A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
A NATO no Afeganistão - Jornal de Defesa e Relações Internacionais
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
JDRI • <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Defesa</strong> e <strong>Relações</strong> <strong>Internacionais</strong> • www.jornal<strong>de</strong>fesa.pt<br />
que tem vindo a ser efectuada, pelo que o conselho <strong>de</strong> sociólogos, antropólogos e<br />
psicólogos po<strong>de</strong>rá ser muito útil. O conhecimento profundo do público-alvo requer<br />
um trabalho prévio <strong>de</strong> human mapping, fundamental para se <strong>de</strong>senvolver e<br />
estruturar uma política <strong>de</strong> comunicação eficaz com os afegãos. 84<br />
Etnias predominantes <strong>no</strong> <strong>Afeganistão</strong> e <strong>no</strong> Paquistão. © Stratfor.<br />
Como foi atrás sugerido, é premente compreen<strong>de</strong>r para quem e com quem<br />
se fala, qual a sua posição social, qual a filiação política, etc. Uma dose elevada <strong>de</strong><br />
recursos tem <strong>de</strong> ser empregue nesta tarefa. Se não se fizer um esforço sério para<br />
compreen<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> se opera, qualquer que seja a doutrina adoptada,<br />
está-se con<strong>de</strong>nado ao fracasso; é como um médico que quer curar um doente mas<br />
não tem a me<strong>no</strong>r i<strong>de</strong>ia da sua doença. Essa compreensão da socieda<strong>de</strong> só é<br />
possível através do conhecimento <strong>de</strong>talhado da imensa diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
interacção social que a compõem e que se intersectam, das organizações, e dos<br />
meios institucionais para atingir os objectivos huma<strong>no</strong>s na socieda<strong>de</strong> afegã, os<br />
quais po<strong>de</strong>rão ser mais complexos e difíceis <strong>de</strong> perceber do que nas socieda<strong>de</strong>s<br />
oci<strong>de</strong>ntais. 85<br />
O facto <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> pré-mo<strong>de</strong>rna, não significa ausência<br />
<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> social, bem pelo contrário. Alianças militares, hierarquias<br />
religiosas, tribos, grupos <strong>de</strong> famílias, língua comum, cartéis <strong>de</strong> droga e por aí<br />
adiante, são tudo re<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>rosas <strong>de</strong> interacção social a ter em conta e que não se<br />
po<strong>de</strong>m negligenciar. Os Aliados necessitam <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r a<br />
cumplicida<strong>de</strong>, sofisticação, interconexões e po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>stas intrincadas re<strong>de</strong>s. Nesta<br />
lógica, é crucial compreen<strong>de</strong>r as estruturas tribais <strong>de</strong> modo a enten<strong>de</strong>r o<br />
84 Ibid.<br />
85 Ibid.<br />
Página 17 <strong>de</strong> 30