conhecido. São Paulo:<br />

Atual, 2007.<br />

MATTOS, N. S.; GRANATO, S. F. A fascinante aventura da vida a evolução dos seres vivos. São<br />

Paulo: Atual, 2011.<br />

MICHEL, F. A ecologia em pequenos passos. São Paulo: Companhia <strong>Editora</strong> Nacional, 2006.<br />

NEIMAN, Z. Era Verde? Ecossistemas brasileiros ameaçados. São Paulo: Atual, 23ª ed.<br />

Sites<br />

Alô, Escola!<br />

www.tvcultura.com.br/aloescola<br />

O que há no site: informações para professores e estudantes. O site da TV Cultura de São<br />

Paulo disponibiliza a educadores e alunos farto material de apoio para o desenvolvimento de<br />

seus cursos, temas de pesquisas e estudos, com base nos programas educativos transmitidos<br />

pela TV. Há indicações bibliográficas, ilustrações etc. Acesso em: Março/2012.<br />

Astronomia<br />

www.cdcc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/index.html<br />

O que há no site: introdução à astronomia, à Terra e ao Universo. Orientação e observação<br />

do céu; estações do ano, calendários; Sistema Solar. Com estrutura didática, possui links e ilustrações<br />

e propõe questões para autoavaliação. Acesso em: Março/2012.<br />

Ciência Hoje On-line<br />

http://cienciahoje.uol.com.br<br />

O que há no site: artigos selecionados das revistas Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças e<br />

Ciência Hoje na Escola, notícias sobre ciência e tecnologia no Brasil e no mundo e a produção<br />

tecnológica das universidades. Acesso em: Março/2012.<br />

Ciência Viva<br />

www.cienciaviva.pt<br />

O que há no site: divulgação dos Centros Ciência Viva, espaços interativos de divulgação<br />

científica e tecnológica distribuídos pelo território português. Inclui também a rede de projetos<br />

que reúne trabalhos elaborados por alunos das escolas participantes do programa, além de<br />

outras seções. Acesso em: Março/2012.


Brincando com Ciência<br />

www.on.br/site_daed<br />

O que há no site: jogos, experiências, curiosidades e testes relacionados a astronomia e geo física,<br />

produzidos pela Divisão de Atividades Educacionais do Observatório Nacional. Acesso em: Março/2012.<br />

Estação Ciência da USP<br />

http://www.eciencia.usp.br/<br />

O que há no site: descrições e fotos das exposições em cartaz no prédio da Estação Ciência.<br />

No Laboratório Virtual, há animações em shockwave sobre o tema de algumas das exposições.<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

Grupo de Ensino de Ciências & Tecnologia<br />

http://darwin.futuro.usp.br<br />

O que há no site: projetos de ensino de Ciências com o uso de tecnologias em escolas públicas<br />

e particulares. Os temas abrangem botânica, ecologia, energia solar, zoologia, gestão<br />

ambiental, epidemiologia, saúde, astronomia, entre outros. Acesso em: Março/2012.<br />

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)<br />

www.ibict.br/<br />

O que há no site: o site do IBICT contém seção dedicada à revista Ciência da Informação,<br />

com diversos artigos, além de produtos e serviços, programas, ensino e pesquisa, cooperação<br />

técnico-científica e notícias. Acesso em: Março/2012.<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)<br />

www.mct.gov.br<br />

O que há no site: o site do MCT contém sua história, regimentos e estatutos, prêmios científicos,<br />

programas, artigos, publicações, legislação, eventos, entre outros. Acesso em: Março/2012.<br />

Museu de Ciências e Tecnologia (MCT)<br />

www.pucrs.br/mct<br />

O que há no site: entre outros objetivos, promove a divulgação e a difusão do conhecimento<br />

científico à comunidade, popularizando a compreensão dos fenômenos naturais e contribuindo<br />

com a educação científica de crianças e jovens, possibilitando a construção de uma<br />

consciência de proteção e conservação do ambiente natural. Acesso em: Março/2012.<br />

O Mundo de Beakman<br />

www.cienciamao.if.usp.br/tudo/index.php?midia=omb<br />

O que há no site: respostas didáticas e divertidas demonstradas pelo personagem Beakman<br />

(do seriado da TV Cultura), sobre ciências, biologia, astronomia, entre outros. Também há vídeos<br />

de outras séries de TV e documentários sobre temas científicos. Acesso em: Março/2012.<br />

X-TUDO<br />

www.tvcultura.com.br/x-tudo<br />

O que há no site: você encontrará instruções para experiências fáceis de entender, assim como<br />

as explicações para os fenômenos. Há ainda mágicas e artes. Acesso em: Março/2012.<br />

259


260<br />

Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)<br />

www.mast.br/<br />

O que há no site: o Museu de Astronomia e Ciências Afins é espaço de múltiplas atividades:<br />

instituição pública federal criada em 1985, no Rio de Janeiro, trabalha com a história científica<br />

e tecnológica do Brasil, ao mesmo tempo que promove e estuda a divulgação e a educação em<br />

Ciências. Os espaços de exposição permanente se espalham pelo campus do MAST. Acesso em:<br />

Março/2012.<br />

Museus e centros de Ciências<br />

Os museus de Ciências têm como função básica tornar a ciência e a tecnologia acessíveis à população,<br />

comunicando os conhecimentos e os avanços da ciência de modo agradável e simples.<br />

Um museu pode direcionar suas ações a três públicos complementares: 1) alunos do ensino<br />

fundamental, médio e superior; 2) professores de todos os níveis, especialmente aqueles em<br />

exercício; 3) população em geral. Uma proposta efetiva de popularização da ciência necessita<br />

atingir essa diversidade.<br />

Algumas sugestões de museus e centros de Ciência:<br />

Estação Ciência<br />

A Estação Ciência é um centro de ciências interativo que realiza exposições nas áreas de<br />

Astronomia, Meteorologia, Física, Geologia/Geografia, Biologia, História, Informática, Tecnologia,<br />

Matemática, Humanidades, além de cursos, eventos e outras atividades, com o objetivo<br />

de popularizar a ciência e promover a educação científica.<br />

Rua Guaicurus, n o 1394 – Lapa<br />

São Paulo – SP – CEP 05033-002<br />

Telefone: (11) 3673-7022 – fax: (11) 3673-2798<br />

www.eciencia.usp.br/<br />

Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC)<br />

O Centro de Divulgação Científica e Cultural pertence à Universidade de São Paulo (USP)<br />

e vincula-se à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, ao Instituto de Física de São<br />

Carlos e ao Instituto de Química de São Carlos.<br />

Rua 9 de julho, n o 1227, Centro<br />

São Carlos – SP – CEP 13560-590<br />

Telefone (16) 3373-9772 e 3372-3910<br />

CDA – Observatório<br />

Av. Trabalhador Sãocarlense, n o 400<br />

São Carlos – SP – CEP 13566-590<br />

Telefone (16) 3373-9191<br />

www. cdcc.usp.br/<br />

Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS (MCT – PUC-RS)<br />

O Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS tem como objetivo principal despertar o espí-


ito científico, a curiosidade e o gosto pelas ciências. A sua exposição permanente conta com<br />

mais de 700 experimentos interativos que oferecem aos visitantes uma maneira inusitada e<br />

estimulante de conhecer os fenômenos naturais e as relações do homem com o mundo.<br />

Maior museu interativo da América do Sul, o MCT–PUC-RS recebe pessoas de todo Brasil e<br />

exterior, sobretudo escolas e professores de todos os níveis.<br />

Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 40<br />

Porto Alegre – RS – CEP 90619-900<br />

Administração: (51) 3320-3597<br />

www.pucrs.br/mct<br />

Casa da Ciência<br />

A Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ, inaugurada em 1995,<br />

tem cerca de 3 mil m2 de área distribuídos entre salão de exposição, auditório, áreas de apoio<br />

e lazer, administração e serviços.<br />

R. Lauro Müller, no 3 – Botafogo<br />

Rio de Janeiro – RJ – CEP 22290-160<br />

Telefax (21) 2542-7494<br />

Contato: casadaciencia@casadaciencia.ufrj.br<br />

Mais informações pelo e-mail: escolas@casadaciencia.ufrj.br<br />

www.cciencia.ufrj.br/<br />

Museu de Ciências Naturais<br />

O Museu de Ciências Naturais da Universidade de Caxias do Sul é um centro de estudos na<br />

área das ciências biológicas, com finalidades culturais, acadêmicas, de pesquisa científica e de<br />

difusão do conhecimento.<br />

Aberto de terça-feira a domingo, é um espaço que privilegia o estudo do ambiente natural<br />

da região, promovendo a divulgação de conhecimentos, comportamentos e valores voltados<br />

para a conservação e a preservação dos recursos naturais e dos elementos que compõem os<br />

ecossistemas da região e do Estado do Rio Grande do Sul.<br />

Telefone (54) 218-2142<br />

Contato: etverona@ucs.br<br />

www.ucs.br/ucs/museu<br />

Museu de Astronomia e Ciências Afins — MAST<br />

O Museu de Astronomia e Ciências Afins é espaço de múltiplas atividades. Apresenta seu<br />

acervo em exposição permanente, abre ao público sua biblioteca e videoteca, realiza eventos<br />

como o Programa de Domingo, o Programa Observação do Céu e exposições temporárias.<br />

Promove ainda atividades itinerantes e desenvolve programas de atendimento escolar que incluem<br />

visitação guiada para grupos de estudantes e cursos de capacitação docente.<br />

Telefone: (21) 2580-0970<br />

www.mast.br/<br />

Espaço Ciência<br />

O Espaço Ciência é um dos maiores museus interativos de divulgação científica do país,<br />

onde o visitante pode explorar o mundo da ciência de forma agradável e divertida. Localizado<br />

em uma área privilegiada de 120 mil m 2 , próxima ao mar e entre as cidades de Recife e Olinda,<br />

abriga um manguezal natural de rara beleza.<br />

O Espaço Ciência também conta com dois observatórios astronômicos localizados fora da<br />

sua sede, um na Torre Malakoff, no bairro do Recife Antigo, e outro no Alto da Sé, em Olinda.<br />

261


262<br />

A intenção é divulgar a produção científica nas escolas, capacitar professores e envolver<br />

comunidades, tratando de assuntos de interesse geral ou de temas atualizados em ciência,<br />

tecnologia e meio ambiente.<br />

Complexo de Salgadinho, Parque Memorial Arcoverde<br />

Olinda – PE – CEP 53111-970<br />

Telefones do Espaço Ciência<br />

(81) 3241-3226<br />

(81) 3301-6140<br />

(81) 3183-5528<br />

Referências bibliográficas<br />

A BASE MOLECULAR DA VIDA. São Paulo: Polígono – Edusp, 1971. (Textos da revista Scientific<br />

American).<br />

A BIOSFERA . São Paulo: Polígono; Edusp – 1974. (Textos da revista Scientific American).<br />

A CÉLULA VIVA. São Paulo: Polígono – Edusp, 1969. (Textos da revista Scientific American).<br />

ASIMOV, Isaac. O cérebro humano: suas capacidades e funções. São Paulo: Boa Leitura, s.d.<br />

______ . O corpo humano: sua estrutura e funcionamento. São Paulo: Boa Leitura, s.d.<br />

BAILEY, F. R. et al. Histologia. São Paulo – Brasília: Edgard Blücher – INL, 1973.<br />

BAKER, Jefrey J. W.; ALLEN, Garland E. Estudo da biologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1975.<br />

v. 2.<br />

CANGUILHEM, Georges. El conocimiento de la vida. Barcelona: Anagrama, 1976.<br />

CAPRA, F. Sabedoria incomum. São Paulo: Cultrix, 1988.<br />

CHASSOT, A.; OLIVEIRA, J. R. Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos,<br />

1998.<br />

CHIAPPINI, L. Aprender e ensinar com textos de alunos. São Paulo: Cortez, 2002. v. 1, 2 e 3.<br />

COUTINHO, Leopoldo M. Botânica. 8. ed. São Paulo: Cultrix, s.d.<br />

CUNHA, M. V. da. A educação dos educadores: da escola nova à escola de hoje. Campinas:<br />

Mercado das Letras, 1995.<br />

CURTIS, Helena. Biologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.<br />

______; BARNES, N. Sue. Biology. Nova York: Worth Publishers, Inc., 1989.<br />

DAJOZ, Roger. Ecologia geral. Petrópolis: Vozes, 1978.<br />

DAVIS, Bernard D. Microbiologia. São Paulo – Brasília: Edart – INL, 1973. v. 4.<br />

DE ANGELIS, Rabeca Carlota et al. Fisiologia da nutrição: fundamentos para nutrição e<br />

desnutrição. São Paulo: Edart/Edusp, 1977. 2 v.<br />

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA USP. Encontro – Perspectivas do Ensino de Biologia.<br />

Coletânea. São Paulo. Desde 1985.


FERRI, M. G.; ANDRADE, M. M. B.; LAMBERTI, A. Botânica: fisiologia, curso experimental. São<br />

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Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />

De um povo heroico o brado retumbante,<br />

E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,<br />

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.<br />

Se o penhor dessa igualdade<br />

Conseguimos conquistar com braço forte,<br />

Em teu seio, ó liberdade,<br />

Desafia o nosso peito a própria morte!<br />

Ó Pátria amada,<br />

Idolatrada,<br />

Salve! Salve!<br />

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido<br />

De amor e de esperança à terra desce,<br />

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,<br />

A imagem do Cruzeiro resplandece.<br />

Gigante pela própria natureza,<br />

És belo, és forte, impávido colosso,<br />

E o teu futuro espelha essa grandeza.<br />

Terra adorada,<br />

Entre outras mil,<br />

És tu, Brasil,<br />

Ó Pátria amada!<br />

Dos filhos deste solo és mãe gentil,<br />

Pátria amada,<br />

Brasil!<br />

HINO NACIONAL<br />

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada<br />

Música: Francisco Manuel da Silva<br />

Deitado eternamente em berço esplêndido,<br />

Ao som do mar e à luz do céu profundo,<br />

Fulguras, ó Brasil, florão da América,<br />

Iluminado ao sol do Novo Mundo!<br />

Do que a terra mais garrida<br />

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;<br />

“Nossos bosques têm mais vida”,<br />

“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.<br />

Ó Pátria amada,<br />

Idolatrada,<br />

Salve! Salve!<br />

Brasil, de amor eterno seja símbolo<br />

O lábaro que ostentas estrelado,<br />

E diga o verde-louro desta flâmula<br />

– Paz no futuro e glória no passado.<br />

Mas, se ergues da justiça a clava forte,<br />

Verás que um filho teu não foge à luta,<br />

Nem teme, quem te adora, a própria morte.<br />

Terra adorada<br />

Entre outras mil,<br />

És tu, Brasil,<br />

Ó Pátria amada!<br />

Dos filhos deste solo és mãe gentil,<br />

Pátria amada,<br />

Brasil!<br />

ISBN 978-85-342-3108-4<br />

ENSINO FUNDAMENTAL<br />

9 788534 231084<br />

BI23108

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