A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
JDRI • <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Defesa</strong> e <strong>Relações</strong> <strong>Internacionais</strong> • www.jornal<strong>de</strong>fesa.pt<br />
veio <strong>de</strong>monstrar a sua necessida<strong>de</strong> e utilida<strong>de</strong>, porquanto, nunca se <strong>de</strong>senvolveram<br />
tanto as operações e as missões, sendo até neste período que pela primeira vez, a<br />
Aliança Atlântica li<strong>de</strong>ra uma gran<strong>de</strong> operação contra-subversiva, out-of-area, <strong>no</strong><br />
<strong>Afeganistão</strong>. 29<br />
Recentemente surgiu uma <strong>no</strong>va situação, porventura a mais interessante<br />
nesta matéria, que foi a <strong>de</strong>cisão da França regressar à estrutura militar da Aliança<br />
Atlântica, e que também é relevante para a evolução da Política Europeia <strong>de</strong><br />
Segurança e <strong>Defesa</strong> (PESD). 30<br />
Este acontecimento teve lugar na Cimeira da celebração dos sessenta a<strong>no</strong>s<br />
da OTAN, realizada a 3 e 4 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2009, em Estrasburgo/Kehl. 31<br />
Com esta <strong>de</strong>cisão estratégica, a França aceitou a centralida<strong>de</strong> transatlântica<br />
e procura dar o seu contributo Com a Aliança e Dentro da Aliança. 32<br />
Neste sentido os franceses querem ter um papel activo e influente, porque<br />
ao participarem na estrutura <strong>de</strong> comando po<strong>de</strong>m participar <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão,<br />
na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> objectivos e dos meios militares para as operações. Com o<br />
Presi<strong>de</strong>nte Sarkozy, a França passa assim a ter lugar <strong>no</strong> Defence Planning<br />
Committee e <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> planeamento <strong>de</strong> forças. No entanto, à semelhança dos<br />
Britânicos, mantêm para si a Force <strong>de</strong> Frappe, pois, preconizam que po<strong>de</strong> haver<br />
diálogo sobre a dissuasão, sobre o <strong>de</strong>sarmamento, mas a <strong>de</strong>cisão nuclear não se<br />
partilha. 33<br />
Nesta perspectiva, a França preten<strong>de</strong>: 34<br />
− Uma Aliança adaptada às <strong>no</strong>vas ameaças;<br />
− Uma Aliança mais eficaz e reactiva;<br />
− O assegurar da <strong>Defesa</strong> Colectiva, bem como, ao abrigo da Carta das Nações<br />
Unidas, assegurar as missões que são conduzidas <strong>no</strong> mundo em <strong>no</strong>me da<br />
segurança e da paz;<br />
− O reforço da parceria estratégica com a UE;<br />
− A reconstrução <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> parceria com a Rússia.<br />
Para rematar esta secção, salientamos que ao longo dos 61 a<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />
existência da <strong>NATO</strong>, esta organização propiciou um gran<strong>de</strong> equilíbrio e um longo<br />
período <strong>de</strong> paz na Europa, apenas quebrado pelos acontecimentos ocorridos na<br />
Europa central. Contudo foi a Aliança Atlântica que tomou a iniciativa para a<br />
resolução do problema, tendo <strong>de</strong>sta forma, contribuído <strong>de</strong>cisivamente, para uma<br />
<strong>no</strong>va arquitectura política europeia <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong>fesa comum, assim como<br />
garantiu a estabilida<strong>de</strong> e a segurança na região, continuando esta organização, <strong>de</strong><br />
facto, a <strong>de</strong>senvolver um importante papel, em termos internacionais e europeus,<br />
não só <strong>no</strong> que se refere às questões da paz e da segurança, mas também à<br />
promoção da <strong>de</strong>mocracia e dos seus valores. 35<br />
4. O Novo Conceito Estratégico da OTAN e as Novas Ameaças<br />
A Aliança Atlântica é uma referência <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> que se vem afirmando<br />
ao longo dos a<strong>no</strong>s como um elemento fundamental na <strong>de</strong>fesa dos valores da<br />
<strong>de</strong>mocracia e da paz. Quanto à função da OTAN como elemento fundamental para a<br />
estabilida<strong>de</strong> e a segurança internacionais, <strong>de</strong>vemos ter presente que actualmente<br />
29 Id., p. 91.<br />
30 Ibid.<br />
31 GARCIA, Francisco Proença Garcia, “A <strong>NATO</strong> após a Cimeira do 60º aniversário”, Revista Militar, n.º<br />
2491/2492, Agosto-Setembro <strong>de</strong> 2009, (em<br />
http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=496).<br />
32 TEIXEIRA, Nu<strong>no</strong> Severia<strong>no</strong>, “Portugal e a Aliança Atlântica – Conferência <strong>de</strong> Encerramento”, Nação e<br />
<strong>Defesa</strong>, 4ª série, n.º 123,Verão 2009, p. 122.<br />
33 Ibid.<br />
34 Ibid.<br />
35 Id., p. 93.<br />
Página 7 <strong>de</strong> 30